Repositório RCAAP
Influência do veículo na eficácia da reposição de potássio em ratos hipocalêmicos
INTRODUÇÃO: Pacientes após cirurgia cardíaca são comumente tratados com diuréticos para controle de volume plasmático. A preocupação de distúrbios hipocalêmicos em adultos antes, durante ou após a cirurgia já foi ressaltada anteriormente, visto o risco de arritmias cardíacas. Clinicamente, a diluição da solução de potássio (K+) para administração por via intravenosa, em situações que requerem a sua reposição é realizada utilizando-se soro fisiológico (SF) ao invés de soro glicosado 5% (SG5%), possivelmente em vista de poder ocorrer estimulação da secreção de insulina, que interferiria sobre a qualidade da reposição de K+. Porém, não está comprovado experimentalmente se o SF e SG5% poderiam realmente interferir na qualidade da reposição de potássio em ratos com hipocalemia. OBJETIVO: Analisar a influência da reposição de K+ diluído em diferentes veículos sobre as concentrações plasmáticas de K+([K+]p) em ratos submetidos a hipocalemia induzida por furosemida. MÉTODOS: Ratos Wistar adultos foram divididos em quatro grupos: K++SF, K++SG, SF e SG. Foi realizada a canulação da veia jugular para reposição e da veia femoral para coleta de sangue. O diurético furosemida na dose de 50mg/kg foi usado para induzir hipocalemia, foi analisado nível plasmático de potássio 24 h antes da injeção de furosemida, 24 h pós-indução e 30 minutos pós-reposição. RESULTADOS: Os níveis da [K+] pós-injeção de furosemida sofreram redução, comparado aos valores basais (pré-furosemida) em todos os grupos. Entretanto, os níveis [K+] retornaram aos valores basais tanto nos grupos que receberam K++SF ou K++SG, o que não foi observado nos grupos que receberam apenas SF e SG. Quanto ao Na+ plasmático, somente o grupo K+SF apresentou aumento após reposição. CONCLUSÃO: A reposição de K+ diluído tanto em SF quanto SG parece não afetar a qualidade da reposição de K+ plasmático em ratos
2009
Petenusso,Márcio Valenti,Vitor Engrácia Abreu,Luiz Carlos de Colombari,Eduardo Fonseca,Fernando Luiz Affonso Sato,Monica Akemi
Aprotinina preserva plaquetas em crianças com cardiopatia congênita acianogênica operadas com circulação extracorpórea?
OBJETIVO: Avaliação dos efeitos hemostáticos e plaquetários em crianças submetidas a correção de cardiopatias congênitas acianogênicas com circulação extracorpórea que receberam aprotinina. MÉTODOS: Estudo prospectivo randomizado em crianças de 30 dias a 4 anos de idade, submetidas a correção de cardiopatia congênita acianogênica, com circulação extracorpórea (CEC) e divididas em dois grupos, um denominado Controle (n=9) e o outro, Aprotinina (n=10). Neste, a droga foi administrada antes e durante a CEC. A disfunção hemostática foi analisada por marcadores clínicos e bioquímicos. Foram consideradas significantes as diferenças com P<0,05. RESULTADOS: Os grupos foram semelhantes quanto às variáveis demográficas e intra-operatórias, exceto por maior hemodiluição no Grupo Aprotinina. Não houve benefício quanto aos tempos de ventilação pulmonar mecânica, permanência no centro de terapia intensiva pediátrica e hospitalar, nem quanto ao uso de inotrópicos e função renal. Ocorreu preservação da concentração plaquetária com a Aprotinina, enquanto no grupo Controle houve plaquetopenia desde o início da CEC. As perdas sanguíneas foram semelhantes nos dois grupos. Não houve complicações com o uso da Aprotinina. CONCLUSÃO: A Aprotinina preservou quantitativamente as plaquetas em crianças com cardiopatia congênita acianogênica
2009
Ferreira,Cesar Augusto Vicente,Walter Villela de Andrade Évora,Paulo Roberto Barbosa Rodrigues,Alfredo José Klamt,Jyrson Guilherme Carlotti,Ana Paula de Carvalho Panzeli Carmona,Fábio Manso,Paulo Henrique
Identificação de um método estatístico como instrumento da qualidade: tempo da presença do doente na sala de operação
OBJETIVO: Identificar um método estatístico que expresse o tempo da presença do doente na sala de operação e construir a "matriz de relação" de otimização deste tempo, o tempo exato e real da operação. MÉTODOS: A análise de sobrevivência e o estimador de Kaplan-Meier permitiram calcular as curvas de sobrevivência para os diferentes tempos e a "matriz de relação" com 10 hipóteses para auxiliar na escolha da nova operação. A amostra aleatória simples de 71 indivíduos, das operações eletivas de adultos da Cirurgia Cardíaca/Hospital de Clínicas/UNICAMP, no ano 2008, no nível de confiança de 95%. RESULTADOS: Os tempos das operações em média sobram em um intervalo de 140 a 200 minutos e excedem de 5 a 90 minutos. No geral, realizou-se em média diariamente uma operação dentro de 520 minutos, para um tempo disponível de 720 minutos. CONCLUSÃO: 1) Com o tempo máximo disponível de 720 minutos não é possível realizar operação, a não ser utilizando da "matriz de relação", sendo que o tempo máximo disponível varia entre 660 e 690 minutos, considerando-se intervalo de limpeza da sala. 2) O tempo do doente na sala de operação tem nele incluso o tempo de aprendizado pelo aluno, em um hospital escola, universitário. 3) Ao otimizar o tempo, mais doentes serão beneficiados, acarretando diminuição da fila de espera para novas operações. 4) A "matriz" de relação permite visualizar, opinar e decidir mediante várias hipóteses, resultando em melhor tomada de decisão
2009
Aranha,Guiomar Terezinha Carvalho Vieira,Reinaldo Wilson Oliveira,Pedro Paulo Martins de Petrucci Junior,Orlando Benze,Benedito Galvão Silveira Filho,Lindemberg da Mota Vilarinho,Karlos Alexandre de Souza Campos,Lívia Paschoalino de
Papel da eletroanalgesia na função respiratória de pacientes submetidos à operação de revascularização do miocárdio
OBJETIVO: Avaliar a eletroanalgesia como método eficaz na diminuição da dor e consequente melhora da capacidade pulmonar em pacientes submetidos a operação de revascularização do miocárdio. MÉTODOS: No período de um ano foram estudados 30 pacientes submetidos a operação para tratamento da doença coronariana isquêmica. Após a randomização, 15 pacientes foram alocados no grupo estudo (que receberam eletroanalgesia) e 15 pacientes no grupo controle (placebo). No pré-operatório todos os doentes foram entrevistados e realizaram espirometria. Do primeiro ao quinto dia de pós-operatório foram realizadas duas aplicações diárias de eletroanalgesia ou de corrente placebo, conforme o grupo em que o paciente estivesse alocado, e no quinto dia, nova espirometria. RESULTADOS: Todos os pacientes evoluíram satisfatoriamente, sem complicações inerentes à operação de revascularização do miocárdio. Verificou-se que a cirurgia reduziu os valores espirométricos de ambos os grupos (P= 0,00). Os resultados encontrados demonstraram também redução nos níveis de dor no grupo estudo quando comparado ao grupo controle. Este por sua vez não repercutiu em melhora da função pulmonar como resultado da aplicação da TENS quando comparado ao grupo controle (P>0,05). CONCLUSÃO: O grupo que realizou eletroanalgesia apresentou redução da intensidade da dor pós-operatória o que não implicou, contudo, na melhora da função respiratória de tais pacientes
2009
Luchesa,Cesar Antonio Greca,Fernando Hintz Guarita-Souza,Luiz César Santos,José Luiz Verde dos Aquim,Esperidião Elias
Importância da fisioterapia no pré e pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica
Complicações no pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica são freqüentes, destacando-se a atelectasia e a pneumonia. A fisioterapia contribui significativamente no tratamento destas complicações. Desta forma, este estudo buscou agrupar e atualizar os conhecimentos da atuação fisioterapêutica no pré-operatório e nas complicações pulmonares do pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica. Observou-se a eficácia do tratamento fisioterapêutico por meio de diferentes técnicas específicas e a necessidade do desenvolvimento de novas pesquisas
2009
Cavenaghi,Simone Moura,Silvia Cristina Garcia de Silva,Thalis Henrique da Venturinelli,Talita Daniela Marino,Lais Helena Carvalho Lamari,Neuseli Marino
Revascularização da artéria coronária direita com enxerto venoso coronária-coronária
OBJETIVO: Descrever a experiência do Serviço de Cirurgia Cardiovascular da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC com a revascularização do miocárdio com ponte coronária-coronária. MÉTODOS: Foram analisados quatro pacientes submetidos a operação com ponte coronária-coronária, todos sem circulação extracorpórea. Em todos os casos, foi realizada ponte coronária-coronária na artéria coronária direita exclusivamente, utilizando segmento da veia safena magna. RESULTADOS: Não houve nenhuma intercorrência intra ou pós-operatória. O tempo de seguimento variou de 3 a 5 anos. Apenas um dos pacientes apresentou angina após quatro anos da operação, sendo submetido a cinecoronariografia, que demonstrou ponte coronária-coronária livre de lesões. CONCLUSÃO: A ponte coronária-coronária constitui opção viável e satisfatória para pacientes submetidos à revascularização do miocárdio
2009
Freitas,Andrea Cristina Oliveira Saporito,Wladmir Faustino Donelli,Luis Antonio Breda,João Roberto Machado,Leandro Neves Horiuti,Louise Pires,Adilson Casemiro
Artéria axilar na instalação de circulação extracorpórea: indicações e resultados
OBJETIVO: Estudar as indicações e os resultados da artéria axilar na instalação de circulação extracorpórea. MÉTODOS: Entre janeiro de 2005 e dezembro de 2008, a artéria axilar foi utilizada em 48 pacientes submetidos a cirurgia cardiovascular. A idade média foi 62 ± 11 anos e 33 (69%) pacientes eram do sexo masculino. A artéria axilar foi abordada por incisão infraclavicular e a cânula introduzida no tubo de Dacron de 8 milímetros suturado nos bordos da artéria. RESULTADOS: As indicações foram calcificação da aorta (N=18, 38%), dissecção da aorta (N=15, 31%), aneurisma da aorta ascendente e/ou arco aórtico (N=11, 23%) e prévio a reesternotomia (N=4, 8%). A presença de calcificação da aorta levou mais frequentemente à mudança de tática intra-operatória do que as outras indicações (100% versus 10%, P<0,0001) que seguiram o planejamento cirúrgico pré-operatório. A condução da circulação extracorpórea (parada circulatória total em 55% e convencional no restante) transcorreu sem problemas em todos os casos, exceto um (taxa de sucesso de 98%) em decorrência de estenose do tronco braquiocefálico não diagnosticada previamente. Complicação local se limitou a linfocele em três (6,2%) pacientes. CONCLUSÕES: A artéria axilar é uma alternativa à impossibilidade de canulação da aorta ascendente na instalação de circulação extracorpórea. O tipo de indicação do uso da artéria axilar pode determinar mudanças intra-operatórias do planejamento cirúrgico
2009
Atik,Fernando A Faber,Cristiano N Corso,Ricardo B Santos,Mateus de Souza Michelette,Karina Pereira Barros,Maria Regina Caneo,Luiz Fernando
Transplante cardíaco em amiloidose primária
A amiloidose cardíaca é doença altamente limitante da sobrevida, por morte súbita na maioria dos pacientes. Pela agressão contra outros órgãos, particularmente rins e sistema nervoso central, o transplante cardíaco tem sido opção questionável, face à escassez de órgãos. O objetivo é relatar a evolução, com sobrevivência de 7 anos, da paciente após transplante cardíaco por amiloidose, em boas condições. Um ano após o transplante cardíaco, houve indicação de transplante renal, também pela agressão da doença. Esta paciente contrasta com outros três pacientes de nosso serviço que foram a óbito, ainda na fase de avaliação. Apesar de sua natureza multisistêmica, a amiloidose cardíaca pode, em pacientes selecionados, justificar o transplante cardíaco, pela gravidade do seu potencial evolutivo após o início dos sintomas
2009
Baumgratz,José Francisco Vila,José Henrique Andrade Guilhen,Claudia Jesus Fonseca,Luciana da Leite,Weverton Ferreira D'Andretta,Carlos Tângari Junior,Américo Silva,José Pedro da
Dilatações gigantes das artérias coronárias em paciente assintomático
Um caso de dilatação gigante de artérias coronárias é apresentado, com revisão da literatura sobre o assunto, e discussão sobre como abordar esses pacientes
2009
Carvalho,Enisa de Miranda de Freitas Salerno,Tomas A Coy,Kevin
Tratamento clínico de endocardite em prótese valvar complicada por abscesso para-protético
O presente artigo relata o caso de um paciente do sexo masculino, 44 anos, com endocardite em prótese aórtica complicada por abscesso para-protético. Evoluiu com melhora do processo infeccioso apenas com o tratamento clínico. História prévia de doença reumática, submetido a três cirurgias cardíacas para troca valvar por disfunção de prótese e endocardite prévia. Neste relato de caso, discutiremos as características principais do abscesso para-protético como complicação de endocardite
2009
Nunes,Maria do Carmo Pereira Gelape,Claudio Leo Barbosa,Felipe Batista Lima Leduc,Luciano Ribeiro Araújo,Christiano Gonçalves de Chalup,Lucas Fabel Nicoliello,Marcela Ferreira Ferrari,Teresa Cristina Abreu
Correção total de tetralogia de Fallot em criança com agenesia da artéria pulmonar esquerda
No summary/description provided
2009
Avona,Fabiana Nakamura Kozak,Ana Carolina Leiroz Ferreira Botelho Maisano Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino
Defeito do septo atrioventricular associado à tetralogia de Fallot em paciente com síndrome de Down
No summary/description provided
2009
Jacob,Maria Fernanda Ferrari Balthazar De Marchi,Carlos Henrique Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino
Plastia valvar mitral minimamente invasiva videoassistida: abordagem periareolar
No summary/description provided
2009
Poffo,Robinson Pope,Renato Bastos Toschi,Alisson Parrilha Mokross,Cláudio Alexandre
Fatores de risco para lesão renal aguda após cirurgia cardíaca
OBJETIVO: Identificar fatores de risco associados à lesão renal aguda em pacientes com níveis séricos normais de creatinina sérica que foram submetidos à revascularização cirúrgica do miocárdio e/ou cirurgia valvar. MÉTODOS: Os dados de uma coorte de 769 pacientes foram analisados utilizando análise bivariável e regressão logística binária. RESULTADOS: Trezentos e oitenta e um pacientes foram submetidos à revascularização isolada, 339 a cirurgia valvar e 49 a ambas. Quarenta e seis por cento dos pacientes eram do sexo feminino e a idade média foi 57 ± 14 anos. Setenta e oito (10%) pacientes apresentavam disfunção renal no pósoperatório, 23% destes necessitaram hemodiálise. A mortalidade geral foi 10%. A mortalidade para pacientes com disfunção renal pós-operatória foi de 40% (versus 7%, P <0,001), 29% para aqueles que não precisam diálise e 67% para aqueles que necessitaram de diálise (P = 0,004). Os fatores de risco independentes identificados foram: idade (P <0,000, OR: 1,056), insuficiência cardíaca congestiva (P = 0,091, OR: 2,238), DPOC (P = 0,003, OR: 4,111), endocardite (P = 0,001, OR: 12,140, infarto do miocárdio < 30 dias (P = 0,015, OR: 4,205), cirurgia valvar (P = 0,016, OR: 2,137), tempo de circulação extracorpórea > 120 minutos (P = 0,001, OR: 7,040), doença arterial periférica (P = 0,107, 2,296). CONCLUSÃO: A disfunção renal foi a disfunção orgânica pós-operatória mais frequente em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio e/ou cirurgia valvar e idade, presença de insuficiência cardíaca, DPOC, endocardite, infarto do miocárdio < 30 dias, doença arterial periférica, cirurgia valvar e tempo de circulação extracorpórea > 120 minutos foram os fatores de risco independentemente associados à lesão renal aguda.
2009
Rodrigues,Alfredo José Evora,Paulo Roberto Barbosa Bassetto,Solange Alves Júnior,Lafaiete Scorzoni Filho,Adilson Araújo,Wesley Ferreira Vicente,Walter Vilella Andrade
Nova técnica: operação de Norwood com perfusão regional cerebral e coronariana
OBJETIVO: Avaliar o resultado imediato da operação de Norwood modificado com nova técnica de perfusão regional cerebral (PRCeA) anterógrada associado a perfusão regional coronariana (PRCoR) retrógrada em substituição à parada circulatória total com hipotermia profunda em crianças portadoras da Síndrome da Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE) com aorta ascendente extremamente hipoplásica (AH). MÉTODOS: No período de dezembro de 2006 a fevereiro de 2008, a operação de Norwood modificado com tubo entre o ventrículo direito e as artérias pulmonares ou shunt tipo Sano foi realizada em oito crianças portadoras de SHCE e aorta ascendente com diâmetro inferior a 3 mm, (quatro do sexo masculino e quatro do sexo feminino) com idade média de 9,2 dias (variando de 1 a 29 dias) e peso médio de 3,3 kg (variando de 2,7 a 3,8 kg). Utilizada CEC e hipotermia a 25ºC com duas cânulas venosas e anastomose de um enxerto de politetrafluoretileno com a artéria inominada utilizado como linha arterial e para PRCeA. A PRCoR foi realizada por meio de um desvio na linha arterial e colocação de um cateter na aorta ascendente. Foram analisados o resultado cirúrgico imediato e a presença de alterações neurológicas nesse período. RESULTADOS: O resultado cirúrgico imediato revelou mortalidade de 25% e ausência de comprometimento neurológico ao exame clínico. CONCLUSÃO: A operação de Norwood modificado pode ser realizada com PRCeA e PRCoR em crianças com SHCE e AH com resultado cirúrgico imediato satisfatório e ausência de complicações neurológicas.
2009
Furlanetto,Gláucio Furlanetto,Beatriz H. S. Henriques,Sandra S Kapins,Carlos Eduardo B. Lopes,Lílian M. Olmos,Mario Carlos C. Cristóvão,Salvador André B. Medeiros,Patrícia M. V. P.
Resistência à proteína C ativada e doença arterial isquêmica em jovem
A avaliação da resistência à ação da proteína C ativada (rPCA), causada por mutação no fator V (fator V de Leiden), é fator de risco importante para tromboembolia venosa, cujo papel como geradora de obstruções arteriais in situ é um tema ainda controverso. O caso clínico de um jovem com história de coronariopatia, múltiplas lesões cerebrovasculares e doença arterial periférica é relatado. A investigação diagnóstica apontou a rPCA como possível etiologia.
2010
Menezes,Igor Alexandre Côrtes de Romani,Rafael Fernandes Aoki,Yuki Schneider Abdo,João Caetano Carvalho,Mauricio
Telangiectasia hereditária hemorrágica: causa rara de hipertensão pulmonar?
Uma mulher de 73 anos foi admitida ao Pronto-Socorro com insuficiência cardíaca predominantemente direita e anemia. Após avaliação clínica e imagenológica, um diagnóstico de hipertensão pulmonar (HP) associado com telangiectasia hemorrágica hereditária (THH) foi confirmado. A resposta inicial à terapia com bosentan mais sildenafil foi boa, incluindo melhora na Classe Funcional e redução do edema, permitindo que ela recebesse alta hospitalar. Infelizmente, a paciente faleceu devido à sua condição básica, antes que o efeito do tratamento combinado pudesse ser completamente avaliado. A HP deve ser considerada em pacientes com THH e o screening para HP deve ser conduzido nesses pacientes e em seus familiares.
2010
Providência,Rui Cachulo,Maria do Carmo Costa,Gisela Veríssimo Silva,Joana Lemos,Carlos Graça Leitão-Marques,A.M.
Avaliação da perfusão e função miocárdicas em vítimas de escorpionismo utilizando o Gated-SPECT
FUNDAMENTO: O choque cardiogênico e o edema agudo de pulmão são as principais causas de óbito em pacientes com escorpionismo, cujo mecanismo fisiopatológico ainda é controverso. OBJETIVOS: Investigar a correlação entre os distúrbios da perfusão miocárdica e a função contrátil do ventrículo esquerdo, em vítimas de escorpionismo. MÉTODOS: Quinze pacientes submeteram-se à cintilografia de perfusão miocárdica sincronizada com ECG (Gated SPECT), dentro de 72 horas e 15 dias após o acidente escorpiônico. As imagens foram analisadas visualmente por escore semiquantitativo de perfusão (0 = normal, 4 = ausente) e mobilidade (0 = normal, 4 = acinético), utilizando modelo de 17 segmentos. Para cada paciente foram calculados escores somados de perfusão (ESP) e mobilidade (ESM). A fração de ejeção (FEVE) foi calculada por software comercialmente disponível. RESULTADOS: Na avaliação inicial, 12 dos 15 pacientes apresentaram alterações da contratilidade e da perfusão miocárdica. O ESP foi de 12,5 ± 7,3, o ESM de 17,0 ± 12, 8 e a FEVE de 44,6 ± 16,0%. Houve correlação positiva entre o ESP e o ESM (r = 0,68; p = 0,005) e negativa entre o ESP e a FEVE (r = -0,75; p = 0,0021). Os estudos de seguimento mostraram recuperação da contratilidade global (FEVE de 68,9 ± 9,5, p = 0,0002), segmentar (ESM 2,6 ± 3,1, p = 0,0009) e da perfusão (ESP 3,7 ± 3,3, p = 0,0003). A melhora da FEVE correlacionou-se positivamente com a melhora do ESP (r = 0,72; p = 0,0035). CONCLUSÕES: Alterações perfusionais miocárdicas são comuns no envenenamento escorpiônico e correlacionam-se topograficamente com a disfunção contrátil. A recuperação da contratilidade correlaciona-se com a reversibilidade dos defeitos perfusionais. Estes achados sugerem a participação de alterações perfusionais miocárdicas na fisiopatologia desta forma de insuficiência ventricular aguda. (Arq Bras Cardiol 2010;94(4): 444-451)
2010
Figueiredo,Alexandre Baldini de Cupo,Palmira Pintya,Antônio O Caligaris,Fábio Marin-Neto,José A Hering,Sylvia E Simões,Marcus Vinicius
Doença arterial coronariana, exercício físico e estresse oxidativo
As doenças cardiovasculares (DCV) lideram os índices de morbidade e mortalidade no Brasil e no mundo, sendo a doença arterial coronariana (DAC) a causa de um grande número de mortes e de gastos em assistência médica. Inúmeros fatores de risco para a DAC estão diretamente relacionados à disfunção endotelial. A presença desses fatores de risco induz a diminuição da biodisponibilidade de óxido nítrico (NO), o aumento da formação de radicais livres (RL) e o aumento da atividade endotelial. Essas mudanças podem levar a uma capacidade vasodilatadora prejudicada. Inúmeras intervenções são realizadas no tratamento da DAC, incluindo agentes farmacológicos, mudança nos hábitos alimentares, suplementação nutricional e exercício físico regular, cujos efeitos benéficos sobre a função endotelial vêm sendo demonstrados em experimentos com animais e humanos. Entretanto, a literatura ainda é controversa quanto à intensidade de esforço necessária para provocar alterações protetoras significativas na função endotelial. Da mesma forma, exercícios intensos estão também relacionados ao aumento no consumo de oxigênio e ao consequente aumento na formação de radicais livres de oxigênio (RLO).
2010
Pinho,Ricardo Aurino de Araújo,Marília Costa de Ghisi,Gabriela Lima de Melo Benetti,Magnus
Anti-inflamatórios não esteroides: Efeitos cardiovasculares, cérebro-vasculares e renais
Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) encontram-se entre os medicamentos mais prescritos em todo o mundo. Essa classe heterogênea de fármacos inclui a aspirina e vários outros agentes inibidores da ciclo-oxigenase (COX), seletivos ou não. Os AINEs não seletivos são os mais antigos, e designados como tradicionais ou convencionais. Os AINEs seletivos para a COX-2 são designados COXIBEs. Nos últimos anos, tem sido questionada a segurança do uso dos AINEs na prática clínica, particularmente dos inibidores seletivos da COX-2. As evidências sobre o aumento do risco cardiovascular com o uso de AINEs são ainda incompletos, pela ausência de ensaios randomizados e controlados com poder para avaliar desfechos cardiovasculares relevantes. Entretanto, os resultados de estudos clínicos prospectivos e de meta-análises indicam que os inibidores seletivos da COX-2 exercem importantes efeitos cardiovasculares adversos, que incluem aumento do risco de infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e hipertensão arterial. O risco desses efeitos adversos é maior em pacientes com história prévia de doença cardiovascular ou com alto risco para desenvolvê-la. Nesses pacientes, o uso de inibidores da COX-2 deve ser limitado àqueles para os quais não há alternativa apropriada e, mesmo assim, somente em doses baixas e pelo menor tempo necessário. Embora os efeitos adversos mais frequentes tenham sido relacionados à inibição seletiva da COX-2, a ausência de seletividade para essa isoenzima não elimina completamente o risco de eventos cardiovasculares, de modo que todos os fármacos do largo espectro dos AINEs somente devem ser prescritos após consideração do balanço risco/benefício.
2010
Batlouni,Michel