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Influência do pré-condicionamento isquêmico na proteção miocárdica em revascularização do miocárdio com pinçamento intermitente da aorta
Objetivo: Este estudo testa a hipótese de que curtos períodos de isquemia podem aumentar a proteção obtida pelo pinçamento intermitente da aorta. Métodos: No grupo controle (18), a operação foi realizada com hipotermia sistêmica a 32 ºC com pinçamento intermitente da aorta e uso de circulação extracorpórea (CEC). No segundo grupo, denominado de pré-condicionamento (17), foram acrescidos dois pinçamentos de 3 minutos da aorta com intervalo de 2 minutos de reperfusão entre eles, previamente ao pinçamento intermitente da forma convencional. CK-MB, troponina I, adenosina e lactato foram obtidos do seio ocoronário no início da circulação extracorpórea (1), ao final da segunda anastomose (2) e ao final da CEC (3). Resultados: Os níveis de CK-MB e troponina I apresentaram uma leve tendência a aumentar ao final da CEC no grupo controle, enquanto os de adenosina e lactato não apresentaram diferença. <img SRC="http:/img/fbpe/rbccv/v16n1/5182q1.gif"> Conclusão: Concluímos que o pré-condicionamento isquêmico não promoveu melhora significante na proteção miocárdica.
2022-12-06T14:00:36Z
PÊGO-FERNANDES,Paulo M. JATENE,Fabio B. KWASNICKA,Karina HUEB,Alexandre Ciamppina GENTIL,André Felix COELHO,Fabrício Ferreira STOLF,Noedir A. G.
Optimização da perviabilidade do enxerto venoso na revascularização miocárdica: compreensão da fisiopatologia, novas drogas e avanços técnicos
Objetivo: Baseado nos modernos conceitos do comportamento endotelial do enxerto venoso, o objetivo deste trabalho foi identificar quais os principais fatores de obstrução no período imediato da cirurgia, quais e quando ocorrem as modificações morfológicas tardias e, finalmente, apontar os recursos aplicáveis para optimizar a perviabilidade imediata e tardia dos enxertos venosos. Casuística e Métodos: No período de 1971 a 1998 foram operados 3116 pacientes de revascularização miocárdica. Estes procedimentos foram analisados em três grupos- grupo I onde somente se empregou veia safena; grupo II onde somente se empregou artéria torácica interna e grupo III onde se empregou a associação de veia safena e artéria torácica interna. A incidência de reoperações foi analisada procurando identificar a perviabilidade dos diferentes enxertos e seus resultados. Foi realizada uma análise estatística empregando-se o teste de Qui-quadrado para averiguar a existência de diferenças de reoperados e mortalidade entre os três grupos. Resultados: O índice de mortalidade imediata variou de 1 a 7% no grupo I para 3,8 % no grupo II demonstrando diferença estatisticamente significativa (p= 0,0401). Foram reoperados 255 pacientes, sendo 3,8% no grupo II e 8,1% no grupo I demonstrando diferença estatisticamente significativa (p= 0,0094). Conclusões: Os resultados imediatos com os enxertos venosos dependem do manuseio cirúrgico, retirada. e preparo da veia, confecção das anastomoses e qualidade das artérias coronárias. Os resultados tardios entre o quinto e décimo anos sofrem a influência do espectro da aterosclerose. Os enxertos venosos representam maior incidência de reoperações quando comparados com os enxertos arteriais. Os enxertos venosos podem aumentar o grau de perviabilidade através da limitação do manuseio da veia safena, emprego de drogas como verapamil, triglicerina, papaverina, aprotinina, da profilaxia da aterosclerose e da uniformização da luz das veias irregularmente dilatadas através de enxertos tubulares híbridos.
2022-12-06T14:00:36Z
LOURES,Danton R. Rocha RIBEIRO,Edison José MULINARI,Leonardo Andrade CARVALHO,Roberto Gomes de ALMEIDA,Rui Sequeira de FELÍCIO,Marcelo Laneza
Ventriculectomia parcial esquerda: operação de Batista em pacientes acima de 60 anos
Fundamentos: A insuficiência cardíaca constitui-se em grave problema de saúde pública. Recente proposta de tratamento cirúrgico para a insuficiência cardíaca terminal é a ventriculectomia parcial esquerda, não havendo publicações específicas sobre seus benefícios em pacientes acima de 60 anos. Objetivo: Estudar os resultados obtidos com o tratamento da miocardiopatia dilatada em pacientes acima de 60 anos, submetidos à ventriculectomia parcial esquerda. Método: Entre maio de 1995 e dezembro de 1997 dez pacientes com idade entre 62 e 78 anos, portadores de miocardiopatia dilatada em classe funcional IV (NYHA), foram submetidos à ventriculectomia parcial esquerda no Serviço de Cirurgia Cardiotorácica da Disciplina de Cirurgia Cardiotorácica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Núcleo de Hospital Universitário. A ressecção, de forma elíptica, foi realizada na parede lateral do VE, entre os dois músculos papilares, estendendo-se, desde o ápice até próximo do anel mitral. Resultados: Nove (90%) pacientes receberam alta hospitalar e um paciente (10%) evoluiu para óbito, no sexto dia de pós-operatório. O fragmento ressecado variou de 6 a 10,5 cm de comprimento por 4 a 5,5 cm de largura, com 10,8±1,3 cm por 5±0,06 cm em média. O controle ecocardiográfico demonstrou: <img SRC="http:/img/fbpe/rbccv/v16n1/5184q1.gif"> No seguimento, observou-se que três pacientes (30%) encontram-se em grau funcional I ( NYHA), três pacientes (30%) em II e um paciente (10%) em grau funcional III. A sobrevida atuarial desses pacientes foi de 100%, 87%, 87% e 67% para 6, 12, 24 e 36 meses de seguimento, respectivamente. Conclusão: A ventriculectomia parcial esquerda, realizada em pacientes com idade superior a 60 anos portadores de insuficiência cardíaca com severa disfunção hemodinâmica, apresentou mortalidade baixa, promovendo recuperação acentuada do desempenho cardíaco.
2022-12-06T14:00:36Z
PONTES,José Carlos D. V. GOMES,Otoni M. MEDEIROS,Carlos Geraldo S. SILVA,Arino F. DUARTE,João J. GARDENAL,Neimar VIOLA,Marcos Douglas Z.
Baixas doses de óxido nítrico na seleção dos pacientes candidatos a transplante cardíaco com hipertensão pulmonar
A disfunção do ventrículo direito no pós-operatório do transplante cardíaco é uma complicação freqüente com morbimortalidade elevada. A avaliação hemodinâmica pulmonar dos candidatos precisa, às vezes, do emprego de prova farmacológica com o uso de drogas endovenosas vasodilatadoras tipo nitroprussiato de sódio (NTPNa), visando reduzir os níveis de pressão e resistência vascular pulmonar (RVP) elevados a níveis compatíveis com os protocolos de inclusão dos Programas de Transplante Cardíaco. Valores de RVP acima de 6 unidades Wood sem droga vasodilatadora, ou acima de 2,5 com a utilização destas, excluem os pacientes do Programa. Entre janeiro de 1997 e janeiro de 2000 foram submetidos a cateterismo direito, 40 pacientes candidatos a transplante. A maioria homens, com idade mé (±12 anos). As etiologias mais encontradas foram miocardiopatia dilatada idiopática (59%) e miocardiopatia isquêmica (25%). Todos em CF IV da NYHA, com fração de ejeção média do ventrículo esquerdo de 0,21 (± 0,03). A monitorização do débito cardíaco (DC), pressão da artéria pulmonar (PAP) e RVP foi feita pelo método contínuo, utilizando para isto cateter de artéria pulmonar especial. Em 5 pacientes a prova farmacológica foi interrompida devido aos efeitos sistêmicos do NTPNa com queda da PAM, RVP e DC. Todos foram submetidos a inalação de óxido nítrico (NO) por máscara, a uma dose de 20 ppm durante 10 minutos. Em 3, a RVP reduziu de 7,8 (±0,88) para 2,4 (±0,36) unidades Wood, e eles foram incluídos no Programa de Transplante. Nos outros 2, apesar de doses de NO de 20,30 e 40 ppm, a redução foi de 8,4 (±2,12) para 4,9 (±0,42) unidades Wood, ou seja, insuficiente para serem incluídos nos Programas de Transplante. Não tivemos óbitos, nem complicações durante os procedimentos. O NO inalatório na avaliação hemodinâmica dos candidatos a TC -- pelo seu efeito vasodilatador seletivo -- permite identificar aqueles com hiper-resistência vascular pulmonar, que não respondem ao uso de drogas vasodilatadoras endovenosas convencionais, evitando que sejam excluídos dos benefícios do procedimento do TC.
2022-12-06T14:00:36Z
MEJIA,Juan Alberto Cosquillo PINTO Jr.,Valdester Cavalcante BARROSO,Haroldo Brasil MESQUITA,Fernando Antônio CARVALHO Jr.,Waldomiro CASTELO BRANCO,José Matos Brito SOUZA,Flávio José Rocha VIANA,Maria Corina Amaral SOUSA,Patrícia Lopes SOUSA NETO,João David
Preparo do ventrículo subpulmonar através de dois diferentes modelos ajustáveis de bandagem do tronco pulmonar: estudo experimental
Dois modelos de dispositivos ajustáveis foram implantados em cabritos jovens, com o objetivo de avaliar suas capacidades de bandagem do tronco pulmonar (TP) e eficiência no treinamento do ventrículo subpulmonar. Foram utilizados 3 grupos de 7 animais, submetidos ao implante de cateter balão (grupo I), implante de dispositivo de bandagem externa (grupo II) e para obtenção dos pesos dos ventrículos direito (VD), esquerdo (VE) e septo interventricular em condições normais (grupo controle). Os animais foram submetidos a ajustes progressivos dos dispositivos, a cada 24 horas, durante um período de 96 horas, avaliados através de monitorização hemodinâmica e ecocardiograma seriado. A hipertrofia ventricular foi avaliada através de parâmetros morfológicos e de microscopia óptica. Todos os animais concluíram o período de treinamento proposto. O gradiente VD-TP, a razão VD/VE e a pressão sistólica do VD foram significativamente maiores no grupo II (p<0,05). Observou-se aumento significativo da espessura da parede do VD, ao ecocardiograma, nos grupos I e II ao longo dos momentos avaliados, não havendo diferença significativa entre eles. O peso indexado e o peso seco do VD foi significativamente maior nos grupos I e II que no grupo controle (p<0,05), não havendo diferença significativa entre os grupos I e II (p>0,05). O perímetro e a área dos miócitos mostraram um aumento significativo no final do treinamento, comparados à amostra retirada no momento do implante dos dispositivos. Observamos maior grau de estenose do TP com dispositivo de bandagem externa, porém ambos tiveram a capacidade e a eficiência de preparar o ventrículo subpulmonar.
2022-12-06T14:00:36Z
CANÊO,Luiz Fernando DIAS,Carlos A. ASSAD,Renato Sammy ABDUCH,Maria Cristina Donadio AIELLO,Vera Demarchi MOREIRA,Luiz Felipe Pinho LOURENÇO FILHO,Domingos D. STOLF,Noedir A. G.
Técnica de implante subpeitoral para tratamento de infecção de loja de marcapasso: estudo inicial
Introdução/Objetivo: O implante de marcapasso cardíaco definitivo é um procedimento caracterizado por um baixo índice de complicações. No entanto, a infecção, principalmente a de loja de fonte geradora, caracteriza-se como uma das complicações mais comuns, com incidências variando entre 1-5% na maioria dos centros. Diversas abordagens terapêuticas para o tratamento desta afecção vêm sendo descritas com resultados controversos. Observa-se, entretanto, uma tendência a melhores resultados, com menores índices de falência de tratamento ou reinfecção, nas abordagens mais agressivas, estas sempre relacionadas à alta morbidade e a altos custos finais. Com base nos princípios já bem descritos do poder bactericida dos flaps musculocutâneos associados à antibioticoterapia na esterilização de áreas pouco vascularizadas infectadas, foi desenvolvida e avaliada neste estudo inicial a técnica de implante subpeitoral para o tratamento dos casos de infecção restrita de loja de fonte geradora, objetivando-se menores morbidades e custos com, bons resultados. Casuística e Método: Foi considerado no presente estudo o período de janeiro de 1996 a março de 2000 onde foram realizados 574 procedimentos, entre implantes e trocas de fontes geradoras, na Santa Casa de São Paulo, com um índice de infecção de 1,11% (6 casos) e 2 casos de extrusão de fonte geradora sem infecção aparente. Quatro casos tratavam-se de infecção exclusiva de loja de fonte e em 2 casos houve comprometimento sistêmico com sepse. Os germes infectantes foram S.aureus, S.epidermidis e Pseudomonas. Foi utilizada como abordagem terapêutica para todos os casos sem comprometimento sistêmico a técnica de implante subpeitoral da mesma fonte geradora associada à antibioticoterapia específica. Resultados: Não houve óbitos, casos de reinfecção ou falência de tratamento nos pacientes submetidos à técnica. O tempo médio de internação foi 7,3 dias. O tempo médio de antibioticoterapia foi de 7 dias. Não houve distúrbios do marcapasso que exigissem reabordagem. O seguimento é de 5 meses a 4 anos. Conclusão: A técnica avaliada mostra-se, a princípio, como uma alternativa viável no tratamento da infecção de loja de marcapasso, com baixa morbidade e grande eficácia.
2022-12-06T14:00:36Z
VALENTE,Acrisio Sales POCHINI,Marcelo de Castro PINTO,Ana Maria Rocha CAMPAGNUCCI,Valquíria P. MARINELLI,Itagiba GANDRA,Sylvio Matheus de Aquino RIVETTI,Luiz Antônio
Erosão esternal por aneurisma da aorta. Qual o melhor acesso?
É descrito o caso de um paciente que apresentava erosão esternal ocasionada por aneurisma da aorta ascendente e hemi-arco aórtico proximal. A via de acesso foi toracotomia bilateral uma vez que a erosão era na parte alta do esterno, empregando-se hipotermia profunda e parada circulatória total. Foi interposto enxerto de pericárdio bovino para correção da aorta ascendente e hemi-arco aórtico proximal e outro enxerto entre o tronco braquicefálico e a parede lateral do enxerto de pericárdio bovino. A artéria descendente anterior foi revascularizada por haver oclusão do óstio da artéria coronária esquerda. Após 3 anos da operação o paciente está assintomático.
2022-12-06T14:00:36Z
CARVALHO,Roberto Gomes de GIUBLIN,Paulo R. LOPES,Luiz R. MULASKI,José Carlos SILVA Jr.,Arleto Zacarias MULINARI,Leonardo A.
Cirurgia conservadora de próteses aórtica e mitral na endocardite infecciosa
A endocardite infecciosa (EI) acometendo próteses valvares é uma complicação freqüente, sendo tratada geralmente com cirurgia, devido ao seu difícil controle clínico e má resposta à antibioticoterapia. Este relato descreve o caso de uma paciente com EI, acometendo simultaneamente as biopróteses aórtica (Ao) e mitral (Mi) após vinte e quatro meses de cirurgia de implantes valvares, submetida a tratamento cirúrgico conservador, e com resultado favorável. Discutem-se as vantagens deste procedimento em situações específicas.
2022-12-06T14:00:36Z
KASSAB,Kanim Kalil MENEGOLI,José Antônio Garcia PICARDI,Vera Lúcia A. M. ALMEIDA,Marcos Cesar V. de SABINO,Emil SAN JUAN,Edgard CAMACHO,Ricardo Gomes OGIDO,César Morioki MEIRA,Enoch Brandão de Souza
Procedimentos de Vineberg: proposta de uma variação técnica
O trabalho tem o objetivo de apresentar uma nova sistematização técnica para o procedimento de Vineberg, eficaz e facilmente reprodutível. Consta da introdução de um longo segmento da artéria torácica interna esquerda no miocárdio ventricular, utilizando-se uma "Bainha Introdutora".
2022-12-06T14:00:36Z
LOBO FILHO,José Glauco
O processo de implantação de diretrizes na prática médica
Diretrizes tradicionalmente são desenvolvidas por médicos para aumentar a qualidade dos cuidados ao paciente, podendo fornecer aos seus usuários informação médica valiosa, aumentando a objetividade na decisão médica. Este artigo aborda aspectos determinantes de diretrizes de boa qualidade, sobretudo os métodos de elaboração, discutindo fatores envolvidos em sua aplicabilidade como custos implicações éticas e legais.
2022-12-06T14:00:36Z
JATENE,Fabio B. BERNARDO,Wanderley Marques MONTEIRO-BONFÁ,Rosangela
Preditores de mortalidade hospitalar no paciente idoso portador de doença arterial coronária
Introdução: O receio em nosso meio, em se retardar, erroneamente, a revascularização do miocárdio (RM) em pacientes idosos determinou a realização deste estudo. Casuística e Métodos: Um total de 361 pacientes foram, consecutivamente, submetidos a RM entre 1992 e 1995, dos quais 30,7% eram mulheres, 69,3% homens; 36,7% encontravam-se em classe funcional III/IV. Foi realizada análise univariada com 19 fatores pré-operatórios e, a seguir, multivariada (regressão logística) com as variáveis que mostraram associação significativa (p < 0,005). Resultados: Os fatores prognósticos da morbidade operatória foram: diabete melito, ICC, angina instável. Os pós-operatórios foram: acidente vascular cerebral, insuficiência renal, infecção e suporte respiratório prolongado. Conclusão: A RM pode ser realizada em pacientes com idade avançada, acompanhada de excelentes resultados (baixa mortalidade operatória), especialmente pacientes em classe funcional de ICC não muito avançada, propiciando melhora significativa da qualidade de vida.
2022-12-06T14:00:36Z
IGLÉZIAS,José Carlos R. OLIVEIRA Jr.,José Lima DALLAN,Luís Alberto O. LOURENÇÃO Jr.,Artur STOLF,Noedir A. G.
Obtenção da veia safena magna através de acesso minimamente invasivo para revascularizações miocárdicas
Objetivo: Avaliar a possibilidade de obtenção da veia safena magna através de miniincisões de pele, a sua qualidade e a ocorrência de complicações precoces da ferida operatória. Casuística e Métodos: Foram estudados 46 pacientes, admitidos entre julho e novembro de 1999. Após miniincisões longitudinais de pele a veia safena magna foi identificada e, com auxílio de afastador de lâmina longa e estreita, delicadamente dissecada. Os pacientes foram divididos em 2 grupos na dependência da presença dos fatores de risco: anemia, aterosclerose periférica, obesidade e diabete melito. As feridas operatórias foram observadas quanto às complicações maiores e menores. Amostras da veia foram enviadas para estudo histológico. Resultados: O número médio de incisões foi 2,3, com tamanho médio de 3,5 cm e de todas incisões somadas de 7,3 cm. O tamanho médio da veia foi 34,1 cm, com tempo médio de retirada de 28,7 minutos. Foram observadas complicações menores em 5 (10,8%) pacientes; sendo hematoma local a mais comum (6,5%). Não foram observadas complicações maiores e a ressecção foi sempre possível. Em 2 casos houve lesão macroscópica da veia, sendo possível a sua correção e utilização. O estudo histológico demonstrou preservação da arquitetura tecidual e não evidenciou lesão endotelial significativa. Conclusões: A obtenção da veia safena magna através de miniincisões é possível e resulta em adequado enxerto venoso. A incidência de complicações da ferida é baixa e independente dos fatores de risco. Estes resultados preliminares sugerem que a técnica pode ser aplicada com segurança em pacientes submetidos à revascularização miocárdica, embora os resultados a longo prazo ainda necessitem ser determinados.
2022-12-06T14:00:36Z
TYSZKA,André Luiz FUCUDA,Leila Satomi TORMENA,Eloisa de Brida CAMPOS,Antonio Carlos L.
Remodelamento cirúrgico do coração no tratamento cirúrgico da cardiomiopatia isquêmica
Objetivo: Apresentamos um grupo de pacientes em fase avançada de miocardiopatia isquêmica, operado com a técnica de remodelamento cirúrgico do coração: revascularização do miocárdio, anuloplastia mitral/tricúspide, plicatura de VE e procedimento de DOR. Casuística e Métodos: Vinte e sete pacientes com miocardiopatia isquêmica avançada foram submetidos a remodelamento cirúrgico do coração: 22 homens, idade média 57,8 anos, 23 em classes III e IV, fração de ejeção média de 15%. Todos os pacientes foram submetidos a CEC e cardioplegia sangüínea quente. Vinte e seis pacientes receberam 74 enxertos (2,7). Anuloplastia mitral foi realizada em 10 casos e mitral + tricúspide em 4. Plicatura do VE foi realizada em 2 pacientes e procedimento de DOR em 18. O tempo médio de pinçamento aórtico foi de 59min e o tempo médio de CEC de145min. Dez pacientes necessitaram de balão intra-aórtico e 25 receberam drogas inotrópicas no pós-operatório. Resultados: O tempo médio de ventilação foi de 31,7horas e tempo médio de internação na UTI foi de 65,7horas. Três pacientes foram reintubados e 2 reoperados por sangramento. Oito pacientes apresentaramom FA e 1 AVC. O período médio de internação foi de 13 dias. A mortalidade hospitalar foi de 22,3% (6 pacientes); 4 decorrente de baixo débito e 2 de sepse. Num período de acompanhamento médio de 20,7 meses, 19 (70,3%) estavam vivos; 17 em classes I e II, não tendo sido observado IAM neste período. Dois pacientes foram reinternados por FA, 2 por angina e 3 por ICC. Conclusão: Remodelamento cirúrgico do coração é uma alternativa cirúrgica para pacientes com cardiomiopatia isquêmica com morbidade aceitável e bons resultados a médio prazo.
2022-12-06T14:00:36Z
GAMA,Hemerson MARTIN,William NAIK,Surendra K.
Prótese valvar aórtica sem suporte: o que aprendemos
Objetivo: Analisar o estado atual e a justificativa para o uso continuado das próteses aórticas sem suporte, dando enfoque aos resultados clínicos com a prótese porcina composta CryoLife-O'Brien (CLOB). Casuística e Métodos: Entre dezembro de 1992 e fevereiro de 2000, 307 pacientes foram submetidos à troca da valva aórtica por uma prótese CLOB. A idade média dos pacientes era de 73 anos (59-89 anos), sendo 16% acima de 80 anos. Todos os pacientes foram analisados clínica e ecocardiograficamente no pós-operatório com 6 dias, 6 meses, 12 meses e anualmente. Resultados: A mortalidade hospitalar foi 1,3% (4 casos não relacionados à troca valvar). A mortalidade tardia foi 9,2% (28 pacientes); dos quais somente 2 (endocardite tardia) eram prótese-relacionados. Morbidade incluiu: 2 (0,6%) casos de acidente vascular cerebral perioperatório, 6 (1,9%) "leaks" perivalvares, 6 (1,9%) endocardites e 1 (0,3%) deterioração estrutural. Reoperação foi necessária em 6 (1,9%) pacientes: 3 por endocardite, 2 por "leak" perivalvar e 1 por deterioração estrutural. Os ecocardiogramas seriados demonstraram um gradiente médio de 7mmHg, com uma baixa incidência de incompetência trivial pelo doppler, e regressão significativa da hipertrofia ventricular esquerda (p=0,05). Conclusão: As próteses sem suporte têm apresentado excelentes resultados a curto e médio prazos. Entretanto, vigilância rigorosa é necessária para determinar a durabilidade aos 10-12 anos, período em que as valvas porcinas com suporte começam a demonstrar deterioração estrutural.
2022-12-06T14:00:36Z
NINA,Vinícius José da Silva O'BRIEN,Mark F.
Efeitos da correção cirúrgica de estenose mitral sobre o ritmo cardíaco
Objetivo: Determinar a freqüência de reversão de fibrilação atrial (FA) ao ritmo sinusal (SA) em pacientes com estenose mitral (EM) submetidos a tratamento cirúrgico e identificar prováveis fatores favoráveis ou desfavoráveis a este evento. Casuística e Métodos: Estudo de caso-controle, envolvendo 53 pacientes com EM, sem acometimento de outras valvas, submetidos a correção cirúrgica. A população estudada apresentou as seguintes características: mulheres: 71,7%; idade média: 42,4 anos; classe funcional III: 67,9%; área mitral média: 0,92 cm²; átrio esquerdo médio: 56,0 mm; ritmo antes da operação: SA: 51,0% e FA: 49,0%. Os pacientes foram divididos em dois grupos de acordo com o ritmo apresentado no período pós-operatório tardio: grupo I, formado pelos pacientes que, após a operação, apresentavam ritmo SA e grupo II, constituído por aqueles que, no pós-operatório, estavam em FA. Resultados: Dez (18,9%) pacientes (em relação ao total; 38,5% em relação àqueles com FA) apresentavam FA no período pré-operatório e sofreram reversão para o ritmo SA no pós-operatório e em 2 pacientes (3,8% em relação ao total; 7,4% em relação àqueles em ritmo SA) houve degeneração do ritmo SA para FA. Houve diferença estatisticamente significativa (p < 0,05) entre os dois grupos apenas em relação a variável idade (p = 0,0456). Conclusões: A operação de correção de EM apresenta resultados insatisfatórios em relação à reversão da FA para ritmo SA, sugerindo a necessidade de associação de outro procedimento cirúrgico para restaurar o ritmo normal. Vários estudos tentaram identificar os fatores predisponentes à permanência e ao desenvolvimento de FA após a operação, porém foram obtidos resultados contraditórios. No presente estudo, a única variável que apresentou associação com a FA foi a idade avançada.
2022-12-06T14:00:36Z
SCHMIDLIN,Carlos Augusto LOURES,Danton R. da Rocha CARVALHO,Roberto Gomes de MULINARI,Leonardo Andrade SILVA Jr.,Arleto Zacarias BROMMELSTRÖET,Maricélia CHOMA,Ricardo José SHIBATA,Sérgio LEITÃO,Luciano Augusto SILVA,Fábio Rodrigues ULTRAMARI,Frederico Thomaz
Resultados a médio prazo do tratamento cirúrgico da dissecção aguda de aorta tipo A com o emprego da prótese intraluminal
Introdução: O conceito de prótese intraluminal foi introduzido por CARREL, em 1912. Em 1978, DUREAU & ABLASA descreveram os primeiros casos de dissecção aguda de aorta tratados com o emprego da prótese intraluminal. Esta prótese foi utilizada nos anos 80 por vários grupos com bons resultados. Vários relatos de complicações (migração, embolias, estenoses, formação de pseudo-aneurismas) fizeram com que os grupos cirúrgicos perdessem o entusiasmo por esta técnica. Objetivo: Avaliar a anastomose empregando a prótese intraluminal sem sutura no tratamento da dissecção aguda de aorta tipo A. Casuística e Métodos: Sessenta e quatro pacientes com diagnóstico de dissecção aguda de aorta do tipo A foram operados em nosso Serviço. Em todos os casos empregamos o anel intraluminal como técnica de sutura. A idade média dos pacientes era de 56,3 anos, sendo 57 (89%) do sexo masculino. Todos os pacientes eram portadores de hipertensão arterial sistêmica. Em 26 pacientes utilizamos somente a anastomose intraluminal, com o anel proximal acima dos óstios coronários de modo a ressuspender a valva aórtica e o anel distal posicionado junto à origem do tronco braquiocefálico. O tempo médio de pinçamento da aorta nestes pacientes foi de 9 minutos e o tempo médio de CEC de 26 minutos. Somente em 1 caso houve rotura da ligadura sobre o anel proximal, quando realizamos uma operação radical (Bentall- DeBonno), mantendo o anel distal. Em 23 pacientes utilizamos a ressuspensão da valva aórtica e o preparo da raiz da aorta com duplo retalho de Dacron, empregando o anel intraluminal na anastomose distal. Abordamos o arco aórtico em 8 pacientes. A troca da valva aórtica foi necessária em apenas 6 pacientes. A mortalidade global foi de 10,3%, sendo que nos pacientes onde foi possível o tratamento com o duplo anel não houve nenhum óbito. Na avaliação pós-operatória destes pacientes foi realizado ecocardiograma e aortografia. Não observamos formação de pseudo-aneurisma, migração e o gradiente máximo encontrado foi de 16 mmHg. Conclusão: O emprego da prótese intraluminal para o tratamento da dissecção aguda de aorta do tipo A nos proporciona uma anastomose rápida, segura e hem2ostática. Na avaliação pós-operatória e a médio prazo não observamos qualquer complicação relacionada ao emprego desta técnica.
2022-12-06T14:00:36Z
OLIVEIRA,Jefferson Francisco de REIS FILHO,Fernando Antônio Roquette LIMA,Luiz Cláudio Moreira MONTEIRO,Ernesto Lentz da Silveira MARTINS,Sandro Adauto FARIA,Pedro Evandro Alvim de PENA,Geraldo Rezende BARROS NETO,Wanderbilt Duarte de GUIMARÃES,Rodrigo Gil MATAR,Luciano PIRES,Charles Silva BERNARDES,Rodrigo de Castro
Transplante cardíaco e infecção
Objetivo: O presente estudo visa avaliar a incidência de infecções, os agentes etiológicos, e a apresentação clínica e a morbi-mortalidade operatória nos pacientes submetidos a transplante cardíaco na Universidade Federal de São Paulo. Casuística e Métodos: No período de novembro de 1996 a junho de 1998, 97 pacientes transplantados pela equipe de Cirurgia Cardiovascular da UNIFESP sobreviveram por período superior a uma semana após o transplante e foram analisados, retrospectivamente, quanto aos processos infecciosos diagnosticados. A idade dos pacientes variou de 3 a 63 anos (média de 44,4 ± 13,0 anos), sendo que a maioria apresentava miocardiopatia dilatada (46), seguida de chagásica (24) e isquêmica (23). O tempo de seguimento variou de 0,33 a 119 meses (36 ± 30,7 meses). Resultados: Dos 97 pacientes estudados, 16 (16,4%) morreram, sendo infecção a principal causa, seguido pela rejeição em 10 (10,30%). As causas de óbito por infecção foram: sepse bacteriana em 6 pacientes, pneumonia em outros 6, infecção intra-abdominal em 2, toxoplasmose disseminada em 1 e infecção pelo citomegalovírus em 1. Ocorreram 142 episódios infecciosos diagnosticados distribuídos da seguinte forma: bacterianos 76 (52,5%); virais 34 (28,8%); fúngicos 20 (17,5%) e protozoários 12 (12,4%). Houve 8 episódios de reativação da doença de Chagas (média 4,9 meses após o transplante) diagnosticados principalmente através do aparecimento de nódulos subcutâneos. Todos os casos de reativação foram tratados com alopurinol e evoluíram bem. Conclusão: Os dados apresentados mostraram o predomínio de infecções bacterianas que causaram maior mortalidade. Nos transplantados por doença de Chagas a reativação da doença pode ser controlada adequadamente com uso de alopurinol. Os dados são importantes para orientação em nossa comunidade dos programas de transplantes, uma vez que traz à tona particularidades do nosso meio.
2022-12-06T14:00:36Z
COUTO,Wilson José BRANCO,João Nelson R. ALMEIDA,Dirceu CARVALHO,Antonio C. VICK,Rodrigo TELES,Carlos A. AGUIAR,Luciano F. BUFFOLO,Enio
Transplante cardíaco: a experiência do Instituto do Coração de Pernambuco com 35 casos
Casuística e Métodos: Entre agosto de 1991 e fevereiro de 2000, 35 transplantes cardíacos ortotópicos foram realizados no Instituto do Coração de Pernambuco. Vinte e nove pacientes eram do sexo masculino e 6 do feminino, variando a idade de 15 a 69 anos (média 46,9). O diagnóstico dos receptores foi miocardiopatia isquêmica em 18 pacientes, miocardiopatia dilatada idiopática em 13, doença mixomatosa em 2, doença valvar reumática em 1 e doença de Chagas em 1. Todos estavam em fase final da insuficiência cardíaca (classe funcional III ou IV da classificação da New York Heart Association), e a fração de ejeção variou de 16 a 27% (média: 20,9 ± 2,9). Em todos utilizou-se a clássica técnica cirúrgica descrita por Lower e Shumway, em 1960. O tempo médio de isquemia do enxerto foi de 91 ± 21 minutos (variou de 60 a 180 min.). Resultados: Ocorreram 7 (20%) óbitos no pós-operatório imediato. Treze outros pacientes apresentaram complicações não fatais, incluindo 5 episódios de rejeição. O tempo médio de seguimento dos 28 sobreviventes foi de 31,2 meses (variou de 1 a 68 meses). Houve 14 mortes tardias devido a rejeição (4), infecção (4), doença arterial coronária (2), insuficiência renal crônica (2) e morte súbita (2). A curva actuarial estima sobrevida de 70% com 1 ano e de 30% aos 5 anos. Conclusão: É possível manter um programa de transplante cardíaco em nossa comunidade, embora se deva esperar resultados piores do que os da experiência internacional devido às limitações sociais da população de receptores.
2022-12-06T14:00:36Z
MORAES NETO,Fernando TENÓRIO,Deuzeny GOMES,Claudio A. TENÓRIO,Euclides HAZIN,Sheila MAGALHÃES,Marcos MORAES,Carlos R.
Heparina de alto peso molecular. Uma alternativa nas operações com circulação extracorpórea: estudo experimental
Introdução: As síndromes hemorrágicas no intra e pós-operatório de operações com circulação extracorpórea (CEC) constituem motivo de preocupação e, parte delas, pode ser atribuída à heparina não fracionada (HNF), droga indispensável e, até hoje, insubstituível nesse tipo de procedimento. Alguns autores consideram a ação anticoagulante da HNF como o principal responsável pelo sangramento e investem em drogas antifibrinolíticas ou que alteram a atividade plaquetária para tentar substituí-la. Toda HNF contém frações de heparina de baixo peso molecular (HBPM), não neutralizáveis pela protamina, que, em doses elevadas, e/ou em pacientes heparino-sensíveis, podem causar vasoplegia e aumento no sangramento pós-operatório em operações com CEC. Material e Métodos: Isolamos uma heparina de alto peso molecular (HAPM - peso modal de 25.000 Daltons), com 11% de frações de HBPM (< 7.000 Daltons), para experiências "in vitro" e "in vivo", e comparamos com HNF (peso modal de 15.000 Daltons), com 21% de frações de HBPM. Resultados: A atividade específica anticoagulante, por massa, foi superior quando comparada com a HNF tanto "in vitro", 273 ui/mg contra 181 ui/mg e TTPA mais elevado nas várias diluições, como "in vivo", em cães, durante CEC, comprovado pelo TCA, TTPA e heparinemia. A vida média da HNF foi de 60 minutos e acima de 90 minutos para a HAPM, na situação de experimentação. Conclusão: Acreditamos que esta experiência, inédita na literatura indexada, nos habilite ao uso da HAPM, em seres humanos, para averiguação da sua melhor neutralização pela protamina e menor incidência de hemorragia.
2022-12-06T14:00:36Z
CATANI,Roberto BERTINI Jr.,Ayrton PESSA,Clodualdo J. N. GOMES,Walter J. LOURENÇO,Dayse M. NADER,Helena B. DIETRICH,Carl P. BRANCO,João Nelson R. BUFFOLO,Enio
Associação de paralisia diafragmática bilateral e paralisia da cintura escapular após correção de aneurisma de aorta: relato de caso
A associação de paralisia diafragmática bilateral e paralisia da cintura escapular é uma complicação rara após correção de aneurisma de aorta ascendente. Esta associação leva à uma forma grave de insuficiência respiratória cujo sucesso do desmame da ventilação mecânica é dependente da capacidade da musculatura respiratória remanescente em compensar o trabalho respiratório excedente. Fisioterapia respiratória intensiva com treinamento da musculatura, correção dos distúrbios metabólicos, tratamento das infecções respiratórias associadas à ventilação mecânica e otimização do suporte nutricional foram fundamentais para o sucesso do desmame.
2022-12-06T14:00:36Z
MALBOUISSON,Luiz Marcelo Sá PERES,Denise AYAMA,Sérgio CARMONA,Maria José Carvalho AULER Jr.,José Otávio Costa