Repositório RCAAP
Proposta para estadiamento do câncer colorretal baseada em critérios morfofuncionais: correlação com níveis séricos do antígeno carcinoembrionário
A análise de características morfofuncionais pode ser útil na predição evolutiva do câncer colorretal, especialmente se relacionadas aos níveis séricos de antígeno carcinoembrionário. A pesquisa de instabilidades de cromossomos e genes e alterações da expressão tecidual de proteínas por eles codificadas, tornam atraente a possibilidade do emprego de fatores funcionais como variáveis potencialmente válidas na compreensão do prognóstico do carcinoma colorretal.¹ OBJETIVO: Propor estadiamento baseado nas características morfológicas e funcionais do carcinoma colorretal, valorizando o poder prognóstico do antígeno carcinoembrionário. MÉTODO: Acompanhou-se 35 pacientes em estágios diferentes da evolução do adenocarcinoma colorretal no período de 2001 a 2007. A medida sérica do antígeno carcinoembrionário foi executada pela técnica de quimioluminescência. Realizou-se estudo anatomopatológico para determinação do grau histológico e estádio TNM, e análise imunohistoquímica para determinação da polarização tecidual do antígeno carcinoembrionário. A classificação morfofuncional foi determinada pela combinação entre grau histológico e polarização do antígeno. O estadiamento morfofuncional baseou-se na associação entre classificação morfofuncional e estadiamento TNM, por pontuação atribuída a cada uma das classificações. As variáveis estudadas foram: CEA sérico, classificação morfofuncional, estadiamento TNM e morfofuncional. Os resultados foram analisados por análise variância, teste de correlação e análise de sobrevivência (Kaplan-Meier e Modelo de Regressão de Cox), adotando-se p>0,05% para rejeição da hipótese de nulidade. RESULTADOS: A curva de sobrevida no estadiamento morfofuncional apresentou resultados semelhantes aos encontrados no estadiamento TNM. Houve relação entre a nova proposta de estadiamento e o tempo de sobrevida do paciente. Observou-se relação entre o tempo de sobrevida, a classificação morfofuncional e o nível sérico de antígeno carcinoembrionário. CONCLUSÃO: O estadiamento morfofuncional é válido para a avaliação prognóstica dos pacientes com adenocarcinoma colorretal, e relaciona-se com os níveis séricos do CEA.
2007
Priolli,Denise Gonçalves Cardinalli,Izilda Aparecida Piovesan,Helenice Margarido,Nelson Fontana Martinez,Carlos Augusto Real
Estudo histomorfométrico de anastomoses primárias de cólon em coelhos, com e sem preparo intestinal
O preparo intestinal é muito utilizado em cirurgias do cólon. A LIATO (lavagem intestinal anterógrada trans-operatória) promove limpeza do cólon, conferindo incremento de tempo ao ato cirúrgico e maior risco de infecção pela maior manipulação do conteúdo intestinal .Este estudo compara confecção de anastomoses colônicas com e sem preparo intestinal, pela análise histomorfométrica. Foram submetidos à cirurgia 30 coelhos divididos em 2 grupos: grupo 1, controle e grupo 2, que submeteu-se a LIATO, e comparados os seus resultados. A presença de infiltrado inflamatório agudo teve média discretamente maior nas anastomoses do grupo 2. Infiltrado inflamatório crônico obteve média de 1,9 nas anastomoses do grupo 2 e de 2,1 nas sem preparo. Necrose esteve presente em 15,7% dos casos onde se realizou LIATO contra 13,5% no grupo sem preparo. Calcificações foram encontradas em 43% das anastomoses com preparo e em 30% das sem preparo. Observou-se maior quantidade de colágeno nas anastomoses feitas com a lavagem intestinal. O padrão entrelaçado das fibras colágenas foi observado em 86% das anastomoses do grupo 2 e 70% no 1. Estudo estatístico foi realizado com programa Prism® 4 para p<0,05. Neste estudo que a LIATO apresenta melhor padrão de cruzamento e concentração de fibras colágenas, resultando possivelmente em melhor cicatrização.
2007
Torres Neto,Juvenal da Rocha Fakhour,Ricardo Menezes,Marcel Vinícius de Aguiar Santos,Joseane Silva Prudente,Ana Carolina Lisbôa Monteiro,João Tiago Silva Feitosa,Vera Lúcia Corrêa
Avaliação do dano oxidativo ao DNA de células normais e neoplásicas da mucosa cólica de doentes com câncer colorretal
O estresse oxidativo ao DNA de células da mucosa cólica decorrente de radicais livres de oxigênio presentes na luz intestinal, induz mutações de genes relacionados ao controle do ciclo celular, representando um dos fenômenos iniciais da carcinogênese colorretal. A quantificação do dano oxidativo ao DNA em portadores de câncer colorretal foi pouco estudada até o momento. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi mensurar os níveis de dano oxidativo ao DNA de células isoladas da mucosa cólica de doentes com câncer colorretal comparando o tecido normal e o neoplásico e correlacionando-os a variáveis anatomopatológicas. MÉTODO: Estudou-se 32 enfermos (19 mulheres) com média de idade de 60,6 ± 15,5 anos, portadores de adenocarcinoma colorretal operados consecutivamente, entre 2005 e 2006. A avaliação do dano oxidativo ao DNA foi realizada pela da versão alcalina do ensaio cometa (eletroforese e gel de célula única), a partir de fragmentos de tecido cólico normal e neoplásico obtidos imediatamente após a extirpação do espécime cirúrgico. Avaliou-se a extensão das rupturas das hélices do DNA com método de intensificação de imagem, em 200 células escolhidas aleatoriamente (100 de cada amostra de tecido) com o programa Komet 5.5. A mensuração da cauda obtida de cada célula (Tail Moment) representava, quantitativamente, a extensão do dano oxidativo ao DNA. A análise estatística das variáveis consideradas foi realizada pelos testes t de Student, qui-quadrado e Kruskal-Wallis, adotando-se nível de significância de 5% (p<0,05). RESULTADOS: Verificou-se em todos os doentes que as células obtidas do tecido neoplásico apresentavam maior intensidade de dano oxidativo ao DNA do que as células oriundas do tecido normal. As células isoladas da mucosa cólica neoplásica apresentavam, em média, extensão de ruptura das hélices do DNA (T.M. = 2,532 ± 0,945) significativamente maior quando comparadas às células isoladas do tecido normal (T.M. = 1,056 ± 0,460) (p=0,00001; I.C.95%: -1,7705 -1.1808). Verificou-se que os doentes pertencentes aos estádios mais precoces da classificação de Dukes e TNM apresentavam maiores níveis de dano oxidativo do que os pertencentes a estádios mais avançados (p=0,04 e p=0,001 respectivamente). CONCLUSÕES: As células obtidas do tecido normal de portadores de câncer colorretal apresentam sinais de danos oxidativos ao DNA celular, embora significativamente menores que as células neoplásicas.
2007
Ribeiro,Marcelo Lima Priolli,Denise Gonçalves Miranda,Daniel Duarte da Conceição Paiva,Demétrius Arçari Pedrazzoli Júnior,José Martinez,Carlos Augusto Real
Achados de retossigmoidoscopias no rastreamento de câncer colorretal em pacientes assintomáticos acima de 50 anos
OBJETIVO: Analisar os achados do exame de retossigmoidoscopia no rastreamento de câncer colorretal em pacientes assintomáticos acima de 50 anos. MÉTODOS: Análise prospectiva de 208 pacientes assintomáticos acima de 50 anos e sem história familiar para câncer colorretal, que realizaram retossigmoidoscopia para rastreamento desta neoplasia durante o período de Janeiro de 2005 a Maio de 2006. Dos pacientes analisados, 64,5% eram mulheres e a média de idade era de 60,24 anos (50-91 anos). RESULTADOS: Observamos que 4,8% dos pacientes (n=10) apresentaram pólipos que variavam de 3 a 20mm de tamanho. Todos os pólipos foram retirados e enviados para estudo anatomopatológico. Destes, 3,36% (n=7) foram hiperplásicos e 1,50% (n=3) eram adenomas, sendo dois adenoma tubular com atipias leves e um adenoma com atipias moderadas. Dos dez doentes que tinham pólipos ao exame, nove foram submetidos a videocolonoscopia e um abandonou o acompanhamento. Destes nove, sete pacientes apresentaram ausência de pólipos ao exame colonoscópico, e um apresentou dois pólipos adenomatosos em cólon direito. CONCLUSÕES: A retossigmoidoscopia é um exame acessível na maioria dos serviços que permite identificar pólipos potencialmente neoplásicos em pacientes assintomáticos.
2007
Diogenes,Carolina Vannucci V. Nogueira Marianelli,Raphael Soares,Rodrigo de Pádua Safatle Abud,Regis Mikail Falleiros,Vinicio Vilariño,Tereza de Carvalho Almeida,Maristela Gomes de Baraviera,Antonio Carlos
Comparação entre o diagnóstico endoscópico e histológico de pólipos colorretais
OBJETIVO: Avaliar a capacidade da videocolonoscopia convencional (sem magnificação de imagem) com cromoscopia (índigo carmin) de inferir no provável diagnóstico histológico de pólipos colorretais. MÉTODOS: Estudo observacional e descritivo de 100 pólipos colorretais. Todas as lesões foram classificados do ponto de vista endoscópico quanto ao padrão de criptas e submetidos ao estudo histológico para posterior correlação diagnóstica. RESULTADOS: dezenove por cento dos pólipos foram "subdiagnosticados" como hiperplásicos na videocolonoscopia. Oitenta e um por cento foram diagnosticados corretamente ou "superdignosticados" na videocolonoscopia. Nenhum pólipo maligno foi diagnosticado incorretamente. CONCLUSÃO: A videocolonoscopia convencional com cromoscopia não é método seguro para diferenciação de pólipos colorretais neoplásicos e não-neoplásicos. Pólipos colorretais diagnosticados através de videocolonoscopia convencional devem ser sempre submetidos a estudo histológico.
2007
Ghezzi,Tiago Leal Fillmann,Lucio Sarubbi Fillmann,Érico Ernesto Pretzel Fillmann,Henrique Sarubbi
Colonoscopia em pacientes não pediátricos abaixo de 20 anos de idade traz pouca contribuição nos resultados
INTRODUÇÃO: A utilização da colonoscopia como método de diagnóstico e prevenção das doenças do cólon e reto é cada ano mais freqüente. Esse aumento na indicação também é observado nos extremos de idade, como pacientes não pediátricos abaixo dos 20 anos. MÉTODO: Entre outubro de 1998 a julho de 2006, 4354 pacientes foram submetidos à colonoscopia na clínica privada de um dos autores. Foram analisados retrospectivamente, os prontuários de 66 pacientes com vinte anos ou menos de idade. O estudo histológico foi obtido nos pacientes com exames alterados. RESULTADOS: A idade variou de 11 a 20 anos (média de 17,96 anos). Trinta e nove pacientes pertenciam ao sexo feminino e 27 ao masculino. O exame foi normal em 40, observou-se apenas hiperplasia de tecido linfóide em 10, divertículos em 2, colite inespecífica em 1 e pólipo hiperplásico em 1 paciente, totalizando 54 (81,81%) exames sem alteração específica. Colites foram observadas em 10 e pólipos em 5. Em dois pacientes havia história familiar de doença inflamatória intestinal e em um de câncer de cólon. CONCLUSÃO: A seleção dos pacientes é fundamental para evitar exames colonoscópicos desnecessários em pacientes abaixo de 20 anos de idade.
2007
Brenner,Antonio Sérgio Lima,Vanessa Zeni Valarini,Sandra Beatriz Marion Valarini,Rubens César,Ana Maria Pereira
Resposta completa à terapia neoadjuvante no câncer de reto: apenas sorte ou um resultado previsível?
Os bons resultados obtidos através da associação da quimioterapia à radioterapia levaram à adoção da terapia neoadjuvante no tratamento do câncer de reto com o objetivo de promover uma redução do tamanho do tumor possibilitando melhores condições de ressecabilidade e de preservação esfincteriana. Estudos recentes sugerem um tratamento não operatório em casos de resposta completa à terapia neoadjuvante. Isto nos demonstra a necessidade de uma melhor definição sobre o prognóstico da responsividade tumoral à terapia neoadjuvante afim de estabelecer-se uma estratégia individual de terapêutica do câncer retal. Existem hoje amplas evidências de que a resposta à terapia neoadjuvante varia individualmente de acordo com a composição biomolecular de cada tumor. Diversos estudos tem relatado uma correlação entre os níveis de expressão tumoral de diversas proteínas, como a p53 e a timidilato sintetase, e os respectivos índices de regressão à terapia neoadjuvante, embora seu valor preditivo permaneça insuficiente para influir na conduta terapêutica. Por outro lado, estudos utilizando a técnica de microssequências para analisar a expressão de um conjunto de genes tem apresentando resultados bastante encorajadores, com valores preditivos para a regressão tumoral em níveis próximos a 100%, representando uma consistente perspectiva para uma indicação mais precisa e individualizada da terapia neoadjuvante.
2007
Pinho,Mauro
Interpretação das reações sorológicas para diagnóstico e seguimento pós-terapêutico da sífilis
A sífilis ainda é freqüente, e quando não diagnosticada e tratada corretamente, poderá causar seqüelas irreversíveis. Desta maneira, faz-se necessário saber quais os exames mais adequados para cada forma da infecção, bem como interpretar os seus resultados. Atualmente, a pesquisa da doença é realizada combinando testes específicos e não específicos, e a maioria dos autores utiliza o VDRL ou o RPR e o FTA-ABS ou o ELISA. Muitos laboratórios têm optado pelo VDRL e o ELISA por serem de fácil execução. Essas reações se tornam positivas a partir da segunda semana após o aparecimento do cancro sifilítico. O VDRL é considerado positivo quando seu título for igual ou superior a 1/16. Títulos inferiores são considerados falso-positivos quando os testes treponêmicos forem negativos. Entretanto, algumas condições estão associadas com VDRL reagente e ELISA não reagente, sem história prévia de sífilis. O VDRL é indispensável no seguimento pós-tratamento da sífilis. Recomenda-se o exame a cada seis meses, até o final do segundo ano. O teste pode permanecer positivo em 6,6% nos casos de doença primária e em 8,39% das formas secundárias 30 meses após o tratamento. Nesses casos, é necessário diferenciar entre a persistência do exame reagente e a re-infecção pelo T.pallidum. Nos doentes infectados pelo HIV, recomenda-se o exame a cada três meses. A reversão do VDRL é similar à dos doentes HIV-negativo e não está relacionada à contagem sérica dos linfócitos T CD4. O resultado falso-positivo foi descrito como 10 vezes mais freqüente nessa população. O exame torna-se negativo após 10 semanas, na maioria dos casos.
2007
Nadal,Sidney Roberto Framil,Valéria Maria de Souza
A exenteração pélvica para o câncer de reto: avaliação dos fatores prognósticos de sobrevida em 27 pacientes operados
OBJETIVO: Identificar os fatores prognósticos de sobrevida dos pacientes submetidos à exenteração pélvica no tratamento curativo do câncer de reto (no Estádio T4 e na recidiva pélvica isolada). MÉTODOS: Os dados completos de 27 pacientes submetidos a esse tipo de operação por adenocarcinoma de reto entre Janeiro de 1996 a Junho de 2006 foram avaliados. Foram estudados diversos fatores prognósticos epidemiológicos, cirúrgicos e histológicos por meio de análise multivariada. RESULTADOS: A mortalidade pós-operatória foi de 7 % (n=2) enquanto a morbidade global foi de 55 % (n=15). A média de sobrevida global foi de 38 meses. A sobrevida global foi maior nos tumores T4 do que nas recidivas pélvicas (47 X 26 meses). Somente o comprometimento linfonodal (N+) foi fator prognóstico negativo na análise multivariada. CONCLUSÃO: A exenteração pélvica para o tratamento do câncer de reto apresenta alta morbidade e considerável mortalidade. Deve ser indicada nos tumores T4, principalmente quando não há disseminação linfonodal.
2008
Costa,Sergio Renato Pais Teixeira,Alexandre Chartuni Pereira Lupinacci,Renato Arioni
Expressão das proteínas p53 e Cox-2 em adenocarcinoma intestinal e mucosa adjacente
Este estudo teve como objetivo verificar se existe associação entre o estadiamento do tumor e a expressão das proteínas p53 e Ciclooxigenase-2 (Cox-2) em adenocarcinoma de intestino. Foi realizado um estudo retrospectivo de 40 blocos de parafina contendo amostras obtidas de ressecção cirúrgica de tecido intestinal anteriormente diagnosticado como adenocarcinoma de intestino humano. O material foi coletado no período entre 1998 e 2003 no Hospital Universitário de Santa Maria, RS, Brasil. Como controle, foram utilizadas amostras de áreas não tumorais de mucosa adjacente, referentes a cada caso (n = 40). Utilizamos a imuno-histoquímica para analisar este material quanto à expressão das proteínas p53 e Cox-2. A expressão das proteínas p53 e Cox-2 foi significativamente maior em tecido tumoral quando comparada com mucosa adjacente. Detectamos positividade total para Cox-2 (100%), e parcial (70%) para p53 em tecido tumoral. Foi verificada associação significativa entre expressão da proteína p53 e estadiamento segundo Astler-Coller, mas não com a classificação TNM. Quanto à proteína Cox-2, não foi observada associação significativa com estadiamento do tumor de intestino. Os achados sugerem que existe uma tendência entre a expressão da proteína p53 e Cox-2 com o estadiamento do tumor, sendo necessária comprovação com estudos futuros.
2008
Felin,Carlos Roberto Rocha,Adriana Brondani da Felin,Izabella Paz Danezi Regner,Andréa Grivicich,Ivana
Correlação entre a sensibilidade retal e reflexo inibitório reto-anal com avaliação quantitativa do esvaziamento retal em megacólon adquirido
Pacientes com megacólon adquirido sofrem dupla disfunção: a)discinesia e dilatação do cólon, levando-o à inércia e b) a falha na inervação e sensibilidade retal, abolição do reflexo inibitório reto-anal e acalasia. Há vários métodos para quantificar a disfunção da defecação, e os resultados permitem avaliar o grau do distúrbio. Do ponto de vista da fisiologia anal, os métodos existentes são avaliação de sensibilidade por distensão por balão, pesquisa do reflexo reto-anal e proctografia quantitativa. O objetivo foi comparar estes métodos em 29 pacientes com megacólon avançado. Foram examinadas a sensibilidade retal, o reflexo inibitório reto-anal e feitas proctografias. Resultou que o reflexo inibitório reto-anal estava ausente em 79%, e a sensibilidade retal estava prejudicada em todas as medidas. Contudo, não houve correlação entre as alterações da sensibilidade e a presença ou ausência do reflexo. A sensibilidade foi comparada à medida do esvaziamento retal à proctografia. Também aqui o teste de correlação entre a perda de sensibilidade e porcentual de esvaziamento retal não mostrou significância estatística (p=0,382). Concluímos que, embora a quantificação da defecação seja melhor expressada pela proctografia, os exames de fisiologia nestes casos não são correlatos.
2008
Fang,Chia Bin Klug,Wilmar Artur Ortiz,Jorge Alberto Capelhuchnik,Peretz
Retocolite ulcerativa (RCU): perfil evolutivo clínico endoscópico. Estudo retrospectivo
OBJETIVO: Analisar o perfil da RCU. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Análise retrospectiva de pacientes acompanhados pelos autores de 1996 a 2006. Confrontamos topografia das lesões, colonoscopia / histopatologia com ênfase na displasia e CCR. Rastreamos displasia após 7 anos de doença. Teste t de Student foi usado para média e qui-quadrado para números absolutos. P< 0,05 significativo. RESULTADOS: 127 pacientes, 40 homens e 87 mulheres. Média de idade 47±13 N=61 (48%) na pancolite e 45±15 na colite esquerda N=66 (52%) p> 0,05 para idade. Displasia em 9 (7%), 8 (6%) na pancolite p< 0,01. Dois (2%) em mucosa lisa e 7 (12,5%) em portadores de nodularidade e DALM (dysplasia associated lesion or mass) p< 0,05. Pseudopólipos N=55 (43%). CCR em 7 (5,5%). 13 colectomizados (10%), 3 por intratabilidade, 3 por megacólon tóxico, 1 por displasia com tumor na peça e 6 com CCR. CCR tinham mais de 12 anos de doença. Em 3 (2,3%) com doença ativa à histopatologia não foi detectado sangue macroscópico nas fezes. CONCLUSÕES: Reafirmamos a necessidade de vigilância para displasia e CCR. Pancolite aumenta risco de displasia e CCR. A idade não interfere na extensão da doença. Sangue nas fezes é importante no diagnóstico.
2008
Silva,Edson Jurado da Seixas,Iara Vasconcellos
Doença de Crohn: fatores de risco para recidiva no pós-operatório
Apesar dos avanços na compreensão da doença de Crohn, os fatores determinantes da recidiva no pós-operatório permanecem especulativos. O objetivo deste estudo foi analisar retrospectivamente os fatores preditivos da recidiva na doença de Crohn no pós-operatório. Métodos: foram analisados 45 pacientes com diagnóstico de doença de Crohn, submetidos ao tratamento cirúrgico, avaliando recidiva da doença e fatores como idade, sexo, raça, tabagismo, localização, padrão anatomo-clínico, indicação cirúrgica, tipo de anastomose. Resultados: em 67,7% dos pacientes houve recidiva da doença sendo a causa mais freqüente a forma fistulizante; 64,6% foram operados três vezes ou mais (p=0,002). Doentes com quadro de perfuração apresentaram maior número de reoperações, três ou mais operações, em 63,6% (p=0,003). Conclusões: Quadro de perfuração e forma fistulizante da doença determinaram maior número de recidiva nos pacientes estudados.
2008
Albuquerque,Idblan Carvalho de Carvalho,Rodrigo Britto de Lopes,Juliana Magalhães Pincinato,André Luigi Monteiro,Elisângela Plazas Formiga,Galdino José Sitonio
Recidiva pélvica de adenocarcinoma de reto: abordagem cirúrgica
A recidiva pélvica após ressecção cirúrgica do câncer do reto varia de 3% a 35% em cinco anos. A condição é de difícil manejo, sendo discutível o melhor tratamento. A radioterapia e quimioterapia podem ser utilizadas como métodos paliativos, e os melhores resultados podem ser conseguidos com a cirurgia radical. OBJETIVO: Avaliar os doentes que foram submetidos à cirurgia por recidiva pélvica no Hospital das Clínicas da Unicamp, pelo Grupo de Coloproctologia. CASUÍSTICA E MÉTODO: Entre 1999 e 2007, 26 doentes com recidiva pélvica após cirurgia para ressecção de câncer do reto foram avaliados. Dados clínicos, estadiamento oncológico, cirurgia realizada inicialmente, ressecabilidade cirúrgica da recidiva e seguimento foram analisados. RESULTADOS: A cirurgia inicial mais comum foi a retossigmoidectomia com anastomose colorretal (46,1%). Cinco de 26 doentes apresentavam perfuração tumoral na primeira cirurgia. Linfonodos positivos foram encontrados em 53,8% dos casos, e 69,2% eram T3 ou T4. Com relação à abordagem da recidiva local, a principal cirurgia realizada foi amputação abdominoperineal do reto. A cirurgia foi considerada radical em 42,3% dos 26 doentes. A ressecção do tumor foi possível em 65,4%. O seguimento médio foi de 29,4 meses, com sobrevida global de 34,6%. CONCLUSÃO: Aproximadamente dois terços dos casos com recidiva local puderam ser submetidos à ressecção visando cura, com melhora na sobrevida. Esta abordagem cirúrgica deve ser encorajada em hospitais que possuem grupos multidisciplinares especializados, para a melhora da qualidade de vida de doentes selecionados.
2008
Leal,Raquel Franco Ayrizono,Maria de Lourdes Setsuko Fagundes,João José Oliveira,Priscilla de Sene Portel Ângelo,Sandro Nunes Coy,Cláudio Saddy Rodrigues Góes,Juvenal Ricardo Navarro
Constipação na gravidez
INTRODUÇÃO: Constipação na gravidez é sintoma comum, mas para seu diagnóstico são necessários dois ou mais sintomas persistentes, como ritmo intestinal mais lento, dificuldade para evacuar, fezes endurecidas ou sensação de evacuação incompleta. Existem múltiplos fatores envolvidos, hormonais, sedentarismo, ingestão de fibras ou líquidos, uso de medicamentos, etc. OBJETIVO DO ESTUDO: analisar a incidência de constipação em 41 gestantes sadias do Ambulatório de Obstetrícia da Santa Casa de São Paulo. MÉTODO: a pesquisa se fez através do preenchimento de um questionário sobre ritmo intestinal, hábitos de vida, sintomas digestivos antes e após a gravidez. RESULTADOS: observamos que constipação incidiu em 27,6% daquelas que não sofriam sintomas pregressos. CONCLUSÃO: a incidência de constipação na gestação é menor que o usualmente estimado, começa no início da gravidez, e devido ao baixo índice encontrado não há razão para uso indiscriminado de laxativos.
2008
Kawaguti,Fabio Shiguehissa Klug,Wilmar Artur Fang,Chia Bin Ortiz,Jorge Alberto Capelhucnick,Peretz
Complicações dos estomas em câncer colorretal: revisão de 21 complicações em 276 estomas realizados em 870 pacientes portadores de câncer colorretal
Em uma casuística de 24.600 pacientes, 923 eram portadores de tumores de intestino grosso (3.8%), dos quais 870 eram tumores colorretais (94,2%), dos quais 490 eram câncer nos cólons (53,1%) e 380 no reto (41,2%), e apenas 53 tumores anais (5,7%). No decurso da abordagem cirúrgica foram executados 276 estomas. O objetivo deste trabalho é estudar os 870 pacientes portadores de câncer colorretal, analisando, especificamente, os 276 estomas criados nos mesmos (31,7%), estratificando-os em temporários e definitivos, descrevendo suas modalidades e indicações, bem como suas complicações e abordagem das mesmas. O índice de operabilidade foi de 98,1% (853 pacientes). O índice de ressecção de tumores foi de 90,6% (778 pacientes). As técnicas cirúrgicas mais usadas foram as ressecções abdominais com anastomose (617 casos, 70,9%), seguidas pelas amputações abdominoperineais (15,5%). A incidência de estomas foi de 31,7% (276 casos), sendo 73 temporários (8,4%) e 203 definitivos (23,3%). O estoma mais realizado foi a colostomia terminal (181 casos, 21,2%), sendo o estoma temporário mais comum a ileostomia em alça (33 casos, 3,9%) e o estoma definitivo mais comum a colostomia terminal (156 casos, 18,3%). A incidência de complicações foi de 7,6% (21 casos), sendo o estoma que mais complicou a colostomia em alça (9,1%) e a ileostomia em alça (9,1%), e o que menos complicou a ileostomia terminal (0%). As complicações mais freqüente foram os prolapsos (seis casos), seguidos pelas necroses (cinco casos) e pelas estenoses tubulares (cinco casos). A técnica mais comum usada na complicação dos estomas foi a incisão pericolostômica e correção do estoma (12 casos), e a laparotomia com colectomia e confecção de novo estoma (cinco casos).
2008
Cruz,Geraldo Magela Gomes da Constantino,José Roberto Monteiro Chamone,Bruno Cunha Andrade,Mônica Mourthé de Alvim Gomes,Daniel Martins Barbosa Medeiros
Fatores prognósticos e sobrevida no adenocarcinoma primário de reto
OBJETIVO: Avaliar a sobrevida e fatores clínico-patológicos relacionados ao adenocarcinoma de reto. METODOLOGIA: Foram revisados 112 prontuários de pacientes com adenocarcinoma de reto quanto a: idade, sexo, antígeno carcino-embriônico, curabilidade da cirurgia, seguimento, recidiva, sobrevida e histopatologia do tumor. Para análise da sobrevida, utilizou-se o método de Kaplan-Meyer. Nas análises bivariada e estratificada, P <0,05 foi significativo. No modelo multivariado, utilizou-se um IC de 90%. RESULTADOS: O seguimento mediano foi de 35,27 meses (14,5 - 57,63). A sobrevida em 5 anos foi de 51%. Sessenta e quatro pacientes (57%) apresentaram recidiva; 45 (40%) faleceram da neoplasia; 68% dos tumores estendiam-se até os tecidos perirretais; e 67 pacientes tinham linfonodos positivos (30% em cada, N1 e N2). Quatorze pacientes eram estágio D; 55, C1 e C2; 15, B2; e 28, B1 e A. O risco de óbito aumentou entre os casos com: estágios avançados, tumores mais invasivos e menos diferenciados, envolvimento linfonodal (N2>N1) e recidiva. A classificação de Dukes e a diferenciação tumoral foram fatores prognósticos independentes, bem como a penetração do tumor na parede retal e o comprometimento linfonodal, quando excluída a classificação histopatológica. CONCLUSÃO: Além da diferenciação tumoral, os fatores prognósticos identificados correspondem aos níveis dos sistemas de estadiamento vigentes.
2008
Müssnich,Heloisa Guedes Moreira,Luis Fernando Gus,Pedro Pimentel,Marcelo Simon,Tatiana Santos,Marcelo Bellon Dos
Prevalência de lesões precursoras do câncer anal em indivíduos HIV positivos, atendidos na Fundaçào de Medicina Tropical do Amazonas, experiência inicial em Manaus
O câncer anal representa aproximadamente 2% dos cânceres colorretais. Nos últimos anos observa-se o aumento da incidência nos indivíduos HIV positivos. Este estudo teve como objetivo avaliar a prevalência de lesões intra-epiteliais escamosas anais (ASIL) em pacientes HIV+ procedentes de Manaus. Foram estudados 45 doentes HIV+ encontrando-se no exame histopatológico, os seguintes resultados: 15(35,7%) lesões de baixo grau, 3(7,1%) lesões de alto grau e 24(57,2%) negativos para ASIL. Houve, portanto, alta prevalência de ASIL, 42,8%. Concluímos que a prevalência de ASIL entre os pacientes HIV positivos, da amostra estudada, é muito importante, justificando-se a implantação de um programa de acompanhamento e detecção precoce, destas lesões; pois os pacientes HIV+ representam um importante grupo de risco para o desenvolvimento do câncer anal.
2008
Gimenez,Felicidad Santos Silva,Ivan Tramujas da Costa e Guimarães,Adriana Gonçalves Daumas Pinheiro Ferreira,Luiz Carlos de Lima Araújo,José de Ribamar Rocha,Renata Pina Atala,Larissa de Souza Avi,Sabrina Veloso Talhari,Sinésio
Cirurgias colorretais no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe: três anos da criação do Serviço de Coloproctologia (série histórica)
Estudamos cirurgias colorretais do SC-HU/UFS (Serviço de Coloproctologia do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe) realizadas de janeiro de 2004 a julho de 2006, série histórica da criação da residência médica em coloproctologia. De setenta pacientes, 53(75,7%) eram do gênero masculino, 17(24,3%) feminino; idade variou de 19 a 85 anos com média de 52 anos. Os setenta pacientes foram submetidos a 102 procedimentos, com média de 1,4 cirurgias/paciente, 29(28,4%) reoperações. Dezenove(18,6%) foram reconstituições de trânsito intestinal, 15(14,8%) retossigmoidectomias, 11(10,8%) colectomias totais, 9(8,8%) colectomias direitas, 6(5,8%) amputações abdomino-perineais, 3(2,9%) proctocolectomias, 2(1,9%) colectomias esquerdas. Dezoito(17,6%) cirurgias indicadas por neoplasias de cólon, 8(7,8%) do reto e 1(0,9%) do canal anal; 10(9,9%) foram megacólon; 10(9,9%) colostomias prévias, 5(5,9%) Doença de Crohn, 5(4,9%) DDC, 3(2,9%) RCUI. Quarenta e oito(47,1%) cirurgias tiveram complicações cirúrgica: 32(31,4%) complicações da ferida operatória, 13(12,7%) abscessos abdominais, 11(10,8%) fístulas, 7(6,9%) deiscências, etc. Índice de infecção de ferida foi 26,5%. Cinqüenta e cinco pacientes(53,9%) foram submetidos à anastomose, 32(58,2%) manuais e 23(41,8%) mecânicas. Deiscência de anastomose em 7(12,7%) cirurgias: 1(3,1%) deiscência em anastomose manual e 6(26,1%), em mecânica. Óbito em 11(15,7%) pacientes. Avaliamos principais dados do trabalho objetivando definir metas, elaborar e melhorar protocolos vigentes objetivando otimizar o programa de residência médica.
2008
Torres Neto,Juvenal da Rocha Souza Júnior,Magno Cézar Amaral de Santiago,Rodrigo Rocha Prudente,Ana Carolina Lisboa