RCAAP Repository

Costurar o passado Carlos

No summary/description provided

Memorias, ensayos y polémicas. El balance de la experiencia montonera en los años 80

Neste artigo são investigadas as produções historiográficas, testemunhais e ensaísticas sobre a organização armada Montoneros na década de 1980. Na Argentina, as décadas de 1960 e 1970 foram um período de alta conflitividade, diante do que ainda hoje parece impossível resistir à tentação de emitir uma prescrição moral. De onde se origina a tendência a julgar os movimentos armados que atuaram na Argentina? Para responder esta pergunta, incorporaremos a antropologia cultural de Marvin Harris como marco teórico e disciplina auxiliar, em particular as categorias emic e etic, que são empregadas para compreender as atitudes do investigador de campo. Assim poderemos compreender as diversas formas de "empatia" e "antipatia" para com os movimentos armados, entendendo estas reações como uma tomada de distância ou um apego estreito com respeito às categorias nativas do objeto de estudo. Abordaremos quatro livros sobre os Montoneros e a violência política: Soldados de Perón. Los Montoneros, de Richard Gillespie (1982), Montoneros. La soberbia armada, de Pablo Giussani (1984), La Argentina que quisieron, de Carlos Brocato (1985) e Montoneros. Final de cuentas, de Juan Gasparini (1988).

Potentados locais e seu braço armado: as vantagens e dificuldades advindas do armamento de escravos na conquista das Minas

O presente texto tem por objetivo explorar as vantagens, utilidades e também os reveses advindos do uso de milícias particulares de escravos armados, montadas pelos potentados locais e aproveitadas pela Coroa portuguesa e autoridades metropolitanas na comarca de Vila Rica na primeira metade do século XVIII.

O antirracismo da ordem no pensamento de Afonso Arinos de Melo Franco

Este artigo tem por objetivo analisar o contexto de elaboração e promulgação da primeira lei contra a discriminação racial no Brasil, de autoria do deputado Afonso Arinos de Melo Franco, no início dos anos 1950. Trata-se de explorar as diferentes formas de recepção da lei; sua tramitação no Congresso; o debate racial em curso e, por fim, o sentido e justificação que Arinos confere à lei. Partimos da hipótese de que, ao transformar o preconceito racial em objeto de contravenção, sob penas da lei, Arinos procurou esvaziar politicamente a questão racial ao deslocá-la para o plano da moral. A luta contra o racismo, traduzida nos termos de um imperativo ético, inspirado na tradicional visão de um país racialmente harmônico, teria a função de evitar a crescente atmosfera de tensão racial, mais do que de reconhecer as demandas sociopolíticas do movimento negro.

Erotismo sob censura na imprensa brasileira (1985-1990)

Neste artigo discutem-se as formas pelas quais a imprensa escrita, especialmente a revista Veja, deu visibilidade ao tema do erotismo na cultura brasileira de meados dos anos 1980. Em tempo de suspensão da censura estatal, a revista expunha reportagens sobre o erotismo nas produções culturais, com ambiguidades. O tema transbordava para o debate sobre a abertura e, longe de oportunizar o trato explícito sobre o erotismo, a revista expunha argumentos baseados em cartas de leitores e outros setores em defesa dos benefícios da censura sobre alguns produtos polêmicos. Argumento que as opiniões sobre o erotismo em produções culturais têm relação direta com o debate sobre a redemocratização, a censura e a liberdade de expressão no Brasil, que marcava nessas produções a oportunidade e as tensões na busca por limites decorrentes do fim da censura com o processo de redemocratização.

Year

2013

Creators

Klanovicz,Luciana Rosar Fornazari

A ditadura nas representações verbais e visuais da grande imprensa: 1964-1969

O artigo consiste em estudo das representações divulgadas pela grande imprensa do eixo Rio-São Paulo sobre o regime militar em sua fase inicial, o período entre 1964 e 1969. Para analisar os discursos emitidos pelos seis diários enfocados na pesquisa foram privilegiados os textos dos editoriais e as caricaturas políticas, elementos que se destacam em meio às representações visuais e verbais dos jornais. O propó- sito é perceber melhor as ambiguidades da imprensa que, cindida entre o amor à liberdade e a devoção à ordem, adotou atitudes tanto de apoio quanto de crítica ao Estado autoritário.

Domingos Arouca: um percurso de militância nacionalista em Moçambique

Neste trabalho apresentamos uma releitura das disputas em torno da história e da memória em Moçambique a partir da análise do percurso de militância de Domingos Arouca. Enfatizando sua condição de nacionalista e preso político até o início dos anos 1970, este texto assenta na análise de documentos reunidos em arquivos moçambicanos e portugueses, em notícias publicadas em jornais e revistas e em entrevistas com outros nacionalistas. Este vasto espólio tornou possível uma leitura mais densa e complexa das memórias e dos processos políticos relacionados com um período menos conhecido da história de Moçambique: o fim do período colonial e a transição para a independência (1962-1975). Esta contribuição visa ampliar as possibilidades de construção de uma perspectiva mais sofisticada sobre os processos de reconstrução identitária no Moçambique contemporâneo.

Year

2013

Creators

Peixoto,Carolina Barros Tavares Meneses,Maria Paula

Do consumidor de mercadorias ao leitor de jornal: peculiaridades da indústria cultural nas páginas do semanário Flan (1953-1954)

Este texto analisa algumas estratégias do jornal semanal Flan para se estabelecer como veículo de repercussão nacional. Ele era parte do grupo Última Hora, fundado e dirigido por Samuel Wainer, e promoveu o governo Vargas durante os anos de 1953 e 1954. O periódico pode ser considerado um dos introdutores da indústria cultural no Brasil. Muitos estudiosos apontaram como esta última esvaziou crescentemente as discussões públicas, ao implantar a lógica da produção de mercadorias na cultura. Contudo, em seus primeiros passos no país, a indústria cultural, como se nota nas páginas de Flan, parece ter favorecido a formação de leitores de jornais e de mensagens politizadas.

Esta que "é uma das delícias, e mimos desta terra...": o uso indígena do tabaco (N. rustica e N. tabacum) nos relatos de cronistas, viajantes e filósofos naturais dos séculos XVI e XVII

O tabaco (Nicotiana sp.) foi um dos elementos botânicos do Novo Mundo que mais aguçaram a curiosidade de diversos viajantes, eruditos, médicos e filósofos naturais em ambos os lados do Atlântico. As plantas do gênero Nicotiana rapidamente ganharam notoriedade entre homens de letras. O hiato entre as primeiras descrições sobre os diversos predicados do tabaco e sua introdução na Europa foi consideravelmente curto. É provável que os rumores a respeito das propriedades das plantas de Nicotiana tenham chegado à Europa concomitantente às primeiras folhas ou sementes. Muitos destes relatos incluíam informações a respeito de seu uso pelos povos indígenas. Sua relevância, em meio aos ameríndios, suscitou nos europeus, mesmo com todas as barreiras culturais, um considerável interesse por suas possíveis aplicações e uma irresistível disposição em justificar seu uso.

Year

2013

Creators

Santos,Christian Fausto Moraes dos Bracht,Fabiano Conceição,Gisele Cristina da

O aniquilamento de Cartago e Numância

A tradição historiográfica, iniciada com Políbio, a respeito da trajetória política de Cipião Emiliano (185-129 a.C.), descreveu-a como marcada pela criação de precedentes institucionais por meio de sucessivos atos de concentração de poder e violência militar. Até hoje a maioria dos historiadores tem interpretado essa tradição como favorável à imagem do comandante romano, a despeito das ressalvas de A. Momigliano. Partindo dessas ressalvas, alguns momentos-chave dessa tradição (a obtenção de dois consulados e o aniquilamento das cidades de Cartago e Numância por Cipião) mostram também um viés crítico, sobretudo devido ao contraste entre as imagens tópicas do intelectual aberto ao helenismo e do comandante competente embora truculento.

Società Italiani Uniti: do triunfo à decadência. A emergência do fascismo

O presente artigo apresenta parte do resultado da pesquisa realizada sobre a Società Italiani Uniti, uma associação italiana marcada pela emergência do fascismo, que existiu em Araraquara (SP) entre os anos de 1920 e 1941. Pretende-se traçar a sua trajetória, do triunfo à decadência, discutindo suas funções, coesão e consenso.

A história da polícia no Brasil: balanço e perspectivas

A polícia é um objeto de interesse acadêmico bastante recente no campo historiográfico mundial. No Brasil, essa inclinação se mostra ainda mais noviça, em que pese nos últimos vinte anos a produção tenha se mostrado bastante promissora. Com vistas a escrutinar tal movimento, este artigo tem como objetivo fazer um balanço bibliográfico do debate nacional, levantando as questões mais pertinentes e apontando pistas de pesquisa para novas empreitadas.

Year

2013

Creators

Bretas,Marcos Luiz Rosemberg,André

Escravos sem senhores não existem

No summary/description provided

Year

2013

Creators

Matheus,Marcelo Santos Florentino,Manolo