Repositório RCAAP
Tratamento da hérnia perineal com uso de tela de polipropileno revestida de metilcelulose: relato de caso
A incidência de hérnia perineal (HP) é menor que 1% dos pacientes submetidos à amputação abdominoperineal do reto (AAPR). O objetivo é relatar um caso de HP pós AAPR por adenocarcinoma de reto distal. É descrito o caso de uma paciente de 56 anos que, após cirurgia de AAPR, apresentou precocemente HP. O tratamento consistiu em redução do conteúdo herniário e colocação de uma tela de polipropileno revestida de metilcelulose. Por ser afecção rara e apresentar etiologia variada, o tratamento não apresenta consenso, havendo inúmeras técnicas descritas. Conclui-se que o uso da prótese sintética para correção de HP é satisfatório e permite a obtenção de bons resultados.
2010
Oliveira,Dulcyane Ferreira de Santos,Carlos Henrique Marques dos Rodrigues,Lênin de Lima Pereira,Márcio Eduardo de Souza
Actinomicose intestinal: relato de caso
Relatamos o caso de paciente do sexo masculino, 48 anos, branco, trabalhador da zona rural, com queixa de dor abdominal tipo cólica associada a náuseas e vômitos havia 48 horas, desenvolvendo obstrução intestinal. A cavidade abdominal foi acessada por laparotomia, revelando duas áreas de estenose inflamatória no jejuno distal. Exame anatomopatológico revelou actinomicose abdominal, uma forma rara dessa doença.
2010
Koch,Kaiser de Souza Zeilmann,Eduardo Khunen,Ricardo Beckhauser
Papilomavírus humano e sua associação com o carcinoma colorretal
Atualmente, sabe-se que 15% dos tumores malignos humanos têm associação com infecções virais. Destes, 80% correspondem aos carcinomas da cérvix uterina, associados ao papilomavírus humano (HPV), e aos hepatocarcinomas. Nos últimos anos, entretanto, artigos da literatura especializada vêm mostrando a presença do DNA do HPV em amostras de tecido de carcinomas do esôfago, estômago, pulmão, da mama e do cólon e reto, o que foi negado por outros autores. O HPV vem sendo encontrado entre 41,7 e 82,1% dos adenocarcinomas e entre 28 e 56% dos adenomas do cólon. Embora o DNA viral esteja integrado ao tumoral, a maneira de contaminação não é evidente. As vias linfáticas e hematogênicas não são reconhecidas. Fica a dúvida quanto à especificidade dos exames de detecção viral e quanto às formas de disseminação viral para os segmentos mais proximais do cólon. De qualquer forma, a literatura não é categórica em afirmar se esse vírus pode ser agente causal da doença, sendo necessários mais estudos para definir esse assunto.
2010
Manzione,Carmen Ruth Nadal,Sidney Roberto
Protótipo de um sistema de gerenciamento de protocolos de câncer colorretal
OBJETIVO: desenvolvimento de um protótipo de sistema de cadastro e controle de protocolos de Câncer Colorretal, com a finalidade de armazenar um conjunto abrangente de dados de forma estruturada para posterior aplicação de métodos de análise inteligente de dados. MATERIAL E MÉTODO: o protótipo foi construído em cinco etapas: análise do domínio de Câncer Colorretal, definição de requisitos básicos (operacionais e informacionais), projeto do sistema, construção do sistema usando tecnologias open source e avaliação do sistema com o apoio de especialistas. RESULTADOS E DISCUSSÃO: durante o desenvolvimento, o protótipo foi avaliado por especialistas quanto à estrutura do conjunto de dados, à coerência de organização das informações, à validade das funcionalidades implementadas e ao atendimento aos requisitos básicos definidos. CONCLUSÃO: de acordo com os especialistas usuários, o desenvolvimento do protótipo completou a primeira etapa do projeto de desenvolvimento de um sistema em nível de 100% de satisfação e, atualmente, está sendo aplicado em cadastros de dados reais. Na próxima etapa será consolidado e implantado o sistema completo, atendendo a requisitos de segurança com suporte a multiusuários
2011
Lee,Huei Diana Costa,Luiz Henrique Dutra da Ferrero,Carlos Andres Coy,Cláudio Saddy Rodrigues Fagundes,João José Machado,Renato Bobsin Wu,Feng Chung
Identificação do papilomavírus humano em doentes com carcinoma de células escamosas do canal anal e sua relação com o grau de diferenciação celular e estadiamento
OBJETIVO: Identificar os tipos de papilomavírus humano (HPV) nos portadores de carcinoma do canal anal (CCA), relacionando-os ao grau de diferenciação celular e estadiamento da lesão, em pacientes do Belém, Pará, entre 1998 e 2000. MÉTODOS: Foi realizado um estudo de caso-controle com 75 pacientes, divididos em: Grupo Teste, com 33 portadores de carcinoma do canal anal, e o Grupo Controle, com 42 portadores de doenças não-neoplásicas do canal anal. Os tipos virais foram identificados por PCR e dot blot. O teste exato de Fischer foi utilizado para avaliar a ocorrência de HPV. Adotou-se a tabela de contingência 3x2 para representar a distribuição dos tipos de HPV. Nos testes de hipóteses, foi prefixado o nível de significância α=0,05 para a rejeição da hipótese de nulidade. RESULTADOS: A prevalência do HPV foi significante entre os Grupos Teste (60,6%) e Controle (26,2%) (p=0,0027). Os tipos virais mais comuns foram 16 (42,4%) e 18 (15,2%). Observaram-se diferenças entre grupos na prevalência do HPV 16 (p=0,027) e 18 (p=0,043) no Grupo Teste, e o tipos 16 (19,0%,) e 18 em (2,4%) no Grupo Controle. No Grupo Teste, avaliou-se a distribuição dos tipos de HPV em relação ao estadiamento e ao grau de diferenciação celular, não apresentando diferenças estatisticamente significativas. CONCLUSÃO: O carcinoma de células escamosas do canal anal está associado à presença de HPV, e os tipos 16 e 18 são os mais frequentes
2011
Soares,Paulo Cardoso Ferreira,Silvaneide Villa,Luisa Lina Matos,Delcio
Câncer colorretal: resultados da avaliação patológica padronizada de 521 casos operados no Hospital das Clínicas da UFMG
INTRODUÇÃO: A incidência e a mortalidade por câncer colorretal (CCR) têm apresentado, em todo mundo, uma tendência ao crescimento, em especial em países desenvolvidos e em áreas urbanas de países menos desenvolvidos. O estudo das características anatomopatológicas do tumor é importante para o estadiamento e a definição da terapêutica a ser empregada. O objetivo deste estudo é avaliar as características anatomopatológicas de peças cirúrgicas de ressecções colorretais por neoplasias no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. RESULTADOS: Foram avaliadas 521 peças cirúrgicas de ressecções colorretais. A idade média dos pacientes foi de 62,47 (±14,67) anos, sendo 302 (58%) deles do sexo feminino. Os tumores do cólon esquerdo foram os mais comuns (340 [65,3%]). Houve predominância de adenocarcinomas (457 [87,7%]), úlcero-infiltrativos (176 [33,8%]), moderadamente diferenciados (396 [76%]), pT3 (316 [60,7%]) e pN0 (213 [40,9%]). O número médio de linfonodos dissecados por peça cirúrgica foi de 22,13 (±14,27). CONCLUSÕES: Os dados de nossa casuística de CCR não diferiram do que foi relatado na literatura. Em síntese, o CCR foi mais comum em mulheres do que em homens, acometeu com maior frequência o cólon esquerdo, e o tipo predominante foi o adenocarcinoma moderadamente diferenciado, pT3 e pN0
2011
Fonseca,Leonardo Maciel da Quites,Lucas Viana Cabral,Mônica Maria Demas Álvares Silva,Rodrigo Gomes da Luz,Magda Maria Profeta da Lacerda Filho,Antônio
Excisão total do mesorreto por técnica robótica: resultados cirúrgicos e oncológicos iniciais
OBJETIVOS: avaliar os resultados cirúrgicos e oncológicos imediatos em pacientes com câncer de reto extraperitoneal submetidos à excisão total do mesorreto (ETM) robótica. MÉTODOS: de janeiro de 2007 a março de 2010 um total de 60 pacientes foram operados de forma consecutiva por técnica robótica. Os dados cirúrgicos e os desfechos oncológicos iniciais foram prospectivamente registrados em um banco de dados. RESULTADOS: foram operados 35 homens e 25 mulheres. A idade média foi de 60,3 ± 11,7 anos. Cirurgia com preservação esfincteriana foi possível em 52 pacientes. A média da amostra linfonodal foi de 18,7 ± 8,8 linfonodos. A média da margem cirúrgica distal foi de 2,9 ± 1,7 cm, enquanto a margem radial foi negativa em todos os pacientes. O tempo de seguimento pós-operatório foi de 14,3 meses. Apenas uma recidiva pélvica foi observada. As taxas de sobrevida geral e sobrevida câncer-específica foram respectivamente de 97,6% e 98,3%. CONCLUSÕES: ETM robótica é uma cirurgia exequível e segura. Apresenta resultados iguais ou mesmo melhores que as técnicas aberta e laparoscópica em termos de morbimortalidade, taxa de preservação esfincteriana e desfechos oncológicos iniciais
2011
Ghezzi,Tiago Leal Luca,Fabrizio Valvo,Manuela Cenciarelli,Sabine Pozzi,Simonetta Umana,Danilo Biffi,Roberto
Instilação de formalina endoluminal como opção terapêutica da retite actínica hemorrágica
A retite actínica hemorrágica é um quadro grave que pode ocorrer em qualquer paciente submetido à radioterapia pélvica, por vezes, sendo necessária terapia transfusional e internação hospitalar. A abordagem terapêutica ainda é bastante controversa. Tanto para o tratamento inicial como para casos refratários, uma das opções é a aplicação de formalina. Este método é barato, facilmente disponível, de simples execução e eficaz no controle da hemorragia. Os autores relatam dois casos de retite actínica hemorrágica de pacientes tratados com instilação de formalina endoluminal, e sua eficácia terapêutica e complicações são discutidas
2011
Teixeira,Fábio Vieira Denadai,Rafael Ferraz,Rafael Aliceda Goulart,Ricardo de Álvares Saad-Hossne,Rogério
Correlação entre achados manométricos e sintomatologia na incontinência fecal
Foram estudados 92 pacientes com sintomatologia de incontinência fecal, no período de julho de 2005 a fevereiro de 2009. Os sintomas de incontinência foram classificados de acordo com o Cleveland Clinic Incontinence Score e os pacientes foram submetidos à manometria anorretal. Foram avaliados: idade, sexo, cirurgia prévia, sintomatologia e achado manométrico. Observou-se que o aumento da intensidade da sintomatologia de incontinência fecal está relacionado à diminuição progressiva das pressões de repouso. O mesmo não foi constatado com as pressões de contração na amostra estudada
2011
Balsamo,Flávia Ramaciotti Filho,Paulo Roberto Pozzobon,Bárbara Heloísa Zanchetta DE Castro,Carlos Alberto Torres Formiga,Galdino José Sitonio
Cirurgia no câncer colorretal: abordagem cirúrgica de 74 pacientes do SUS portadores de câncer colorretal em programa de pós-graduação lato sensu em coloproctologia
A análise retrospectiva de 74 prontuários de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), operados de câncer colorretal pelo Residente R2 supervisionado e auxiliado por preceptores, permitiu as seguintes conclusões: a média etária dos pacientes foi 57,2, sendo as sexta e sétima décadas responsáveis por 51,4% dos pacientes. O câncer retal foi preponderante nas mulheres (54,1%). As localizações mais comuns dos tumores foram no sigmoide (31,1%), reto alto (24,3%) e ceco (17,6%). As cirurgias mais realizadas foram a retossigmoidectomia com anastomose colorretal (36,6%), e hemicolectomia direita com anastomose íleo-transverso (21,7%). As características anatômicas dos tumores, baseadas na classificação TNM, mais comuns foram: T3 (62,1%), N0 (59,5%) e M0 (77,0%) (p<0,05). O número médio de gânglios encontrados nas peças cirúrgicas foi de 10,4. Foram feitas 63 anastomoses (85,1%), das quais 38 (60,3%) foram mecânicas e 25, manuais (39,7%). Houve 14 comorbidades (18,9%), destacando-se a caquexia (oito casos). O índice de complicações cirúrgicas foi de 12,2% (nove casos), sendo as cirurgias que mais causaram complicações as colectomias totais com anastomose íleo-retal (40,0%) e as retossigmoidectomias abdominais, com duplo grampeamento (20%), sendo as complicações mais comuns as fístulas anastomóticas (cinco casos). As complicações (nove) decorreram mais das comorbidades (sete) que do ato cirúrgico (duas). As cirurgias que demandaram menos tempo foram: as laparotomias com ileostomia (média de 75 minutos) e as com colostomia (média de 95 minutos), sendo os maiores tempos ocupados pela proctocolectomia total com ileostomia definitiva (240 minutos) e as hemicolectomias esquerdas com anastomose transverso-retal (240 minutos), sendo o tempo médio equivalente a 160 minutos. As menores peças cirúrgicas foram as decorrentes da cirurgia de Hartmann (29 cm) e de retossigmoidectomia abdominal (32 cm); e as mais extensas, as peças de colectomia total com anastomose íleo-retal (120 cm) e proctocolectomia total com ileostomia definitiva (150 cm), ficando a média em 34,5. Houve 12 óbitos (16,2%), dois dos quais diretamente relacionados à cirurgia (um caso de deiscência de anastomose e um de evisceração); três relacionados à complicações de ordem clínica (dois casos de TEP e um de broncopneumonia); e sete comorbidades
2011
Oliveira,Rodrigo Guimarães Faria,Flavia Fontes Lima Junior,Antonio Carlos Barros Rodrigues,Fabio Gontijo Andrade,Mônica Mourthé de Alvim Gomes,Daniel Martins Barbosa Medeiros Neves,Peterson Martins Constantino,José Roberto Monteiro Braga,Áurea Cássia Gualbeto Ferreira,Renata Magali Silluzio Alvarenga,Isabella Mendonça Lanna,David de Teixeira,Ricardo Guimarães Valle Junior,Heraldo Neves Leite,Sinara Mônica Oliveira Costa,Luciana Maria Pyramo Silva,Ilson Geraldo da Cruz,Geraldo Magela Gomes da
Responsabilidade civil do médico e a inversão do pensamento jurídico sobre o tipo da atividade
Sempre que uma ação causar dano a outra pessoa e houver nexo causal, isto é, quando o resultado observado pela prática desta ação estiver, diretamente ou não, relacionado, caberá a obrigação de ressarcir à vítima, um valor referente ao seu dano. Esta normatização, Responsabilidade Civil, tem como fundamento o princípio da culpa, quando subjetiva (que tem necessidade de um ato ou omissão de violar o direito de uma segunda pessoa, o dano produzido por este ato, a responsabilidade de causalidade entre o ato e o dano e, finalmente, a culpa) e o princípio do risco quando objetivo (que não necessita de culpa, já que se baseia na teoria do risco, presumindo-a, independentemente de ter ou não agido com esta intenção). Enquanto Responsabilidade Civil Contratual, duas são as obrigações de um profissional: a de resultado, ou seja, a de alcançar determinado objetivo ou fim, e a de meio, ou seja, a obrigação de empregar todos os meios para consecução de seu objetivo. No Código de Proteção e Defesa do Consumidor (Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990), a responsabilidade objetiva deve ser empregada a todos os prestadores de serviço à exceção da classe dos profissionais liberais, médicos e advogados, por realizarem suas atividades principalmente como sendo de meios e, portanto, considerada subjetiva. Em algumas situações, o Direito entende que a Responsabilidade deve ser objetiva, ou seja, quando ficar consubstanciado uma promessa de resultado. As peças publicitárias têm tido o poder de evocar estas equivocadas situações. O objetivo principal deste trabalho é mostrar, aos profissionais do Direito em geral e aos médicos em particular, quais são os fenômenos que criaram o desvio da norma. A Responsabilidade Civil Subjetiva se encontra amparada no Código Civil, em seu Art. 186 e no caput do Art. 927, enquanto a Objetiva é observada no Art. 927, § único. Desta forma, ao relacionar os textos da literatura jurídica e os dados do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, quanto a peças publicitárias e sindicâncias instauradas sobre este sujeito, os autores pretendem demonstrar a relação causal desta nova forma de pensar.
2011
Cordeiro,Fernando Mendonça,Samuel Oliveira,Joanna Paes de Barros e Nogueira,Vanessa Fabiula Pancioni
Indicações de colonoscopia versus achado de pólipos e neoplasias colorretais
OBJETIVO: Analisar as indicações de colonoscopia e o achado de pólipos e neoplasias colorretais. MÉTODOS: Estudo retrospectivo de laudos de colonoscopias realizadas entre janeiro de 2009 e março de 2010. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, indicação do exame e achado de pólipo ou tumor. Realizou-se análise estatística com o teste do qui-quadrado, considerado significante quando p<0,05. RESULTADOS: Foram revisados 493 laudos de colonoscopias de pacientes entre 18 e 94 anos, com média de idade de 56,7 anos, sendo 54% do sexo feminino. Os exames tiveram uma ou mais alterações em 47,3%, sendo 17,4%, com tumor, e 14,8%, com pólipos. As colonoscopias incompletas totalizaram 24,3%, devido ao tumor obstrutivo, à dobra fixa, ao mau preparo, à estenose e agitação psicomotora. As indicações estatisticamente significantes para maior achado de tumor colorretal foram: sangramento digestivo, anemia crônica, síndrome consuptiva, tumor abdominal palpável, polipose e elevação do antígeno cárcino-embriogênico (CEA) no pós-operatório. Não houve significância entre presença de pólipos e sexo masculino ou avanço da idade, nem entre o achado de pólipos e risco de tumor associado. CONCLUSÃO: Pacientes com sangramento digestivo, anemia crônica, síndrome consuptiva, tumor abdominal palpável, polipose e elevação de CEA no pós-operatório de câncer colorretal devem ser priorizados para o estudo colonoscópico.
2011
Batista,Rodrigo Rocha Lima,Rafael Ferreira Correia Fonseca,Marcus Fábio Magalhães Todinov,Lilian Ramos Formiga,Galdino José Sitonio
Evolução dos doentes com citologia oncótica alterada e colposcopia anal normal
A citologia anal vem sendo usada para rastreamento do carcinoma anal e suas lesões precursoras nas populações de risco. Quando o raspado do canal anal mostra alterações citológicas está indicada o exame com colposcópio e ácido acético para identificar e realizar biópsia para confirmar o achado. Poucos estudos mostram o seguimento dos doentes tratados de condilomas acuminados perianais. Temos usado os métodos em associação e encontrado lesões subclínicas em metade dos doentes, cujo exame proctológico não revelava doença HPV induzida. Essas lesões são tratadas com tópicos. Entretanto, algumas citologias estavam alteradas e a colposcopia anal não revelou doença HPV induzida. O objetivo deste estudo foi observar o comportamento dessas lesões no seguimento semestral, durante 12 meses, e avaliar se a periodicidade da reavaliação foi suficiente para evitar o aparecimento das lesões de alto grau ou superior. Encontramos 58 (21%) entre 273 doentes nessas condições. As reavaliações de 22 deles após um ano mostraram que as colposcopias permaneceram normais em 17 (74%), sendo que em cinco (22%) a citologia voltou aos padrões normais e 12 (52%) persistiram com alterações. Os outros seis (26%) desenvolveram lesões clínicas ou subclínicas provocadas pelo HPV. As contagens de linfócitos T CD4 dos doentes HIV-positivos foram inferiores nos doentes cujas lesões progrediram. Os resultados permitiram concluir que as alterações podem progredir ou regredir neste grupo distinto de doentes, sendo relacionada à imunidade, e que o intervalo de seis meses é suficiente para cada reavaliação.
2011
Nadal,Sidney Roberto Calore,Edenilson Eduardo Manzione,Thiago da Silveira Machado,Stênnio Pablo Manzione,Carmen Ruth Seid,Victor Edmond Horta,Sérgio Henrique Couto
Metástase esplênica isolada de adenocarcinoma do sigmoide: relato de caso
INTRODUÇÃO: Metástases esplênicas solitárias oriundas de carcinomas colorretais são raras, com 41 casos descritos na literatura inglesa até 2007. Muitos pacientes são assintomáticos, e o diagnóstico é quase sempre feito por imagens radiológicas ou por elevações sanguíneas do antígeno carcinoembrionário (CEA), solicitados no seguimento pós-operatório desses pacientes. Relato do caso: Homem de 54 anos foi submetido à colectomia esquerda por carcinoma de sigmoide. O tumor foi estadiado como T3N0M0 e permaneceu assintomático por dez meses, com níveis normais de CEA. Notou-se, então, significativa elevação do antígeno e a tomografia computadorizada do abdômen revelou massa no polo inferior do baço, suspeita de metástase. A laparotomia confirmou o achado propedêutico, sendo realizada esplenectomia. O diagnóstico anatomopatológico foi de adenocarcinoma metastático, sem invasão dos linfonodos. A sobrevida acompanhada do paciente foi de 14 meses, livre de recidiva. CONCLUSÃO: Metástases esplênicas isoladas de carcinoma dos cólons são raras, e a esplenectomia oferece possibilidade de sobrevida expressiva.
2011
Bromberg,Sansom Henrique Franco,Maria Isete Fares Zampieri,Jose Carlos Yamaguchi,Agamassa Mattosinho-França,Luis Celso
Câncer de reto durante gestação: relato de caso e revisão da literatura
O carcinoma colorretal associado à gestação é um acontecimento raro, relacionado a um prognóstico ruim para as mulheres. O caso descrito é de uma paciente, do sexo feminino, de 31 anos, com adenocarcinoma de reto diagnosticado na 24ª semana gestacional. É apresentada uma discussão sobre conduta e atualização de abordagem terapêutica.
2011
Freitas,Antônio Hilário Alves Madeira,Humberto Fonseca,Leonardo Maciel da Castro,Eduardo Vitor de
Tuberculose pleural após uso de adalimumabe na doença de Crohn: relato de caso
O tratamento da doença de Crohn perineal é feito pela combinação da terapia medicamentosa e da cirúrgica. A terapia biológica é importante devido à eficácia clínica na indução e manutenção de remissão da doença. No entanto, devido à ação imunomoduladora e imunossupressora, o uso de biológicos como infliximabe e adalimumabe eleva o risco de infecções oportunistas. Relatou-se o caso de paciente feminino, 28 anos, diagnosticada com doença de Crohn perineal, em uso de azatioprina e adalimumabe. Há sete dias com tosse seca, febre vespertina e dispneia. Ao exame físico, febril, desidratada, diminuição do murmúrio vesicular nos campos médio e inferior do hemitoráx direito e cicatriz de fistulotomia anorretal sem sinais flogísticos. A radiografia de tórax mostrou derrame pleural em hemitórax direito, e a análise do líquido pleural constatou adenosina deaminase elevada, nível de glicose normal e citologia diferencial com 88% de monomorfonucleares. Foi estabelecido o diagnóstico de tuberculose pleural, e a paciente foi medicada com esquema tríplice (rifampicina, isoniazida e pirazinamida) por seis meses associada à prednisona 40 mg/dia, por um mês, com posterior desmame do corticoide. Atualmente, encontra-se assintomática e em uso de ciprofloxina 1 g/dia para a doença de Crohn perineal.
2011
Batista,Rodrigo Rocha Toledo,Paula Salvador de Albuquerque,Idblan Carvalho de Formiga,Galdino José Sitonio
Uso neoadjuvante do mesilato de imatinibe no tratamento de GIST retal volumoso: relato de caso
Tem sido relevante o papel das drogas que interferem na atividade tirosina-quinase dos receptores c-kit, no tratamento dos tumores derivados do estroma gastrintestinal (GISTs), sobretudo em tumores volumosos. Relata-se o caso de um paciente do sexo masculino, 56 anos, obeso, com quadro de peso retoanal associado a tenesmo e à sensação de evacuação incompleta. Foi diagnosticado volumoso GIST de reto inferior de localização posterior, visualizado por ressonância magnética e confirmado por estudo imunoistoquímico em punção-biópsia parassacral, guiada por tomografia. A impressão inicial foi de necessidade de amputação abdômino-perineal do reto, pois havia importante compressão do canal anal e do aparelho esfincteriano. Optou-se, então, por indicação de neoadjuvância com mesilato de imatinibe (Glivec®) na tentativa de preservação esfincteriana. Após quatro meses de tratamento, apresentava, ao toque retal, redução significativa (cerca de 50%) do volume da massa e em menor grau à ressonância magnética. Paciente foi submetido à excisão total do mesorreto e anastomose colo-anal manual, com ileostomia protetora. Evoluiu com necrose do cólon abaixado, tendo sido realizada ressecção do mesmo e colostomia terminal ilíaca. O paciente recusou a se submeter a uma nova tentativa de abaixamento colo-anal, tendo sido fechada a ileostomia e restabelecido trânsito pela colostomia ilíaca. No tratamento dos GISTs de reto muito volumosos ou irressecáveis, deve-se avaliar a indicação pré-operatória do imatinibe, uma vez que a cirurgia radical deve ser sempre indicada, a fim de minimizar a possibilidade de recorrência local.
2011
França Neto,Paulo Rocha Ramos,Leandro Alves Gomes Silva,Luciana Costa Fernandes,Cristiane Koizimi M Lacerda-Filho,Antônio
Infecções anais pelo papilomavírus humano, crioterapia e crioimunologia
As verrugas genitais causadas pelo papilomavírus humano (HPV) são problemas comuns na prática clínica do coloproctologista. As opções terapêuticas são numerosas, não havendo padrão-ouro para o tratamento dos condilomas. Dentre elas, é possível destacar a crioterapia, que é eficaz, apesar de pouco utilizada. O efeito destrutivo da crioterapia ocorre por lesão celular direta, causada pelo frio, e por anóxia tecidual, consequente às alterações microcirculatórias. Dentre as vantagens do método, cita-se a segurança; a simplicidade de aplicação; o uso dentro e fora do canal anal, inclusive durante a gestação; e o desconforto local leve, dispensando anestesia. Os agentes criogênicos mais utilizados são o nitrogênio líquido e, mais recentemente, o dimetiléter-propano. Uma vantagem adicional é observada no tratamento das lesões neoplásicas e seus precursores. Postula-se que seu congelamento induziria à resposta imune antitumoral, consequente ao mecanismo de lesão tecidual, que expõe grande quantidade de antígenos intracelulares aos macrófagos e às células dendríticas. Entretanto, a literatura médica ainda carece de estudos abordando especificamente o tema, sobretudo na área da coloproctologia. De qualquer forma, podemos afirmar que a crioterapia é método eficaz, seguro, confortável e prático para o tratamento das verrugas anogenitais induzidas pelo HPV.
2011
Marianelli,Raphael Nadal,Sidney Roberto
Complicações pós-operatórias das anastomoses colorretais
As complicações da terapêutica das doenças colorretais que envolvem ressecções e anastomoses não são raras e, frequentemente, são graves. Possuem extensões mórbidas variáveis que prolongam o período de internação hospitalar, aumentam substancialmente o custo do tratamento, perpetuam sequelas funcionais e contribuem para indesejável índice de mortalidade. As mais temíveis complicações são: a infecção e a deiscência da anastomose. Esta quase sempre é a causa mais nefasta da infecção e se expressa como infecção profunda. A deiscência da anastomose tem definição, incidência, etiologia e fatores de riscos como alvos de controvertidas opiniões, o que torna difícil a elaboração de esquemas profiláticos e planejamentos terapêuticos universais. Sua consequência mais grave é a peritonite generalizada que culmina com a sepse. As complicações menores, menos frequentes, são: hemorragia anastomótica, estenose e fístula. Aquela, às vezes, tem solução espontânea, mas pode eventualmente necessitar de procedimentos terapêuticos agressivos; a estenose, em geral associada a fatores que determinam a deiscência tais como a isquemia e a imperfeição técnica, na maioria das vezes, pode ser tratada de forma conservadora, mesmo que intervencionista, com o uso de dilatadores rígidos ou plásticos. Outras vezes, no entanto, pode exigir a abordagem cirúrgica, com a desvantagem do aumento da morbidade, principalmente nos casos em que o segmento precisa ser ressecado e a anastomose refeita. A última, com gravidade variável, é, no entanto, alvo de manipulação conservadora, mas às vezes envolve meios complexos de terapêutica com resultados que nem sempre são coroados de sucesso. No presente manuscrito, pretende-se dar uma visão geral dessas complicações, suas causas, evoluções, diagnósticos e tratamentos.
2011
Santos Jr,Júlio César Monteiro
Doenças inflamatórias intestinais no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe: manifestações extraintestinais
A doença inflamatória intestinal idiopática (DII) representa um grupo de condições inflamatórias crônicas, resultantes de ativação persistente e inadequada do sistema imune mucoso. Além dos sintomas intestinais característicos, as DII podem se manifestar através de uma série de manifestações extraintestinais (MEI). Objetivos: Avaliar a incidência das MEI das doenças inflamatórias intestinais no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe; diagnosticar as MEI das DII; instituir o tratamento adequado dos pacientes portadores dessas manifestações. Métodos: Foi aplicado um protocolo para diagnóstico das MEI; quando necessário os pacientes foram encaminhados para as respectivas especialidades. Resultados: Foram catalogados 49 pacientes portadores de DII; destes, 41 (83,6%) apresentaram MEI. As MEI reumatológicas foram as mais frequentes, acometendo 35 pacientes. O restante das MEI foram assim distribuídas: um caso de MEI dermatológica; um caso de MEI urológica; um caso MEI pneumológica; quatro casos de MEI oftalmológicas; oito casos de MEI hepáticas. Conclusões: As MEI têm alta incidência (I=83,6%) entre os pacientes portadores de DII; as MEI tiveram incidência semelhante entre os pacientes portadores de retocolite ulceratica idiopática e de Crohn; o início das MEI foi mais comum após o diagnóstico da DII; a classe de MEI mais prevalente foi a reumatológica (P=71,4%).
2011
Torres,Júlio Augusto do Prado Santana,Raquel Matos de Torres,Felipe Augusto do Prado Moura,Alex Rodrigues Torres Neto,Juvenal da Rocha