Repositório RCAAP

Cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva com uso de enxerto composto: relato de caso

Este trabalho relata nossa experiência com a utilização de enxerto composto em cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva (CRMMI). Uma alternativa para a CRMMI é o uso de enxertos compostos, nos casos em que se pretende revascularizar vários ramos coronarianos, quando a artéria torácica interna se apresenta curta ou ramifica-se precocemente. Foi operada paciente do sexo feminino, 54 anos, portadora de lesão de 90% em artéria interventricular anterior em seu terço proximal e que foi submetida à CRMMI por minitoracotomia esquerda. A artéria torácica interna esquerda (ATIE) foi amplamente dissecada utilizando-se bisturi longo, auxílio de ótica de videotoracoscopia e clipe para ligadura dos ramos intercostais. Após a secção da ATIE houve ausência de fluxo sangüíneo e evidência de hematoma e dissecção da sua luz no terço distai. Este segmento comprometido foi desprezado e a ATIE foi prolongada por interposição de segmento de veia safena autógena, tornando possível a anastomose com o ramo interventricular anterior. A operação teve duração de 3 horas. A paciente foi extubada após 4 horas de pós-operatório e o dreno pleural esquerdo foi retirado no 3º dia; a paciente evoluiu bem, não apresentando intercorrências clínicas pós-operatórias, tendo recebido alta hospitalar 5 dias após a operação. A cineangiocoronariografia pós-operatória comprovou anastomose patente. O estudo com ecodoppler realizado no 4º mês de pós-operatbrio mostrou derivação pérvia e fluxo de alta resistência. Em conclusão, o uso de enxerto composto para CRMMI mostrou ser uma alternativa eficaz para ampliar a extensão da ATIE, possibilitando a anastomose, quando a mesma é curta ou apresenta problemas de fluxo ou, ainda, se se pretende tratar mais de uma coronária

Ano

1996

Creators

Jatene,Fábio B Pêgo-Fernandes,Paulo Arbulu,Hector van Dyck Hayata,André Luiz Shinji Kalil,Roberto Molnár,László Jatene,Adib D

Aneurisma em ponte de veia safena para artéria coronária marginal esquerda, roto para o brônquio esquerdo

Paciente com duas cirurgias prévias de revascularização do miocárdio há 20 e 10 anos, respectivamente, apresentou subitamente quadro de dispnéia, dor torácica e hemoptise. Aos exames complementares, foi observado um grande aneurisma da ponte de veia safena para artéria marginal esquerda, parcialmente roto em brônquio esquerdo. O aneurisma foi corrigido, com sucesso, mas o paciente veio a falecer no 15º pós-operatório em conseqüência de uma infecção pulmonar.

Ano

1996

Creators

Souza,Luiz César Guarita Rojas,Salomon O. Mazzieri,Ricardo Senra,Dante F. Berlinck,Marcos F. Souza,Januário Manoel de Oliveira,Sérgio Almeida de

Cirurgia de revascularização do miocárdio em pacientes com cardiomiopatia isquêmica e disfunção ventricular acentuada: resultados imediatos e de longo prazo

Objetivo: Estudar aspectos ainda não esclarecidos relacionados a parâmetros clínicos pré-operatórios de prognóstico, risco cirúrgico, benefício funcional e sobrevida a longo prazo. Métodos: Foram analisados 71 pacientes com diagnóstico de cardiomiopatia isquêmica, com fração de ejeção ventricular esquerda < 30% e perfusão miocárdica pela cintilografia TL-201 antes e após a revascularização do miocárdio no período hospitalar e após a alta, com seguimento médio de 48 meses. Resultados: A mortalidade imediata foi de 2,8% e a sobrevida tardia em seguimento de 5 anos foi de 62,8%. Analisando todos os pacientes em relação à curva de sobrevida, não se verificou correlação da presença ou ausência da onda Q no ECG, com a presença de isquemia na cintilografia Tl-201, com o grau de fração de ejeção do ventrículo esquerdo e com a intensidade de insuficiência cardíaca (ICC) ou de angina. Comparando-se os pacientes sobreviventes com os que faleceram, verificou-se diferença estatisticamente significante em relação à maior presença de ICC classe funcional IV e de bloqueio de ramo esquerdo nos pacientes que faleceram. Conclusão: As presenças de insuficiência cardíaca classe funcional IV e de bloqueio de ramo esquerdo relacionaram-se a pior prognóstico. Devido ao mecanismo de morte ser multifatorial e a miocardiopatia isquêmica apresentar padrão miocárdico e arterial heterogêneos, é difícil estabelecer índices pré-operatórios de prognóstico para a revascularização do miocárdio. Os resultados cirúrgicos obtidos a curto e longo prazos demonstram a segurança do procedimento cirúrgico e o seu benefício em aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes com cardiomiopatia isquêmica.

Ano

1997

Creators

OLIVEIRA,Sérgio F JATENE,Adib D SOLIMENE,Maria C OLIVEIRA,Sergio Almeida de MENEGUETTI,Cláudio JATENE,Fábio B STOLF,Noedir A. G PILEGGI,Fúlvio RAMIRES,José Antônio F

Cirurgia na endocardite infecciosa

A endocardite infecciosa continua com alta mortalidade, apesar de sofisticados meios diagnósticos e terapêuticos. Mesmo com o uso de novos antibióticos, a sua evolução continua muitas vezes desfavorável, levando o paciente ao óbito ou a lesões incapacitantes. A operação deve ser realizada precocemente para evitar a alta mortalidade com o tratamento clínico isolado. Este estudo avalia o tratamento cirúrgico de pacientes com endocardite infecciosa e complicações de alto risco. Foram realizadas 63 operações cardíacas para tratar as complicações em pacientes com endocardite infecciosa, no HSE-RJ, entre maio de 1982 a outubro de 1995. Trinta e dois (62,3%) pacientes apresentavam doença cardíaca prévia ou prótese valvar. A doença reumática foi encontrada em 24 (38,1%) pacientes. Febre, sopros e insuficiência cardíaca estavam presentes em 100% dos casos. A ecocardiografia revelou a presença de vegetações ou destruição valvar em todos os casos. A cultura das valvas e a hemocultura foram positivas em 10 (15,6%) e 29 (38,1%) casos, respectivamente. O critério para o tratamento cirúrgico foi a insuficiência cardíaca intratável em 57 (90,5%) casos, embolia sistêmica em 29 (46,0%) pacientes e infecção persistente em 24 (38,1%) casos. Foram implantadas 51 próteses mecânicas e 22 biopróteses. A valvulectomia tricúspide foi realizada em 4 pacientes. A mortalidade cirúrgica foi de 17,5% e todos os pacientes sobreviventes permaneceram em classe funcional I ou II, sem infecção.

Ano

1997

Creators

FILGUEIRAS,Carlos Luiz PASCOAL,Alan Tonassi CARVALHO,Heloisa Feijó de NUNES,Jorge de Albuquerque

Fatores preditivos de reversão a ritmo sinusal após intervenção na valva mitral em pacientes com fibrilação atrial crônica

Pacientes portadores de valvopatia mitral resultante de febre reumática podem exibir fibrilação atrial decorrente de alterações anatômicas e funcionais da musculatura atrial esquerda. Quando a terapêutica da lesão mitral requer correção cirúrgica, observa-se, em alguns pacientes com fibrilação atrial, retorno ao ritmo sinusal. O objetivo do presente estudo foi o de identificar, em pacientes com valvopatia mitral e fibrilação atrial, variáveis capazes de prever o ritmo cardíaco após operação corretiva. Realizamos, para este fim, um estudo retrospectivo das seguintes variáveis: idade, sexo, duração da fibrilação atrial no pré-operatório, diâmetro do átrio esquerdo, fração de ejeção, diagnóstico da valvopatia, tipo de operação empregada e presença de operação cardíaca prévia, a partir de: história clínica, eletrocardiograma, ecocardiograma e nota cirúrgica, presentes no prontuário de cada doente. Os resultados mostraram não haver diferença estatisticamente significativa entre o grupo com retorno ao ritmo sinusal e o grupo que permaneceu em fibrilação atrial para as seguintes variáveis: idade, sexo, duração da fibrilação atrial, diâmetro de átrio esquerdo, fração de ejeção, tipo de operação realizada e presença de operação cardíaca prévia. Os pacientes com insuficiência mitral e diâmetro de átrio esquerdo menor que 52 mm apresentaram maior chance de retorno para ritmo sunusal após operação (OR = 1,945; p = 0,02). A identificação de pacientes com elevada possibilidade de manutenção de fibrilação atrial, após a operação para correção de valvopatia mitral, torna o emprego de terapêutica cirúrgica, para a citada arritmia, procedimento a ser considerado na estratégia definida no pré-operatório. Excluindo-se aqueles com átrio esquerdo menor de 52 mm e insuficiência mitral, todos os demais casos com fibrilação atrial crônica seriam candidatos a procedimentos específicos para reversão da arritmia.

Ano

1997

Creators

MARATIA,Claudia KALIL,Renato A. K SANT'ANNA,João Ricardo M PRATES,Paulo R WENDER,Orlando C TEIXEIRA FILHO,Guaracy F ABRAHÃO,Rogério OLIVEIRA,Flávio P NESRALLA,Ivo A

Tratamento cirúrgico da insuficiência aórtica nos aneurismas e dissecções da aorta ascendente pela técnica de Tirone David

Aneurismas da aorta ascendente (AAA) e dissecções agudas da aorta (DAA) são defeitos que cursam com insuficiência valvar aórtica (IAo) na maioria dos pacientes, geralmente causada por vários mecanismos. Em 30% a 50% dos casos, os folhetos aórticos são morfologicamente normais, possibilitando a reconstrução através do reimplante da valva e das artérias coronárias em um tubo corrugado de Dacron e pericárdio bovino. Descrita por Tirone David, esta técnica evita a prótese valvular e, provavelmente, nos casos de AAA, corrige definitivamente os mecanismos envolvidos. No período de novembro de 1994 a dezembro de 1995 operamos 11 pacientes, que foram assim divididos: Grupo I: DAA, 5 pacientes, todos com o Tipo 1 de DeBakey, sendo 4 agudos e 1 crônico; Grupo II: AAA, 6 pacientes, a maioria com idade acima de 50 anos. No Grupo I empregamos hipotermia profunda, parada circulatória total e perfusão cerebral retrógrada. No Grupo II usamos hipotermia moderada a 28oC. Em ambos a proteção miocárdica foi realizada através de infusão anterógrada intermitente e isotérmica de solução cardioplégica sangüínea associada a solução salina gelada no pericárdio. Dois (18,2%) pacientes faleceram na fase hospitalar e 1 (9%) tardiamente, todos do Grupo I, e 8 vêm sendo acompanhados, com tempo máximo de 13 meses de seguimento. Todos os pacientes sobreviventes (9/11) foram submetidos a estudo ecocardiográfico antes da alta e nenhum apresentou disfunção valvar aórtica. Em dezembro de 1995, todos que sobreviviam (8/11) foram reavaliados por ecocardiografia e os resultados são mostrados neste trabalho. Concluímos que o reimplante da valva aórtica descrito por David é um método efetivo de tratamento da IAo associada aos AAA e DAA. Mesmo sendo pequeno o número de pacientes e o seguimento desta série, acreditamos que a tentativa de evitar o implante de próteses valvulares é encorajadora para ambos, cirurgião e paciente, em um seleto número de casos.

Ano

1997

Creators

PEREIRA,Wagner M FROTA FILHO,José Dario NOGUEIRA,Aldemir SANTOS,Carlos S DUNCH,Andréa VALLENAS,Mário JUNG,Luís A LUCCHESE,Fernando A

Ausência de ventriculotomia previne arritmias ventriculares pós correção da tetralogia de Fallot?

Arritmias ventriculares são eventos tardios freqüentes após correção da tetralogia de Fallot (TF). Morte súbita, possivelmente relacionada a arritmias, é responsável por mais de 40% dos óbitos tardios. Fibrose cicatricial pela ventriculotomia direita poderia ser fator predisponente a eventos arrítmicos. A abordagem atrial teria vantagens por evitar lesão das coronárias, não comprometer a dinâmica ventricular e prevenir arritmias tardias. Trabalhos prévios demostraram não haver melhor desempenho hemodinâmico no procedimento pós-operatório imediato na correção atrial. Nesta série, procuramos analisar a incidência de arritmias ventriculares tardias no Grupo de correção atrial, comparativamente à ventriculotomia direita. Entre 1988 e 1995, 238 pacientes foram submetidos a correção cirúrgica da TF, sendo 28 por via exclusiva atrial (Grupo A) e 210 por via ventricular (Grupo V). Os grupos eram semelhantes quanto a idade, sexo, peso, altura e superfície corporal. A escolha da abordagem foi aleatória. Pacientes que sofreram qualquer ventriculotomia foram incluídos no Grupo V. Avaliamos a ocorrência de BAV transitório ou definitivo no p.o. imediato e a presença de arritmias atriais e ventriculares no ECG comum obtido na última consulta ambulatorial. O tempo de acompanhamento foi 45 ± 22 m no Grupo A e 33 ± 24 m no Grupo V. Não houve BAV transitório ou definitivo no Grupo A. Ocorreram 7% BAV transitórios e 2% definitivos no Grupo V (NS). Arritmias supraventriculares foram 17,4% no Grupo A e 12,0% no Grupo V (NS). Arritmias ventriculares foram 13,0% A e 3,8% V (NS). A evolução clínica quanto ao alívio da estenose pulmonar, eventos p.o. imediatos e classe funcional foi semelhante em ambos os grupos. Resultados publicados de mapeamento eletrofisiológico de VD demonstram anormalidade da despolarização, não apenas na parede livre, mas também no septo, banda parietal e ápex, sendo as arritmias ventriculares mais freqüentes e mais graves em casos da despolarização alterada no VD. Entretanto, não se encontra correlação entre arritmias e ventriculotomia. Concluímos que a abordagem atrial não previne a ocorrência de arritmias ventriculares no p.o. tardio de TF.

Ano

1997

Creators

KALIL,Renato A. K PRATES,Paulo R SANT'ANNA,João Ricardo M PRATES,Paulo R Lunardi VEDOLIN,Leonardo TEIXEIRA FILHO,Guaracy F WENDER,Orlando C OLIVEIRA,Flávio P ABRAHÃO,Rogério NESRALLA,Ivo A

Assistência circulatória com aparelho Heart Mate® na Cleveland Clinic Foundation: experiência inicial e futuras aplicações

Objetivo: Estudar a experiência inicial em assistência circulatória ventricular esquerda com o aparelho pneumático implantável Heart Mate® 1000 IP, analisando suas características e aplicações clínicas. Material e Métodos: Entre dez/91 e set/94 (45 meses) 33 pacientes em choque cardiogênico por miocardiopatia isquêmica ou dilatada foram assistidos, com esse aparelho, por um tempo de 0 a 153 dias (média de 76 dias, nos pacientes que chegaram a ser transplantados). O diagnóstico, o tempo de assintência circulatória, os parâmetros hemodinâmicos (índice cardíaco, gradiente transpulmonar, fração de ejeção do ventrículo direito, resistência vascular pulmonar e variação da área do ventrículo direito), assim como as complicações clínicas são apresentados e discutidos. Valores pré e pós implante são apresentados como média +/- desvio padrão e comparados por teste T pareado. Resultados: A melhora hemodinâmica foi estatisticamente significante (p<0,05). Houve 9 (27,3%) óbitos, pelas seguintes complicações: sepse, falência de VD e insuficiência respiratória. Vinte e quatro pacientes foram transplantados. Não houve nenhum caso de tromboembolismo. Conclusões: Houve melhora clínica em pacientes com elevado risco para transplante cardíaco de urgência, com relativamente baixa taxa de morbi-mortalidade durante a assistência e alta taxa de transplantes (69,7%). Os resultados encorajam o uso desse aparelho para tratamento da fase final da insuficiência cardíaca congestiva grave.

Ano

1997

Creators

GAUZE,Theófilo VARGO,Rita HOOK,Robert SAVAGE,Robert McCARTHY,Patrick M

Rotura traumática da aorta torácica: tratamento cirúrgico

No período de julho de 1986 a dezembro de 1995, foram operados 12 pacientes com rotura traumática da aorta torácica. Nove pacientes apresentavam rotura aguda da aorta e 3 rotura crônica. Em todos os pacientes a lesão localizava-se logo abaixo da emergência da artéria subclávia esquerda (istmo). Onze pacientes foram operados sob pinçamento aortico simples e em apenas 1 associamos shunt não heparinizado entre a artéria subclávia esquerda e a aorta descendente. O tempo médio de pinçamento aórtico foi de 33,2 minutos. Onze pacientes sobreviveram. Um paciente faleceu no pós-operatório imediato, devido a sangramento, e outro apresentou paresia de membros inferiores. Dez pacientes evoluíram sem complicações no pós-operatório. Concluímos que a correção da rotura traumática da aorta torácica, sob pinçamento aórtico simples, é técnica aceitável no tratamento cirúrgico desta lesão.

Ano

1997

Creators

SAMPAIO,Dielson Teixeira SANTOS,João Marcos de Vasconcellos LOBO Jr,Nílcio Cunha FIGUERÓ,João Virgílio Uchoa LOPES,Caetano S NOVAES,Fernando R PAULA FILHO,Maurício Cleber de VERSIANI,Giovani Cardoso FIGUEROA,Carlos Camilo Smith

Tumores cardíacos: 10 anos de experiência

Objetivo: Avaliar a experiência cirúrgica do grupo no tratamento dos tumores cardíacos durante o período de janeiro de 1985 a dezembro de 1994. Casuística e Métodos: De um total de 2268 cirurgias cardíacas com circulação extracorpórea realizadas neste período de 10 anos, 6 foram para extirpação de tumores intracavitários, perfazendo 0,26% dos casos. Destes, 3 eram mixomas de átrio esquerdo, 1 fibroelastoma papilar de valva mitral, 1 rabdomioma de ventrículo esquerdo e 1 fibroma de ventrículo esquerdo. A forma clínica de apresentação foi embolia sistêmica (3 casos) ou insuficiência cardíaca (3 casos). O diagnóstico foi ecocardiográfico (5 casos) e angiográfico (6 casos). Resultados: Todos os pacientes tiveram evolução imediata favorável, exceto 1 deles, com mixoma de átrio equerdo, que evoluiu com mediastinite e septicemia, vindo a falecer e constituindo o único óbito hospitalar. O seguimento pós-operatório tardio, obtido em 4 pacientes (15 a 111 meses - média 49 ± 36,8 meses), não detectou qualquer recidiva, encontrando-se todos em classe funcional I (NYHA). Conclusões: Os autores concluem que os tumores cardíacos são bastante raros, de fácil diagnóstico desde que considerados, na grande maioria benignos e que cursam favoravelmente com a extirpação cirúrgica.

Ano

1997

Creators

MIANA,Antônio Augusto PASSOS,Pedro Horácio Cocenza WHITAKER,Joseph Fredric LOURES,João Batista Lopes PIMENTEL,Rogério de Castro MUNIZ,Antônio José BORGES,Ângela de Fátima LIMA,Maria Augusta de Mendonça LAMIN,Raul Fernando Binato

Estimulação DDD com eletrodo único usando estimulação atrial bifásica simultânea: primeiros resultados clínicos

A estimulação de dupla câmara (DDD) com eletrodo único usando eletrodo atrial flutuante está limitada em função dos altos limiares encontrados para captura atrial. Avaliamos um sistema novo de cabo eletrodo para estimulação atrial que utiliza dois anéis atriais com pulsos de onda quadrada simultâneos unipolares lançados com polaridade oposta. O primeiro pulso é aplicado ao pólo distal do eletrodo e é positivo, o segundo pulso é aplicado ao pólo proximal do eletrodo e é negativo, ambos em relação à carcaça do gerador. O atraso entre os dois pulsos é programável entre 0,0 ms e 1,0 ms. A distância entre os anéis a nível atrial é de 10 mm e a distância entre o pólo distal atrial e o eletrodo ventricular unipolar pode ser selecionado entre 11, 13 e 15 cm. O posicionamento dos anéis a nível atrial é selecionado de acordo com a medida do limiar de estimulação do pulso bifásico simultâneo, incluindo manobras respiratórias para confirmar a captura/sense contínuos. O gerador de pulso tem uma única conexão para o eletrodo e a capacidade de aplicar os pulsos programáveis de onda quadrada com polaridades opostas, com atrasos programáveis de 0,0 a 1,0 ms. O gerador pode ser programado para estimulação VDD com eletrodo único. Este sistema foi implantado em 4 pacientes com bloqueio AV total e função sinusal normal. Os limiares de estimulação atrial e diafragmático foram medidos com várias configurações do pulso, larguras e atrasos, intra e pós-operatórios. A porção média do átrio direito foi selecionada como a melhor posição para os anéis atriais com captura contínua durante inspiração profunda. As medidas intra-operatórias e pós-operatórias (48 horas) foram: Limiar Intra-operatório Pós-operatório atrial unipolar 3,2 + 0,47 V não realizada atrial (bifásico simultâneo) 1,6 + 0,37 V 3,37 + 0,84 V diafragmático acima de 7 V 5,21 + 0,3 V sense de onda P 2,35 + 1,3 mV 1,27 + 0,8 mV Os pacientes tiveram alta com o gerador programado no modo VDD. A evolução de 30 dias após o implante mostrou perda de captura atrial transitória durante inspiração em 1 paciente, apesar da ausência de outras variações no limiar, comparado com a evolução de 48 horas pós implante. Em conclusão, a estimulação bifásica simultânea reduz o limiar de estimulação atrial, ao mesmo tempo em que mantém o sense atrial adequado com uma margem de segurança em relação à estimulação diafragmática.

Ano

1997

Creators

LUCCHESE,Fernando A HALPERIN,Cídio PEREIRA,Wagner M FROTA FILHO,José Dario BLACHER,Celso LEÃES,Paulo E STRÖBEL,Jörg SCHALDACH,Max

Bloqueio atrioventricular de alto grau induzido pela cirurgia cardíaca: estudo de critérios de reversibilidade

O bloqueio atrioventricular de alto grau (BAVG) pode se manifestar, em pequena incidência (2,1%), no pós-operatório de cirurgia cardíaca e ter caráter temporário ou permanente. Na ausência de critérios de reversibilidade, o tempo de permanência superior a 15 dias é indicativo de marcapasso cardíaco permanente (MPCP). Casos isolados poderão reverter após este período. Num estudo de 4 casos de bloqueio em 300 intervenções cardíacas, os autores confirmam que a freqüência cardíaca e a comparação das características do QRS nos períodos antes, durante e após o bloqueio não constituem critérios de reversibilidade; o eletrograma do feixe de His é dispensável na adoção da conduta; o período de 15 dias é adequado para a indicação do MPCP e o tempo corrigido de recuperação do marcapasso é indicativo de atividade juncional ou idioventricular incerta e deve ser estudado como critério de reversibilidade.

Ano

1997

Creators

NASCIMENTO,Celso Soares VIOTTI JÚNIOR,Luiz Amaury SILVA,Luiz Henrique Fernandes da ARAÚJO,Adriana Maria de BRAGALHA,Antoninha Marta Leite Azevedo GUBOLINO,Luiz Antônio

Tratamento cirúrgico da comunicação interventricular e rotura da parede livre do ventrículo esquerdo após infarto agudo do miocárdio e da disjunção atrioventricular após troca da valva mitral, empregando o dispositivo de isolamento ventricular (DIV):: estudo experimental

A rotura de parede livre do ventrículo esquerdo (VE) e a comunicação interventricular (CIV) por rotura de septo são dois eventos catastróficos que podem complicar a evolução do infarto agudo do miocárdio (IAM). A oportunidade do tratamento cirúrgico, o acesso à CIV e a técnica cirúrgica ideal para o tratamento desta complicação são muito discutidos na literatura (1-5). Os resultados, porém, são quase unânimes: alta taxa de mortalidade. A rotura da parede posterior do ventrículo esquerdo pós troca da valva mitral (disjunção atrioventricular) não é uma complicação rara, sendo quase sempre fatal (6, 7). O objetivo de nosso trabalho é discutir a alternativa de tratamento cirúrgico destas graves lesões, sem o manuseio direto do músculo cardíaco friável, necrozado. Desenvolvemos e testamos em animais (carneiros) o dispositivo de isolamento ventricular (DIV). No período de 12/7/95 a 10/1/96, operamos 12 carneiros adultos para o implante do DIV. No primeiro período de aprendizado da técnica de implante e de desenvolvimento da prótese, operamos 7 animais, sem sucesso. No segundo período operamos 5 animais, já com o DIV completamente desenvolvido e com a técnica cirúrgica já padronizada; obtivemos sucesso com todos os animais, sobrevivendo com bom débito cardíaco, constatado ao ecocardiograma e à ventriculografia. Após 20 dias de sobrevida, os animais foram submetidos a ventriculografia e ecocardiografia. Observamos o completo isolamento da cavidade ventricular com o emprego do DIV, obtendo o tratamento provisório destas graves lesões.

Ano

1997

Creators

BERNARDES,Rodrigo de Castro LIMA,Luís Cláudio Moreira GOMES,Maurício C RABELO,Walter REIS FILHO,Fernando Antônio Roquete CASAGRANDE,Ivan S. Joviano

Efeito protetor da criocardioplegia cristalóide na isquemia global e reperfusão durante circulação extracorpórea: um mecanismo dependente do endotélio?

Estudos prévios demonstraram que o comprometimento da produção de EDRF/NO mediada por receptores, após isquemia global e reperfusão, possa ser devido a uma disfunção de G-proteínas que liga os receptores da célula endotelial à via da síntese de EDRF/NO. O presente trabalho experimental sugere que a criocardioplegia cristalóide, associada a hipotermia tópica, previne ou pode reverter, em parte, a disfunção endotelial nas mesmas condições. Mais estudos serão necessários para conclusões mais definitivas, pois as análises estatísticas mais acuradas sugeriram aumento da amostragem. Este detalhe talvez seja devido às grandes dificuldades de uniformização relacionada a este tipo de experimentos. Além disso, demonstrou-se pela primeira vez que a hipotermia, por si só, pode estimular a liberação de EDRF/NO pelo endotélio vascular. Isto sugere que o endotélio possa ser um importante sensor de mudanças da temperatura sangüínea e tem importantes implicações para o entendimento da fisiologia da CEC e dos mecanismos locais de auto-regulação.

Ano

1997

Creators

ÉVORA,Paulo Roberto B PEARSON,Paul J DISCIGIL,Berent OELTJEN,Marilyn SCHAFF,Hartzell V

Uso de oxigênio puro e shunt veno-arterial nos oxigenadores de membrana

Cinqüenta pacientes (32 masculinos e 18 femininos) com idade variando entre 31 e 82 anos, peso entre 43 e 98 kg foram submetidos a perfusão normotérmica (34°C a 36°C) e hemodiluição, com o oxigenador de membrana (DMG). Empregou-se um shunt entre a linha arterial e venosa de modo que só uma porcentagem do sangue venoso passou pelo oxigenador. O volume do shunt foi controlado por torniquete graduado e o fluxo constantemente medido por um fluxômetro eletrônico (Biopump). Também a saturação arterial e venosa de hemoglobina foram constantemente medidas por um oxímetro (Oxisat Bentley) colocado na linha de perfusão. Além disso, foram realizadas gasometrias arterial e venosa, cada 20 a 30 min com aparelho de gasometria. O shunt foi colocado antes do filtro arterial, onde a mistura arteriovenosa se completa. O fluxo de perfusão foi mantido com drenagem livre das cavas atingindo em média 45 à 60 ml/kg de peso corporal. Obteve-se saturação arterial de hemoglobina em torno de 90% a 93% e saturação venosa entre 55% e 75%. O hematócrito foi mantido entre 25% e 35%, sendo o mínimo aceito de 20%. Para se obter esses números de saturação de hemoglobina bastou passar 50% do sangue venoso pelo oxigenador, à temperatura corporal entre 34°C e 36°C. Pelas dosagens da gasometria cada 20 min a 30 min, o PH se manteve normal em torno de 7,4, PCO2 entre 20 mmHg e 40 mmHg e PO2 arterial entre 70 mmHg a 90 mmHG. No final da perfusão, ao se aquecer o paciente para 37°C o shunt foi reduzido para ± 30%. A pressão arterial média manteve-se entre 60 mmHg a 80 mmHg. O tempo de perfusão variou de 65 min a 195 min. O sangramento pelos drenos nas primeiras 12 horas do pós-operatório foi entre 350 ml a 650 ml. Nenhum paciente apresentou qualquer grau de disfunção cerebral diagnosticado clinicamente. Houve 2 óbitos hospitalares: 1 paciente, na 2ª semana do pós-operatório, de insuficiência respiratória; outro, de infarto do miocárdio, na 4ª semana. Concluímos que o emprego do shunt veno-arterial e oxigênio puro nos oxigenadores de membrana mostrou ser método adequado para abolir o uso de ar comprimindo e blenders nesses oxigenadores, ao mesmo tempo que, teoricamente, reduz em 40% a 50% os efeitos deletérios ou inflamatórios causados pelos oxigenadores artificiais. Na hipotermia, o método pode ser usado com mais liberdade, conforme trabalho por nós publicado, utilizando oxigenadores de bolhas.

Ano

1997

Creators

MORAES,Domingos Junqueira de MORAES,Mário Coli Junqueira de DIAS,José Ronaldo J MARTINS,Paulo MORAES,Zuleica Coli J. de SOUZA,Celita Geraldo de AZEVEDO,Sérgio Lopes de GATTI,Madalena O NOVAES,Maurício

Estudo anatômico da artéria torácica interna aplicado à cirurgia cardiovascular

Com a intensa utilização da artéria torácica interna (ATI) na operação de revascularização do miocárdio, estudamos sua anatomia com a finalidade de esclarecer aspectos morfológicos que possibilitem extender sua utilização e prevenir complicações pós-operatórias. Em 100 cadáveres foram retirados os plastrões esternocostais e injetadas as ATIs com Látex Neoprene. A ATI originou-se diretamente da artéria subclávica em 82,5% e de um tronco comum com outras artérias em 17,5%. O comprimento médio foi de 20,4 ± 2,1 cm e o ponto de terminação mais freqüente foi ao nível do 6º espaço intercostal (e.i.) (52,5%). A forma de terminação se fez como bifurcação em 93% e como trifurcação em 7%. A relação da ATI com a margem esternal foi de 10,3 ± 3,2 mm ao nível do 1º e.i. e 19,2 ± 6,0 mm ao nível do 6º e.i. A ATI está recoberta pelo músculo transverso do tórax numa extensão média de 7,5 ± 2,7 cm e apresenta o ramo costal lateral em 15%. O nervo frênico é anterior à ATI em 70% e posterior em 30%. O estudo forneceu subsídios que podem contribuir para minimizar as complicações pós-operatórias.

Ano

1997

Creators

HENRIQUEZ-PINO,Jorge A GOMES,Walter José PRATES,José Carlos BUFFOLO,Ênio

Operação de Ross: a intervenção ideal para pacientes aórticos jovens?

Fundamentos: Próteses valvares aórticas com desempenho hemodinâmico adequado possibilitariam maior regressão da hipertrofia ventricular e normalização da função ventricular. Isto possivelmente tenha implicações importantes no prognóstico tardio após a substituição da valva aórtica. Objetivo: Avaliar o desempenho hemodinâmico do auto-enxerto pulmonar em posição aórtica e a regressão da hipertrofia ventricular esquerda após a operação de Ross. Casuística e Métodos: De maio/95 a março/97, 45 pacientes com média de idades de 27,1 anos foram submetidos à operação de Ross. Todos os pacientes foram submetidos, no pós-operatório imediato, a ecocardiografia com Doppler e cateterismo cardíaco para avaliação do desempenho hemodinâmico dos auto e homoenxertos, assim como da massa e função ventricular esquerda. Catorze pacientes com evolução superior a seis meses submeteram-se a ecocardiografia de stress com dobutamina, para estudar o desempenho hemodinâmico dos auto e homoenxertos em condição de exercício. Resultados: A mortalidade hospitalar foi de 6%. Após tempo médio de seguimento de 12,8 meses (1-23), ocorreu um óbito súbito tardio e nenhuma complicação relacionada à prótese. O desempenho hemodinâmico imediato e tardio dos auto-enxertos foi praticamente normal, com média de gradiente médio de 1,8 ± 0,6 mmHg e média de gradiente instantâneo máximo de 2,9 ± 0,9 mmHg. O grau de insuficiência valvar foi desprezível. Mesmo em condição de exercício, os gradientes não se elevaram de forma significativa, com média de gradiente médio de 4,3 ± 2,5 mmHg e média de gradiente instantâneo máximo de 10,4 ± 6,1 mmHg. Os homoenxertos utilizados para a reconstrução da via de saída do ventrículo direito tiveram excelente desempenho hemodinâmico imediato; entretanto, no seguimento tardio apresentaram discreto aumento das velocidades de fluxo com média de gradiente médio de 10 ± 7,1 mmHg em repouso e 26 ± 13,3 mmHg durante o exercício. O índice de massa ventricular esquerda caiu de 168 ± 46g/m² no pré-operatório para 115 ± 32g/m² no 6º mês de evolução. A função ventricular esquerda apresentou-se normal em repouso e no exercício na maioria dos pacientes. Conclusões: Dado o desempenho hemodinâmico normal dos auto-enxertos pulmonares, a redução da massa ventricular e normalização da função do ventrículo esquerdo, além da ótima evolução tardia dos pacientes, consideramos a operação de Ross como a operação ideal para pacientes aórticos jovens.

Ano

1997

Creators

COSTA,Francisco Diniz Affonso da PINTON,Rita HAGGI FILHO,Hermínio ROSA,George Soncini da ABUCHAIM,Décio Cavalet Soares QUINTANEIRO,Valdemir MILANI,Rodrigo ITO,Robertson GASPAR,Rogério BURGER,Martin SALLUM,Fábio FARACO,Djalma Luiz COSTA,Iseu Affonso da

Revascularização completa do miocárdio. Pontes seqüenciais de veia safena, anastomoses seqüenciais da artéria torácica interna e enxertos compostos: análise de 165 casos consecutivos

Buscando a revascularização completa do miocárdio, 165 casos foram analisados dentre 359 pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio, no período de janeiro de 1995 a janeiro de 1996, com pontes de veia safena e/ou artéria torácica interna, de forma seqüencial, ou associadas como enxertos compostos. Destes, 132 receberam pontes seqüenciais de veia safena servindo a 2 ou mais ramos arteriais coronários, 25 foram tratados através de anastomoses seqüenciais de artéria torácica interna, de forma simples, interessando aos ramos interventricular anterior e diagonais da coronária esquerda, enquanto 8 receberam enxertos compostos de artéria torácica interna direita e esquerda associados a segmentos de veias safenas, que terminavam em ramos das artérias coronárias direita e esquerda. Em 96% os casos a operação programada foi realizada, obtendo-se revascularização completa. Ocorreu um único (0,6%) óbito hospitalar conseqüente a infarto do miocárdio transoperatório, seguido de síndrome de baixo débito cardíaco; a morbidade não diferiu daquela presente nos procedimentos usuais de revascularização cirúrgica do miocárdio. Os cuidados na dissecção e preparo dos pedículos da artéria torácica interna, bem como na retirada e preparo para implante das veias safenas, somados àqueles necessários à obtenção da perfeita anastomose seqüencial, de modo a evitar torções, angulações e acotovelamentos dos enxertos, são enfatizados como fundamentais para o excelente resultado obtido na série analisada. Nossos resultados entusiasmam o emprego da crescente freqüência no uso da técnica da revascularização completa do miocárdio.

Ano

1997

Creators

RABELO,Raul Corrêa REIS FILHO,Fernando Antônio Roquete BERNARDES,Rodrigo de Castro MOTTA,Giancarlo Grossi LIMA,Luiz Cláudio Moreira GONÇALVES,Leonardo Augusto D'Ávila RABELO,Walter MARINO,Roberto Luiz MARINO,Marcos Antônio BRASIL,Juliana A. Amaral GOMES,Maurício Castro

Cirurgia de revascularização completa do miocárdio sem circulação extracorpórea: uma realidade

No período de janeiro de 1995 a dezembro de 1996, nossa equipe cirúrgica procurou sintematizar a cirurgia de revascularização completa do miocárdio sem circulação extracorpórea. Foram realizadas 385 operações de revascularização do miocárdio, das quais 333 (86%) sem o uso de circulação extracorpórea. O objetivo do presente estudo é analisar os resultados imediatos destes 333 pacientes, no que concerne ao tempo de permanência hospitalar, idade, sexo, número de enxertos e morbimortalidade. Todos os pacientes foram submetidos a cineangiocoronariografia prévia. Realizaram-se pontes para todas as coronárias, inclusive para as marginais da circunflexa. A idade variou de 35 a 86 anos, com média de 61 anos. O sexo masculino foi predominante com 214 (64%) pacientes. O tempo médio de permanência hospitalar foi de 7 dias. O número total de pontes implantadas foi 625, variando de 1 a 4, com média de 1,9 pontes por paciente. Houve 7 casos de complicações sem óbitos, perfazendo um total de 2% de morbidade. Registraram-se 10 óbitos no pós-operatório imediato, equivalentes a 3% de mortalidade. Em face dos dados obtidos, concluímos que este método pode ser utilizado para a grande maioria dos pacientes a serem submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio, com baixa morbimortalidade.

Ano

1997

Creators

LOBO FILHO,J. Glauco DANTAS,M. Christian B. R. ROLIM,J. Gumercindo V. ROCHA,J. Aurillo OLIVEIRA,Francisco M. de CIARLINE,Ciro FEITOSA,J. Acácio ROLIM,Ana Virgínia LEITÃO,Maria Cláudia KLEMING,Glauco SANTIAGO,Fernando SILVEIRA,Geraldo LOPES,Marcus V. L. LIMA,Ricardo de Carvalho ESCOBAR,Mozart A. S. de

Tratamento cirúrgico dos aneurismas de ventrículo esquerdo e isquemia coronária

Desde os primeiros relatos sobre aneurismectomia do ventrículo esquerdo, vários aspectos foram estabelecidos. Existem controvérsias relacionadas à técnica ideal de reconstrução ventricular, seus efeitos na morfolofia, função ventricular, estado sintomático pós-operatório e sobrevida a longo prazo. Este estudo visa levantar a casuística do Serviço, observando as principais indicações e tratamento cirúrgico, o estado sintomático pré e pós-operatório e a sobrevida imediata e tardia dos pacientes. Foram avaliados 12 portadores de aneurisma do ventrículo esquerdo, 9 masculinos, idade média de 60 anos, cujas principais indicações cirúrgicas foram angina (58%) e angina + insuficiência cardíaca (42%). O cateterismo cardíaco demonstrou acinesia/discinesia segmentar em 92% dos pacientes, aneurisma apical ou ântero-apical em 83% e doença coronária obstrutiva em 100%, acometendo 3 ou mais vasos em 75%; a artéria interventricular anterior foi mais comprometida (29%). A fração de ejeção variou de 32% a 66% e o encurtamento percentual de 15% a 36%. Todos foram submetidos a revascularização do miocárdio, 9 sofreram aneurismectomia do ventrículo esquerdo, 7 com sutura linear e 2 com reconstrução geométrica. O tempo médio de circulação extracorpórea e clampeamento aórtico foi 96 e 50 minutos para sutura linear e 180 e 86 para reconstrução geométrica. As principais intercorrências pós-operatórias foram síndrome de baixo débito cardíaco e fibrilação atrial (16%). A mortalidade hospitalar foi de 16%. Os pacientes encontram-se com seguimento médio de 15 meses, sobrevida geral de 75%; estão livres de angina 89%, aqueles operados por ICC estão em classe II. Esses fatores melhorando a qualidade de vida justificam a aneurismectomia.

Ano

1997

Creators

LOURES,Danton R. da Rocha CARVALHO,Roberto Gomes de LIMA Jr.,José Dantas de COSTA,Mário Augusto Cray da TISZKA,André Luís DERGINT,André do Amaral ABRÃO,Maurício Henrique STAHLKE,Paulo Henrique WOLKER,Rinaldo Luís SCHMIDLIN,Carlos Augusto BROMMELSTRÖET,Maricélia