Repositório RCAAP

Nefrotoxicidade dos aminoglicosídeos

Aminoglicosídeos são antibióticos de amplo uso clínico, em função de sua eficácia contra bacilos gram-negativos e de seu sinergismo positivo com outros antibióticos no tratamento de infecções por agentes gram-positivos. São muito utilizados na prevenção e no tratamento de infecções pós-operatórias em cirurgia cardíaca. O principal efeito colateral desta classe de antibióticos é a nefrotoxicidade, que pode ocorrer em até 20% dos pacientes. Embora usualmente reversível, a lesão renal causa maior tempo de internação e, conseqüentemente, maiores custos. Ainda mais importante é o fato de nefrotoxicidade estar associada a maior mortalidade nestes pacientes. Existem alguns fatores de risco conhecidos para nefrotoxicidade, bem como algumas medidas de prevenção. Esta revisão irá descrever os aspectos mais relevantes deste importante efeito colateral do tratamento com aminoglicosídeos.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Oliveira,João Fernando P. Cipullo,José Paulo Burdmann,Emmanuel A.

Retalho de pericárdio pediculado vascularizado autógeno para aortoplastia e correção da coarctação simples de aorta torácica, ou associada à hipoplasia, atresia ou interrupção do arco aórtico

OBJETIVO: Dezoito anos atrás, dois jovens pacientes, do sexo masculino, com 8 meses e 13 anos de vida, ambos com coarctação da aorta torácica associada à hipoplasia da aorta, entre a artéria subclávia esquerda e a área coarctada, foram submetidos à correção cirúrgica destas lesões por meio de uma nova e pioneira técnica cirúrgica desenvolvida por nós. MÉTODO: A técnica consiste na secção do canal arterial e ressecção de todo tecido coarctado da aorta, seguida por uma aortoplastia, utilizando-se de um retalho longitudinal de pericárdio vascularizado autógeno, implantado desde a saída da artéria subclávia até 2,0 cm abaixo da área coarctectomizada. Em ambos os casos, a pressão arterial sistêmica e os pulsos arteriais dos membros superiores e inferiores ficaram normais, imediatamente após a cirurgia até os dias de hoje. RESULTADOS: Os exames clínicos e de medidas com Doppler mostraram, respectivamente, nenhum gradiente pressórico braço/perna, assim como, demonstraram fluxo sanguíneo arterial normal e não gradiente arterial pressórico através da área coartectomizada. Ambos foram submetidos a rigorosas avaliações 18 anos após a cirurgia, incluindo cateterismo cardíaco e torácico aórtico, com aortografia, testes ergométricos e angiotomografia computadorizada aórtica. Essas avaliações mostraram uma configuração aórtica normal, com diâmetros transversos normais, inclusive nas regiões acima e abaixo da área coartectomizada. Não houve demonstração de qualquer forma de lesão degenerativa do retalho pericárdico pediculado implantado ao longo dos anos, assim como nenhuma identificação de lesão aneurismática, de sinais de lesão aterosclerótica no mesmo, ou de recoarctação. Mais importante, é que ficou evidente que o retalho pericárdico pediculado totalmente vascularizado, assim utilizado, é mantido vivo, e cresceu ao longo dos anos, tanto em seu diâmetro como em seu comprimento. CONCLUSÃO: A técnica do emprego do retalho pericárdico pediculado, vascularizado e autógeno é a mais adequada e a mais completa em comparação com todas as outras técnicas cirúrgicas existentes para correção dos diferentes tipos de coarctação da aorta torácica, nas suas formas simples ou associadas a outras lesões aórticas. É indicada em todas as faixas etárias, inclusive em recém-natos.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Silva,Paulo Rodrigues da

Tratamento cirúrgico da aorta ascendente e arco com perfusão cerebral anterógrada e hipotermia moderada

OBJETIVO: Avaliar a técnica de proteção cerebral utilizando como via de acesso o tronco braquiocefálico para perfusão cerebral anterógrada e hipotermia moderada nas operações da aorta ascendente e arco aórtico. MÉTODO: Foram operados, consecutivamente, doze pacientes portadores de dissecção da aorta e/ou aneurismas. Destes, sete pacientes apresentavam dissecção de aorta e cinco eram portadores de aneurisma de aorta ascendente ou de arco aórtico. A perfusão arterial foi realizada por meio de enxerto de PTFE de 8,0 mm anastomosado ao tronco braquiocefálico. A hipotermia sistêmica foi de 28ºC nasofaríngea. O tronco braquiocefálico foi ocluído para perfusão cerebral anterógrada. A pressão arterial média em artéria radial direita foi mantida entre 50-60 mmHg. A saturação transcutânea de oxigênio na artéria temporal e o BIS foram utilizados para monitorização contínua. RESULTADOS: Não houve nenhuma complicação neurovascular relacionada ao procedimento. A circulação extracorpórea foi mantida com fluxo adequado para manter pressão arterial de 50-60 mmHg, durante toda a operação. Em dez casos, a valva aórtica foi preservada com o emprego de técnicas de remodelagem ou ressuspensão. O tempo médio de parada circulatória total com hiperfluxo cerebral foi de 24 minutos (20 a 35 min). CONCLUSÃO: A perfusão cerebral e a circulação extracorpórea por via anterógrada, através do tronco braquioocefálico, associadas à hipotermia moderada, mostraram-se eficientes na proteção do sistema nervoso e, possivelmente, evitaram as graves discrasias sanguíneas pós-operatórias.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Martins,Marcelo Sávio da Silva Sá,Mauro Paes Leme de Abad,Leonardo Bastos,Eduardo Sérgio Franklin Junior,Ney Baptista,Alvaro Luiz Xavier de B. M. Annibal,Jorge Viana Bezerra,Alvaro Barde

Inalação de solução salina hipertônica como coadjuvante da fisioterapia respiratória para reversão de atelectasia no pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica

Criança de 11 meses, sexo feminino, submetida à operação de fechamento de comunicação interventricular, comunicação interatrial e ligadura de canal arterial. Evoluiu no pós-operatório com atelectasia persistente em base pulmonar à direita, não respondendo às manobras fisioterapêuticas convencionais, efetuadas seis vezes ao dia. Após associação, como coadjuvante, da inalação de solução salina hipertônica com NaCl a 6%, imediatamente antes e após o atendimento fisioterápico, observou-se crises de tosse produtiva, com maior indução do escarro e resolução completa da atelectasia, com três dias de tratamento.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Silva,Naila Luisa Saiki da Piotto,Raquel Ferrari Barboza,Marcelo Adriano Ingraci Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo M.

Malformação ílio-femoral

Durante uma dissecção de rotina realizada em um cadáver do sexo masculino com 65 anos de idade foi constatada malformação arterial iliofemoral. A aorta abdominal estava consideravelmente deslocada lateralmente e também bifurcava em nível mais alto. A artéria ilíaca comum dividia-se uma vértebra acima do nível normal e a artéria femoral dava origem à artéria femoral profunda aproximadamente l,2 cm abaixo do ligamento inguinal, o que é consideravelmente proximal ao seu nível normal. Aqui nós apresentamos uma breve revisão de literatura e base embriológica dessas anomalias.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Pai,Mangala M. Prabhu,Latha V. Prakash, Nayak,Varsha

Caso 2 - homem de 20 anos com insuficiência cardíaca por Síndrome Restritiva

No summary/description provided

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Poppi,Nilson Tavares Reis,Marta Vidigal de Andrade Aiello,Vera Demarchi

Quilopericárdio idiopático primário: relato de caso

O acúmulo de quilo no espaço pericárdico ou quilopericárdio é uma condição que, com maior frequência, ocorre após trauma, cirurgia cardíaca e torácica ou associado a tumores, tuberculose ou linfoangiomatose. Quando não é possível a identificação precisa da etiologia, o quilopericárdio é denominado primário ou idiopático. Essa é uma situação clínica rara. Descrevemos um caso em paciente do sexo feminino, com 20 anos de idade, tratada cirurgicamente. A propósito do caso, apresentamos breve revisão da literatura e comentários sobre quadro clínico, etiopatogenia, exames diagnósticos complementares e opções de tratamento.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Silva,Marcos Augusto de Moraes Martins,Antonio Sérgio Campos,Nelson Leonardo K. Leite de Andrade,Rubens Ramos de Tohi,Leonardo Massato Hueb,João Carlos

Síndrome Leopard e miocardiopatia hipertrófica: uma associação relacionada à morte súbita

Relatamos a rara associação entre síndrome Leopard e miocardiopatia hipertrófica em mulher de 27 anos, pouco sintomática, que veio para estratificação e prevenção de risco de morte súbita. Portadora de uma síndrome rara, que se manifesta com pequenas máculas disseminadas pelo corpo, além de alterações oculares, genitais, cardíacas e de crescimento. A associação de miocardiopatia hipertrófica com fatores de risco de morte súbita determinou a indicação do implante de cardiodesfibrilador (CDI) para prevenção primária.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Antunes,Murillo de Oliveira Arteaga,Edmundo Matsumoto,Afonso Yoshikiro Ianni,Barbara Maria

Aneurisma do Seio de Valsalva direito causando compressão coronariana extrínseca

O Aneurisma do Seio de Valsalva (ASV) é um distúrbio cardíaco raro. É mais frequentemente um defeito congênito, mas pode ser adquirido. A doença de Takayasu é uma causa extremamente rara desse distúrbio. A maioria dos casos de ASV não-roto é assintomática. A compressão da artéria coronária esquerda é uma manifestação não usual da doença, que pode causar angina, infarto do miocárdio ou morte. Esse relato de caso descreve um paciente negro de 19 anos, do sexo masculino, apresentando um ASV direito não-roto causado por doença de Takayasu, manifestado através de síndrome coronariana aguda, tratada cirurgicamente com sucesso.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Dias,Ricardo Ribeiro Camurça,Flávio Duarte Leite Filho,Osanan Amorim Stolf,Noedir Antônio Groppo

Endocardite infecciosa em valva bicúspide e coarctação de aorta

No summary/description provided

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Siqueira Júnior,Wálmore Pereira de Siqueira,Maria Eduarda Menezes de

Associação de aptidão cardiorrespiratória e circunferência abdominal com hipertensão em mulheres idosas brasileiras

FUNDAMENTO: O efeito protetor da aptidão cardiorrespiratória tem sido reconhecido nos adultos. Entretanto, essa relação ainda não se mostra esclarecida nos idosos. OBJETIVO: Analisar a associação entre hipertensão e aptidão cardiorrespiratória (ACR) em 1.064 mulheres idosas Brasileiras. MÉTODO: A obesidade central foi estimada pela circunferência abdominal (CA) e a ACR pelo teste de caminhada de 6 minutos. Os testes de ANOVA one-way, Qui-quadrado e regressão logística foram usados para a análise estatística. RESULTADOS: A prevalência de hipertensão foi de 53,9%. O grupo obesidade central apresentou maior risco para hipertensão quando comparado ao grupo não-obesidade central, mesmo pertencendo ao mesmo nível de ACR. Além disso, ambos os grupos mostraram um aumento progressivo do risco para hipertensão do maior para o menor grupo de ACR, indicando uma relação inversa entre ACR e obesidade central. O grupo não-obesidade central obteve o menor odds ratio (OR) de 1,49 (95%IC 0,97-2,28) e 1,54 (95%IC 0,94-2,51); enquanto que no grupo obesidade central, o OR foi 2,08 (95%IC 1,47-2,93), 2,79 (95%IC 1,79-4,33) e 3,09 (95%IC 1,86-5,12). CONCLUSÃO: Os resultados encontrados indicaram que a CC é um forte preditor de hipertensão, e que o efeito protetor da ACR pode ser estendido às mulheres idosas, mesmo àquelas com obesidade central.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Krause,Maressa Priscila Hallage,Tatiane Gama,Mirnaluci Paulino Ribeiro Miculis,Cristiane Petra Matuda,Nívea da Silva Silva,Sergio G. da

Evolução e prognóstico materno-fetal da cirurgia cardíaca durante a gravidez

FUNDAMENTO: A cirurgia cardíaca favorece o prognóstico materno em casos refratários à terapêutica clínica, contudo associa-se a riscos ao concepto quando realizada durante a gravidez. OBJETIVO: Analisar a evolução e o prognóstico materno-fetal de gestantes submetidas à cirurgia cardíaca no ciclo gravídico-puerperal. MÉTODOS: Estudou-se a evolução de 41 gestações de mulheres que tiveram indicação de cirurgia cardíaca no ciclo gravídico puerperal. A cardiotocografia fetal foi mantida durante o procedimento nas pacientes com idade gestacional acima de 20 semanas. RESULTADOS: A média da idade materna foi de 27,8 ± 7,6 anos, houve predomínio da valvopatia reumática (87,8%), e 15 dessas (41,6%) foram submetidas à reoperação, devido à disfunção de prótese valvar. A média do tempo de circulação extracorpórea foi de 87,4 ± 43,6 min, e a hipotermia foi utilizada em 27 casos (67,5%). Treze mães (31,7%) não apresentaram intercorrências e tiveram seus recém-nascidos vivos e saudáveis. A evolução pós-operatória das demais 28 gestações (68,3%) mostrou: 17 complicações maternas (41,5%); três óbitos (7,3%); 12 perdas fetais (29,2%) e quatro casos de malformação neurológica (10%), dois dos quais evoluíram para óbito tardio. Houve uma perda de seguimento após a cirurgia. Nove pacientes (21,9%) foram operadas em caráter de emergência, situação que influenciou (p < 0.001) o prognóstico materno. CONCLUSÃO: A cirurgia cardíaca durante a gravidez permitiu sobrevida materna em 92,7% e nascimento de crianças saudáveis em 56,0% das pacientes que apresentaram complicações cardíacas refratárias à terapêutica clínica. O pior prognóstico materno teve correlação com a cirurgia em caráter de emergência.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Ávila,Walkiria Samuel Gouveia,Ana Maria Milani Pomerantzeff,Pablo Bortolotto,Maria Rita Lemos Grinberg,Max Stolf,Noedir Zugaib,Marcelo

Doença arterial coronariana subclínica em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 1 em hemodiálise

FUNDAMENTO: A aterosclerose ocorre mais cedo em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 (DM-1) e a doença arterial coronariana (DAC) constitui a mais importante causa de morte. OBJETIVO: Avaliar a prevalência e as características anatômicas da DAC em pacientes com DM-1 e insuficiência renal crônica, submetidos à diálise. MÉTODOS: Este é um estudo descritivo de 20 pacientes com DM-1 submetidos à diálise sem DAC conhecida. A DAC foi avaliada através de angiografia coronariana quantitativa (ACQ) e ultra-som intravascular (USIV). A ACQ foi realizada em todas as lesões >30%, visualmente Todos os segmentos proximais de 18 mm das artérias coronárias foram analisados por USIV. Todos os outros segmentos coronarianos com estenose >30% também foram analisados. RESULTADOS: A angiografia detectou 29 lesões >30% em 15 pacientes (75%). Onze (55%) das lesões eram >50% e 10 (50%) >70%. Treze pacientes tiveram as 3 principais artérias avaliadas pelo USIV. A aterosclerose estava presente em todos os pacientes e em todos os 51 segmentos proximais de 18 mm analisados. Esses segmentos significam que a medida do diâmetro dos vasos apresentava-se significantemente maior no USIV do que na ACQ, em todos os vasos. As imagens do ISIV de 25 (86,2%) das 29 lesões >30% foram obtidas. Placas fibróticas eram comuns (48%) e 60% apresentavam remodelamento intermediário de vasos. CONCLUSÃO: A DAC estava presente em todos os vasos de todos os pacientes com diabete tipo 1 submetidos a hemodiálise. Esses achados estão de acordo com outros estudos de autópsia, angiografia e USIV. Além disso, eles indicam a necessidade de estudos adicionais epidemiológicos e de imagem, para um melhor entendimento e tratamento de uma condição clínica complexa e grave que afeta jovens indivíduos.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Oliveira,Dinaldo Cavalcanti de Brito Junior,Fabio Sandoli de Fernandes,Rosley Weber Alvarenga Sa,João Roberto de Lima,Valter Correia de

Índice de massa corporal como marcador de dislipidemia em crianças

FUNDAMENTO: A obesidade associa-se, com grande frequência, a condições como dislipidemias e diabete. OBJETIVO: Verificar valor diagnóstico dos pontos de corte propostos pela International Obesity Task Force (IOTF) e Conde &amp; Monteiro (C&M) para a triagem e identificação de dislipidemias em crianças entre 10 e 12 anos de idade. MÉTODOS: Determinou-se o Índice de Massa Corporal (IMC) de 374 crianças da rede de ensino da cidade de Santa Maria-RS, selecionadas de forma estratificada, de uma população de 4.083 crianças. Os níveis lipídicos (padrão de referência) foram determinados por meio da análise do colesterol total (CT), LDL-C, HDL-C e triglicerídeos (TG). Para classificação do IMC utilizaram-se os pontos de corte da IOTF e de C&M. Utilizou-se a estatística descritiva e análise de sensibilidade e especificidade. RESULTADOS: As prevalências de excesso de peso diferiram estatisticamente entre ambas as propostas (24,7% e 28,6% para IOTF e C&M, respectivamente). Observou-se variada sensibilidade (33% a 83%) e especificidade (62% a 80%) entre os pontos de corte utilizados para detecção de dislipidemias. O porcentual de falso-negativos foi inferior aos de falso-positivos. CONCLUSÃO: As propostas podem ser utilizadas para triagem de CT e LDL-C elevados no sexo masculino. Na identificação de sujeitos sem dislipidemia, tanto a classificação da IOTF como a de C&M podem ser utilizadas, uma vez que apresentaram elevada especificidade.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Lunardi,Cláudia Cruz Petroski,Édio Luiz

Lipoproteína (a) está associada com níveis basais de insulina em pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2

FUNDAMENTO: Ainda não foi claramente estabelecido se a resistência/deficiência insulínica leva diretamente à aterogênese ou através de sua associação com outros fatores de risco como os níveis de lipoproteína (a)[Lp(a)]. OBJETIVO: O objetivo do estudo foi estabelecer a relação entre os níveis basais de insulina, lípides e lipoproteína (a) em pacientes com diabetes mellitus (DM) tipo 2. MÉTODOS: Amostras de sangue foram colhidas em jejum e os níveis de insulina, lipoproteína (a), colesterol total (CT), triglicérides (TG), lipoproteína de baixa densidade (LDL-C), lipoproteína de alta densidade (LDL-C), glicose e hemoglobina glicada (HbA1c) foram medidos em 60 pacientes com DM tipo 2 e 28 indivíduos saudáveis. Nós dividimos os pacientes em dois grupos baseados nos níveis basais de insulina: > 10 µIU/ml e < 10 µIU/ml. RESULTADOS: Os níveis de insulina eram mais altos nos indivíduos diabéticos do que nos controles [p < 0,05]. Os níveis de CT (p< 0,01), LDL-C (p< 0,05), razão CT/HDL (p< 0,01), e TG (p< 0,05) eram mais altos e os níveis de HDL- C eram significantemente mais baixos em ambos os grupos de diabéticos, quando comparados aos controles. Os níveis de Lp(a) eram significantemente mais baixos em diabéticos com insulina basal > 10 µIU/ml comparados com aqueles que apresentavam insulina basal < 10 µIU/ml (p < 0.05). A análise de regressão mostrou uma relação significante da Lp(a) com os níveis de insulina (r = 0,262, p < 0,05) e razão Insulina/Glicose(r = 0,257, p < 0,05). CONCLUSÃO: Os níveis de Lp(a) se correlacionam inversamente com os níveis de insulina em pacientes com DM tipo 2. Os níveis de Lp(a) podem ser um dos fatores de risco cardiovascular em pacientes com DM tipo 2 com maior duração da doença. (Arq Bras Cardiol 2009;93(1):28-33)

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Habib,Syed Shahid Aslam,Muhammad Shah,Syed Fayaz Ahmad Naveed,Abdul Khaliq

Papel da lipoperoxidação na intensificação da remodelação causada pelo betacaroteno após o infarto

FUNDAMENTO: Os mecanismos envolvidos na maior remodelação causada pelo betacaroteno após o infarto são desconhecidos. OBJETIVO: Analisar o papel da lipoperoxidação na remodelação ventricular após o infarto do miocárdio, em ratos suplementados com betacaroteno. MÉTODOS: Ratos foram infartados e distribuídos em dois grupos: C (controle) e BC (500mg/kg/dieta). Após seis meses, foram realizados ecocardiograma e avaliação bioquímica. Utilizamos o teste t, com significância de 5%. RESULTADOS: Os animais do grupo BC apresentaram maiores médias das áreas diastólicas (C = 1,57 ± 0,4 mm²/g, BC = 2,09 ± 0,3 mm²/g; p < 0,001) e sistólicas (C = 1,05 ± 0,3 mm²/g, BC = 1,61 ± 0,3 mm²/g; p < 0,001) do VE, ajustadas ao peso corporal do rato. A função sistólica do VE, avaliada pela fração de variação de área, foi menor nos animais suplementados com betacaroteno (C = 31,9 ± 9,3 %, BC = 23,6 ± 5,1 %; p = 0,006). Os animais suplementados com betacaroteno apresentaram valores maiores da relação E/A (C = 2,7 ± 2,5, BC = 5,1 ± 2,8; p = 0,036). Não foram encontradas diferenças entre os grupos em relação aos níveis cardíacos de GSH (C = 21 ± 8 nmol/mg de proteína, BC = 37 ±15 nmol/mg de proteína; p = 0,086), GSSG (C = 0,4 (0,3-0,5) nmol/g de proteína, BC = 0,8 (0,4-1,0; p = 0,19) de proteína; p = 0,246) e lipoperóxidos (C = 0,4 ± 0,2 nmol/mg de tecido, BC = 0,2 ± 0,1 nmol/mg de tecido; p = 0,086). CONCLUSÃO: A maior remodelação em animais infartados e suplementados com betacaroteno não depende da lipoperoxidação.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Azevedo,Paula S. Duarte,Daniella R. Minicucci,Marcos F. Matsubara,Beatriz B. Matsubara,Luiz S. Novo,Rosângela Novelli,Ethel L. Campana,Álvaro O. Paiva,Sergio A. R. Zornoff,Leonardo A. M.

Validação da versão em português do Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire

FUNDAMENTO: O Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire (MLHFQ) é uma importante ferramenta de avaliação da qualidade de vida em pacientes com insuficiência cardíaca. Apesar de amplamente usado em nosso meio, não contávamos com a sua tradução e validação em língua portuguesa. OBJETIVO: Este estudo pretendeu traduzir e validar a versão em português do MLHFQ em pacientes com insuficiência cardíaca. MÉTODOS: Quarenta pacientes com insuficiência cardíaca (30 homens, FEVE 30±6%, 55% de etiologia isquêmica, NYHA I a III) com estabilidade clínica e terapia medicamentosa otimizada realizaram teste cardiopulmonar máximo para avaliação da capacidade física. Logo após, o MLHFQ, devidamente traduzido, foi aplicado por um mesmo pesquisador. A classe funcional NYHA foi encaminhada pela equipe medica. RESULTADOS: A versão em português do MLHFQ apresentou-se com a mesma estrutura e métrica da versão original. Não houve dificuldade na aplicação e compreensão do questionário por parte dos pacientes. A versão em português do MLHFQ mostrou-se concordante com o pico de VO2, o tempo de exercício do teste cardiopulmonar e com a classificação funcional da NYHA. Não houve diferença da média do escore do questionário entre os grupos de etiologia isquêmica e não-isquêmica. CONCLUSÃO: A versão em língua portuguesa da MLHFQ, proposta no presente estudo, demonstrou ser válida em pacientes com insuficiência cardíaca, constituindo uma nova e importante ferramenta para avaliar a qualidade de

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Carvalho,Vitor Oliveira Guimarães,Guilherme Veiga Carrara,Dirceu Bacal,Fernando Bocchi,Edimar Alcides

Medindo a pressão arterial em exercício aeróbico: subsídios para reabilitação cardíaca

FUNDAMENTO: Documentos institucionais recomendam que variáveis hemodinâmicas - frequência cardíaca (FC) e pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) - sejam rotineiramente controladas na parte aeróbica de sessões de exercício supervisionado para cardiopatas. OBJETIVO: a) Determinar o comportamento e a reprodutibilidade da PA ao longo de 15 minutos de exercício de intensidade constante e moderada; b) comparar a medida de PA obtida com equipamentos digital e convencional no exercício. MÉTODOS: Trinta adultos de ambos os sexos (de 65 ± 11 anos) foram avaliados em 15 minutos no cicloergômetro de membros inferiores. A PA foi medida a cada dois minutos: entre o 3º e o 13º minutos, pelo esfigmomanômetro digital Tango (Suntech, Estados Unidos da América) e, no 14º minuto, pelo esfigmomanômetro de coluna de mercúrio. Sete dias depois e em horário similar, seis indivíduos repetiram o protocolo para avaliar a reprodutibilidade. RESULTADOS: Enquanto a PAD não variou ao longo do exercício (p > 0,05), a PAS aumentou do 3º para o 7º minuto (146±4,1 versus 158±4,5 mmHg, p < 0,05) e depois se manteve praticamente constante. As medidas digital e convencional correlacionaram-se fortemente - r = 0,83 para PAS e 0,84 para PAD -, sem diferenças para PAS (163±4,5 versus 162±4,3 mmHg; p > 0,05) e uma pequena diferença para a PAD (72±2,4 versus 78±2,3 mmHg; p < 0,05). CONCLUSÃO: Para exercícios de intensidade moderada e constante no cicloergômetro com 15 minutos de duração, a medida da PA deverá ser feita a partir do sétimo minuto. As medidas digitais com o Tango e convencionais de PA foram, para efeitos clínicos, muito similares e reprodutíveis.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Furtado,Emanuel Couto Ramos,Plínio dos Santos Araújo,Claudio Gil Soares de

Ecocardiograma sob estresse com dobutamina em pacientes assintomáticos com regurgitação aórtica

FUNDAMENTO: A reserva contrátil diminuída pode já estar presente em pacientes portadores de regurgitação aórtica, assintomáticos com fração de ejeção (FE) normal, indicando a necessidade de avaliações frequentes e acuradas da função ventricular esquerda para detectar disfunção sistólica incipiente. OBJETIVO: Analisar se incrementos na FE em doses baixas de dobutamina podem predizer cirugia e/ou morte em pacientes com regurgitação aórtica. MÉTODOS: Eco de estresse com dobutamina foi realizado em 24 pacientes portadores de regurgitação aórtica para verificar se incrementos da FE em doses baixas de dobutamina seriam capazes de predizer a necessidade de cirurgia e/ou morte nesse grupo de pacientes. RESULTADOS: A idade média foi de 37,8±16,8 anos, e 16 (66%) eram homens. A FE aumentou de um valor basal médio de 62,3±7,9% para 71,5±10,5%, na dose de 20 µg/kg/min de dobutamina (p < 0,001). Os pacientes foram acompanhados por 36,6±20,1 meses: dois pacientes morreram (um de morte cardiovascular) e cinco foram submetidos à cirurgia cardíaca. A FE basal se correlacionou com cirurgia e morte no seguimento de pacientes. CONCLUSÃO: A FE basal se correlacionou com cirurgia ou morte no seguimento de pacientes jovens com regurgitação aórtica. Porém, o incremento percentual na FE com dose baixa de dobutamina não foi capaz de predizer eventos nesses pacientes.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Barbosa,Marcia M. Freire,Claudia M. V. Fenelon,Lúcia M. A. Esteves,William A. M. Reis,Gilmar Nunes,Maria do Carmo P.

Fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia cardíaca

A fibrilação atrial (FA) é uma arritmia frequente no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Nesse contexto, está associada à presença de comorbidades, a um maior tempo de hospitalização e a maior custo relacionado à cirurgia. Os mecanismos envolvidos na gênese da FA no pós-operatório de cirurgia cardíaca (FAPO) são diferentes daqueles causadores da FA paroxística. O conhecimento desses mecanismos permite a aplicabilidade de medidas que são eficazes em reduzir a incidência dessa arritmia. O tratamento, segundo recomendações da literatura, é eficaz e seguro, pois as taxas de reversão a ritmo sinusal são elevadas e as complicações reduzidas, e não está associado com a ocorrência elevada de efeitos colaterais.

Ano

2022-12-06T14:00:48Z

Creators

Ferro,Carlos Romério Costa Oliveira,Dinaldo Cavalcanti de Nunes,Fabiana Piech Piegas,Leopoldo Soares