Repositório RCAAP

Fatores de risco para introdução e disseminação dos vírus da influenza aviária e da doença de Newcastle em criações de aves de fundo de quintal localizadas no entorno de compartimentos avícolas

As aves de vida livre e de criações de fundo de quintal são potenciais reservatórios de patógenos e têm sido objeto de estudos epidemiológicos. A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) introduziu, em 2003, o conceito de compartimentação no Código Sanitário dos Animais Terrestres, descrevendo os procedimentos de biosseguridade aplicados por um país para definir em seu território subpopulações de status sanitários diferenciados, no presente caso para prevenção da infecção pelos vírus da influenza aviária (vIA) e da doença de Newcastle (vDNC). A vigilância epidemiológica, em criações de aves localizadas no entorno de compartimentos avícolas, com base na avaliação do risco de introdução e de disseminação dos vIA e vDNC foi regulamentada no Brasil em 2014. O presente estudo teve como objetivo identificar os potenciais fatores de risco para a introdução e disseminação desses vírus em criações de aves de fundo de quintal, com a aplicação de um questionário de caráter censitário e epidemiológico em 81 criatórios de aves de fundo de quintal localizados no entorno de 5 unidades de compartimentos avícolas da região noroeste do Estado de São Paulo, com colheita de amostras de sangue e de suabe (traqueal e cloacal) em 583 aves, para a detecção de anticorpos contra o vIA e o vDNC, pelo teste de ELISA, e detecção viral, pela técnica de RT-PCR. Não houve a detecção de anticorpos e de circulação viral contra o vIA. Anticorpos contra o vDNC foram identificados em 56.7% dos criatórios investigados, com 14.8% das aves testadas como positivas. O vDNC não foi detectado pelo teste molecular nas amostras de suabes. A ausência de isolamento viral, e portanto do perigo, não permitiu associar os potenciais fatores identificados neste estudo ao risco de introdução e disseminação dos vIA e vDNC em criatórios de aves de fundo de quintal. Entretanto, as atividades de vigilância para estes vírus devem ser mantidas, com especial destaque às notificações de sinais clínicos compatíveis com as síndromes respiratórias e neurológicas ou mortalidade em aves.

Ano

2021

Creators

Luciano Lagatta

Defesa sanitária animal em São Paulo: origens, formação e perspectivas frente aos novos enfoques zoossanitários

Utilizando-se a análise de conteúdo identificaram-se os marcos referenciais (nos níveis nacional e internacional) que orientaram a formação da defesa sanitária animal no Estado de São Paulo, desde a criação da Secretaria de Agricultura de São Paulo aos dias atuais. Descreveu-se o modelo atual de defesa animal, tendo como enfoque as dimensões organizacional, procedimental e operacional, precedida de uma recuperação histórica da sua formação. A defesa animal ocupou diferentes posições na estrutura organizacional da Secretaria, em função dos diferentes objetivos dos diferentes grupos governantes. Passou, de coadjuvante nos projetos de melhoramento animal, a instrumento dos controles legais. Este papel passou a ter maior nitidez, a partir de 1969, com a implantação da Campanha de Combate à Febre Aftosa. Consolidou-se, a partir da década de 1990, com a nova agenda do comércio internacional, do acordo constitutivo da Organização Mundial do Comércio e dos acordos e instrumentos jurídicos conexos que o compõem, especialmente com a adoção do Acordo sobre Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias. Constatou-se que as estratégias e políticas estabelecidas nos programas de defesa estão baseadas no marco referencial da epidemiologia tradicional. Este enfoque impede que se caracterizem e interpretem o papel que a organização sócio-econômica da produção possui na determinação dos problemas produtivos. A estreita aproximação entre os objetivos da defesa animal em São Paulo e os conteúdos das normas internacionais, coloca em segundo plano as prioridades internas. A base legal que define a organização da defesa não favorece a partilha do poder, no âmbito do próprio serviço, quando, contraditoriamente, espera-se de uma organização pública moderna: flexibilidade, interatividade, capacidade gerencial, visão estratégica e a prática de conceitos de qualidade. Apesar da grande quantidade de oferta de canais de participação e de integração com a sociedade não se evidenciam indicadores de efetividade. As regras estabelecidas para relações de convênio ou parceria mostram-se excessivamente burocratizadas, geralmente mais adequadas a relações com grandes grupos econômicos. Ao longo do período estudado, persiste o discurso sobre a execução de programas de Educação Sanitária, entretanto, os instrumentos e métodos descritos na base legal de atuação da defesa não privilegiam a abordagem educativa.

Ano

2003

Creators

Zelia Marilia Barbosa Lima

Avaliação do perfil sorológico e microbiológico de fêmeas da espécie bubalina (Bubalus bubalis) vacinadas contra brucelose com a vacina B19

A ferramenta mais importante para o controle da brucelose em bubalinos e bovinos é a vacinação compulsória, utilizando-se a vacina viva atenuada contendo a estirpe B19 de Brucella abortus. A vacina B19 confere imunidade duradoura à infecção nos animais vacinados, e sua aplicação é restrita às fêmeas com idade entre 3 e 8 meses. A vacina B19 induz a produção de anticorpos que interferem no sorodiagnóstico da infecção, de forma que o diagnóstico sorológico de animais vacinados deve ser realizado apenas após os 24 meses de idade, idade na qual os anticorpos de origem vacinal já declinaram para níveis não detectáveis. O desempenho, a cinética humoral e o período de clearance da estirpe vacinal são bem conhecidos nos bovinos, contudo há poucas informações referentes a estes aspectos na espécie bubalina. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a eliminação da estirpe B19 pelas fêmeas bubalinas vacinadas com a dose padrão contendo de 60 a 120 bilhões de UFC, assim como o perfil da resposta imune humoral induzido pela vacinação e a eficiência dos principais testes laboratoriais em diferenciar anticorpos vacinais dos anticorpos induzidos pela infecção natural. Foram utilizadas 44 fêmeas bubalinas provenientes de duas propriedades, negativas para brucelose, localizadas no interior do Estado de São Paulo, sendo 33 animais da propriedade A e 11 da propriedade B. Os animais foram vacinados e amostras de sangue, swab vaginal e urina foram coletas semanalmente, desde o dia em que a vacinação foi realizada (D0) até que os animais completassem 24 meses de idade. Os soros obtidos a partir das amostras de sangue foram utilizados na avaliação sorológica, empregando-se os seguintes testes: antígeno acidificado tamponado (AAT), 2-mercaptoetanol (2ME), fixação de complemento (FC) e polarização fluorescente (PF). As amostras de urina e swab vaginal foram submetidas ao cultivo microbiológico para isolamento de Brucella spp. e à reação em cadeia pela polimerase (PCR) para avaliar a eliminação da estirpe vacinal. Na PCR, as amostras foram amplificadas primeiramente utilizando-se primers direcionados à região interespaçadora do RNA ribossomal de Brucella spp. (PCR-ITS) para a detecção de qualquer componente do gênero. Amostras com resultados positivos pela PCR-ITS foram submetidas à PCR utilizando-se primers direcionados ao gene eri de Brucella spp, num ensaio específico para a detecção da estirpe B19 (PCR-B19). Foi calculada a especificidade de cada teste sorológico em detectar como negativos os animais vacinados. Todos os animais apresentaram-se reagentes aos sete dias pós-vacinação no teste de AAT, aos 14 dias no teste de 2ME, aos 126 no teste de FC. No teste de PF, o D28 foi o período em que o maior número de animais apresentaram resultados positivos. Dezesseis animais não soroconverteram em nenhum momento do experimento pelo teste de PF. A PF foi o teste mais eficiente na diferenciação de anticorpos vacinais, sendo que todos os animais apresentaram resultados negativos aos 151 e 232 dias pós-vacinais nas propriedades A e B, respectivamente. No teste de FC, 100% animais apresentaram resultados negativos no D552 (propriedade A) e no D331 (propriedade B). No D552 na propriedade A as especificidades foram de 92,31% para o teste de 2ME e 69,23% para o teste de AAT. A propriedade B apresentou nos dias D366 especificidades de 72,73% e 36,36% para os testes 2ME e AAT, respectivamente. Todos os animais foram negativos pelo cultivo microbiológico em todo o período de monitoramento. Na PCR foram verificadas 19 das 1144 amostras positivas (1,66%). Das 44 bezerras avaliadas, 15 (34,1%) apresentou resultado positivo em pelo menos uma colheita, em amostras de urina e/ou swab vaginal. De acordo com os resultados apresentados, pode-se concluir que a prova sorológica mais eficiente para a diferenciação dos anticorpos de origem vacinal dos da infecção natural é o teste de PF e que, a eliminação da estirpe vacinal pode ocorrer de forma intermitente, durante períodos prolongados nas fêmeas bubalinas vacinadas.

Ano

2013

Creators

Rui de Almeida Silva Júnior

Situação epidemiológica da brucelose e tuberculose bovinas na região seis do Estado de São Paulo

O objetivo do estudo foi caracterizar a situação epidemiológica da brucelose e tuberculose bovinas no Estado de São Paulo, o qual foi dividido em sete regiões. O presente estudo diz respeito à região seis, na qual 230 rebanhos com atividade reprodutiva foram aleatoriamente selecionados. Foram coletadas amostras de soro de 10 ou 15 fêmeas bovinas com idade igual ou superior a 24 meses (em rebanhos com <100 vacas e &#8805;100 vacas, respectivamente), para o diagnóstico da brucelose, totalizando 1.570 animais. Os soros foram submetidos a um protocolo de testes em série, tendo o teste do antígeno acidificado tamponado (rosa bengala) como método de triagem e o teste 2-mercaptoetanol como confirmatório. Para o diagnóstico da tuberculose foi utilizado o teste tuberculínico cervical comparativo em 20 ou 40 bovinos com idade igual ou superior a 24 meses, totalizando 2.319 animais. A escolha dos animais também foi feita de forma aleatória. A prevalência estimada de focos de brucelose foi de 7,82% [4,70%; 12,08%], e de tuberculose foi de 3,91% [1,80%; 7,29%], enquanto a prevalência estimada de animais foi de 2,6% [1,5%; 4,5%] para brucelose e 0,4% [0,2%; 0,8%] para tuberculose, na região. Em cada rebanho foi aplicado um questionário epidemiológico para avaliar o grau de associação de possíveis fatores de risco (odds ratio, OR) com a doença. As variáveis associadas à condição de foco foram, para brucelose, a presença de piquete de parição na propriedade, como fator protetor (OR = 0,35 [0,13; 0,97]) e para tuberculose, propriedades com 23 ou mais fêmeas bovinas com idade igual ou superior a 24 meses (OR = 6,11 [1,58; 23,67]).

Ano

2012

Creators

Paola da Rocha Sousa

Caracterização molecular de isolados de Giardia spp. provenientes de amostras fecais de origem humana da Baixada Santista, estado de São Paulo, pela análise de fragmentos do gene codificador da glutamato desidrogenase (gdh) e beta-giardina (bg)

Giardia duodenalis é um protozoário entérico de distribuição mundial responsável por causar a giardíase em uma grande variedade de mamíferos, incluindo os humanos. É considerada uma espécie complexa, no qual os isolados podem ser classificados em sete agrupamentos genéticos distintos apesar de serem morfologicamente indistinguíveis. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a variabilidade genotípica de isolados de G. duodenalis provenientes de humanos naturalmente infectados, residentes em cidades do litoral de São Paulo, na Baixada Santista. A caracterização molecular de 43 isolados pelo seqüenciamento parcial de genes codificadores da enzima glutamato-desidrogenase (gdh) e da proteína beta-giardina (bg) mostrou que o assemblage B da G. duodenalis é o mais freqüente na região litorânea, ocorrendo em 53,5% (n=23) das amostras, sendo o assemblage A identificado em 34,8% (n=15). A maioria das seqüências obtidas pelo gene gdh se mostrou polimórfica, caracterizada por picos duplos de nucleotídeos em algumas posições em cromatograma e quando a análise dos dois genes foi combinada cinco isolados apresentaram identidades diferentes. A esses fenômenos duas explicações são atribuídas, infecção mista ou heterozigose de seqüência alélica. As análises filogenéticas mostraram que o gene bg é mais conservado que o gene gdh, não sendo capaz de discriminar os sub-agrupamentos que constituem os Assemblages do parasita. Com base nos resultados apresentados podemos concluir que a participação de genótipos zoonóticos é relevante na epidemiologia das giardíases nos indivíduos residentes das cidades litorâneas do estado de São Paulo e que estudos de caracterização molecular da G. duodenalis são indispensáveis para melhor conhecimento da epidemiologia desta infecção.

Ano

2010

Creators

Juliana Martins

Avaliação de tratamento homeopático para pós-cirúrgico de ovariohisterectomia (OSH) em felinos

A superpopulação de cães e gatos é um problema de saúde pública e desperta preocupação, por esse motivo a castração é essencial para se ter um controle populacional. Atualmente, muitos tutores buscam tratamentos para seus animais que tenham várias características atrativas: financeiramente mais acessíveis, com menos efeitos colaterais, com maior facilidade de administração do medicamento, principalmente para felinos, e um atendimento humanizado entre médico e paciente. Assim sendo, a homeopatia torna-se uma opção viável no tratamento de animais por ser eficaz, segura e de baixo custo. A escolha dos medicamentos deste estudo, Arsenicum album, Staphysagria e Hepar sulphur, foi baseada segundo a Lei da Similitude do médico Hahneman, para um possível tratamento de problemas respiratórios e, principalmente, no tratamento pós-operatório de castração de gatas. Esta pesquisa foi observacional quantitativa em que uma veterinária realizou o tratamento cirúrgico e a própria pesquisadora realizou o tratamento medicamentoso. A amostra do estudo foi de 12 gatas sendo que quatro apresentaram um quadro agudo de problemas respiratórios no pré-operatório e foram tratadas com Arsenicum álbum, 6CH apresentando melhora após o terceiro ou quarto dia de tratamento. Após esse tratamento inicial, as 12 gatas foram castradas e tratadas no pós-operatório com Staphysagria 12CH. Os resultados mostraram que um desses animais (8%) apresentou alterações graves, dois deles (17%) apresentaram alterações leves, e nove (75%) não apresentaram alterações. Para o animal que apresentou alterações graves, por estar em um quadro clínico agudo, a medicação foi alterada para Hepar Sulphur 6CH. No décimo quarto dia, essa gata apresentou melhora clínica. Em relação à dor nos animais foi aplicada a Escala da Universidade do Colorado que avalia o comportamento psicológico e a resposta à palpação. Assim sendo, 11 animais tiveram dores leves e leves/moderada e somente uma gata apresentou dores moderadas. Portanto, os resultados indicaram que os estímulos homeopáticos tiveram influência direta nos tratamentos dos animais. Por ser classificado como um estudo observacional quantitativo, não podemos atribuir significância estatística à afirmação anterior. Propõe-se nesse caso, como próximo passo, um ensaio clínico randomizado para se testar a hipótese de igualdade de eficácia entre o tratamento proposto neste estudo e a conduta usual alopática.

Ano

2021

Creators

Luiza Ziegelmeyer

Modos e tempo de evolução em linhagens do vírus da raiva (RABV) mantidos por reservatórios aéreos e terrestres com base em genomas completos

A raiva é uma zoonose que afeta o sistema nervoso central, de evolução aguda e fatal, mantida em mamíferos e conhecida há milênios. Presente na América, Europa, África e Ásia, tem como agente etiológico o vírus da raiva (RABV), um vírus RNA neurotrópico, pertencente à ordem Mononegavirales, família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus., o qual é composto por quatorze espécies. Entre os Lyssavirus, o RABV é o mais amplamente distribuído mundialmente e tem maior importância epidemiológica dada sua associação com um maior número de casos de encefalite por Lyssavirus em humanos em relação às outras espécies. São admitidos dois ciclos de transmissão para a raiva, o ciclo urbano e o ciclo silvestre. O ciclo urbano ou terrestre tem o cão como principal reservatório e transmissor do vírus para outros cães, outros animais domésticos e para o homem, enquanto o ciclo silvestre ou aéreo é mantido por diferentes mamíferos silvestres e quirópteros. A origem comum dos dois ciclos do RABV á partir de um RABV ou Lyssavirus ancestral e a divergência adaptativa ocorrida desde então, causada pela adaptação de tal vírus em paisagens adaptativas tão variadas e distintas representadas pelas ordens Carnivora e Chiroptera, levaram ao surgimento das diversas linhagens encontradas nos ciclos terrestre e aéreo. Sendo assim, com o objetivo de se estudar as diferenças geradas nos RABV dos ciclos aéreo e terrestres devido a sua evolução em paralelo nestas duas ordens foram analisadas 159 sequências genômicas do RABV (59 do ciclo terrestre e 100 do ciclo aéreo), sendo que 21 destas sequências foram obtidas neste estudo e representam oito linhagens de RABV existentes no Brasil e cinco destas linhagens de RABV tiveram seus genomas sequenciados pela primeira vez. Foram analisados aspectos como as diferentes taxas de substituição de nucleotídeos por sítios (heterotaquia) entre os mesmos genes do RABV mantidos no ciclo aéreo e terrestre, análise do melhor gene para a realização de estudo filogenéticos confiáveis para o RABV, tempo de divergência entre os ciclos, padrões de variabilidade genética e vieses quanto ao uso preferencial de códons em cada ciclo. Como resultado, concluí-se que a divergência adaptativa ocorrida entre os dois ciclos do RABV fez com que alguns aspectos evolutivos de seu genoma apresentem padrões diferentes de acordo com o ciclo do RABV analisado.

Ano

2014

Creators

Rafael de Novaes Oliveira

Indução do estado de portador renal e genital pela Leptospira interrogans sorovar Canicola, estirpe LO4 em hamster (Mesocricetus auratus). Influência da concentração, da virulência da estirpe, da via de inoculação e da vacinação

Em decorrência da importância da leptospirose nas criações zootécnicas pelos prejuízos econômicos, principalmente pelas infecções crônicas, forma mais importante na propagação e permanência da bactéria no ambiente, este trabalho pretendeu estudar o curso da leptospirose e a formação do portador pela infecção experimental de hamsters com Leptospira interrogans sorvar Canicola, estirpe LO4, autóctone, pelas vias conjuntiva-nasal (CN) e cérvico-vaginal (CV) comparadas a via controle, intraperitonial (IP) com duas concentrações de inóculo (20-30 e 100-200 leptospiras/campo microscópico) e ainda estabelecer a eficácia conferida por cinco vacinas experimentais formuladas com dois tipos de adjuvantes (saponina e hidróxido de alumínio), pelo desafio de hamster. No preparo das vacinas foi considerada a virulência da estirpe LO4 submetida a duas e cinco passagens in vitro, que foi comparada com duas vacinas controle produzidas com a estirpe de referência, Hond Utrecht IV, com indeterminado número de passagens in vitro. Foram também avaliadas a indução de anticorpos aglutinantes e neutralizantes e as lesões histopatológicas por HE e Warthin-Starry. A detecção das leptospiras nos órgãos de hamsters mortos pela leptospirose ou eutanasiados foi realizada pela visualização direta, cultivo e PCR, considerando qualquer um dos resultados positivo. A visualização direta foi o melhor método de detecção na suspensão de órgãos. A via CN mostrou-se tão letal quanto IP na maior concentração de inóculo (p<0,01) e também mais letal que CV nas duas concentrações (p<0,01). A via CV induziu o portador renal e genital, não havendo diferença entre as duas concentrações. Pela via CN, não houve diferença entre sexos na indução da letalidade e da formação do portador, para ambos os inóculos. Todos os hamsters que morreram pós-inoculação apresentaram grande quantidade de leptospiras nos rins e genitais com necrose e hemorragias. Os animais eutanasiados após 21 dias de infecção, apresentaram leptospiras em rins e genitais sem lesões aparentes, caracterizando o portador. Pela SAM, tanto os animais que vieram a óbito, quanto os sobreviventes à inoculação com ambas as concentrações de leptospiras pelas vias CN, CV e IP, mostraram-se não reagentes na SAM (<25) para as estirpes LO4 e Hond Utrecht IV. As vacinas com ambas as estirpes e adjuvantes induziram baixos títulos de anticorpos aglutinantes e neutralizantes. Os maiores títulos de anticorpos neutralizantes e aglutinantes foram observados nos animais vacinados com a estirpe referência, Hond Utrecht IV. Os anticorpos neutralizantes não tiveram correspondência com o teste desafio em hamsters. As vacinas produzidas com ambas as estirpes protegeram os animais contra a letalidade da leptospirose causada pela infecção com a estirpe LO4, e, portanto a virulência da estirpe não interferiu na eficácia, porém as bacterinas não foram capazes de proteger os hamsters contra a formação do portador renal e genital.

Ano

2007

Creators

Moacir Marchiori Filho

Avaliação de ferramentas para monitoria da infecção por P. multocida em suínos

Pasteurella multocida é um importante patógeno para suínos, causando rinite atrófica progressiva, pneumonia, pleurite, e septicemia. Para implantação de estratégias de controle e prevenção desta infecção, torna-se necessário o conhecimento a respeito do perfil de disseminação do agente em condições naturais e em diferentes tipos de sistema de produção. Tendo em vista a inexistência de técnicas sorológicas padronizadas para esta finalidade na espécie suína, o presente estudo teve por objetivos avaliar em um grupo de 90 animais a influência de diferentes sítios de coleta de amostra na detecção de animais portadores de P. multocida através da PCR e comparar estes dados a detecção de anticorpos na espécie suína através de um kit de ELISA comercial registrado para detecção de anticorpos contra P. multocida em aves. Foram coletados suabes de cavidade nasal, suabes de tonsila e sangue de 90 animais em idade de abate provenientes de dois sistemas de produção de suínos. Dentre os 90 animais, 14 (15,55%) foram positivos para detecção de P. multocida em suabes nasais e nenhum foi positivo em suabe de tonsila. Através do ELISA, 25 (27,77%) animais apresentaram anticorpos contra o agente. Através da análise de comparação de proporção, houve diferença significativa em relação à metodologia de diagnóstico nos diferentes testes realizados considerando-se valor de p < 0,0001 e intervalo de confiança de 95%. Ou seja, a freqüência de positivos foi significativamente maior no teste de ELISA, seguido pela reação em cadeia pela polimerase em suabes nasais, sugerindo que a cavidade nasal é o sitio primário de colonização dos animais por este agente e que o ELISA testado pode ser facilmente adaptado para avaliação do perfil sorológico do agente na espécie suína.

Boar welfare influence the quality of the gametes

In commercial pig breeding farms, boars are often exposed to stressful situations, such as individual housing, inadequate ambient temperature, food restriction, lack of social interaction, illness, among other challenges. The consequences stressful situations for the welfare of the breeding boars and possible impacts in semen quality and developmental outcomes of their offspring are largely unknown. Recent research, in rodents, indicated that epigenetic effects in semen are responsible for changes in the metabolism and behavior of the offspring, including for subsequent generations, thus modulating the resilience of the animals and, consequently, their welfare. Small non- coding RNAs population in semen is our study targets because it represents the potential mechanisms to explain developmental outcomes represented as survival, growth, behavioral and physiological modulation, previously reported, from our own research group, in the offspring. This research were carried out in two separate, but complementary, experiments. Our aim was to measure 1) the impact of an endotoxin challenge (n=13) or saline (n=13) in 26 crated boars that were brushed (n=13) or not brushed (n= 13), as a protocol to promote environmental enrichment, and the consequences of the experimental protocol to their behavior and semen characteristics, and the impact of different housing conditions, conventional crates (n=9), pens (n=9) and environmental enriched pen (n=9), on behavioral parameters, stress physiology (n=27) and molecular seminal indicators (n=18) of young breeding boars. We identified that the endotoxin challenge changed the rectal temperature and the salivary cortisol concentration of crated boars and that brushing modulated their behavior and their cortisol response during challenge. In our study, LPS challenge did not change semen features. In the second study, we identified that boars housed in crates performed more abnormal behavior when compared with boars housed in pens or enriched pens. Boar kept in enriched pens showed a significant higher ratio between AM and PM cortisol levels, which are indicators of appropriated HPA axis functioning, than crated boars and boars kept in non-enriched pens. Moreover, boars housed in crates had robust indicators of compromised testis health, higher superficial scrotum temperature, including alterations in sperm motility and sperm agglutination. The study of microRNAs showed significant differences in the abundance of 12 microRNAs out of 266 studied. The microRNAs which showed differences in the abundance on the ejaculate of boars kept in enriched pens could explain the superior markers in semen quality indicators and larger number of piglets born alive, observed in these boars, when compared with boars kept in crates or non-enriched pens. This work is pioneer in investigate the impact of housing conditions of boars in their welfare and performance. Boars kept in crates had testis physiology and health compromised, and for this reason, breeding boars should be kept in pens.

Ano

2021

Creators

Thiago Bernardino de Almeida

Impacto de medidas de prevenção de agravos produzidos por animais da espécie canina, em carteiros da Empresa de Correios e Telégrafos do Estado de São Paulo, no período de 2000 a 2004

No período de 1999 a 2004, um programa de prevenção de ataques de cães foi desenvolvido pela Empresa de Correios e Telégrafos, na Região Metropolitana de São Paulo, devido à situação rotineira de risco a que eram expostos os funcionários da empresa que prestam serviços domiciliares. No período de 2000 a 2004, avaliou-se o impacto das medidas de prevenção de lesões produzidas por animais da espécie canina utilizando notificações elaboradas pelos carterios, registros e providências adotadas. A análise estatística paramétrica utilizou o programa SPSS 15.0 for Windows. O número de acidentes notificados na série histórica apresentou uma correlação positiva com as medianas. Quando comparado o ano de 2004 com o ano de 2000, houve o incremento de 48,65% das notificações de acidentes recebidas. O número de dias perdidos, devido aos acidentes notificados, apresentou decréscimo constante entre os anos de 2001 e 2004. A diminuição entre o ínicio da série e o final foi de 8%, embora a comparação dos anos de 2001, 2002 e 2003 com 2000 tenha apresentado aumentos de 28,01%, 20,37% e 8,66%, respectivamente. O Índice de Avaliação de Gravidade apresentou uma uma correlação positiva com as medianas, nos anos de 2000 a 2004. Quando comparados os anos de 2000 e 2004, a redução do IAG foi de 62,50%. Os resultados obtidos demonstraram que (1) a utilização de informações de uso restrito às esferas administrativas e operacionais do trabalho permitiu a expanção de conhecimentos, a caracterização da propriedade dos dados coletados e a comprovação da qualidade da gestão que busca aperfeiçoamentos e inovações; (2) o estabelecimento de metodologia de distinção das causas externas de acidentes de trabalho permitiu a identificação de acidentes do trabalho produzidos por animais da espécie canina em carteiros evidenciando a magnitude dos danos e (3) a redução específica de acidentes produzidos por animais da espécie canina em carteiros comprovou a eficácia de medidas preventivas recomendadas.

Ano

2007

Creators

Maria de Lourdes Aguiar Bonadia Reichmann

Isolamento e caracterização biológica e genotipica de Toxoplasma gondii de ovinos e caprinos

O objetivo deste estudo foi o isolamento de Toxoplasma gondii de ovinos e caprinos e posterior caracterização genotípica desses isolados. Amostras de soros ovinos (495) de 36 Municípios do Estado de São Paulo e de caprinos (143) de seis Municípios dos Estados da Bahia (10), Paraíba (12), Rio Grande do Norte (7) e São Paulo (114) foram testadas, através do Teste de Aglutinação Modificado (MAT&ge;25) à presença de anticorpos anti-T. gondii. Dos animais amostrados, 24,2% e 32,2% dos ovinos e caprinos respectivamente, apresentaram-se positivos com títulos que variaram de 25 a 3200 em ambas espécies. Dentre os ovinos houve associação (p<0,001) entre sexo, idade e sistema de produção com a presença de anticorpos anti-T. gondii. Os caprinos apresentaram associação entre idade, sistema de produção, e raça com a soropositividade. Para o isolamento do agente o bioensaio em camundongos foi realizado utilizando-se pool de tecidos de ovinos (cérebro, coração e diafragma) e caprinos soropositivos (cérebro, coração e diafragma e masseter). Dos 82 bioensaios realizados com amostras de ovinos, 16 isolados (19,5%) foram obtidos. Houve associação entre o título de anticorpos anti-T. gondii e o isolamento do agente (p<0,001) com maior quantidade de isolados obtidos de animais com títulos mais altos. Para a caracterização genotípica das amostras utilizou-se a análise de polimorfismo de comportamento dos fragmentos de DNA gerados por enzimas de restrição (RFLP) sobre produtos do locus SAG2 amplificados pela PCR, que as identifica em genótipos I, II e III. Amostras do tipo I (87,5% dos ovinos e 100 % dos caprinos) e do tipo III (12,5% dos isolados de ovinos) foram obtidas e não houve o encontro de isolados tipo II ou mistas. Nos tecidos dos animais com títulos de anticorpos superiores a 400, e dos quais não se obteve o isolamento do agente pelo bioensaio (21 amostras de ovinos), foi realizada a nested-PCR das amostras primárias (homogeneizado de tecidos), não sendo obtida nenhuma amplificação. Amostras do tipo III não causaram óbitos nos camundongos e as tipo I causaram óbitos em 51,0% e 83,4% dos isolados de ovinos e caprinos, respectivamente. Houve associação entre a sobrevida dos camundongos infectados com o genótipo I de caprinos e ovinos (p<0,001).

Ano

2007

Creators

Alessandra Mara Alves Ragozo

Presença de DNA de Brucella abortus em subprodutos lácteos clandestinos: diferenciação da origem da cepa em vacinal (B19) ou campo pela reação da polimerase em cadeia (PCR)

A técnica de PCR, utilizando-se \"primers\" desenhados a partir do gene que codifica uma proteína imunogênica de 31 KDa de Brucella abortus, foi empregada na detecção de Brucella spp. em 300 amostras de produtos lácteos clandestinos apreendidas em municípios dos Estados de São Paulo (SP) e de Minas Gerais (MG). Foram analisadas 49 amostras de queijo minas frescal e 18 de queijo meia-cura provenientes de MG, e 92 amostras de queijo minas frescal, 33 amostras de queijo meia-cura e 108 amostras de leite cru provenientes de SP. O isolamento bacteriano foi tomado como referência, porém não se isolou Brucella spp. de nenhuma das amostras cujos cultivos mostraram-se contaminados com outros gêneros bacterianos. Pela PCR foi observado que 37 amostras de queijo foram positivas: 29/141 (20,56 %) das amostras de queijo minas frescal e 8/51 (15,68%) das amostras de queijo meia-cura. Todas as amostras positivas na PCR para Brucella spp. foram confirmadas como sendo da espécie Brucella abortus pela técnica de PCR utilizando-se \"primers\" espécie-específicos. Foi instituída a reação de hemi-nested PCR para a diferenciação da cepa em B19 ou campo tomando-se como base a deleção genética de 702 pb existente na cepa vacinal B19. A padronização da técnica permitiu que todas as cepas de Brucella spp. fossem diferenciadas, revelando que 30 (81,08%) amostras eram B19 e 7 (18,92%) eram cepas de Brucella abortus de campo. A concordância estimada entre as técnicas de PCR e do cultivo microbiológico através do indicador Kappa foi considerada baixa (K = 0) devido ao não isolamento do microrganismo.

Ano

2004

Creators

Simone Miyashiro

Determinação da virulência de isolados brasileiros de Toxoplasma gondii em camundongos

Os isolados de Toxoplasma gondii encontrados no Brasil apresentam grande variedade genética. No país, foram verificadas quatro linhagens clonais, denominadas tipo BrI, BrII, BrIII e BrIV. Dentre elas, a virulência para camundongos varia, sendo BrI virulenta, BrIII não virulenta e, as linhagens BrII e BrIV são consideradas de virulência intermediária. A definição da virulência desses isolados é feita, na maioria dos estudos, a partir do isolamento por bioensaio, com a determinação da mortalidade de camundongos infectados. No entanto, a dose de T. gondii inoculada nesses animais é desconhecida e, assim, trata-se de um método impreciso para caracterização da virulência. Dessa maneira, este estudo tem por objetivo avaliar a virulência, em camundongos, de 22 isolados brasileiros de T.gondii, utilizando inóculos padronizados. Para o teste de virulência, utilizou-se taquizoítas de cada um dos isolados, em três concentrações (10¹, 10² e 10³). Cada dose foi inoculada via intraperitoneal em grupos formados por quatro camundongos heterogênicos fêmeas, de oito semanas de idade, da linhagem Swiss Webster. A mortalidade dos animais foi observada por 30 dias e, baseando-se nesses dados, além do tempo decorrido pós-inoculação até a morte dos animais, determinou-se a virulência dos isolados. Dos 22 isolados brasileiros incluídos nesse estudo, sete (32%) foram definidos como de virulência intermediária, pois houve sobrevivência de animais infectados e a mortalidade foi dose-dependente. Além disso, 15 (68%) foram considerados virulentos, uma vez que causaram a morte de todos os camundongos independente da dose analisada. Comparando as classificações definidas pelo bioensaio e pelo teste de virulência, 83% dos isolados virulentos analisados se mantiveram como virulentos, em contrapartida os isolados não virulentos e de virulência intermediária pelo bioensaio mostraram um fenótipo de maior virulência no teste. Devido à predominância de isolados virulentos no Brasil, o uso de uma metodologia padronizada para determinação da virulência em camundongos é de pouca utilidade epidemiológica.

Ano

2018

Creators

Marina Neves Ferreira

Avaliação da atividade micobactericida de desinfetantes químicos utilizando a técnica de cultivo em camada de ágar Middlebrook 7H11

Avaliou-se a atividade micobactericida de cinco desinfetantes químicos frente a uma estirpe de Mycobacterium bovis isolada de caprinos, tipificada por PCR (polymerase chain reaction) e com 32 dias de cultivo no meio de Stonebrink. O teste de desinfetantes foi realizado utilizando-se a técnica de cultivo em camada delgada de ágar Middlebrook 7H11 modificado e foi comparado ao teste em tubos com meio de Stonebrink, tradicionalmente utilizado no laboratório de zoonoses bacterianas da FMVZ/USP. Os cinco desinfetantes ensaiados foram: \"A\" : grupo controle; \"B\" - hipoclorito de sódio (2,5 % de cloro ativo); \"C\"- glutaraldeído (2 %); \"D\" - ácido peracético 0,25 % e peróxido de hidrogênio 5 %; \"E\" - iodóforo (2,6% de iodo) e \"F\"- compostos fenólicos (orto-fenilfeno 12,243 g; orto-benzil paraclorofenol 11,080 g; para-terceário amilfeno 4,1222 g.). A diluição destes produtos foi feita conforme recomendação do fabricante. Os meios de cultura adotados para o procedimento de isolamento e preparo da suspensão bacteriana foram o meio de Stonebrink e o meio de Middlebrook 7H11 modificado. Os testes foram realizados na presença e ausência de matéria orgânica e à temperatura ambiente (21 ± 2°C) e à temperatura de 4 °C. Os resultados obtidos nas contagens de colônias foram transformados em percentual de redução para análise estatítica e demostraram que: a técnica de cultivo de micobactérias em camada delgada no meio de Middlebrook 7H11 permitiu uma visualização precoce das micobactérias e se mostrou viável para realização de testes de desinfetantes; os cinco tipos de desinfetantes analisados apresentaram atividade micobactericida e o melhor desempenho foi obtido pelo ácido peracético seguido pelo hipoclorito de sódio. A atividade micobactericida dos iodóforos foi instisfatória na presença de matéria orgânica.

Cães e gatos domésticos em Unidades de Conservação: uma abordagem de Saúde Única

A presença de cães e gatos dentro e no entorno de Unidades de Conservação (UCs) brasileiras é relatada como um problema por diversos pesquisadores e gestores dessas áreas protegidas. O contato de animais domésticos não supervisionados com o ambiente silvestre pode resultar em impactos negativos para a fauna silvestre, para os próprios cães e gatos e para as pessoas que interagem com essas populações. Um impacto negativo importante é a transmissão de doenças, muitas delas zoonoses. Nesse contexto, torna-se necessário o manejo populacional, incluindo o controle sanitário, de cães e gatos que vivem próximos às UCs. A partir de uma abordagem de Saúde Única, este estudo é parte do &ldquo;Programa Cãoservação&rdquo;, que aborda essa problemática na UC Parque Estadual Carlos Botelho e teve como objetivo fornecer subsídios para auxiliar na educação ambiental e sanitária; na prevenção e controle de zoonoses; e no manejo populacional de cães e gatos, em locais onde ocorre a interação entre humanos, animais domésticos e a fauna silvestre. Para isso, foram realizados (I) o diagnóstico de percepção da comunidade sobre a relação entre eles, seus animais de estimação e a UC, pelo método do Discurso do Sujeito Coletivo; (II) a identificação de fatores de risco e análise espacial para cinco doenças caninas (toxoplasmose, leptospirose, neosporose, leishmaniose e brucelose) em três anos consecutivos, por modelos de regressão logística e análises de cluster espaciais; (III) uma intervenção na comunidade com a elaboração de um material educativo próprio; e (IV) a divulgação científica do Programa Cãoservação em diversos meios de comunicação. Os resultados mostraram que a percepção da comunidade em relação aos temas abordados é diferente de alguns comportamentos que exercem (como deixar os animais soltos) e a vulnerabilidade da comunidade afeta diretamente o tema da pesquisa ao dificultar a proposição e implementação de estratégias. As doenças caninas de maior preocupação foram a toxoplasmose e leptospirose por terem apresentado maior prevalência e incidência; por serem zoonóticas; e pela identificação de aglomerados de casos próximos ao Parque. Os resultados das entrevistas deram origem a um material educativo infantil. Esse material foi utilizado na intervenção prevista na comunidade (ação educativa), enviado a outras UCs e disponibilizado on-line. A divulgação científica foi feita pelo site oficial, redes sociais e mídias tradicionais. Ações para diminuir a vulnerabilidade social na comunidade combinadas com um manejo adequado da população canina e felina são recomendados neste e em cenários semelhantes, especialmente nos bairros próximos às áreas protegidas. Além disso, autoridades em saúde humana, bem-estar animal e conservação devem trabalhar continuamente em conjunto e com a comunidade para alcançar resultados melhores e de longo prazo, que minimizem os impactos negativos da interação entre humanos, animais domésticos e silvestres.

Ano

2020

Creators

Ana Pérola Drulla Brandão

Padronização do teste imunoalérgico e de reação imunoenzimática aplicados ao diagnóstico da tuberculose e micobacterioses em suínos (Sus scrofa) experimentalmente sensibilizados com suspensões oleosas de M. bovis ou M. avium inativados

Foi investigado o valor diagnóstico da resposta alérgica cutânea à tuberculina e do ELISA indireto, com antígeno recombinante MPB 70, em leitões experimentalmente sensibilizados, pela via intramuscular, com suspensões oleosas de M. bovis ou M. avium inativados. Foram utilizados 91 animais divididos em quatro grupos. Os grupos A e B, cada um com 25 indivíduos, grupos C e D com 21 e 20 indivíduos respectivamente, balanceando-se as características de raça, linhagem, faixa etária e sexo. Aos 21 dias de idade, todos os animais foram submetidos a uma triagem com a aplicação de tuberculina PPD de M. bovis, pela via intradérmica na base da orelha e não houve qualquer tipo de reação. Decorridos 60 dias do teste tuberculínico de triagem, o grupo A, recebeu injeção intramuscular de 0,5 mL de uma suspensão oleosa de M. avium estirpe D4; o grupo B, recebeu 0,5 mL de uma suspensão oleosa de M. bovis estirpe AN5; o grupo C (controle I), recebeu 0,5 mL do adjuvante oleoso e o grupo D (controle II), recebeu 0,5 mL de solução fisiológica. Foi realizado o exame histopatológico de biopsias das reações cutâneas e a colheita de sangue para o teste de ELISA de captura. Após 30 dias da sensibilização, foi efetuada a prova de tuberculinização comparativa com reação medida pela variação da espessura da pele com paquímetro às 0h, 24h, 48h e 72h, após a aplicação das tuberculinas. No teste comparativo, lido às 72 horas, a reação foi considerada negativa quando a diferença das reações entre o PPD bovino e o PPD aviário foi menor que 6,7 mm; suspeito ou inconclusivo quando a diferença se situou na faixa de 6,7 a 7,5 mm; e positiva para o tipo de PPD, considerando-se tuberculose para PPD M. bovis e micobacteriose para PPD M. avium, quando a diferença da reação foi superior a 7,5 mm. Nos exames histopatológicos, foi observado intenso infiltrado inflamatório linfocitário no local das reações intradérmicas dos animais testados com o PPD homologo ao tipo de micobactéria utilizada na suspensão oleosa sensibilizante. O ensaio de ELISA com antígeno, MPB 70 recombinante, foi capaz de revelar a presença de anticorpos contra o M. bovis, porém não revelou anticorpos para M. avium.

Ano

2012

Creators

Flávia Carolina Souza de Oliveira

Mapeamento e distribuição dos isolados do complexo Mycobacterium tuberculosis provenientes de casos de tuberculose bovina em Moçambique

A tuberculose bovina (bTB) é um problema sanitário importante em Moçambique e ainda a espera de uma ação organizada por parte dos Serviços Veterinários Oficiais. O presente estudo teve por objetivo investigar e mapear os genótipos de Mycobacterium bovis circulantes no país e paralelamente maximizar a utilização de abatedouros como fonte de informação epidemiológica da bTB. Durante o período de outubro de 2016 a abril de 2017 foram colhidas um total de 90 amostras de lesões sugestivas de tuberculose bovina nos abatedouros Municipais de Maputo e Maxixe e dois abatedouros privados da província de Maputo. Essas amostras, juntamente com outras 10, disponibilizadas pelo Laboratório Central de Veterinária e 72 do banco de amostras de Faculdade de Veterinária de Moçambique foram processadas para isolamento, identificação e discriminação molecular (MIRU-VNTR e spoligotyping) de micobactérias. Nos abatedouros foram coletados dados para calcular as prevalências de carcaças com lesões sugestivas de tuberculose e foi estimada em 0,63% e 80% das carcaças condenadas por tuberculose apresentaram lesões compatíveis com generalização da infecção. Foram obtidos 104 isolados identificados como gênero Mycobacterium, dos quais 80 foram compatíveis com o MTBC e 10 MNT. Destes 80 MTBC, 70 foram identificados como M. bovis. O MIRU-VNTR discriminou os 70 isolados de M. bovis em 47 perfis, agrupados em 3 complexos clonais e cinco singletons. Dos 24 loci estudados, os que apresentaram maiores polimorfismos foram MIRU 960, 2996 e QUB-4052. Em relação ao spoligotyping, foram identificados cinco perfis, dos quais o mais prevalente foi o SB0961, seguido do SB0140, SB2306, SB2481 (novo) e SB1099. Dos 70 isolados submetidos a análises dos complexos clonais africano 1, africano 2, europeu 1 e europeu 2, foram detectados apenas 18,5% de europeu. O distrito de Machanga foi o que apresentou maior diversidade de isolados e o Govuro maior número de isolados de M. bovis. Quando comparados as técnicas, o MIRU-VNTR apresentou maior poder de discriminação em relação ao spoligotyping. O complexo clonal europeu 1 está relacionado com o SB0140 que por sua vez é característico de isolados do Reino Unido e de países que tiveram trocas comerciais de bovinos com o país, incluindo os circunvizinhos a Moçambique e de onde há registros da importação de animais para Moçambique. A não identificação precisa dos complexos clonais dos spoligotyping SB0961, SB2306, SB2481 relacionados, podem ser derivados do BCG, que é sugestivo de evolução clonal própria de Moçambique e os complexos clonais até hoje existentes não são suficientes para discriminar os isolados de Moçambique. Embora os dados de abatedouros sugeriram que a prevalência da tuberculose bovina em Moçambique está entre as mais baixas dos países africanos, a predominância de carcaças com lesões generalizadas significa alto risco de exposição de animais e humanos, sobretudo das populações rurais que têm estreito contato com esses animais. Esse risco é ampliado em função da alta prevalência de humanos que vivem com HIV/AIDS no país. Assim, recomenda-se que Moçambique estruture programa de controle da doença nos animais e métodos de diagnóstico que detectem a infecção por M. bovis na população humana.

Ano

2018

Creators

Osvaldo Frederico Inlamea

Pesquisa de Leishmania sp. em flebótomos e mamíferos silvestres de fragmentos florestais na região do Pontal do Paranapanema, SP

As alterações ambientais antrópicas são os principais fatores de emergência ou reemergência de doenças infecciosas. A leishmaniose cutânea é uma doença que está relacionada, em caráter epidêmico, com episódios de desmatamento. No entanto, o caráter endêmico da doença ocorre quando o homem se encontra próximo de áreas florestais já colonizadas. O Pontal do Paranapanema é uma área onde ocorreu intenso desmatamento e a mata nativa remanescente está representada pelo Parque Estadual Morro do Diabo e alguns fragmentos florestais. Casos de leishmaniose cutânea em humanos são comuns na região, principalmente em áreas marginais de floresta. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento da fauna flebotomínica e de mamíferos silvestres potencialmente reservatórios no Parque Estadual Morro do Diabo e alguns fragmentos da região, buscando avaliar se o tamanho do fragmento tem influência na ocorrência das espécies e na freqüência de Leishmania sp, através da técnica da PCR. Foram capturadas 26 espécies de flebótomos e sete espécies de mamíferos silvestres. O gênero Brumptomyia foi predominante em quase todas as áreas florestais, com exceção da borda do Parque, que apresentou dominância de Nyssomyia neivai. Os resultados das análises da PCR demonstraram quatro espécies de mamíferos portadores de Leishmania sp, Akodon cursor, Dasyprocta azarae, Didelphis albiventris e Oligoryzomys sp. As amostras de pools de flebotomíneos apresentaram resultados negativos. Não foi observada diferença significativa na freqüência de mamíferos infectados em relação ao tamanho da área florestal.

Ano

2010

Creators

Marcello Schiavo Nardi

Detecção de agentes bacterianos envolvidos nos quadros de aerossaculite em perus através da reação em cadeia pela polimerase (PCR)

Considerando a crescente importância econômica da exportação de carne de peru e os desafios sanitários que surgem com o aumento da produção desta espécie, o presente projeto propõe a detecção dos agentes bacterianos em perus apresentando quadro de aerossaculite, através da reação em cadeia pela polimerase (PCR). Um total de 201 suabes de sacos aéreos foram coletados a partir das carcaças de perus em um abatedouro comercial localizado no Centro Oeste do Brasil. Os suabes foram submetidos a PCR para detecção de Bordetela avium, Pasteurela multocida, Ornithobacterium rhinotracheale, Mycolplasma. gallisepticum, M. iowae, M. meleagridis e M. synoviae. B. avium foi detectada através da PCR em 58 animais, representando 28,8% dos suabes analisados. Os 201 suabes foram negativos para detecção de todos os outros agentes pesquisados. B. avium está presente nas criações de peru do país, e pode ter importante impacto sobre as doenças respiratórias desta espécie em condições intensivas de produção.

Ano

2010

Creators

Tereza Abujamra