Repositório RCAAP
Avaliação de sintomas depressivos em pessoas com úlcera venosa
INTRODUÇÃO: A úlcera venosa assume grande importância na vida dos pacientes, pois a ocorrência de deformidades causadas por esse tipo de ferida pode gerar consequências adversas, as quais incluem distúrbios psicossociais. O objetivo deste estudo é avaliar o nível de ocorrência de sintomas depressivos apresentados pelos pacientes com úlcera venosa. MÉTODO: Estudo exploratório, descritivo, analítico e transversal, realizado no Ambulatório de Feridas de um Conjunto Hospitalar, localizado no interior do estado de São Paulo. Os dados foram coletados por meio de entrevistas, no período compreendido entre dezembro de 2008 e abril de 2009, após aprovação do projeto de investigação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (CEP-1611/08). Foi utilizado o Inventário de Avaliação de Depressão de Beck. RESULTADOS: Participaram da pesquisa 60 pacientes. A maioria (91,66%) apresentou algum nível de depressão. Houve maior frequência de sintomas no nível leve a moderado (n = 39; 65%). Todos os níveis apresentaram diferença estatística. Os cinco sintomas mais encontrados foram: tristeza, distorção da imagem corporal, autodepreciação, diminuição da libido e retração social. Os sintomas menos representados foram ideia suicida e perda do apetite, sendo referidos por um paciente em cada aspecto. Quanto à idade, 43 pacientes tinham mais de 61 anos, dos quais 38 (88,4%) apresentavam sintomas depressivos no nível leve a grave. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos por meio do Inventário de Avaliação de Depressão de Beck permitiram concluir que pacientes com úlcera venosa apresentam níveis diferentes de sintomas depressivos.
2012
Salomé,Geraldo Magela Blanes,Leila Ferreira,Lydia Masako
Tratamento cirúrgico das sequelas de queimadura do pé
INTRODUÇÃO: O artigo versa sobre as sequelas causadas por queimadura na região dos pés e as técnicas cirúrgicas para seu tratamento. Este trabalho visa a servir de auxílio a todos os médicos que tratam queimaduras, estabelecendo parâmetros de normalidade a serem buscados e técnicas cirúrgicas que auxiliem no tratamento. MÉTODO: É apresentada classificação das sequelas de queimadura do pé em três grupos, baseando-se no grau de comprometimento de suas estruturas anatômicas, e propondo abordagens cirúrgicas distintas para cada grupo. Três pacientes com diferentes lesões deformantes ilustram essa classificação e são tratados cirurgicamente. RESULTADOS: Houve evolução funcional com o emprego das técnicas cirúrgicas em todos os pacientes analisados. CONCLUSÕES: Existem muitas opções técnicas para o tratamento das sequelas de queimadura do pé. É importante que o cirurgião plástico assuma seu papel na assistência cirúrgica a esses pacientes, devendo estar preparado para o tratamento dessas lesões. O manejo desses pacientes tem início na fase aguda da queimadura, havendo necessidade de preparo do local para futuros procedimentos. A devolução da funcionalidade deve ser o objetivo da cirurgia, principalmente em crianças em fase de crescimento.
2012
Ribeiro,Luiz Mário Bonfatti Morais,Vicente Scopel de Costa,Fabíola Ferreira Corrêa da Hakme,Farid Ruaro,Antônio Francisco
Complicações em lipoaspiração clássica para fins estéticos
A lipoaspiração realizada para procedimentos estéticos tem como objetivo a retirada de gordura em pacientes saudáveis e redução do acúmulo de gordura localizada, a chamada lipodistrofia, levando à melhora no contorno corporal. Nas últimas três décadas, a lipoaspiração vem sendo aperfeiçoada; porém, como qualquer outro procedimento cirúrgico, não é isenta de complicações. O objetivo deste estudo é realizar revisão da bibliografia, por meio do PubMed, identificando as complicações após lipoaspiração clássica, incluindo apenas aquelas realizadas com finalidade estética. Foram encontrados 210 artigos empregando a expressão "complication in liposuction", 86 artigos com "complication after liposuction", 27 artigos com "fat embolism after liposuction", 7 artigos com "fat embolism following liposuction" e 16 artigos com "deaths related to liposuction". Dentre esses artigos, apenas 84 foram considerados relacionados ao assunto, sendo encontrados casos de embolia gordurosa após lipoaspiração, perfuração visceral, lesão vascular, cegueira e infecção por herpes zoster, entre outros relatos. Com base nos artigos analisados foi possível concluir que a lipoaspiração é um procedimento altamente eficaz quando bem indicado e bem realizado, porém existem riscos inerentes ao ato cirúrgico. Este levantamento constatou que existem muitos artigos abordando complicações após lipoaspiração para fins estéticos, e a embolia gordurosa pulmonar apresenta alta incidência.
2012
Franco,Fernando Fabrício Basso,Rafael de Campos Ferreira Tincani,Alfio José Kharmandayan,Paulo
Rotina de treinamento laboratorial em microcirurgia do Instituto Nacional do Câncer
A microcirurgia é uma técnica na qual se realiza cirurgia sob magnificação óptica em vasos de diâmetro < 3 mm. Jacobson e Suarez, em 1960, foram os primeiros a utilizar o termo microcirurgia para descrever anastomoses experimentais de vasos com calibre entre 1 mm e 2 mm, sendo a origem da moderna prática microvascular creditada a eles. Desde então, foram desenvolvidos e publicados diversos tipos de transferência microvascular de tecidos para reparo de grandes defeitos corporais e ocorreu intensa modernização do poder óptico e do design dos instrumentos. Apesar dessa evolução, a prática laboratorial é indispensável e permite ao cirurgião alcançar a habilidade necessária à realização da técnica de microanastomoses. Nesse contexto, este artigo apresenta a rotina de treinamento em microcirurgia realizada no Laboratório de Microcirurgia Experimental do Instituto Nacional do Câncer (Rio de Janeiro, RJ, Brasil).
2012
Lima,Diogo Almeida Galvão,Mário Sérgio Lomba Cardoso,Marcelo Moreira Leal,Paulo Roberto de Albuquerque
O papel dos comitês de ética em pesquisa
Os comitês de ética em pesquisa são responsáveis pela avaliação ética dos projetos de pesquisa; ademais, devem informar e educar seus membros e a comunidade quanto a sua função no controle social. Para alguns pesquisadores, os comitês de ética são alvo de muitas críticas; todavia, na atualidade, são imprescindíveis no campo das pesquisas e publicações médicas. Os autores descreveram por meio de análise documental o funcionamento do sistema de comitês de ética em pesquisa, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.
2012
Batista,Kátia Torres Andrade,Rildo Rinaldo de Bezerra,Nilzete Laurentino
Métodos de reconstrução do couro cabeludo
A avulsão de couro cabeludo apresenta-se como lesão devastadora aos pacientes acometidos, nas esferas tanto estética e funcional como psicológica. O advento da microcirurgia e a realização do primeiro reimplante por Miller, em 1976, revolucionaram o manejo da avulsão de couro cabeludo, tornando o reimplante o tratamento de escolha sempre que possível. Com as técnicas atuais e a estrutura disponível nos centros especializados, faz-se possível o adequado manejo das avulsões de couro cabeludo por meio do reimplante microcirúrgico, obtendo-se resultados adequados e superiores às opções oferecidas previamente. Os autores abordam a reconstrução do couro cabeludo após avulsão de aproximadamente dois terços de sua extensão, causado por mordedura de cão em uma criança de 4 anos de idade, enfocando a cobertura da calota craniana com retalho microcirúrgico dos músculos grande dorsal e serrátil e as sucessivas cirurgias até a cobertura total da área de alopecia.
2012
Anbar,Rafael Anache Almeida,Kleder Gomes de Nukariya,Paulete Yuri Anbar,Rodrigo Anache Coutinho,Bruno Barros de Azevedo
Tricoadenoma palpebral: tratamento cirúrgico associado à blefaroplastia estética
O tricoadenoma é um tumor cutâneo benigno, assintomático, raro e de crescimento lento. Existem poucos casos relatados na literatura e identificamos apenas um descrito na região palpebral. Apresentamos o caso de uma paciente portadora de tricoadenoma no canto externo da pálpebra inferior direita, tratada com excisão cirúrgica associada a blefaroplastia.
2012
Friedhofer,Henri Sá,Álvaro Júlio de Andrade Mesquita,Maria Cristina de Paula Landman,Gilles Mesquita,Arthur de Paula Amorim
Glossectomia subtotal pela técnica de ressecção lingual em orifício de fechadura modificada como tratamento de macroglossia verdadeira
Neste artigo é apresentado o caso de macroglossia verdadeira em criança de 6 anos de idade, tratada cirurgicamente, com excisão elíptica na linha média da língua e ressecção ampla na ponta da língua em arco gótico. O resultado pós-operatório foi considerado satisfatório, tanto sob o aspecto de volume da língua, que passou a se manter totalmente dentro da boca, como sob o aspecto estético, mantendo a capacidade de gustação normal.
2012
Cymrot,Moacir Teixeira,Francisco de Assis Alves Sales,Felipe de Castro Dantas Muniz Neto,Francisco Júlio
Retalho fasciocutâneo toracodorsal no tratamento cirúrgico da hidradenite supurativa: relato de caso e revisão de literatura
A hidradenite supurativa, também conhecida como doença de Verneuil, é uma inflamação crônica e recorrente das glândulas apócrinas, sem etiologia conhecida, que evolui frequentemente com saída de secreção purulenta, formação de fístulas, cicatrizes inestéticas e retráteis, podendo acometer região inguinal, axilar, aréolas mamárias e umbigo. Neste trabalho, é apresentado um caso grave de doença de Verneuil em região axilar, em que foi realizada exérese da lesão e reconstrução com retalho fasciocutâneo toracodorsal bilateral como uma opção de reconstrução da região axilar, com boa resolubilidade e resultado estético.
2012
Teixeira,Janete Clívea Eleutério de Oliveira Ribeiro Filho,Afonso de Souza Castro,Oscar Costa de
Avaliação histológica e de espessura das cápsulas orgânicas formadas ao redor de expansores de tecidos de superfície lisa ou texturizada em humanos
INTRODUÇÃO: A busca por um produto que realize expansão tecidual com dano mínimo aos tecidos envolvidos, retalhos mais distensíveis e de menor espessura, e menos sintomas clínicos durante o processo de expansão tem levado as empresas a fabricar expansores com diferentes superfícies (lisa ou texturizada). A literatura é bastante controversa em relação às vantagens da utilização de um ou outro tipo. Esses aspectos motivaram os autores a pesquisar eventuais diferenças capsulares que pudessem justificar a escolha clínica. MÉTODO: Foi realizado um estudo cego, prospectivo, sem critérios de exclusão, em 38 pacientes submetidos a expansão tecidual no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ, Brasil). Ao final do processo de expansão, foram coletados fragmentos da periferia, da base e da cúpula das cápsulas de 28 expansores de superfície lisa e de 14 de superfície texturizada, para estudo da espessura e de possíveis diferenças histológicas. RESULTADOS: Não houve diferenças entre os dois tipos de expansor quanto aos aspectos clínicos, ao tempo efetivo de expansão e aos planos de inclusão. Na avaliação dos parâmetros histológicos, não foram observados valores significativamente diferentes segundo a superfície do expansor. Não houve correlação entre espessura e tempo de permanência, e a diferença entre as espessuras máxima e mínima foi considerada igual para os dois tipos de superfície. CONCLUSÕES: Não há diferenças significativas do ponto de vista histológico, nem razões clínicas, que indiquem vantagens de um ou outro tipo de expansor no processo de expansão tecidual.
2012
Tavares Filho,João Medeiros Cuzzi,Tulia Franco,Diogo Demolirani,Ivan Franco,Talita
Distribuição de queloide e cicatriz hipertrófica segundo fototipos de pele de Fitzpatrick
INTRODUÇÃO: Queloide e cicatriz hipertrófica são cicatrizes patológicas com natureza fisiopatogênica comum, denominadas, em conjunto, cicatrizes fibroproliferativas. São mais frequentes em indivíduos de pele mais escura. Contudo, a atual miscigenação dificulta o enquadramento dos pacientes com variadas tonalidades de pele em classificações morfológicas e estáticas (branco ou caucasoide, mulato, pardo, hispânico ou latino, amarelo ou oriental ou mongoloide e negro ou negroide), e diferentes quanto à exposição solar. Sabe-se que pessoas oriundas de países de clima temperado ou frio quando residem em países tropicais aumentam a incidência dessas cicatrizes, principalmente nas áreas de maior exposição solar. Uma relação entre as cicatrizes fibroproliferativas e os fototipos de Fitzpatrick, classificação dinâmica baseada no relato do paciente quanto a sua resposta cutânea após a exposição solar, poderia contribuir para a compreensão da fisiopatologia dessas cicatrizes. Este estudo teve como objetivo investigar a distribuição das cicatrizes fibroproliferativas segundo os fototipos de Fitzpatrick. MÉTODO: Foram avaliados 146 pacientes provenientes do Ambulatório da Disciplina de Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp, São Paulo, SP, Brasil), portadores de qualquer tipo de cicatriz fibroproliferativa, em um ou mais locais do corpo. As cicatrizes fibroproliferativas dos pacientes foram classificadas de acordo com os critérios de Muir em cicatriz tipo queloide (Long-term Evolution, LTE), cicatriz tipo hipertrófica (Short-term Evolution, STE) e cicatriz tipo mista (Intermediate Group, IG), e os tipos de pele foram classificados segundo os fototipos de Fitzpatrick. RESULTADOS: O fototipo Fitzpatrick III e a cicatriz mista foram mais frequentes entre os pacientes avaliados (P = 0,001). Houve associação (P = 0,025) entre as cicatrizes fibroproliferativas e os fototipos de Fitzpatrick, ou seja, quanto maior o fototipo maior a tendência de desenvolvimento de cicatrizes dos tipos queloide e mista. CONCLUSÕES: Os fototipos de pele segundo Fitzpatrick mostraram-se válidos como critério a ser utilizado em estudos de queloide e cicatriz hipertrófica.
2012
Hochman,Bernardo Farkas,Caroline Benevides Isoldi,Felipe Contoli Ferrara,Soraia Francisco Furtado,Fabianne Ferreira,Lydia Masako
Avaliação do nível de dor em pacientes submetidos a cirurgias plásticas estéticas ou reparadoras
INTRODUÇÃO: Estudos que quantificassem as cirurgias plásticas estéticas e reparadoras e avaliassem a dor pós-cirúrgica decorrente de tais procedimentos permitiriam a criação de protocolos de humanização do atendimento a esses pacientes, possivelmente sensibilizando os profissionais que com eles convivem diariamente. O objetivo deste estudo é avaliar o nível de dor em pacientes submetidos a cirurgias plásticas estéticas ou reparadoras. MÉTODO: Avaliação de 200 prontuários de pacientes operados no Hospital São Rafael (São Paulo, SP, Brasil), observando motivo de realização da cirurgia e quadro de dor. RESULTADOS: O número de pacientes que relatou dor forte ou intensa foi bastante reduzido. Dentre esses pacientes, todos foram submetidos a lipoaspiração, associada ou não à colocação de prótese de mama. CONCLUSÕES: Os protocolos pré, intra e pós-cirúrgicos relacionados aos procedimentos de lipoaspiração devem ser reavaliados, visando à redução da forte dor relatada pelos pacientes submetidos a esse tipo de procedimento.
2012
Santos,Naiane Paula dos Barnabé,Anderson Sena Fornari,João Victor Ferraz,Renato Ribeiro Nogueira
Alterações posturais em cirurgiões provocadas pela atividade profissional
INTRODUÇÃO: Qualquer desvio da postura padrão é considerado alteração postural, o que não é necessariamente classificado como doença, embora afete consideravelmente a qualidade de vida dos profissionais cirurgiões. O objetivo deste estudo foi avaliar o alinhamento e o controle posturais de médicos cirurgiões e não-cirurgiões, a fim de identificar e quantificar o posicionamento dos segmentos corporais e averiguar comparativamente possíveis alterações posturais. MÉTODO: Participaram do estudo 30 sujeitos no grupo teste (CI), que atenderam aos seguintes critérios de inclusão: ser médico, idade entre 30 anos e 60 anos, com, no mínimo, 2 anos de prática cirúrgica e 4 cirurgias semanais com duração de 2 horas cada uma. O grupo comparativo (CL) constituiu-se de 32 sujeitos, médicos clínicos, com idade similar ao do grupo CI. O grupo controle (CO) constituiu-se de 33 sujeitos não-médicos, com a mesma faixa etária dos grupos CL e CI, que atendiam aos seguintes critérios de exclusão: presença de dor musculoesquelética crônica ou dor aguda intensa; diagnóstico ou sequela de doença ortopédica, reumatológica ou respiratória; ou utilização de prótese. RESULTADOS: Observou-se alta incidência de alterações posturais no grupo CI, como joelho varo, hiperextensão, hiperlordose lombar e pé com maior apoio em calcâneo, além de outros desalinhamentos. Os resultados indicam que as atividades dos cirurgiões podem ser consideradas de risco para o sistema musculoesquelético. Por ser eminentemente cirúrgica, a especialidade de cirurgia plástica é de risco ainda maior. CONCLUSÕES: A atividade cirúrgica provoca alterações posturais progressivas nos cirurgiões, podendo reduzir a vida útil na profissão e prejudicar a qualidade de vida.
2012
Foss,Marcos Henrique Dall'Aglio Martins,Marielza R. Ismael Bozola,Antonio Roberto
Novo modelo animal para treinamento de rinoplastia
INTRODUÇÃO: A rinoplastia apresenta um conjunto único de desafios para o cirurgião plástico. Destreza cirúrgica exige longa curva de aprendizado, que pode trazer resultados, por vezes, problemáticos, especialmente para o iniciante em um procedimento tão complexo. Entender as bases anatômicas e as propriedades mecânicas dos componentes nasais é fundamental para obter resultados satisfatórios na rinoplastia. Para melhorar o treinamento do cirurgião iniciante em rinoplastia, grande variedade de modelos tem sido descrita, como nariz de porco ou coelho, cartilagem do esterno de frango, modelos de silicone e, até mesmo, modelo virtual tridimensional do nariz humano gerado por computador. Neste artigo é proposto o uso da cabeça de ovelha como modelo para reprodução dos passos técnicos da rinosseptoplastia, constituindo uma ferramenta para educação e pesquisa cirúrgica. MÉTODO: Várias cabeças de ovelha foram dissecadas de forma reprodutível e as cartilagens nasais foram modeladas em diferentes formas, tal como descrito na literatura para modelo humano. Suturas foram colocadas nas cartilagens para simular os passos da rinoplastia estruturada. RESULTADOS: O modelo de caprinos reproduziu estruturas similares, incluindo as cruras medial e lateral e os ângulos domais, além de proporcionar orientação cefálica apropriada. A cartilagem septal é abundante para simulação de enxertos e vários ossos estão disponíveis para fratura e raspagem. CONCLUSÕES: Com um número estimado de mais de um bilhão de ovelhas domésticas no mundo, esse modelo tem o potencial de melhorar os resultados na rinoplastia, proporcionando maior oportunidade de treinamento em um procedimento que requer precisão, conhecimento e arte.
2012
Dini,Gal Moreira Gonella,Hamilton Aleardo Fregadolli,Leandro Nunes,Bruno Gozzano,Ricardo
Resultados da ressecção de hemangiomas infantis nasais em fase proliferativa: abordagem segura para os tumores centrais da face
INTRODUÇÃO: O hemangioma infantil é o tumor benigno mais comum da infância, predominando na região cervicofacial. É caracterizado por apresentar 3 fases distintas, observando-se frequentemente regressão espontânea dessas lesões. No entanto, sequelas residuais ou deformidades das estruturas anatômicas em crescimento podem ocorrer. A abordagem cirúrgica precoce e definitiva é indicada, em decorrência da localização dos hemangiomas nasais e seu potencial desfigurante, visando à obtenção de bons resultados estéticos e preservação anatômica. O objetivo do presente estudo foi analisar os resultados da abordagem cirúrgica definitiva para hemangiomas proliferativos nasais, com base em uma avaliação objetiva. MÉTODO: No período de 1997 a 2009, 20 pacientes portadores de hemangiomas nasais em fase proliferativa foram submetidos a tratamento cirúrgico. As lesões foram avaliadas segundo local de acometimento e tratamento realizado. Foram analisados índices de complicações e necessidade de procedimentos adicionais. Os resultados estéticos foram avaliados por avaliadores independentes. RESULTADOS: As lesões estavam localizadas na ponta nasal em 50% dos pacientes; no dorso, em 20%; em todas as subunidades, em 15%; nas áreas paranasais, em 10%; e na unidade alar, em 5%. A ressecção foi total em 60% dos pacientes e subtotal em 40%. O período médio de acompanhamento foi de 42,6 meses. A média de procedimentos cirúrgicos por paciente foi de 1,3 + 0,7. Nenhuma complicação importante foi observada. Os resultados foram positivamente avaliados quanto a redução do volume da lesão e melhora do contorno facial, corroborando a conduta proposta. CONCLUSÕES: No manejo dos hemangiomas nasais, o tratamento cirúrgico definitivo pode ser considerado uma alternativa segura e eficaz, com baixas taxas de complicação.
2012
Goldenberg,Dov Charles Fernandes,Thadeu Rezende Rangel Hiraki,Patricia Yuko Smaniotto,Pedro Henrique de Souza Moura,Tatiana de Ferreira,Marcus Castro
Enxerto ósseo de olécrano para aumento do dorso nasal
INTRODUÇÃO: O planejamento cirúrgico nas rinoplastias para tratamento do "dorso em sela" apresentou grande avanço nas últimas décadas, em decorrência do melhor manejo de enxertos e implantes. Porém, a escolha desses materiais é tema de controvérsia e debates. As forças da cicatriz no nariz com deformidades tendem a subjugar qualquer tipo de reconstrução que não seja rígida ou semirrígida. Assim, o enxerto ósseo é uma boa opção, pois é estável, apresentando boa disponibilidade e confiabilidade nos resultados estéticos. O enxerto ósseo de olécrano é de fácil coleta, tem uma única espessura do córtex, característica importante para resistir à reabsorção, além de proporcionar resultado estético estável. Este trabalho tem como objetivo discutir as vantagens da utilização do enxerto ósseo de olécrano em rinoplastias e demonstrar a experiência com esse tipo de procedimento. MÉTODO: Estudo descritivo e retrospectivo, sendo realizada revisão dos prontuários de pacientes submetidos a enxerto ósseo de olécrano para aumento de dorso nasal, no período de janeiro de 2000 a janeiro de 2010, com acompanhamento por igual período, no Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital Daher Lago Sul (Brasília, DF, Brasil). O controle de possível reabsorção do enxerto foi realizado com medidas antropométricas do nariz em documentação fotográfica, além de controle radiológico do enxerto. RESULTADOS: Foram operados 9 pacientes, sendo obtidos bons resultados estéticos. Em nenhum dos métodos para controle de possível reabsorção do enxerto ficou evidenciada alguma perda de projeção ou sinais de reabsorção óssea no acompanhamento com até 6 anos de pós-operatório. CONCLUSÕES: O enxerto de olécrano demonstrou ser uma boa opção para rinoplastias primárias ou secundárias, no tratamento do "dorso em sela", não tendo sido demonstrada reabsorção a longo prazo ou morbidade da área doadora, com bons resultados estéticos, previsíveis e duradouros.
2012
Cosac,Ognev Meireles Pedroso,Diogo Borges Vasconcelos,Flavia Roberta Paes Souza,Renato Sérgio de Medeiros Amaral,Giuliano Trombetta
Uso de retalho cutâneo para reconstrução nasal após ressecção neoplásica
INTRODUÇÃO: A reconstrução nasal é sempre desafiadora para o cirurgião plástico. As perdas de substância nasal são causadas principalmente por ressecção de neoplasias de pele. Existem muitas alternativas para cobertura cutânea e os retalhos cutâneos constituem a melhor opção, tanto cosmética como funcional. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência do Serviço de Cirurgia Plástica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, RS, Brasil) na reconstrução de perdas de substância do nariz secundárias a ressecção oncológica, descrevendo os retalhos cutâneos mais utilizados para cobertura dos defeitos segundo a subunidade anatômica. MÉTODO: Foi realizada análise de 103 retalhos cutâneos nasais utilizados para reconstrução de 102 perdas de substância secundárias a neoplasia, em 96 pacientes operadosno período de dezembro de 2008 a dezembro de 2011. As perdas de substância foram mapeadas de acordo com as subunidades anatômicas descritas por Burget & Menick, sendo registrado o número de vezes em que cada opção de reconstrução foi utilizada em cada subunidade. RESULTADOS: A maioria dos pacientes era do sexo masculino (51%) e a média de idade do grupo estudado foi de 64,7 anos. Dentre os tumores cutâneos, o carcinoma basocelular foi o mais frequente (85,3%), seguido de carcinoma espinocelular (5,9%). Na asa nasal, o retalho mais utilizado foi o bilobado (44%); na região lateral, o retalho de avançamento em V-Y (72%); no dorso nasal, o retalho glabelar estendido (59,2%); na ponta, o retalho bilobado (46,2%); e no teto nasal, o retalho glabelar, utilizado em todos os casos. CONCLUSÕES: São múltiplas as opções cirúrgicas para reconstrução do nariz após cirurgia oncológica, devendo-se escolher a mais adequada para cada caso, respeitando-se os contornos e a anatomia nasal, de acordo com os princípios de Burget & Menick.
2012
Laitano,Francisco Felipe Teixeira,Lourenço Frigeri Siqueira,Evandro José Alvarez,Gustavo Steffen Martins,Pedro Djacir Escobar Oliveira,Milton Paulo de
Idade e indicações de osteotomias para avanço frontofacial em pacientes com craniossinostoses sindrômicas
INTRODUÇÃO: Desde o início da Cirurgia Craniofacial, muitos desafios foram ultrapassados. Problemas operatórios técnicos e de infraestrutura básica de atendimento especializado foram solucionados. Agora, 25 anos após as publicações iniciais dos avanços frontofaciais, há ainda algumas dúvidas quanto às indicações precisas da idade e do tipo de cirurgia a ser realizada. O objetivo deste estudo foi avaliar a evolução de pacientes submetidos a tratamento de craniossinostoses sindrômicas operados nos últimos 10 anos em nossa instituição. MÉTODO: Todos os pacientes sindrômicos submetidos a avanço frontofacial em monobloco ou somente facial isolado foram selecionados no período de 2001 a 2011. Foram selecionados 70 pacientes, 56 submetidos a avanço frontofacial em monobloco e 14, a avanço facial após remodelagem frontorbitária prévia. Todos os dados referentes a esses pacientes foram correlacionados, avaliando a idade e o resultado final. Os pacientes foram selecionados de acordo com idade à época da cirurgia, complicações existentes e resultados finais correlacionados com os principais problemas existentes previamente. RESULTADOS: Os pacientes sindrômicos apresentaram graus variados de resultados finais, dependendo da síndrome e da idade de realização do procedimento. Os avanços frontofaciais em monobloco apresentaram baixo índice de complicações pós-operatórias imediatas, porém ficou demonstrada a necessidade de procedimentos futuros ao final do crescimento facial. Nos pacientes submetidos a cirurgias mais tardiamente, o índice de resultados positivos foi maior. CONCLUSÕES: Nos casos de craniossinostoses graves, com problemas funcionais, a indicação de avanço frontofacial em monobloco continua sendo a melhor opção terapêutica.
2012
Alonso,Nivaldo Matushita,Hamilton Goldenberg,Dov Charles Bastos,Endrigo Oliveira
Reconstrução de grandes defeitos de couro cabeludo e fronte em oncologia: tática pessoal e experiência - análise de 25 casos
INTRODUÇÃO: Neoplasias malignas extensas em couro cabeludo e fronte tornam-se um desafio para o cirurgião plástico, em decorrência das particularidades anatômicas da região. Apesar da existência de muitas técnicas para o reparo dos defeitos, a reconstrução ideal depende da avaliação criteriosa de cada caso clínico e tem por finalidade alcançar o melhor resultado, tanto funcional como estético, com mínima morbidade no sítio doador. O objetivo deste estudo é avaliar uma série de pacientes submetidos a reconstrução imediata após ressecção oncológica em couro cabeludo e fronte, demonstrando tática pessoal e experiência do autor. MÉTODO: Trata-se de análise retrospectiva de 25 pacientes operados no período de junho de 2009 a junho de 2011, submetidos a reconstrução de couro cabeludo e da fronte após tratamento de câncer de pele avançado dessa região. Foram estudados os seguintes parâmetros: sexo, idade, diagnóstico, estadiamento clínico, localização e dimensão do defeito, tática de reparo, complicações e estado clínico atual. RESULTADOS: Amostra composta de 25 pacientes, sendo 60% homens, com média de idade de 64,8 anos. O estádio clínico III foi o mais frequente (88%), o diagnóstico de maior incidência foi o de carcinoma espinocelular (84%) e a região biparietal foi a localização mais atingida (20%). O tamanho dos defeitos variou de 3,8 cm x 3,5 cm a 22,9 cm x 15 cm. A técnica de reparo mais utilizada (80%) foi a confecção de retalho local. Ocorreram 2 (8%) casos de necrose parcial do retalho e 1 (4%) caso de perda parcial do enxerto. Todos os pacientes estão vivos, dos quais apenas um apresenta sinais de neoplasia maligna em atividade (recidiva tumoral e fora de possibilidade terapêutica). Quanto aos aspectos funcional e estético, tanto o autor como os pacientes consideram o resultado bom. CONCLUSÕES: Na literatura internacional, são descritas várias técnicas de reconstrução do couro cabeludo. Na maioria dos casos com grande perda de tecidos moles, os retalhos microcirúrgicos são as opções mais aceitas. A reconstrução com retalhos locais de avanço constitui opção bastante segura e apresenta resultados favoráveis, com realização técnica mais simples e taticamente ideal para aqueles casos limítrofes de operabilidade.
2012
Souza,Cleyton Dias
Redução da região frontal com incisão pré-capilar: relato de experiência e indicações
INTRODUÇÃO: A testa longa pode dar uma aparência menos atraente, desproporcional e caracterizar o envelhecimento. O objetivo deste trabalho é demonstrar a experiência dos autores na redução da região frontal com incisão pré-capilar e reforçar as indicações desse procedimento. MÉTODO: Foram estudados, retrospectivamente, pacientes submetidos a redução da região frontal por incisão pré-capilar, no período de 2005 a 2011. As indicações para incisão anterior na linha do cabelo foram ptose da sobrancelha, em pacientes que possuíam cabelos frontais finos e escassos, testa longa congênita ou enrugamento amplo de testa. RESULTADOS: A incisão pré-capilar foi realizada em 31 pacientes, com acompanhamento médio de 1,5 ano. Não houve problemas relacionados à vascularização do retalho. Todos os pacientes relataram parestesia temporária, com recuperação em até 1 ano. Três pacientes apresentaram seromas no pós-operatório, tratados com punção. Todos os pacientes relataram que os benefícios da redução da linha do cabelo ultrapassaram as desvantagens de uma cicatriz possivelmente mais visível. CONCLUSÕES: O procedimento de ritidectomia frontal com incisão pré-capilar é indicado para pacientes com cabelos frontais finos e escassos, com enrugamento amplo da testa ou com testa longa congênita/senil e que desejem reduzi-la.
2012
Rodrigues Neto,José Nava Pedroso,Diogo Borges Vasconcelos,Flávia Roberta Paes Cintra Júnior,Ricardo Borgatto,Marina de Souza Câmara Filho,João Pedro Pontes