Repositório RCAAP

Aderência ao controle colonoscópico nos pacientes submetidos à ressecção endocóspica de adenomas

OBJETIVOS: Analisar a aderência de pacientes ao controle colonoscópico após ressecção endoscópica de pólipos adenomatosos. PACIENTES E MÉTODOS: Foram avaliados 74 pacientes que realizaram colonoscopia e apresentaram pólipos adenomatosos. Estes indivíduos foram orientados a realizar colonoscopia de controle após 1 ano, de acordo com o número de adenomas, diâmetro e classificação histológica. Além da orientação na consulta, os pacientes foram avisados por ligação telefônica no período indicado para colonoscopia de controle. RESULTADOS: No período de outubro de 2000 até abril de 2006 foram acompanhados 74 pacientes. Destes 51% eram do sexo masculino, sendo que a idade média foi de 52 anos. A aderência à colonoscopia de controle neste grupo foi de 82 %, sendo que no sexo feminino foi de 94% e no masculino, de 71%, demonstrando diferença estatisticamente significante (P= 0,023). Quanto à faixa etária, não houve diferença estatística entre os grupos, porém com uma tendência a menor aderência no grupo acima de 60 anos que poderá ser confirmada com aumento da amostra. CONCLUSÃO: Devido à recorrência de pólipos adenomatosos após a primeira polipectomia, está indicado o acompanhamento periódico desses pacientes. A colonoscopia, acompanhada de polipectomia das lesões adenomatosas, é a melhor ferramenta para a prevenção do câncer colorretal nestes indivíduos. Este trabalho demonstra que pacientes do sexo masculino possuem uma menor aceitação ao acompanhamento endoscópico, estando indicadas neste grupo medidas que promovam uma maior aderência a este tipo de prevenção.

Ano

2006

Creators

Brambilla,Eduardo Dal Ponte,Marcos Antonio Buffon,Viviane Raquel Fellini,Roberto Taboada Dal Bosco,Alexandre May,Rafael Schalins

Hemorroidectomia: estudo de 2.417 pacientes submetidos à cirurgia para tratamento da doença hemorroidária

Em 34.000 pacientes coloproctológicos foi feito o diagnóstico de DH, como doença coloproctológica principal, em 9.289 pacientes (27,3%), dos quais 2.417 (26,0%) foram submetidos à hemorroidectomia. O objetivo deste trabalho é estudar estes 2.417 pacientes submetidos à hemorroidectomia, com análise dos aspectos epidemiológicos (idades, sexos), dos aspectos envolvendo a cirurgia (posições do pacientes, anestesias usadas e técnicas cirúrgicas praticadas e complicações cirúrgicas), comparando os achados com os da literatura correlata. Dos 2.417 pacientes operados a maioria apresentava hemorróidas de terceiro (30,5%) e de quarto (60,2%). Predominou, de forma estatisticamente significativa, a incidência de DH entre mulheres (5.007 mulheres, 53,9%) sobre homens (4.282 homens, 46,1%), bem como de cirurgias (1.330 mulheres ou 26,6% de 9.289 portadores de DH ou 55,0% dos 2.417 operados). A média etária dos pacientes por ocasião do diagnóstico foi 39,9 anos, sendo 74,8% entre 21 e 50 anos de idade; e a média etária por ocasião da cirurgia foi 41,6 anos, sendo 71,8% entre 21 e 50 anos de idade. Foram encontradas, por ocasião do diagnóstico da DH 1.122 casos (12,1%) de doenças anais concomitantes, sobretudo fissuras anais (5,8%) e hipertrofia de papilas anais (3,4%). A incidência de DAC operadas foi de 30,1% (729 pacientes), sendo a fissurectomia (13,1%) e a papilectomia (11,0%) as duas DAC mais comumente operadas em concomitância à DH. Dos 2.417 pacientes operados de DH 45 pacientes (1,9%) foram operados de outras doenças que não no ânus, sobretudo plástica de períneo e varizes de membros inferiores, tendo, ainda, 26 pacientes (2,0%) sido operados em situações patológicas e fisiológicas especiais, sobretudo gravidez (8 casos, 0,3%). A anestesia mais usada foi a peridural (42,3%) e a local associada à analgesia (34,9%); as posições na mesa cirúrgica mais usadas foram o decúbito lateral esquerdo de Sims (58,4%) e "em canivete" (40,1%); e a técnica cirúrgica mais usada foi a técnica aberta (Milligan-Morgan) (2.014 casos, 83,3%). Foram observadas 76 complicações (3,1%), sobretudo estenoses anais (40 casos, 1,8%) e hemorragia anal (21 casos, 0,9%).

Ano

2006

Creators

Cruz,Geraldo Magela Gomes da Santana,Jorge Luiz Santana,Sandra Kely Alves de Almeida Ferreira,Renata Magali Ribeiro Silluzio Neves,Peterson Martins Faria,Marina Neves Zerbini de

Comparação das contagens das células de Langerhans de tecidos contendo carcinoma anal em doentes com e sem infecção pelo HIV

INTRODUÇÃO: As células de Langerhans (LC) são derivadas da medula óssea e constituem-se nas principais apresentadoras de antígeno da pele.conferindo desta forma, a resposta imune cutânea. Seu número está reduzido nos imunodeprimidos, incluindo na infecção pelo HIV, e a presença do tumor inibe sua migração, impedindo que os linfócitos T promovam regressão das células neoplásicas. OBJETIVO: Conhecer as diferenças entre as contagens de LC no tecido tumoral de doentes de carcinomas anais com e sem AIDS. MÉTODO: Avaliamos 24 doentes, sendo 14 com HIV e 10 outros sem HIV . O tratamento para o carcinoma foi semelhante nos dois grupos. Cortes retirados de blocos parafinados submetidos ao teste imunoistoquímico com anticorpo anti-CD68. Contamos as LC com método da histometria e os comparamos aos números obtidos com amostras previamente conhecidas de doentes sem doença infecciosa anorretal ou infecção pelo HIV. Revisamos também a evolução e as contagens séricas de linfócitos T CD4+ de doentes HIV-positivos. RESULTADOS: Observamos que o carcinoma anal foi mais freqüente em mulheres HIV-negativas e em homens HIV-positivos e que esses ultimos eram mais jovens. As LC foram menos numerosas nos doentes HIV-positivos e as maiores contagens estavam associadas com pior evolução. Os doentes HIV-positivos com os níveis mais baixos de linfócitos T CD4+ também tiveram as piores evoluções. CONCLUSÃO: Concluímos que as LC estavam diminuídas nos doentes HIV-positivos, portadores de carcinoma anal, quando comparados aos soronegativos.

Ano

2006

Creators

Nadal,Sidney Roberto Calore,Edenilson Eduardo Cruz,Sylvia Heloisa Arantes Horta,Sérgio Henrique Couto Manzione,Carmen Ruth Bin,Fang Chia Capelhuchnik,Peretz Klug,Wilmar Artur

Diverticulite aguda complicada tratada por cirurgia laparoscópica assistida com a mão (Hals): descrição da técnica e revisão da literatura

INTRODUÇÃO: A doença diverticular é freqüente em nosso meio e o tratamento clínico é suficiente para a grande maioria dos casos. No entanto, o tratamento cirúrgico fica reservado para as formas complicadas da doença, para o insucesso da terapia clínica e nos casos de imunossupressão. A cirurgia laparoscópica vem ganhando espaço como modalidade terapêutica na doença diverticular, diminuindo o tempo de internação e melhorando o resultado cosmético e funcional apesar de algumas dificuldades inerentes ao método. OBJETIVO: O objetivo dos autores é descrever a técnica de cirurgia laparoscópica assistida com a mão em dois casos de diverticulite complicada (um caso de fístula colo-vesical e outro de abscesso) e rever a literatura mundial. RESULTADOS: Um paciente apresentando fístula colo-vesical foi submetido ao tratamento laparoscópico assistido com a mão (HALS). O tempo operatório foi de 183 minutos e a alta se deu no 4º. dia pós-operatório. Outro paciente, portador de abscesso diverticular, submetido ao mesmo método, com tempo operatório de 145 minutos, recebeu alta no 5º. dia pós-operatório. Não houve morbidade nem mortalidade. CONCLUSÃO: A técnica (Hals) alia vantagens de ambos os métodos, parece ser mais rápida e segura permitindo o tratamento de diverticulite complicada. Mais estudos são necessários.

Ano

2006

Creators

Alvarez,Guines Antunes Mazzurana,Mônica

Importância prognóstica da invasão neural no câncer colorretal: estudo imunoistoquímico com a proteína S-100

Das variáveis anatomopatológicas relacionadas ao prognóstico de enfermos com câncer colorretal, a invasão neural ainda se encontra pouco estudada. OBJETIVO: Verificar se a invasão neural no câncer colorretal estádios B e C de Dukes pode ser considerada como fator prognóstico independente. MÉTODO: Foram estudados 97 doentes operados com intenção curativa e seguidos por período mínimo de cinco anos. Excluíram-se doentes que receberam tratamento adjuvante. Os espécimes cirúrgicos foram corados por hematoxilina-eosina e imunoistoquímica para pesquisa da proteína S-100, com o intuito de se comparar a fidedignidade das técnicas em detectar invasão neural, sendo analisadas comparativamente: acurácia, especificidade, sensibilidade e valores preditivos positivo e negativo. A comparação entre a incidência de invasão neural com relação à recidiva foi realizada, empregando-se o teste do qui-quadrado. A sobrevida e sobrevida livre de doença foram estudadas por análise univariada,. Estabeleceu-se nível de significância de 5% (p £ 0,05) para todos os testes adotados. RESULTADOS: A técnica da HE apresentou fraca habilidade em detectar a invasão neural, não sendo adequada para esta análise em doentes portadores de câncer colorretal. As curvas de sobrevida e sobrevida livre de doença dos enfermos portadores de invasão neural, pesquisada por meio da imunocoloração para proteína S-100 são significativamente piores, identificando aquela característica histológica como valor prognóstico independente (p = 0,0003 e p = 0,0002, respectivamente). A ocorrência de recidiva tumoral foi significativamente maior nos doentes que apresentavam invasão neural (p = 0,0010). CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo permitem concluir que, nos doentes portadores de câncer colorretal, a detecção da invasão neural pela pesquisa imunoistoquímica da proteína S-100 demonstrou ser variável independente, acrescentando informações prognósticas adicionais nos doentes classificados nos estádios B, C e C2 das classificações de Dukes e Astler-Coller, respectivamente.

Ano

2006

Creators

Cruz,José Vinícius Cutait,Raul Martinez,Carlos Augusto Real Bevilacqua,Ruy Geraldo Leite,Kátia Ramos Moreira Margarido,Nelson Fontana

Estudo de parâmetros do reflexo inibitório retoanal em multíparas, na zona de alta pressão com catéter radial

OBJETIVO: analisar os parâmetros do reflexo inibitório retoanal (RIRA) em multíparas. PACIENTES E MÉTODOS: 36 pacientes (40,7 anos), com quatro a seis partos normais (grupo 1) e 10 pacientes (38,5 anos) com três ou menos partos normais (grupo 2), foram submetidas à manometria com utilização do cateter radial, para pesquisar o RIRA na zona de mais alta pressão. RESULTADOS: houve diferença significante da pressão de repouso pré-relaxamento entre os quadrantes no grupo 2 (p = 0,02) e da pressão no ponto de máximo relaxamento entre os quadrantes do grupo 1 (p = 0,007). Comparando os grupos, não houve diferença significante entre as pressões médias de repouso (p = 0,053), porém esta diferença apareceu nos quadrantes posterior, lateral direito e esquerdo, quando testados separadamente, assim como entre os quadrantes posterior e lateral esquerdo no ponto de máximo relaxamento. CONCLUSÃO: diferenças radiais obtidas em alguns parâmetros do RIRA devem ser consideradas em seu estudo.

Ano

2006

Creators

Leal,Vilmar Moura Coy,Cláudio Saddy Rodrigues Fagundes,João José Ayrizono,Maria de Lourdes Setsuko Góes,Juvenal Ricardo Navarro

Um marcador anatômico e a proposta de tratamento cirúrgico na síndrome do cólon irritável

OBJETIVO: A Síndrome do cólon irritável (SCI) é um distúrbio funcional caracterizado por dor abdominal e mudança de hábito intestinal. .Observando que a Síndrome do ceco móvel (SCM) engloba sintomas que se superpõem aos da SCI, nossos objetivos, foram: a. demonstrar a relação de causa e efeito entre o ceco móvel e a SCI, b. avaliar os resultados da cecopexia, como método de tratamento de pacientes com síndrome do cólon irritável (SCI) ou com desconforto abdominal de etiologia desconhecida; e c. mostrar que o ceco móvel pode ser considerado como o primeiro marcador anatômico para a SCI. PACIENTES E MÉTODOS: De março de 1994 a abril de 2006, 123 pacientes, receberam o diagnóstico clínico de ceco móvel. Destes, 103 (83,7%) vinham sendo acompanhados e medicados como pacientes com SCI e 20 (16%) vinham sendo tratados por outras doenças, Todos os pacientes desta série foram programados para cecopexia; contudo, 30 recusaram e estão sendo observados, 93 concordaram com o tratamento cirúrgico proposto. Sessenta e quatro foram operados e 29 aguardam cirurgia. RESULTADOS: Todos os pacientes operados (64/52%) foram acompanhados no pós-operatório, de 2 a 139 meses (média de 21 meses; dp= 23) e estão assintomáticos. Entre 58 mulheres operadas, 48 (82,7%) responderam inquérito sobre dispareunia; entre essas, 44 (92%) tinham dispareunia profunda. Após o tratamento cirúrgico, 89,7% participaram do inquérito; 52 (96%) estão assintomáticas. Os pacientes não operados (59/48%) foram, da mesma forma, acompanhados de 2 até 72 meses e apresentavam os mesmos sintomas. CONCLUSÃO: Há nítida superposição de sintomas entre SCI e SCM; por isso recomendamos que: 1. a ênfase que se tem dado à SCI seja revista; 2. os pacientes com sintomas intestinais funcionais, quer sejam os atribuíveis à SCI, quer sejam os de causas não esclarecidas, e os pacientes com dispareunia de etiologia obscura devem ser investigados como prováveis portadores da SCM; 3. O ceco móvel pode ser usado como indicador anatômico da SCI.

Ano

2006

Creators

Santos Jr,Júlio César M. Cavalca,Ana Carolina Quiroz,Carlos Enrique

Estudo da expressão da proteína caderina-E correlacionada com o grau de diferenciação celular e o estadiamento TNM do adenocarcinoma colorretal

OBJETIVO: Avaliar a relação de uma proteína que participa do mecanismo de adesão celular com o grau de diferenciação celular e o estadiamento TNM I e IV no CCR. MÉTODOS: Foram estudados 100 pacientes (54 homens e 46 mulheres) tratados por CCR, estádio I - 44 pacientes, estádio IV - 56 pacientes. Os cortes histológicos do tecido tumoral foram examinados por técnica de imunohistoquímica em relação à expressão da proteína caderina-E. Os cortes histológicos foram classificados como positivos ou negativos pelo método semiquantitativo. RESULTADOS: Para o TNM, expressão da caderina-E estádio I: positiva em 72,7 % e negativa em 35,7% ; estádio IV: positiva em 64,3% e negativa em 35,7%. Em relação ao grau de diferenciação celular, expressão da caderina-E; G I: positiva em 70% e negativa em 30%; G II: positiva em 68.4% e 31,6% negativa; G III: 63.6% positiva e 36,4 % negativa.. Não houve diferença significativa entre os grupos. CONCLUSÃO: Os resultados dessa pesquisa permitem concluir que não há relação da expressão da proteína caderina-E com o estadiamento TNM (I e IV) e o grau de diferenciação celular no CCR.

Ano

2006

Creators

Denadai,Marcos Vinicius Araujo Melani,Armando Geraldo Franchini Véo,Carlos Augusto Silva,Sandra Regina Morini da

Endometriose colônica simulando câncer colorretal: relato de dois casos

A Endometriose constitui doença enigmática de etiologia incerta e caracteriza-se pelo implante ectópico, extra-uterino, de tecido endometrial funcionante. Sua apresentação clínica comum é de sangramento retal cíclico, associado com período menstrual e queixas como dispareunia, dismenorréia e infertilidade. Porém sua apresentação pode variar, simulando tumores colorretais e apresentando sintomas como tenesmo e sangramento retal. O diagnóstico é anatomopatológico e muitas vezes elucidado após ressecção cirúrgica. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo da idade, desejo de ter filhos, acometimento da lesão endometrial no trato gastrintestinal. OBJETIVO: relatar dois casos de Endometriose Colônica, simulando câncer colorretal, diagnosticados no serviço de Cirurgia Geral do Hospital Geral Universitário da Universidade de Cuiabá, e dissertando sobre a doença e formas de tratamento.

Ano

2006

Creators

Garcia,Ademar Spadoni Neto,Bruno Garcia,Victor Cezar Sano Arruda,Priscila Garcia,Daniela Laila

Ressecção de cordoma sacral com abaixamento de cólon: relato de caso

O cordoma é uma lesão maligna da medula espinhal, que se origina nos remanescentes ectópicos de tecido notocordial. Trata-se de neoplasia rara e sua localização preferencial é o sacro. Tem crescimento lento, mas comportamento localmente agressivo. Relatamos um caso de ressecção de cordoma sacral com abaixamento de cólon. Para extirpação oncológica da lesão foi necessária a abordagem colorretal e ortopédica. Novas técnicas preconizando cirurgias mais agressivas melhoraram significativamente a expectativa de vida dos pacientes portadores de cordoma, bem como o tempo de vida livre de doença. Na busca dessa cirurgia oncológica ideal, a abordagem multidisciplinar é essencial.

Ano

2006

Creators

Sena,Kanthya Arreguy de Queiroz,Fábio Lopes de Ferreira,Leonardo Silluzio Silveira,Ramon Teodoro Elias,Isabela Pessoa Câmara,Frederico Gusmão Lacerda Filho,Antônio

Perfuração intestinal por enema aquoso: uma complicação pouco conhecida

A perfuração intestinal é uma ocorrência freqüente nos serviços de emergência, sendo iatrogênica em 6% dos casos. Pode tratar-se de uma complicação do uso de enemas aquosos retrógrados; a qual é rara, não tendo, pois, incidência conhecida. Apresentamos o relato de um paciente de 69 anos que após submeter-se a enema aquoso para preparo intestinal, evoluiu com quadro de dor abdominal súbita, vômitos, sinais de irritação peritoneal e comprometimento do estado geral. Após laparotomia exploradora, constatou-se perfuração no reto. A importância do relato é atentar para uma grave e pouco conhecida complicação de um procedimento rotineiro, que muitas vezes não é diagnosticada pela falta de uma história clínica relevante ou omissão pelas instituições que temem implicações judiciais.

Ano

2006

Creators

Leal,Vilmar Moura Tavares,Cléciton Braga Almeida,Kelson James Silva de Rego,Laryssa Portela Ramos Magalhães Soares,Morgana Eulálio Barreto

Tumor carcinóide retal polipóide: relato de caso

Os tumores carcinóides são neoplasias derivadas das glândulas de Lieberkühn que acometem o trato gastrointestinal, mais comumente o apêndice cecal. A apresentação retal é pouco freqüente, sobretudo na forma polipóide, e o tratamento depende, fundamentalmente, das suas dimensões, da presença de metástases e da profundidade da invasão parietal. É relatado o caso de um paciente de 43 anos que apresentava prurido anal há 18 meses. O exame proctológico evidenciou pólipo séssil de cerca de 0,5 cm de diâmetro a sete cm da margem anal, que foi excisado endoscopicamente. A imunohistoquímica confirmou o diagnóstico de tumor carcinóide. O paciente foi submetido à ressecção endoanal da área de escara da polipectomia como complementação terapêutica.

Ano

2006

Creators

Sobral,Hernán Augusto Centurión Taglietti,Enzo Martins Monteiro,Elisângela Plazas Gama,Marília Resende Von Sonnleithner Balsamo,Flávia Formiga,Galdino José Sitônio

Pesquisa em biologia molecular: como fazer?

O estudo da biologia molecular representa hoje uma das áreas de maior potencial para a realização de pesquisas em Medicina e um número cada vez maior de profissionais de saúde tem se interessado em aprofundar seus conhecimentos e produção científica, mediante a realização de projetos de pesquisa nesta área. Entretanto, a elaboração do projeto de pesquisa necessita ser realizada de forma bastante cuidadosa, considerando a grande amplitude dos potenciais objetivos e metodologias a serem utilizadas, dependentes em grande parte da disponibilidade de recursos tecnológicos e experiência prévia da equipe. O objetivo deste trabalho é contribuir para esta elaboração do projeto de pesquisa através da apresentação de alguns modelos estruturais mais freqüentemente utilizados na realização de estudos em biologia molecular, assim como rever seus princípios e métodos empregados.

Vacinas contra o Papilomavirus humano

Infecção pelo HPV é mais comum entre indivíduos jovens e sexualmente ativos e é tão prevalente que 75 a 80% da população será infectada durante sua vida. A maioria das lesões cede espontaneamente ao ponto de não ser detectada nem com os métodos mais sensíveis. Preocupam as infecções persistentes com os HPV oncogênicos, que aumentam o risco da neoplasia intraepitelial e do câncer. Duas formas de prevenção foram propostas: o rastreamento das lesões precursoras e a imunização contra o HPV, para evitá-las. Embora a incidência do câncer genital venha diminuindo devido aos métodos de rastreamento, seu custo é elevado e os resultados anormais provocam significantes distúrbios emocionais. Logo, a prevenção das doenças relacionadas ao vírus deveria ser disponível sob a forma de vacinação. Na década passada, iniciaram-se os testes clínicos com várias vacinas que tinham como alvo os tipos comuns do HPV. As vacinas profiláticas evitam a infecção pelo HPV e suas doenças associadas e as terapêuticas induzem a regressão das lesões pré-cancerosas e a remissão do câncer invasivo. As primeiras são compostas pela proteína capsídeo L1 do HPV que se auto-reproduz em partículas virus-like (VLP) quando expressa em sistemas recombinantes, induzindo forte resposta humoral com anticorpos neutralizadores. Determinam 100% de proteção contra a infecção pelos tipos específicos do HPV e impedem o aparecimento de neoplasias intraepiteliais de alto grau até pelo menos 5 anos após a imunização. A eficácia das vacinas feitas com as proteínas E6 e E7 também vem sendo pesquisada em modelos animais. As vacinas vêm mostrando maior efetividade quando administradas antes do início da atividade sexual e as campanhas de vacinação deverão ter como alvo as mulheres adolescentes e as pré-adolescentes. Espera-se, com o uso disseminado da vacina, que 70% dos cânceres cervicais sejam evitados, bem como a proporção das outras doenças anogenitais associadas à infecção pelo HPV.

Ano

2006

Creators

Nadal,Sidney Roberto Manzione,Carmen Ruth

Acesso vídeo-laparoscópico no tratamento cirúrgico da diverticulite aguda

A revisão de conceitos baseada na literatura recente relacionada ao tratamento da doença diverticular dos cólons pelo acesso vídeolaparoscópico é apresentada ao lado das indicações de formas de tratamento clássicas. A dupla abordagem videolaparoscópica, imediata para tratamento da peritonite seguida da ressecção tornada eletiva é a modalidade nova na literatura, mas ainda não padronizada. Discutem os autores dados relativos a esta tática e de outros estudos que podem ampliar o emprego desta abordagem.

Ano

2006

Creators

Sousa Jr.,Afonso Henrique da Silva e Scanavini Neto,Arceu Habr-Gama,Angelita

Radioterapia: lesões inflamatórias e funcionais de órgãos pélvicos

A radioterapia pélvica tem sido cada vez mais indicada, em doses crescentes,como coadjuvante no tratamento das neoplasias pélvicas, com resultados cada vez melhores, mas com efeitos colaterais significativos. O advento da radioterapia tridimensional conformal estabelece um método que permite a mais precisa seleção de direção e de intensidade de raios emitidos para alvos pontuais, objetivando quase que exclusivamente o tumor, com a conseqüente preservação dos tecidos vizinhos, portanto com maior efetividade e com o mínimo de efeitos colaterais crônicos e insolúveis. Essas são as possibilidades teóricas que precisam ser comprovadas na prática.Elas envolvem um campo de observação cujos resultados reais tem sido subestimados, principalmente quando referidos a efeitos adversos. Esses não se limitam exclusivamente às mucosites, mas, também, a aspectos funcionais envolvendo incapacidades que vão, quando se trata do reto, além do que sempre foi atribuído à suposta síndrome da ressecção anterior 58, para abranger danos diretos da radiação sobre os complexos esfincterianos e os nervos dos plexos lombo-sacrais 21,22,59-63. Por enquanto, seja para o câncer de reto, para o câncer ginecológico e para o câncer de próstata, somos conclamados a investir no modelo mais preventivo do que curativo, ainda que o preventivo signifique apenas a mais precoce ação, pois para essas doenças de altas incidências e mortalidades "prevenir" no sentido de ação mais precoce é, sem dúvida, bem melhor que remediar, principalmente quando se faz uso das terapias neo-adjuvantes que poderiam ser dispensadas, em casos selecionados, para não somar ao desconforto emocional do portador do câncer todas as impossibilidades das iatrogenias inerentes ao tratamento que objetiva a cura. Assim, precisamos encontrar os fatores preditivos que nos permitam escolher os pacientes com probabilidade de cura apenas com o tratamento cirúrgico, para que eles fiquem livres da radioterapia e, por outro lado, buscar o aperfeiçoamento da técnica de radiação para os casos cujas necessidades excedam a abrangência do tratamento cirúrgico, exclusivo.

Ano

2006

Creators

Santos Jr.,Júlio César Monteiro dos

Doenças anais concomitantes à doença hemorroidária: revisão de 1.122 pacientes

Em 34.000 pacientes coloproctológicos foi feito o diagnóstico de doença hemorroidária (DH), como doença coloproctológica principal, em 9.289 pacientes (27,3%), dos quais 1.122 (12,1%) eram portadores de doenças anais concomitantes à DH (DAC). Dos 9.289 portadores de DH, 2.417 foram operados de DH (26,0%) e destes, 729 foram operados, ao mesmo tempo, de DAC (30,2%). Assim, dos 1.122 portadores de DAC, 729 foram operados delas (65,0%). Em relação aos 9.289 portadores de DH, a DAC mais comum foi a fissura anal (541 casos, 5,8%), seguida de hipertrofia de papilas anais (312 casos, 3,4%), fístulas anais (117 casos, 1,3%), hipotonia anal com incontinência parcial (112 casos, 1,2%), condilomas anais acuminados (37 casos, 0,4%) e tumores anais (3 casos, 0,03%); e a mesma ordem foi verificada em relação às 1.122 DAC: fissura anal (48,2%), hipertrofia de papilas anais (27,8%), fístulas anais (10,4%), hipotonia anal com incontinência parcial (10,0%), condilomas anais acuminados (3,3%) e tumores anais (0,3%). Em relação à cirurgia, das 1.122 DAC 729 foram operadas (65,0%) nesta ordem: fissura anal (317 casos, 28,3%), hipertrofia de papilas anais (267 casos, 23,8%), fístulas anais (89 casos, 7,9%), hipotonia anal com incontinência parcial (31 casos, 2,8%), condilomas anais acuminados (22 casos, 1,9%) e tumores anais (3 casos 0,3%); e em relação às próprias DAC as incidências de cirurgias foram: tumor anal (100,0%), hipertrofia de papilas anais (85,6%), fístulas anais (76,0%), condilomas anais acuminados (59,6%), fissuras anais (58,6%) e hipotonia com incontinência anal parcial (25,8%). A confirmação dos diagnósticos das DAC pelo exame histopatológico foi de 72,8%, em ordem decrescente: condilomas anais e fístulas anais (100,0%), hipertrofia de papilas anais (79,0%), fissuras anais (68,5%) e tumores anais (66,7%).

Ano

2006

Creators

Cruz,Geraldo Magela Gomes da Santana,Jorge Luiz Santana,Sandra Kely Alves de Almeida Ferreira,Renata Magali Ribeiro Silluzio Neves,Peterson Martins Faria,Marina Neves Zerbini de

Hemorroidectomia híbrida: uma nova abordagem no tratamento das hemorróidas mistas

Este trabalho tem por objetivo apresentar uma nova abordagem mini-invasiva das Hemorróidas Mistas, a Hemorroidectomia Híbrida, que consiste na associação da Ligadura Elástica (LE) das Hemorróidas Internas com a ressecção complementar dos Plicomas Externos sob anestesia local. Num universo de 326 cirurgias orificiais realizadas na Proctoclínica num período de 4 anos, 300 (92%) foram submetidos a procedimentos mini-invasivos, 223 (68,40%) foram submetidos a LE como tratamento exclusivo e 77 (23,60%) à Hemoirroidectomia Híbrida) e 26 (8%) foram submetidos a outros procedimentos cirúrgicos (Hemorroidectomias a Milligan-Morgan, Fistulectomias etc. A abordagem proposta permite absenteísmo mínimo ao trabalho, mini-invasividade e baixa morbidade pós-operatória, ressaltando-se ainda a realização ambulatorial, excelente tolerabilidade e baixos custos.

Visão do paciente quanto à participação do residente no exame proctológico em ambulatório

OBJETIVOS: O acompanhamento ambulatorial de pacientes e a participação no exame proctológico são essenciais ao aprendizado do residente de coloproctologia. Entretanto pode haver relutância por parte dos pacientes em relação à presença do residente durante sua consulta e exame físico. Este estudo visa avaliar a visão do paciente quanto a este aspecto do aprendizado prático do residente de coloproctologia. MÉTODOS: Cem pacientes consecutivos responderam , de forma voluntária e anônima a um questionário após a realização de exame proctológico com a aprticipação de residentes em coloproctologia em ambulatório de instituição privada. Foram investigados, sexo, idade, cor, estado civil e nível educacional e sócio-econômico, assim como a visão do paciente em relação à presença de residentes durante o exame proctológico, procurando-se identificar razões para a sua aceitação ou recusa durante a consulta. As respostas foram analisadas usando-se teste do qui-quadrado e o teste t de Student. RESULTADOS: Observou-se que 87% dos pacientes aceitaram bem a participação do residente no exame proctológico, enquanto 1% respondeu que recusaria sua presença. Onze por cento se mostraram indiferentes em relação à presença do residente e um paciente não respondeu. Não houve diferença significativa em relação às variáveis estudadas no que diz respeito à presença do residente durante o exame proctológico, exceto para estado civil, uma vez que uma taxa maior de pacientes casados aceitou o residente. A principal razão para a aceitação foi contribuir para a formação médica, enquanto que a recusa esteve relacionado à perda da privacidade. CONCLUSÃO: De um modo geral, os residentes são bem aceitos no ambulatório de coloproctologia em uma instituição privada. O conhecimento das razões para sua aceitação ou recusa podem favorecer posturas que facilitem a aceitação e minimizem a recusa.

Ano

2006

Creators

Elias,Isabela Pessoa Lacerda Filho,Antonio Mansur,Eliane Sander Câmara,Frederico Gusmão Sena,Kanthya Arreguy de

Exame para ingresso na residência médica de coloproctologia: a experiência do Hospital Sírio Libanês (São Paulo, SP)

INTRODUÇÃO: Um dos problemas principais no acesso aos programas de residência médica de especialidades é definir não apenas quais são os melhores candidatos, mas quais aqueles que, uma vez terminado o treinamento, poderão aproveitar o investimento intelectual e financeiro que lhes foi facultado. O exame de acesso à residência médica de Coloproctologia do Hospital Sírio Libanês, credenciada pela SBCP e pelo MEC, obedeceu às normas definidas pelo MEC. Nossa preocupação foi de criar um mecanismo de seleção que contemplasse mais que o conhecimento do candidato, dando-nos oportunidade de melhor avaliar adestramento cirúrgico, capacidade de resolução de problemas, características de personalidade, interesse na especialidade e planos futuros. Assim, foram desenvolvidas provas que pudessem contemplar mais do que conhecimentos. EXAME DE SELEÇÃO: Constou de: 1) prova escrita (5 pontos), abrangendo temas gerais de medicina; 2) prova prática (4 pontos), com quatro partes: a) caso clínico; b) discussão de cuidados pré, intra e pós-operatório; c) cirurgia em animais; d) simulação de atendimento de paciente crítico em boneco - aplicada pelos membros do programa de Coloproctologia; 4) entrevista (1 ponto) - realizada pelos membros do programa. DISCUSSÃO: O modelo de seleção de residentes oficializado pela Comissão Nacional de Residência Médica é calcado quase que exclusivamente nos conhecimentos dos candidatos, uma vez que o peso da entrevista, ao contrário de outros países, pouco permite mudar a classificação do candidato. Dessa forma, há pouca margem para avaliações subjetivas e cognitivas, dentre as quais se destacam a personalidade do indivíduo, sua capacidade resolutiva, sua competência em atuar em equipe. Para sanar essa limitação, foi conduzida prova prática abrangente e interativa, de modo que a entrevista foi, de certa forma, uma continuação da prova prática. A prova prática, nos moldes que foi elaborada, permitiu ampliar a compreensão sobre as características dos candidatos e proporcionou maior flexibilidade para escolha, o que certamente não ocorreria com o único ponto destinado à entrevista. As opiniões dos diversos examinadores que atuaram nas provas práticas e nas entrevistas foram razoavelmente homogêneas para cada candidato, refletindo a adequação da metodologia utilizada. CONCLUSÃO: A prova prática, nos moldes elaborados, embora mais trabalhosa, permitiu definir aspectos diferenciais entre os candidatos, facilitou a condução das entrevistas e permitiu realizar uma melhor seleção dos candidatos. PROPOSTAS: A partir dessa experiência, os autores propõem à SBCP: 1) que sejam definidos critérios que permitam padronizar, dentro do possível, os exames de acesso às residências por ela aprovados, através de exame abrangente como o aplicado; 2) que se crie um sistema de avaliação dos residentes ao término de seus programas, acoplado à avaliação dos próprios programas.

Ano

2006

Creators

Cutait,Raul Correa,Paulo Alberto F. P. Silva,Enis Donizetti da Padilha,Roberto