RCAAP Repository
Análise retrospectiva dos efeitos da radioterapia sobre as aréolas reconstruídas com enxerto de pele total
RESUMO Introdução: O câncer de mama aumentou progressivamente nos últimos anos e com isso a necessidade de diagnóstico e tratamento mais precoce também aumentaram. Atualmente, no Brasil, o câncer de mama corresponde há 29,7% dos casos de câncer nas mulheres. A reconstrução do complexo areolopapilar (CAP) tem sido foco de maior atenção devido à busca pela simetria e naturalidade, sendo a etapa final de todo esse processo. O objetivo é avaliar a manutenção do tamanho, contorno, coloração, simetria e mudança de formato do CAP reconstruído após mastectomias associadas à radioterapia. Métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo analisando a evolução das aréolas reconstruídas, após mastectomia total associada ao tratamento adjuvante com radioterapia. Dois grupos foram selecionados: grupo 1 (reconstrução unilateral) e grupo 2 (reconstrução bilateral). Foram realizadas comparações entre aréola do CAP reconstruído, grupo 1, com a do CAP contralateral e no grupo 2, entre as duas aréolas reconstruídas. Resultados: Após inclusão de 56 paciente no estudo, foi totalizando 71 complexos areolares reconstruídos. A simetria foi classificada como boa em 77,46% de todos os casos (p=0,706). 25 reconstruções realizadas em áreas sob efeito da radioterapia e apenas 9 casos apresentaram diminuição do tamanho da aréola (p=0,050), evoluindo com uma assimetria em 8 casos, sendo 4 em região de radioterapia (p=0,706). O contorno areolar apresentou uma similaridade entre casos tratados com radioterapia e não tratados (p=0,918). Conclusão: A radioterapia adjuvante se mostrou como um fator predisponente para as alterações que possam surgir no transcorrer do pós-operatório de reconstrução do complexo areolopapilar, conforme a análise estatística.
2021
CAMMAROTA,MARCELA CAETANO DAMASIO,ANDERSON DE AZEVEDO SILVA,SUELLEN VIEIRA DA COSTA,RAFAEL SABINO CAETANO CASTRO,CAROLINA OLIVEIRA PARANAGUA AQUINO FILHO,TRISTÃO MAURÍCIO DE THEODORO,PHABIO CLAUDINO ESTRELA TERRA DAHER,JOSÉ CARLOS
Efeito do tratamento com antileucotrieno em contratura capsular: estudo experimental
RESUMO Introdução: 40% dos pacientes submetidos à radioterapia após reconstrução de mama por implante de prótese de silicone podem desenvolver encapsulamento da prótese. Diversas estratégias já foram testadas para prevenir a contratura da cápsula com resultados insatisfatórios. Este estudo analisou o efeito do antileucotrieno (AL) tópico na formação de contratura capsular em ratos com implantes de silicone associados à irradiação. Métodos: Foram implantados blocos de silicone na região dorsal em 20 ratas fêmeas, espécie Wistar com peso variando de 200-250g. Os animais foram divididos em dois grupos: controle (injeção de solução fisiológica 0,9% no tecido ao redor do implante) e grupo intervenção (injeção de 10mg de AL no tecido ao redor do implante). Imediatamente após a cirurgia os animais foram irradiados com dose única de 10Gy. Após dois meses, coletamos amostras de cápsulas para análise histológica e análise da expressão gênica dos seguintes biomarcadores: iNOS, VEGF-a e MMP-9. Resultados: A densidade vascular foi menor no grupo AL quando comparado ao grupo controle (55,4±30,0 vs. 81,8±26,7, p=0,05, respectivamente). Da mesma forma, o VEGF-a teve o mesmo comportamento (grupo controle - 0,34±0,1 vs. grupo Al - 0,02±0,001, p=0,04). Conclusão: Este estudo sugeriu que o tratamento com AL diminui a angiogênese em animais submetidos a implantes de silicone e submetidos à radioterapia
2021
CAMARGO,CRISTINA PIRES CARVALHO,HELOISA ANDRADE KUBRUSLY,MARCIA SALDANHA MEDEIROS,SOFIA AMARAL BESTEIRO,JULIO MORAIS GEMPERLI,ROLF
Blefaroplastia ampliada: tratando os dois terços superiores da face
RESUMO Introdução: Os pacientes podem apresentar sinais de envelhecimento facial ainda em fases iniciais da vida, quando procedimentos cirúrgicos complexos não são procurados, especialmente se resultarem em cicatrizes maiores. Estes sinais devem ser detectados e tratados adequadamente para um rejuvenescimento eficaz. Métodos: Nos últimos 23 anos, 338 pacientes foram submetidos à blefaroplastia superior associada à elevação transpalpebral das sobrancelhas e miectomias dos corrugadores. Eles também receberam um lifting médio-facial através de uma incisão de blefaroplastia inferior, com descolamento dos ligamentos retentores orbitais e reposicionamento de um extenso retalho do músculo orbicular em direção superolateral. Cantopexia foi realizada rotineiramente. Resultados: O rejuvenescimento simultâneo dos dois terços superiores da face é realizado através de incisões simples de blefaroplastia e essa sistematização não é encontrada na literatura atual. Os pacientes ficaram satisfeitos com os resultados e a cantopexia de rotina efetivamente preveniu defeitos de posicionamento da pálpebra inferior. As complicações mais comuns foram parestesia temporária (regiões frontal e escalpo) e quemose nos aspectos lateral e inferior da conjuntiva. Em uma revisão retrospectiva de 139 procedimentos realizados entre 2010 e 2019, scleral show temporário foi observado em 15 casos (10,8%) e um leve ectrópio em 1 caso (0,72%), tratados de forma conservadora. Dois casos de quemose (1,44%) e um hematoma (0,72%) necessitaram de tratamento cirúrgico. Conclusão: A blefaroplastia ampliada é segura, permite a visão direta das estruturas periorbitais manipuladas, não requer treinamento longo ou instrumental caro. Os autores alcançam resultados estéticos que impressionam pelo rejuvenescimento dos 2/3 superiores da face e pelo efeito duradouro.
2021
CHIARI JÚNIOR,ARMANDO RODRIGUES-FILHO,SERGIO ANTONIO SALDANHA
Análise dos resultados do tratamento cirúrgico utilizando o retalho sural
RESUMO Introdução: Fraturas complexas e extensas lesões de pele estão cada vez mais comuns devido aos traumas de alta energia. Uma alternativa para o tratamento dessas lesões nos membros inferiores é a utilização do retalho sural. Métodos: Esse foi um estudo retrospectivo, analítico-descritivo de análise exploratória documental de pacientes submetidos ao retalho sural em um hospital de referência em trauma do norte de Santa Catarina, Brasil. Foram analisados a idade, sexo, lateralidade, causa, local e tamanho da lesão, uso de tunelização e enxerto de pele, complicações e seus fatores de risco, além do manejo de tais complicações. Resultados: A amostra do estudo foi composta por 16 pacientes, com média de idade de 44,4 anos, 87,5% eram do sexo masculino. A causa da lesão mais prevalente foi trauma (75,0%) e o local da lesão foi mais prevalente na tíbia distal (43,8%). Em 50,0% dos casos os fatores de risco para as complicações estavam presentes, sendo que pacientes com diabetes mellitus e tabagistas exibiram 5 vezes mais chances de apresentar tais complicações. Necrose parcial teve uma prevalência de 25,0%, sendo que em 18,8% foi realizado apenas debridamento e em 6,3% enxertia. Conclusão: O retalho sural é uma boa alternativa para a cobertura de lesões dos membros inferiores devido ao bom índice de sucesso, mas não está livre de complicações. Tais complicações são mais prevalentes em pacientes que possuem fatores de risco como o tabagismo e diabetes mellitus.
2021
BOSSE,PEDRO SIMÃO AYZEMBERG,HENRIQUE STANGARLIN,TIAGO SALATI BOSSE,TAMARA SIMÃO
Impacto da pandemia do vírus COVID-19 nas internações para tratamento de câncer de pele no Brasil
RESUMO Introdução: A infecção pelo vírus COVID-19 é um impacto severo à saúde no ano de 2020. A repercussão direta é facilmente mensurada através de suas taxas de morbidade e mortalidade. Sua repercussão indireta na saúde ainda é pouco mensurada e este é o objetivo deste estudo. Métodos: Determinar os números de internações para tratamentos gerais, para tratamento de neoplasias e para câncer de pele malignos no SUS, de 2008 a 2020, no departamento de informática do SUS. Resultados: O paralelismo dos dados referentes aos três grupos acima selecionados permitiu observar uma redução drástica no número de internações no SUS entre os mesmos meses de 2019 e 2020: queda de 10,60% nas internações gerais, 58,65% nas internações por neoplasia e 156% nas internações por câncer de pele maligno. A redução agravou-se gradativamente no ano de 2020 a partir do mês de janeiro. No mês de junho de 2020, os números de internações para tratamento de câncer de pele refletem valores de 12 anos atrás. Conclusão: O acompanhamento da série histórica de internações no SUS fornece um valor palpável que serve como base para se compreender o direcionamento das medidas de saúde. As implicações indiretas da COVID-19 podem ter um desfecho tão trágico quanto a sua mortalidade, pois repercutem na disponibilidade de serviços de saúde especializados. Serviços de grande especialização como o tratamento de câncer em caráter hospitalar atendem casos complexos e sua indisponibilidade pode refletir em aumento de mortalidade por estas causas - um impacto indireto da COVID-19.
2021
VILELA,ISABELLA DE FÁTIMA CARVALHO,THIAGO ROBERTO WINTER DE SILVA,LEONEL RIBEIRO TEÓFILO,LETÍCIA ALVES MARTUSCELLI,OSÍRIS JOSÉ DUTRA SILVA,DIEGO FILIPE DA RODRIGUE,DOUGLAS SILVA ANDRADE,PAMELLA COSTA
HIV, cirurgia plástica e Brasil: uma revisão narrativa
RESUMO Introdução: O Brasil apresenta um dos melhores programas de combate ao HIV do mundo e uma das características dessa abordagem é a multidisciplinaridade, onde a cirurgia plástica está envolvida. Objetivo: Realizar uma revisão não sistemática do que já foi publicado sobre HIV por cirurgiões plásticos brasileiros, analisando os principais temas estudados. Métodos: Pesquisas no PubMED, EMBASE, MEDLINE, LILACS, SciELO, Revista Brasileira de Cirurgia Plástica com os seguintes termos: “plastic surgery HIV”, “plastic surgery AIDS”, “HIV cirurgia plástica”, “AIDS cirurgia plástica”, “HIV” e “AIDS. Resultados: No total encontramos 862 artigos e após selecionar os escritos por cirurgiões plástico brasileiros, chegamos a um número final de 15, produzidos por 10 instituições de 5 estados brasileiros. O tema mais abordado foi lipodistrofia em 13 publicações. Discussão: Dos artigos selecionados, fica clara a concentração na região Sudeste. O tema mais abordado foi a lipodistrofia e os artigos sobre este foram publicados posteriores à Portaria GM/MS 2582. Áreas como neoplasia cutânea, genética e cirurgia para mudança de sexo não foram alvos de publicações, embora em outros países já haja conteúdo relacionado a HIV e cirurgia plástica produzido. Conclusão: Apesar de publicações de qualidade ainda há áreas em que a pesquisa da cirurgia plástica brasileira necessita explorar em relação ao HIV/AIDS.
2021
SECANHO,MURILO SGARBI MENEZES NETO,BALDUINO FERREIRA DE CARVALHO,LAISA BRANDÃO DE-OLIVEIRA,ANA BEATRIZ PEDROSO MACIEL CHEQUIM,MERIMAR MARIA SILVA,ISABELLA DALSICO PALHARES,ARISTIDES AUGUSTO
Bases genômicas do carcinoma basocelular não sindrômico: revisão da literatura
RESUMO Introdução: As neoplasias cutâneas não melanoma representam o tipo mais frequente em ambos os sexos no mundo, sendo o carcinoma basocelular o mais prevalente, representando de 75 a 80% dos casos. No Brasil, o número de casos novos esperados para o triênio 2020-2022, será de 83.770 em homens e 93.160 em mulheres, correspondendo a um risco estimado de 80,12 casos novos para 100 mil homens e de 86,65 casos novos para 100 mil mulheres. Este dado demonstra a grande importância do conhecimento genômico na gênese do carcinoma basocelular esporádico. Objetivo: Descrever os principais genes e marcadores moleculares envolvidos na predisposição e na patogênese do carcinoma basocelular não sindrômico. Métodos: Revisão da literatura nas principais bases de dados NCBI-GTR, ClinVar, ClinGen, MedGen, OMIM e GeneReviews , utilizando como descritores: “BCC” e “ basal cell carcinoma ”. Critérios de inclusão: língua portuguesa ou inglesa, artigos sobre CBC esporádico. Resultados: Foram selecionados treze artigos para análise. A análise revelou uma robusta ligação da via hedgehog na gênese do carcinoma basocelular esporádico, com os principais genes envolvidos representados por PATCH1, PATCH2 e smoothened . As variantes com maior significância clínica foram SMO-M2, PTCH1 e PTCH2-∆22. A mutação mais encontrada fora a relacionada à ação do UVB, sendo representada pela substituição de C>T ou CC>TT no sítio das pirimidinas, tanto no PTCH, quanto no SMO. Conclusão: Extremamente importante aos profissionais que atuam no diagnóstico e tratamento do CBC, dentre os quais os cirurgiões plásticos, pois assim poderão melhor conduzir seus casos, com diagnósticos mais precisos e condutas de prevenção baseadas na suscetibilidade individual de cada paciente, bem como terapêuticas direcionadas e individualizadas com melhores taxas de sucesso.
2021
REAL,DANIEL SUNDFELD SPIGA
Anestesia regional guiada por ultrassom em cirurgias plásticas estéticas das mamas
RESUMO A cirurgia de aumento primário de mamas ocupa o topo do ranking dos procedimentos estéticos mais realizado entre as mulheres. Na população masculina, outra cirurgia mamária ocupa lugar de destaque: a ginecomastia. A anestesia regional para as cirurgias plásticas faz parte de uma estratégia de analgesia multimodal que pode reduzir custos, diminuir a hospitalização e a dor no período pós-operatório. O objetivo deste trabalho é revisar e comparar as técnicas de anestesia regional guiadas por ultrassom mais utilizadas para analgesia perioperatória nas cirurgias plásticas estéticas das mamas. Foi realizada a revisão de estudos clínicos que investigaram a associação dos bloqueios anestésicos regionais guiados por ultrassom com cirurgias plásticas estéticas das mamas nos últimos 5 anos na base de dados MEDLINE/PubMed. Foram selecionados 14 artigos para revisão. As técnicas de anestesia regional guiada por ultrassom mais frequentemente relatadas foram o bloqueio paravertebral (BPV), os bloqueios interfasciais (PECS 1 e PECS 2), bloqueio do plano do serrátil (BPS) e bloqueio intercostal (BI). O menor consumo de opioides e melhor controle álgico pós-operatório foi associado ao BPV, PECS 1 e PECS 2 e BPS. O BPV apresentou maior incidência de complicações e os PECS 1 e PECS 2 mostraram-se de execução mais fácil. Os bloqueios interfasciais (PECS 1 e PECS 2) se mostraram mais seguros e de fácil execução nas cirurgias plásticas estéticas das mamas do que as outras modalidades de bloqueios. Promovem diminuição do uso de opioides e seus efeitos colaterais, redução no tempo de internação e na recuperação no pós-operatório.
2021
Faustino,Leandro Dário Oliveira,Laís Martins Lucas
Desconforto mamário após mamoplastia de aumento: relato de caso
RESUMO A mamoplastia com próteses é uma das cirurgias plásticas mais realizadas no mundo. O processo cicatricial ao redor do implante e a presença de um biofilme pode acarretar o desenvolvimento de patologias como contratura capsular e seroma. Essas patologias parecem estar relacionadas fisiopatologicamente com o desenvolvimento do linfoma associado aos implantes mamários (BIA-ALCL), sendo este também um diagnóstico diferencial. A proposta deste trabalho é relatar o caso de uma paciente com desconforto mamário, que após 2 cirurgias prévias para drenagem de seroma e troca de próteses, apresentava desconforto mamário e alteração em exames de imagens da mama esquerda. Sendo submetida a uma capsulectomia em bloco da mama esquerda e completa à direita, tendo suas próteses substituídas. Os exames para investigação de BIA-ALCL foram negativos e os achados patológicos foram sugestivos de contratura capsular à esquerda e formação de dupla cápsula à direita. O trabalho enfatiza a importância do diagnóstico diferencial em patologias mamárias, o acompanhamento a longo prazo e medidas de profilaxia na formação do biofilme.
2021
RECHIA,GIANCARLO CERVO AITA,VERÔNICA HAMANN
Tratamento exitoso de pioderma gangrenoso após mamoplastia redutora: relato de caso
RESUMO Introdução: O pioderma gangrenoso é uma doença inflamatória rara caracterizada pela presença de lesões ulceradas. A etiologia é desconhecida, mas aparentemente relaciona-se com fatores imunológicos. Os autores relatam um caso de pioderma gangrenoso no pós-operatório de uma mamoplastia redutora, o tratamento e a importância do diagnóstico precoce para obtenção de um bom resultado estético. Métodos: Trata-se de uma paciente de 18 anos que desenvolveu pioderma gangrenoso após uma mamoplastia redutora. Os sintomas iniciais foram a formação de bolhas de coloração violácea e lesões ulceradas em ambas mamas. Suspeitou-se a doença e a paciente foi tratada prontamente com prednisolona. Foram realizadas culturas, biópsias e exames sanguíneos. Realizou-se terapia hiperbárica e suporte nutricional. Foram realizados curativos diários com fator de crescimento epidérmico. Após 60 dias de acompanhamento foi possível conseguir uma cicatrização adequada da feridas e bons resultados estéticos. Resultados: O diagnóstico precoce associado a uma terapia sistêmica imunossupressora e cuidados locais rigorosos foram fundamentais para a estabilização da doença. A associação com terapia hiperbárica e o suporte nutricional contribuíram para a epitelização das lesões e o controle do quadro clínico. A aproximação das bordas da ferida com sutura subdérmica e posterior sutura intradérmica foram possíveis devido à recuperação da derme e estabilização da doença. Conclusão: O diagnóstico precoce de pioderma gangrenoso é fundamental para conseguir a estabilização da doença. É possível atingir bons resultados estéticos baseados em 4 elementos: corticoide sistêmico precoce, curativos locais diários com fator de crescimento epidérmico, suporte nutricional e terapia hiperbárica.
2021
PONTES,GISELA HOBSON MENDES-CARNEIRO-FILHO,FERNANDO SERGIO GUERRERO,LUIS ALEJANDRO VARGAS
Mesotelioma epitelioide multicístico infiltrando parede abdominal e coxa: relato de caso
RESUMO O mesotelioma epitelioide multicístico é um tumor benigno raro que surge a partir de modificações nas células mesoteliais peritoneais. Relatamos um caso de um grande mesotelioma epitelioide multicístico em paciente do sexo feminino com infiltração em parede abdominal e coxa. Foi realizada a ressecção ampla do tumor e reconstrução com múltiplos retalhos fasciocutâneos randomizados em região do abdome, flancos, retalhos de coxa direita e esquerda e retalho de vulva. Segue há 9 meses com cicatrização completa sem recidiva e sem queixas.
2021
FONTINELE,DANILO RAFAEL DA SILVA MARTINS,GILVANDER CESAR BRITO,IRAN BATISTA DE VIEIRA,SABAS CARLOS VAL,EDIMAR DUARTE MARCONDES,CAIO ALCOBAÇA
Mamoplastia: passos para uma cirurgia segura. Evidências da literatura
RESUMO Introdução: A mamoplastia é uma das cirurgias mais realizadas pelos cirurgiões plásticos. Como todo procedimento, não é isenta de riscos ou complicações. Objetivos: Discutir questões controversas e intercorrências em cirurgia mamária e principais tratamentos. Métodos: Participaram da discussão quatro membros titulares da SBCP com ampla experiência em cirurgia plástica mamária, além do regente do capítulo de mamoplastias. Foram avaliados fatores que apresentavam maior controvérsia em mamoplastias: utilização de antibióticos; infiltração pré-operatória; associação da mamoplastia com implantes mamários; grandes ptoses mamárias; mamoplastia masculinizadora; retalhos para ascensão do complexo areolopapilar (CAP); utilização de drenos; curativos em mamoplastias e enxerto de gordura. Resultados: A literatura e discussão entre especialistas gerou as observações: há evidencias robustas da efetividade no uso de antibióticos perioperatório de mamoplastias redutoras, mas não há evidências de benefícios em se manter o uso por mais de 24 horas; a infiltração pré- operatória com soluções vasoconstritoras não reduz a incidência de hematoma; em mamoplastia associada a implantes não houve consenso sobre a melhor técnica, plano ou textura do implante; não houve consenso sobre a melhor técnica na ascensão do CAP em grandes ptoses, se enxertos ou retalhos; a mamoplastia masculinizadora não apresenta complicações diversas das encontradas na literatura; não existe protocolo específico para conduta quando há sofrimento do CAP; curativos podem ser removidos no primeiro dia de pós-operatório ou mantidos por mais tempo, e deve haver parcimônia no enxerto de gordura. Conclusão: O presente estudo concluiu que a mamoplastia é uma cirurgia segura, porém são necessários estudos continuados que possibilitem minimizar complicações.
2021
SANTO,PAULO ROGÉRIO QUIEREGATTO DO ESPIRITO VEIGA,DANIELA FRANCESCATO BOGGIO,RICARDO FROTA COUTINHO,FELIPE LEHMANN GROTH,ANNE BRASOLIN,ADRIANO GUIMARÃES FERREIRA,LYDIA MASAKO
Revista Brasileira de Cirurgia Plástica: análise de artigos publicados entre 2010-2019
■ RESUMO Introdução: A Revista Brasileira de Cirurgia Plástica (RBCP) é a publicação oficial da Sociedade Brasileira de Cirurgias Plástica (SBCP) e completará em 2021, 35 anos de existência. Neste período, poucos artigos realizaram uma análise do conteúdo publicado pela revista. O objetivo deste trabalho é realizar uma análise dos artigos publicados na RBCP entre os anos de 2010 a 2019. Métodos: Análise retrospectiva descritiva dos artigos publicados na RBCP entre os anos de 2010 a 2019. Os critérios de inclusão foram artigos presentes nos números analisados, do tipo “Artigo Original”, “Artigo de Revisão” e “Relato de Caso”, e não ser de edição suplemento. Resultados: No total foram avaliados 1.107 artigos, destes 931 foram incluídos no estudo; 700 “Artigos Originais” (75,2%), 66 “Artigos de Revisão” (7%) e 165 (17,8%) “Relatos de Caso”. Dentre os autores, 3.012 (73%) do sexo masculino e 1.108 (27 %) do sexo feminino. 914 artigos foram produzidos no Brasil, destes 577 (63,1%) em serviços credenciados no DESC e 337 (36,9%) em não credenciados. Os principais temas foram estéticos com 379 (40,7%) artigos, seguido por reconstrução de cabeça e pescoço com 115 (12,3%) e ciência básica e experimental com 114 (12,2%) publicações. Conclusão: Os dados apresentados neste artigo permitem uma análise descritiva sobre a RBCP. Há a necessidade de intensificar a publicação de artigos originais, de discutir a busca por equidade de gêneros nas publicações. As instituições formadoras de residentes apresentam papel importante na produção científica nacional e a participação científica durante a formação tem que ser estimulada.
2021
SECANHO,MURILO SGARBI SILVA,ISABELLA DALSICO CHEQUIM,MERIMAR MARIA DE-OLIVEIRA,ANA BEATRIZ PEDROSO MACIEL MENEZES NETO,BALDUINO FERREIRA DE PALHARES-NETO,ARISTIDES AUGUSTO
Revisão de 5 anos (2015-2019) da reconstrução aloplástica imediata no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal
■ RESUMO Introdução: Como o câncer de mama é a doença maligna mais prevalente em todo o mundo, o tratamento conservador é de extrema importância. No entanto, em muitos casos, a mastectomia continua sendo o procedimento cirúrgico indicado e, como qualquer outra amputação, leva um fardo significativo para essas pacientes. No caso da mastectomia, a reconstrução imediata da mama é o tratamento padrão. A reconstrução aloplástica continua sendo o tipo mais amplamente realizado de reconstrução mamária imediata. Métodos: Neste artigo, os autores apresentam uma série de 105 casos de reconstrução aloplástica imediata em 5 anos de 2015 a 2019 no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Portugal. Inclui mastectomias curativas e redutoras de risco realizadas por ginecologistas oncológicos. As opções de reconstrução oferecidas pela equipe de reconstrução plástica incluíram tanto a reconstrução direta no implante quanto a reconstrução em dois estágios com o uso de expansores de tecido. Resultados: Dados sobre a doença oncológica, tipo de mastectomia, critérios de seleção das pacientes e resultados pós-operatórios imediato e tardio com diferentes técnicas de reconstrução imediata foram coletados, analisados e comparados com a literatura. Em nosso estudo, o índice de massa corporal foi o único preditor mais significativo de complicações e seu impacto foi estatisticamente significativo. Conclusão: Os resultados obtidos representam uma etapa essencial para a melhoria da qualidade da assistência à mulher em reconstrução mamária.
2021
FERREIRA,JOãO BALTAZAR SUBTIL,SIMONE MEIRELES,RITA VAZ,MIGUEL DIOGO,CARLA
Mastectomia masculinizadora para redesignação de gênero de transexuais masculinos
■ RESUMO Introdução: A mastectomia masculinizadora é geralmente o primeiro, o mais importante e muitas vezes o único procedimento cirúrgico na readequação de gênero em transexuais masculinos. O objetivo é descrever e sistematizar os passos da técnica utilizada pelo autor da mastectomia com dupla incisão associado ao enxerto livre de complexo areolopapilar. Métodos: Revisão retrospectiva de 26 pacientes submetidos a mastectomias masculinizadoras (total de 52 mamas), realizadas pela técnica utilizada pelo autor, entre novembro de 2013 e janeiro de 2018. Resultados: 84,6% dos pacientes sofreram a cirurgia com cicatriz final horizontal no sulco inframamário e 15,4% evoluíram com cicatriz final em “T” invertido. A taxa de complicações maiores foi de 3,8%. Houve uma reoperação (3,8%) no período de acompanhamento. O peso médio das mamas foi de 1.136 gramas, a idade média de 27 anos e 9 meses, índice de massa corporal médio de 26,6kg/m2 e 73% dos pacientes receberam terapia com hormônio masculino previamente à cirurgia. Conclusão: A mastectomia masculinizadora é um procedimento seguro, com boa reprodutibilidade e traz resultados estéticos satisfatórios.
2021
MARQUES,BRUNO PIRES DO AMARAL
Mamoplastia com técnica em “D” espelhado e lipoaspiração assistida por laser
■ RESUMO Introdução: A mamoplastia é um procedimento estético e funcional, considerada uma cirurgia árdua, com o objetivo de melhorar as mamas na sua forma com o mínimo de cicatriz aparente e reposicionar o complexo areolopapilar. Não existe um procedimento padrão e a escolha de uma técnica depende de distintos fatores, o que justifica a diversidade de técnicas descritas. Apresentaremos a técnica em “D” espelhado, de uma maneira ampla em distintos cenários (anatômicos), junto à lipoaspiração assistida por laser com marcação padrão, o que facilita o procedimento cirúrgico com uma simetria final e manutenção de resultados estéticos, corrigindo as recidivas. Métodos: Técnica realizada em 46 pacientes, do sexo feminino, sem exclusão de raça, entre 20 a 66 anos, operadas pelos autores entre janeiro de 2017 a março 2020, no Hospital Antoninho da Rocha Marmo - São José dos Campos - Brasil. Trabalho retrospectivo com aplicação do questionário validado Breast-Q® para avaliar o grado de satisfação. Resultados: Não teve revisão cirúrgica, sem infecção pós-operatória ou necrose da placa areolopapilar, 5 casos de epidermólise da placa areolopapilar tratados com flavonoides e castanha da índia (linfa cream®), sem sequelas. Ressecção do parênquima de 80 a 1.100g média 477,1g. LAL entre 150 a 790ml, média 438,6ml. A cicatriz vertical final média 6,7cm, estável após 2 anos, com avaliação Breast-Q® de muito satisfeito (86%). Conclusão: Consideramos a técnica em “D” espelhado e lipoaspiração assistida por laser uma boa opção cirúrgica pela sistematização e versatilidade em diferentes cenários de mamoplastia, mantendo formato coniforme com cicatriz menor e manutenção dos resultados validados.
2021
SáNCHEZ,JUAN CARLOS ERAZO,PATRICIA JACQUELINE LARA-ZAMBRANO,PIA SIMONE
Planejamento e marcação simplificados de mastopexia e mamoplastia redutora: o padrão circunvertical “Matryoshka”
■ RESUMO Introdução: Como a maioria dos outros procedimentos estéticos, particularmente em órgãos pareados para os quais a simetria é crítica, o resultado bem-sucedido da mastopexia e mamoplastia redutora é amplamente determinado pelo planejamento pré-operatório. Ao considerar cuidadosamente o desenho da ressecção da pele e escolher e desenhar um pedículo apropriado, a necrose da pele, cicatrizes inestéticas e distorção da forma podem ser minimizadas. Métodos: Apresentamos uma técnica original de marcação de pele que combina as vantagens do uso de um template Wise como base para marcação de pele com aquelas do padrão de mamoplastia vertical junto com uma excisão periareolar limitada de pele para encurtar a cicatriz vertical subareolar. Resultados: O design de marcação circunvertical da pele que propomos imita a silhueta de uma boneca russa, a “Matryoshka”. Conclusão: Incorporar uma marcação pré-operatória mensurável e com base geométrica certamente oferece um grande grau de controle e consistência.
2021
ATIYEH,BISHARA FADUL JR,ROMEU HABR,NATASHA CHAHINE,FADL
Mastoplastia de aumento primária em serviço de residência médica de cirurgia plástica
■ RESUMO Introdução: A mastoplastia de aumento primária é uma das principais cirurgias estéticas na rotina do cirurgião plástico. As várias técnicas de realização exigem estudo constante e formação ampla dos médicos residentes da especialidade. Métodos: Revisão de prontuários das pacientes submetidas a mastoplastias de aumento primária no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu no período de 2017 a 2020. Resultados: 120 cirurgias foram realizadas no período analisado. Houve predomínio de implantes de projeção alta (75%) e em plano subfascial (67,5%). Houve ausência de complicações maiores, com grande parte das pacientes (75%) não apresentando nenhuma complicação menor (p<0,001). Conclusão: A mastoplastia de aumento é uma cirurgia segura quando realizada seguindo os cuidados técnicos adequados e sob supervisão, sendo um procedimento importante na formação do cirurgião plástico.
2021
MENEZES NETO,BALDUINO FERREIRA DE SECANHO,MURILO SGARBI CARVALHO,LAISA BRANDãO MORAGAS,WEBER RIBOLLI PALHARES,ARISTIDES AUGUSTO
Avaliação do impacto no atendimento de pacientes com ferimentos descolantes durante a pandemia de COVID-19 em serviço especializado
■ RESUMO Introdução: A pandemia da COVID-19 foi responsável pelo aumento dos índices de isolamento social, resultando na diminuição de acidentes de trânsito. Traumas em geral estão entre os problemas de saúde pública mais importantes em todo o mundo. O objetivo deste trabalho é avaliar o impacto do isolamento social na cidade de São Paulo durante a pandemia da COVID-19 nos atendimentos de pacientes com ferimentos descolantes. Métodos: Estudo observacional, retrospectivo e descritivo. Foram revisados todos os prontuários de pacientes atendidos no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), pelo Grupo de Feridas Complexas do Serviço de Cirurgia Plástica, admitidos por ferimentos descolantes e submetidos a procedimento cirúrgico, no período de abril a junho dos anos de 2019 e 2020. Resultados: Foram incluídos 20 pacientes com ferimentos descolantes em membros inferiores. Em 2019, foram atendidos 14 pacientes, com idade média de 47 anos, sendo 7 vítimas de acidente de trânsito, 5 de atropelamento, 1 de esmagamento e 1 de queda da própria altura. Em 2020, durante a pandemia, foram atendidos 6 pacientes com ferimento descolante, com idade média de 36,16 anos, sendo que 5 foram vítimas de acidentes com motocicletas e 1 de atropelamento. Nenhum paciente apresentou COVID-19. Conclusão: Durante o isolamento social houve redução numérica nos atendimentos de traumas descolantes no período de quarentena.
2021
CLIVATTI,GUSTAVO MOREIRA MILCHESKI,DIMAS ANDRé BRIZA,DANIELLE NUNES RIBEIRO,RENAN DIEGO AMéRICO ABBAS,LAIELLY MONTEIRO,GUSTAVO GOMES RIBEIRO GEMPERLI,ROLF
Infiltração de anestésicos locais na ferida cirúrgica: efeito sobre a inflamação e cicatriz fibrosa em ratos
■ RESUMO Introdução: O alívio da dor após a cirurgia continua sendo um dos desafios médicos mais significativos, principalmente na cirurgia estética. A infiltração da incisão cirúrgica com anestésicos locais tem sido cada vez mais utilizada para reduzir a dor e o uso de analgésicos. No entanto, pouco se sabe sobre o efeito desta injeção na cicatrização. O objetivo é avaliar a interferência dos anestésicos locais na área de infiltrado inflamatório e cicatriz de fibrose em ratos. Métodos: Duas incisões lineares foram feitas cada uma na região dorsal de 40 ratos Wistar. A incisão esquerda foi infiltrada com doses de 1,8ml de bupivacaína, levobupivacaína, ropivacaína ou solução salina 0,9%. A incisão direita não recebeu infiltração, servindo como grupo controle. Após sete dias, amostras das incisões foram coletadas para avaliação morfométrica histológica. Resultados: Quando comparada com os grupos controle, a área de infiltrado inflamatório encontrada foi maior nos grupos bupivacaína, ropivacaína e levobupivacaína. O grupo bupivacaína apresentou um infiltrado inflamatório maior do que a levobupivacaína e a ropivacaína. A área da cicatriz fibrosa foi maior nos grupos levobupivacaína e ropivacaína. Não houve diferença entre os grupos que receberam anestésico e solução salina. Conclusão: Como não houve diferença entre os grupos de anestésico e soro fisiológico, o volume aplicado ou o trauma podem ter sido a causa das maiores áreas de infiltração e cicatriz associadas à aplicação dos anestésicos locais.
2021
CALçADO,MAIDA SILVA ALMEIDA,ÉLIA CLáUDIA DE SOUZA SILVEIRA,LUCIANO ALVES MATIAS OLIVEIRA,GIZELE COSTA GONçALVES,ANA CAROLINA MATTAR,BEATRIZ JUNQUEIRA ETCHEBEHERE,RENATA MARGARIDA