Repositório RCAAP
Precisão da medida do limiar anaeróbio por meio do calorímetro portátil
FUNDAMENTO: Muitos métodos são empregados para determinar o Limiar Anaeróbio (LAn) por meio de ergoespirômetros sofisticados. OBJETIVO: Testar a variação no LAn, detectado por modelos matemáticos e de inspeção visual, quando empregado ergoespirômetro de baixo custo e destinado à aplicação clínica. MÉTODOS: Foram voluntários para esse estudo 79 indivíduos aparentemente saudáveis; desses, 57 homens. O VO2máx e o limiar ventilatório foram determinados por calorimetria indireta de circuito aberto. O método eletroenzimático foi empregado para análise da lactacidemia e determinação direta do limiar de lactato (LL). O LAn foi determinado por dois métodos matemáticos (MM SQR e MMslope), baseados nas trocas gasosas, e pelo método de inspeção visual do log-log, para determinação do LL. Dois pesquisadores independentes determinaram o LAn através da inspeção visual de três gráficos, considerando dois métodos (LAn-a= V-slope, EqV; e LAn-b = V-slope, EqV e ExCO2). Os dados foram analisados por meio da estatística paramétrica para determinação das diferenças entre LAn-a versus ExCO2, MM SQR e MMslope; LAn-b versus MM SQR e MMslope; e LL versus LAn-a, LAN-b, MM SQR e MMslope. RESULTADOS: O MMslope foi o único método que apresentou diferença significativa entre o LAn-a e LAn-b (p=0,001), com CV% >15. O LL versus MMslope não apresentou diferença significativa (p=0,274), contudo, observou-se um elevado CV (24%). CONCLUSÃO: Conclui-se que com o equipamento de baixo custo os métodos MM SQR e LAn-a podem ser utilizados para a determinação do LAn. O método MMslope não apresentou precisão satisfatória para ser empregado com esses equipamentos.
2010
Nogueira,Fernando dos Santos Pompeu,Fernando Augusto Monteiro Sabóia
Letalidade e complicações da cirurgia de revascularização miocárdica no Rio de Janeiro, de 1999 a 2003
FUNDAMENTO: A cirurgia de revascularização do miocárdio (RVM) é um procedimento consolidado no tratamento das doenças isquêmicas do coração (DIC), requerendo constante avaliação. OBJETIVO: Avaliar a qualidade na RVM, através das características clínicas dos pacientes, taxas de letalidade até um ano após a alta hospitalar, causas básicas de morte e complicações pós-operatórias, em quatro hospitais públicos do Município do Rio de Janeiro, de 1999 a 2003. MÉTODOS: Foram selecionados aleatoriamente prontuários de pacientes submetidos à RVM. Informações sobre características clínicas, complicações e óbitos foram coletadas retrospectivamente dos prontuários e das declarações de óbitos. As taxas de letalidade foram estimadas nos períodos intra-hospitalar e até um ano pós-alta. RESULTADOS: As prevalências das características pré-operatórias foram: mulher: 31,9%, hipertensão arterial: 90,7%, dislipidemia: 67,4%, diabete: 37,2%, tabagismo: 22,9%, obesidade: 18,3%, doença pulmonar obstrutiva crônica: 8,2%, acidente vascular encefálico prévio: 5,8%, arteriopatia extracardíaca: 12,7%, elevação da creatinina: 4,1%, estado crítico pré-operatório: 3,7%, infarto agudo do miocárdio recente: 23,5%, angina instável: 40,8%, síndrome coronariana aguda: 50,0%, RVM prévia: 2,4%, disfunção ventricular esquerda: 27,3%, lesão de tronco da coronária esquerda: 3,9% e associada com lesão em outro sistema: 19,8%. As taxas de letalidade nos hospitais variaram de 7,0% a 14,3% no período intra-hospitalar e de 8,5% a 20,2% até um ano pós-alta. As DIC representaram as causas de mais de 80% dos óbitos. O grupo de complicações pós-operatórias mais frequente foi de hemorragia ou baixo débito pós-procedimento. Sessenta por cento dos óbitos apresentaram cinco ou mais complicações enquanto que 40% dos sobreviventes nenhuma. CONCLUSÃO: As taxas de letalidade e de complicações foram elevadas. Mesmo nos sobreviventes as complicações foram mais frequentes do que o esperado.
2010
Oliveira,Thaís Mendonça Lips de Oliveira,Gláucia Maria Moraes de Klein,Carlos Henrique Souza e Silva,Nelson Albuquerque de Godoy,Paulo Henrique
Avaliação clínica e funcional tardia de arritmias em crianças operadas de Tetralogia de Fallot
FUNDAMENTO: Arritmias cardíacas são a maior causa de morte súbita tardia em pacientes operados de Tetralogia de Fallot (TF). OBJETIVO: Avaliar a ocorrência de arritmias cardíacas em crianças e adolescentes operados de TF, associando-as aos aspectos clínicos e de exames complementares. MÉTODOS: Estudo transversal em 37 pacientes submetidos a cirurgia de TF no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (RJ). Após revisão de prontuários e avaliação clínica, os pacientes foram submetidos a eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma (Eco), Holter 24h (Holter) e teste ergométrico (TE), sendo os resultados submetidos a análise estatística. RESULTADOS: Estudados 37 pacientes, 54% masculinos, idade 9,7 ± 3,5 anos, seguimento médio de 4,7 ± 1,9 anos. Alterações mais prevalentes: ECG: bloqueio de ramo direito (89%); Eco: insuficiência pulmonar grave (43%), estenose pulmonar leve (73%), hipertrofia ventricular direita (HVD) moderada (57%). No TE, baixa capacidade de exercício (90%), déficit cronotrópico (40%), arritmias (20%). Ao Holter, 59% apresentaram arritmias: ventriculares 44%, supraventriculares 38% e ambas 24%, com predomínio de extrassístoles pouco frequentes e benignas. Cinco pacientes (15%) apresentaram extrassístoles polimórficas. Houve associação entre arritmia ventricular e HVD moderada e grave (p=0,026) e também com gradiente ventrículo direito-artéria pulmonar (VD/AP) > 45 mmHg (p=0,004). Através da Regressão Logística, o aumento do gradiente VD/AP foi fator preditivo independente para arritmia ventricular (p=0,017). CONCLUSÃO: Arritmias cardíacas foram um achado comum em grande parte de crianças e adolescentes após reparo cirúrgico de TF, porém pouco frequentes e benignas, na maioria dos casos. O gradiente pressórico VD-AP foi considerado forte preditor para arritmia ventricular.
2010
Pfeiffer,Maria Eulália Thebit Andrea,Eduardo Machado Serra,Salvador Manoel Assumpção,Claudio Roberto Herdy,Gesmar Volga Haddad
Validação do esfigmomanômetro aneroide Missouri para medir pressão arterial em pacientes com câncer
FUNDAMENTO: Os esfigmomanômetros auscultatórios de coluna de mercúrio para medida de pressão arterial (PA) vêm sendo banidos dos serviços de saúde em razão do risco de poluição e acidentes ambientais com o mercúrio. Os aparelhos aneroides poderiam ser uma alternativa. OBJETIVO: Validar o aparelho aneroide Missouri® de medida de pressão arterial em pacientes com câncer segundo o protocolo da European Society of Hypertension (ESH). MÉTODOS: Foram avaliados 33 pacientes internados ou em acompanhamento ambulatorial no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, da FMUSP. Foram realizadas nove medidas sequenciais da pressão arterial por três observadores treinados e cegados, sendo intercaladas as medidas com os aparelhos de coluna de mercúrio e aneroide. As diferenças entre os valores das pressões arteriais sistólicas (PAS) e diastólicas (PAD) do aparelho teste com o de mercúrio foram classificadas segundo o protocolo da ESH. RESULTADOS: O equipamento Missouri® passou por todas as três fases exigidas pelo protocolo da ESH para PAS e PAD, sendo aprovado em todas. A média da diferença entre o teste e mercúrio foi de 0,62 (DP=4,53) e 0,06 (DP=6,57) mmHg para a PAS e PAD, respectivamente. Não foi observada associação entre as diferenças nas medidas da PA com sexo, idade, índice de massa corpórea e circunferência e comprimento braquial. CONCLUSÃO: Os resultados mostraram que o aparelho aneroide Missouri® atende às recomendações de acurácia da ESH para a medida da PAS e PAD, podendo ser utilizado para substituir o esfigmomanômetro de mercúrio.
2010
Ferreira,Karine Azevedo São Leão Santos,Ana Claúdia dos Arthur,Thais Cardoso Santos,Daniela Aparecida A. dos Pereira,Daniela Freitas,Elizângela Oliveira Fukuda,Fernanda Medeiros Baia,Wânia Regina Mollo
Síndrome metabólica e menopausa: estudo transversal em ambulatório de ginecologia
FUNDAMENTO: No Brasil, são escassos os estudos sobre síndrome metabólica na população geral, mais raros são os que a correlacionam ao climatério. OBJETIVO: Determinar a prevalência da síndrome metabólica e seus componentes em mulheres climatéricas. MÉTODOS: Estudo transversal com 323 mulheres climatéricas, divididas em dois grupos: pré e pós-menopausadas. Foram avaliadas para presença de síndrome metabólica, segundo os critérios do National Cholesterol Education Program's (NCEP) e da International Diabetes Federation (IDF). Foi verificada a associação entre as variáveis estudadas e a síndrome metabólica por meio de análise uni e multivariada. Um p-valor < 0,05 foi considerado significante estatisticamente. RESULTADOS: A prevalência de síndrome metabólica no climatério foi de 34,7% (NCEP) e de 49,8% (IDF). Os componentes mais frequentes da síndrome metabólica foram o HDL-colesterol baixo, hipertensão arterial, obesidade abdominal, hipertrigliceridemia e diabete em ambos os critérios. A análise multivariada mostrou que a idade foi o fator de risco mais importante para o surgimento da síndrome metabólica (p < 0,001), que esteve presente em 44,4% (NCEP) e 61,5% (IDF) das mulheres menopausadas em comparação a 24% (NCEP) e 37% (IDF) daquelas na pré-menopausa. CONCLUSÃO: A prevalência de síndrome metabólica foi maior nas mulheres menopausadas que naquelas na pré-menopausa. O principal fator de risco para o aumento dessa prevalência foi a idade. A menopausa, quando analisada isoladamente, não se constituiu um fator de risco para a síndrome metabólica.
2010
Figueiredo Neto,José Albuquerque de Figuerêdo,Eduardo Durans Barbosa,José Bonifácio Barbosa,Fabrício de Flores Costa,Geny Rose Cardoso Nina,Vinícius José da Silva Nina,Rachel Vilela de Abreu Haickel
Inércia clínica e controle da hipertensão arterial nas unidades de atenção primária à saúde
FUNDAMENTO: A importância do manejo adequado e do controle da hipertensão arterial (HA). OBJETIVO: Estimar a prevalência do controle da hipertensão arterial e da inércia terapêutica em adultos atendidos nas unidades básicas da saúde (UBS) do município de Joinville e dos fatores associados. MÉTODOS: Estudo transversal, com amostragem por conglomerados, mediante pesquisa em prontuários, em que foram avaliados 415 portadores de HA. Foram avaliados a pressão arterial (PA), os incrementos terapêuticos, os fatores de risco e as comorbidades associadas. RESULTADOS: Houve predomínio do sexo feminino e de consultas de enfermagem. A idade variou entre 28 e 90 anos (média de 61,5 anos). Observou-se redução das médias da PA (155,8 ± 20,8/95,7 ±10,6 mmHg para 140,3 ± 22/84,1 ± 12,4 mmHg) entre o primeiro e o último registro e a PA final normal em 36,6% dos pacientes, semelhante para homens e mulheres. Nos últimos 12 meses, a PA esteve elevada em 1.295 ocasiões, ocorrendo incremento terapêutico em apenas 156 (12,0%). Foram usados 1,85 fármacos por paciente, predominando diuréticos e IECA. Encontrou-se elevada prevalência de obesidade (40%), diabete (41%), LDL elevado (46%) e de hipertrofia ventricular esquerda (25,5%). CONCLUSÃO: A elevada inércia clínica, o baixo controle da HA e a elevada presença de comorbidades sugerem a necessidade de programas de educação permanente para os profissionais da saúde e de outras medidas para melhorar o controle da doença nas UBS.
2010
Hoepfner,Clóvis Franco,Selma Cristina
Resultados da cirurgia por estenose aórtica em pacientes acima de 75 anos, em 4,5 anos de seguimento
INTRODUÇÃO: O aumento da expectativa de vida da população tem levado à maior necessidade de intervenções cirúrgicas sobre a valva aórtica. OBJETIVOS: Avaliar a mortalidade precoce e a médio prazo, a necessidade de reoperação para troca valvar e complicações valvares [tromboembolismo sistêmico (TES) e endocardite infecciosa em prótese (EI)] em pacientes acima de 75 anos submetidos a cirurgia de estenose aórtica. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de 230 casos, operados no período de 2002 a 2007. A idade média foi de 83,4 anos, sendo 53% do sexo masculino, 73,2% hipertensos, 17,9% portadores de fibrilação atrial e 14,4% com cirurgia cardíaca prévia. Outro procedimento cardíaco esteve associado em 39,1% dos casos. RESULTADOS: Em 4,51 anos de seguimento médio, a sobrevida geral foi de 57,4%. Ocorreram 13,9% óbitos intra-hospitalares (9,4% no grupo cirurgia de estenose aórtica isolada vs. 20,9% quando outro procedimento cirúrgico foi associado) e 28,7% óbitos após a alta hospitalar (25,0% vs. 34,4%), com 34 destes por causas cardiovasculares. Ocorreram seis casos de EI, oito casos de TES e seis reoperações para troca valvar. Os preditores de mortalidade geral foram: tempo de isquemia >90 min (RC 1,99 IC 95% 1,06-3,74), fração de ejeção <60% (RC 1,76 IC 95% 1,10-2,81) e acidente vascular encefálico prévio (RC 2,43 IC 95% 1,18-5,30). CONCLUSÃO: Ainda que o risco cirúrgico imediato de idosos seja elevado, as taxas de sobrevida referentes ao tratamento cirúrgico em pacientes acima de 75 anos são aceitáveis e permitem essa intervenção. O prognóstico é agravado, sobretudo, pela associação com doença arterial coronariana.
2012
Tagliari,Ana Paula Pivatto Júnior,Fernando Valle,Felipe Homem Sant'Anna,João Ricardo Michelin Prates,Paulo Roberto Nesralla,Ivo Abrahão Kalil,Renato Abdala Karam
Débito cardíaco e fração de ejeção fetal por meio do spatio-temporal image correlation (STIC): comparação entre fetos masculinos e femininos
OBJETIVO: Comparar do débito cardíaco (DC) e a fração de ejeção (FE) do coração de fetos masculinos e femininos obtidos por meio da ultrassonografia tridimensional, utilizando o spatio-temporal image correlation (STIC). MÉTODOS: Realizou-se um estudo de corte transversal com 216 fetos normais, entre 20 a 34 semanas de gestação, sendo 108 masculinos e 108 femininos. Os volumes ventriculares no final da sístole e diástole foram obtidos por meio do STIC, sendo as avaliações volumétricas realizadas pelo virtual organ computer-aided analysis (VOCAL) com rotação de 30º. Para o cálculo do DC utilizou-se a fórmula: DC= volume sistólico/frequência cardíaca fetal, enquanto que para a FE utilizou-se a fórmula: FE= volume sistólico/volume diastólico final. O DC (combinado, feminino e masculino) e a FE (masculina e feminina) foram comparadas utilizando-se o teste t não pareado e ANCOVA. Foram criados gráficos de dispersão com os percentis 5, 50 e 95. RESULTADOS: A média do DC combinado, DC direito, DC esquerdo, FE direita e FE esquerda, para feminino e masculino, foram 240,07 mL/min; 122,67 mL/min; 123,40 mL/min; 72,84%; 67,22%; 270,56 mL/min; 139,22 mL/min; 131,34 mL/min; 70,73% e 64,76%, respectivamente; sem diferença estatística (P> 0,05). CONCLUSÕES: O DC e a FE fetal obtidos por meio da ultrassonografia tridimensional (STIC) não apresentaram diferença significativa em relação ao gênero.
2012
Simioni,Christiane Araujo Júnior,Edward Martins,Wellington P. Rolo,Liliam Cristine Rocha,Luciane Alves da Nardozza,Luciano Marcondes Machado Moron,Antonio Fernandes
Fluxometria da artéria torácica interna esquerda na revascularização da artéria descendente anterior com e sem circulação extracorpórea
INTRODUÇÃO: A cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) sem circulação extracorpórea (CEC) é uma técnica amplamente utilizada. A fluxometria coronariana é a técnica mais usada para avaliação dos enxertos, porém, poucos estudos comparam os dados fluxométricos na RM com e sem CEC. O objetivo deste estudo foi comparar as variáveis fluxométricas dos enxertos de artéria torácica interna esquerda para a artéria descendente anterior em pacientes submetidos à RM com e sem CEC. MÉTODOS: Entre março e setembro de 2010, foram analisados retrospectivamente 35 pacientes consecutivos, não randomizados, submetidos à RM. Foram alocados 10 pacientes no grupo A (com CEC) e 25 no grupo B (sem CEC). O fluxo médio do enxerto (FME), o índice pulsátil (PI) e a porcentagem de enchimento diastólico (ED) foram obtidos por meio da fluxometria por tempo de trânsito. Foi utilizado o teste exato de Fisher e Mann-Whitney, sendo considerado estatisticamente significante P<0,05. RESULTADOS: Não houve óbito, infarto agudo do miocárdio ou necessidade de angioplastia em 30 dias de pós-operatório. O número médio de anastomoses distais foi 2,3 ± 0,8 por paciente no grupo sem CEC, e de 2,2 ± 0,6 no grupo com CEC (P=0,10). A mediana do fluxo médio do enxerto foi 23 ml/min, no grupo A, e 25 ml/min, no grupo B (P=0,34). A percentagem de enchimento diastólico foi 56%, no grupo A, e 59,5%, no grupo B (P=0,86). O índice pulsátil foi 2,3, no grupo A, e 2,2, no grupo B (P=0,82). CONCLUSÃO: Não houve diferença nos parâmetros fluxométricos (FME, ED e PI) encontrados nos pacientes submetidos à revascularização do miocárdio com e sem CEC.
2012
Cerqueira Neto,Filinto Marques de Guedes,Marco Antonio Vieira Soares,Leonardo Eugênio Fonseca Almeida,Gustavo Santiago Guimarães,André Raimundo F. Barreto,Mauricio Alves Porto,Emerson Costa Rabelo Júnior,Álvaro
Experiência inicial com a técnica de Pomerantzeff para redução do tamanho do átrio esquerdo gigante
INTRODUÇÃO: A mais comum indicação de correção cirúrgica de átrio esquerdo gigante está associada à insuficiência da valva mitral, com ou sem fibrilação atrial. Diversas técnicas para este fim já estão descritas com resultados variáveis. OBJETIVO: Apresentar a experiência inicial com a técnica da ressecção triangular tangencial (Pomerantzeff). MÉTODOS: De 2002 a 2010, quatro pacientes foram submetidos a operação da valva mitral com redução do volume do átrio esquerdo pela técnica da ressecção triangular tangencial em nosso serviço. Três pacientes eram do sexo feminino. A idade variou de 21 a 51 anos. Os quatro pacientes encontravam-se com fibrilação atrial. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo no pré-operatório variava de 38% a 62%. O diâmetro do átrio esquerdo variou de 78 a 140 mm. Após o tratamento da disfunção mitral, o átrio esquerdo foi reduzido por meio de ressecção triangular tangencial da sua parede posterior, entre as veias pulmonares, para evitar distorções anatômicas do anel mitral ou veias pulmonares, reduzindo a tensão na linha de sutura. RESULTADOS: Tempo médio de internação hospitalar foi de 21,5 ± 6,5 dias. O tempo de circulação extracorpórea médio foi de 130 ± 30 minutos. Não houve sangramento cirúrgico ou mortalidade no período pós-operatório. Todos os pacientes tiveram o ritmo sinusal restabelecido na saída de circulação extracorpórea, mantendo esse ritmo no pós-operatório. O diâmetro médio do átrio esquerdo foi reduzido em 50,5 ± 19,5%. A fração de ejeção do ventrículo esquerdo melhorou em todas as pacientes. CONCLUSÃO: Os resultados iniciais com essa técnica têm demonstrado redução efetiva do átrio esquerdo.
2012
Sousa,Jocerlano Santos de Pomerantzeff,Pablo Maria Alberto Brandão,Carlos Manuel de Almeida Gonçalves,Lisandro Azeredo Tiveron,Marcos Gradim Vieira,Marcelo Luiz Campos Tarasoutchi,Flavio Stolf,Noedir Antônio Groppo
RNI Point-of-care test (POCT): esperança ou ilusão?
Na última década, foram desenvolvidos os testes point-of-care visando à geração rápida de resultados de exames. Na área da hemostasia, a razão normatizada internacional, o RNI point-of-care test (RNI-POCT), constitui o principal exame dessa nova proposta. Esse teste tem grande potencial de benefício em situações em que o resultado rápido da RNI influencia a tomada de decisão clínica, como no acidente vascular cerebral isquêmico agudo, antes de procedimentos cirúrgicos e durante cirurgias cardíacas, além de permitir que o próprio paciente faça a monitoração da anticoagulação oral. Entretanto, a precisão e a acurácia da RNI-POCT ainda precisam ser aprimoradas para aumentar a eficácia e a eficiência do teste. A RDC/ANVISA Nº 302 deixa claro que os testes POCT devem ser supervisionados pelo responsável técnico do Laboratório Clínico nas fases pré-analítica, analítica e pós-analítica. Na prática, o laboratório não participa da execução desses testes e liberação dos resultados, não sendo, portanto, o mais indicado para garantir a qualidade dos mesmos. Os clínicos, especialmente aqueles envolvidos com a anticoagulação oral de pacientes, têm grande expectativa na incorporação da RNI-POCT na prática diária, apesar das limitações desse método. Esses profissionais mostram-se dispostos a treinar o paciente para realizar o teste, mas legalmente não são os responsáveis pela qualidade do mesmo e não estão preparados para a manutenção dos equipamentos. A definição do responsável pelo RNI-POCT precisa ser reavaliada pelos órgãos competentes, de forma a garantir que seja cumprida, e constitui etapa essencial para assegurar a qualidade do teste e, consequentemente, sua maior utilização.
2012
Dusse,Luci Maria Sant'Ana Oliveira,Nataly Carvalho Rios,Danyelle Romana Alves Marcolino,Milena Soriano
[RETRACTED ARTICLE] Cardiology in Brazilian scientific journals: an overview
No summary/description provided
2012
Patel,Kavita Kirankumar Silva,Mauricio Rocha e
Conservative surgical management of mitral insufficiency: an alternative approach
Mitral valve insufficiency is frequently the result of elongated or ruptured chordae tendineae. Several techniques have been described for its correction. However, when there is a severe elongation or rupture of the chordae, the most widely accepted treatment option has been valve replacement. The best long-term outcomes observed in conservative surgeries led us to choose this procedure rather than the correction of mitral valve insufficiency. We described three techniques for correction of mitral prolapse due to elongated and/or ruptured chordae tendineae. In addition, we developed mold pre built bovine pericardial chords (Braile-Gregori prosthesis) for chordae replacement. Finally, since 1987, the rigid prosthetic semicircular ring (Gregori-Braile ring) has been consistently used in our centre for correction of the posterior dilation of mitral annulus preferably in its portion close to the posteromedial commissure.
2012
Gregori Junior,Francisco
Idioma grego: análise da etimologia anatomocardiológica: passado e presente
INTRODUÇÃO: O idioma grego, base para a criação do idioma latino, está muito presente na terminologia anatômica. Muitos trabalhos buscam analisar etimologicamente os termos provindos do idioma grego. Na maioria destes, os termos aparecem definidos conforme o entendimento etimológico dos respectivos autores da época de sua criação. Portanto, é possível que os termos atualmente utilizados não estejam condizentes com sua origem no idioma grego antigo. MÉTODOS: Foram selecionados termos anatomocardiológicos derivados do idioma grego que constam da terminologia anatômica internacional. A análise etimológica foi realizada por meio dos radicais mais primitivos que compõem os termos. Os termos anatomocardiológicos atualmente utilizados na Grécia e no Brasil foram comparados aos radicais originários do idioma grego antigo. Utilizou-se a decomposição morfológica dos radicais, prefixos e sufixos e verificou-se o emprego dos mesmos em léxicos e textos do idioma grego antigo. RESULTADOS: Foi feita uma lista com 30 termos anatomocardiológicos derivados do idioma grego e componentes da terminologia anatômica internacional. Os termos constam na forma que foram padronizados no Brasil, no inglês, no idioma grego moderno e os radicais do idioma grego antigo que os originaram. CONCLUSÃO: Muitos trabalhos tratam da verdadeira origem das palavras (etimologia), porém, a maioria não retorna aos radicais originários ou não os relaciona com seu emprego em textos do idioma grego antigo. Ao comparar as maiores obras mundiais relativas à etimologia dos termos gregos, o presente trabalho esclarece as divergências entre a verdadeira origem dos termos anatomocardiológicos e as origens mais aceitas hoje no Brasil pelos profissionais da saúde.
2012
Bezas,Georges Werneck,Alexandre Lins
Retransplante cardíaco em criança sem o uso de hemoderivados
Este artigo relata um caso de retransplante cardíaco sem o uso de hemoderivados, em uma criança de 6 anos, com miocardiopatia dilatada grave, após rejeição crônica do enxerto e refratária ao tratamento clínico. Para evitar transfusão sanguínea nessa cirurgia, foi realizado planejamento multidisciplinar, que envolveu o uso de eritropoietina no pré-operatório, hemodiluição normovolêmica aguda e recuperação de sangue autólogo no intraoperatório (cell saver), bem como hemostasia meticulosa e redução de flebotomias no pós-operatório.
2012
Santos,Antonio Alceu dos Silva,José Pedro da Fonseca,Luciana da Baumgratz,José Francisco
Fatores associados à sobrevida em pacientes submetidos a transplante cardíaco utilizando microcardioplegia sanguínea retrógrada
INTRODUÇÃO: Uma grande variedade de técnicas e soluções é utilizada na preservação do coração durante o transplante, o que demonstra a falta de método ideal na prática clínica. A administração da cardioplegia de forma retrógrada propicia perfusão contínua, o que pode conferir melhor recuperação inicial do coração transplantado. O objetivo deste trabalho é descrever a experiência de um único centro onde todos os pacientes receberam a mesma solução de conservação de órgão e foram submetidos a microcardioplegia sanguínea retrógrada contínua durante o implante do enxerto e avaliar fatores de mortalidade precoce e tardia com a utilização desta técnica. MÉTODOS: Este é um estudo retrospectivo, observacional e descritivo, realizado em um único centro. RESULTADOS: No período do estudo, foram realizados 35 transplantes cardíacos, sendo que 15 (42,9%) pacientes encontravam-se em choque cardiogênico. A probabilidade de sobrevida foi 74,8±7,8%, 60,4±11,3% e 15,1±13,4% ao final de 1 ano, 5 anos e 10 anos de seguimento, respectivamente. O tempo médio de sobrevida foi de 96,6 meses. CONCLUSÃO: A utilização da solução cardioplégica para proteção de órgãos e a estratégia de iniciar a perfusão com microcardioplegia sanguínea retrógrada contínua forneceu proteção adequada.
2012
Lavagnoli,Carlos Fernando Ramos Severino,Elaine Soraya Barbosa de Oliveira Vilarinho,Karlos Alexandre de Souza Silveira,Lindemberg da Mota Oliveira,Pedro Paulo Martins de Petrucci,Orlando Vieira,Reinaldo Wilson Braile,Domingo Marcolino
Implante valve-in-valve transcateter em posição aórtica: uma mudança de seleção?
INTRODUÇÃO: A reoperação para substituição de biopróteses aórticas com disfunção é procedimento que envolve considerável risco. Em alguns casos, a mortalidade é elevada e pode contraindicar o procedimento. O implante minimamente invasivo "valve-in-valve" transcateter de valva aórtica parece ser uma alternativa, reduzindo morbimortalidade. O objetivo deste estudo foi avaliar esses implantes utilizando a prótese Braile Inovare. MÉTODOS: A prótese Braile Inovare, transcateter, balão expansível foi utilizada em 14 casos. Euroscore médio foi de 42,9%. Todos os pacientes eram portadores de dupla disfunção de bioprótese aórtica. Os procedimentos foram realizados em ambiente cirúrgico híbrido, sob controle ecocardiográfico e fluoroscópico. Por meio de minitoracotomia esquerda, as próteses foram implantadas através do ápice ventricular, sob estimulação ventricular de alta frequência. Foram realizados controles clínicos e ecocardiográficos seriados. O seguimento variou de 1 a 30 meses. RESULTADOS: A correta liberação protética foi possível em todos os casos. Não ocorreu conversão. Não houve mortalidade operatória. A mortalidade em 30 dias foi de 14,3% (dois casos). A fração de ejeção apresentou aumento significativo após o 7º pós-operatório e o gradiente aórtico apresentou redução significativa. A insuficiência aórtica residual não esteve presente. Não ocorreu complicação vascular periférica ou bloqueio atrioventricular total. CONCLUSÕES: O implante "valve-in-valve" de valva aórtica transcateter em biopróteses com disfunção é um procedimento seguro e com morbimortalidade baixa. Essa possibilidade poderá alterar a indicação de seleção de prótese no procedimento inicial, favorecendo próteses biológicas.
2012
Gaia,Diego Felipe Couto,Aline Breda,João Roberto Ferreira,Carolina Baeta Neves Duarte Macedo,Murilo Teixeira Gimenes,Marcus Vinicius Buffolo,Enio Palma,José Honório
Treinamento muscular melhora o volume corrente e a capacidade vital no pós-operatório de revascularização do miocárdio
OBJETIVO: Avaliar a função pulmonar e força da musculatura respiratória no período pós-operatório e verificar o efeito do treinamento muscular inspiratório sobre as medidas de desempenho da musculatura respiratória em pacientes submetidos à revascularização do miocárdio. MÉTODOS: Estudo randomizado, incluindo 47 pacientes submetidos à revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea. Os pacientes foram divididos em grupo controle (GC), 24 pacientes, e grupo estudo (GE) 23 pacientes, com idade média de 66,33 ± 10,20 anos e 61,83 ± 8,61 anos, respectivamente. O GE foi submetido à fisioterapia convencional e ao treinamento muscular inspiratório com threshold® IMT e o GC à fisioterapia convencional. Foram comparadas as pressões respiratórias máximas (Pimáx e Pemáx), volume corrente (VC), capacidade vital (CV) e pico de fluxo expiratório (Peak Flow) no pré-operatório (Pré-OP), 1º e 3º dias de pós-operatório (PO1) e (PO3). RESULTADOS: Observou-se redução significativa em todas as variáveis mensuradas no PO1, quando comparadas ao pré-operatório, nos dois grupos estudados, Pimáx (P<0,0001), Pemáx (P<0,0001), VC: GE (P<0,0004) e GC: (P< 0,0001) e CV GE: (P<0,0001) e GC: (P<0,0001) e peak flow (P<0,0001). No PO3, o GE apresentou em comparação ao GC, maior valor de CV, GE 1230,4 ± 477,86 ml vs. GC 919,17 ± 394,47 ml (P= 0,0222) e VC GE 608,09 ± 178,24 ml vs. GC 506,96 ± 168,31 ml (P=0,0490). CONCLUSÃO: Pacientes submetidos à cirurgia cardíaca sofrem redução da CV e da força muscular respiratória após a cirurgia. O treinamento muscular realizado foi eficaz em recuperar o VC e a CV no PO3, no grupo treinado.
2012
Matheus,Gabriela Bertolini Dragosavac,Desanka Trevisan,Patrícia Costa,Cledycion Eloy da Lopes,Maurício Marson Ribeiro,Gustavo Calado de Aguiar
Proposta de um índice cientométrico individual, com ênfase na ponderação positiva da participação do primeiro autor: índice h-fac
Na avaliação individual do desempenho científico, cinco índices cientométricos têm sido mais utilizados: o índice h, o índice g, o índice h-major, o índice h contemporâneo e o índice h normalizado. Propomos um índice alternativo ("Índice h-fac"), que pondera positivamente a participação do primeiro autor e que, por ter característica dinâmica, monitora continuamente seu desempenho, sendo facilmente adaptável a situações particulares individuais ou de diferentes grupos de pesquisa. Resulta da média geométrica entre o índice h original, conforme proposto por Hirsh, e um fator de correção ("fac"; "first author commitment"), sendo essa média, por sua vez, dividida pelo intervalo médio (em anos), de todos os estudos. O índice dá ênfase a dois escores (X e Y). Esses escores X e Y foram obtidos perguntando-se a todos os 83 cirurgiões cardiovasculares da Região Sul do Brasil (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) com Título de Especialista, em quanto estimavam, percentualmente, de modo realista, sua efetiva contribuição em cada trabalho publicado no qual apareciam como primeiro autor. Do total, 80 (96,4%) responderam. A média obtida foi 78,0% e, com base nisso, estabeleceu-se para o escore X o valor de 0,75 e, consequentemente, o valor de 0,25 para o escore Y. São considerados também o número total de citações como primeiro autor e como coautor, a quantidade média de coautores por publicação e o número total de trabalhos publicados. Apresentam-se exemplos teóricos discutindo-se as principais vantagens da aplicação. Avaliações seriadas e em situação de mundo real deverão ser instituídas visando confirmar a utilidade diagnóstica e prognóstica desse novo índice.
2012
Gregori Júnior,Francisco Godoy,Moacir Fernandes de Gregori,Francisco Ferreira
Long term mortality of deep sternal wound infection after coronary artery bypass surgery
BACKGROUND: Deep sternal wound infection and mediastinitis determine high in-hospital mortality. International studies show that these patients are also at increased cardiovascular mortality risk in long-term follow-up. However, data are scarce and there is no national data. OBJECTIVES: The aim of this study is to evaluate the mortality and incidence of cardiovascular events in long-term follow-up of patients suffering from deep sternal wound infection and mediastinitis. METHODS: Case-control study, matched by propensity score in a 1:1 proportion, in patients submitted to coronary artery bypass grafting between 2005 and 2008 at the Institute Dante Pazzanese of Cardiology (São Paulo, SP, Brazil). The primary outcome was death. As a secondary outcome, we analyzed the composite event of myocardial infarction, new revascularization, stroke or death. RESULTS: Of 1975 patients, 114 developed one of the infections. During the mean follow up of 3.6 years, deep sternal wound infection and mediastinitis increased the risk of death by 8.26 (95% CI 1.88-36.29, P = 0.005) and the incidence of combined end point by 2.61 (95% CI 1.2-5.69, P = 0.015). The Kaplan-Meier curves for both outcomes demonstrated that the greatest risk occurs in the first six months, followed by a period of stabilization and further increase in the incidence of events after 4 years of hospital discharge. The similarity between the curves of primary and secondary outcomes may be consequent to the predominance of death on the combined cardiovascular events. CONCLUSION: The presence of deep sternal wound infection or mediastinitis increased mortality in long-term follow-up in this sample of the Brazilian population according to the same pattern displayed by the developed countries.
2012
Moraes,Aline Alexandra Iannoni de Abboud,Cely Saad Chammas,André Zeraik Limma Aguiar,Yara Santos Mendes,Lucas Cronemberger Melo Neto,Jonatas Farsky,Pedro Silvio