RCAAP Repository
Influência da velocidade articulatória e da intensidade na inteligibilidade de fala
TEMA: existem evidências de que as pistas contextuais intrínsecas aos estímulos de fala elevam os escores de inteligibilidade, entretanto, a influência de pistas dependentes do sinal acústico, como a velocidade e a intensidade com as quais os diferentes estímulos são produzidos, são pouco conhecidas. OBJETIVO: investigar se a redução da velocidade articulatória e o acréscimo da intensidade da fala, em diferentes tipos de estímulos, influenciariam os escores de inteligibilidade. MÉTODO: participaram do estudo 30 falantes e 60 ouvintes, todos sem distúrbios da comunicação. Os falantes foram gravados durante a repetição de três listas de estímulos (frases, palavras e pseudopalavras). As médias da velocidade articulatória (sílabas por segundo) e da intensidade da fala (decibel) foram calculadas por falante, para cada lista. A inteligibilidade foi mensurada pelo método de transcrição ortográfica das amostras pelos ouvintes, sendo os escores calculados em percentagem de palavras corretamente transcritas. RESULTADOS: diferenças estatisticamente significantes da velocidade articulatória foram encontradas entre os três tipos de estímulos, contudo, os estímulos produzidos com menor velocidade (pseudopalavras seguidas pelas palavras) não conduziram a escores superiores de inteligibilidade. Em relação à intensidade, apenas as pseudopalavras apresentaram valores estatisticamente superiores aos demais estímulos, porém este acréscimo também não elevou os escores de inteligibilidade da fala. CONCLUSÃO: nem a redução da velocidade articulatória nem o acréscimo da intensidade da fala influenciaram os escores de inteligibilidade dos sujeitos avaliados, sinalizando que as pistas contextuais exercem mais efeito sobre a inteligibilidade da fala que as informações independentes do sinal acústico.
2022-12-06T15:50:15Z
Barreto,Simone dos Santos Ortiz,Karin Zazo
Narração de histórias por crianças com distúrbio específico de linguagem
TEMA: as habilidades narrativas podem fornecer ricas informações sobre as competências lingüísticas, cognitivas e sociais das crianças com desenvolvimento típico e com DEL (Distúrbio Específico de Linguagem). Crianças com DEL apresentam déficits na elaboração do discurso, que geralmente são confusos e repetitivos. Além disso, há dificuldades na organização textual, compreensão da temporalidade, relações de causa e efeito e desenvolvimento de conhecimento estrutural necessária para a compreensão da informação. OBJETIVO: caracterizar a narração de histórias por crianças com DEL com relação ao tipo e conteúdo do discurso e comparar o desempenho destes sujeitos com seus pares cronológicos em desenvolvimento típico. MÉTODO: participaram deste estudo dois grupos: Grupo Controle (GC), sem alterações de linguagem, composto por 24 sujeitos e Grupo Pesquisa (GP), com diagnóstico de DEL, composto por 8 sujeitos. Para eliciar as narrativas foi utilizada uma série de 15 histórias, representadas por figuras, compostas por quatro cenas cada. Essas seqüências foram criadas e classificadas em mecânicas, comportamentais e intencionais, segundo as relações envolvidas entre as personagens. RESULTADOS: As crianças com DEL apresentam narrativas mais rudimentares se compararmos a seus pares cronológicos com desenvolvimento típico de linguagem independente do tipo de história fornecida. Além disso, as crianças com DEL apresentaram percepção dos estados mentais semelhante às crianças com desenvolvimento normal. CONCLUSÕES: estes resultados indicam que, independente do tipo de história fornecida, a dificuldade destas crianças está na utilização da língua, ou seja, nas habilidades lingüísticas necessárias na narração de histórias e não na percepção dos estados mentais dos personagens.
2022-12-06T15:50:15Z
Befi-Lopes,Débora Maria Bento,Ana Carolina Paiva Perissinoto,Jacy
Presbivertigem como causa de tontura no idoso
INTRODUÇÃO: tontura é queixa freqüente na população geriátrica e interfere na qualidade de vida desses indivíduos. OBJETIVO: descrever as causas de tontura, correlacionar sintomas e alterações na prova calórica e verificar o impacto da presbivertigem como fator primário de tontura em população de idosos. MÉTODO: revisão do prontuário de 132 pacientes com mais de 60 anos e distúrbio do equilíbrio corporal, atendidos no ambulatório de Otoneurologia do Hospital das Clínicas da UFMG, no período de 1998 a 2007. As variáveis analisadas foram: dados epidemiológicos, história clínica, doenças associadas e resultado da prova calórica. Casos de vertigem de posição e suspeita de lesão central foram excluídos da análise. RESULTADOS: A amostra constou de 120 pacientes. A idade média foi de 70 anos, sendo 87 (71%) mulheres. Dentre os tipos de tontura, vertigem de alguns minutos de duração e freqüência diária foi mais freqüente. Em relação ao resultado da prova calórica, exame normal foi observado em 73% e, dentre os resultados alterados, hiporreflexia bilateral (presbivertigem) foi observada em 8%. Correlacionando-se com o tipo de tontura, hiporreflexia bilateral associou-se com instabilidade postural (p = 0,006; IC = 2 - 419). CONCLUSÃO: tontura no idoso tem causa multifatorial. Perda da função vestibular periférica pode estar relacionada à presbivertigem e deve ser considerada em pessoas idosas com desequilíbrio. Distúrbios metabólicos, psíquicos, disautonômicos, ortopédicos, visuais e de propriocepção podem ser causa de tontura em idosos com exame vestibular normal.
2022-12-06T15:50:15Z
Felipe,Lilian Cunha,Luciana Cristina Matos Cunha,Fabiana Carla Matos Cintra,Marco Túlio Gualberto Gonçalves,Denise Utsch
A resposta auditiva de estado estável na avaliação auditiva: aplicação clínica
TEMA: a resposta auditiva de estado estável (RAEE) é um procedimento eletrofisiológico que permite avaliar ao mesmo tempo os limiares auditivos de várias freqüências em ambas às orelhas, reduzindo assim o tempo de teste, e permite estimular até níveis próximos a 125dB HL, caracterizando assim a audição residual. OBJETIVO: verificar a aplicabilidade da RAEE para determinar os limiares auditivos nos diferentes graus de perda auditiva neurossensorial coclear. MÉTODO: foram avaliados 48 indivíduos com idade entre sete e trinta anos e diferentes graus de perdas auditivas. A Audiometria Tonal Liminar (ATL) e a RAEE foram avaliadas nas seguintes freqüências portadoras, 0,5; 1; 2 e 4k Hz. As freqüências portadoras na RAEE foram moduladas em amplitude e freqüência, com estimulação múltipla e dicótica nas perdas auditivas de grau leve e moderado. Estimulação simples foi utilizada nos outros graus de perdas auditivas. RESULTADOS: houve associação significante (p < 0,01) entre os limiares obtidos na ATL e RAEE para todas as freqüências testadas, principalmente para perdas auditivas de grau profundo. Contudo em alguns pacientes o grau da perda auditiva pode ser super-estimado. CONCLUSÃO: a RAEE pode ser utilizada para predizer os limiares auditivos da ATL, porém não deve ser analisada de forma isolada, mas de forma complementar a avaliação audiológica comportamental.
2022-12-06T15:50:15Z
Duarte,Josilene Luciene Alvarenga,Kátia de Freitas Garcia,Tatiana Manfrini Costa Filho,Orozimbo Alves Lins,Otávio G
Relações entre a Autistic Behavior Checklist (ABC) e o perfil funcional da comunicação no espectro autístico
TEMA: as alterações de comunicação e linguagem têm sido propostas como um dos três elementos fundamentais para a caracterização e o diagnóstico dos distúrbios globais do desenvolvimento (DGD). A Autistic Behavior Checklist (ABC) tem sido utilizada em diversas pesquisas, pois possibilita uma aplicação simples, que pode ser realizada a partir de amostras filmadas de comportamento, entrevistas com pais ou terapeutas, e pode ser utilizada por profissionais das áreas da saúde e da educação. OBJETIVO: a proposta deste estudo envolve a verificação das correlações entre o perfil funcional da comunicação e as diferentes pontuações na ABC. O objetivo geral desta pesquisa é identificar a possibilidade de contribuição da avaliação fonoaudiológica de crianças e adolescentes incluídos no espectro autístico a partir da verificação de relações entre seu desempenho comunicativo e a pontuação obtida na ABC. MÉTODO: foram sujeitos desta pesquisa 117 crianças e adolescentes, entre 2 e 16 anos de idade, já atendidos ou em atendimento no Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Distúrbios Psiquiátricos da Infância do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da USP. RESULTADOS: indicaram a existência de correlações negativas entre a pontuação na ABC e a interatividade e complexidade da comunicação. As poucas correlações entre a sub-escala de linguagem e os outros dados sugerem a dissociação entre a descrição propiciada pela ABC e os critérios sugeridos pelo DSM-IV e pela CID-10 para o diagnóstico de autismo. CONCLUSÃO: a busca de critérios objetivos para a determinação de sub-grupos no espectro autístico permanece um desafio.
2022-12-06T15:50:15Z
Fernandes,Fernanda Dreux Miranda Miilher,Liliane Perroud
Relação entre desenvolvimento motor corporal e aquisição de habilidades orais
TEMA: a literatura aponta para a influência da postura corporal sobre as habilidades orais em crianças com desenvolvimento sensório-motor alterado. Em crianças normais existem poucos estudos sobre essa relação. OBJETIVO: estudar em crianças a termo a relação entre habilidades motoras e habilidades motoras orais, desde 1 dia de vida até 24 meses de idade. MÉTODO: 42 crianças foram filmadas com 1 dia, 1 mês, 2, 3, 4, 5, 6, 9,12 e 24 meses nas posições supino, prono, sentado e em pé e durante alimentação com amamentação / mamadeira (até 5 meses), uso de colher para alimentação pastosa (3 aos 12 meses), uso de copo para água ou suco (6 aos 24 meses) e alimento sólido (6 aos 24 meses). Estabeleceram-se escores de quantificação para o desenvolvimento corporal e habilidades orais e utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson para o estudo estatístico, adotando-se nível de significância de 5%. RESULTADOS: os resultados do desenvolvimento motor apontaram para semelhança de dados entre supino e prono e sentado e em pé; para as habilidades orais (durante a alimentação com mamadeira/amamentação, colher, copo, mastigação) constatou-se em cada modalidade de alimentação, homogeneidade de aquisição de habilidades para lábios, língua e mandíbula. Houve associação entre habilidades motoras e orais; resultados apontam que o desenvolvimento motor (habilidades motoras) se deu antes das orais desde o 5° ao 24° mês e que as habilidades de mandíbula em copo e colher ocorreram antes das habilidades de lábios e língua. CONCLUSÃO: houve crescente aquisição de habilidades motoras e orais, variabilidade de habilidades em idades entre 3 e 24 meses e associação entre habilidades motoras e orais.
2022-12-06T15:50:15Z
Telles,Mariângela Silva Macedo,Célia Sperandeo
Potencial evocado auditivo de tronco encefálico como auxílio diagnóstico de morte encefálica
TEMA: Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico aplicado em morte encefálica. OBJETIVO: verificar a concordância entre o resultado do Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico e o desfecho do quadro clínico, em pacientes em coma Glasgow 3, por meio da análise do padrão de resposta elétrica do teste. MÉTODO: estudo tipo transversal realizado em 30 pacientes em coma Glasgow 3 submetidos ao Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico e acompanhados quanto ao desfecho clínico após o teste: recuperação ou óbito. O teste seria considerado positivo para morte encefálica ao registrar com reprodutibilidade ausência de todas as ondas ou presença de apenas a onda I, e considerado negativo na presença de duas ou mais ondas independentes de suas latências. RESULTADOS: entre os pacientes que apresentaram testes positivos para morte encefálica (86,66%), todos foram a óbito e o único paciente que se recuperou apresentou teste negativo indicando especificidade de 100%. Observou-se consistência interna dos dados, com coeficiente de correlação intraclasse de 0,562 por meio do Teste Alfa de Cronbach e concordância significativa entre o teste e o desfecho clínico por meio do Teste de Concordância de Kappa (K = 0,545; p = 0,015), com intervalo de confiança de 95%. CONCLUSÃO: para o presente estudo o Potencial Evocado Auditivo de Tronco encefálico demonstrou ser um teste altamente específico na predição de óbito em pacientes em coma Glasgow 3, e possibilitou auxiliar o diagnóstico de morte encefálica.
2022-12-06T15:50:15Z
Jardim,Mônica Person,Osmar Clayton Rapoport,Priscila Bogar
Modelamento da fluência com o uso da eletromiografia de superfície: estudo piloto
TEMA: utilização de recursos tecnológicos para promoção da fluência. OBJETIVO: verificar a efetividade de um tratamento para gagueira baseado exclusivamente no uso da eletromiografia de superfície (EMGS). MÉTODO: participaram desse estudo quatro adultos gagos de ambos os sexos. A avaliação pré e pós-tratamento consistiu de uma sessão para coleta de amostra de fala, análise da tensão muscular de repouso e do tempo de reação para fala. O tratamento consistiu de 12 sessões de 20 minutos, monitoradas pela EMGS. RESULTADOS: observou-se redução estatisticamente significante das disfluências gagas e comuns. Os demais parâmetros, bem como a variação dos dados eletromiográficos, não apresentaram variação estatisticamente significante. CONCLUSÃO: a EMGS mostrou-se eficaz na redução da gagueira, sem a necessidade de associação com outras técnicas de promoção da fluência.
2022-12-06T15:50:15Z
Andrade,Claudia Regina Furquim de Sassi,Fernanda Chiarion Juste,Fabiola Staróbole Ercolin,Beatriz
Síndrome do aqueduto vestibular alargado: uma causa de disacusia neurossensorial
TEMA: a síndrome do aqueduto vestibular alargado (SAVA) é caracterizada pelo alargamento do aqueduto vestibular associada a disacusia. O grau da perda auditiva é variável, podendo ser flutuante, progressiva ou súbita. Sintomas vestibulares podem estar presentes. O diagnóstico é realizado por exames de imagem. OBJETIVO: relatar um caso de SAVA. MÉTODO: lactente, gênero feminino, realizou tomografia computadorizada de ouvidos e exames de audição. RESULTADO: constatou-se alargamento do aqueduto vestibular maior que 1,5mm de diâmetro e perda auditiva neurossensorial à direita. CONCLUSÃO: com a avaliação auditiva precoce é possível o diagnóstico da disacusia, mesmo em crianças com disacusias unilaterais. Embora a literatura consultada mostre que o diagnóstico da SAVA ocorra tardiamente, no presente caso, o diagnóstico etiológico foi possibilitado pela tomografia computadorizada.
2022-12-06T15:50:15Z
Silva,Daniela Polo Camargo da Montovani,Jair Cortez Oliveira,Danielle Tavares Fioravanti,Marisa Portes Tamashiro,Ivanira Ayako
Editorial
No summary/description provided
2022-12-06T15:50:15Z
Andrade,Claudia Regina Furquim de
Desempenho de idosos em um teste de fala na presença de ruído
TEMA: percepção de fala no silêncio e na presença de ruído em idosos. OBJETIVO: caracterizar e comparar as habilidades auditivas de idosos em um teste monótico de percepção de fala, sem e com a presença de ruído competitivo (Índice Perceptual de Reconhecimento de Fala - IPRF e Fala com Ruído - F/R). MÉTODO: foram avaliados 55 sujeitos de ambos os sexos, com idade a partir de 60 anos distribuídos em grupos: Grupo Controle (GC), constituído de idosos sem perda auditiva e Grupo Estudo (GE), constituído de idosos com perda auditiva neurossensorial simétrica. Foi utilizado o Teste de Fala com Ruído, com a apresentação de uma lista de palavras primeiramente sem a presença de ruído e depois na presença de ruído do tipo Speech Noise. RESULTADOS: não houve diferença entre homens e mulheres para os testes IPRF e F/R e correlação da idade somente para o IPRF no GE. Também foi observada diferença significativa no desempenho entre os grupos nos testes IPRF e F/R. Com relação à presença das trocas articulatórias, foi observado que elas ocorreram nos dois grupos estudados, sendo mais freqüente no teste F/R e, principalmente, para o grupo estudo. CONCLUSÃO: a presença do ruído juntamente com os sons de fala é prejudicial para os idosos, independente da presença da perda auditiva, sendo o impacto maior para aqueles que a possuem.
2022-12-06T15:50:15Z
Calais,Lucila Leal Russo,Ieda Chaves Pacheco Borges,Alda Christina Lopes de Carvalho
Eficácia da terapia para desvios fonológicos com diferentes modelos terapêuticos
TEMA: terapia fonológica. OBJETIVO: avaliar a eficácia do tratamento em três diferentes modelos de terapia quanto às mudanças no sistema fonológico de sujeitos com diferentes gravidades do Desvio Fonológico (DF). MÉTODO: a amostra constituiu-se de 66 sujeitos, com idades entre 4:4 e 8:2, sendo 43 do sexo masculino e 23 do feminino, integrantes do banco de dados de uma clínica escola. Todos foram avaliados, antes e após um período de 15 a 25 sessões de terapia fonológica, utilizando-se a Avaliação Fonológica da Criança, a partir da qual foi determinada a gravidade do DF conforme o Percentual de Consoantes Corretas - PCC, o número de Segmentos Não Adquiridos - SNA , e o percentual de Segmentos Adquiridos (SA) após o período de tratamento. Os sujeitos foram tratados pelos modelos ABAB-Retirada e Provas Múltiplas, Oposições Máximas Modificado e Ciclos Modificado. Posteriormente, realizou-se análise estatística dos dados, utilizando o Teste T para amostras iguais, considerando-se p < 0,05. RESULTADOS: verificou-se um aumento do PCC e do percentual de SA, bem como redução do número de SNA em todos os grupos tratados pelos diferentes modelos de terapia. Estes resultados foram estatisticamente significativos para a maioria dos grupos. CONCLUSÃO: os resultados permitem afirmar que os três modelos de terapia aplicados foram eficazes no tratamento de crianças com DF, para as diferentes gravidades do desvio. Além disso, as maiores mudanças no sistema fonológico ocorreram para os grupos com DF de grau mais acentuado.
2022-12-06T15:50:15Z
Keske-Soares,Márcia Brancalioni,Ana Rita Marini,Caroline Pagliarin,Karina Carlesso Ceron,Marizete Ilha
Reflexo da deglutição: análise sobre eficiência de diferentes estímulos em jovens sadios
TEMA: a ausência ou atraso do reflexo da deglutição é considerado um sinal significativo de disfagia. Assim, a terapia tradicionalmente empregada nesses casos consiste em aumentar o input intra-oral por meio de toques gelados (espelho laríngeo 0 ou 00) no terço inferior do arco palatoglosso, porção inferior. OBJETIVOS: identificar, em indivíduos jovens e sadios, quais regiões da orofaringe são mais sensíveis para desencadear o reflexo da deglutição e qual estímulo é mais eficiente. MÉTODO: O reflexo da deglutição foi investigado a partir dos estímulos: espátula, espelho laríngeo 00 gelado, espátula envolta em gaze com água gelada e espátula envolta em gaze umedecida congelada, tocando-se o arco palatoglosso em suas porções inferior e superior, as tonsilas palatinas, a base de língua e a úvula em 65 indivíduos jovens e sadios. RESULTADOS: o reflexo da deglutição não foi desencadeado na maioria dos participantes quando tocado com diferentes estímulos e locais da orofaringe, sendo esta estatisticamente significante. Quando presente, os estímulos mais eficientes foram o espelho laríngeo 00 (28,6%) e a espátula envolta com gaze congelada (27,3%). Quanto à região da orofaringe, a úvula (29,6%), as tonsilas palatinas (26,7%), os arcos palatoglossos região superior (25%) e inferior (21,2%) e base de língua (25%) foram sensíveis aos estímulos. CONCLUSÃO: quando presente o reflexo da deglutição, a úvula, os arcos palatoglossos e as tonsilas palatinas foram as regiões mais sensíveis para desencadeá-lo e o estímulo mais eficiente, dentre os selecionados, foram o espelho laríngeo gelado e a espátula envolta em gaze umedecida congelada.
2022-12-06T15:50:15Z
Pereira,Nayara A. Vasconcelos Motta,Andréa Rodrigues Vicente,Laélia Cristina C.
Evolução da criança autista a partir da resposta materna ao Autism Behavior Checklist
TEMA: intervenção terapêutica fonoaudiológica. OBJETIVO: avaliar o processo evolutivo da criança autista em contexto de intervenção direta e indireta a partir das respostas das mães ao Autism Behavior Checklist. MÉTODO: a amostra constitui-se de 11 mães de crianças diagnosticadas com autismo infantil (seis) e com sindrome de asperger (cinco), de acordo com os critérios do DSM IVtr (APA,2002) e atendidos no Laboratório de Investigação Fonoaudiológica nos Transtornos Globais do Desenvolvimento da Universidade Federal de São Paulo. Essas crianças encontravam-se divididas aleatoriamente em dois grupos: seis crianças em atendimento terapêutico direto e indireto (GT) e cinco apenas em atendimento indireto (GO). Foi utilizado o Autism Behavior Checklist (ABC/ICA) proposto por Krug et al., 1993, traduzido para Língua Portuguesa por Marteleto (2003). Trata-se de uma listagem de comportamentos (57), que permite a descrição detalhada das características não adaptativas nas áreas: sensorial, uso do corpo e objeto, Linguagem, Pessoal-social e Relacional. O questionário foi preenchido sob forma de entrevista para minimizar os efeitos da escolaridade dos pais, em três momentos: inicio de intervenção, após seis meses e ao final de 12 meses. RESULTADOS: após a análise estatística observou-se que houve uma evolução mais acentuada nos escores total e nas áreas de linguagem, pessoal-social e relacional do grupo GT, sugerindo padrão evolutivo maior durante todo o período do estudo. CONCLUSÃO: em ambos os grupos as mães observaram mudanças de comportamentos. A tendência de escores melhores do GT deveu-se, provavelmente a eficácia da intervenção direta e não à falta de atenção dos pais do GO em reconhecer diferenças comportamentais em suas crianças.
2022-12-06T15:50:15Z
Tamanaha,Ana Carina Perissinoto,Jacy Chiari,Brasilia Maria
Proposta para capacitação de agentes comunitários de saúde em saúde auditiv
TEMA: capacitação de agentes comunitários de saúde na área de saúde auditiva. OBJETIVO: verificar a efetividade de um programa de capacitação de agentes comunitários de saúde do Programa de Saúde da Família, na área de saúde auditiva infantil. MÉTODO: a casuística constou de dois grupos: grupo A foi constituído por 31 agentes comunitários de saúde da cidade de Bauru e, grupo B, formado por 75 agentes comunitários de saúde de Sorocaba, ambos municípios do Estado de São Paulo. A capacitação foi realizada por meio de aulas expositivas para os dois grupos, contudo para o grupo A foi utilizado uma apostila adaptada da World Health Organization (2006), para que os agentes comunitários de saúde pudessem acompanhar as atividades realizadas de forma interativa. A capacitação abordou os temas: audição e deficiência auditiva, tipos, prevenção e causas da deficiência auditiva, técnicas de identificação e diagnóstico da deficiência auditiva e aspectos gerais da deficiência auditiva. Para validar a capacitação foi aplicado um questionário pré e pós-capacitação com perguntas sobre os assuntos que foram abordados no decorrer do curso, a fim de analisar a assimilação do conteúdo ministrado. RESULTADOS: a capacitação foi efetiva, com aumento no escore total obtido nos questionários pré e pós-capacitação. CONCLUSÕES: os resultados comprovam a eficácia do programa de capacitação com utilização de material e abordagem interativa proposto para os agentes comunitários de saúde dos Programas de Saúde da Família.
2022-12-06T15:50:15Z
Alvarenga,Kátia Freitas Bevilacqua,Maria Cecilia Martinez,Maria Angelina N. S. Melo,Tatiana Memdes Blasca,Wanderléia Q. Taga,Marcel Frederico de Lima
Ações em saúde vocal: proposta de melhoria do perfil vocal de professores
TEMA: vários autores têm apontado a urgência de se intensificar pesquisas e ações voltadas ao professor, na escola, de caráter preventivo e de promoção de saúde vocal, que se volta para a melhoria das condições de trabalho e do ambiente no qual ocorre a docência. Assim sendo, o objetivo deste estudo foi: analisar as queixas, os sintomas laríngeos, hábitos relacionados ao desempenho vocal e o tipo de voz de professores de uma escola da rede pública de ensino antes e após a participação em grupos de vivência de voz. MÉTODO: o estudo foi dividido em etapas com professores de uma escola pública: 1ª Etapa: entrevista, avaliação laringológica e perceptivo-auditiva da qual participaram 42 professores; 2ª Etapa: grupos de vivência de voz e 3ª Etapa: reavaliação perceptivo-auditiva - das quais participaram 13 professores. RESULTADOS: 73% dos sujeitos apresentaram queixas vocais; 57,14% apresentaram rouquidão de grau leve e moderado, 78,57% apresentaram soprosidade e 52,38% apresentaram tensão na voz. Ao exame laringológico, 75,86% apresentaram fendas glóticas e 34,48% espessamento mucoso. Após a vivência de voz houve diferença significativa no grau de tensão, tanto na análise da vogal /e/ como na análise da fala espontânea (p = 0,0277 para p > 0,05 para ambas). Houve melhora dos cuidados com a voz e a compreensão dos fatores intervenientes e determinantes das alterações vocais, presentes nas condições e organização do trabalho docente. CONCLUSÃO: ações educativas processuais, como os grupos de vivência de voz, se caracterizam como importantes espaços de reflexão e de mudança das relações entre trabalho e saúde do professor.
2022-12-06T15:50:15Z
Silverio,Kelly Cristina Alves Gonçalves,Claudia Giglio de Oliveira Penteado,Regina Zanella Vieira,Tais Pichirilli Guilherme Libardi,Aline Rossi,Daniele
Umidificador de traqueostoma: influência na secreção e voz de laringectomizados
TEMA: a laringectomia total acarreta sequelas como a perda da voz laríngea e alteração no sistema respiratório. OBJETIVOS: avaliar a influência do uso do umidificador de traqueostoma (heat moisture exchanger - HME) no controle da secreção pulmonar e na qualidade vocal esofágica e traqueoesofágica de pacientes submetidos à laringectomia total. MÉTODO: nove pacientes do sexo masculino, com idades entre 46 a 67 anos, submetidos à laringectomia total. Os pacientes responderam a um protocolo sobre questões subjetivas relacionadas à secreção pulmonar em três momentos, sendo T1 (avaliação pré-uso do HME), T2 (avaliação pré-uso do HME após seis semanas da primeira avaliação) e T3 (avaliação após seis semanas do uso do HME). Conjuntamente foram feitas gravações das vozes dos pacientes nos mesmos três momentos citados acima. As vozes foram avaliadas por três fonoaudiólogas, em estudo cego, de acordo com um protocolo de avaliação perceptivo-auditiva da voz. Para comparar os resultados obtidos em ambos os protocolos aplicados foram utilizados teste não-paramétrico e Wilcoxon. RESULTADOS: não foi observada nenhuma diferença estatisticamente significativa dos parâmetros de qualidade vocal esofágica ou traqueoesofágica entre os tempos T1 (avaliação pré-uso do HME) e T2 (avaliação pré-uso do HME pós seis semanas) e T3 (avaliação após seis semanas do uso do HME). Verificaram-se diferenças estatisticamente significativas para as variáveis de quantidade de tosse e expectoração forçada, durante o dia, após o período de uso do HME. CONCLUSÃO: O uso do HME durante seis semanas diminuiu a tosse e a expectoração em pacientes laringectomizados totais, porém não apresentou influência na qualidade vocal esofágica ou traqueoesofágica.
2022-12-06T15:50:15Z
Masson,Andrea Cristina Castelhano Fouquet,Marina Lang Gonçalves,Antonio Jose
Estimulação elétrica nervosa transcutânea em mulheres disfônicas
TEMA: estudos mostram correlação entre disfonia e tensão muscular. OBJETIVO: avaliar a atividade elétrica dos músculos supra-hióideos (SH), esternocleidomastóideo (ECM) e trapézio (T) bilateralmente, a dor e a voz, após aplicação da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS). MÉTODO: participaram dez mulheres com nódulos ou espessamento mucoso bilateral e fenda à fonação. As voluntárias receberam dez sessões de TENS (200µs e 10Hz) por 30 minutos. A dor foi avaliada pela escala visual analógica, a voz por meio de laringoscopia, análise perceptivo-auditiva e acústica e o sinal mioelétrico pela raiz quadrada da média (RMS). A coleta dos dados de voz e EMG deu-se por emissão da vogal /E/ e fala espontânea. A análise estatística constou do teste de Shapiro-Wilk, seguido do teste de Wilcoxon ou t Student ou de Friedman (p < 0,05). RESULTADOS: observou-se que a TENS diminuiu o RMS, pré e pós-tratamento, para TD (2,80 ± 1,36 para 1,77 ± 0,93), TE (3,62 ± 2,10 para 2,10 ± 1,06), ECME (2,64 ± 0,69 para 1,94 ± 0,95) e SH (11,59 ± 7,72 para 7,82 ± 5,95) durante a emissão da vogal /E/, e TD (3,56 ± 2,77 para 1,93 ± 1,13), TE (4,68 ± 2,56 para 3,09 ± 2,31), ECMD (3,94 ± 2,04 para 2,51 ± 1,87) e ECME (3,54 ± 1,04 para 3,12 ± 3,00) durante a fala espontânea (FE), além da diminuição da dor. Quanto à voz, ocorreu diminuição do grau das lesões laríngeas e, na análise perceptivo-auditiva, não houve diferença durante a emissão da vogal /E/, porém durante a FE ocorreu diminuição do grau de disfonia e rouquidão. CONCLUSÃO: a TENS é eficaz na melhora do quadro clínico e funcional de mulheres disfônicas.
2022-12-06T15:50:15Z
Guirro,Rinaldo Roberto de Jesus Bigaton,Delaine Rodrigues Silvério,Kelly Cristina Alves Berni,Kelly Cristina dos Santos Distéfano,Giovanna Santos,Fernanda Lopes dos Forti,Fabiana
Análise vocal perceptivo-auditiva e acústica, falada e cantada de regentes de coral
TEMA: voz de regentes de coral. OBJETIVO: avaliar a qualidade vocal de regentes de corais, nas emissões de uma vogal sustentada, nas modalidades de voz falada e cantada, para observar diferenças auditivas e acústicas. MÉTODO: participaram como sujeitos 100 regentes de coral, em igual número de ambos os sexos, solicitados a emitir a vogal "é" sustentada, nas modalidades de voz falada e cantada. O material de fala foi analisado do ponto de vista perceptivo auditivo e acústico. A análise perceptivo-auditiva foi realizada por dois fonoaudiólogos especialistas em voz. A análise acústica foi realizada com o auxílio do programa computadorizado Doutor Speech (Tiger Eletronics, SRD, EUA, versão 4.0), com a utilização do módulo Real Analysis. RESULTADOS: a análise perceptivo-auditiva da qualidade vocal indicou que a maioria dos regentes possui vozes adaptadas, com maiores alterações na modalidade da voz falada. A análise acústica indicou valores diferentes para os sexos e para as modalidades de emissão. A freqüência fundamental foi mais elevada na voz cantada, assim como os valores do primeiro formante; o segundo formante apresentou valores mais reduzidos para a voz cantada, com significância estatística apenas para as mulheres. CONCLUSÃO: as vozes dos regentes de coral são adaptadas, com menor desvio na voz cantada quando comparada com a falada. As emissões são diferenciadas de acordo com a modalidade, voz falada ou cantada.
2022-12-06T15:50:15Z
Rehder,Maria Inês Beltrati Cornacchioni Behlau,Mara
Medidas de inteligibilidade nos distúrbios da fala: revisão crítica da literatura
TEMA: a redução da inteligibilidade da fala é considerada uma das principais manifestações encontrada em sujeitos com distúrbios da fala, sendo um importante objeto de investigação fonoaudiológica. Apesar de sua relevância, não existe consenso na literatura da área de como a inteligibilidade da fala deva ser avaliada. Além da questão da diversidade de métodos existentes, outro aspecto importante refere-se à influência que determinadas variáveis podem exercer sobre tais medidas e, conseqüentemente, sobre sua interpretação. OBJETIVO: investigar a existência de possíveis evidências acerca da concordância entre medidas de inteligibilidade obtidas por diferentes métodos de mensuração, empregados na avaliação de sujeitos com distúrbios da fala, e identificar os efeitos de variáveis relacionadas aos procedimentos de avaliação ou ao ouvinte sobre essas medidas. Para tal, foi realizada uma revisão crítica de artigos sobre o tema, indexados nas bases de dados Medline, Web of Science, Lilacs e Scielo, até outubro de 2007, através dos termos de busca speech intelligibility ou inteligibilidade da fala. CONCLUSÃO: não foram encontradas evidências, na literatura pesquisada, de concordância entre as medidas de inteligibilidade da fala obtidas por métodos distintos, o que limita a comparação entre resultados clínicos e de pesquisas sobre inteligibilidade em sujeitos com distúrbios da fala. Além disso, constatou-se que algumas variáveis podem interferir nessas medidas, como: a tarefa e o estímulo de fala, seu modo de apresentação, o tipo de resposta requerido e a experiência do ouvinte com o falante, as quais devem ser consideradas na interpretação dos resultados dos testes de inteligibilidade.
2022-12-06T15:50:15Z
Barreto,Simone dos Santos Ortiz,Karin Zazo