Repositório RCAAP

Dissecção aguda da aorta ascendente no per-operatório

Com o objetivo de demonstrar a experiência cirúrgica do Hospital Biocor com as dissecções agudas da aorta torácica no per-operatório, foram analisados, retrospectivamente, 7.251 pacientes submetidos a cirurgia cardíaca com o emprego de circulação extracorpórea, no período de janeiro de 1988 a janeiro de 1995. Onze pacientes apresentaram dissecção aórtica no per-operatório, sendo que 54,5% (6 pacientes) eram homens e 45,5% (5 pacientes) mulheres. A idade variou de 54 a 80 anos (média de 66,73 ± 7,54 anos). Os procedimentos cirúrgicos nos quais ocorreu a dissecção incluíram: revascularização miocárdica em 9 (81,8%) pacientes, revascularização miocárdica + aneurismectomia do VE em 1 (9,1 %) e troca valvar aórtica em 1 (9,1%) paciente. Todos apresentavam hipertensão arterial sistêmica. Em 9 (81,8%) pacientes a aorta ascendente anormal foi observada durante a cirurgia. A correção cirúrgica da dissecção incluiu: substituição da aorta ascendente por conduto tubular de pericárdio bovino em 7 (63,6%) pacientes, substituição por conduto valvulado de pericárdio bovino em 1 (9,1 %) e plastia aórtica com retalho de pericárdio bovino em 3 (27,3%) pacientes. A técnica de hipotermia profunda com parada circulatória total foi empregada em 90,9% dos casos. A mortalidade hospitalar foi de 45,5% (5 pacientes), sendo: em 2 casos devido à impossibilidade de descontinuação da CEC; hemorragia maciça em 1 e síndrome de baixo débito no pós-operatório imediato em 2 pacientes. Dos 6 pacientes sobreviventes, 5 encontram-se em seguimento e livres de sintomas cardíacos. Concluímos que a dissecção aórtica aguda no per-operatório continua sendo uma complicação grave e altamente letal, sendo que o emprego de medidas preventivas e técnicas cirúrgicas adequadas em pacientes de risco podem diminuir a incidência dessa complicação.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Castro,Marcelo F Fantini,Fernando A Gontijo Filho,Bayard Barrientos,Arturo Peredo,Eduardo Drumond,Leonardo F Oliveira,Carla de Paula e Silva,João Alfredo de Barbosa,Juscelino Teixeira Vrandecic,Mário O

Tratamento cirúrgico das dissecções agudas de aorta do tipo B: técnica da "tromba de elefante" modificada pelo emprego de prótese intraluminal sem sutura

Durante a última década, a cirurgia cardiovascular experimentou grande impulso, com o desenvolvimento de métodos de diagnóstico, técnicas de proteção miocárdica e cerebral, técnicas de sutura e circulação extracorpórea, que, somados à maior experiência dos cirurgiões, permitiu o questionamento da indicação do tratamento clínico para as dissecções agudas de aorta do tipo B, procurando, com o tratamento cirúrgico, redução da alta taxa de mortalidade desta doença. A técnica da "tromba de elefante", descrita por Borst, foi adaptada por Palma e Buffolo para o tratamento das dissecções agudas de aorta do tipo B, oferecendo bons resultados, além de facilidade técnica por não manipular o tecido doente e friável da aorta durante o ato cirúrgico. No período de 31/6/92 a 20/2/95, 7 pacientes foram operados com esta técnica sendo 1 paciente do sexo feminino e 6 do sexo masculino. Tivemos 2 (28,5%) óbitos, que não podem ser relacionados à técnica cirúrgica. Neste trabalho, apresentamos modificação da técnica da "tromba de elefante", com o emprego do anel intraluminal, desenvolvido em nosso Serviço, dispensando qualquer tipo de sutura para anastomose, obtendo diminuição acentuada do tempo de parada circulatória total, permitindo dispensar a hipotermia profunda.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Bernardes,Rodrigo de Castro Rabelo,Raul Corrêa Reis Filho,Fernando Antônio Roquete Rabelo,Walter Marino,Marcos Antônio Marino,Roberto Luiz

Fatores que influenciam a mortalidade hospitalar na cirurgia de correção de aneurisma do ventrículo esquerdo

Este trabalho teve como objetivo identificar fatores que influenciaram a mortalidade hospitalar de pacientes submetidos à cirurgia de correção de aneurisma do ventrículo esquerdo, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, no ano de 1994. Quarenta e nove pacientes foram operados, com idade variando de 32 a 79 anos (m=56,7), sendo 15 do sexo feminino e 34 do masculino. A técnica cirúrgica empregada foi de endoaneurismorrafia em 7 pacientes e sutura direta em 42 pacientes. Em todos realizou-se plicatura do septo interventricular. Em 44 houve revascularização do miocárdio concomitantemente. Os fatores estudados foram: localização do aneurisma, proteção miocárdica, tempo de anóxia, tempo de perfusão, revascularização do miocárdio concomitante, intervalo entre o infarto do miocárdio e a correção cirúrgica, quadro clínico pregresso e utilização de balão intra-aórtico. A mortalidade global foi de 7 pacientes (14%). As análises univariada e multivariada dos fatores estudados evidenciaram que o tipo de proteção miocárdica e a classe funcional de ICC pré-operatória influenciaram a taxa de mortalidade. Em nossa casuística, a classe funcional e o tipo de proteção miocárdica foram fatores preditores de mortalidade, porém ressaltamos a necessidade de estudos mais amplos observando o aspecto da proteção miocárdica, para confirmação desta hipótese.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Issa,Mário Arnoni,Antoninho S Chaccur,Paulo Dinkhuysen,Jarbas J Abdulmassih Neto,Camilo Souza,Luiz Carlos Bento de Paulista,Paulo P

Aneurismectomia do ventrículo esquerdo: avaliação tardia

Com o objetivo de avaliar tardiamente o efeito da aneurismectomia do ventrículo esquerdo quanto a sintomatologia e função ventricular global, foram analisados 40 pacientes consecutivos operados de agosto/87 a novembro/94, com um período de seguimento de 12 a 99 meses. A localização mais comum foi a ântero-medial e a maioria dos pacientes apresentava um quadro misto de angina e ICC. A pd2VE média preoperatoria foi de 25,9 mmHg. Cinco (12,5%) faleceram durante a internação, por insuficiência miocárdica aguda e 6 (15%), durante o pós-operatório tardio. Quando se divide a série em dois grupos, aqueles operados de 1991 a 1994 (últimos 22 pacientes) mostram uma sobrevida de 91% ao final de 4 anos. Dos 29 sobreviventes, 12 (30%) encontram-se assintomáticos, enquanto que 42,5% cursam com algum grau de angina ou ICC. O ecocardiograma bidimensional demonstrou normalização dos diâmetros ventriculares, das frações de ejeção e encurtamento em apenas 43% dos casos. Ao final de um ano, somente 50% dos pacientes estão livres de sintomas. Em conclusão, a aneurismectomia do ventrículo esquerdo promoveu melhora sintomática na maioria dos pacientes, com mortalidade aceitável, embora não totalmente confirmada pelos índices de função global ao ecocardiograma bidimensional.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Dancini,José Luiz Rodrigues,João Jorge Santos,Jefferson dos Pinto,Rubens Fraga Alves Burgos,Fernando José da Costa Conforti,Cesar Augusto

Cuidados no pós-operatório do transplante cardíaco

Os autores discutem os principais aspectos envolvidos no pós-operatório imediato do transplante cardíaco, ressaltando: monitorização pós-operatória, evolução hemodinâmica, arritimias, controle hidroeletrolítico, alterações gastrintestinais, função renal, suporte ventilatório, antibioticoprofilaxia, infecção, imunossupressão e as rejeições.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Fiorelli,Alfredo I Stolf,Noedir A. G

Síndrome vasoplégica: nova forma de síndrome pós perfusão

Uma nova forma de síndrome pós perfusão, denominada síndrome vasoplégica, aparecendo no período pós-operatório imediato de cirurgias cardíacas com circulação extracorpórea (CEC) é apresentada. As manifestações dessa síndrome incluem hipotensão, débito cardíaco normal ou aumentado, resistência vascular sistêmica diminuída e pressões de enchimento baixas. O exame físico mostra que, mesmo com hipotensão, os pacientes apresentam bom enchimento capilar de extremidades, mas com oligúria. Há necessidade de uso de vasoconstrictores potentes para manutenção da pressão arterial e, mesmo com altas doses de noradrenalina, não há o quadro clássico de extremidades frias. Doze pacientes que apresentaram sinais e sintomas compatíveis com a síndrome vasoplégica são mostrados. O quadro da síndrome vasoplégica mostra semelhança com o observado no choque séptico. Na sepse, as alterações são mediadas pelas citocinas, entre elas o TNF-α, que também já foi demonstrado serem ativadas pela CEC. O aparecimento da síndrome vasoplégica eleva a morbidade operatória, com conseqüente aumento de risco para o paciente.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Gomes,Walter José Silas,Marcelo Grandini Lopes,Marly Garcia Palma,José Honório Teles,Carlos Alberto Branco,João Nelson R Carvalho,Antônio Carlos Buffolo,Ênio

Diagnóstico e tratamento cirúrgico do teratoma intrapericárdico

Descrevemos 2 casos de teratoma intrapericárdico, tumor cardíaco primário raro, usualmente encontrado em neonatos e lactentes e que pode causar insuficiência respiratória, grande acúmulo de liqüido pericárdico e compressão cardíaca, levando à morte no período intra-uterino ou neonatal. Em ambos os casos, o diagnóstico foi estabelecido pelo ecocardiograma realizado em criança de 3 meses com sinais de tamponamento cardíaco e no feto de uma gestante no curso da 38º semana de gravidez. Ressecção cirúrgica com sucesso em ambos os pacientes foi realizada nas idades de 3 meses e 3 dias de vida, respectivamente. A histologia confirmou o diagnóstico de teratoma. Enfatiza-se a acurácia do diagnóstico ecocardiográfico nestes casos e a importância da indicação cirúrgica precoce.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Moraes,Carlos R Mattos,Sandra Rodrigues,Jorge V Santos,Cleuza Lapa Gomes,Cláudio A Tenório,Euclides Moraes Neto,Fernando Hazin,Sheila

Tamponamento cardíaco de causa não cardíaca: relato de caso

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Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Bongiovani,Hércules Lisboa Freitas Júnior,João Otávio Catanzaro,Vicente Souza e Silva,Fábio Bongiovani,Elza Helena F

Erro médico: aspectos jurídicos

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Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Moraes,Nereu Cesar de

Preditores geométricos angiográficos de infarto do miocárdio não são associados com marcadores ultra-sonográficos de vulnerabilidade da placa

OBJETIVO: Certas características geométricas angiográficas de lesões coronarianas foram descritas como preditoras independentes de um futuro infarto do miocárdio. O objetivo deste estudo foi correlacionar esses marcadores com achados do ultra-som intracoronariano sabidamente associados com maior vulnerabilidade à ruptura de placa. MÉTODOS: Estudou-se 30 pacientes com síndromes coronarianas estáveis e lesões de novo (31 lesões) com angiografia e ultra-som intracoronariano. Para cada lesão as características geométricas angiográficas (grau de simetria, grau de estenose, comprimento da lesão e ângulo de saída) foram correlacionadas com as variáveis ultra-sonográficas: tipo de placa (mole, fibrosa, mista ou calcificada), área porcentual de placa e índice de remodelamento. RESULTADOS: O comprimento médio da lesão foi de 9,2 ± 4,4 mm, o porcentual de estenose foi de 50,0% a 89,0% (média 67,7 ± 12,1%), ângulos de entrada variaram de 8,48º a 48,78º (média 24,0 ± 11,4º), ângulos de saída variaram de 8,30º a 53,03º (média 23,8 ± 11,7º) e o índice de simetria variou de 0 a 1 (média 0,56 ± 0,32). À avaliação com ultra-som intracoronariano, freqüência de placas moles ou calcificadas, remodelamento positivo e magnitude da área porcentual de placa não foram associados com nenhuma característica geométrica angiográfica (p > 0,05 para todas as análises). CONCLUSÃO: Características geométricas angiográficas que predis-põem à oclusão aguda não se correlacionam com achados morfológicos e quantitativos do ultra-som intracoronariano associados com a vulnerabilidade da placa.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Takimura,Celso Kiyochi Lemos,Pedro Alves Perin,Marco Antonio Silva,Expedito Eustáquio Ribeiro da Ambrose,John Ramires,José Antonio Franchini Martinez Filho,Eulógio Emílio

Análise de registros eletrocardiográficos associados ao infarto agudo do miocárdio

OBJETIVO: Avaliar correlações entre as variações do eletrocar­diograma (ECG) e o infarto agudo do miocárdio. MÉTODOS: Uso de software de baixo custo para digitalização de ECG impressos e/ou em formato "pdf". Cálculo de área do segmento ST e das amplitudes dos pontos J e Y RESULTADOS: A amplitude do ponto Y possui máxima correlação com a concentração da enzima troponina. O supradesnivelamento do segmento ST não se constitui bom indicador estatístico da gravidade do infarto. Existe uma forte correlação negativa entre a amplitude do ponto J e a quantidade de íons magnésio, mas nenhuma correlação estatística com os íons sódio ou cálcio. Os dois métodos de cálculo da área do segmento ST (contagem de pixels e interpolação) não mostraram diferenças significativas nos resultados. CONCLUSÃO: O software utilizado mostrou-se viável do ponto de vista econômico e funcional. A amplitude do ponto Y é um marcador sensível à ocorrência do infarto, tendo cálculo mais simples e menos sujeito a erros do que o cálculo da área de supradesnivelamento do segmento ST.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Mansur,Paulo Henrique Garcia Cury,Lacordaire Kemel Pimenta Destro-Filho,João Batista Resende,Elmiro Santos Destro,José Paulo Breda Oliveira,Luana Michelli de Moraes,Diego Carvalho Gomes de Freitas,Geraldo Rubens Ramos de Rocha,Lucila Soares da Silva

Estenose aórtica e doença coronariana: análise dos fatores de risco

OBJETIVO: Analisar aspectos clínico-laboratoriais da presença de doença coronariana em pacientes portadores de estenose aórtica e analisar a influência de fatores de risco para o desenvolvimento de coronariopatia obstrutiva. MÉTODOS: Estudamos 65 pacientes portadores de estenose aórtica severa com indicação de cirurgia, com idade entre 51 a 85 anos, entre os quais havia 40 mulheres. Da realização da cinecoronariografia resultaram dois grupos: 26(40%) com coronariopatia obstrutiva e 39(60%) sem lesões em artérias coronárias. Foram analisados os antecedentes pessoais para doença coronariana (hábito de fumar, dislipidemia, diabetes mellitus, hipertensão arterial, antecedentes familiares, sedentarismo e alcoolismo), eletrocardiograma, ecocardiograma com Doppler e exames laboratoriais (glicemia, colesterol total e frações, triglicérides, Apo A1 e B, fibrinogênio, lipoproteina(a) e taxa fracional de remoção de triglicérides e colesterol nos dois grupos. RESULTADOS: Na análise da idade, o grupo com coronariopatia obstrutiva apresentou faixa etária mais elevada com significância estatística (p<0,0001). A identificação de sinais de isquemia em parede anterior no eletrocardiograma apresentou relação significante com obstrução em artéria interventricular anterior (p<0,002). A análise univariada mostrou diferença significante entre os grupos em relação às médias das variáveis gradiente aórtico (p= 0,041), HDL (p=0,042) e fibrinogênio (p=0,047). O grupo com doença coronariana apresentou média do gradiente e HDL menor que os sem coronariopatia obstrutiva. Na variável fibrinogênio, o grupo sem doença coronariana apresentou média com níveis menores comparados aos dos portadores de coronariopatia. A análise multivariada pelo método da regressão logística mostrou como variável independente para coronariopatia os níveis de fibrinogênio ( p<0,039). CONCLUSÃO: O fibrinogênio foi fator de risco independente para a associação de coronariopatia obstrutiva com estenose aórtica.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Rangel,Claudio Magalhães Grinberg,Max Maranhão,Raul Cavalcante Ventura,Laura Inês

Análise da função diastólica do ventrículo esquerdo em hipertensos sob variação de condições hemodinâmicas provocadas: estudo comparativo entre o doppler transmitral e tissular

OBJETIVO: Avaliar o comportamento das velocidades de movimentação diastólica do segmento VE septal posterior basal justa-anular, obtidos pelo Doppler tissular em relação às velocidades do fluxo transmitral de hipertensos, submetidos à sobrecarga de pré-carga por elevação dos membros inferiores por 5 minutos, e durante 1 minuto de handgrip (condições 1 e 2, respectivamente). MÉTODOS: Vinte e cinco pacientes ambulatoriais (15 homens, 52±11 anos), com hipertensão arterial sistêmica >3 anos, com as seguintes variáveis do Doppler transmitral: E, A e E/A, e do Doppler tissular: E’, A’ e E’/A’, obtidas na situação basal e nas condições 1 e 2. A comparação dos resultados (basal vs. condições 1 e 2) foi realizada por teste t pareado. RESULTADOS: E(cm/s) variou de 68,88 ± 11,94 para 75,82 ± 15,71* enquanto E’(cm/s) variou de 8,22 ± 2,30 para 8,31 ± 2,24 na condição 1 (p<0,05). Adicionalmente, a comparação dos percentuais (%) de variação dos índices de Doppler mitral com os % de seus correspondentes medidos por Doppler tissular revelou diferença significativa entre E e E’, com incremento da pré-carga (p=0,01). CONCLUSÃO: Em pacientes com VE adaptado à hipertensão arterial sistêmica, o índice E’ modificou-se menos do que o índice E após manobra de elevação de pré-carga, o que deve orientar no sentido de sua maior utilização na avaliação da função diastólica por ecocardiografia.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Danzmann,Luiz Cláudio Freitas,Valéria Centeno de Araújo,Luiz Felipe Torres,Marco Antonio Rodrigues

Estudo da reatividade vascular induzida pelo estresse mental na gravidez de mulheres portadoras de estenose mitral

OBJETIVO: Estudar a reatividade vascular mediante a análise do fluxo sangüíneo e da resistência vascular periférica em repouso e estresse mental na gravidez de mulheres com estenose mitral. MÉTODOS: Foram estudadas 22 mulheres portadoras de estenose mitral, 13 grávidas (GE) e 9 não-grávidas (EM), e 9 gestantes saudáveis voluntárias (GN). Na gestação, 9 (GEB) das 13 do GE necessitaram de betabloqueador e 4 restantes (GESB) evoluíram sem medicação. A plestimografia em repouso e sob estresse mental analisou o fluxo sangüíneo muscular, resistência vascular periférica (RVP), pressão arterial média (PAM) e freqüência cardíaca (FC) na gestação e no puerpério. RESULTADOS: Na gestação do GESB, os valores do fluxo sangüíneo muscular e da FC foram maiores em 1,6% e 20,5% (p = 0,05), e os da RVP e da PAM foram menores em 19,3% e 4,4%, respectivamente, em comparação ao puerpério; no estresse mental, o fluxo sangüíneo muscular aumentou em 55,9%, a FC reduziu em 30,2% e houve semelhança da RVP e PAM. No GEB, os valores do fluxo e da FC foram maiores em 5,9% e 14,9% (p = 0,001) e os da PAM e da RVP menores em 10,3% e 9,1%, respectivamente, quando comparados ao puerpério; no estresse mental o fluxo e a PAM aumentaram em 69,8% e 174,1%, respectivamente, a FC foi semelhante e a RVP reduziu em 53,7%. O estudo comparativo mostrou que no grupo GN o fluxo sangüíneo muscular foi maior, a RVP menor e houve semelhança na PAM e FC em relação ao grupo GE e que os grupos GE, GN, EM apresentaram semelhança na resposta ao estresse mental. CONCLUSÕES: A reatividade vascular na gestação de mulheres com estenose mitral foi preservada e a análise das medidas mostrou valores menores de fluxo sangüíneo muscular e maiores da RVP quando comparados às gestantes saudáveis.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Avila,Walkiria Samuel Calil,Osmar Araújo Trombetta,Ivani C. Negrão,Carlos Eduardo Grinberg,Max Zugaib,Marcelo Ramires,José Antonio Franchini

Modelos para predição da carga máxima no teste clínico de esforço cardiopulmonar

OBJETIVO: Este estudo buscou derivar equações generalizadas para predição da carga máxima para homens e mulheres jovens. MÉTODOS: O método da ergoespirometria direta (Aerosport® TEEM 100, Estados Unidos da América do Norte) foi empregado para determinar o VO2máx e a carga máxima (Wmáx), no cicloergômetro (Monark®, Brasil), de 30 homens (25 ± 5 anos, 75,0 ± 10,7 kg; 48,4 ± 8,8 mL . kg -1 . min -1 e 243 ± 51 Watts) e 30 mulheres (26 ± 5 anos, 56,7 ± 5,9 kg, 39,8 ± 7,6 mL . kg -1 . min -1 e 172 ± 37 Watts). A idade e a massa corporal foram empregadas como variáveis independentes. Para todos os testes estatísticos aceitou-se o nível de significância de p < 0,05. RESULTADOS: No ajuste linear múltiplo a carga máxima foi explicada pela da idade e massa corporal em 54% (r = 0,73), para homens, e em 76% (r = 0,87), para mulheres, com erros padrões respectivamente de 0,66 W . kg -1 e de 25 Watts. As equações propostas passaram pela validação cruzada, empregando-se outra amostra com características similares de idade e VO2máx composta por 15 homens e 15 mulheres. A correlação intraclasse entre os valores de Wmáx preditos e os medidos através da ergoespirometria foram de 0,70 e 0,69, com erros padrões de 28,4 e 15,8 Watts, respectivamente, para homens e mulheres. CONCLUSÃO: Este estudo exibe equações generalizadas válidas para determinação da carga máxima no cicloergômetro para homens e mulheres.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Nogueira,Fernando dos Santos Pompeu,Fernando Augusto Monteiro Sabóia

Prognóstico do duke-escore versus cintilografia em pacientes com fatores de risco para doença arterial coronariana: seguimento de um ano

OBJETIVO: Determinar a sensibilidade, a especificidade e o risco de eventos cardiovasculares em pacientes com Duke-escore (DE) baixo, intermediário e alto risco, em comparação com a presença (ou não) de defeitos de perfusão à cintilografia do miocárdio. MÉTODOS: Estudo prospectivo, consecutivo, com 173 pacientes com 2 ou mais fatores de risco para doença arterial coronariana (DAC), que foram submetidos à cintilografia de perfusão do miocárdio com tetrofosmin marcado com tecnécio-Tc 99m (CPM) e ao teste ergométrico (aplicando-se o DE), de um bairro de Curitiba, entre janeiro de 2003 a fevereiro de 2004. Os pacientes tiveram seguimento de 13±1 meses e 162 completaram o acompanhamento. Foi avaliada a presença de morte, angina, infarto agudo do miocárdio, angioplastia coronariana e revascularização do miocárdio. RESULTADOS: A média do DE dos pacientes que apresentaram eventos (18) foi de -0,27 (95% IC= -3,97 a +3,91) e daqueles livres de eventos (144) foi de +4,92 (95% IC= +4,03 a +5,81), com p<0,00069. A sensibilidade do DE foi de 72,22% e da CPM foi de 77,78%, sem diferença estatística, com p=0,21. A especificidade do DE foi de 54,17% e a da CPM foi de 88,19%, com p<0,0001. A curva de Kaplan-Meier demonstrou que 94% dos pacientes com DE baixo risco permaneceram livres de eventos em 01 ano. Em contraste, todos os de alto risco apresentaram eventos no mesmo período. Os que apresentaram DE de intermediário risco apresentaram 15% de eventos em 01 ano. CONCLUSÃO: O DE foi tão sensível quanto CPM em determinar o risco para DAC em um ano. Os pacientes com DE <-0,27 tiveram maior risco de eventos cardíacos.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Gasperin,Carlos Alberto Bueno,Caroline Pereira Yamada,Airton Seiji Rocha,Gilberto Alves da Heinze,Regina Célia Portugal Freixo Nunes,Débora Cristina Fontoura de Mello Trevisan,Isabelle Vianna Mostiack,Deisi Raquel Xavie,Lânia Romanzin Silva,Cláudia Maria Castelo Branco

Relação da cintura abdominal com a condição nutricional, perfil lipídico e pressão arterial em pré-escolares de baixo estrato socioeconômico

OBJETIVO: Avaliar o diagnóstico nutricional, o perfil lipídico, os níveis pressóricos e a medida de cintura em pré-escolares. Pretende-se ainda verificar se a medida de cintura está associada com índices antropométricos usuais no diagnóstico nutricional, perfil lipídico e pressão arterial em crianças obesas e eutróficas. MÉTODOS: Estudo transversal realizado com 65 pré-escolares de baixo estrato socioeconômico, em escola municipal de Santo André. As avaliações clínico-laboratoriais consistiram em: medida de PA (Task Force, 1996), peso (P) e estatura (E) expressos como escore z (OMS, 1995) e IMC (índice de massa corpórea); níveis séricos de triglicérides, colesterol total e frações (VLDL-c, HDL-c, LDL-c) (Kwiterowich e AHA). Análise estatística: Teste exato de Fisher e correlação. RESULTADOS: Observamos alto porcentual de inadequação da PA e lipídios séricos, independentemente da condição nutricional. A medida de cintura mostrou correlação positiva e significante com IMC e ZPE (r = 0,87 e r = 0,83; p < 0,001, respectivamente). Visando ao estudo do poder diagnóstico da cintura, utilizando-se como ponto de corte o percentil 75 da amostra dessa medida, tendo como padrão o ZPE, observou-se acurácia de 89,1%, especificidade de 87,2%, sensibilidade de 70,6%, e valores preditivos (+) 66,7% e (-) 66,7%. Não houve correlação significativa entre a cintura e o perfil lipídico e níveis pressóricos. CONCLUSÕES: A medida de cintura mostrou relação direta com os índices antropométricos habitualmente usados e não funcionou na faixa etária pré-escolar como preditor de risco cardiovascular.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Sarni,Roseli Saccardo Souza,Fabíola Isabel Suano de Schoeps,Denise de Oliveira Catherino,Priscila Oliveira,Maria Carolina Cozzi Pires de Pessotti,Cristiane Félix Ximenes Kochi,Cristiane Colugnati,Fernando Antonio Basile

Resultados iniciais do transplante de células de medula óssea para o miocárdio de pacientes com insuficiência cardíaca de etiologia chagásica

OBJETIVO: Avaliar efeitos precoces do transplante de células de medula óssea para o miocárdio de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) de etiologia chagásica. MÉTODOS: A amostra consistiu de 28 pacientes, idade média 52,2±9,9 anos, 24 masculinos, 25 em classe NYHA III e 3 em NYHA IV, apesar de tratamento otimizado. O procedimento consistiu na aspiração de 50ml de medula óssea, separação da fração mononuclear e injeção intracoronariana. Foram avaliados os efeitos sobre a fração de ejeção ventricular esquerda (FEVE), distância no teste de 6 minutos, qualidade de vida, classe NYHA, efeitos arritmogênicos e bioquímicos. RESULTADOS: Não houve complicações relacionadas diretamente ao procedimento. A fração de ejeção ventricular esquerda em repouso antes do transplante era 20,1±6,8% e, após 60 dias, aumentou para 23,0±9,0%, p = 0,02. Houve melhora da classe NYHA (3,1±0,3 para 1,8±0,5; p<0.0001); qualidade de vida (50,9±11,7 para 21,8±13,4; p<0.0001); distância caminhada (355±136 m para 443±110 m; p = 0,003). O número de extrassístoles ventriculares em 24h apresentou tendência à elevação (5.322±4.977 para 7.441±7.955; p = 0,062), porém sem incremento dos episódios de taquicardia ventricular (61±127 para 54±127; p = 0,27). CONCLUSÃO: Nossos dados demonstram que a injeção intracoro­nariana de células mononucleares da medula óssea é exeqüível e sugere ser potencialmente segura e eficaz em pacientes com IC de etiologia chagásica.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Vilas-Boas,Fábio Feitos,Gilson S. Soares,Milena B.P. Mota,Augusto Pinho-Filho,Joel Alves Almeida,Augusto José Gonçalves Andrade,Marcus Vinicius Carvalho,Heitor G. Dourado-Oliveira,Adriano Ribeiro-dos-Santos,Ricardo

Percepções sobre diagnóstico e manuseio da insuficiência cardíaca: comparação entre cardiologistas clínicos e médicos de família

OBJETIVO: Comparar as percepções sobre diagnóstico e manuseio da insuficiência cardíaca (IC) entre cardiologistas clínicos (CC) e médicos de família (MF) de Niterói. MÉTODOS: Utilização de questionário qualitativo validado no estudo EURO-HF, que foi submetido a 54 MF e 62 CC. Esses profissionais forneceram informações sobre a forma de diagnóstico da IC, acesso aos exames complementares e quais são mais utilizados; nome dos medicamentos utilizados, doses, efeitos adversos e quais fármacos reduzem mortalidade. RESULTADOS: MF e CC relataram como os sinais e sintomas mais freqüentemente identificados nos pacientes com IC dispnéia, edema e cansaço (96,3% vs 100%, 74% vs 58% e 22,2% vs 67,7%). A classificação de severidade de IC mais utilizada pelos MF foi leve/moderada/grave (53,8%) e pelos CC foi da NYHA (72,7%). CC solicitam ecocardiograma com maior freqüência que os MF (p < 0,001). CC diferenciam IC com função sistólica preservada da IC com disfunção sistólica mais freqüentemente que os MF (p < 0,001). CC usam mais freqüentemente betabloqueadores (p < 0,001), IECA (p < 0,001) e espironolactona (p < 0,001) que MF. As doses de IECA utilizadas pelos CC são maiores que as usadas pelos MF (p < 0,001) e as doses de espironolactona mais próximas às recomendadas na literatura. CONCLUSÃO: CC utilizam uma investigação diagnóstica mais intensa, bem como utilizam os fármacos que reduzem a morbidade e mortalidade dos pacientes com IC com maior propriedade.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Tavares,Leandro Reis Velarde,Luis Guilhermo Cocca Miranda,Verônica Alcoforado de Mesquita,Evandro Tinoco

O nível sérico de NT-proBNP é um preditor prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca avançada

OBJETIVO: Verificar se a dosagem de NT-proBNP seria de auxílio na predição do prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) avançada. MÉTODOS: Foram estudados 105 pacientes: 33 (32,0%) do ambulatório e 70 (67,9%) em classe funcional III/IV, hospitalizados para compensação cardíaca, com média de idade de 52,4 anos, dos quais, 66,6% homens. Todos tinham disfunção sistólica do ventrículo esquerdo sendo a fração de ejeção média de 0,29. Em todos dosou-se o NT-proBNP e foram acompanhados por um período de 2 a 91 dias (média 77 dias). Construiu-se a curva ROC para determinação do melhor nível de corte e curvas de sobrevida Kaplan-Meyer de acordo com esse nível. RESULTADOS: Durante o período de seguimento, 22 pacientes (20,9%) morreram. O NT-proBNP médio dos pacientes vivos foi de 6.443,67±6.071,62 pg/ml e dos que morreram foi de 14.609,66±12.165,15 pg/ml (p=0,001). A curva ROC identificou nível de corte de 6.000 pg/ml com sensibilidade de 77,3% (área da curva de 0,74). A curva de sobrevida para valores abaixo e acima de 6.000 pg/ml diferiu significantemente (p=0,002) com os pacientes com valores abaixo de 6.000 pg/ml apresentando sobrevida de 90,2% em 90 dias e os pacientes com valores superiores, sobrevida de 66,6%. CONCLUSÃO: Os pacientes. com IC avançada, especialmente os internados para compensação, apresentam valores muito aumentados de NT-proBNP, sendo estes duas vezes mais elevados entre os que morreram no seguimento. Valor acima de 6.000 pg/ml identifica grupo de pacientes com alta probabilidade de morrer em 90 dias após a alta hospitalar.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Pereira-Barretto,Antonio Carlos Oliveira Junior,Mucio Tavares de Strunz,Célia Cassaro Del Carlo,Carlos Henrique Scipioni,Airton Roberto Ramires,José Antonio Franchini