Repositório RCAAP
Novas espécies de Staurogyne Wall. (Acanthaceae) para o Brasil
O gênero Staurogyne Wall. reúne cerca de 140 espécies tropicais, com 28 destas reconhecidas para os neotrópicos, encontradas principalmente em áreas florestais preservadas. A revisão atualizada do gênero para as Américas revelou quatro espécies inéditas para o território brasileiro, aqui descritas. Os novos táxons são conhecidos para os Estados de Goiás, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, três na Floresta Pluvial Atlântica, e uma nas matas de galeria, nos domínios do cerrado.
2006
Braz,Denise Monte Monteiro,Reinaldo
Fecundidade, dispersão e predação de sementes de Archontophoenix cunninghamiana H. Wendl. & Drude, uma palmeira invasora da Mata Atlântica
Conhecer a biologia de espécies invasoras pode auxiliar na escolha de estratégias de manejo visando seu controle. Este estudo enfoca a fenologia, produção e dispersão de sementes de Archontophoenix cunninghamiana, uma palmeira nativa da Austrália que está invadindo fragmentos de Mata Atlântica. O estudo foi desenvolvido num fragmento florestal de 10 ha (Mata da Cuaso 23º34' S, 46º43' W). Archontophoenix produziu frutos ao longo do ano, apresentando frutos maduros principalmente de outubro a fevereiro. As árvores atingem a maturidade com 18,5 cm DAP, cada uma produzindo 4.119 ± 1.922 sementes ano-1. Aves dispersam as sementes de Archontophoenix e 15% das sementes sobrevivem a predação pós-dispersão até o tempo requerido para germinação. O padrão espacial de predação pós-dispersão e a ausência de predadores de sementes pré-dispersão sugerem a ausência de predadores de sementes de Archontophoenix especializados, conforme predito pela hipótese de liberação de inimigos naturais. Dados deste e de outros estudos indicam um aumento expressivo na produção de sementes de A. cunninghamiana no fragmento em poucos anos. Archontophoenix pode estar se beneficiando da ausência de Euterpe edulis Mart., uma palmeira nativa que possui biologia similar e que foi extinta localmente devido à ação humana. Recomendações para controlar a invasão incluem a remoção contínua de todos Archontophoenix maiores que 15 cm DAP no fragmento e o estabelecimento de uma zona tampão ao redor do fragmento livre de Archontophoenix para dificultar a chegada de propágulos.
2006
Christianini,Alexander V.
Fenologia de Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl. (Sapotaceae) em floresta semidecídua do Sul do Brasil
A fenologia de Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl. foi investigada de maio de 1995 a dezembro de 1997 em uma floresta semidecídua do Sul do Brasil (23º27' S e 51º15' W). Quarenta indivíduos foram observados mensalmente, com anotações sobre queda e brotamento das folhas, floração e frutificação. A abscisão de folhas ocorreu durante o período seco enquanto que o brotamento, a floração e a dispersão ocorreram no início do período úmido. Observou-se sincronia alta entre os indivíduos para todas as fenofases, exceto para a frutificação. A maioria dos indivíduos floresceu anualmente, embora nem todos frutificaram anualmente. A queda de folhas correlacionou-se com a precipitação e a temperatura, enquanto que a floração correlacionou-se com o fotoperíodo.
2006
Bianchini,Edmilson Pimenta,José Antonio Santos,Flavio Antonio Maës dos
Pitcairnia L'Hér. (Bromeliaceae): uma nova espécie, P. azouryi Martinelli & Forzza, e observações sobre P. encholirioides L. B. Sm.
Uma nova espécie de Pitcairnia oriunda da costa leste do Brasil é descrita e ilustrada. P. azouryi, pode ser diferenciada das demais espécies brasileiras do gênero por apresentar flores muito desenvolvidas (10-18 cm compr.) e reflexas após a fecundação, lâmina decídua por zona de abscisão 4-6,5 cm acima da bainha, aculeada somente na porção marcescente. Também é apresentada a descrição e ilustração de P. encholirioides L.B.Sm., espécie endêmica do Rio de Janeiro e até então conhecida apenas pela coleção-tipo e por sua diagnose, que não contemplava todos os caracteres relevantes para definir a espécie e são aqui descritos.
2006
Martinelli,Gustavo Forzza,Rafaela Canpostrini
Assessment of silver-stained AFLP markers for studying DNA polymorphism in proso millet (Panicum miliaceum L.)
Proso millet (Panicum miliaceum L.) is a serious weed in North America. A high number of wild proso millet biotypes are known but the genetic basis of its phenotypic variation is poorly understood. In the present study, a non-radioactive silver staining method for PCR-Amplified Fragment Length Polymorphism (AFLP) was evaluated for studying genetic polymorphism in American proso millet biotypes. Twelve biotypes and eight primer combinations with two/three and three/three selective nucleotides were used. Pair of primers with two/three selective nucleotides produced the highest number of amplified DNA fragments, while pair of primers with three/three selective nucleotides were more effective for revealing more polymorphic DNA fragments. The two better primer combinations were EcoR-AAC/Mse-CTT and EcoR-ACT/Mse-CAA with seven and eleven polymorphic DNA fragments, respectively. In a total of 450 amplified fragments, at least 339 appeared well separated in a silver stained acrylamide gel and 39 polymorphic DNA bands were scored. The level of polymorphic DNA (11.5%) using only eight pairs of primers were effective for grouping proso millet biotypes in two clusters but insufficient for separating hybrid biotypes from wild and crop. Nevertheless, the present result indicates that silver stained AFLP markers could be a cheap and important tool for studying genetic relationships in proso millet.
2006
Karam,Décio Westra,Philip Niessen,Scott J. Ward,Sarah M. Figueiredo,José Edson Fontes
Brazilian soybean Glycine max (L.) Merr. cultivars adapted to low latitude regions: seed composition and content of bioactive proteins
Among the goals of the Brazilian soybean improvement programmes, the breeding strategies for cultivars adapted to low latitudes have been included to extend crop areas and to increase production. Seeds of nine Brazilian soybean cultivars adapted to low latitudes were investigated regarding to their composition, and amino acid and antinutritional/toxic protein contents. Protein (394.5 ± 13.1 to 445.3 ± 8.0 g kg-1 dry matter) and oil (200.6 ± 1.2 to 232.3 ± 4.7 g kg-1 dry matter) contents showed low correlation to each other (r = -0.06). The total carbohydrate (141.7 ± 6.1 to 211.1 ± 15.0 g kg-1 dry matter) and ash contents (48.2 ± 4.2 to 52.2 ± 0.5 g kg-1 dry matter) were similar to data available for other soybean cultivars. All soybean cultivars presented low levels of tryptophan and sulphur amino acids. The lectin (1,152 to 147,456 HU kg-1 flour), trypsin inhibitor (34.45 ± 2.28 to 77.62 ± 2.63 g trypsin inhibited kg-1 flour), toxin (6,210 ± 134 to 34,650 ± 110 LD50 kg-1 flour) and urease (0.74 ± 0.02 to 1.22 ± 0.10 g kg¹ flour) presented variations in their contents amongst the cultivars. Compared to other soybean cultivars, urease was higher, the acute toxicity lower and the lectin and trypsin inhibitor contents similar to data available. In general, soybean cultivars showed similar biochemical composition to those developed in different geographic regions. The relevance of these findings to the agronomic features and to choice of soybean cultivars to be used as food or feed is discussed.
2006
Vasconcelos,Ilka M. Campello,Claudio C. Oliveira,José Tadeu A. Carvalho,Ana F. Urano Souza,Daniele O. Bezerra de Maia,Fernanda M.M.
Comportamento fenológico de espécies lenhosas em um cerrado sentido restrito de Brasília, DF
Neste estudo nós acompanhamos a fenologia de 19 espécies lenhosas de um cerrado sentido restrito na Reserva Ecológica do IBGE (15º55'06"-15º57'57" S e 47º51'22"-47º54'07" W), Brasília, DF. Censos quinzenais de observação foram realizados entre agosto de 2000 e outubro de 2003. A região apresenta uma evidente sazonalidade climática, com um período quente e chuvoso entre outubro e abril e um período frio e seco entre maio e setembro. A vegetação estudada foi classificada como sazonal semidecidual. A cobertura de copa da vegetação apresentou redução a partir do início do período seco, alcançando os menores valores de folhagem (cerca de 50%) no final deste período. Foram observadas espécies brotando e florescendo ao longo de todo ano, entretanto a produção de novas folhas e a floração foi intensa na transição entre o período seco e o chuvoso. Quatro grupos fenológicos vegetativos foram identificados: quatro espécies sempre verdes com crescimento contínuo, cinco sempre verdes com crescimento sazonal, oito brevidecíduas e duas decíduas. As espécies sempre verdes com crescimento contínuo produziram folhas ao longo do período chuvoso, enquanto as espécies dos demais grupos fenológicos formaram folhas intensamente no final do período seco. A maturação de frutos das espécies com dispersão autocórica e anemocórica ocorreu no período seco e aquelas com dispersão zoocórica dispersaram as sementes principalmente durante o período chuvoso. A disponibilidade de água no solo parece não ter restringido a produção de folhas e a reprodução na maioria das espécies, uma vez que os picos de brotação e de floração foram concentrados no fim do período seco. No entanto, fatores endógenos, como longevidade foliar e balanço hídrico interno; e exógenos, como demanda evaporativa e irradiação parecem estar relacionados aos padrões fenológicos observados.
2006
Lenza,Eddie Klink,Carlos Augusto
Cianobactérias marinhas bentônicas de ilhas costeiras do Estado de São Paulo, Brasil
O grupo das cianobactérias marinhas bentônicas vem sendo freqüentemente excluído dos levantamentos taxonômicos da costa brasileira, com exceção de alguns trabalhos para o litoral paulista. Para o ambiente de ilhas, apenas é conhecido um trabalho para a Ilha do Cardoso. Assim, o objetivo deste estudo consiste em ampliar o conhecimento da riqueza das cianobactérias marinhas bentônicas de ilhas do litoral paulista. Os resultados obtidos mostram a ocorrência de 24 espécies de cianobactérias em ilhas do litoral paulista. A ordem Oscillatoriales foi representada por 12 espécies (50%), Nostocales por 6 espécies (25%) e Chrooccoccales por seis espécies (25%). Entre as espécies identificadas, quatro são novas ocorrências para o litoral Atlântico sul: Cyanodermatium gonzaliensis H. Leon-Tejera et al., Xenococcus pallidus (Hansg.) Komárek & Anagn., Microchaete aeruginea Batters and Hydrocoryne spongiosa Bornet & Flahault e uma nova referência para o litoral brasileiro: Rivularia atra Roth. Atualizações nomenclaturais foram adotadas de acordo com o sistema de classificação mais atual de Komarek & Agnostidis.
2006
Crispino,Lilian Mos Blois Sant'anna,Célia Leite
Reações de defesas químicas e estruturais de Lonchocarpus muehlbergianus Hassl. (Fabaceae) à ação do galhador Euphalerus ostreoides Crawf. (Hemiptera: Psyllidae)
Galhas são estruturas vegetais induzidas em resposta ao ataque de organismos indutores. Euphalerus ostreoides (Psyllidae) induz galhas sobre a face adaxial de folíolos nas nervuras de segunda ordem de Lonchocarpus muehlbergianus (Fabaceae). Seções anatômicas foram realizadas e comparados os tecidos de folíolos sadios com os de galhas imaturas e maduras. Testes histoquímicos para detecção de derivados fenólicos, flavonóides, ligninas, lipídios e amido foram realizados para avaliar o impacto químico causado pelo galhador. Em termos estruturais, a perda de sinuosidade das células epidérmicas, a neoformação de tricomas, de células condutoras e de fibras foram os caracteres mais conspícuos observados em decorrência da indução das galhas. Destaca-se a hiperplasia e hipetrofia do mesofilo com manutenção da estratificação, a produção de gotículas lipídicas e amido, flavonas, flavonóis e flavanonas nos tecidos das galhas. Contudo, a formação de cristais de oxônio pela adição de ácido sulfúrico somente nos tecidos das galhas foi uma característica marcante. Os resultados sugerem que L. muehlbergianus está submetida a alto estresse oxidativo induzido pela ação do E. ostreoides. Conclui-se que as alterações são consideradas reações de defesa da planta contra herbivoria e mecanismos de adaptação que em conjunto favorecem o estabelecimento do galhador nos tecidos vegetais.
2006
Oliveira,Dênis Coelho de Christiano,Jaciara de Cássia Souza Soares,Geraldo Luiz Gonçalves Isaias,Rosy Mary dos Santos
Patterns of spatial distribution in macroalgal communities from tropical lotic ecosystems
Three sampling sites were analysed in each of the following tropical regions: 1) northwestern São Paulo State, representing a disturbed region; 2) Bonito, Mato Grosso do Sul State, representing a hard water region; and 3) Ubatuba, northern costal region of São Paulo State, a well preserved tropical rainforest region. The hard water region had the highest mean values for macroalgal species richness (6.3) and diversity index (H' = 0.62). Northwest and rainforest regions had the highest percent cover values (22.5% and 17.0%, respectively). All sites in the northwest region had one or two dominant species (percent cover significantly higher than the remaining species), characterizing the niche pre-emption distribution pattern. The same pattern was found in two sites of the Atlantic rainforest. The hard water region had dominance of one species in two out of the three sites, but differently from the northwest region, niche overlap values were lower, evidencing a patch distribution. Competition for space was one of the main factors to explain spatial distribution. Overall, sites characterized by niche pre-emption had lower species richness, higher values for niche width and overlap, dominance index and percent cover of dominant species. In contrast, sites characterized by patch distribution had higher species richness and lower values for niche overlap and width, dominance index and percent cover.
2006
Borges,Fábio R. Necchi Júnior,Orlando
Fenologia de floração e sistema reprodutivo de três espécies de Ruellia (Acanthaceae) em fragmento florestal de Viçosa, Sudeste brasileiro
Este trabalho é uma continuação de estudos sobre a biologia reprodutiva de espécies de angiospermas do Município de Viçosa, Zona da Mata de Minas Gerais, Brasil. Objetivou-se analisar a fenologia de floração e o sistema reprodutivo das três espécies co-ocorrentes de Ruellia observadas nesse município: R. brevifolia (Pohl) C. Ezcurra e R. menthoides (Nees) Hiern, ambas cleistógamas, e R. subsessilis (Nees) Lindau. Testou-se a germinação de suas sementes e verificou-se a ocorrência de propagação vegetativa. A floração de Ruellia subsessilis ocorreu durante todo o ano, sendo o pico de floração em outubro. Ruellia brevifolia produziu flores, principalmente, de fevereiro a julho, com o pico em março. Ruellia menthoides produziu flores de agosto a dezembro, com o pico em setembro. As espécies são autocompatíveis; Ruellia brevifolia e R. menthoides autógamas facultativas e R. subsessilis xenógama facultativa. Obtiveram-se altas porcentagens de plântulas normais (de 67% a 83%), de sementes originadas de autopolinizações. Além da reprodução sexuada, as espécies apresentaram propagação vegetativa, ou seja, pedaços de ramos separam-se das plantas-mãe e desenvolvem raízes adventícias. As espécies estudadas, portanto, apresentaram estratégias reprodutivas sexuadas e assexuadas. As sexuadas consistem de períodos distintos de picos de floração, flores casmógamas autógamas ou alógamas, ornitófilas ou melitófilas e flores cleistógamas. Entretanto, o resultado das estratégias sexuadas foi comum a todas elas, ou seja, produção de frutos com sementes viáveis durante todo o ano. O balanço entre os mecanismos variados de reprodução parece conferir a essas espécies elevado grau de adaptação a ambientes alterados, como é o caso das áreas de sua ocorrência, no fragmento florestal do presente estudo.
2006
Lima,Natália A. Souza Vieira,Milene Faria
Composição química do sedimento e de folhas das espécies do manguezal do estuário do Rio São Mateus, Espírito Santo, Brasil
As concentrações de nutrientes das folhas e do sedimento e a capacidade de acumulação de elementos químicos dos tecidos foliares das espécies Avicennia germinans (L.) Stearn., Avicennia schaueriana Staft & Leechm., Laguncularia racemosa (L.) Gaertn. f. e Rhizophora mangle L. foram analisadas em quatro estações de estudo no manguezal do estuário do Rio São Mateus, no Estado do Espírito Santo. De modo geral, os elementos determinados no sedimento seguiram a ordem: Mg > Ca > Fe > K > Mn > P > Zn > Cu, apresentando variações inter e intraespecíficas. No tecido foliar, as espécies de Avicennia apresentaram maiores teores de N, K e Mg e menores concentrações de Ca. Rhizophora mangle exibiu maior concentração de Mn e Laguncularia racemosa, maior teor de Fe em relação às demais espécies. Os resultados demonstraram que a concentração de nutrientes do sedimento refletiu a influência da granulometria neste compartimento. O acúmulo de nutrientes nas folhas variou de acordo com a espécie e estação de estudo, mas não refletiu as concentrações do sedimento. Os dados confirmaram o papel do manguezal como barreira biogeoquímica ao trânsito de metais pesados. Entretanto, torna-se desejável uma amostragem periódica para um melhor entendimento da dinâmica de nutrientes.
2006
Bernini,Elaine Silva,Maria Amélia B. da Carmo,Tania Mara S. do Cuzzuol,Geraldo Rogério F.
Fotossíntese e relações hídricas de duas cultivares jovens de seringueira
Este trabalho teve como objetivo comparar aspectos das trocas gasosas e das relações hídricas foliares da cultivar Fx 3864 e da cultivar RRIM 600, já estabelecida em larga escala no pólo produtor de borracha de São José do Rio Preto, SP. As cultivares foram mantidas em condições de campo, onde foram realizadas medidas das trocas gasosas e do potencial osmótico e hídrico, durante dois meses, dentro dos períodos chuvoso e seco, nos anos de 2001 e 2002. Valores integralizados das trocas gasosas foliares mostraram que, entre os períodos chuvoso e seco, ocorreu um decréscimo da taxa fotossintética de 32% e 22%, da transpiração de 44% e 38% e da condutância estomática de 29% e 17% para RRIM 600 e Fx 3864, respectivamente. Durante o período seco os valores médios de potencial osmótico decresceram 41% para RRIM 600, e 36% para Fx 3864. Os resultados sugerem que o desempenho da cultivar Fx 3864 foi equivalente à de RRIM 600 durante a fase jovem estudada.
2006
Cavalcante,Juliane Ribeiro Conforto,Elenice de Cássia
Anatomia comparada do pulvino primário de leguminosas com diferentes velocidades de movimento foliar
Os pulvinos, estruturas responsáveis por movimentos foliares, rápidos ou lentos, em resposta a estímulos externos ou endógenos, constituem uma característica marcante das leguminosas. Os ajustes no posicionamento foliar representam um mecanismo eficiente que permite a maximização da fotossíntese em condições adversas. Na literatura disponível, a maioria das informações sobre a estrutura de pulvinos refere-se a poucas espécies de leguminosas, especialmente aquelas que apresentam movimentos rápidos. Neste trabalho é descrita a anatomia do pulvino primário de nove espécies de leguminosas nativas do cerrado com diferentes tipos e velocidades de movimento foliar, buscando identificar padrões e apontar peculiaridades estruturais. O pulvino primário das espécies estudadas apresenta epiderme unisseriada recoberta por cutícula espessa, córtex parenquimático amplo, sistema vascular central e medula reduzida ou ausente. As células do córtex externo são maiores e apresentam conteúdo fenólico, exceto em Zornia diphylla Pers.; no córtex interno, as células são justapostas e não possuem conteúdo fenólico. Os feixes vasculares colaterais são circundados por uma bainha de fibras septadas. O padrão geral de organização anatômica é comum ao pulvino das espécies estudadas, independentemente da subfamília a qual pertencem. As peculiaridades observadas estão possivelmente relacionadas com o tipo e velocidade do movimento foliar.
2006
Rodrigues,Tatiane Maria Machado,Silvia Rodrigues
Planktic Cyanobacteria from upper Tietê basin reservoirs, SP, Brazil
Considering the great ecological and sanitary importance of the cyanobacteria and the need of detailed information about these organisms in Brazilian water bodies, the present study aims at contributing towards the knowledge of the cyanobacterial flora of five reservoirs belonging to the upper Tietê Basin, São Paulo: Billings, Guarapiranga, Jundiaí, Pirapora, Ponte Nova and Taiaçupeba. In the past several years, these reservoirs have been submitted to severe environmental deterioration and have repeatedly presented cyanobacterial blooms, including those of toxic species. The samples were collected between 1997 and 2003 either with plankton net (20 µm mesh) or van Dorn's bottle, and preserved with lugol solution or formaldehyde. Some species were isolated and maintained in culture. Forty-eight species of cyanobacteria were identified, with predominance of the order Chroococcales (58%), followed by the orders Oscillatoriales (21%) and Nostocales (21%). Among the 48 studied species, 17 (35%) were considered potentially toxic. The occurrence and biodiversity of the cyanobacteria in each reservoir depend on the environmental conditions. Among the five water bodies, Billings Reservoir presented the most adequate situation for the development of a greater number of species (34), probably due to its high pH values (around 8). Pirapora Reservoir on the other hand, with highest conductivity (445.0 µS cm-1) and lowest Secchi depth values (0.2 m), presented the lowest cyanobacterial biodiversity (14 species).
2007
Sant'Anna,Célia L. Melcher,Silvia S. Carvalho,Maria do Carmo Gelmego,Marcina P. Azevedo,Maria Teresa de P.
Variações sazonais nas concentrações de pigmentos e nutrientes em folhas de espécies de cerrado com diferentes estratégias fenológicas
Vários estudos têm procurado estabelecer relações entre as condições ambientais e as propriedades foliares. Neste trabalho foram medidas as concentrações de pigmentos (clorofilas a, b, carotenóides e antocianinas), N e P e área foliar específica (AFE) em folhas de seis espécies de cerrado (sendo três decíduas e três sempre-verdes) em dois sítios de cerrado stricto sensu com diferenças de cobertura arbustiva-arbórea e em diferentes períodos: início do período seco (junho), fim da seca (setembro) e início das chuvas (novembro). As concentrações de nutrientes variaram mais em função da fenologia e da sazonalidade do que em relação às diferenças estruturais nos sítios, ao contrário do que foi observado para os pigmentos foliares. Os maiores valores de concentração de clorofilas a e b foram encontrados no início (junho) em relação ao final da seca (setembro) nas duas áreas. Em junho, as concentrações de clorofilas a e b foram maiores na área mais densa enquanto a razão clorofila a/b foi menor. A razão clorofila total/carotenóides também foi significativamente maior no cerrado fechado em relação ao aberto nesse período devido às maiores concentrações de clorofilas no primeiro sítio. Espécies decíduas apresentaram maiores médias de AFE em relação às sempre-verdes, tanto na estação seca como na chuvosa, mas concentrações mais elevadas de N e P foram encontradas em espécies sempre-verdes em relação às decíduas. Nos dois grupos fenológicos, as concentrações foliares de N e P e a razão N:P foram maiores na estação chuvosa (novembro) em relação à estação seca (junho).
2007
Carvalho,Ana Paula F. Bustamante,Mercedes M.C. Kozovits,Alessandra R. Asner,Gregory P.
Recursos tróficos de Apis mellifera L. (Hymenoptera, Apidae) na região de Morro Azul do Tinguá, Estado do Rio de Janeiro
A vegetação original de Morro Azul, região serrana a noroeste da cidade do Rio de Janeiro, era constituída de Mata Atlântica. Sofreu modificações antrópicas e atualmente apresenta áreas de pastagens e manchas de mata remanescente. Ocorrem ainda áreas de reflorestamento com Pinus, Eucalyptus e outras espécies não nativas. O presente trabalho tem como objetivo avaliar, através da análise polínica, a contribuição de cada tipo de vegetação no fornecimento de néctar e pólen para as abelhas Apis mellifera. Onze amostras mensais de mel e nove de cargas de pólen foram obtidas de uma colméia-controle e preparadas para análise palinológica seguindo a metodologia padrão européia, sem aplicação de acetólise. Seis amostras de mel foram consideradas monoflorais, Baccharis (março), Gochnatia (abril e novembro), Eucalyptus (setembro e outubro) e Castanea (agosto). Três foram consideradas biflorais, caracterizadas como mel de Mimosa scabrella tipo polínico e Piptadenia (janeiro), Eucalyptus e Eupatorium (junho) e Phytolacca e Machaerium tipo polínico (outubro). Os méis heteroflorais ocorreram em julho (Arecaceae, Eucalyptus e Allophylus) e dezembro (Anadenanthera, Eupatorium e Eucalyptus). As amostras de cargas de pólen indicaram dominância dos tipos polínicos Arecaceae, Baccharis, Castanea, Cecropia, Eucalyptus e Mimosa caesalpiniifolia Benth. Os resultados forneceram um espectro polínico que refletiu a contribuição nectarífera e polinífera das plantas ruderais e das espécies introduzidas na região.
2007
Luz,Cynthia F.P. da Thomé,Marcos L. Barth,Ortrud M.
Polinização de Caryocar villosum (Aubl.) Pers. (Caryocaraceae) uma árvore emergente da Amazônia Central
Caryocar villosum é uma árvore emergente comum na Amazônia central. É uma espécie importante devido à qualidade da madeira e à produção de frutos para populações humanas e animais. No presente trabalho foram estudados a biologia floral, a polinização e o sistema reprodutivo de C. villosum. Foram observadas árvores em ambiente urbano, fragmentos de mata e mata contínua, com atenção em aspectos da interação polinizador-planta e características das flores. Foram realizadas polinizações controladas para estudo do sistema reprodutivo. As flores de C. villosum têm a forma de "pincel-de-estames", são amareladas e ficam expostas acima da copa, em inflorescências terminais. Possuem antese noturna, duram apenas uma noite e secretam cerca de 750 mL de néctar por noite, características da síndrome de quiropterofilia. A espécie foi visitada por Phyllostomus discolor e morcegos glossofagíneos, assim como por marsupiais arborícolas e mariposas Sphingidae. As polinizações manuais revelaram que C. villosum é autocompatível, embora o número de frutos formados por polinização cruzada seja maior do que o número de frutos resultantes de autopolinizações.
2007
Martins,Rodrigo Lemes Gribel,Rogério
Palinomorfos do perfil sedimentar de uma turfeira em São Francisco de Paula, Planalto Leste do Rio Grande do Sul, Sul do Brasil
O trabalho tem como objetivo fornecer material de referência básico para o estudo de sucessão vegetal no Quaternário do Planalto Sul-brasileiro. Para tanto, apresenta a palinologia de 22 amostras, retiradas ao longo de um perfil sedimentar de 286 cm, em uma turfeira do Planalto Leste do Rio Grande do Sul, correspondendo aproximadamente aos últimos 25.000 anos. O processamento químico das amostras seguiu o método convencional e a análise foi feita em microscopia fotônica. Foram examinados palinomorfos correspondentes a 10 fungos, 6 algas, 3 briófitos e 16 pteridófitos. O material, especialmente esporos, é descrito e ilustrado. As descrições são acompanhadas, sempre que possível, de dados ecológicos do organismo de origem.
2007
Leonhardt,Adriana Lorscheitter,Maria Luisa
Biologia floral de Costus spiralis (Jacq.) Roscoe (Costaceae) e mecanismos para evitar a autopolinização
A biologia floral de Costus spiralis (Jacq.) Roscoe (Costaceae) foi estudada na borda de uma mata de galeria inundável na Reserva Ecológica do Clube de Caça e Pesca Itororó de Uberlândia, Minas Gerais. Costus spiralis floresce de janeiro à abril (estação chuvosa), é uma erva que pode alcançar de 0,5 m a 2,0 m de altura. Apresenta ramos espirais com inflorescências terminais que produzem apenas uma flor por dia. Possui brácteas vermelhas que ajudam na atração de polinizadores. As flores são hermafroditas, vermelhas, tubulosas, apresentam antese diurna e ausência de odor. O néctar apresentou volume de cerca de 9,0 µL e concentração de açúcares por volta de 20%. Costus spiralis é autocompatível, não apresenta autopolinização espontânea e nem apomixia. Esta espécie apresenta hercogamia de movimento para evitar a autopolinização. Os polinizadores foram os beija-flores Phaethornis pretrei (Lesson & DeLattre) (Phaethornithinae), Eupetomena macroura (Gmelin) e Heliomaster squamosus (Temminck) (Trochilinae). Amazilia fimbriata (Gmelin) pode agir como pilhador de néctar. Costus spiralis é adaptada à polinização por Phaethornithinae, por apresentar tubo floral grande e curvado que se adapta à morfologia do bico destas aves. A estratégia de alimentação destes beija-flores, utilizando rotas de forrageamento, favorece a reprodução da planta aumentando o fluxo polínico entre os agrupamentos de C. spiralis. Não houve diferença nas taxas de germinação de sementes provenientes de autopolinizações manuais e polinizações cruzadas, mas as sementes advindas de polinização natural apresentaram taxas de germinação maiores que aquelas de polinizações manuais. Isto evidencia a eficiência e importância dos beija-flores como vetores de pólen para C. spiralis.
2007
Araújo,Francielle Paulina de Oliveira,Paulo Eugênio