Repositório RCAAP
ACIDÚRIA METILMALÓNICA COM HOMOCISTINÚRIA, TIPO COBALAMINA C: FENÓTIPO OFTALMOLÓGICO
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2015
Figueiredo, Ana Macedo, Mafalda Miranda, Vasco Parreira, Ricardo Menéres, Pedro
Melanoma da íris em idade pediátrica
Objectivos: Relato de um caso clínico referente a um melanoma da íris em idade pediátrica, tratado com feixe de protões externo, seus resultados e complicações associadas. Métodos: Criança de 8 anos de idade, com lesão pigmentada inferotemporal da íris do olho esquerdo. A lesão foi interpretada como um nevus da íris e documentada através de fotografias seriadas do segmento anterior e biomicroscopia ultra-sónica. Verificou-se crescimento da lesão e perante esta evolução, assumiu-se a hipótese de melanoma difuso da íris. Foi realizada radioterapia com feixe de protões externo. Resultados: Após 18 meses de radioterapia, desenvolveu catarata subcapsular posterior no olho esquerdo, tendo sido submetido a cirurgia de facoemulsificação. Com 5 meses de seguimento, a acuidade visual é de 10/10, sem complicações a relatar. Três anos após a radioterapia, não se observa qualquer recorrência do tumor nem evidência de doença metastática. Conclusões: A radioterapia com feixe de protões foi uma opção terapêutica com boa resposta e bem tolerada. A principal complicação foi o desenvolvimento de catarata, que, embora constituísse um desafio cirúrgico, foi resolvida com sucesso. O uso de micro-incisão, capsulorexis posterior e triamcinolona intracamerular asseguram mais rápida recuperação visual e transparência do eixo visual, com menor inflamação.
Lentes Multifocais - actualização em 2015
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Neuropatia Óptica Tóxica causada por Dissulfiram
Objetivos: O dissulfiram é utilizado no tratamento do alcoolismo crónico há mais de 50 anos. Este fármaco interfere no metabolismo do etanol e encoraja a abstinência por causar sintomas desagradáveis com a ingestão concomitante de álcool. Efeitos adversos incluem casos raros de neuropatia óptica bilateral. O objetivo deste artigo é descrever um caso clínico de neuropatia óptica tóxica causada por dissulfiram. Métodos: Descrição do caso clínico e breve revisão bibliográfica. Resultados: Reporta-se o caso de um homem de 56 anos, tratado nos últimos 7 anos com dissulfiram por alcoolismo crónico, que recorreu ao Serviço de Urgência de Oftalmologia por diminuição da acuidade visual bilateral severa com 2 meses de evolução, associada a uma neuropatia óptica. Extensa investigação etiológica revelou como causa provável uma neuropatia óptica tóxica causada pelo dissulfiram. A interrupção do dissulfiram resultou em rápida e significativa recuperação visual. Conclusões: Na presença de uma neuropatia óptica com suspeita de toxicidade pelo dissulfiram, a cessação do fármaco é mandatória. O prognóstico visual é habitualmente bom, conforme ilustrado no nosso caso e descrito na literatura.
2015
Lemos, José Alberto Ribeiro, Isabel Martins, João Menezes, Carlos Gonçalves, Rita Coelho, Pedro Maio, Tiago
OCT ANGIOGRAPHY: REDEFINING STANDARDS
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Pars Plana Vitrectomy in Proliferative Diabetic Retinopathy – Retrospective Analysis of Results and Complications
Purpose: To analyze the results and complications of pars plana vitrectomy (PPV) in the treatment of patients with proliferative diabetic retinopathy (PDR). Methods: Retrospective study of all patients that underwent PPV for PDR in the period between April 2012 and June 2014 and with a minimum follow-up of 2 months. Data collected included baseline demographics, best-corrected visual acuity (BCVA), indications for surgery, complications, anatomic and functional success. Results: One hundred and eight eyes of 85 patients underwent PPV for PDR in the referred period. Patient’s mean age was 62.45±10.89 years, with female predominance (55.3%). Mean follow-up time was 12.24 months. Preoperative mean BCVA was 1.37±0.69 logarithm of the minimum angle of resolutions (logMAR). The three main indications for surgery were: vitreous haemorrhage (VH) in 68 eyes, tractional retinal detachment (TRD) in 9 eyes and VH associated with TRD (11 eyes). Fifty-nine eyes underwent phacoemulsification in the same surgery. In the last follow-up appointment, mean BCVA was superior to that registered preoperatively (0.87±0.76 logMAR, p <0.001). Global functional success rate was 80.6%, and it was superior in the HV group (89.7%). Anatomic success rate was 98.1%. Conclusions: Our study suggests PPV can be used successfully to treat PDR complications and often results in patient’s visual acuity improvement.
2017
Lemos, José Alberto Carvalho, Rui Teixeira, Carla Martins, Joana Neves Menezes, Carlos Gonçalves, Rita Coelho, Pedro Maio, Tiago
TÉCNICA DE PELAGEM DA MEMBRANA LIMITANTE INTERNA COM FLAP INVERTIDO NOS BURACOS MACULARES - A NOSSA EXPERIÊNCIA
Objetivos: Análise dos resultados anatómicos e funcionais da técnica de pelagem da membrana limitante interna (MLI) com flap invertido nos buracos maculares. Material e métodos: Estudo retrospetivo não comparativo de 40 buracos maculares de 39 doentes submetidos a vitrectomia com a técnica de pelagem da MLI com flap invertido e tamponamento com gás, entre Julho 2009 e Julho de 2014, no serviço de Oftalmologia do Centro Hospitalar do Porto. Foram registados os seguintes parâmetros: dados epidemiológicos, estado fáquico, etiologia, duração dos sintomas, diâmetro mínimo dos buracos maculares, melhor acuidade visual corrigida (pré e pós-operatória), taxa de encerramento e complicações per e pós-operatórias. Resultados: Antes da cirurgia, 57.5% (23) dos olhos eram fáquicos sendo os restantes pseudofáquicos. Relativamente à etiologia: 75% (30) dos casos eram primários, 17.5% (7) ocorreram após vitrectomia prévia por descolamento de retina e 7.5% (3) estavam associados a alta miopia, tendo-se registado uma duração média da sintomatologia de 23 meses (entre 1 e 140 meses). A média do diâmetro mínimo dos buracos maculares analisados foi de 533 µm (entre 282 µm e 878 µm) e a melhor acuidade visual corrigida média pré-operatória foi de 0.088. A taxa de encerramento dos buracos maculares foi de 100%, com um caso de encerramento em flat-open. Observou-se uma melhoria da acuidade visual para 0.36. Conclusões: A técnica de pelagem da membrana limitante interna com flap invertido permite obter uma elevada taxa de encerramento dos buracos maculares com ganho significativo da acuidade visual, independentemente da longa duração e do tamanho.
Paracentral Acute Middle Maculopathy: a novel clinical finding
Not applicable.
MIOPIA PATOLÓGICA – novos conceitos e achados OCT
A miopia patológica é uma causa importante de cegueira, com prevalência crescente nos países desenvolvidos e em idades progressivamente mais jovens. É-lhe tradicionalmente atribuída uma forte componente genética, reconhecendo-se hoje fatores ambientais que podem limitar a sua progressão. Embora em muitos casos o agravamento da acuidade visual fosse atribuído à presença de neovascularização coroideia, descolamento de retina ou desenvolvimento de buraco macular, noutros esta progressão permanece por explicar. Novas técnicas de tomografia por coerência óptica permitiram recentemente a descoberta de entidades patológicas relacionadas com a maculopatia miópica, que abrem portas ao avanço na compreensão fisiopatológica da doença e na sua abordagem terapêutica, particularmente cirúrgica. Salientam-se os fenómenos de foveosquisis miópica, cavitação intracoroideia, tração vítrea paravascular (com formação de quistos, micropregas e defeitos lamelares) e fenómenos de distorção macular que revemos neste trabalho.
Paracentese diagnóstica da câmara anterior - quando e como?
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Internal limiting membrane inverted flap technique: a new paradigm in large macular holes surgery
Purpose: To evaluate the efficacy and safety of the internal limiting membrane (ILM) inverted flap technique (IFT) in large macular hole (MH) surgery. Material and Methods: Retrospective analysis of eyes of patients with large MHs who underwent vitrectomy with ILM IFT between January 2013 and December 2014, with a minimum follow-up of 6 months. Myopic macular holes were excluded. We evaluated best-corrected visual acuity (BCVA), hole closure documented by OCT and complications. We compared preoperative and postoperative values. The Wilcoxon test was used for comparing BCVA (p <0.05). Results: 17 eyes of 17 patients with a mean age of 63.24 years were studied. 76.5% of eyes had primary MHs, 11,8% post-vitrectomy and 11,8% post-traumatic. Mean minimum MH diameter was 578,5 ± 147μm and the mean MH duration was 35,9 months. According to lens status, 47,1% were phakic, 11,8% had cataract and 41,2% were pseudophakic. Concomitant cataract surgery was performed in 47,1% of cases. At the mean follow-up of 7,76 months, closure rate was 100%, with BCVA improving from 1,20 ± 0,48 to 0,68 ± 0,36 logMar units. All patients improved BCVA, with 64,7% gaining two or more Snellen lines of BCVA. Complication rate was 5.6%. Conclusions: ILM IFT is an effective and safe technique in MH surgery. In this study, with large MH, the anatomic success rate was 100% and BCVA improvement was significant.
2015
Menezes, Carlos Lemos, José Alberto Carvalho, Rui Serino, Josefina Gonçalves, Rita Vieira, Bruna Cardoso Maio, Tiago Tenedório, Paula
10 anos de experiência no tratamento de retinoblastoma
Objectivo: Descrever a experiência do Serviço de Oftalmologia do Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca no diagnóstico e tratamento de retinoblastoma entre Janeiro de 2004 e Dezembro de 2014. Métodos: Revisão retrospectiva dos processos clínicos e exames complementares de diagnóstico. Resultados: Foram tratados dezasseis doentes no período em estudo, sendo cinco casos bilaterais. O diagnóstico foi estabelecido em média aos 27 meses de idade e a forma de apresentação mais frequente foi leucocória. Dois casos apresentavam história familiar. O tempo médio de seguimento foi de 51,6 meses. Um dos doentes desenvolveu um pineoblastoma, tendo acabado por falecer de complicações relacionadas com a quimioterapia sistémica. De entre as 16 crianças, 11 realizaram quimioterapia sistémica. Nove olhos foram submetidos a enucleação, dois deles após falência da terapêutica conservadora. Os restantes doze olhos foram sujeitos a tratamento conservador, cinco dos quais exclusivamente em Portugal, recorrendo a quimioterapia sistémica, crioterapia e fotocoagulação com LASER. Oito doentes (nove olhos) foram encaminhados para o Hôpital Ophtalmique Jules Gonin na Suíça, para complementar a terapêutica realizada. Conclusões: O tratamento do retinoblastoma tem evoluído nos últimos anos. As novas opções para tratamento local, mais eficazes e seguras, têm tornado possível cada vez mais preservar a vida, o órgão e a função. No entanto, para o sucesso terapêutico é fundamental o diagnóstico precoce.
2015
Santos, Cristina Coutinho, Inês Azevedo, Ana Rita Constantino, Cláudia Pereira, Filomena Sousa, Ana Berta Laranjeira, José Cabral, João Teixeira, Susana
Phakic Intraocular lens- a review
Introduction: Intraocular refractive procedures with the implantation of a Phakic Intraocular lens have become a safe efficient and predictable alternative for treating high ametropias when the use of corneal photoablative procedures is not possible. The implantation of Phakic intraocular lens preservs the accomodative function,is a reversable refractive procedure, with minimal induction of higher order aberrations compaed with corneal photoablative procedures. Methods: An analytical review of phakic intraocular lens was performed. Results: Critical issues of phakic intraocular lens indications, ancillary tests, options regading models designs, ranging, sizing , safety matters and surgicak care was discussed. Conclusion: Severl studies have demonstraded that phakic intraocular lens have a good predictability, stability and long term safety
INTRAVITREAL INJECTION OF PHARMACOLOGICAL AGENTS: FROM CLINICAL TRIAL TO CLINICAL PRACTICE
Intravitreal delivery bypasses the blood-retinal barrier, leading to a higher intraocular drug concentration for a longer period of time, while lessening the systemic toxicity. A wide variety of intravitreal pharmacological agents has been used: anti-infective (antibiotic, antifungal, and antiviral), anti-inflammatory (nonsteroidal anti-inflammatory agents, steroids and immunomodulators), anticancer agents, gas, anti-vascular endothelium growth factor (VEGF), among others1. Over the last decade, intravitreal corticosteroids and/or anti-VEGF have become the therapeutic backbone of several retinal disorders, including age-related macular degeneration (AMD), diabetic retinopathy (DR), retinal vein occlusions (RVO) and myopic neovascularization. Industry supported clinical research has helped propelling several drugs with encouraging visual and anatomic outcomes. With numerous novel therapies currently being investigated in clinical trials, the number of available drugs will likely continue to rise. High-quality imaging and the application of pharmacogenomic principles are probably guiding future therapies that through a comprehensive approach will hopefully meet the patients’ needs and expectations. We should keep in mind that everyday clinical practice differs greatly from a clinical trial setting and this inevitably affects the treatment results. The dependence on the center’s resources (public or private) and agenda may delay the beginning of treatment, the interval between injections, between evaluations and injections (when performed separately), and even follow-up appointments. This usually leads to poorer than expected visual outcomes, patient dissatisfaction and physician frustration. Lack of patient motivation directly disturbs compliance and a vicious circle ensues. In order to provide the best possible treatment to our patients in a clinical setting, a balance between cost, effectiveness, compliance and agenda needs to be found. The purpose of this paper is (1) to review the available drugs for intravitreal use, (2) to explore their approved indications and off-label use in the management of retinal diseases and (3) to present the treatment protocols currently being used at the Retinal Department of the Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Coimbra, Portugal.
Chorioretinal atrophy in a patient with Buerger's disease
RESUMO A doença de Buerger é uma vasculopatia inflamatória oclusiva que afecta os vasos de pequeno e médio calibre, sobretudo arteriais, das extremidades e que está associada ao tabagismo. O envolvimento visceral é pouco frequente e as complicações oculares são ainda mais raras, eventualmente caracterizadas por oclusões vasculares retinianas. Reportamos o caso de um doente com doença de Buerger com diversas complicações sistémicas associadas que se apresentou com diminuição progressiva e bilateral da acuidade visual. À observação oftalmológica, registou-se uma atrofia coriorretiniana difusa em ambos os olhos com marcado prolongamento do tempo braço-retina na angiografia fluoresceínica. O doente negou quaisquer antecedentes familiares compatíveis com distrofias coriorretinianas. Para o nosso conhecimento, este é o primeiro caso publicado de doença de Buerger com complicações oculares graves associadas. Palavras chave: Buerger, coriorretiniana, atrofia, vasculopatia, oclusão ABSTRACT Buerger's disease is an occlusive inflammatory vasculopathy of the small and medium-sized vessels, predominantly arterial, of the extremities largely associated with smoking. Visceral involvement is uncommon and ocular complications are even rarer, possibly characterized by retinal vascular occlusions. We report a case of a patient diagnosed with Buerger's disease with important systemic vascular involvement who presented with progressive bilateral visual acuity decrease. Careful ophthalmological examination revealed a diffuse chorioretinal atrophy in both eyes and markedly delayed arm-to-retina time in fluorescein angiography. There was no family history of retinal dystrophies. To our knowledge, this is the first reported case of Buerger's disease with such dramatic ocular manifestations. Keywords: Buerger, chorioretinal, atrophy, vasculopathy, occlusion
2015
Marques, André Salgado Portelinha, Joana Almeida, Ana Catarina Guedes, Marta
Unusual bilateral retinitis secondary to Rickettsia conorii infection
Summary Retinitis can be caused by a number of reasons, namely infectious or autoimmune, and the correct diagnosis is fundamental in order to provide the best treatment and to prevent irreversible visual loss. We report a case of a young healthy man who presented with bilateral multifocal retinitis with perilesional vascular involvement following a febrile period and a cutaneous rash. Despite some initial pitfalls, a diagnosis of Rickettsia conorii was finally made and appropriate treatment was provided. To our knowledge, this is one of the few reported cases of posterior uveitis due to rickettsiosis in which rare ocular complications are seen, including bilateral macular edema with foveal detachment and macular star development, and in which treatment with systemic corticosteroids was provided due to sight-threatening lesions. Key-words: Rickettsia, conorii, uveitis, retinitis, rash Resumo Um quadro de retinite pode ter diversas causas, nomeadamente infecciosas ou auto-imunes, sendo o diagnóstico correcto fundamental para o melhor tratamento e prevenção de perda visual irreversível. Comunicamos o caso de um homem saudável que se apresentou com um quadro de retinite bilateral multifocal com envolvimento vascular perilesional após um período febril e exantema cutâneo. Após algumas dificuldades iniciais, o diagnóstico de infecção por Rickettsia conorii foi estabelecido e administrado o devido tratamento. Para o nosso conhecimento, este é um dos poucos casos publicados de uveíte posterior secundária a rickettsiose no qual se verificaram complicações oculares raras, incluindo edema macular bilateral com descolamento neurossensorial da fóvea e desenvolvimento de estrela macular, e para as quais se recorreu também a corticoterapia sistémica devido ao risco elevado de perda visual. Palavras-chave: Rickettsia, conorii, uveíte, retinite, rash
2015
Marques, André Salgado Simões, Pedro Santana Guedes, Marta
Aplicações do laser fentossegundo na prática clínica atual
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PARALISIA DO VI PAR CRANIANO: RESULTADOS CIRÚRGICOS
Objetivos: Avaliar as características clínicas de um grupo de doentes com paralisia do VI par craniano submetidos a tratamento cirúrgico e respetivos resultados. Material e Métodos: Estudo retrospetivo de 12 doentes do IOGP com o diagnóstico de paralisia do VI par craniano, tratados cirurgicamente. Avaliaram-se: idade de diagnóstico; etiologia; dominância ou não dominância do olho afetado; tratamento anterior com toxina botulínica tipo A (TBA); desvio pl e pp, diplopia, torcicolo e grau de limitação da abdução antes e após cirurgia; tipo de cirurgia realizado; necessidade de reintervenção ou de prismas. Resultados: A idade média de diagnóstico foi: 57,33 anos. Todos os doentes foram submetidos a tratamento prévio com TBA. A média dos desvios pl e pp antes da cirurgia foi: 42,17 DP BE e 35,33 DP BE, respetivamente. 6 doentes foram submetidos a cirurgia de transposição muscular, 4 doentes a cirurgia de recessão-resseção e num doente foi efetuada cirurgia de recessão-plissamento. Um dos doentes teve como complicação cirúrgica a rotura do músculo reto interno, não tendo sido cumprida a cirurgia de suplência muscular proposta. Em 8 doentes (66,67%) verificou-se sucesso terapêutico. Em 10 casos (83,33%) houve melhoria da abdução. Houve necessidade de reintervenção em 4 doentes (33,33%), num dos quais por recidiva. Conclusões: A TBA tem um papel importante no diagnóstico de paralisia versus paresia do VI par craniano. Quando se verifica paralisia completa do músculo reto externo, a cirurgia de suplência muscular é eficaz em aumentar o campo de visão binocular sem diplopia, não restituindo a abdução completa.
2015
Gomes, Irina Ramos Seldon, Raquel Varandas, Gabriela Vieira, Maria de Lourdes
Neovascularização coroideia de causa inflamatória: Opções terapêuticas
Introdução: Uma complicação das doenças oculares inflamatórias é a neovascularização coroideia (NVC). Apesar de ser rara, é uma causa importante de perda de visão nestes doentes. As opções terapêuticas incluem, além do tratamento dirigido à doença inflamatória, a fotocoagulação a LASER, terapia fotodinâmina com verteporfina (TFD) e, mais recentemente, agentes farmacológicos anti-VEGF. Objectivo: Analisar uma série de 10 casos de NVC de etiologia inflamatória. Métodos: Os autores descrevem uma série de 10 casos (10 olhos) de NVC de causa inflamatória. Os parâmetros analisados incluem: etiologia da uveíte, localização da NVC, evolução das acuidades visuais e da espessura macular central (EMC) após TFD ou injecção intravítrea (IV) de fármacos anti-VEGF (bevacizumab ou ranibizumab). Resultados: Na série apresentada, a coroidite multifocal surge como a etiologia mais frequente. Apenas um doente apresentava NVC extrafoveal (justapapilar), sendo que 5 apresentavam NVC justafoveal e 4 NVC subfoveal. Seis doentes foram tratados com IV anti-VEGF, com uma média de 3 IV e quatro doentes foram submetidos a TFD, com uma média de 2 sessões. No grupo tratado com IV, assistiu-se a melhoria das acuidades visuais em 5 casos. No grupo tratado com TFD verificou-se melhoria da AV em 2 doentes e a manutenção da mesma acuidade visual em 2 doentes. Observou-se uma diminuição da EMC em todos os doentes, sendo esta mais marcada no grupo tratado com IV anti-VEGF. Discussão / Conclusão: A NVC é uma complicação grave das doenças inflamatórias, para a qual não existem guidelines de tratamento. Apesar de a nossa amostra ser pequena, os resultados parecem mostrar um bom outcome nos doentes tratados com IV anti-VEGF, sugerindo assim que esta é uma opção terapêutica importante para estes doentes. Enfatizamos a importância da realização de estudos multicêntricos, randomizados e controlados para validar esta opção terapêutica.
Fibras nervosas retinianas mielinizadas associadas a miopia e ambliopia
Introdução: A presença de fibras nervosas mielinizadas na retina está descrita em cerca de 1% da população. Os doentes são habitualmente assintomáticos, embora possam coexistir outras alterações oculares como miopia e ambliopia. Material e Métodos: Descrevem-se 3 casos de crianças com fibras nervosas retinianas mielinizadas unilaterais, associadas a miopia e ambliopia. Resultados: A idade das crianças variou entre 1 e 7 anos. O olho afectado foi o olho direito. A melhor acuidade visual corrigida do olho afectado variou entre 1/10 e 8/10; uma das crianças apresentava uma ambliopia ligeira e duas crianças apresentavam ambiopia grave. Os erros refractivos variaram entre -9,00D e -3,00D. A anisometropia variou entre 10D e 3D.Foi realizado o tratamento da ambliopia com oclusão. No caso 1 a acuidade visual do olho direito melhorou para 10/10. No caso 2 não foi efectuado follow up por abandono da consulta. No caso 3 a acuidade visual do olho direito melhorou para 2/10 após 12 meses de oclusão. As lesões descritas na retina não progrediram. Discussão: A miopia ocorre em olhos com mielinização extensa das fibras nervosas. Permanece a dúvida se esta mielinização é causa ou resultado da miopia. A causa de ambliopia nestes doentes gera controvérsia, podendo ser anisomiópica ou secundária a alterações estruturais da retina e/ou nervo óptico pelas fibras mielinizadas. A gravidade da ambliopia e da anisometropia poderá correlacionar-se com o sucesso terapêutico, o que está de acordo com os nossos resultados. Conclusão: Apesar do prognóstico reservado salienta-se a importância do exame oftalmológico completo, correcção óptica adequada e tratamento da ambliopia nestes doentes.
2015
Borges, Bárbara Cabugueira, Ana Anjos, Rita Paixão, Ana Marques, Margarida Toscano, Alcina