Repositório RCAAP
O "PASSAR A BOIADA" NA QUESTÃO AGRÁRIA BRASILEIRA EM TEMPOS DE PANDEMIA / The “passar a boiada” on the Brazilian agrarian question in times of pandemic / El "passar a boiada" sobre la cuestión agraria brasileña en tiempos de pandemia
A pandemia do novo Coronavírus tornou mais explícita uma questão estrutural no Brasil: o par inseparável concentração e desigualdade. Se não bastasse todas as dimensões da vida afetadas com as consequências da pandemia e o negacionismo em torno do vírus, o governo brasileiro aproveitou o momento para “passar a boiada”, isto é, para encaminhar/aprovar reformas que, ao menos teoricamente, necessitam de um amplo debate por parte da sociedade. Este cenário é marcado por contradições, pois ao mesmo tempo em que há o avanço do agronegócio, há o aumento da insegurança alimentar, sendo este último essencial no combate aos efeitos da pandemia. As resistências também são renovadas/recriadas e o poder da alimentação é, mais uma vez, colocado no centro. O objetivo deste texto é evidenciar as contradições da narrativa em torno da necessidade de expansão do agronegócio e como que em tempos de pandemia aproveita-se para encaminhar/aprovar medidas de interesse geral, especialmente relacionadas à questão ambiental/fundiária. Embora não estejam diretamente relacionados com o tema da pandemia, os artigos do número 56 da Revista NERA mostram a multiplicidade da questão agrária, para além do campesinato e em diferentes regiões deste país de dimensões continentais. Como citar este artigo: PEREIRA, Lorena Izá; COCA, Estevan Leopoldo de Freitas; ORIGUÉLA, Camila Ferracini. O “passar a boiada” na questão agrária brasileira em tempos de pandemia. Revista NERA, v. 24, n. 56, p. 08-23, jan.-abr., 2021.
2021
Izá Pereira, Lorena Coca, Estevan Leopoldo de Freitas Origuéla, Camila Ferracini
Folha de rosto
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Expediente
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Sumário
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Compêndio de autores
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Compêndio de edições
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Capa
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A LEGALIZAÇÃO NEFASTA DOS VENENOS NO BRASIL: AGROTÓXICOS, SEMENTES TRANSGÊNICAS E RISCOS À SAÚDE / The nocive legalization of poisons in Brazil: pesticides, transgenic seeds and health risks / La legalización nociva de venenos en Brasil: pesticidas, semillas transgénicas y riesgos para la salud
Parte-se do princípio da entrada do capital no campo, com o uso de agrotóxicos e das sementes transgênicas, a partir modernização da agricultura. Esse processo sendo um dos que auxiliou a legitimação da concentração fundiária, com a expropriação, sendo desigual e excludente e altamente danosa à saúde. No Brasil, a legislação e os governantes regulam e permitem uma política de incentivo ao aumento no uso de agrotóxicos e das sementes transgênicas, os quais, por consequência, infringem num acentuado número de casos de intoxicações, câncer, problemas respiratórios, reprodutivos, endócrinos, etc. Com isso, o artigo tem como objetivo apreender o processo de modernização da agricultura brasileira, compreendendo esse a partir do uso de agrotóxicos e destacando sua tipologia e os riscos à saúde e ao ambiente. Para isso, tem-se uma abordagem quantitativa, a partir de uma leitura crítica dos dados coletados junto aos órgãos fornecedores.Como citar este artigo:REGALA, Raisa Maria de Sousa. A legalização nefasta dos venenos no Brasil: agrotóxicos, sementes transgênicas e riscos à saúde. Revista NERA, v. 24, n. 60, p. 73-96, set.-dez., 2021.
DESIGUALDADES SOCIOESPACIAIS NO ACESSO AO SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO TÉCNICA NO BRASIL E NO ESTADO DE GOIÁS: UMA ANÁLISE GEOGRÁFICA DOS DADOS DA AGRICULTURA FAMILIAR E NÃO FAMILIAR NOS CENSOS AGROPECUÁRIOS DE 2006 E 2017 / Socio-spatial inequalities in access to rural extension service in Brazil and in the State of Goiás: a geographic analysis of family farm and patronal agriculture data in the 2006 and 2017 Agricultural Censuses / Inégalités socio-spatiales d'accès aux services de vulgarization agricole au Brésil et dans l'État de Goiás: une analyse géographique des données de l’agriculture familiale et de l’agriculture patronale dans les recensements agricoles de 2006 et 2017
Não obstante a reinserção do serviço extensionista na agenda política nacional no início deste século XXI, a aquisição de novos conhecimentos e inovações científico-tecnológicas e a inclusão em políticas públicas têm sido limitadas no país. Neste sentido, buscou-se analisar, no presente artigo, um conjunto de dados dos Censos Agropecuários de 2006 e 2017 referentes ao acesso à orientação técnica por estabelecimentos de agricultura familiar e não familiar. O recorte espacial adotado na investigação compreendeu o Brasil, o estado de Goiás e suas cinco Mesorregiões Geográficas. A partir da interpretação e exame dos dados, constatou-se que ainda existem profundas desigualdades socioespaciais na obtenção deste serviço no campo brasileiro e goiano, além de se verificar o aumento do número de estabelecimentos que utilizam agrotóxicos e a diminuição daqueles que praticam a agricultura e/ou pecuária orgânica. Em um contexto de imposição de reformas econômicas neoliberais e de ascensão de um governo de natureza neofascista, cada vez mais o Estado brasileiro se ausenta e se omite na promoção do serviço extensionista à agricultura familiar, o que acentua as dificuldades enfrentadas por este segmento e aprofunda suas vulnerabilidades, intensificando sua dependência e subordinação às grandes empresas e organizações privadas.Como citar este artigo:DINIZ, Raphael Fernando; CLEMENTE, Evandro Cesar. Desigualdades socioespaciais no acesso ao serviço de orientação técnica no Brasil e no Estado de Goiás: uma análise geográfica dos dados da agricultura familiar e não familiar nos Censos Agropecuários de 2006 e 2017. Revista NERA, v. 24, n. 60, p. 12-151, set.-dez., 2021.
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Diniz, Raphael Fernando Clemente, Evandro Cesar
A CRÍTICA AO PESQUISADOR E SEU EXEMPLO NA GEOGRAFIA REGIONAL: A PROPOSTA DE PASQUALE PETRONE PARA A VALE DO RIBEIRA / A critique of the researcher and its regional exemplary: the proposal of Pasquale Petrone to the Ribeira Valley / La critica al investigador y su ejemplo en la geografia regional: la propuesta de Pasquale Petrone para la Baixada do Ribeira
Apesar do atual absurdo cenário político brasileiro, em muito decorrente do deliberado descaso do presente governo federal, não nos focaremos em criticar tais negligentes práticas, mas sim, as concepções que veem como possível uma melhor gestão do capital. Tributárias da crença de um sujeito positivo (que delimita, classifica e equipara regiões), tais proposições acabam por obscurecer a exploração do trabalho e ontologizá-lo. Teremos, assim, por objetivo no artigo problematizar o sujeito planejador e que se pretende iluminar a sociedade: o pesquisador. Por meio da análise do doutorado de Pasquale Petrone (1966), no qual o geógrafo regionalista se debruça sobre os “problemas” do Vale do Ribeira, esperamos apresentar elementos que subsidiem uma crítica que vá além do momento histórico deste autor e recaia sobre nós mesmos, pesquisadores, sujeitos sujeitados pelo capital.Como citar este artigo: VECINA, Cecilia Cruz. A crítica ao pesquisador e seu exemplo na geografia regional: a proposta de Pasquale Petrone para a Vale do Ribeira. Revista NERA, v. 24, n. 60, p. 23-47, set.-dez., 2021.
COMPRA DE PRODUTOS DA AGRICULTURA FAMILIAR PELOS RESTAURANTES UNIVERSITÁRIOS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS NO SUL DO BRASIL / Public food procurement from family farming by the university restaurants of the Federal Universities in southern Brazil / Compra de productos de la agricultura familiar por parte de restaurantes universitarios en Universidades Federales del sur de Brasil
Resumo:Este artigo buscou verificar a implementação das aquisições de alimentos da agricultura familiar (AF) nas Universidades Federais (IFES) no sul do país, identificando quais os processos de compras/contratação de serviços utilizados e as formas de gestão dos Restaurantes Universitários (RU), as vias utilizadas para compra de produtos da AF em cada Instituição/estado, as dificuldades relatadas pelos atores sociais envolvidos e os mecanismos de acesso a estes mercados. Para tanto se utilizou pesquisa quantiqualitativa em 19 IFES a partir de dados coletados por questionários e entrevistas com gestores, técnicos e agricultores. Das 51 Unidades analisadas, 47% já compraram da AF em algum momento, sendo o Rio Grande do Sul o estado com mais casos e a UFRGS a IFES com maior percentual de aquisições. Maciça terceirização, descomprometimento dos atores envolvidos, desconhecimento da legislação e mudança no cenário político foram problemas identificados. Como mecanismos de acesso, algumas IFES com gestão terceirizada buscaram por meio de clausulas em editais incentivar ou obrigar as empresas privadas a realizarem estas compras. Assim, o estudo demonstra que esta política não tem alcançado o seu objetivo, embora iniciativas tenham sido identificadas. Como citar este artigo:TRICHES, Rozane Marcia; RUIZ, Eliziane Francescato Nicolodi; TEO, Carla Rosane Paz Arruda; KIRSTEN, Vanessa Ramos. Compra de produtos da agricultura familiar pelos restaurantes universitários das Universidades Federais no sul do Brasil. Revista NERA, v. 25, n. 62, p. 70-89, jan.-abr., 2022.
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Triches, Rozane Marcia Ruiz, Eliziane Nicolodi Francescato Kirsten, Vanessa Ramos Teo, Carla Rosane Paz Arruda
TODO GRUPO SOCIAL ES UN MOVIMIENTO SOCIAL? EL CASO DE LOS PRODUCTORES Y PRODUCTORAS FAMILIARES “RAÍCES DEL SUDOESTE”. UN ESTUDIO COMPARATIVO A PARTIR DE UN TIPO IDEAL / Is every social group a social movement? The case of the family producers “Raíces del sudoeste”. A comparative study from an ideal type /Todo grupo social é um movimento social? O caso dos produtores familiares “Raíces del sudoeste”. Um estudo comparativo de um tipo ideal
Resumo:El presente trabajo se basará en la construcción de un tipo ideal sobre los movimientos sociales, socioespaciales y socioterritoriales para realizar un análisis comparativo con un grupo social de productores y productoras familiares del sudoeste de la Provincia de Buenos Aires y su límite con la Provincia de La Pampa, Argentina. El objetivo del trabajo es la construcción del tipo ideal de las categorías movimiento social, movimiento socioespacial y socioterritorial para analizar el caso concreto del grupo “Raíces del sudoeste”. La metodología utilizada será principalmente cualitativa basada en el método comparativo. Esta comparación permitirá definir a este grupo como movimiento social y analizarlo en su vinculación con el espacio. Como citar este artigo:HANG, Sofía; GONZALEZ, Edgardo Gabriel. ¿Todo grupo social es un movimiento social? El caso de los productores y productoras familiares “raíces del sudoeste”. Un estudio comparativo a partir de un tipo ideal. Revista NERA, v. 25, n. 62, p., jan.-abr., 2022.
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Hang, Sofía Gonzalez, Edgardo Gabriel
MOVIMENTOS SOCIOTERRITORIAIS NA LUTA CONTRA ESTRANGEIRIZAÇÃO DO TERRITÓRIO: O CASO DA LIGA NACIONAL DE CARPEROS NO PARAGUAI / Socio-territorial movements in the struggle against foreignization of the territory: the case of the Liga Nacional de Carperos in Paraguay / Movimientos socioterritoriales en la lucha contra la extranjerización del territorio: el caso de la Liga Nacional de Carperos en Paraguay
A estrangeirização corresponde ao controle do território, entendido na sua multidimensionalidade e multiescalaridade, pelo capital estrangeiro. Na América Latina o processo é histórico, bem como as resistências ao mesmo. O Paraguai, desde 1870, corresponde a um território formado para atender as necessidades de expansão do capital regional e, atualmente, estima-se que 35% do seu território esteja em posse de estrangeiros. Neste sentido, no Paraguai a luta pelo território é uma luta contra a estrangeirização. Este artigo tem como objetivo debater acerca de movimentos socioterritoriais considerados soberanistas, isto é, movimentos que atuam na luta contra a entrada do capital estrangeiro no território. Utilizamos como estudo de caso a Liga Nacional de Carperos (LNC), movimento criado em 2010 no Paraguai com o objetivo de recuperar a soberania. A LNC tem realizado importantes ações, atraindo a atenção não apenas nacional, mas também em âmbito internacional, visto que ocupa terras pertencentes a agentes estrangeiros. Assim, a LNC representa a recriação da luta pelo território no Paraguai.Como citar este artigo: PEREIRA, Lorena Izá. Movimentos socioterritoriais na luta contra a estrangeirização do território: o caso da Liga Nacional de Carperos no Paraguai. Revista NERA, v. 24, n. 57, p. 79-103, Dossiê I ELAMSS, 2021.
UMA GEOGRAFIA (I)MATERIAL VOLTADA PARA A PRÁXIS TERRITORIAL POPULAR E DESCOLONIAL / A (im)material Geography focused on popular and decolonial territorial praxis / Una geografía (in)material centrada en la praxis territorial popular y decolonial
Neste texto, que resulta das nossas inquietações, pesquisas e colaborações dentro e fora da universidade, ilustramos importantes aspectos da nossa práxis territorial popular e descolonial, por meio de alguns dos resultados do nosso trabalho de pesquisa e cooperação realizado com camponeses de diferentes municípios do Sudoeste do Paraná (sujeitos individuais e/ou associados) e com cidadãos da periferia da cidade de Francisco Beltrão, trabalhando em equipes interdisciplinares e interinstitucionais e, especialmente, com os sujeitos “estudados” em cada projeto. Nós optamos por uma abordagem territorial e popular de pesquisa e de trabalho solidário, centrado na participação social, no diálogo e na integração de conhecimentos acadêmicos e populares, práxis que efetivamos em três projetos nos quais experimentamos alguns processos de desenvolvimento territorial, no campo e na cidade, numa perspectiva contra-hegemônica e descolonial.Como citar este artigo: SAQUET, Marcos. Uma Geografia (i)material voltada para a práxis territorial popular e descolonial. Revista NERA, v. 24, n. 57, p. 54-78, Dossiê I ELAMSS, 2021.
QUANDO NASCE UMA MÃE E SUA LUTA POR TODOS: BREVE ANÁLISE SOBRE A FORMAÇÃO DO MOVIMENTO NACIONAL CAMPESINO INDÍGENA (MNCI) NA ARGENTINA / When the mother is born and his struggle for “all”: a brief analysis on the formation of the National Peasant Indigenous Movement (MNCI) in Argentina / Cuando nace una madre y su lucha por todos: breve análisis sobre la formación del Movimiento Nacional Campesino Indígena (MNCI) en Argentina
Este artigo objetiva provocar o debate referente à construção conceitual sobre movimentos socioespaciais e movimentos socioterritoriais promovido pela geografia brasileira. Deste modo, primeiramente percorremos o debate seminal sobre a chegada do tema de pesquisa na geografia brasileira, sua fundamentação e criação conceitual, suas especificidades, embates e críticas e, em seguida, apresentamos as respectivas contribuições de autores nacionais. Com o objetivo de reforçar a fundamentação, fatos e elementos do MNCI são exemplificados para mostrar as contribuições da perspectiva geográfica e reforçar as potencialidades da abordagem espacial e territorial em um outro território latino-americano.Como citar este artigo:SOBREIRO FILHO, José. Quando nasce uma mãe e sua luta por todos: breve análise sobre a formação do Movimento Nacional Campesino Indígena (MNCI) na Argentina. Revista NERA, v. 24, n. 57, p. 104-126, Dossiê I ELAMSS, 2021.
MOBILIZAÇÕES A FAVOR E CONTRA A RESERVA EXTRATIVISTA DO LITORAL SUL DE SERGIPE / Mobilizations for and against the Reserva Extrativista Litoral Sul of Sergipe / Movilizaciones a favor y en contra de la Reserva Extractivista Litoral Sur de Sergipe
O artigo trata da participação do Movimento das Catadoras de Mangaba (MCM) no processo de mobilização para a demarcação da Reserva Extrativista (Resex) Litoral Sul de Sergipe. Muito embora a garantia de acesso aos recursos naturais fosse uma demanda histórica do MCM e a Resex sinalizasse para tal, a mobilização não se constituiu em unanimidade no Movimento. Assim, o objetivo do artigo foi analisar consensos e dissensos no processo de mobilização para a criação da Resex entre as catadoras de mangaba. A pesquisa deu-se com abordagem predominantemente qualitativa por meio de observações e entrevistas com catadoras de mangaba e seus aliados nos quatro municípios a serem alcançados pela Resex entre 2007 a 2019. As principais conclusões mostram que: i) para as catadoras favoráveis, a Resex representava a garantia de acesso aos recursos e regras mais rígidas para a conservação; ii) para as catadoras contrárias, representava um conjunto de incertezas com risco de perder bens possuídos; iii) o MCM esteve em eventos públicos e constituiu aliados, mas não conseguiu construir localmente uma base de apoio “para dentro” entre as catadoras; e iv) outros atores (internos e externos) jogaram com a ideia do “atraso” que a Resex representava e com mecanismos de coerção para inibir grupos de catadoras. Como citar este artigo:MOTA, Dalva Maria da; SILVA JÚNIOR, Amintas da; SCHMITZ, Heribert. Mobilizações a favor e contra a Reserva Extrativista do Litoral Sul de Sergipe. Revista NERA, v. 24, n. 57, p. 127- 157, Dossiê I ELAMSS, 2021.
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Mota, Dalva María da Silva Júnior, Amintas da Schmitz, Heribert
HISTÓRIA DO MOVIMENTO DE MULHERES CAMPONESAS DE MINAS GERAIS / History and Struggles of Territorialization of the Movement of Peasant Women in Minas Gerais / Historia y luchas de territorialización del movimiento de mujeres campesinas en Minas Gerais
O presente artigo busca apresentar a história do Movimento de Mulheres Camponesas no estado de Minas Gerais (MMC MG), como um movimento socioterritorial, destacando seus antecedentes, o início de sua formação e desenvolvimento. Para tanto, utilizou-se a história de vida e a observação participante como meio de coleta de dados. Foram entrevistadas oito camponesas do MMC MG e feitos registros, a partir da participação no Encontro Estadual do MMC MG em 2019, e de visitas ao Sindicato dos(as) Trabalhadores(as) Rurais de Governador Valadares (STR-GV). O MMC MG nasce e se desenvolve no Vale do Rio Doce (VRD), a partir de lutas históricas do campesinato contra a expropriação de suas terras pelos latifundiários. Dessas lutas nasce o STR-GV. É a partir deste sindicato que as mulheres do campo do VRD, na década de 1990, começam a se organizar, articulando-se a movimentos autônomos de mulheres do campo de outros estados e levantando pautas sobre as relações de gênero. Até que, em 2004, o grupo de mulheres organizadas pelo STR-GV participam da criação e passam a integrar o MMC Brasil.Como citar este artigo: GADELHA, Renata Rocha. História e Lutas da Territorialização do Movimento de Mulheres Camponesas de Minas Gerais. Revista NERA, v. 24, n. 57, p. 158-184, Dossiê I ELAMSS, 2021.
A ESCOLA NACIONAL FLORESTAN FERNANDES: TERRITÓRIO DE RESISTÊNCIA IMATERIAL DOS MOVIMENTOS SOCIOTERRITORIAIS / The Florestan Fernandes National School: territory of immaterial resistance of socio-territorial movements / La Escuela Nacional Florestan Fernandes: territorio de resistencia inmaterial de los movimientos socio-territoriales
Este artigo tem o objetivo de refletir sobre a importância que tem a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) enquanto um território de resistência imaterial dos movimentos socioterritoriais, sobretudo, camponeses da América Latina. A pesquisa na ENFF foi desenvolvida a partir de observação-participante e entrevistas, por meio de um questionário semiestruturado, com coordenadores, lideranças de movimentos sociais e militantes-estudantes da escola no período das duas pesquisas de campo: julho de 2010 e 2011. A ENFF tem como principal objetivo a formação de consciência crítica visando a construção de uma sociedade com igualdade social e sustentabilidade ambiental. Está localizada no município de Guararema, SP. Foi construída em regime de mutirão com o trabalho voluntário de militantes de todo o país. Funciona em regime de autogestão mantida por militantes de movimentos sociais e pela Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes.Como citar este artigo:CAMACHO, Rodrigo Simão. A Escola Nacional Florestan Fernandes: território de resistência imaterial dos movimentos socioterritoriais. Revista NERA, v. 24, n. 57, p. 185-209, Dossiê I ELAMSS, 2021.
MOVIMENTO DOS TRABALHADORES RURAIS SEM TERRA (MST): NARRATIVAS, MEMÓRIAS E HISTÓRIAS NA LUTA PELA TERRA / The Landless Rural Workers' Movement (MST): narratives, memories and stories in the struggle for land / El Movimiento de Trabajadores Rurales Sin Tierra (MST): narrativas, memorias e historias en la lucha por la tierra
O presente artigo é resultado de uma pesquisa realizada durante a conclusão da graduação em Psicologia a qual objetivou investigar a trajetória de vida de famílias assentadas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a constituição das identidades e das representações sociais dos sujeitos sem-terra. Para tanto, adotou-se o uso do procedimento metodológico da História Oral para resgatar memórias e narrativas que possam evidenciar as histórias de vida e de suas construções, em consonância com o processo de luta pela terra vivenciado por esses. O pressuposto de análise é trilhado por um trajeto teórico situado pela história da questão agrária no Brasil, além da conceituação da metodologia e da história oral, assim como as representações sociais e o compromisso ético-político da Psicologia, enquanto ciência e profissão na escuta das histórias de vida no campo.Como citar este artigo: CHIABOTTO, Cristian Da Cruz; MONTAGNER, Rosangela. Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST): narrativas, memórias e histórias na luta pela terra. Revista NERA, v. 24, n. 57, p. 210-231, Dossiê I ELAMSS, 2021.
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Da Cruz Chiabotto, Cristian Montagner, Rosangela
LOS MOVIMIENTOS SOCIO-TERRITORIALES EMERGEN DEL TERRITORIO Y CONSTRUYEN NUEVOS PROYECTOS DE DESARROLLO TERRITORIAL / Os movimentos socioterritoriais emergem do território e constroem novos projetos de desenvolvimento territorial / Socio-territorial movements emerge from the territory and build new territorial development projects
El territorio, al ser interpretado desde su multiescalaridad y multidimensionalidad, permite al investigador tener una relación más cercana con los constantes cambios de la realidad. Reflexionando en torno a las organizaciones de la sociedad civil que, teniendo el territorio como propósito de su existencia, se constituyen como movimientos socio-territoriales, orientamos nuestro artículo hacia el caso del Movimiento de Pequeños Agricultores y su elaboración de un proyecto de desarrollo territorial, llamado Plan Campesino, que se presenta como una alternativa frente al camino trazado por el proyecto de desarrollo de la agricultura capitalista en su fase neoliberal.Como citar este artigo: BORGES, Gerson Antonio Barbosa. Los movimentos socioterritoriais emergen del territorio y construyen nuevos proyectos de desarrollo territorial. Revista NERA, v. 24, n. 57, p. 232-254, Dossiê I ELAMSS, 2021.