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A diáspora palestina no Brasil - a FEPAL: trajetórias, reivindicações e desdobramentos (2000 - 2012)

Este trabalho pretende investigar a diáspora palestina no Brasil, através do olhar dos integrantes\\simpatizantes da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL). A entidade, fundada em novembro de 1980, uniu e politizou a comunidade palestina do Brasil, no mesmo momento em que o Brasil acompanhava o esgotamento do regime militar. A presença de manifestações políticas pelas Diretas Já! foi a oportunidade encontrada pelos imigrantes palestinos e descendentes de difundirem a causa palestina para o público brasileiro. Mais adiante, o aumento da violência contra os refugiados palestinos no Líbano na década de 1980 foi fundamental para a formação de uma segunda entidade, a Associação Cultural Sanaúd, em 1982, criada pelos jovens da comunidade síria, libanesa e palestina a fim de se manifestarem pela causa palestina em muitos eventos promovidos em São Paulo. A efervescência política em apoio à questão da Palestina durou até meados da década de 1990, o desânimo gerado pelos Acordos de Paz de Oslo interrompeu a militância política palestina até a sua retomada em 2000, quando estourou a segunda Intifada. Foi nessa ocasião em que foram formadas novas organizações nacionalistas: o Shalom, Salam, Paz (2000), uma associação entre a comunidade judaica e palestina; o GT Árabe (2010) e o comitê Estado da Palestina Já! (2011). Foi através da observação participante nas reuniões do GT Árabe e do comitê Estado da Palestina Já! e através das entrevistas realizadas com 13 colaboradores que foi possível compreender as relações entre a FEPAL e o Hamas; o aumento da oposição às diretrizes da FEPAL em São Paulo e sobre as impressões da política externa entre o Brasil e a Palestina durante o governo Lula (2003-2010) e o início do governo Dilma Rousseff (2011-2012). O recorte para esta pesquisa começa desde o ano 2000, início da segunda Intifada e vai até a votação pelo reconhecimento do Estado da Palestina na Assembleia da ONU, em 2012. No mesmo ano que acontecia o Fórum Social Mundial Palestina Livre, na cidade de Porto Alegre-RS.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Luciana Garcia de Oliveira

Pacto da circuncisão: um estudo sobre a aliança da circuncisão entre Deus e Abraão em Gênesis 17

O objetivo deste trabalho é analisar a aliança da circuncisão (bᵉrît mūlāh) como portadora de distinção e ressignificação da identidade do patriarca Abraão em seu contexto familiar, constitutivos das promessas divinas, e seu vínculo com a divindade por meio de um rito de passagem encontrado e analisado, em forma de perícope, na narrativa bíblica de Gênesis 17. Para tal, analisamos o uso do termo circuncisão como aliança e/ou sinal da aliança através do estudo do texto literário, em questão, além dos contextos históricos e culturais, filológicos e etimológicos envolvidos. Como resultado pudemos assinalar que a aliança da circuncisão, embora seja um conceito complexo, se mostrou uma marca indelével na vida, tanto, de Abraão, quanto de seus descendentes. Entendemos que as alianças narradas na Bíblia Hebraica, em geral, e a aliança da circuncisão, em particular, teve grande pertinência na fundação do passado ancestral de Israel. E a compreensão do significado da aliança da circuncisão nos aproximou da visão de mundo do patriarca Abraão.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Alexandre Bezerra Dutra

Teatro de Sami Feder: espaço poético de resistência nos tempos do holocausto (1933-1950)

Esta tese reconstitui a trajetória de Sami Feder (1906-2000), diretor de teatro judeu polonês que atuou no contexto do movimento de resistência artística e emocional sustentado por artistas, atores, diretores, autores e espectadores durante o período em que o nazifascismo dominou grande parte da Europa (1933-45). Estendemos a análise para o período imediatamente após a liberação dos campos de concentração, especialmente o de Bergen-Belsen, por ser o Campo onde Feder permaneceu dias antes e 5 anos no final da Segunda Guerra. A relevância deste estudo está em resgatar e analisar historiograficamente o percurso e a atuação de Feder, que, por meio da arte teatral, aliada à música, literatura e poesia, buscou o exercício ético do acolhimento coletivo e da cidadania. O artista desenvolveu um teatro, pouco documentado devido às circunstâncias de reclusão e proibição e, ao mesmo tempo, de denúncia, crítica e reflexão subterrâneas durante a vigência do regime nazista. Mais tarde, com o fim da guerra, institucionalizou-se este teatro, com maior registro, criando-se a Companhia Kazet Theater, no Campo de deslocados DP Camp Bergen-Belsen (1945-50), onde a reabilitação e recuperação da dignidade humana tornou-se uma urgência frente ao desenraizamento e ao trauma. Ações intervencionistas como estas se propagaram pelas cidades ocupadas, guetos e campos de concentração, enquanto reação ao processo de desumanização sustentado pelo Estado nacional-socialista e países colaboracionistas. Posteriormente, significaram também uma forma de participar da reconstrução de uma identidade, de um povo, de uma cultura.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Leslie Evelyn Ruth Marko

Um olhar sobre o simbolismo mágico-religioso no livro de êxodo

A presente tese visa analisar algumas passagens bíblicas do livro de Êxodo, situadas especialmente entre os capítulos 4 a 14, a partir do referencial teórico do simbolismo mágico-religioso. Para alcançar esse propósito, dividiremos a nossa pesquisa em quatro partes. Em primeiro lugar, buscaremos compreender o significado do símbolo, bem como a sua importância para a Bíblia Hebraica como um todo e, especialmente, para o livro de Êxodo. Em segundo lugar, dissertaremos sobre o significado da magia e da religião, percorreremos as principais teorias antropológicas e sociológicas a esse respeito e, então, justificaremos o emprego do termo composto mágico-religioso em nossa pesquisa. Em terceiro lugar, discorreremos sobre o fenômeno do mágico-religioso na Bíblia Hebraica. Por fim, em quarto e último lugar, com o auxílio do instrumental simbólico mágico-religioso previamente construído, apresentaremos a nossa tradução e respectiva exegese de alguns trechos do livro de Êxodo, compreendidos entre os capítulos 4 a 14. Para isso, nos basearemos no texto hebraico massorético presente na edição crítica padrão do Tanakh, isto é, a Biblia Hebraica Stuttgartensia, editada por Karl Elliger e Wilhelm Rudolph, a qual encontrase atualmente em sua quinta edição revisada. Com esse trabalho pretendemos contribuir para os estudos concernentes à Bíblia Hebraica e, sobretudo, ao livro de Êxodo.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Carlos Augusto Vailatti

A atividade profética na apocalíptica judaica no período do segundo templo e a sua contribuição para a Grande Revolta Judaica entre os anos 66 e 73 E.C.

O principal objeto desta pesquisa consiste em analisar a influência exercida pela religião no contexto da sociedade judaica do período do segundo templo (516 A.E.C. 70 E.C.), mais especificamente avaliar se o ímpeto revolucionário que promovera a primeira Grande Guerra Judaica contra o domínio romano dependia de uma forma característica de profetismo, a saber, a apocalíptica. A conexão que o apocalipticismo possuía com o ambiente do primeiro século se deveu em virtude das diversas crises sociais e políticas que impuseram um ritmo dinâmico para as estruturas nacionais, porquanto concomitante às vicissitudes que emergiam ocorria certa adequação traumática de novos elementos relativos ao fenômeno religioso, cujas formas de expressão procuravam resgatar os antigos postulados, valores e promessas da Lei de Moisés e dos profetas clássicos, tornando-os válidos para situações contemporâneas. Desse modo os cativeiros e diásporas experimentados por tantos períodos passavam a favorecer o intercâmbio ideológico que perfez as peculiaridades e aspectos formadores dos movimentos apocalípticos, o que demonstrava um nível de dependência pelo qual movimentos religiosos judaicos se espelhavam em culturas vizinhas, em um diálogo paradoxal que combinava resistência cultural e assimilação de linguagem. Os resultados fornecidos nessa dissertação permitem afirmar que a hipótese que restringe toda a responsabilidade pelas ações coletivas ao fanatismo religioso de uma alegada sociedade primitiva é comprometida em sua validade, pois tal conclusão deve ser considerada reducionista por não atentar para a complexidade que acompanhou, historicamente, todo o estabelecimento da sociedade judaica daquele período. Assim, recomenda-se que haja abordagens mais críticas e que, não obstante, se coloquem no mesmo grau de dificuldade requerido pelo objeto, a partir de uma atitude que integre os indicadores sociais com o fator religioso. Portanto, é pautado nessa perspectiva englobante que a apocalíptica judaica foi estudada neste trabalho, como fator potencialmente relevante dentro do estado de insurreição da Palestina do primeiro século.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Ricardo Evandro Vilela

Vítima e agente: ironia e o ofício profético na Bíblia Hebraica

Com o progresso dos estudos literários da Bíblia Hebraica, a ironia tem sido identificada como um recurso recorrente. Apesar de não ser nomeada, encontram-se diversos textos nos quais se espera que o leitor perscrute além do significado explícito e alcance uma concepção mais ampla e integral do relato. Dentre tais textos, merecem destaque aqueles nos quais profetas são personagens centrais. Reputados como personagens distintos, os profetas exibem uma percepção singular da realidade. Assim, muitas vezes em seus oráculos, a ironia irrompe como resultado de perspectivas diferentes: a comum, da audiência, e a distinta, do profeta. Contudo, esses agentes de ironia também figuram como alvos dela mesma. Em algumas situações, os profetas são ironizados por não cumprirem com as expectativas presumidas e associadas ao seu ofício. Estudar essas situações a partir do instrumental da análise literária é o foco do presente estudo.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Lucas Alamino Iglesias Martins

A relação entre nāḇî\' e miṯnabbê na Bíblia Hebraica

A heterogeneidade do profetismo israelita pode ser abordada de diversas maneiras. Na presente pesquisa, elegemos o binômio nāḇî\' e miṯnabbê como janela de observação para um estudo interdisciplinar dos fenômenos proféticos na Bíblia Hebraica, utilizando contribuições de diversas disciplinas. Nosso objetivo foi o de discutir uma questão que está sobre a mesa de debates dos pesquisadores, possuindo uma bibliografia que é vasta, porém inconclusiva A dificuldade dos scholars em afirmar em que medida o binômio nāḇî\'/miṯnabbê descreve ou não fenômenos distintos torna a questão complexa e instigante. Os capítulos do trabalho acompanham o recorte do estudo, que é composto por quatro narrativas: Nm 11, 1 Sm 10, Ez 13 e Mq 3. A forma participial miṯnabbê descreve o comportamento dos anciãos em face do nāḇî\' Moisés (Nm 11), a performance de Saul diante de um ḥeḇel neḇiʼim (grupo de profetas) em êxtase e ao som de música (1 Sm 10), bem como a atividade das profetisas-miṯnabb ͤ ʼōṯ, cuja racionalidade (designada pelo termo lêḇ, \"coração\") obstinada (šrr) é criticada pelo nāḇî\' Ezequiel (Ez 13). A condição profética dos anciãos e de Saul se relaciona com a vinda do ruaḥ (sopro, espírito) divino. O substantivo nāḇî\' está em questão também na crítica ao pagamento do profeta ávido por enganar (šeqer) e \"morder\" (nōšek) lucros e benefícios(Mq 3). Por meio do exame dessas passagens, levantamos discussões que resultaram em um comentário crítico sobre o profetismo israelita, que destaca a abertura de possibilidades de pesquisa suscitada pelo binômio nāḇî\'/miṯnabbê

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2022-12-06T14:53:37Z

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André Oswaldo Valença Ribeiro

Rastreando olhares judaicos: as obras de fotógrafos alemães em exílio no Brasil

O objetivo desta tese de doutorado é discutir se há um olhar judaico expresso em fotografias, produzidas no Brasil, por autores com ligações com o Judaísmo, e como ele se manifesta. A hipótese da pesquisa é que ele existe, mas, sem poder ser caracterizado por uma regra geral, deve ser encontrado na análise de casos singulares, considerando, por exemplo, como a estrangeridade dos autores se reflete em suas imagens. Para confirmar essa suposição, serão apresentadas a vida e interpretadas as obras de cinco fotógrafos, nascidos na Alemanha, exilados no Brasil em razão da ascensão do nazifascismo; quatro deles são judeus Alice Brill, Werner Haberkorn, Hans Gunter Flieg e Peter Scheier e uma casou-se com um judeu Hildegard Rosenthal. Todos registraram a cidade de São Paulo, sendo essas imagens o foco da análise, exceto no caso de Flieg, cujas fotos a serem estudadas serão as industriais, pois são as mais importantes de sua produção. Esses autores, de identidade híbrida, expressaram um olhar estrangeiro à realidade que retrataram, utilizando estilos modernos importados da Europa, tais como a Nova Visão, a Nova Objetividade e a Estética da Máquina, contribuindo, assim, enormemente, para inovar a fotografia brasileira.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Leonardo Feder

Coletivismo e individualidade: representações na literatura israelense

Este trabalho tem por objetivo analisar o conceito de individualidade dentro das representações literárias de perspectiva ideológica sionista e os seus desdobramentos na formação social israelense tendo como referência dois textos da literatura hebraica: Efraim volta à alfafa, de S. Izehar e Uma certa paz, de Amós Oz. A partir do conceito de individualidade proposto por Adorno, analisaremos a hipótese de que o caráter particular do novo hebreu constrói-se mediante a sua subjugação a uma sociedade autoritária que o transforma em sujeito esfacelado e frustrado ao lançar sobre ele a centelha de um pensamento que o divide entre si e o mundo.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Evandro José dos Santos Neto

Encenação e maldição: uma introdução às ações simbólicas dos profetas da Bíblia Hebraica

Em estudos sobre o profetismo da Bíblia Hebraica, constata-se a referência à presença de relatos de ações simbólicas. Ainda que fragmentários, os estudos que mencionam tais ações englobam diversas visões. Neste trabalho apresenta-se, em língua portuguesa, uma introdução às ações simbólicas dos profetas da Bíblia Hebraica, abordando os principais pontos de vista vigentes no cenário acadêmico. Também se expõe as principais características das ações simbólicas e a importância do panorama das maldições da aliança do Pentateuco, para uma melhor compreensão do tema.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Lucas Alamino Iglesias Martins

Senaqueribe em Judá: uma análise das fontes bíblicas e extrabíblicas

O presente trabalho analisa as fontes bíblicas e extrabíblicas que fazem referência à incursão militar do rei assírio Senaqueribe em Judá durante o período do reinado de Ezequias, em 701 a.E.C. Inicia-se com uma revisão bibliográfica do tema nos últimos dois séculos, seguida de uma breve contextualização histórica das relações entre os Reinos de Israel e Judá e o Império Assírio durante o séc. VIII a.E.C., com atenção especial ao reinado de Ezequias, rei de Judá. Em seguida, apresenta-se de forma sucinta as evidências arqueológicas da destruição causada pelo exército assírio no Reino de Judá durante a campanha do rei Senaqueribe em 701 a.E.C., especialmente os dados da escavação da cidade de Laquis, cuja estratigrafia e abundante presença de um tipo específico de jarro foram fundamentais para verificar a extensão da devastação assíria. Segue-se a análise das fontes assírias, a saber: o relato da terceira campanha do rei Senaqueribe, registrada nos Anais Reais Assírios; a inscrição da conquista de duas cidades do rei Ezequias durante essa campanha, documentada em dois fragmentos; e o painel do palácio sudoeste do rei Senaqueribe em Nínive, cujos relevos retratam a conquista da cidade judaíta de Laquis. Em seguida, expõe-se a história de autoria de Heródoto sobre uma expedição frustrada do rei Senaqueribe ao Egito e uma breve introdução aos livros bíblicos de Reis, Isaías e Crônicas, acompanhada da análise das narrativas da invasão de Senaqueribe nos respectivos livros (IIRs 18:13-19:37, Is 36-37; IICr 32:1-23). Por fim, apresentam-se algumas considerações finais a partir da análise e comparação das fontes.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Carolina Alvino Fortes de Jesus

Hayyôm como uma linguagem da Aliança que expressa \'atemporalidade\' em Deuteronômio

O propósito deste trabalho é analisar a experiência temporal em Deuteronômio, que é bastante diferenciada. Por isso, analisamos o tempo na Bíblia Hebraica e, demos um destaque especial para o termo hayyôm (hoje) deuteronômico que não se restringe a um dia em algum momento da história, mas consegue abranger todas as gerações que revivem o momento de decisão existencial no contexto da aliança entre YHWH e seu povo. Desse modo, entendemos que o passado não deixou e nunca deixará de existir, mas é sempre exigentemente um presente em que a aliança de Horebe requer que cada geração viva em obediência aos mandamentos de YHWH. Ao fazer isso, mediante uma atualização ou presentificação contínua, incute uma percepção de atemporalidade e uma renovação perpétua da identidade especial como povo eleito de YHWH.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Susie Lee

Lugares incertos: os andarilhos de Samuel Rawet

A escrita de Samuel Rawet é formada por peculiaridades que demandam um leitor atento e crítico quanto à forma de abordagem e interpretação do texto, de maneira que suas linhas de força (Waldman, 2004) sejam entrevistas como potencialidades de sentidos. O lugar-comum rawetiano, conceito inevitavelmente impreciso formulado a partir dos contos analisados, mostra ser uma forma de abordagem frutífera e coerente ao texto rawetiano em geral, ao privilegiar elementos textuais e se juntar a outras abordagens à obra de Rawet, trazendo questões como identidade, alteridade, literatura judaica e autoria, dentre outras. Como pontos de partida problematizantes são tomados a figura de Ahasverus em Crônica de um vagabundo, a estrutura aberta e a metalinguagem em Kelevim, o conto dentro do conto em Reinvenção de Lázaro, e o sonho em Sôbolos rios que vão. Algumas dessas questões permeiam mais de um dos contos, como a autoria (Crônica..., Sobolos..., Kelevim). A estrutura aberta de Kelevim, por sua vez, permite análises comparativas com o ensaio-crônica Diário de um candango, sobre o livro de memórias de Marques da Silva, que leva o mesmo título. Ao final, as linhas de força são seguidas ainda mais longe, e arrisca-se uma rápida aproximação com as artes plásticas que conclui este trabalho com uma abertura que atesta a riqueza e validade da obra de Rawet.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Leo Agapejev de Andrade

Yehudim, dijidios, evraioi, židovi, juden: história da família judaica Eskenazy da antiga Iugoslávia

Esta dissertação reconstitui a trajetória da família de Nissim, Streia e Vivetta Eskenazy, judeus sefaraditas sérvios, sobreviventes da Segunda Guerra Mundial. A primeira parte da pesquisa (Raízes) traz a história de quatro famílias tipicamente sefaraditas, Eskenazy, Ozmo, Russo e Romano, os antepassados de Nissim e Streia, desde meados do século XIX até antes da Segunda Guerra Mundial. A segunda parte da pesquisa (Ruptura) procura esclarecer o processo histórico que deu origem à invasão nazista na Iugoslávia, a partir de seis de abril de 1941 e quais podem ter sido as ações e decisões dos Eskenazy nesse período. A terceira parte da pesquisa (Travessia ou Travessias?) traz o detalhamento dos percursos dos Eskenazy em busca de um porto-seguro durante a guerra. A quarta e última parte da pesquisa (Refúgio) detalha a busca de refúgio dos Eskenazy após a guerra e, finalmente, como chegaram ao Brasil. Além de colaborar com o arquivo de testemunhos do ArqShoah, da Universidade de São Paulo, nossa pesquisa é inédita em termos de língua portuguesa, pois o judaísmo e o Holocausto na Iugoslávia foram, até hoje, pouco estudados e debatidos para além das suas fronteiras e, em casos esporádicos, em Israel. Para colaborar com esse debate, além dos quatro capítulos centrais da dissertação, apresentamos em anexo uma história resumida do judaísmo na região.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Emil Eskenazy Lewinger

O drama Saul: diálogo como um princípio descentralizador na obra de Vilém Flusser

A tese examina a primeira obra escrita por Vilém Flusser com objetivo de buscar as raízes do pensamento do futuro filósofo e apontar as características nela presentes que se tornariam relevantes na sua obra futura. Trata-se da peça de teatro Saul, redigida em alemão, em 1936, em Praga, sua cidade natal. A primeira parte da pesquisa foca o ambiente no qual Flusser nasceu e onde se formou sua visão do mundo. Esboçamos uma breve história da comunidade judaica nas terras tchecas, mencionamos figuras importantes da vida literária do país, assim como tendências culturais marcantes, para entender particularidades do seu universo. Na parte biográfica da pesquisa acompanhamos a vida intelectual de Flusser, que se desdobrava entre a Europa e o Brasil, encerrando-a com o levantamento da fortuna crítica que mostra o alcance de seu legado. A segunda parte da pesquisa dedica-se à análise do drama Saul e sua contextualização dentro das correntes artísticas e filosóficas da sua época. No campo da arte, identificamos sua proximidade sobretudo com o movimento expressionista e o teatro épico brechtiano; no âmbito da história do pensamento, por sua vez, com os pensadores cuja obra pode ser considerada dialógica e crítica ao pensamento instrumental. Abordamos nomes como Ortega y Gasset, Martin Buber, Mikhail Bakhtin ou Walter Benjamin e nos detemos nos próprios princípios do diálogo socrático. Reconhecemos uma série de pontos comuns entre os pensadores em questão e a obra de Vilém Flusser, tanto no drama Saul como nos ensaios posteriores. Destacamos sobretudo o caráter dialógico e não conclusivo dos seus textos, a busca pelas novas formas de expressão e pelo discurso científico alternativo. Com essa finalidade o pensador desenvolve uma série de estratégias que visam subverter as normas do discurso filosófico tradicional e acadêmico. Para ele, a posição filosófica carrega uma dimensão ética ela é um meio de engajamento social. Encerramos o trabalho com a reflexão sobre a influência do Fausto de J.W. Goethe no jovem praguense. Salientamos a transformação do papel da ciência no período que separa a vida de Goethe da de Flusser e mostramos como a preocupação com o reducionismo e a instrumentalização da ciência tornou-se um dos temas centrais dos textos de Flusser.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Eva Batlickova

Primo Levi: uma leitura dos silêncios em É isto um homem?

Esse trabalho tem como objetivo analisar os diferentes tipos de silêncio presentes na obra É isto um homem?, de Primo Levi. A escrita sobre a Shoá é permeada por diferentes manifestações de silêncio; este, além de se apresentar como uma impossibilidade, pode ser uma chave de leitura, analisada a partir das perspectivas de autores como Sérgio Kovadloff, Renato Lessa e do autor do texto, Primo Levi.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Rebeca Fernanda Gasparini Serrano

Mosseh Rephael d\'Aguilar: origens da literatura judaica em português no Brasil holandês

Os objetivos principais deste trabalho são: o resgate do autor Mosseh Rephael dAguilar e sua obra, a constatação de que foi ele um dos precursores da literatura judaica em português durante o período colonial holandês no nordeste brasileiro e, por fim, a transcrição da única obra da qual se tem a certeza de haver sido produzida no Brasil em sua estadia entre 1642 e 1654. Para tal, foram analisados manuscritos, publicações e documentos situados na Biblioteca Ets Haim Montezinos, Arquivo Municipal da Cidade de Amsterdã, cemitério português de Ouderkerk e coleção Rosenthaliana da Universidade de Amsterdã. Encontramos inúmeros documentos que revelam detalhes sobre sua biografia e a relação com o sobrinho Isaac de Castro Tartas, bem como os postos comunitários ocupados na sua trajetória profissional. Foi atuante durante quarenta anos como rabino, filósofo, autor, professor, tradutor, gramático e filólogo, membro do Beth Din (corte rabínica) em Amsterdã, e rosh ieshivá (chefe de Academia Talmúdica). Procuramos elencar sua obra, que abrange um variado leque incluindo responsa de temas haláchicos (legais), tratados de lógica e retórica, manual de abate ritual de animais, homilias, discursos, índex para estudo do Talmud, interpretações de fontes canônicas, poesia e ascamot (autorizações). Poliglota de biblioteca vasta e interessado além dos muros da sua própria comunidade, teve duas de suas obras publicadas, mas descobrimos milhares de páginas que ainda aguardam catalogação e publicação. Mostramos que não foi somente um acompanhante do célebre rabino Isaac Aboab da Fonseca em seu curto intervalo no Recife, mas produziu aquele que consideramos um dos textos pioneiros da literatura judaica em português produzida em solo brasileiro. Seu texto Explicação do Capítulo 53 de Isaías feita no Brasil, tem transcrição inédita neste trabalho.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Marcelo Maghidman

Judeus por escolha: um fenômeno de reconfiguração identitária? A A.R.I do Rio de Janeiro (2006-2016)

Pautando-me pelos dados colhidos em formulários enviados a um grupo de pessoas convertidas ao judaísmo, entre os anos de 2006 e 2016, pela sinagoga da Associação Religiosa Israelita do Rio de Janeiro, pretendo avaliar se aqueles que se convertem causam augum tipo de reconfiguração na identidade da A.R.I.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Michelle Gonçalves de Castro

Era uma vez uma voz: o cantar ídiche, suas memórias e registros no Brasil

O presente trabalho apresenta um estudo da cultura ídiche através do cantar e do seu significado para os imigrantes e descendentes dessa vertente cultural no Brasil. O cantar ídiche foi um dos elos que esses indivíduos mantiveram com suas raízes. Esses vínculos foram investigados através de entrevistas e relatos de suas memórias. O objetivo desta tese foi retratar o passado vivo de um grupo cultural que sempre cultivou formas de expressão musical no seu cotidiano e seu significado. O resultado do trabalho propõe uma reflexão sobre a importância do cantar na preservação dessa cultura musical e sobre questões relativas à identidade judaica brasileira. Os gêneros musicais ídiches acalentam a saudade velada e simbólica que os imigrantes e seus descendentes sentem do território evocativo do ídiche. O cancioneiro ídiche traz, no plano coletivo e individual, uma herança apreciada de forma universal e crescente, por diversas esferas culturais.

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2022-12-06T14:53:37Z

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Sonia Goussinsky

Vozes femininas: trajetórias de sobreviventes do holocausto radicadas no Brasil (1933-1960)

A partir do registro das narrativas orais sobre o Holocausto, pretendemos analisar um conjunto de testemunhos que expressem as trajetórias das mulheres judias sobreviventes do nazismo radicadas no Brasil entre 1933-1960. A historiografia sobre o tema revela que um grande número de mulheres judias foram perseguidas, torturadas e confinadas em guetos, campos de trabalho e de extermínio. No entanto, muito pouco se sabe sobre a trajetória daquelas que optaram por viver no Brasil. Suas histórias de vida estão diretamente relacionadas à política antissemita adotada após a ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, na Alemanha. É fato que o cotidiano dos judeus foi totalmente alterado a partir deste momento em que o Estado nacional-socialista passou, gradativamente, a segregá-los enquanto seres inferiores. As mulheres judias, por sua vez, foram tratadas como representantes de uma raça degenerada, e, como tais, tornaram-se o foco das ações racistas previstas como parte do plano de exclusão e extermínio idealizado pelo Terceiro Reich. São as narrativas de algumas destas mulheres que, enquanto sobreviventes do Holocausto, nos interessam analisar em busca de suas visões de mundo, seus traumas, dores e alegrias

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2022-12-06T14:53:37Z

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Lilian Ferreira de Souza