Repositório RCAAP

Situação epidemiológica da brucelose bovina no Estado do Rio Grande do Sul

Para dar suporte à implementação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina no Estado do Rio Grande do Sul, foi realizado um estudo para caracterizar a situação epidemiológica da brucelose. Assim, o Estado foi dividido em sete regiões. Em cada região foram amostradas aleatoriamente cerca de 300 propriedades, e dentro dessas foi escolhido de forma aleatória um número pré-estabelecido de animais, dos quais foi obtida uma amostra de sangue. No total foram amostrados 16.072 animais, provenientes de 1.957 propriedades. Em cada propriedade amostrada foi aplicado um questionário epidemiológico indagando sobre a tipologia da propriedade e sobre práticas zootécnicas e sanitárias que poderiam estar associadas ao risco de infecção pela doença. O protocolo de testes utilizado foi a triagem com o teste do Antígeno Acidificado Tamponado e o re-teste dos positivos com o teste do 2-Mercaptoetanol. O rebanho foi considerado positivo se pelo menos um animal fosse reagente às duas provas sorológicas. Para o Estado, as prevalências de focos e dos animais foram respectivamente de 2,06% [1,50-2,63%] e 1,02% [0,60-1,43%]. Para os circuitos, as prevalências de focos e dos animais foram respectivamente: circuito 1: 3,06% [1,40-5,73%] e 0,95% [0,00-1,97%]; circuito 2: 7,71% [4,95-11,35%] e 1,04% [0,40-1,68%]; circuito 3: 5,66% [3,38-8,79%] e 2,12% [0,41-3,83%]; circuito 4: 0,66% [0,08-2,37%] e 0,66% [0,00-1,81%]; circuito 5: 0,66% [0,08-2,38%] e 0,05% [0,00-0,13%]; circuito 6: 0,00% [0,00-1,30%] e 0,00% [0,00-0,25%]; circuito 7: 5,45% [2,52-10,10%] e 2,88% [0,49-5,27%]. Os fatores associados à condição de foco foram: exploração de corte (OR = 4,27 [1,82-10,01]) e histórico de aborto (OR = 3,27 [1,71-6,25]).

Ano

2009

Creators

Maria Fernanda Vianna Marvulo

Utilização de uma técnica rápida para o isolamento de Mycobacterium bovis a partir de amostras de leite experimentalmente inoculadas

A técnica de camada delgada em placas com meio de Middlebrook 7H11 foi comparada com a técnica padrão de cultura em meio de Stonebrink, a fim de se avaliar a sensibilidade e o tempo de detecção de micobactérias em amostras de leite, experimentalmente inoculadas com Mycobacterium bovis (estirpe AN5), em uma diluição 10-2, e submetidas a duas diferentes técnicas de processamento, utilizando-se da gordura (técnica 1)e do sedimento (técnica 2), descontaminadas pelo método de Petroff modificado (adicionado de Tween 80) e confrontadas com a técnica do leite total submetida ao método de Petroff e semeadas nos dois meios. Os resultados destas técnicas (1 e 2) foram comparados entre si pelo teste não paramétrico de Wilcoxon, e entre os resultados obtidos na técnica de leite total submetida ao método tradicional de Petroff, por meio do teste não paramétrico de Mann-Whitney. Posteriormente, amostras de leite nas diluições 10-3, 10-4 e 10-5 foram então submetidas às mesmas técnicas de processamento e descontaminação para averiguação de sensibilidade. Os resultados obtidos demonstraram que: 1) a técnica de cultivo de micobactérias em amostras de leite no meio de Middlebrook 7H11 se mostrou viável frente à tradicional; 2) a técnica de camada delgada permitiu a visualização precoce das micobactérias quando comparadas ao meio de Stonebrink; 3) as técnica 1 e 2 forneceram maior recuperação de micobactérias e maior proporção de cultivos positivos nos dois empregados; 4) a técnica de camada delgada em meio de Middlebrook 7H11 modificado pode ser usada como uma técnica complementar aos métodos tradicionais de diagnóstico da tuberculose bovina em amostras de leite para fins de vigilância epidemiológica.

Ano

2005

Creators

Cristina Corsi Dib

Fêmeas com bem-estar assegurado mitigam o impacto negativo do estresse pré-cópula do macho na prole

Os sistemas suinícolas atuais, aliados aos programas de melhoramento genético avançados, trouxeram inúmeros ganhos produtivos e sanitários para a indústria. O repertório comportamental natural da espécie, importante para manter o bem-estar dos animais, é raramente priorizado nos sistemas de produção comercial de suínos. Em consequência disso, comportamentos anormais, alterações fisiológicas e emocionais, e indicadores de bem-estar comprometido são frequentemente observados. Esses comportamentos são uma tentativa dos animais de adaptação ao meio onde estão inseridos, e os sistemas emocionais 'básicos' dos animais têm funções adaptativas e fundamentais para o indivíduo. O alojamento de machos reprodutores suínos desafia o bem-estar dos mesmos pela restrição de movimento, isolamento social e falta de enriquecimento ambiental. Estudos recentes em animais de laboratório indicam que situações de estresse nos machos podem alterar características no sêmen e alterar as características da prole. O objetivo da pesquisa foi estudar o efeito do sistema de alojamento de machos suínos sobre a emocionalidade da sua prole. Foram utilizados 18 machos alojados em três sistemas: cela (C:N=6), baia (B:N=6) e baia enriquecida com o fornecimento de feno, escovação, banho (E:N=6). Submetidos à colheita de sêmen semanalmente. Na quarta semana, três pools de sêmen, cada pool representando todos os três tratamentos, com dois machos de cada tratamento (C, B e E), selecionados de acordo com métodos objetivos de avaliação do sêmen, foram utilizados para inseminar 15 marrãs alojadas em grupo no sistema ao ar livre. Foram realizadas avalições comportamentais e fisiológicas a cada terço gestacional. Os leitões foram identificados no terceiro dia de idade e seus pesos registrados aos 10°, 25° e 29° dias de idade. No 25° dia, foram realizadas as avaliações emocionais dos leitões (medo e ansiedade) (N=138) através do comportamento gravado durante os testes de campo aberto, objeto novo e labirinto em cruz elevada. No 29° dia, os leitões foram desmamados (N=138) e reagrupados por peso em três baias com feno. Imagens corporais dos leitões (N=138) foram registradas no desmame e nos quatro dias subsequentes para contabilizar as lesões de pele. No 34° dia, eles foram submetidos à avaliação nociceptiva, estimulados duas vezes consecutivas do lado direito e esquerdo da região coxofemoral e quartela. Após, amostras de pelo foram colhidas para realização do teste de paternidade. Após o recebimento dos dados de paternidade, os leitões foram alocados nos tratamentos representando o alojamento dos pais (C, B e E). Os dados comportamentais das fêmeas foram avaliados com estatística descritiva. Na análise dos dados da prole utilizou-se a análise fatorial com o intuito de resumir em quatro fatores latentes a informação relativa à variabilidade e correlações entre as variáveis. Os escores fatoriais foram classificados como negativos, centrais e positivos, com base no primeiro e terceiro quartis. O teste de qui quadrado (alfa=0,05) foi usado para testar a homogeneidade da distribuição desses escores nos três tratamentos a que os machos foram submetidos. Uma análise de correspondência buscou associações entre as frequências de leitões nos tratamentos e categorias dos escores fatoriais. Os resultados da prole indicam a influência do ambiente herdado através dos machos; os leitões filhos de machos alojados com acesso ao enriquecimento tiveram menor número de lesões de pele (p=0,008). Leitões oriundos de machos alojados em celas apresentaram valores nociceptivos mais hipoalgésicos, em contrapartida, a prole de machos alojados nas baias sem enriquecimento foram menos hipoalgésicos (p=0,029). Compreender o mecanismo de ação de tais alterações requer futuras pesquisas associando os princípios da epigenética e sua interação na construção do comportamento animal.

Estudo de Salmonella Typhimurium de origem aviária: perfil genotípico, colonização e invasão

Salmonella do grupo paratifóide é responsável por toxi-infecção alimentar no homem, veiculada por alimentos contaminados. Este estudo determinou o perfil genotípico de nove amostras de S. Typhimurium, a sua patogenicidade, assim como sua capacidade de colonização e invasão em aves SPF. Verificou-se pela análise dos genes: agfA, avrA, cdtB, fimA, fliC, invA, iroN, lpfC, mgtC, pefA, sefC, sifA, sipB, sipC, sitC, slyA, sopB, sopE1, sptP ou spvC em amostras de Salmonella Typhimurium que todas foram negativas para os genes sopE1 ou spvC. O gene cdtB estava presente em apenas uma amostra (11,11%) e o gene pefA em duas amostras (22,22%). O gene sefC foi encontrado em três amostras (33,33%). Em oito amostras (88,88%) os genes agfA, fimA, lpfC ou sptP estiveram presentes. Os genes avrA, fliC, invA, iroN, mgtC, sifA, sipB, sipC, sitC ou slyA ou sopB estiveram presentes em 100% das amostras analisadas. Determinou-se quatro perfis genotípicos. No ensaio de patogenicidade observou-se que as amostras inoculadas por via oral, não causaram mortalidade de pintinhos SPF de um dia de idade, com a exceção da amostra SA 633 e SA 006 que apresentaram 30 e 10%, respectivamente. No entanto, observou-se que a infecção por via subcutânea provocou uma maior mortalidade de pintinhos, sendo que as amostras SA 003, SA 004, SA 005 e a amostra vacinal mostraram somente 10% de mortalidade, a amostra SA 002 30%, as amostras SA 632 e SA 634 70% e a amostra SA 633 100%. A amostra SA 006 não provocou nenhuma mortalidade. A amostra mais patogênica pela via subcutânea foi a SA 633. O ensaio de colonização foi realizado em pintinhos SPF, com as amostras SA 002, SA 003, SA 004, SA 005, SA 006, SA 632, SA 633, SA 634 e amostra vacinal. Verificou-se ausência de invasão no fígado e baço 24 horas pós- infecção, exceto para as amostras SA 632 (30%) e amostra vacinal (20%). Após sete dias da infecção houve invasão em dois pintinhos com a amostra SA 002 e um pintinho com as amostras SA 004 e SA 005. Apenas na amostra SA 632 constatou-se colonização em ceco após 24 horas em 10% das amostras e após 7 dias em 70% pós-infecção. Concluiu-se que entre as amostras de Salmonella Typhimurium analisadas existiam diferentes perfis genotípicos baseando-se na presença ou ausência de genes de virulência, e que a amostra vacinal assemelha-se a amostras de S. Typhimurium estudadas quanto a presença dos genes. Os resultados do teste de patogenicidade das amostras de ST indicaram que a via de inoculação modifica a patogenicidade de uma mesma amostra e que a mortalidade após a inoculação pela via subcutânea é sempre superior que pela via oral.

Ano

2010

Creators

Lidiane Mota Martins

Avaliação de três protocolos antibióticos na qualidade do sêmen bovino quanto ao seu efeito sobre a microbiota autóctone e na destruição da Leptospira spp. sorovares Hardjo (estirpes Hardjoprajitno e Hardjobovis) e Wolffi (estirpe 3705)

Considerando-se que a leptospirose pode ser transmitida pela inseminação artificial e a existência de possíveis falhas na Instrução Normativa vigente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-MAPA, quanto ao controle desta enfermidade em touros em serviço reprodutivo em Centrais de lnseminação Artificial -CIA, e ainda pelas baixas taxas na FIV em vista da presença de microbiota autóctone no sêmen industrializado, o presente trabalho propôs avaliar: l-a microbiota autóctone presente nas amostras de muco prepucial e sêmen quanto a sazonalidade e a idade (<4 e ≥4 anos) de touros de uma CIA; 2-0 efeito do tratamento com protocolos antibióticos adicionados ao extensor: A - gentamicina (250 ug/ml.), tilosina (50 ug/rnl.); lincomicina (150 ug/ml.), espectinomicina (300 ug/ml.; B -penicilina (500 UI), estreptomicina (500 UI), lincomicina (150 ug/ml.), espectinomicina (300 ug/ml.); CI- sulfato de amicacina (500 ug/rnl.); C2 - sulfato de amicacina (1500 ug/ml. ) e C3 - sulfato de amicacina (2500 ug/ml.) sobre a microbiota presente nas amostras de sêmen; 3-0 efeito dos protocolos de antibióticos (A, B, C I, C2, C3) sobre esperrnatozóide através do teste de integridade de membrana.; 4-0 efeito bactericida dos protocolos A, B e C2 adicionados ao extensor, sobre o sêmen experimentalmente contaminado com Leptospira spp. sorovares Hardjo (estirpes Hardjoprajitno e Hardjobovis) e Wolffi (estirpe 3705), pelo cultivo microbiológico e Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR), comparando-as entre si. Das amostras de sêmen e muco prepucial de oito touros de uma CIA, observou-se correlação entre os gêneros bacterianos detectados no cultivo bacteriológico das amostras de muco prepucial e sêmen na mesma colheita, não houve diferença entre a microbiota quanto à idade dos animais e a sazonalidade das colheitas; os protocolos antibióticos (A, B, Cl , C2, C3) não interferiram na integridade de membrana citoplasmática dos espermatozóides; protocolos A e C3 mostraram maior redução na microbita do sêmen, embora sem significado estatístico; PCR foi mais sensível que o cultivo na detecção de Leptospira spp. de amostras de sêmen experimentalmente contaminadas, entretanto a diminuição na freqüência de resultados positivos na PCR, em amostras de sêmen contaminadas com três estirpes de Leptospira spp e tratadas com os protocolos A, B ou C2, está relacionada a fatores intrínsecos da técnica e não ao efeito bactericida dos antibióticos empregados. O cultivo bacteriológico revelou baixa sensibilidade no isolamento de estirpes de Leptospira spp em sêmen experimentalmente contaminado com 106 bactérias/mL. A transmissão de leptospiras pelo sêmen industrializado de touros doadores em ClA é principalmente dependente da concentração de leptospiras excretadas no momento da colheita. A PCR confirma ser uma ferramenta fundamental na detecção da presença de leptospiras no sêmen de touros doadores em Centrais de Inseminação Artificial, devendo ser empregada em pelo menos duas colheitas na quarentena, e posteriormente no monitoramento do animal

Ano

2007

Creators

Tatiana Barrionuevo Gotti

Avaliação de protocolos sanitários para a espécie Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea - Kuhl, 1820) em cativeiro e análise de programas de relocação populacional

Um componente da conservação de animais selvagens é a relocação de espécies comumente referida como projetos de soltura. Para que esta seja bem sucedida os candidatos do projeto devem estar livres de patógenos considerados de importância para a espécie. Segundo a Instrução Normativa 179 oficializada pelo IBAMA em 25/06/2008, determinou-se a realização de exames laboratoriais como medidas a se prevenir a introdução de agentes infecciosos no ambiente, e garantir a sobrevivência a longo prazo dos animais em questão. No Brasil encontra-se a maior quantidade em espécies de psitacídeos, e das 84 espécies, 13 são vulneráveis a criticamente ameaçadas de extinção. Diversos projetos de relocação de animais silvestres, incluindo vários já bem sucedidos com psitacídeos, vêm sido realizados em território nacional além dos existentes do exterior. O Papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) tem suas populações severamente afetadas, sendo classificada no estado de São Paulo como criticamente ameaçada e como ameaçada a nível mundial. Apesar das dificuldades para a conservação dos recursos naturais, existem remanescentes de habitat protegido e em regeneração que podem abrigar espécies que historicamente ocupavam estes locais, de maneira que projetos de reintrodução visando A.vinacea como espécie bandeira em São Paulo e em Santa Catarina, foram contatados para realizar a pesquisa sanitária prévia à soltura. Foram realizados suabes cloacais em amostragens seriadas de modo a identificar possíveis portadores para os agentes paramixovírus tipo 1, influenza tipo A, poxvírus aviário, coronavírus, Escherichia coli Enteropatogênica (EPEC), e Salmonella spp., em indivíduos da espécie confiscados do tráfico, através da reação em cadeia pela Polimerase (PCR), objetivando sequenciar os possíveis resultados positivos, discutindo a viabilidade e custos segundo as determinações da IN 179/2008. Amostras após a liberação também foram coletadas na forma de fezes obtidas no recinto de aclimatação e/ou ao redor dos comedouros de alimentação suplementar. Obtiveram-se um total de 151 amostras somadas em todas as coletas seriadas, sendo 103 amostras de suabes cloacais de aves ainda em cativeiro e 48 amostras de fezes não individualmente caracterizadas das aves soltas. Das amostras testadas para os agentes com potencial infeccioso obtiveram-se apenas resultados positivos para E.coli, totalizando 36 isolados, embora nenhum tenha sido caracterizado como EPEC. Observou-se uma tendência para maior detecção de E.coli nas amostragens iniciais em comparação com as finais, fato ligado principalmente às melhorias no manejo empregadas. A possibilidade de se comparar resultados em amostragens seriadas foi importante para uma avaliação mais segura quanto à sanidade dos animais envolvidos, auxiliando a determinar a seleção das aves, não havendo relatos de doenças imediatamente após a soltura ou no monitoramento a longo prazo. A baixa frequência de amostras positivas para os agentes que poderiam inviabilizar a liberação parece demonstrar que existe um exagero de que doenças representam um risco extremo impedindo projetos de relocação. Procedimentos de quarentena adequados e a realização de um mínimo de exames reduzem os riscos envolvidos, fato observado no presente estudo tanto em cativeiro como no processo de liberação e posteriormente. Para as instituições amostradas havia um limitado recurso anual que não seria capaz de pagar por exames individuais. Uma opção é a de testar amostras em pool para diminuir os custos, e caso haja positivos, procurar retestar para identificar os indivíduos. A baixa prevalência de positividade para os agentes com potencial infeccioso neste estudo, demonstra que amostras em pool podem ser uma alternativa econômica, caso o exame individual esteja fora de questão. Tendo em vista que para obter um mínimo de segurança no projeto de relocação no Brasil depende-se quase exclusivamente da iniciativa privada, convênios com universidades tornam-se não apenas uma necessidade, mas também uma oportunidade para troca em direção a um objetivo em comum e geração de conhecimento científico.

Ano

2013

Creators

André Becker Simões Saidenberg

Designing antivirals against rabies using molecular docking and protein modeling

Rabies is a zoonotic disease that mainly affects poor population in developing countries. While there is an efficient vaccine for it, many of those in the areas most affected by the disease can be unaware of the vaccine and their need for it, may be unable to reach an area where the vaccines are readily available, or may be unable to pay for the high cost of vaccination and immunoglobulin. This project aimed to find a potential treatment for the disease when it has already reached its later stages, so those who cant access vaccination still have a chance of surviving this lethal disease. This project focused on the bioinformatics capability of finding potential ligands that could inactivate or block all five proteins or rabies, so that they would be unable to bind to host receptors, or to damage the immune system of patients. All five proteins of rabies from nineteen different strains (ninety-five proteins) were modeled through homology modeling, and twenty-six drug-like ligands that passed Lipinskis rule of five were chosen. The first docking step was to put all ninety-five proteins through a blind docking with each of the twenty-six ligands to narrow down the number of ligands and analyze potential active sites. After all the blind dockings were concluded, seventeen ligands were chosen for the active site docking, which also considered specific residues (found from literature, bioinformatic tools, and analysis of blind docking) as potential active sites of each protein. The blind docking results were also visualized and analyzed for both the binding energies of each binding as well as the location of the connections. The number of times each of the residues from the potential active sites were accessed were also analyzed. The ligands that had the best results overall were narrowed down to four and analyzed both for their structure and pharmacology in the context of rabies infection. Potential active sites were also analyzed and narrowed down to the most likely active sites for each protein.

Ano

2021

Creators

Joana Rocha da Silveira Barreto de Aguiar

Epidemiologia da raiva: caracterização de vírus isolados de animais domésticos e silvestres do semi-árido paraibano da Região de Patos, Nordeste do Brasil

No semi-árido paraibano há poucos relatos de ocorrência da raiva, há quem afirme que os caprinos, ovinos e asininos são resistentes à doença e a prática de vacinação é incomum. Este trabalho visou estudar a situação da raiva na região semi-árida de Patos-PB, estabelecendo o diagnóstico desta enfermidade em diferentes espécies de animais domésticos e silvestres. Foram capturados 12 exemplares de raposas (Dusicyon vetulus), por meio de armadilha; 192 morcegos insetívoros (Molossus molossus), capturados no Centro de Saúde e Tecnologia Rural - CSTR, Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, em Patos, e oito morcegos insetívoros (M. molossus) encaminhados por moradores desta cidade. As raposas capturadas foram submetidas à colheita de sangue e em seguida sacrificadas com uso de Ketamina e T-61. Outras 287 raposas e oito guaxinins (Procyon cancrivorous) atropelados e mortos nas rodovias que servem o município de Patos foram examinados, além de 74 amostras de diferentes espécies de animais domésticos, enviados pelo setor de Patologia do Hospital Veterinário do CSTR-UFCG. Os animais silvestres, uma vez transportados ao Laboratório de Virologia do CSTR-UFCG, foram necrópsiados e os fragmentos do cérebro, submetidos à prova de imunofluorescência direta (IFD) e inoculação intracerebral em camundongos (ICC) para o diagnóstico da raiva. Dos 581 materiais examinados, 50 (8,60%) foram positivos à IFD, dos quais 47 (8,09%) se confirmaram à ICC. Relativamente às espécies, 19/41 amostras de bovinos; 12/299 de raposas; 1/5 de ovinos e 2/6 de caninos apresentaram resultados positivos para ambas as provas. Amostras procedentes de caprinos, eqüinos e morcegos apresentaram resultados discrepantes entre as provas de IFD e ICC, de 2/6 e 1/6; 3/11 e 2/11; e 9/200 e 8/200, respectivamente. As amostras de vírus foram enviadas ao Laboratório de Raiva da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, para extração do material nucléico, tipificação antigênica e genética. A tipificação antigênica e genética com base no gene M1 foi realizada no "Canadian Food and Inspection Agency", Fallowfield, Otawa, Canadá, patrocinado pela IICA – "Inter-American Institutes for Cooperation on Agriculture". A caracterização genética do gene N e o estudo filogenético foram realizados no laboratório do "National Institute of Infectious Diseases", Toyama, Tóquio, pelos pesquisadores do "College of Bioresources Sciences" da Nihon University, Kanagawa, Japão. O estudo do comportamento biológico das amostras foi realizado em camundongos, pela inoculação por via intracerebral, avaliando-se os períodos de incubação e clínico, no seu primo-isolamento. O comportamento biológico de um isolado de raposa foi estudado em caprinos e ovinos inoculados experimentalmente por via intramuscular. A mesma amostra foi utilizada para o desafio de asininos e eqüinos vacinados com uma vacina comercial de vírus inativado. Estes animais apresentaram níveis mensuráveis de anticorpos anti-rábicos neutralizantes e os resultados do desafio indicaram a eficácia da vacina contra o isolado de raposa. Os resultados da tipificação antigênica e genética permitem concluir que: na região estudada a epidemiologia da raiva é complexa, revelando existir variantes distintas, mantidas em cães domésticos, raposas, morcegos insetívoros e morcegos hematófagos.

Ano

2004

Creators

Albério Antonio de Barros Gomes

Ocorrência e caracterização de genotipos de rotavírus a partir de material fecal de leitões com diarréia, provenientes de diversas propriedades de criação de suínos, localizadas no Estado de São Paulo

Um total de 144 amostras fecais colhidas de leitões com diarréia provenientes de diversas granjas distribuídas por 10 municípios do Estado de São Paulo, Brasil, foram examinadas para a presença de rotavírus através de eletroforese em gel de poliacrilamida e ELISA, num esquema de triagem em paralelo. Destas, 24 e 39 amostras foram, respectivamente, positivas por estes testes e a caracterização dos genotipos P e G foi realizada em 43 amostras por nested RT-PCR, usando diferentes conjuntos de primers. Utilizando-se primers animais, o genotipo P[6] foi o mais freqüente, detectado em 25,58% das amostras, seguido pelo P[1] (11,62%) e P[7] (9,3%). Infecção concomitante de genotipos P[6]+P[7] (9,3%), P[1]+P[6] (4,65%), P[1]+P[6]+P[7] (2,32%) foi também observada. O genotipo G[5] foi o mais freqüente, detectado em 30,23% das amostras, seguido pelo G[10] (20,93%) e G[6] (4,65%). Infecção concomitante de genotipos G[5]+G[10] (18,6%) foi também observada. Utilizando-se primers humanos, somente o genotipo P[6] (65,11%) foi encontrado. Foram detectados os genotipos G[4] (27,9%), G[3] (13,95%) nas amostras, e as infecções concomitantes G[3]+G[4] (9,3%), G[2]+G[3]+G[4] (4,65%) e G[2]+G[3] (2,32%). A combinação mais freqüente foi G[5]P[6] e G[4]P[6], porém foram encontradas também infecções mistas, genotipos atípicos e reassortants. O seqüenciamento do gene a partir dos produtos de nested PCR dos genotipos animais P e G mostrou diversidade de nucleotídeos e aminoácidos dentro de um mesmo genotipo. As árvores filogenéticas utilizando o critério de maxima parcimônia e o algoritmo branch-and-bound, tiveram topologias nas quais as seqüências de nucleotídeos geradas neste trabalho concordam com as outras descritas anteriormente e pertencentes a um mesmo genotipo, suportadas por índices aceitáveis de \"bootstrap\". Os resultados deste estudo, além de contribuir para um melhor entendimento da epidemiologia dos rotavírus suínos, é relevante ao mostrar que além de haver uma diversidade de genotipos circulantes no campo, há também dentro dos mesmos genotipos, e isto deve ser considerado ao se utilizar e desenvolver métodos de diagnóstico, bem como ao se adotarem medidas preventivas específicas contra esta doença.

Avaliação da virulência de estirpes de Mycobacterium avium presentes na população de suínos no sul do Brasil

Tendo sido comprovada a existência da famílias molecularmente distintas de M. avium circulando em suínos de região sul do Brasil, e havendo dúvidas a respeito da importância da transmissão horizontal como mecanismo de manutenção da doença, o presente teve por objetivo estudar a virulência dessas estirpes, informação importente para o aperfeiçoamento dos métodos de controle. As estirpes emergiram do estudo caso-controle, onde as tipagens moleculares por RFLP mostraram a existência de quatro famílias de M. avium (PIG-A, B, C e D). Um estirpe representante de cada família foi inoculada pela via intra-peritoneal em 48 hamsters com uma dose de 30.000 U.F.C. por animal. Após 2, 13, 26 e 40 dias da inoculação, 12 hamsters inoculados de cada família foram anestesiados, sacrificados e os agentes foram quantificados no fígado, baço e pulmão. A presença das estirpes foi verificada no sangue e também foram realizados exames histológicos. As estipers PIG-A, B, C e D desenvolveram lesões granulomatosas no fígado e baço nos quatro tempos experimentais; disseminaram-se pela via linfo-hemática, multiplicando-se em fígado, baço e pulmão. Nos quatro tempos experimentais houve diferença entre as contagens de U.F.C./g entre os órgãos (T1: p<0,001; T2: p<0,001; T3: p<0,001 e T4: p<0,001) e as obtidas do baço foram sempre superiores às do fígado e pulmão. Nos quatro tempos experimentais houve diferença entre as contagens de U.F.C./g entre as estirpes (T1: p<0,001; T2: <0,001; T3: p<0,001 e T4: p<0,001) e foi possível construir a seguinte escala decrescente de virulência: PIG-B > PIG-A > PIG-D > PIG-C.

Ano

2001

Creators

Eugenia Márcia de Deus Oliveira

Descrição do comportamento da cepa de Salmonella Enteritidis PT4 frente ao tratamento térmico a 60,0°C por três minutos e meio, em ovo integral pasteurizado desidratado reconstituído

O presente trabalho objetivou descrever o comportamento da cepa Salmonella Enteritidis (S. Enteritidis) PT4, frente ao tratamento térmico a 60,0º C por três minutos e meio, em ovo integral pasteurizado desidratado reconstituído, interrelacionando a termorresistência com temperatura prévia de incubação e concentração de microrganismos. Foram realizadas 150 análises, das quais 75 foram trabalhadas com cepa previamente incubada à 35ºC e 75 com cepa incubada à 43ºC. Cada um destes grupos foi subdividido em três subgrupos, inoculado-se as concentrações de 10³, 105 e 108 unidades formadoras de colônia (UFC)/mL de caldo BHI. Após inoculação, foi simulada pasteurização do ovo, a 60,0ºC por 3,5 minutos, em banho-maria, e, posteriormente, realizadas contagem em placa (UFC) e Número Mais Provável (NMP), para verificação da concentração de S. Enteritidis sobrevivente. O tempo de redução decimal (valor D) foi de 2,54 e 2,57 minutos para S. Enteritidis previamente incubada à 35ºC e inoculada nas concentrações de 105 e 108 UFC/mL de caldo BHI, respectivamente. Para S. Enteritidis previamente incubada à 43ºC e inoculada nas concentrações de 105 e 108 UFC/mL de caldo BHI, o valor D foi de 2,58 e 2,40 minutos, respectivamente. Não foi possível o cálculo do valor D para a concentração 10³ UFC/mL de caldo BHI, visto que não houve população sobrevivente. Não houve diferença significativa entre os resultados de contagem e NMP, comparando-se as duas temperaturas de incubação, entretanto, os resultados de contagem e NMP das três concentrações inoculadas foram diferentes entre si. Concluiu-se que a cepa pré incubada a 43ºC não apresentou maior resistência ao calor, em relação à cepa incubada a 35ºC; e não houve maior resistência ao calor, comparando-se as diferentes concentrações.

Ano

2003

Creators

Paula Spinha de Toledo

Detecção de Salmonella spp. em amostras de fezes, linfonodos e carcaças de suínos no momento do abate

Microrganismos do gênero Salmonella são eliminados em maior número por ocasião do abate, em função do estresse a que são submetidos os animais, pelo transporte da granja ao frigorífico e pelo reagrupamento anterior ao abate. Por este motivo, o estudo da presença de Salmonella spp. na linha de abate de suínos tem fundamental importância para o entendimento da epidemiologia deste agente e posterior melhoria no controle higiênico-sanitário, com conseqüente oferecimento ao consumidor de um produto de melhor qualidade. O presente trabalho teve como objetivo comparar o método tradicional de isolamento com o teste imunoenzimático (Assurance Salmonella EIA Gold - BioControl) a partir de amostras de fezes, linfonodos mesentéricos e carcaças de suínos abatidos no estado de São Paulo. Foram analisadas 92 amostras de fezes, 92 de linfonodos mesentéricos e 91 de suabes de carcaça. O teste imunoenzimático apresentou positividade de: fezes - 18,47% (17), linfonodos mesentéricos - 17,39% (16) e &quot;swabs&quot; de carcaça - 12,08% (11). Ao isolamento, foram observadas porcentagens de positivos em: fezes - 13,04% (12), linfonodos mesentéricos - 10,86% (10) e &quot;swabs&quot; de carcaça - 2,19% (2). A concordância entre os resultados obtidos através dos dois métodos foi fraca. O teste imunoenzimático se mostrou mais eficiente na pesquisa direta do agente quando comparado ao isolamento bacteriano, o que pode ser justificado pela alta sensibilidade das técnicas imunoenzimáticas e pela dependência da viabilidade das estirpes bacterianas para que as mesmas sejam isoladas em meios de cultura. A necessidade de métodos mais rápidos e menos laboriosos de detecção tem levado a avanços significativos no desenvolvimento de pesquisas e comercialização de kits de diagnóstico baseados em técnicas sorológicas, imunoabsorbância enzimática e hibridização de ácidos nucléicos.

Ano

2007

Creators

Solange Rosa Teixeira

Aspectos ecológicos da febre maculosa brasileira em um foco endêmico no Estado de São Paulo

Foi conduzido um estudo sobre a ecologia da Febre Maculosa Brasileira, causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, em uma área endêmica, no distrito de Taiaçupeba, Município de Mogi das Cruzes, SP. Para o melhor entendimento de quais animais silvestres são os hospedeiros das formas imaturas do carrapato vetor, Amblyomma aureolatum, foram capturados entre janeiro e dezembro de 2005, 243 animais silvestres em dois fragmentos de mata. Foram utilizadas estações de pitfall para captura de roedores e pequenos didelfídeos e armadilhas tomahawk para captura de Didelphis aurita, além da colocação de redes de neblina (14m x 3m cada) para captura de aves. Os animais foram sacrificados e tiveram sangue, baço e fígado extraídos. O baço de cada animal foi submetido a testes moleculares e bioensaios para pesquisa de bactérias do gênero Rickettsia. Os carrapatos capturados dos animais foram submetidos à identificação taxonômica morfológica ou molecular e à pesquisa de bactérias do gênero Rickettsia. Foram colhidos carrapatos dos gêneros Amblyomma, Haemaphysalis e Ixodes. Imaturos do carrapato Amblyomma aureolatum foram colhidos parasitando três indivíduos da espécie de Passeriforme Pyriglena leucoptera. Não foram encontrados exemplares desta espécie de carrapato parasitando roedores ou didelfídeos. Nenhum animal foi identificado sendo infectado por riquétsias, enquanto que três espécies de riquétsias, sendo duas do grupo da febre maculosa, foram identificadas infectando carrapatos das espécies Amblyomma longirostre, Ixodes aragaoi e Ixodes loricatus. Nenhum carrapato foi encontrado naturalmente infectado com a bactéria R. rickettsii. O estudo mostrou detalhes do ciclo de vida do carrapato A. aureolatum que podem auxiliar o entendimento do ciclo enzoótico da febre maculosa brasileira.

Ano

2007

Creators

Adriano Pinter dos Santos

Pesquisa de Rickettsia spp. em carrapatos Amblyomma dubitatum Neumann 1899 e Amblyomma triste Koch 1844, provenientes do Brasil e Uruguai, respectivamente

Com o objetivo de obtermos isolados de Rickettsia spp. para confirmar as evidências sobre o papel do A. dubitatum e do A. triste na transmissão de riquétsia do GFM no Brasil e Uruguai, respectivamente, realizou-se em áreas endêmicas para febre maculosa nesses dois países, a avaliação da presença de riquétsia em carrapatos da espécie A. dubitatum no município de Pedreira, estado de São Paulo e em carrapatos da espécie A. triste, em uma área suburbana no sudeste do Uruguai, além da tentativa de isolamento em cultivo de células Vero e posterior caracterização molecular de isolados provenientes dessas duas espécies de carrapatos. Foram coletados um total de 841 (367 machos e 474 fêmeas) carrapatos adultos da espécie A. dubitatum e 78 (25 machos e 53 fêmeas) amostras de A. triste, os quais foram submetidos ao teste de hemolinfa. Todas as amostras foram submetidas à extração de DNA e testadas pela técnica da PCR para o gene gltA, presente em todas as espécies de riquétsias. Dos 841 A. dubitatum colhidos, em 153 (18,18%) amostras de hemolinfa foram observados organismos morfologicamente compatíveis com riquétsias, 452 foram negativas (53,74%) e 236 (28,06%) amostras de carrapatos foram inconclusivas. Todas as 78 amostras de carrapatos da espécie A. triste provenientes do Uruguai foram negativas no teste de hemolinfa. Dos 841 A. dubitatum, um total de 378 (44,94%) amostras foram positivas para o gene gltA e, posteriormente, foram testadas para o gene ompA, sendo que nenhuma das amostras foi positiva. Dos 378 A. dubitatum positivos na PCR, o produto amplificado de 93 foi seqüenciado, sendo todos identificados como Rickettsia bellii de acordo com seqüências disponíveis no GenBank. Das 78 amostras de carrapatos da espécie A. triste, provenientes do Uruguai, duas amostras, denominadas de carrapatos #5 e #35, foram positivas na PCR e, submetidas à tentativa de isolamento em células Vero, pela técnica de \"shell vial\". O estabelecimento do isolado de riquétsia somente foi obtido com sucesso do carrapato #5, sendo este isolado designado de At#5-URG, o qual foi depositado como amostra de referência em nosso laboratório. Amostras de DNA do isolado At#5-URG foram testadas para uma bateria de oligonucleotídeos iniciadores objetivando a amplificação de fragmentos de mais três genes de riquétsias: gltA, ompB e omp, os quais foram, posteriormente seqüenciados e os fragmentos de 1.084, 775 e 491 nucleotídeos dos genes gltA, ompB e ompA, respectivamente, foram obtidos e mostraram 100% de identidade com as seqüências correspondentes disponíveis no GenBank para a cepa Maculatum de Rickettsia parkeri dos EUA.

Ano

2007

Creators

Richard de Campos Pacheco

Teste do Cometa: aplicação ao estudo de vida útil de filés de Tilápia (Oreochromis niloticus - LINNAEUS, 1758)

O presente estudo teve por objetivo avaliar o desempenho do Teste do Cometa em confronto com métodos convencionais de avaliação de frescor e qualidade higiênica e sanitária de filés de Tilápia (Oreochromis niloticus - LINNAEUS, 1758) refrigerados, durante a vida útil comercial, correlacionando os seus resultados com aqueles obtidos nas análises físico-químicas, microbiológicas e sensorial. As análises foram realizadas nos dias zero - cinco - nove - 12 - 14 pós-processamento dos filés. Em cada dia de estudo foram processados três filés diferentes, pertencentes ao mesmo lote de produto. O protocolo foi repetido em três momentos diferentes, completando 45 amostras. Nos resultados encontrou-se no dia zero e no quinto dia útil do produto, condições impróprias para consumo com relação aos microrganismos psicrotróficos e mesófilos, respectivamente, e o tipo de cometa predominante foi o tipo 3. Aos nove dias de vida útil dos filés, a média dos parâmetros Trimetilamina, Odor e Intenção de Compra indicavam produto impróprio e no teste do cometa predomina o tipo 5. Aos 12 dias de vida útil dos filés de Tilápia, refrigerados, bases voláteis nitrogenadas totais e textura obtiveram resultados impróprios, enquanto que a aparência se revelou imprópria a partir do 14º dia. Concluiu-se que o teste do cometa se presta para o estudo de vida útil de filés de Tilápia refrigerados e apresentou correlação com os métodos convencionais de avaliação de frescor e qualidade higiênica e sanitária do pescado. A partir do 9º dia de estudo predominavam cometas do tipo 5, indicativos do grau máximo de dano celular e fragmentação de DNA das células, pelo teste do cometa, o que coincidiu com a rejeição da Intenção de Compra na análise sensorial.

Ano

2013

Creators

Gian Stefani Pacola

Caracterização molecular de isolados de Sarcocystis spp. obtidos de marsupiais do gênero Didelphis spp. pela análise de gene mitocondrial, gene de apicoplasto, espaçador interno transcrito (ITS-1) e genes codificadores de antígenos de superfície (SAGs)

Em um trabalho anterior, foi avaliada a variabilidade de Sarcocystis spp. isolados de gambás oriundos do estado do Rio Grande do Sul pesquisando sequências gênicas codificadoras de antígenos de superfície (SAGs). Os resultados indicaram haver linhagens de isolados de Sarcocystis (relacionadas geneticamente a S. falcatula) que trocam genes em prováveis processos de recombinação sexual. A proposta deste estudo foi de conhecer as variações gênicas e relações filogenéticas em Sarcocystis spp. isolados de gambás através da análise de loci gênicos de genoma mitocondrial (CytB), de genoma de apicoplasto (ClpC) e das regiões espaçadoras transcritas internas (ITS-1), comparando a diversidade encontrada nestes grupos com a observada em integrantes da sub-familia Toxoplasmatinae. E também de conhecer a diversidade de genes codificadores de SAG-2, SAG-3 e SAG-4. Neste estudo foram obtidos esporocistos de Sarcocystis spp. através de raspado intestinal e fezes provenientes de gambás do gênero Didelphis, oriundos do Estado de São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Os marcadores moleculares CytB, ClpC e ITS-1 revelaram uma ampla variabilidade genotípica e alelos inéditos entre os isolados do Brasil. Os resultados levam a crer que é possível a existência de espécies &ldquo;híbridas&rdquo; de Sarcocystis no Brasil, com mistura de genes de ambas as espécies. Em relação aos genes codificadores de SAGs, foi encontrada uma diversidade ainda maior do que trabalho similar realizado. Os resultados sugerem uma possível ocorrência de reassortment e recombinação de alelos em sequências SAGs, contribuindo ainda mais para a geração de variabilidade e consequentemente na configuração antigênica do parasito. Estes resultados demonstram que isolados brasileiros possuem uma composição genética diferente do reportado em demais localidade, o que pode ter reflexos importantes no conhecimento da diversidade das espécies de Sarcocystis que infectam gambás em nosso meio e em toda a epidemiologia das infecções produzidas pelos protozoários deste grupo

Ano

2015

Creators

Samantha Yuri Oshiro Branco Valadas

Avaliação do custo-benefício das atividades de prevenção da raiva humana e das atividades de controle da raiva canina no Município de Mogi Guaçu, no período de 2000 a 2004

No presente estudo foi avaliado os custos dos tratamentos anti-rábicos pósexposição e das atividades do controle da raiva canina realizada no Mogi Guaçu, no período de 2000 a 2004. Para as análises foram utilizadas as informações disponíveis no banco de dados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e dos dados pertinentes ao Programa de Controle da Raiva, fornecidos pelo Centro de Controle de Zoonoses. Com o auxilio das planilhas do programa Excel, os dados foram tabulados e os valores em reais, obtidos ano a ano (valores nominais), foram atualizados para valores do ano de 2006, tendo como deflator o Índice de Preço do Consumidor Ampliado (IPCA). No período estudado, ocorreram 4.279 notificações de pacientes agredidos por diferentes espécies de mamíferos. O tipo de lesão mais freqüente foi a mordedura, com 90,9% do total, tendo sido o cão a principal espécie agressora, com 84,1% do total dos agravos. Os pacientes do sexo masculino apresentaram o maior risco exposição (48,2%), o mesmo ocorrendo com os pacientes de faixa etária entre zero e 14 anos (35,2%). O esquema de tratamento pós-exposição, com três doses de vacina e a observação do cão agressor, foi preconizado para 18,3% das pessoas agredidas o que representou um gasto estimado de R$ 43.829,97. O esquema de vacinação (cinco doses) e soro-vacinação foi indicado para 6,2% dos pacientes, com um custo final estimado em R$ 34.731,83. Na composição do custo das ações de controle da raiva canina, o insumo de maior peso foi o combustível. Os custos médios por animal, relativos às ações direcionadas ao controle da raiva animal, foram 9,2 a 20,2 vezes inferiores aos valores estimados para o tratamento anti-rábico humano pós-exposição. As informações oficiais, disponíveis nos bancos de dados, foram suficientes para os cálculos dos custos x benefício propostos. A avaliação do custo x benefício das atividades de prevenção e /ou controle da raiva urbana é importante para a implantação de uma política de conscientização de proprietários e deve estar associada a programas educativos.

Ano

2007

Creators

Haroldo de Barros Ferreira Pinto

Excreção de Brucella abortus, estirpe B19 pelo leite e urina de fêmeas bovinas de diferentes faixas etárias vacinadas contra brucelose e sua relação com o ciclo reprodutivo

O Programa Nacional de Controle e Erradicação de Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) proposto pelo MAPA (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) adotou como medida central à vacinação com a B19 de todas as fêmeas das espécies bovina e bubalina, entre três e oito meses de idade. Embora a B19 seja capaz de conferir 65 a 70 % de proteção contra a maioria dos níveis de exposição de fêmeas bovinas, se utilizada na dose correta e na idade recomendada, o período de excreção e seu efeito sobre animais comunicantes e suscetíveis, incluindo o homem ainda são pouco conhecidos e por se tratar de uma vacina viva e virulenta deve-se atentar para o papel zoonótico no manejo dos animais excretores. O presente estudo avaliou a excreção da estirpe B19 pelo leite e urina, de 14 fêmeas bovinas de diferentes faixas etárias, que foram imunizadas dos três aos oito meses de idade, provenientes de um rebanho de exploração leiteira, empregando-se o diagnóstico bacteriológico e PCR, correlacionando-os com as fases hormonais de um ciclo reprodutivo completo. Todas as amostras positivas na PCR para Brucella spp. foram confirmadas como sendo da estirpe vacinal B19, sendo sua excreção predominantemente no momento do cio aos 150 dias de gestação e no pós-parto imediato (30 dias), ou seja, independentemente da fase hormonal. A persistência e excreção de B19 foi observada em fêmeas bovinas de até nove anos de idade.

Ano

2007

Creators

Wanessa de Andrade Pacheco

Fatores de risco de Leishmaniose Visceral em cães no município de Panorama, Estado de São Paulo, SP, Brasil

A Leishmaniose Visceral Canina é uma doença na qual o ciclo de transmissão envolve a interação de vetores, parasitas, reservatórios e hospedeiros além de componentes ambientais, sociais, e biológicos, que tornam complexa a compreensão da dinâmica desta doença nas regiões endêmicas. Este estudo epidemiológico transversal de tipo caso controle objetivou a identificação de fatores sociodemográficos, socioeconômicos, ambientais, da dinâmica populacional canina e do estilo de vida dos cães, associados à ocorrência de Leishmaniose Visceral Canina no município de Panorama, estado de São Paulo, Brasil. Para a identificação destes fatores foi realizada um inquérito epidemiológico nos domicílios com cães positivos e negativos a Leishmaniose Visceral diagnosticados por sorologia no anos 2012 e 2013. Mediante um modelo de regressão logística foram considerados como fatores de risco para a ocorrência de Leishmaniose Visceral Canina: cães não castrados, cães que dormem fora de casa, famílias com renda inferior a três salários mínimos, presença de vegetação próximo do domicilio, não ter vidro na janela, ter vasos com plantas, ter arvores no quintal e aquisição de um cão no último ano. O desenvolvimento deste trabalho auxilia no programa de prevenção e controle da Leishmaniose Visceral Canina do Município de Panorama, mediante a identificação dos principais fatores de risco determinantes para a manutenção da doença. Este estudo demonstrou a presença de fatores de risco sujeitos a modificações por parte da população e das autoridades sanitárias que poderiam contribuir para a redução do risco de transmissão da doença em Panorama, sendo elas: a ordenação do ambiente no peri-domicílio pela redução de matéria orgânica e entulho que poderiam servir como local para reprodução e abrigo da população vetora, a modificação da relação com os cães de modo a aumentar a supervisão e a promoção do uso de medidas de proteção individual (coleira, repelentes, vacina) para a proteção da população canina nesta localidade.

Ano

2015

Creators

Tatiana Jimenez Villegas

Estudo da infecção oral por Toxoplasma gondii em ovinos: avaliação da transmissão congênita em infecções experimentais por meio de diferentes linhagens brasileiras

Toxoplasma gondii é apontado como causa primária de doença congênita, abortamentos e natimortalidade em humanos e animais de produção. No Brasil, genótipos atípicos do parasita podem estar relacionados com ocorrência de enfermidade severa, inclusive em indivíduos imunocompetentes. Este estudo aplicou-se à reprodução experimental de infecções por T. gondii em ovinos, com vistas a estudar aspectos relacionados à ocorrência da transmissão congênita, avaliando reinfecções produzidas por diferentes genótipos de T. gondii isolados no Brasil. Treze ovelhas soronegativas para a infecção por T. gondii foram primo-infectadas com 2x103 oocistos esporulados via oral deste parasito, Grupo 1 (4 animais) com genótipo BrI e Grupos 2 e 3 (5 e 4 animais, respectivamente) com genótipo BrIII. Após a cronificação da infecção, os animais foram emprenhados. Da mesma forma, uma segunda infecção foi realizada após 2 meses de gestação, animais dos Grupos 1 e 3 receberam oocistos de T. gondii genótipo BrIII e o Grupo 2 recebeu BrI. Semanalmente foram observados os efeitos da reinfecção comparando com um grupo controle (5 animais) não infectado, através de exames físicos, ultrassonográficos, sorológicos, hematológicos e bioquímicos. Utilizando bioensaio em camundongos, análise molecular, exames histopatológicos e imunohistoquímica, avaliou-se a infecção experimental de ovelhas e cordeiros. Verificaram-se as diferenças entre as médias dos resultados dos grupos com ANOVA dois fatores para a sorologia e ANOVA um fator, post-hoc Bonferroni ou Kruskall-Wallys, post-hoc U de Mann-Withney para os outros parâmetros, sendo considerados significativos quando p<0,05. Não foram observados abortamentos, obtiveram-se 19 cordeiros dos grupos experimentais, todos soronegativos. As ovelhas infectadas apresentaram altos títulos de IgG e hipertermia após a primo-infecção e aumento moderado após a reinfecção, com diferença estatística somente no Grupo 1. Parâmetros clínicos alterados nos grupos experimentais foram observados principalmente nos dias 21 e 28 após o desafio. Houve significância estatística comparando-se resultados de patologia clínica em infecções por genótipos diferentes em vários pontos de tempo. À necropsia, observou-se fibrina nas placentas das ovelhas infectadas, um feto mumificado em uma das ovelhas do Grupo 2 e cordeiros e ovelhas com linfoadenomegalia. PCR realizado em amostras de tecido alterado confirmou presença de T. gondii em linfonodos e coração de cordeiros do grupo 2 e coração e placenta de ovelhas do Grupo 3. Nos bioensaios em camundongos dos tecidos de cordeiros foram observados cistos cerebrais em um animal do Grupo 2, confirmados por PCR. Análises histopatológicas confirmaram taxa de transmissão de 26% nos três grupos experimentais. Exceto por uma ovelha do Grupo 1, todos os ovinos, incluindo o cordeiro positivo, estavam infectados com o isolado utilizado na primo-infecção. Observou-se maior frequência de transmissão congênita endógena em ovelhas soropositivas após reinfecção com genótipos diferentes, com alterações fisiológicas significativas em ovelhas gestantes, porém não acarretando abortamento ou malformações. A primo-infecção proporcionou imunidade cruzada contra reinfecção subsequente na maioria dos animais, aparentando maior eficácia quando utilizado genótipo BrIII

Ano

2015

Creators

Daniela Pontes Chiebáo