Repositório RCAAP
Rana catesbeiana, pólvora e modulação supramolecular cicatrização intestinal e prognóstico no câncer de cólon: uma mesma origem biológica para o insucesso?
A cicatrização e remodelação do cólon resultam das modificações do colágeno na matriz extracelular. Algumas condições desequilibram sua renovação, enfraquecendo a resistência mecânica a cicatriz, como resultado da atividade elevada das metaloproteinases locais, e levando a um alto risco de deiscência. As metaloproteinases da matriz extracelular (matrix metalloproteinases, MMPs) constituem uma família de endopeptidases zinco-dependentes - metzincinas. São reconhecidos atualmente, em humanos, cerca de 24 genes responsáveis por cada uma delas. A colagenase (MMP-1) foi identificada por Gross e Lapière (1962) na cauda do girino da rã-touro americana. No câncer as MMPs tem ocupado um lugar especial. Evidências de que a célula neoplásica é capaz de interferir na modulação desta enzima - um co-fator associado à invasividade local e disseminação metastática. As MMP-2 e -7 são observadas com frequência no câncer de cólon, a MMP-12 parece exercer um efeito protetor (melhor prognóstico) e, ao contrário, a MMP-3 o torna pior. A associação entre alta atividade de MMPs, o pior prognóstico do câncer e o maior risco de deiscência de anastomose intestinal já vem sendo considerada, sugerindo uma trilogia consistente. A terapia farmacológica (inibidores MMPs) tem sido investigada, também para o controle do câncer. O artigo discute as informações mais relevantes e atualizadas sobre o assunto.
2010
Delabio-Ferraz,Edna Aguiar Neto,João Pupo de Takiya,Christina Maeda Lacombe,Domingos Penna
É o exame anatomopatológico de rotina indispensável em cirurgias orificiais?
Introdução: O exame anatomopatológico é feito rotineiramente em cirurgias orificiais e é importante para diagnosticar doenças anais concomitantes, lesões malignas e doenças sexualmente transmissíveis não previstas anteriormente no exame clínico. O gasto com estes exames é bastante significativo para o serviço público o que evidencia a necessidade de avaliar o custo/benefício da sua utilização rotineira. Objetivos: Avaliar o tempo decorrido entre a entrega do material e a emissão do laudo, o nível de concordância entre a impressão diagnóstica e a conclusão do anatomopatológico, a importância clínica das patologias diagnosticadas secundariamente, o custo de realização dos exames e a relação custo/benefício dos mesmos. Metodologia: Estudo descritivo e retrospectivo de 173 exames anatomopatológicos de pacientes do Hospital Universitário de Aracaju realizados de 2005 a 2007, que foram submetidos à cirurgias orificiais. Resultados: O nível de concordância entre a impressão diagnóstica e a conclusão do anatomopatológico foi elevada e, dos laudos discordantes, poucos apresentaram relevância clínica, havendo somente um caso de neoplasia anorretal. Houve um atraso significativo na emissão dos laudos, sugerindo sobrecarga do serviço e o custo/benefício para realização dos exames foi desfavorável. Conclusão: Sugerimos triagem para um uso racional e criterioso do exame anatomopatológico em cirurgias orificiais baseada na história clínica e fatores de risco do paciente.
2010
Torres Neto,Juvenal da Rocha Santiago,Rodrigo Rocha Prudente,Ana Carolina Lisboa Brito,Hugo Leito de Farias Torres,Felipe Augusto do Prado Torres,Júlio Augusto do Prado Ramos,Fernanda Mendonça Santana,Raquel Matos de
Perfil dos pacientes portadores de câncer colorretal operados em um hospital geral: necessitamos de um programa de rastreamento acessível e efetivo
O objetivo do presente trabalho é demonstrar o panorama atual do câncer colorretal em um hospital geral no estado do Rio de Janeiro, enfocando aspectos relacionados à apresentação clínica e ao diagnóstico tardio. Trata-se de um estudo retrospectivo que incluiu os pacientes em acompanhamento no ambulatório de seguimento de câncer colorretal da II Clínica Cirúrgica do Hospital Federal de Bonsucesso nos últimos 5 anos (2004-2009). Os sintomas mais comuns foram dor abdominal (60,1%), obstrução intestinal (41,1%), emagrecimento (36,7%), sangramento (33.5%), anemia (14,5%), perfuração (6,3%) e fístula (1,2%). Em relação aos pacientes com tumores de cólon direito, os sintomas mais prevalentes foram emagrecimento (54,5%), dor (45,4%), obstrução (45,4%) e anemia (27,2%). Nos pacientes com tumores de cólon esquerdo e sigmóide foram dor (60,5%), obstrução (42,9%), emagrecimento (38,5%), sangramento (32,4%) e anemia (16,6%). Enquanto nos pacientes com tumores de reto foram sangramento (70%), obstrução (60%), dor (60%), emagrecimento (20%) e perfuração (10%). No momento da cirurgia, 53 pacientes apresentavam metástases à distância (33,5%), sendo o fígado o órgão mais acometido, em 36 pacientes (67,9%), seguido pelo peritônio com 11 casos (20,7%) e pelos anexos (ovários) com 4 casos (7,5%). Oitenta e oito pacientes (55,6%) apresentavam metástase linfonodal.Quanto ao estadiamento, observamos que os pacientes operados na emergência apresentavam a seguinte distribuição: 0% Estádio I, 28,2% Estádio II, 30,4% Estádio III e 41,3 % Estádio IV. Os pacientes operados eletivamente foram estratificados como Estádio I 2,7%, Estádio II 27,7 %, Estádio III 25% e Estádio IV 44%. Conclusão: O perfil dos pacientes operados na nossa instituição (e que reflete a realidade nacional) é de doença avançada. Com base nos dados apresentados, fica clara a necessidade de implementação de um programa de rastreamento para câncer colorretal.
2010
Valadão,Marcus Leal,Ricardo Ary Barbosa,Luís Cláudio Carneiro,Márcio Muharre,Roberto Jamil
Tratamento com radio e quimioterapia do carcinoma epidermóide do canal anal: experiência do hospital Barão de Lucena
Objetivos: Apresentar os resultados e analisar as variáveis implicadas no tratamento e prognóstico do carcinoma epidermóide do canal anal tratado através da radio e quimioterapia no Hospital Barão de Lucena-SUS-PE. Metodologia: Análise dos prontuários de pacientes com diagnóstico de câncer do canal anal submetidos a tratamento radioquimioterápico. O período de acompanhamento foi de junho de 1989 a junho de 2005. Foram incluídos os pacientes com diagnóstico histológico de câncer de canal anal, enquadrados nos estadios I, II, IIIa e IIIb, submetidos a dois ciclos de quimioterapia com 5-fluorouracil (5-FU) na dose de 1g/m²/dia em infusão contínua de 96 horas e cisplatino na dose de 100mg/m² administrado em 6 horas no segundo dia de infusão de cada ciclo, administrados na primeira e terceira semanas do esquema de tratamento radioterápico. Resultados: Avaliamos 108 prontuários de pacientes que preencheram os critérios do protocolo. O tempo médio de seguimento foi de 51 meses (1-182 meses). Houve predomínio do gênero feminino (81,5% dos pacientes). A idade variou de 33 a 83 anos (média de 59 anos). O tipo histológico mais freqüente foi o carcinoma de células escamosas (80,6% dos casos). Em 21 pacientes, foi diagnosticado carcinoma basalóide. Quanto ao grau de diferenciação, prevaleceu o tipo moderadamente diferenciado (61% dos pacientes com carcinoma de células escamosas). O índice de resposta inicial completa foi de 89,8%. Onze pacientes persistiram com tumor após o tratamento radio e quimioterápico. O índice de resposta inicial completa foi menor nos estadios IIIa e IIIb em relação aos estadios I e II com significância estatística (p<0,05). 14 pacientes evoluíram com recidiva tumoral, oito com recidiva local (7,4%) e seis (5,5%) com recidiva linfática e à distância. CONCLUSÕES: O tratamento radioquimioterápico exclusivo do carcinoma epidermóide do canal anal, tem índice de resposta completo bastante elevado com morbidade aceitável. O tratamento cirúrgico ainda tem seu valor nos casos de persistência da lesão e/ou de recidiva local, com resultados satisfatórios.
2010
Lucena,Maurilio Toscano de Barros,Adauto Booz,Antônio Loyo,Carlos Uchôa,Carlos Roesler,Ernesto Monteiro,Fernando Sarmento,Francisco Herbênio,Joaquim Santos,José Edson dos Padilha,Marcelo Matos,Maurício Lobo,Paula Gomes Regis,Roberto Torreão,Roberta Araújo,Romildo Leal,Rogério
Análise retrospectiva de 504 colonoscopias
Os autores analisaram, retrospectivamente, uma análise de 504 colonoscopias ambulatoriais, realizadas no período de junho de 2008 a maio de 2009, no Centro de Especialidades Médicas da Santa Casa de Belo Horizonte, pelo Grupo de Coloproctologia da Santa Casa de Belo Horizonte e Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (CPG). Dentre as observações retiradas do estudo, merecem destaques especiais as análises de sexo, faixas etárias, especialidade dos médicos solicitantes, indicações de colonoscopias, preparo intestinal utilizado, altura atingida pela colonoscopia, achados colonoscópicos e complicações do exame. Quanto ao sexo, 67% (337) eram mulheres e 33% (167) homens, e quanto às faixas etárias, sobressaiu a sexta (130 pacientes; 26%) e a sétima (113 pacientes; 22%). O exame foi autogerado pelo próprio grupo em 79,56% (401 colonoscopias), sendo as indicações mais comuns o sangramento baixo (76 casos; 13,0%) e controle de pacientes submetidos à cirurgias para abordagem de câncer colorretal (70 casos; 12,0%). O preparo intestinal foi feito com manitol, lactulose e picossulfato de sódio, de acordo com o estado clínico do paciente, ensejando 71% (359 casos) de resultados excelentes. A colonoscopia atingiu o ceco em 445 pacientes (88,0%), tendo chegado ao íleo terminal em 293 casos (58,0%). Os achados colonoscópicos principais foram os pólipos (163 casos; 28,0%), seguidos pelo exame normal (149 casos; 26,0%) e doença diverticular dos cólons (141 casos; 24,0%). Dos 151 pólipos que tiveram suas dimensões assinaladas, 130 pólipos tinham o maior diâmetro menor que 10 mm (86,0%). Dos 207 exames histopatológicos realizados, seja em ressecções seja em biópsias, o pólipo foi o achado mais comum (163 casos; 78,8%), e dos 163 pólipos ressecados o achado mais comum foram os adenomas com displasia de baixo grau (116 casos; 71,2%). Não foram verificadas complicações. Os dados foram comparados com alguns relatos da literatura, estando dentro dos padrões habituais.
2010
Oliveira,Rodrigo Guimarães Faria,Flávia Fontes Lima Júnior,Antônio Carlos Barros Rodrigues,Fábio Gontijo Braga,Áurea Cássia Gualberto Lanna,David de Valle Júnior,Heraldo Neves Teixeira,Ricardo Guimarães Neves,Peterson Martins Alvarenga,Isabella Mendonça Constantino,José Roberto Monteiro Ferreira,Renata Magali Ribeiro Silluzio Silva,Ilson Geraldo da Cruz,Geraldo Magela Gomes da
Perfil imunoistoquímico das proteínas p53 e Ki67 em pacientes com retocolite ulcerativa inespecífica
Objetivos: O presente estudo avaliou, através da imunohistoquímica e estudo histopatológico, as principais alterações na mucosa intestinal de pacientes acometidos pela retocolite ulcerativa crônica idiopática (RCUI) apenas tratada clinicamente (n=30) ou subseqüentemente tratada com Proctocolectomia total e construção de bolsa ileal (n=30). Métodos: Desta forma, foram selecionados fragmentos de tecido intestinal submetidos à imunomarcação para as proteínas p53 e Ki67 e coloração por hematoxilina-eosina para análise histopatológica comparativa. Resultados: Os resultados obtidos indicam importantes diferenças no perfil inflamatório e presença de áreas de erosão/desgate da mucosa colônica de ambos os grupos estudados. Quanto a imunoexpressão, observou-se uma maior reatividade de padrão nuclear principalmente nos tecidos inflamados dos pacientes com RCUI tratados clinicamente. Conclusões: Estes resultados sugerem que, de acordo com o perfil histopatológico e imunohistoquímico, a mucosa colônica de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico apresenta menos alterações que os pacientes tratados clinicamente. Assim, os dados sugerem que estes métodos podem auxiliar no diagnóstico e monitoramento de pacientes sob diferentes rotinas terapêuticas.
2010
Machado,Marcos Cezar de Paula Melo-Júnior,Mario Ribeiro Pontes-Filho,Nicodemos Teles de Lins,Consuelo Antunes Barreto Lima,Francisco Eduardo de Alburquerque Telles,Adriana Maria da Silva
Existe a constipação após histerectomia? Avaliação clínica e manométrica
A histerectomia é procedimento cirúrgico ginecológico de grande porte mais comum, sendo a maioria das indicações por doença benigna. Dentre as complicações desse procedimento cirúrgico estão a constipação, dispareunia, incontinência para gases e fezes, urgência evacuatória, escapes fecais e distensão abdominal. A constipação tem sido encontrada freqüentemente após a histerectomia principalmente em trabalhos retrospectivos. Objetivo: estudar a incidência de constipação após a histerectomia e as alterações manométricas a ela relacionadas. Métodos: Estudo prospectivo em nove pacientes submetidas à histerectomia total abdominal por mioma. Foi realizado estudo manométrico e aplicação do escore de constipação adotado pela sociedade brasileira de motilidade digestiva no pré e sessenta dias de pós-operatório. Resultados: Os autores encontraram a presença de evacuação incompleta que não ocorria no pós-operatório. Não foram encontradas alterações manométricas e duas pacientes apresentaram dor abdominal à distensão da ampola retal na aferição do volume máximo tolerável. Conclusões: Os achados deste estudo sugerem que alterações intestinais ocorrem após a histerectomia e são principalmente relacionadas ao reto.
2010
Cesar,Maria Auxiliadora Prolungatti Antunes,Lilian Borghetti Aguiar,Renata Martinuzzo de
Índice de massa corpórea, obesidade abdominal e risco de neoplasia de cólon: estudo prospectivo
Objetivo: Investigar a associação do excesso de peso e da obesidade abdominal como fator de risco para câncer colorretal/adenoma CCR/Ad. Pacientes e Métodos: De janeiro de 2007 a dezembro de 2008, 1287 pacientes com idade igual ou superior a 50 anos, sem fatores de risco para CCR, foram submetidos a colonoscopia total e avaliados quanto ao índice de massa corpórea IMC e razão cintura quadril RCQ. Teste t de Student foi usado para estudo da média e qui-quadrado para análise de números absolutos. P menor que 0,05 foi considerado significativo. Resultados: Neoplasia foi encontrada em 542 (42,1%), sendo 231 (50,7%) homens e 311 (37,3%) mulheres. IMC > 30 ocorreu em 43 (18,6%) de CCR/Ad masculino e 84 (27%) feminino P> 0,05. Em 188 (49,4%) homens com IMC < que 30 ocorreu CCR/Ad, nas mulheres em 227 (36%) P> 0,05. RCQ foi de 0,96±0,05 cm para homens com tumor e 0,94±0,07 sem tumor P< 0,01. Nas mulheres RCQ foi de 0,89±0,06 com tumor para 0,88±0,06 sem tumor P< 0,05. Conclusões: IMC não está associado a neoplasia de cólon, porem a obesidade abdominal seria fator de risco.
2010
Silva,Edson Jurado da Pelosi,Alexandre Almeida,Eleodoro Carlos de
Prevalência de constipação intestinal entre estudantes de medicina de uma instituição no Noroeste Paulista
Introdução: A constipação intestinal (CI) é uma doença altamente prevalente em países ocidentais, apresenta etiologia complexa e multifatorial, e cursa com importantes impactos do ponto de vista médico e socioeconômico; é possível que profissionais da saúde e estudantes de medicina, dada a natureza de suas atividades profissionais e hábitos de vida, apresentem taxas de prevalência mais elevadas da doença, se comparados à população geral. Objetivos: Determinar a taxa de prevalência de CI entre estudantes de medicina de uma instituição de ensino segundo critérios diagnósticos estabelecidos na literatura e compará-la às taxas relatadas entre a população geral. Pacientes e Métodos: Realizou-se estudo transversal através da aplicação de questionários individuais a 360 estudantes de medicina de uma instituição do noroeste paulista, dos quais 150 (42%) responderam; a definição de CI se deu através dos critérios de Roma III. Resultados: A taxa geral de prevalência de CI foi de 35%; houve predominância da doença entre o sexo feminino (55%; p<0,0001); estudantes do sexo feminino também apresentaram menor frequência de evacuações diárias e maior frequência de uso de laxativos (p< 0,05). Conclusões: A prevalência de CI entre a população estudada foi superior à relatada entre a população geral em diversos estudos, e uma investigação mais complexa quanto às causas desse fato deverá ser objeto de novos estudos.
2010
Trisóglio,Caren Marchi,Cíntia Maria Garcia Torres,Ulysses dos Santos Netinho,João Gomes
Pênfigo vegetante: relato de caso
Pênfigo é uma doença bolhosa auto-imune. É uma doença rara, mas potencialmente fatal. Existem quatro variantes clínicas e patológicas: o pênfigo vulgar (PV), o pênfigo vegetante (PVg), o pênfigo foliáceo (PF), o pênfigo eritematoso. Ao exame histo-patológico o achado comum a todos os tipos de pênfigo é a acantólise. Relatamos o caso de um paciente de 43 anos com lesões ano-perineais cujo diagnóstico final foi de pênfigo vegetante, associado à HPV (Papiloma Vírus Humano), com revisão da literatura.
2010
Torres Neto,Juvenal da Rocha Santiago,Rodrigo R. Prudente,Ana Carolina Lisboa Mariano,Dan Rodrigues Torres,Júlio Augusto do Prado Torres,Felipe Augusto do Prado Santana,Raquel Matos de Ramos,Fernanda Mendonça Araújo,Mônica de
Doença de Crohn e farmacobezoar intestinal: relato de caso
Bezoares são concreções de materiais diversos, parcialmente ou não digeridos, que podem ser encontrados em qualquer porção do tubo digestivo. Raramente são compostos por fármacos, nestes casos denominados farmacobezoares. Este artigo visa relatar o caso de um paciente com Doença de Crohn complicada por fístula entero-cutânea e áreas de estenoses no íleo terminal apresentando bezoar de mesalazina. Foi enfatizado o caráter multifatorial da gênese dos farmacobezoares, assim como a variada gama de apresentações clínicas e exames diagnósticos úteis no esclarecimento dos casos. Devemos ainda salientar a necessidade de individualização do tratamento para melhor eficácia do mesmo.
2010
Trece,Adriana Santos Neves Peixoto Netto,Luciana Paes Trece,Rafael Lima Bravo,Fernando Pinto Castro Júnior,Paulo Cesar Paulo,Francisco Lopes
Polipose juvenil: relato de 2 casos
A Polipose Juvenil é uma afecção rara e faz parte do grupo das poliposes hamartomatosas familiares (PHF). É uma síndrome autossômica dominante que pode ser desencadeada por mutações no gene SMAD4/DPC4 (que codifica um sinalizador intermediário de TGF-b). Caracteriza-se pelo aparecimento de 10 ou mais pólipos hamartomatosos (juvenis) no trato gastrintestinal, predominando no cólon. Costuma manifestar-se entre 4 e 14 anos de idade. Alguns pólipos adquirem focos adenomatosos apesar da natureza hamartomatosa das lesões e há chance de malignização. Relato de 2 casos de pacientes portadores de Polipose Juvenil colônica associada a focos de adenoma com displasia e revisão da literatura.
2010
Torres Neto,Juvenal da Rocha Santiago,Rodrigo Rocha Prudente,Ana Carolina Lisboa Mariano,Dan Rodrigues Brito,Hugo Leite de Farias Torres,Felipe Augusto do Prado Torres,Júlio Augusto do Prado Ramos,Fernanda Mendonça Santana,Raquel Matos de
Síndrome de Fournier secundária a adenocarcinoma de próstata avançado: relato de caso
A Síndrome de Fournier é uma fasciite necrotizante rapidamente progressiva que acomete a genitália e região perineal. Mesmo com os avanços na terapêutica, a morbidade e a mortalidade desta afecção permanecem elevadas. É relatado caso de paciente masculino, 70 anos, com diagnóstico de adenocarcinoma de próstata avançado. Há um dia com dor e aumento de volume escrotal associado a febre. Ao exame físico, paciente séptico com gangrena gasosa do pênis e escroto; ao toque retal, lesão ulcero-vegetante em parede anterior do reto estendendo-se de 3 a 7 cm da borda anal. Realizado desbridamento cirúrgico, com identificação de fístula reto-escrotal transtumoral. Estudo histo-patológico da lesão retal confirmou infiltração por adenocarcinoma de próstata. Recebeu alta hospitalar no vigésimo dia de internação, atualmente em acompanhamento oncológico ambulatorial.
2010
Batista,Rodrigo Rocha Ramacciotti Filho,Paulo Roberto Castro,Carlos Alberto Torres de Fonseca,Marcus Fábio Magalhães Albuquerque,Idblan Carvalho de Formiga,Galdino José Sitonio
Hepatectomia direita ampliada com ressecção parcial da veia cava para metástase colorretal: relato de caso
Introdução: A hepatectomia tem sido o tratamento padrão para metástase de origem colorretal (CR). Metástase com invasão da veia cava inferior (VCI) pode requerer ressecção combinada do fígado e VCI. Esta abordagem pode apresentar alto risco cirúrgico. Sangramento profuso e embolia gasosa são complicações intra-operatorias letais. Relato de Caso: Os autores relatam um caso de metástase colorretal única tratada com hepatectomia direita ampliada e ressecção parcial da veia cava com reconstrução primaria. Paciente apresentou boa evolução pós-operatória sem recidiva (um ano de seguimento). Conclusão: Ressecção da VCI e reconstrução combinada com hepatectomia pode ser satisfatoriamente realizada em casos selecionados. A falta de tratamentos alternativos e o prognostico reservado nos casos não operados justificam esta conduta agressiva. No entanto, esta abordagem deve ser realizada por equipe especializada em cirurgia hepática.
2010
Costa,Sergio Renato Pais Lima,Olímpia Alves Teixeira Cunha,Túlio Marcos Rodrigues da Soares,Aloisio Fernandes
Vacina contra o papilomavirus humano. O que é preciso saber?
As vacinas contra o Papilomavirus Humano (HPV) já estão disponíveis para consumo. Temos dois tipos: a bivalente, que determina imunidade contra os tipos oncogênicos 16 e 18, os mais relacionados com os carcinomas anogenitais e da orofaringe, a quadrivalente, que além desses, imuniza contra os tipos 6 e 11, que provocam as verrugas anogenitais. Estão mais indicadas para mulheres dos 10 aos 25 anos, antes do início da vida sexual ou naquelas que não tiveram contato com os tipos virais envolvidos. As vacinas não têm efeito em quem já possui lesões provocadas pelos tipos virais imunizáveis. Podem ser usadas nas imunodeprimidas por qualquer causa, naquelas que estão amamentando, mas são contra-indicadas durante a gravidez. O uso em homens, guardando as mesmas indicações, foi liberado pelo FDA (Food and Drugs Administration) norte-americano, porém ainda não pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o correspondente brasileiro. Para aqueles que já estão contaminados pelos tipos virais envolvidos, resta esperar pela vacina terapêutica que permanece em avaliação com ensaios clínicos.
2010
Nadal,Sidney Roberto Manzione,Carmen Ruth
Videocirurgia no manejo da doença de Crohn intestinal
A doença de Crohn é uma moléstia com um amplo espectro de manifestações. Seu tratamento é complexo e freqüentemente os pacientes portadores desta afecção necessitam de intervenções cirúrgicas. Com o surgimento da laparoscopia e sua popularização no tratamento das afecções intestinais, demonstrando resultados superiores ao acesso convencional e quebrando paradigmas como sua utilização no tratamento do câncer colorretal, passou-se a cogitar se esse acesso seria indicado também nas doenças inflamatórias intestinais. Ainda hoje, a utilização desta via de acesso na doença de Crohn é tema controverso. Devido à natureza inflamatória desta patologia, o grau de dificuldade cirúrgico está aumentado e muitas dúvidas persistem: há benefício para o paciente? A taxa de conversão não está exageradamente aumentada? É possível indicar esse acesso em casos complicados? Qual o grupo de pacientes que se beneficia da técnica? Nesta revisão apresentamos os dados mais recentes e as evidências científicas que sustentam a indicação da via de acesso laparoscópica no tratamento cirúrgico da doença de Crohn.
2010
Araújo,Sergio Eduardo Alonso Dias,Andre Roncon Seid,Victor Edmond Campos,Fábio Guilherme Nahas,Sergio Carlos
Avaliação dos níveis de peroxidação lipídica em células da mucosa cólica após aplicação de enemas com peróxido de hidrogênio: estudo experimental em ratos
A aplicação de clisteres contendo peróxido de hidrogênio (H2O2) determina o aparecimento de quadros graves de colite, algumas vezes de evolução fatal. É possível que a colite induzida por H2O2 possa ocorrer pela quebra da barreira funcional do epitélio cólico por estresse oxidativo. Objetivo: Avaliar os níveis de peroxidação lipídica em células da mucosa cólica após instilação de H2O2 no reto excluso de trânsito fecal. Método: Vinte seis ratos Wistar machos foram submetidos a colostomia proximal terminal no cólon descendente e fístula mucosa distal. Os animais foram randomizados em dois grupos segundo o sacrifício ter sido realizado duas ou quatro semanas após a derivação intestinal. Cada grupo experimental foi dividido e dois subgrupos segundo aplicação de clisteres, em dias alternados, contendo solução fisiológica a 0,9% ou H2O2 a 3%. O diagnóstico de colite foi estabelecido por estudo histopatológico e os níveis de dano oxidativo tecidual pela dosagem de malondialdeído por espectrofotometria. Os resultados foram analisados com os testes de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, estabelecendo-se nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: Os níveis de malondialdeído nos irrigados com SF nos cólons com e sem trânsito fecal após duas e quatro semanas de irrigação foram de: 0,05 ± 0,006; 0,06 ± 0,006 e 0,05 ± 0,03, 0,08 ± 0,02, respectivamente. Os níveis de malondialdeído nos irrigados com H2O2, nos cólons com e sem trânsito, após duas e quatro semanas de irrigação foram de 0,070 ± 0,006; 0,077 ± 0,01 e 0,052 ± 0,01, 0,08 ± 0,04, respectivamente. Após duas semanas os níveis de malondialdeído foram maiores nos animais irrigados com H2O2 em relação ao grupo controle (p= 0,007 e p= 0,01, respectivamente). Após quatro semanas não houve diferenças significantes Não ocorreu variação nos níveis de malondialdeído com o decorrer tempo de irrigação. Conclusão: Clisteres com H2O2, podem determinar o aparecimento de colite por ocasionarem estresse oxidativo nas células epiteliais da mucosa intestinal.
2010
Marques,Letícia Helena Sousa Silva,Camila Morais Gonçalves da Lameiro,Thais Miguel do Monte Almeida,Marcos Gonçalves de Cunha,Fernando Lorenzetti da Pereira,José Aires Martinez,Carlos Augusto Real
Polimorfismos das isoformas M1, T1 e P1 da glutationa S-transferase e associação com os aspectos clínico-patológicas no carcinoma colorretal
As variáveis clínico-patológicas são importantes fatores que possam estar associados à progressão da neoplasia e, conseqüentemente, ao prognóstico da doença. As glutationas S-Transferases GSTM1, GSTT1 e GSTP1 são enzimas da segunda fase de biotransformação que atuam na destoxificação de uma ampla variedade de agentes exógenos incluindo os carcinógenos. Os genes GSTM1, GSTT1 e GSTP1 são polimórficos em humanos e suas variantes têm sido associadas, em algumas populações, ao aumento dos riscos de neoplasia, entre elas o carcinoma colorretal. Neste estudo retrospectivo 50 biópsias de pacientes com carcinoma colorretal do Rio Grande do Sul foram analisadas os polimorfismos nos genes GSTM1, GSTT1 e GSTP1 por PCR multiplex e RFLP, quanto às variáveis clínico-patológicas: localização, estadiamento e diferenciação. Não foram encontrados valores p significativo nas variáveis: estadiamento (p=0,28, p=0,93 e p=0,67), diferenciação (p=0,70 e p=0,37) e localização (p= 0,23. p= 0,58 e p= 0,60 ) respectivamente e o presença do polimorfismos dos genes GSTM1, GSTT1 e GSTP1 nas variáveis estadiamento e localização. A única variável clínico-patológica que apresentou valor significativo na diferenciação do CCR foi o polimorfismo do gene GSTP1 Ile/val e val/val (p= 0,046) entretanto, mais pesquisas são necessárias para confirmar estes achados ,visto que, esses resultados podem ter sido influenciados pelo número reduzido de biópsias analisadas.
2010
Ansolin,Poliana L Damin,Daniel C Alexandre,Cláudio O. P
Qualidade de vida e perfil nutricional de pacientes com câncer colorretal colostomizados
INTRODUÇÃO: O câncer colorretal, uma das neoplasias malignas mais frequentes no ocidente, é considerado a quarta causa mais comum de câncer no mundo. OBJETIVO: O estudo teve como objetivo relacionar a qualidade de vida e o perfil nutricional em pacientes com câncer colorretal colostomizados. METODOLOGIA: Os pacientes com idade entre 31 e 70 anos, atendidos no Ambulatório Central da Universidade de Caxias do Sul-RS, foram avaliados através do Índice de Massa Corporal (IMC), Percentual de Perda de Peso (%PP) e Prega Cutânea Tricipital (PCT), e responderam a questões sobre fatores biológicos, familiares, sócioeconômicos, de saúde e atividade física, e para avaliação da qualidade de vida, foi utilizada a escala WHOQOL-bref. RESULTADOS: Observou-se que a média de idade foi de 57,9 anos, 55% dos pacientes eram do sexo feminino e quanto ao IMC 65% eram eutróficos. Quanto às relações sociais, foi o domínio que apresentou pior qualidade de vida, com 63,8%. Tratando-se da correlação IMC x domínio físico, também foi observado pior qualidade de vida (p=0,014). CONCLUSÃO: Os resultados sugerem a necessidade de realizar educação nutricional, com o intuito de orientar os pacientes na melhora da qualidade de vida, relativo aos hábitos alimentares e as relações sociais.
2010
Attolini,Raquel Cozer Gallon,Carin Weirich
Perfil epidemiológico e morbimortalidade dos pacientes submetidos à reconstrução de trânsito intestinal: experiência de um centro secundário do nordeste Brasileiro
Racional- A reconstrução do trânsito intestinal não está isenta de riscos cirúrgicos e apresenta taxas consideráveis de complicações pós-operatórias, sendo que a infecção continua a ser um dos maiores desafios existentes neste procedimento. Métodos- Foram analisados retrospectivamente 86 prontuários de pacientes com colostomia ou ileostomia, através de fatores que tivessem impacto sobre a morbimortalidade após a reconstrução de trânsito intestinal, de janeiro de 2003 a abril de 2009. Resultados- Houve 20 mulheres e 60 homens, com idade média de 43 anos. A colostomia em alça (n: 34) e o trauma abdominal indicando colostomia ou ileostomia foram as condições mais frequentes. O intervalo médio entre a confecção do estoma e a reconstrução de trânsito intestinal foi 15,7 meses. O índice de morbidade foi 56,8%, sendo a infecção incisional a complicação mais comum (27.47%). A permanência hospitalar média foi 7,6 dias. Houve regressão linear positiva entre permanência hospitalar pós-operatória e a idade do paciente. Demonstrou-se associação estatisticamente significativa entre o prolongamento da permanência hospitalar e a ocorrência de complicações (p<0,001). Conclusão- Pode-se inferir que ocorrência de complicações pós-operatórias e idade associam-se a prolongamento da permanência hospitalar.
2010
Silva,Jeany Borges e Costa,Djalma Ribeiro Menezes,Francisco Julimar Correia de Tavares,José Marconi Marques,Adryano Gonçalves Escalante,Rodrigo Dornfeld