Repositório RCAAP
Alterações na capacidade funcional de pacientes após dois anos da cirurgia de revascularização do miocárdio
OBJETIVO: Verificar alterações na capacidade funcional dos pacientes que se submetem à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) por meio do teste de caminhada de seis minutos (TC6) no seguimento de dois anos. MÉTODOS: Estudo de coorte prospectivo, no qual foram arrolados 215 pacientes submetidos a CRM, 13 não preencheram os critérios de inclusão. Foram 202 pacientes avaliados no pré-operatório, 13 morreram no período da internação e seis no seguimento de dois anos. Quatro pacientes foram considerados perdas de seguimento. Foram acompanhados 179 pacientes no período de 2 anos, classificados em ativos e sedentários, conforme a prática de atividade física no tempo livre e submetidos ao TC6 no préoperatório e 2 anos depois. RESULTADOS: Dos 202 pacientes avaliados no pré-operatório da CRM, 67% eram do sexo masculino, com idade média de 63 (± 9,75) anos. Pré e após 2 anos da CRM, 52 pacientes se mantiveram ativos e as distâncias caminhadas foram 359m (± 164,47) e 439m (± 171,34), respectivamente, P= 0,016. A distância caminhada no pré e pós-operatório, dos 45 pacientes que permaneceram sedentários, foi, respectivamente, 255m (± 172,15) e 376m (± 210,92) P<0,001. Oitenta e dois pacientes transitaram entre estes dois grupos, 71 passaram de sedentários para ativos e caminharam 289m (± 157,15) no pré e 380m (± 125,44) no pós-operatório, P= 0,001; os 11 pacientes que eram ativos e passaram a sedentários caminharam no pré 221m (± 191,91) e, no pós-operatório, 384m (± 63,73) P= 0,007. CONCLUSÃO: A capacidade funcional dos pacientes submetidos à CRM melhorou de forma importante no seguimento de médio prazo.
2010
Nery,Rosane Maria Martini,Marcio Roberto Vidor,Cristiane da Rocha Mahmud,Mahmud Ismail Zanini,Maurice Loureiro,Aderson Barbisan,Juarez Neuhaus
Desfechos clínicos pós-revascularização do miocárdio no paciente idoso
OBJETIVO: Comparar os desfechos clínicos nos pacientes octogenários submetidos à revascularização cirúrgica do miocárdio com e sem a utilização de circulação extracorpórea. MÉTODOS: Estudo de coorte histórico com pacientes octogenários operados no InCor no período entre 1/1/2000 e 1/1/2007, divididos em dois grupos: G1 constituído por 111 pacientes operados sem circulação extracorpórea (CEC) e G2 com 179 operados com CEC. Foram analisadas 36 variáveis utilizando-se o teste t de Student, qui quadrado e as curvas de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier; Nível de significância de 5%. RESULTADOS: Na análise univariada apresentaram significância: insuficiência cardíaca congestiva préoperatória (P=0,000), tabagismo (P=0,050), número de enxertos realizados (P=0,050), tipo de enxerto (P=0,000), procedimentos associados (P=0,000), uso de balão intraaórtico no pós-operatório (P=0,000), óbito hospitalar (P=0,000) e tipo de morte (P=0,020). No pós-operatório imediato, foi significativa apenas a incidência de acidente vascular cerebral (AVC) no G2 (P = 0,036). A longo prazo tivemos maior incidência de reinternação por angina (P=0,038) no G1. A análise das curvas de sobrevida apresentou diferença estatística (P=0,009; Log-Rank Test). CONCLUSÃO: A revascularização do miocárdio sem CEC, nesta série, mostrou ser vantajosa para o paciente octogenário a curto prazo, pois os pacientes apresentaram menor índice de AVC no pós-operatório mediato, enquanto a longo prazo houve maior número de reinternação por angina no G1 e uma mortalidade maior no G2.
2010
Iglézias,José Carlos Rossini Chi,Alex Talans,Aleylove Dallan,Luis Alberto de Oliveira Lourenção Júnior,Artur Stolf,Noedir Antonio Groppo
Complicações pulmonares em crianças submetidas à cirurgia cardíaca em um hospital universitário
OBJETIVO: Identificar a prevalência de complicações pulmonares em crianças submetidas à cirurgia cardíaca, assim como características demográficas e clínicas da população estudada. MÉTODOS: A amostra foi composta por 37 crianças, de ambos os sexos, submetidas à cirurgia cardíaca no Hospital Universitário Presidente Dutra, São Luís (MA), durante o ano de 2007. Não foram incluídos pacientes que apresentaram doença pulmonar pré-cirúrgica, portadores de distúrbios neurológicos, óbito intra-operatório, além de falta de dados no prontuário. Os dados foram obtidos pela coleta nas evoluções médicas e de enfermagem dos respectivos prontuários. RESULTADOS: Quanto às características populacionais, houve predomínio de crianças do sexo feminino, provenientes do interior do estado e na faixa etária escolar. Patologias consideradas de baixo risco foram a maioria, destacando-se a persistência do canal arterial, comunicação interventricular e comunicação interatrial. Observou-se que a maior parcela das crianças fez uso de circulação extracorpórea por mais de 30 minutos, sendo a mediana igual a 80 minutos, sofreu esternotomia mediana, utilizou apenas dreno mediastinal e fez uso de ventilação mecânica pós-operatória, sendo a mediana aproximadamente de 6,6 horas. Somente três (8,1%) pacientes apresentaram complicações pulmonares, sendo que destes, dois foram a óbito. CONCLUSÃO: A maioria das crianças da amostra era do sexo feminino, na faixa etária escolar e proveniente do interior do estado. Os baixos tempos de circulação extracorpórea e ventilação mecânica, além de cardiopatias congênitas consideradas de baixo risco, podem ter sido fatores contribuintes para o pequeno índice de complicações pulmonares no pós-operatório.
2010
Borges,Daniel Lago Sousa,Lícia Raquel Teles Silva,Raquel Teixeira Gomes,Holga Cristina da Rocha Ferreira,Fernando Mauro Muniz Lima,Willy Leite Borges,Lívia Christina do Prado Lui
Estudo comparativo entre cirurgia de revascularização miocárdica com e sem circulação extracorpórea em mulheres
INTRODUÇÃO: Tem sido bem documentado que mulheres têm taxas de morbimortalidade mais altas que homens submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica (CRM). Em vista desta evidência, é necessário saber se há benefício da CRM sem circulação extracorpórea (CEC) em comparação à CRM com CEC. OBJETIVOS: Comparar desfechos de morbimortalidade entre CRM sem CEC e CRM com CEC. MÉTODOS: Estudo retrospectivo. Nossa investigação analisa comparativamente o perfil clínico, 13 complicações relativas ao procedimento e mortalidade de uma população de 941 mulheres submetidas à CRM (549 sem CEC e 392 com CEC) em dois hospitais, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2005. RESULTADOS: A taxa de mortalidade em mulheres submetidas à CRM sem CEC é menor que mulheres submetidas à CRM com CEC, entretanto, a diferença não é estatisticamente significativa (3,1% vs. 5,3%; P=0,134). As taxas de complicações analisadas (choque hemorrágico, neurológicas, respiratórias, insuficiência renal aguda, síndrome da angústia respiratória do adulto, septicemia, pneumonia, fibrilação atrial) foram menores (diferença estatisticamente significativa) em mulheres do grupo CRM sem CEC em comparação ao grupo CRM com CEC, com exceção das complicações baixo débito cardíaco e infecção de ferida operatória. CONCLUSÕES: As evidências sugerem que CRM sem CEC pode beneficiar as mulheres em comparação com CRM com CEC, pois parece reduzir as taxas de morbimortalidade. Dez das 13 complicações investigadas demonstraram uma significativa vantagem das mulheres submetidas à CRM sem CEC em relação àquelas submetidas à CRM com CEC.
2010
Sá,Michel Pompeu Barros de Oliveira Lima,Leonardo Pontual Rueda,Fábio Gonçalves de Escobar,Rodrigo Renda de Cavalcanti,Paulo Ernando Ferraz Thé,Emmanuel Callou da Silva Escobar,Mozart Augusto Soares de Lima,Ricardo de Carvalho
In situ reconstruction with bovine pericardial tubular graft for aortic graft infection
Prosthetic graft infection is a serious complication of abdominal aorta surgery. Its removal is always indicated because it prevents potential significant complications, but reconstruction is a technical challenge. The authors present a case of an in situ reconstruction with corrugated bovine pericardial tubular graft.
2010
Dulbecco,Eduardo Camporrotondo,Mariano Blanco,Gustavo Haberman,Diego
Correção cirúrgica da estenose aórtica supravalvar com modificação da técnica de Sousa
Relato de uma paciente de sete anos apresentando progressiva intolerância ao esforço. A criança apresentava taquicardia e sopro pansistólico de maior intensidade no foco aórtico. O ecocardiograma evidenciava hipertrofia ventricular esquerda e estenose aórtica supravalvar com gradiente sistólico de 190 mmHg. A angioressonância e o cateterismo cardíaco confirmaram o diagnóstico, sugerindo estenose do óstio da artéria coronária esquerda. A correção foi realizada modificando a técnica descrita por Sousa. A evolução pósoperatória transcorreu sem intercorrências, com gradiente pós-operatório de 23 mmHg e boa mobilidade da valva aórtica.
2010
Bonini,Rômulo César Arnal Palazzi,Eugenio Molina Chaccur,Paulo Sousa,Luiz Carlos Bento de
Tratamento cirúrgico da síndrome da veia cava superior causado por timoma invasivo
Paciente do sexo masculino, branco, 57 anos, portador de síndrome da veia cava superior havia 3 meses, devido a timoma invasivo em mediastino médio e anterior, levando a comprometimento da veia cava superior intrínseca e extrinsecamente. Após avaliação por tomografia computadorizada e angiorressonância magnética de tórax, o paciente foi submetido à ressecção radical do timoma - derivação venosa da veia subclávia esquerda para átrio direito, com tubo de PTFE (politetrafluoroetileno). Relevante caso de timoma invasivo ocasionando a oclusão da veia cava superior. A evolução clínica, após 7 meses, foi considerada satisfatória.
2010
Rosa,George Ronald Soncini da Takizawa,Ney Schimidt,Douglas Sugita,Mitur
Transplante cardíaco em criança com miocárdio não compactado
No summary/description provided
2010
Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino Moscardini,Airton Camacho Kozak,Ana Carolina Leiroz Ferreira Botelho Maisano
A cirurgia cardiovascular no Brasil: realizações e possibilidade
No summary/description provided
2010
Zerbini,Euríclides de Jesus
Implante transapical de valva aórtica: resultados de uma nova prótese brasileira
OBJETIVO: A troca valvar aórtica é procedimento rotineiro com risco aceitável. Em alguns casos, a mortalidade é elevada, levando à contraindicação do procedimento, apesar dos sintomas. O implante minimamente invasivo transcateter de valva aórtica parece ser uma alternativa, reduzindo a morbi-mortalidade. O objetivo deste estudo foi o desenvolvimento e implante de nova prótese para implante transcateter. MÉTODOS: Após desenvolvimento em animais, uma prótese transcateter, balão-expansível foi utilizada em 14 casos de alto risco. O EuroSCORE médio foi de 43,7%. Quatro pacientes apresentavam disfunção de biopróteses e o restante, estenose aórtica calcificada. Todos os pacientes eram sintomáticos. Os procedimentos foram realizados em ambiente cirúrgico híbrido, sob controle ecocardiográfico e fluoroscópico. Com o uso de minitoracotomia esquerda, as próteses foram implantadas através do ápice ventricular, sob estimulação ventricular de alta frequência ou choque hemorrágico controlado, após valvoplastia aórtica. Foram realizados controles clínicos e ecocardiográficos seriados. RESULTADOS: A correta liberação da prótese foi possível em 13 casos. Uma conversão ocorreu. Não houve mortalidade operatória. O gradiente de pico médio pós-implante foi de 25 mmHg. A fração de ejeção apresentou aumento significativo após o 7º pós-operatório. Insuficiência aórtica residual não significativa esteve presente em 71% dos casos, nenhuma significativa. Não ocorreu complicação vascular periférica. Não houve necessidade de marcapasso definitivo. Um caso de acidente vascular cerebral ocorreu. A mortalidade geral foi de 42%. CONCLUSÃO: O implante transapical de valva aórtica transcateter é um procedimento possível com esta nova prótese. O comportamento hemodinâmico foi satisfatório. São necessários estudos de longo prazo e com maior poder amostral, no intuito de determinar a real eficácia e indicação do procedimento alternativo.
2010
Gaia,Diego Felipe Palma,José Honório Ferreira,Carolina Baeta Neves Duarte Souza,José Augusto Marcondes de Agreli,Guilherme Guilhen,José Cícero Stocco Telis,André Buffolo,Enio
Tratamento híbrido das doenças complexas da aorta torácica
INTRODUÇÃO: O tratamento híbrido das lesões complexas da aorta torácica (LCAT) requer a revascularização de uma ou mais artérias supra-aórticas, seguida do implante de endoprótese, com morbidade e mortalidade presumidamente mais baixas que a cirurgia convencional. OBJETIVOS: Avaliar a técnica e resultados do tratamento híbrido das LCAT. MÉTODOS: Durante dois anos, 12 pacientes com LCAT foram submetidos a procedimentos híbridos, incluindo aneurismas do arco aórtico e dissecções aórticas agudas Stanford A e B. Todos possuíam indicação de tratamento invasivo, além de zona de ancoragem proximal inadequada (menor que 20 mm). Metade era do sexo masculino e a média de idade de 55,5 anos (42 a 78). Pelo menos três fatores de risco cardiovascular estavam presentes em 75% dos pacientes. A média de seguimento foi de 10,9 meses (2 a 25), com acompanhamento clínico e tomográfico. RESULTADOS: O sucesso técnico inicial foi alcançado em 10 pacientes. Todas as derivações dos vasos supra-aórticos foram realizadas em ambiente cirúrgico e os procedimentos endovasculares em sala de radiologia vascular. A "técnica do varal" foi empregada em seis casos. Dois óbitos ocorreram nos primeiros 30 dias do procedimento. Nenhuma migração da endoprótese foi observada. Nenhum paciente apresentou paraplegia, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, hemorragia ou coagulopatia, conversão cirúrgica eletiva ou de emergência. CONCLUSÃO: O tratamento híbrido das LCAT é viável, especialmente em pacientes de alto risco. Uma adequada integração das técnicas cirúrgica e endovascular, além do acompanhamento clínico e radiológico adequado, tornam esta técnica uma ótima opção à cirurgia convencional.
2010
Ingrund,José Carlos Nasser,Felipe Jesus-Silva,Seleno Glauber de Limaco,Renán Prado Galastri,Francisco Leonardo Burihan,Marcelo Calil Cunha Filho,Carlos Edson Campos Neser,Adnan
Terapia gênica com VEGF para angiogênese na angina refratária: ensaio clínico fase I/II
OBJETIVO: Avaliar a segurança, viabilidade e efeitos iniciais, clínicos e sobre a perfusão miocárdica, da administração intramiocárdica, transtorácica, de VEGF 165 plasmidial em pacientes com doença arterial coronariana avançada e angina refratária, não passíveis de revascularização percutânea e cirúrgica. MÉTODOS: Ensaio clínico fase I/II. Treze pacientes cardiopatas isquêmicos com angina refratária apesar de tratamento medicamentoso máximo por no mínimo seis meses, não passíveis de revascularização cirúrgica ou por cateter foram submetidos a injeções intramiocárdicas de 2000µg VEGF 165 plasmidial. Os pacientes foram avaliados por cintilografia miocárdica, teste ergométrico, questionário de qualidade de vida (Minnesota) e determinação das classes de insuficiência cardíaca (NYHA) e angina (CCS). RESULTADOS: Não houve óbitos ou reintervenções. Durante o período de tratamento medicamentoso máximo, não se observou diferenças em cintilografias miocárdicas, testes ergométricos e questionários de qualidade de vida, ainda, houve tendência a piora das classes NYHA (P=0,05) e CCS (P=0,05). Três meses após intervenção, observou-se melhora dos escores cintilográficos SSS (18,38±7,51 vs. 15,31±7,29, P=0,003) e SRS (11,92±7,49 vs. 8,53±6,68, P=0,002), porém não na proporção da extensão da área de miocárdio isquêmico (23,38±13,12% vs. 20,08±13,88%, P=0,1). Houve tendência a melhora dos METs nas ergometrias (7,66±4,47 vs. 10,29±4,36, P=0,08), melhora do escore de qualidade de vida (48,23±18,35 vs. 30,15±20,13; P=0,02) e das classes NYHA (3,15±0,38 vs. 1,77±0,83, P=0,001) e CCS (3,08±0,64 vs. 1,77±0,83, P=0,001), no mesmo período. CONCLUSÕES: A terapia demonstrou-se segura e viável nesta série de pacientes. Os resultados iniciais tendem a demonstrar melhora na gravidade da angina e redução da intensidade da isquemia miocárdica.
2010
Kalil,Renato A. K. Salles,Felipe Borsu de Giusti,Imarilde Inês Rodrigues,Clarissa Garcia Han,Sang Won Sant'anna,Roberto Tofani Ludwig,Eduardo Grossman,Gabriel Prates,Paulo Roberto Lunardi Sant'anna,João Ricardo Michelin Teixeira Filho,Guaracy Fernandes Nardi,Nance Beyer Nesralla,Ivo Abrahão
Mitral valve surgery using right anterolateral thoracotomy: is the aortic cannulation a safety procedure?
INTRODUCTION: The right anterolateral thoracotomy is an alternative technique for surgical approach of mitral valve. In these cases, femoral-femoral bypass still has been used, rising occurrence of complications related to femoral cannulation. Objective: Describe the technique and results of mitral valve treatment by right anterolateral thoracotomy using aortic cannulation for cardiac pulmonary bypass (CPB). METHODS: From 1983 e 2008, 100 consecutive female patients, with average age 35 ±13 years, 96 (96%) underwent mitral valve surgical treatment in the Heart Institute of São Paulo. A right anterolateral thoracotomy approach associated with aortic cannulation was used for CPB. Eighty (80%) patients had rheumatic disease and 84 (84%) patients presented functional class III or IV. RESULTS: Were performed 45 (45%) comissurotomies, 38 (38%) valve repairs, 7(7%) mitral valve replacements, seven (7%) recomissurotomies and three (3%) prosthesis replacement. Sparing surgery was performed in 90 (90%) patients. The average CPB and clamp time were 57 ± 27 min e 39 ± 19 min, respectively. There were no in-hospital death, reoperation due to bleeding and convertion to sternotomy. Introperative complications were related to heart harvest (5%), especially in reoperations (3%). The most important complications in postoperative period were related to pulmonary system (11%), followed by atrial fibrilation (10%) but without major systemic repercussions. The mean inhospital length of stay was 8 ± 3 days. Follow-up was 6.038 patients/month. Actuarial survival was 98.0 ± 1.9% and freedom from reoperation was 81.4 ± 7.8% in 180 months. CONCLUSION: The right anterolateral thoracotomy associated with aortic cannulation in mitral valve surgery is a simple technique, reproducible and safety.
2010
Guedes,Marco Antonio Vieira Pomerantzeff,Pablo Maria Alberto Brandão,Carlos Manuel de Almeida Vieira,Marcelo Luiz Campos Grinberg,Max Stolf,Noedir Antonio Groppo
Tratamento da fibrilação atrial com ablação por ultrassom, durante correção cirúrgica de doença valvar cardíaca
OBJETIVO: Este estudo visa avaliar a eficácia do tratamento cirúrgico da fibrilação atrial com ablação por ultrassom, concomitante à cirurgia valvar mitral, em pacientes do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (PROCAPE) portadores de fibrilação atrial permanente. MÉTODOS: De março 2008 até janeiro 2009, foi realizado no PROCAPE um estudo prospectivo com 44 pacientes consecutivos, portadores de fibrilação atrial permanente e indicação de cirurgia valvar mitral. Vinte e dois pacientes foram submetidos à ablação com ultrassom no epicárdio do átrio direito (AD) e no endocárdio do átrio esquerdo (AE) concomitantemente ao reparo valvar. Os outros 22 pacientes foram submetidos ao procedimento valvar sem ablação por ultrassom. Pacientes com doença coronária diagnosticada e outras enfermidades graves foram excluídos da pesquisa. RESULTADOS: Foi observada 90% de reversão da FA a ritmo sinusal no pós-operatório imediato dos pacientes que receberam ablação por ultrassom concomitante ao reparo mitral. A evolução no pós-operatório tardio mostrou queda na permanência da reversão a sinusal, porém o grupo que recebeu intervenção ainda apresentou percentual superior a 27% em relação ao grupo controle. Dos 22 pacientes submetidos à ablação com ultrassom, 86,40% apresentaram melhora da classe funcional e não foi constatado neste grupo maior ocorrência de complicações do que no grupo que foi submetido à correção valvar sem ablação. CONCLUSÃO: Os resultados apresentados pelo estudo demonstraram que os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico da FA, com aplicação de ultrassom concomitante à correção valvar, apresentaram vantagens em relação ao grupo controle.
2010
Lins,Rosaly Moraes Marques Lima,Ricardo de Carvalho Silva,Frederico Pires Vasconcelos Menezes,Alexandre Motta de Salerno,Pedro Rafael Thé,Emmanuel Caou Sepúlveda,Diana Albuquerque,Eugênio
Avaliação e seguimento em médio prazo em candidatos a transplante cardíaco submetidos a exercício de baixa intensidade
OBJETIVOS: Estudar o comportamento cardiovascular e segurança frente a protocolo de exercícios de baixa intensidade em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) grave, candidatos a transplante cardíaco. MÉTODOS: Foram estudados 21 pacientes com IC grave, inscritos na lista de transplante cardíaco do Hospital Universitário da UNIFESP. Após avaliação, os pacientes foram monitorados durante a realização de protocolo de exercício com seis fases progressivas (1º membros superiores, 2º membros inferiores, 3º caminhada 35 m, 4º ½ lance de escada, 5º caminhada de 200 m e 6º 1 lance de escada), com intensidade estimada em 2 a 6 equivalentes metabólicos (1 MET = 3,5 ml de O2/kg/min.). Os pacientes foram acompanhados prospectivamente por aproximadamente 17 meses quanto à ocorrência de complicações clínicas e óbito. RESULTADOS: Dentre os pacientes estudados, três não foram capazes de realizar o protocolo completo, sendo as variáveis índice de massa corporal (IMC), pressão respiratória máxima (Pimáx e Pemáx, cmH2O) e número de internações prévias, consideradas preditivas neste subgrupo. Frente ao protocolo de exercício, a frequência cardíaca (FC, bpm), duplo produto (DP, bpm x mmHg) e escala de percepção de esforço (EP, Borg) apresentaram maior oscilação, principalmente durante a fase 5 (H"5 METS), sendo considerados os melhores marcadores relativos ao esforço. A pressão arterial (PA, mmHg) apresentou pouca oscilação. Não houve aumento da incidência de arritmias (Kappa=0,552) frente ao esforço. Observamos correlação positiva moderada entre a EP apenas na fase 6 (caminhada de 200m), com PA (r=0,4; P=0,02). Nos pacientes com desfecho óbito, foram observados valores reduzidos de PiMax na avaliação prévia. Durante o protocolo, redução da resposta de PA e maior elevação da resposta de FC. CONCLUSÃO: O comportamento cardiovascular frente ao protocolo de exercícios foi bem tolerado e seguro, mas reforça a necessidade de monitoração. Informações obtidas na avaliação clínica inicial e durante o protocolo estão associadas com a descompensação e óbito tardio, e podem auxiliar no estadiamento destes pacientes.
2010
Yoshimori,Darlene Yuri Cipriano Jr.,Gerson Mair,Vanessa Branco,João Nelson Rodrigues Buffolo,Enio
Perfil clínico-cirúrgico de pacientes operados por ruptura do septo interventricular pós-infarto do miocárdio
OBJETIVOS: Estudar características clínicas, complicações e desfechos intra-hospitalares de pacientes operados por ruptura do septo interventricular pós-infarto. MÉTODOS: Estudo retrospectivo envolvendo 21 pacientes entre janeiro/1996 e junho/2009. Todas as operações foram realizadas na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Complexo Hospitalar HUOC/PROCAPE. RESULTADOS: Idade média dos pacientes foi de 62,81 anos (± 8,21), sendo 61,9% (n=13) do sexo masculino. Ruptura ocorreu, em média, 4,8 dias após o infarto. Foi observado choque cardiogênico em 57,1% (n=12) dos casos, sendo este fator de risco para óbito (100% com choque vs. 22,2% sem choque; P<0,001). Sobreviventes apresentaram média de fração de ejeção maior em comparação aos óbitos (66,29% ± 4,61% versus 42,71% ± 4,79%; P<0,001). Todos pacientes foram classificados em alto risco pelo EuroSCORE, tendo os sobreviventes média de pontuação menor em comparação aos óbitos (6,57 ± 0,53 versus 10,93 ± 2,23; P<0,001). A maioria (76,2%; n=16) dos pacientes teve necessidade de uso de drogas vasoativas e 57,1% (n=12) foram considerados instáveis hemodinamicamente. Necessidade de drogas vasoativas foi fator de risco para óbito (81,3% no grupo com drogas vasoativas versus 20% no grupo sem drogas vasoativas, P=0,025). Instabilidade hemodinâmica também foi fator de risco para óbito (100% no grupo instável versus 22,2% no grupo estável; P<0,001). A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 66,7% (n=14). CONCLUSÕES: Necessidade de drogas vasoativas, instabilidade hemodinâmica e choque cardiogênico se associaram com maiores taxas de mortalidade. Pacientes que evoluem com desfecho adverso apresentam menor função ventricular e maior pontuação no EuroSCORE. A taxa de mortalidade permanece alta.
2010
Sá,Michel Pompeu Barros de Oliveira Sá,Marcus Villander Barros de Oliveira Barbosa,Caio Henrique Silva,Niedjon Peixoto de Carvalho Escobar,Rodrigo Renda de Rueda,Fábio Gonçalves de Silva,Frederico Pires Vasconcelos Lima,Ricardo de Carvalho
Lactato sérico como marcador de morbimortalidade no pós-operatório de operação de Jatene em lactentes
OBJETIVO: Avaliar a morbidade e mortalidade após a operação de Jatene utilizando a dosagem de lactato sérico como principal marcador. MÉTODOS: Foi realizada uma coorte histórica com lactentes da UTI no período de 1995 a 2005 submetidos a essa cirurgia. Foram avaliados o lactato do pré-operatório, pós-operatório imediato (POI), da terceira hora de PO (3ªh), sexta hora (6ªh) de PO e do 1º dia de PO; bem como outros fatores como sepse, sangramento aumentado, síndrome de baixo débito, insuficiência renal, hipertensão pulmonar, arritmias cardíacas, quilotórax, isquemia miocárdica, convulsões e outras complicações. Também foram coletadas informações referentes ao tempo de internação na UTI e ao desfecho (se o paciente morreu ou teve alta da UTI). RESULTADOS: A média de idade dos 76 pacientes foi de 14,59 ± 19,09 dias, peso ao nascimento de 3,128 ± 0,48 kg. Quarenta e quatro pacientes tinham o diagnóstico anatômico exclusivo de transposição de grandes artérias. O tempo médio de CEC foi de 143,78 ± 28,77 minutos, de pinçamento de 87,68 ± 22,3 minutos e de internação na UTI de 20,28 ± 15,62 dias. Vinte quatro (31,58%) pacientes foram a óbito. O lactato aumentou no POI, retornando aos níveis basais em 24h. Os pacientes que foram a óbito apresentaram e mantiveram a partir do POI níveis de lactato mais elevados. O lactato da 3ªh foi o que melhor discriminou mortalidade, área sob a curva 0,68 (IC 0,54-0,83) P=0,035. Entretanto, considerando um ponto de corte para o lactato maior ou igual a 5,8 mmol/dl na 3ªh de PO, obteve-se apenas sensibilidade de 67% e especificidade de 64% para mortalidade. Existe correlação positiva entre o número de complicações e os níveis de lactato. A síndrome de baixo débito com odds ratio (OR) de 7,67 (2,38-24), sangramento aumentado com OR de 2,91 (1,07-7,94) e complicações respiratórias com OR de 1,67 (1,35-2,05) são fatores de risco de óbito quando somados. CONCLUSÃO: Após a operação de Jatene, a morbidade e a mortalidade podem ser avaliadas com auxílio da dosagem de lactato sérico, sugerindo que valores aumentados na terceira hora são sugestivos de pior prognóstico.
2010
Rocha,Taís Sica da Silveira,Alan Soares da Botta,Aline Medeiros Ricachinevsky,Cláudia Pires Mulle,Lisiane Dalle Nogueira,Aldemir
Influência da atividade física no tempo livre em pacientes no seguimento de até dois anos após CRM
OBJETIVO: Verificar a influência da atividade física no tempo livre (AFTL) no prognóstico dos pacientes até dois anos após a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). MÉTODOS: Coorte com 202 pacientes, idade média de 62 ± 10 anos, sendo 134 (66%) homens, encaminhados para CRM, divididos em ativos e sedentários, conforme a AFTL. Acompanhados até dois anos após CRM onde foi verificada a ocorrência de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) e as modificações na prática da atividade física. RESULTADOS: Trinta e oito apresentaram ECAM, 29 eram sedentários e nove ativos (P= 0,18). Ativos: três (4,5%) reinternações, três (4,5%) óbitos e dois (3%) acidente vascular cerebral (AVC). Sedentários: sete (5,1%) infarto agudo do miocárdio (IAM), sete (5,1%) reinternações, 16 (11,6%) óbitos e um (0,7%) AVC. AFTL diminuiu do pré para o pós-operatório. Ativos: 2,53 (±0,73) e 2,33 (±0,71); sedentários: 2,09 (±0,58) e 2,08 (±0,57). Atividade de lazer e locomoção diminuiu do pré para o pós-operatório nos ativos: 2,53 (±0,73) e 2,27 (±1,12) e aumentou nos sedentários 2,08 (±1,09) e 2,13 (±0,78). O teste de caminhada de 6 minutos (TC6) aumentou no pré e pós-operatório em ativos 337 (±172,42) e 405 (±148,93) e sedentários 255 (±167,06) e 377 (±190,63). O Veterans Specific Questionaire Activity (VSAQ) aumentou do pré para o pós-operatório em ativos 4,44 (±1,82) e 8,50 (±3,16) e sedentários 4,39 (±1,80) e 6,99 (±3,08). CONCLUSÃO: AAFTL não modifica o prognóstico tardio dos pacientes submetidos a CRM. A CRM promove a atividade física e melhora a capacidade funcional dos pacientes em longo prazo.
2010
Martini,Marcio Roberto Barbisan,Juarez Neuhaus
Uso de stents farmacológicos na "vida real": a importância dos registros
Nas últimas décadas, a eficácia e a segurança dos stents não-farmacológicos (SNF) e dos stents farmacológicos (SF) têm sido demonstradas em muitos ambientes clínicos diferentes, levando ao seu uso em mais de 75% de procedimentos no mundo todo. Comparados aos SNF, os SF mostraram menores taxas de reestenose angiográfica e revascularização do vaso-alvo. Esse benefício foi inicialmente demonstrado em estudos que excluíram pacientes com lesões mais complexas, tais como aquelas com vasos mais calibrosos ou finos, oclusão crônica, lesões bifurcadas, reestenose de stent, lesões longas e do tronco da coronária esquerda. Essa população do "mundo real" tem sido recentemente avaliada em muitos registros e meta-análises que são aqui revisados.
2010
Ribeiro,Expedito E. Ribeiro,Henrique Barbosa
Efeitos do treinamento resistido sobre a pressão arterial de idosos
O processo de envelhecimento reduz drasticamente a massa, a força e a potência musculares, diminuindo a capacidade de execução das atividades da vida diária. A prática de exercícios resistidos pode reverter esse quadro, auxiliando na manutenção da massa muscular e melhorando sua força e resistência. No entanto, o envelhecimento ocasiona alterações cardiovasculares, que podem resultar em aumento nos níveis de pressão arterial de repouso, sendo importante analisar os efeitos do exercício resistido sobre a pressão arterial de indivíduos idosos. O objetivo deste estudo é avaliar o conhecimento científico existente sobre as respostas da pressão arterial aos exercícios resistidos e seus mecanismos em idosos. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica baseada nas literaturas portuguesa e inglesa relacionadas ao tema. Com base nos estudos encontrados, o corpus atual, embora escasso e controverso, sugere que, de forma crônica, os exercícios resistidos podem ter efeito hipotensor em indivíduos idosos. Entretanto, esse efeito ocorre, principalmente, em idosos normotensos e com o treinamento de baixa intensidade. Os mecanismos envolvidos nessa resposta hipotensora ainda precisam ser elucidados. Embora o treinamento resistido esteja sendo recomendado para idosos e haja alguns indicativos de que ele possa ter efeito hipotensor crônico, ainda há carência de dados científicos e muitas controvérsias sobre o assunto, o que evidencia que este ainda é um campo aberto à investigação.
2010
Queiroz,Andréia Cristiane Carrenho Kanegusuku,Hélcio Forjaz,Cláudia Lúcia de Moraes