Repositório RCAAP

Campos eletromagnéticos e leucemia linfocítica aguda em crianças residentes na região metropolitana de São Paulo

Introdução- As Leucemias Linfocíticas Agudas (LLA) constituem-se na mais comum das neoplasias em crianças. Alguns estudos epidemiológicos identificaram riscos aumentados de LLA em crianças expostas a campos magnéticos gerados por linhas de força de alta tensão, porém, essa associação não foi confirmada por outros estudos. Objetivo- Verificar a associação entre exposição a campos magnéticos e a incidência da LLA em crianças residentes na Região Metropolitana de São Paulo, considerando-se a distância das residências das crianças de linhas de transmissão de energia (88, 138, 230, 345 e 440 kV). Métodos- Estudo casocontrole de base populacional. Os casos foram selecionados em cinco hospitais na capital do município de São Paulo, que concentram o atendimento a crianças com LLA. Quatro controles populacionais foram selecionados para cada caso, emparelhados por sexo, idade e cidade de nascimento. Casos e controles foram entrevistados utilizando-se questionário similar para obtenção de informações sobre as variáveis de interesse e potenciais variáveis de confusão. Os domicílios foram avaliados em relação às distâncias de linhas de transmissão de energia mais próxima utilizando-se o Global Positioning System (GPS). Na análise da associação entre campos magnéticos e LLA foi utilizada regressão logística condicional, incluindo o controle de potenciais variáveis de confusão. Foram calculados os odds ratios (OR) e os respectivos intervalos com 95 por cento de confiança (IC95 por cento). Resultados- A associação entre a distância de linhas de transmissão e LLA foi ajustada pela variável escolaridade da pessoa entrevistada, resultando em OR de 2,91 (IC95 por cento 0,92-9,22). Conclusão- Concluiu-se que, crianças residentes a menos de 160 metros de linhas de transmissão de energia na RMSP apresentam risco maior, porém não estatisticamente significativo de desenvolver LLA quando comparadas com as que residem a mais que 160 metros.

Ano

2009

Creators

Daniele Maria Pelissari

Aspectos bioecológicos de Culex quinquefasciatus e Ochlerotatus scapularis, abrigados em habitats do Parque Ecológico do Tietê na cidade de Säo Paulo, SP

Objetivos. Diante da importância epidemiológica de Culex quinquefasciatus e Ochlerotatus scapularis e da conhecida dominância dessas populações em áreas do Parque Ecológico do Tietê, objetivou-se estudar ao longo das estações do ano aspectos bioecológicos das duas populações abrigadas em diferentes habitats. Métodos. Realizaram-se coletas quinzenais nos diferentes habitats com auxílio de aspirador a bateria. O estado fisiológico e o tamanho do corpo das fêmeas das duas populações foi verificada em laboratório a partir de amostras aleatórias de cada habitat. Resultados. A proporção entre os sexos revelou um maior predomínio de machos entre os habitats, esta diferença foi mais significante para Culex quinquefasciatus. Ochlerotatus scapularis apresentou um percentual maior de fêmeas paridas comparado a Culex quinquefasciatus nos diferentes habitats. Essa diferença foi significante com (&#967;2 = 16.6 e p =0,01). A distribuição de fêmeas paridas e nulíparas de Culex quinquefasciatus nos habitats do interior do parque, foi mais significante (&#967;2 = 28,7 e p < 0,001) comparada à distribuição de Ochlerotatus scapularis (&#967;2 = 13,8 e p = 0,01). As fêmeas paridas dos mosquitos foram numericamente mais expressivas ao longo da estação chuvosa, nos habitats da periferia e interior do parque. As duas populações apresentaram fêmeas nos estágios III de Christophers e Mer com o intestino totalmente cheio de sangue vermelho, indício de discordância gonotrófica. Culex quinquefasciatus foi estatisticamente maior que Ochlerotatus scapularis (p < 0,001), em relação ao tamanho do corpo, apresentando diferença estatística significante tanto no período de chuva quanto no de seca (H = 69,9 e P < 0,001). O coeficiente de regressão (&#946;1= -14.9) e o coeficiente de correlação (r = - 0,62) indicaram para Culex quinquefasciatus um efeito negativo do tamanho sobre as fêmeas paridas. A função do tamanho não se explicou em fêmeas nulíparas e de machos de Culex quinquefasciatus, indica a proximidade do criadouro. O tamanho do corpo de Culex quinquefasciatus é maior que Ochlerotatus scapularis. O efeito do tamanho do corpo sobre o número de fêmeas paridas foi negativo. Culex quinquefasciatus e Ochlerotatus scapularis apresentaram discordância gonotrófica. As fêmeas paridas de Ochlerotatus scapularis estiveram em consonância com altas temperaturas e com os picos de densidade de fêmeas. Existe diferença estatisticamente significante na distribuição de fêmeas paridas e nulíparas das duas populações entre os habitats estudados.

Ano

2002

Creators

Regiane Maria Tironi de Menezes

A qualidade da informação de mortalidade em alguns municípios da Regional de Saúde de Marília - SP: correção de distorções por meio de técnicas simples

As informações de mortalidade, indispensáveis para a elaboração de diversos indicadores de saúde, permitem o conhecimento dos agravos que afetam uma população, orientando a implantação de modelos de atenção, promoção da saúde e das ações de prevenção e controle. No Brasil, o Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde (SIM/MS) foi implantado, em nível nacional, em 1975. No entanto, a qualidade e a confiabilidade das declarações de óbito (DO) vem sendo analisada e questionada em todo o mundo. O aspecto mais relevante na análise qualitativa é o que mede a fidedignidade das informações relativas à mortalidade por causa. Objetivos. Avaliar o SIM do ponto de vista qualitativo e testar metodologias simples e uniformes capazes de minimizar suas distorções. Método. Foram coletadas as DO das mortes ocorridas em cinco municípios da Regional de Saúde de Marília/SP, em um período de quatro meses. Destas, foram investigadas as que não apresentavam a causa de morte bem definida, as codificadas como causas externas e presumíveis de AIDS, e as mortes de mulheres em idade fértil (10 a 49 anos). Para o esclarecimento da causa de morte e elaboração de uma DO-nova, foram coletadas informações adicionais em prontuários ambulatoriais e hospitalares, entrevistas no domicílio, laudos do Instituto Médico Legal e boletins das Delegacias de Polícia. Ao final, a causa básica de óbito da DO original foi comparada com a refeita pelo estudo. Resultados. Do total de óbitos ocorridos nos municípios selecionados, 16,5% foram por causas mal definidas, 6,7% tinham como causa diagnósticos incompletos e 8,6% causas externas. Das 302 mortes investigadas, foi possível tomar bem definidas 68,2% das causas mal definidas, 74,5% das com diagnósticos incompletos, 70% das externas mal definidas e 77,3% das externas incompletas. Foram encontrados três casos de AIDS e um de morte materna, não declarados na DO original. As fontes consultadas, tanto os prontuários e laudos, como as entrevistas no domicílio, mostraram-se suficientes para o esclarecimento da causas de morte. Conclusões. A proporção de mortes por causas mal definidas em relação ao total de óbitos, no conjunto dos municípios estudados, foi maior do que a observada no estado, tendo sido possível obter um ganho apreciável na qualidade da informação por meio do uso de técnicas simples e acessíveis.

Ano

2002

Creators

Maria Cristina Rolim Baggio

A suscetibilidade à rubéola das gestantes, Bauru, 1987

A vacinação contra a rubéola tem como objetivo único, a proteção de futuras gerações de crianças em desenvolver a rubéola congênita. Gregg40, em 1941, levantou a hipótese de a rubéola ser a causa do nascimento de crianças com graves malformações congênitas. A confirmação etiológica só foi possível em 1962, com o isolamento do vírus, o que permitiu o desenvolvimento da vacina. A vacina foi utilizada, a partir de 1969, nos Estados Unidos e na Inglaterra e, atualmente, faz parte dos programas de vacinação de rotina na maioria dos países desenvolvidos. As experiências de mais de duas décadas no uso da vacina nos programas de controle da SÍNDROME DA RUBÉOLA CONGÊNITA (SRC) mostraram que a epidemiologia da rubéola, assim como a operacionalização das metas propostas para a cobertura vacinal são bastante complexas. As características do vírus, na sua interação com a população humana, determinam um padrão de transmissibilidade que propicia a formação de bolsões de indivíduos suscetíveis na idade adulta. Em condições naturais, a rubéola infecta cerca de 80 por cento a 90 por cento das pessoas até os 20 anos de idade, deixando um resíduo de indivíduos suscetíveis a partir desta idade, que, aparentemente, se mantém mesmo com epidemias sucessivas. O nascimento de crianças com SRC está condicionado à infecção rubeólica durante a gestação das mães destas crianças, portanto, a existência de mulheres suscetíveis à rubéola na idade fértil é uma condição fundamental à ocorrência da doença. O óbito de crianças malformadas detectadas em alguns meses do ano de 1986 chamou a atenção dos epidemiologistas do Município de Bauru para uma possível associação com a epidemia de rubéola ocorrida na cidade em 1985. Conhecer a proporção de suscetibilidade à rubéola entre gestantes é uma das maneiras para se estimar o risco de ocorrência de SRC. Em 1987, 689 gestantes residentes no Município de Bauru foram entrevistadas e submetidas a teste de inibição de hemaglutinação para determinação de suscetibilidade à rubéola. Destas gestantes, 66 (9,7 por cento ) foram consideradas suscetíveis à rubeóla. Não houve diferença estatisticamente significante na proporção de suscetibilidade das gestantes em relação à idade, número de gestações, paridade e idade gestacional, o que de certa forma confirma a dificuldade do vírus da rubéola em infectar todas as pessoas até o início da idade adulta, mesmo após uma epidemia. Este resíduo de suscetibilidade dificilmente seria eliminado naturalmente, como mostram as diferentes experiências nos países que iniciaram um programa de controle da SRC. Seria necessária uma alta cobertura vacinal (cerca de 95 por cento ) de todas as coortes de crianças e adolescentes para se conseguir a quebra na cadeia do processo infeccioso. Concomitantemente, é decisiva a proteção de todas as mulheres em idade fértil até que, estas coortes de indivíduos bem imunizados atinjam a idade fértil. Uma intervenção desta natureza não poderia ser implementada sem o respaldo de um sistema de vigilância epidemiológica fortalecido e atuante, capaz de monitorar não apenas o andamento do programa, mas, fundamentalmente, medir o impacto desta intervenção em termos de incidência de SRC. Considerando as características de polimorfismo da SRC e as dificuldades em se medir a magnitude da infecção congênita, a avaliação de um programa que envolve pelo menos duas gerações de indivíduos é um grande desafio para os administradores de saúde, principalmente, nos países em desenvolvimento.

Ano

1993

Creators

Neusa Nakao Sato

Meningite meningocócica no município de São Paulo no período de 1968 - 1974: aspectos epidemiológicos

O autor fez um estudo epidemiológico sobre a meningite meningocócica no município de São Paulo durante o período de janeiro de 1971 a junho de 1974. Durante esse período duas epidemias de moléstia ocorreram na área estudada. A primeira se iniciou em julho de 1971 e foi causada pelo meningococo sorogrupo C. Os primeiros casos da segunda epidemia, determinada pelo meningococo sorogrupo A, foram observados em abril de 1974, ocasião em que a primeira epidemia ainda não havia terminado. O número total de casos confirmados notificados ao Departamento Regional da Saúde da Grande são Paulo foi de 4.431. Os maiores coeficientes de morbidade foram observados: durante os meses frios; nos distritos sanitários da periferia do município, onde vive a população de menor poder aquisitivo; nos latentes. Durante os dois primeiros meses das duas epidemias, houve uma diferença significante nos grupos etários mais atingidos pela moléstia. Enquanto na primeira epidemia o grupo dos latentes foi mais atingido, na segunda epidemia grande número de casos ocorreu entre os adolescentes e adultos jovens (15-24 anos). A letalidade decresceu de 15,0por cento durante o período pré-epidêmico de 1968-1970 para 7,9por cento no periodo epidêmico de 1971-1974. Foi observada uma variação sazonal da letalidade no sentido inverso ao da morbidade. O autor considera que as migrações populacionais possam ter representado um papel importante na eclosão das epidemias e sugere uma investigação futura nesse sentido. No início do trabalho foi feita uma revisão bibliográfica sobre vacinação antimeningocócica, uma vez que a mesma parece ser o meio mais eficaz para a profilaxia da moléstia, ao lado de diagnóstico precoce e adequado atendimento médico-hospitalar.

Ano

1975

Creators

Lygia Busch Iversson

Associação espacial entre mortalidade infantil e precipitação pluviométrica no Estado de Pernambuco

Introdução: Estudar a mortalidade infantil associada às variáveis climáticas é um desafio, sobretudo por causa da complexidade das variáveis envolvidas no coeficiente de mortalidade infantil. Objetivo: Identificar associação espacial entre mortalidade infantil, mortalidade infantil pós-neonatal, e mortalidade infantil por diarreia e precipitação pluviométrica. Método: As análises espaciais, realizadas para 184 municípios de Pernambuco, foram: I Moran, estimador bayesiano empírico local, autocorrelação local e autocorrelação local bivariada. Resultados: Houve associação espacial estatisticamente significativa entre a mortalidade infantil, a mortalidade infantil pós-neonatal e a mortalidade infantil por diarreia e precipitação. A região do semiárido apresenta aglomerados com as mortalidades associadas à baixa precipitação. Enquanto que na região do não semiárido, elas foram associadas ao excesso de precipitação. Discussão: A associação entre mortalidade infantil e espaço, mortalidade infantil e regime de chuvas possuem comportamento distinto entre as regiões do não semiárido e do semiárido. As condições precárias de saneamento básico aliadas ao baixo indicador socioeconômico podem ter contribuído para aumento do risco de mortalidade infantil. As técnicas de análise exploratória espacial foram relevantes para visualização das heterogeneidades intermunicipais e identificação de associação espacial entre mortalidade infantil e precipitação

Ano

2012

Creators

Maria Aparecida Guilherme da Rocha

Avaliação da qualidade do Sistema  de Informação de Registro de Óbitos Hospitalares (SIS-ROH), Hospital Central da Beira, Moçambique

As informações de mortalidade são úteis para avaliar a situação de saúde de uma população. Dados de mortalidade confiáveis produzidos por um sistema de informação de saúde nacional constituem uma ferramenta importante para o planejamento de saúde. Em muitos países, sobretudo em desenvolvimento, o sistema de informação de mortalidade continua precário. Apesar dos esforços feitos em Moçambique para melhoria das estatísticas de mortalidade, os desafios ainda prevalecem em termos de tecnologias de informação, capacidade técnica de recursos humanos e em termos de produção estatística. O SIS-ROH é um sistema eletrônico de registro de óbitos hospitalares de nível nacional, implementado em 2008 e tem uma cobertura de apenas 4% de todos os óbitos anuais do país. Apesar de ser um sistema de nível nacional, ele presentemente funciona em algumas Unidades Sanitárias (US), incluindo o Hospital Central da Beira (HCB). Dada a importância deste sistema para monitorar o padrão de mortalidade do HCB e, no geral, da cidade da Beira, este estudo avalia a qualidade do SIS-ROH do HCB. É um estudo descritivo sobre a completitude, cobertura, concordância e consistência dos dados do SIS-ROH. Foram analisados 3.009 óbitos de menores de 5 anos ocorridos entre 2010 e 2013 e regsitrados no SIS-ROH e uma amostra de 822 Certificados de Óbitos (COs) fetais e de menores de 5 anos do HCB. O SIS-ROH apresentou uma cobertura inferior a 50% calculados com os dados de mortalidade estimados pelo Inquérito Nacional de Causas de Morte (INCAM). Verificamos a utilização de dois modelos diferentes de CO (modelo antigo e atual) para o registro de óbitos referentes ao ano de 2013. Observou-se completitude excelente para a maioria das variáveis do SISROH. Das 25 variáveis analisadas dos COs observou-se a seguinte situação: 9 apresentaram completitude muito ruim, sendo elas relativas à identificação do falecido (tipo de óbito e idade), relativas ao bloco V em que dados da mãe devem ser obrigatoriamente preenchidos em caso de óbitos fetais e de menores de 1 ano (escolaridade, ocupação habitual, número de filhos tidos vivos e mortos, duração da gestação) e relativas às condições e às causas de óbito (autópsia e causa intermédiacódigo); 3 variáveis apresentaram completitude ruim relativas à identificação do falecido (NID) e relativas às condições e causas de morte (causa intermédia - descrição e causa básica - código); 9 apresentaram completitude regular relativas à identificação do falecido (data de nascimento e idade), relativas ao bloco V (idade da mãe, tipo de gravidez, tipo de parto, peso do feto/bebé ao nascer, morte do feto/bebé em relação ao parto) e relativas às condições e causa de óbito (causa direta- código, causa básica descrição); 2 apresentaram completitude bom relativas à identificação do falecido (sexo e raça/cor) e, por último, 2 apresentaram completitude excelente relativas ao local de ocorrência de óbito (data de internamento e data de óbito ou desaparecimento do cadáver). Algumas variáveis do SIS-ROH e dos COS apresentaram inconsistências. Observou-se falta de concordância para causa direta entre o SIS-ROH e os COs. Conclusão: Moçambique tem feito esforços para aprimorar as estatísticas de mortalidade, porém há lacunas na qualidade; a análise rotineria dos dados pode identificar essas lacunas e subsidiar seu aprimoramento.

Ano

2016

Creators

Edina da Rosa Durão Mola

Subsídios para a implantação de um sistema de vigilância de causas externas no município de Cuiabá/MT

Introdução. A violência é um dos problemas mais sérios de Saúde Pública. Para conhecê-lo, usam-se, principalmente, dados de mortalidade, reconhecendo-se, no entanto, como relevante, o uso de outros dados para o monitoramento desses eventos. Objetivo. Fornecer subsídios para a implantação de um Sistema de Vigilância de Causas Externas (CE), por meio da análise de dados oriundos de diferentes fontes de informação e subseqüente relacionamento entre os bancos de dados produzidos por essas fontes. Metodologia. Para análise da mortalidade utilizou-se o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/MS); para os de morbidade hospitalar, o Sistema de Informações Hospitalares (SIH/SUS); para a morbidade não hospitalar criou-se um sistema de informações para as unidades de urgência e emergência. Esses bancos foram relacionados entre si e com o da Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sistema de Registro de Ocorrências Policiais), por meio do aplicativo RecLinkII. Resultados. Dados de 1980 a 2002 mostram que os coeficientes de mortalidade são sempre mais elevados em Cuiabá que no Brasil e Mato Grosso; o homicídio é a principal causa de morte, com tendência de crescimento. As internações por CE também apresentam índices superiores aos do Brasil e do Estado, assim como as taxas relativas ao tempo médio de permanência, gasto médio e mortalidade hospitalar; o traumatismo é a principal lesão e, diferente da mortalidade, os acidentes, exceto os de transporte, são as principais causas de internação. Quanto às unidades de urgência e emergência, verificou-se que é viável e necessária a implantação da ficha de notificação; a qualidade do preenchimento foi boa nos itens identificação e tipo de CE, possibilitando o uso dessas informações; a análise epidemiológica mostrou que os acidentes são mais freqüentes e que 97% dos pacientes, atendidos nessas unidades, receberam alta na própria unidade. Um dos usos do processo de relacionamento é o aprimoramento da qualidade da informação gerada por esses bancos e o monitoramento dos eventos; o relacionamento entre os bancos é possível, mas é recomendável que se inicie com o SIM e SIH/SUS. Conclusões: O perfil de morbimortalidade apresentado para os diferentes sistemas é muito distinto, o que aponta para a necessidade de integração desses bancos de dados para ampliar o conhecimento sobre os acidentes e violências. No entanto, é necessário estabelecer metas a curto, médio e longo prazo, que contemplem, no mínimo, a melhoria da qualidade da informação, a criação de uma equipe de vigilância de causas externas e a implantação de um sistema de informação para unidades de urgência e emergência.

Ano

2007

Creators

Ligia Regina de Oliveira

Estudo de um grupo de recém-nascidos em maternidades: suas características e a mortalidade do período neonatal precoce

Este trabalho descreve uma população de 12782 nascidos vivos de nove maternidades e algumas características apresentadas durante o período em que se encontraram hospitalizados, do nascimento até o 7. dia de vida. Dividiu-se em dois grupos de acordo com o tipo de alta: os recém-nascidos que tiveram alta vivos e o grupo que faleceu durante as primeiras 168 horas de vida. As características próprias do RN como peso ao nascer, patologias, mortalidade, assim como a idade da mãe, a frequência às consultas de pré-natal p o tipo de parto, são descritas para os dois grupos. Calculou-se o coeficiente de mortalidade neonatal precoce mínimo, assim denominado por se referir aos óbitos do período ocorridos durante a internação, para cada variável estudada. A mortalidade mínima para o período neonatal precoce foi de 18,85 por mil nascidos vivos. Houve uma incidência de 11,1 por cento de recém-nascido de baixo peso que apresentaram uma mortalidade específica por peso de 115 por mil NV; 17,4 por cento das mães tinham menos que 20 anos e 9,7 por cento idade igual ou superior a 35 anos. Os nascimentos ocorreram a termo em 70,2 por cento do total e 60,2 por cento dos partos foram normais. A assistência pré-natal (com um mínimo de 3 consultas) foi realizada por 57,8 por cento das mulheres cujos filhos participaram do estudo. Icterícia, anóxia, hipóxia e membrana hialina foram as patologias de maior incidência durante a hospitalização. O coeficiente de mortalidade para 1. dia de vida foi de 6,9 mil nascidos vivos, diminuindo para cada dia, sucessivamente e atingindo um mínimo de 0,2 por mil nascidos vivos no 6. dia de vida. Entre as mais freqüentes causas de óbito estão as anóxias, hipóxias e afecções respiratórias, seguidas pelas malformações congênitas e afecções maternas que afetaram o recém-nascido.

Ano

1988

Creators

Cassia Maria Buchalla

Uso de teste imunoenzimático na vigilância epidemiológica de arboviroses

Realizou-se revisão bibliográfica sobre a utilização do teste imunoenzimático, ELISA (enzyme-linked immunosorbent assay) na Vigilância Epidemiológica de infecções causadas por arbovírus da Família Flaviviridae, gênero Flavivirus e da Família Togaviridae, gênero Alphavirus. Foram consultados trabalhos publicados a partir de 1979, ano da introdução do teste em pesquisas de arboviroses. Observou-se que o teste tem sido empregado na pesquisa de anticorpos em humanos, de anticorpos e antígenos em reservatórios não humanos e na identificação de antígenos e da fonte alimentar de mosquitos vetores. Analisou-se o desempenho de ELISA comparando-o a técnicas tradicionalmente empregadas para identificação de anticorpos e antígenos de arbovírus. O teste apresentou 100,0 por cento de sensibilidade e especificidade média de 84,5 por cento na identificação de anticorpos anti-Alphayirus em humanos. A técnica também foi muito sensível para Flavivirus, com valor médio de 95,2 por cento e apresentou especificidade média de 77,6 por cento. Na identificação de anticorpos anti-arbovírus em resevatórios não humanos, ELISA mostrou sensibilidade de 100,0 por cento e especificidade de 97,4 por cento. Na pesquisa de antígenos vir ais em mosquitos vetores a técnica apresentou especificidade média de 93,6 por cento e sensibilidade média de 76,5 por cento. A técnica apresentou alto valor preditivo positivo, o que foi observado quando calculou-se a média dos valores apresentados em cada um dos trabalhos em que esse parâmetro foi pesquisado e obteve-se um resultado de 89,0 por cento. Nos trabalhos em que foi estudada a reprodutibilidade do teste observou-se coeficiente de variação de 3,0 a 14,0 por cento nos resultados. Observou-se grande diversidade quanto aos critérios de positividade adotados, impossibilitando a comparação dos resultados. Notou-se uma tendência a encurtar o tempo de realização do teste e torná-lo factível em condições de trabalho de campo. Verificou-se que o teste já está incorporado à rotina da Vigilância Epidemiológica de algumas arboviroses como encefalite Japonesa nos países asiáticos e encefalites do Leste, Oeste e de St.Louis, nos Estados Unidos da América. Os autores estudados foram unânimes em concluir que trata-se de teste rápido, apresenta simplicidade dos procedimentos técnicos e permite diagnóstico presuntivo de infecção aguda com apenas uma amostra de soro, características que o capacitam para uso na Vigilância Epidemiológica de arboviroses.

Ano

1990

Creators

Nicolina Silvana Romano Lieber

Mortalidade como preditor de morbidade

As doenças crônicas mostram-se como um desafio para o epidemiologista pela dificuldade de se conhecer a sua história natural, os agentes etiológicos, os suscetíveis e outras informações importantes para a sua prevenção, controle e tratamento. Dentre as doenças crônicas interessa, particularmente, o câncer devido à sua importância no obituário geral e pelos altos custos requeridos no seu tratamento. Porém as estatísticas oficiais rotineiras dão pouca ou nenhuma informação sobre a sua incidência e/ou prevalência. Neste sentido, tendo em vista a parcialidade e a precariedade das estatísticas de morbidade, muitos estudos têm sido realizados com o objetivo de elaborar medidas indiretas de estimativas de incidência e prevalência. O presente trabalho verifica a adequação de dois modelos matemáticos existentes na literatura que utilizam dados de população, mortalidade e sobrevivência para estimar a incidência de câncer de estômago, pulmão e mama feminina, utilizando dados do Município de São Paulo, para o ano de 1978. Além disso apresenta um modelo probabilístico que utiliza as mesmas informações dos modelos de literatura para estimar a incidência de doenças de caráter irreversível, com incidência, mortalidade e taxas de sobrevivência constantes por, pelo menos, um ano. Os resultados mostraram que o modelo proposto por este trabalho apresentou as melhores estimativas dos coeficientes de incidência de câncer de estômago, pulmão e mama feminina, quando comparado com os modelos de literatura. Os bons resultados obtidos incentivam a que se continue o aprimoramento de modelos matemáticos que utilizem dados de mortalidade para estimar a incidência de câncer.

Ano

1992

Creators

Maria do Rosario Dias de Oliveira Latorre

Investigação epidemiológica de varíola no Estado do Rio Grande do Sul - Brasil

De um total de 836 casos de varíola ocorridos no ano de 1969 e de 932 ocorridos em 1970, descreve-se a investigação epidemiológica de 245 casos contidos em seis surtos ocorridos no Rio Grande do Sul, Brasil. Este trabalho demonstra a importância da investigação epidemiológica da varíola como elemento indispensável para o desenvolvimento de um sistema de vigilância epidemilógica. A utilização de tal método proporcionou uma melhoria considerável na qualidade da informação e permitiu a identificação de um maior número de casos. O aumento pode ser demonstrado pelo número médio de casos encontrados para cada caso notificado. Vinte e cinco para um em 1969 e 17,5 para um em 1970. A qualidade da informação foi apurada pela confirmação ou não do diagnóstico inicial do notificante, tanto clínica como laboratorialmente. A investigação epidemiológica também auxiliou na erradicação de varíola, descobrindo casos em áreas já vacinadas, demonstrando a origem dos surtos e revelando problemas criados pelo fluxo bidirecional através de fronteiras. Esta filosofia de trabalho é recomendada para outras doenças como parte de um programa de desenvolvimento gradativo de atividades de vigilância epidemiológica.

Ano

1979

Creators

Airton Fischmann

Diversidade de mosquitos (Diptera: Culicidae) em ambientes de mata primária, mata residual e área de cultivo irrigado de arroz, no Vale do Ribeira, Estado de São Paulo

Objetivo. Comparar a fauna culicidiana em ambiente de mata primária, mata residual e área de cultivo irrigado de arroz na Região do Vale do Ribeira (SP), mediante análise: 1) de composição faunística, quanto ao número de espécies e indivíduos; 2) diversidade; 3) distribuição das espécies dominantes; 4) constância de espécies; 5) similaridade entre os ambientes e 6) discussão sobre espécies de ; importância médica. Material e Método. Os dados referem-se às coletas de mosquitos adultos em armadilha tipo Shannon com fonte luminosa e dois coletores com aspirador manual, no período das 17 às 22h, de janeiro de 1992 a abril de 1995, referentes ao Projeto Temático \"Culicidae do agro-ecossistema irrigado e seu significado epidemiológico\" (FAPESP, processo 90/3371-6). Para cada tipo de ambiente foram traçadas curvas cumulativas do número de espécies e indivíduos. A diversidade de espécies foi calculada através dos índices de Margalef, Margalef Padronizado e a de Fisher. Para a dominância de espécies calculou-se o índice de Berger-Parker. A constância de espécies foi avaliada pelo índice de constância e a similaridade, pelo coeficiente de Sorensen. Resultados. O número de espécies foi maior na mata residual e menor na arrozal, ocorrendo o inverso com o número de indivíduos. Os índices de diversidade comportaram-se semelhantemente, sendo maiores na mata residual e menores no arrozal. As espécies dominantes foram: Anopheles cruzii na mata primária, Aedes serratus na mata residual e Anopheles albitarsis (espécie B) no arrozal, todas elas de importância médica. Em relação à constância e similaridade, o arrozal destacou-se dos demais ambientes, pois apresentou mais espécies constantes e menos espécies compartilhadas com as matas primária e residual do que estas entre si. Discussão e Conclusões. Para todas as análises realizadas, o número de coletas e a técnica empregada interferiram nos resultados, provavelmente em função de características biológicas e comportamentais das espécies. Procurou-se integrar fatores que possam justificar maior diversidade em mata residual, tais como presença de características de mata primária em grau variável, contiguidade com áreas abertas e proximidade com o arrozal. Neste tipo de ambiente, a homogeneidade de recursos e a previsibilidade ambiental condicionada pelo ciclo de cultivo do arroz, propiciaram a formação de criadouros que favoreceram algumas espécies. Daí a riqueza e diversidade menores do que nas matas e a maior proporção de espécies constantes e mais abundantes. Quanto às espécies raras, de um modo geral, podem ser encaradas como em processo de adaptação, uma vez que as áreas estudadas, representando diferentes graus de impacto, apresentaram padrões de diversidade distintos.

Ano

2000

Creators

Helene Mariko Ueno

Revisão da seção Spissipes de Culex (Melanoconion) (Diptera: Culicidae)

Apresenta-se estudo revisionário da Seção Spissipes de Culex (Melanoconion), onde são feitas descrições de formas adultas, incluídos as genitálias de ambos os sexos e o cibário das fêmeas. Sob o ponto de vista taxonômico, considera-se a existência atual de 22 espécies válidas das quais duas são consideradas como novas. Culex nicaroensis Duret foi retirada pois, a análise de suas características morfológicas permitiu alegar a conclusão de não pertencer ao subgênero Melanoconion, ficando sem reconhecimento subgenérico. Além disso, procedeu-se ao estabelecimento da sinonímia de Culex alvarezi Sutil Oramas, Pulido Florenzano & Amarista Menezes com Culex spissipes (Theobald). Levando em consideração vários caracteres das formas supramencionadas, pôde-se subdividir a Seção em grupos e subgrupos, mediante afinidades morfológicas que, à luz dos atuais conhecimentos, permite serem ponderadas. Sob o ponto de vista biogeográfico são apresentados os dados disponíveis, daí resultando mapas de distribuição. A importância epidemiológica desse grupo de culicídeos é apresentada mediante o levantamento dos conhecimentos obtidos até agora na literatura. Foram elaboradas chaves para identificação específica.

Ano

1994

Creators

Maria Anice Mureb Sallum

Estudo da capacidade vetora de Pintomyia fischeri (Pinto) (Diptera:Psychodidae) para Leishmania (Viannia) braziliensis Vianna

Introdução - A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma antropozoonose com o envolvimento de várias espécies de Leishmania, mamíferos reservatórios e flebotomíneos (vetores). Apresenta ampla distribuição no Brasil, com registro de casos em todas as unidades da Federação. É de interesse em saúde pública devido à gravidade de algumas de suas formas e alta prevalência em algumas regiões. Em áreas de transmissão na Grande São Paulo, têm sido registradas várias espécies de flebotomíneos, merecendo destaque Pintomyia fischeri, por ser altamente antropofílica e apresentar ampla distribuição no estado de São Paulo. Objetivo - Identificar a capacidade vetora dos flebotomíneos Pintomyia fischeri para Leishmania (Viannia) braziliensis, um dos agentes da leishmaniose tegumentar americana (LTA), comparando-a com a de Nyssomyia intermedia, vetor desse parasita na região Sudeste do Brasil. Métodos - Os seguintes parâmetros foram identificados: em campo - densidade das espécies em relação a um hospedeiro (hamster), com a instalação da armadilha de Disney em duas áreas (município do Embu na Grande São Paulo e município de Iporanga, na região do Vale do Ribeira) e teste de uma nova armadilha (apenas em Iporanga); em laboratório, a partir de infecção experimental de flebotomíneos por meio da alimentação em hamsters infectados pelo parasita - probabilidade diária de sobrevivência dos flebotomíneos, duração do ciclo gonotrófico, período de incubação extrínseca dos parasitas, proporção de flebotomíneos que se alimentam em fonte infectante e que se tornaram infectivos. Com estes dados calculou-se a capacidade vetora (novas infecções que a população vetora levará adiante ao se alimentar em um hospedeiro infectado), pela expressão V = m.a.b.Einf, onde V = capacidade vetora, m = proporção de fêmeas atraídas ao hospedeiro, a = proporção de fêmeas alimentando-se no hospedeiro/duração do ciclo gonotrófico, b = proporção de fêmeas infectadas que desenvolvem a forma infectante e Einf = expectativa de vida infectiva. Resultados Em se tratando do parâmetro observado em campo (m), densidade de flebotomíneos/hamster/dia, na armadilha de Disney em Iporanga esse valor para Ny. intermedia foi de 0,027 e para Pi. fischeri (0,011), em Embu, para Pi. fischeri (0,103) e para nova armadilha, apenas em Iporanga, Ny. intermedia (7,9) e Pi. fischeri (0,11). Nos parâmetros obtidos em laboratório: sobrevida infectiva (Einf): Ny. intermedia (0,84 dias) e Pi. fischeri (0,89 dias); proporção de fêmeas alimentadas em hamster: Ny. intermedia (0,77) e Pi. fischeri (0,67) e mediana do ciclo gonotrófico, para as duas espécies de 5 dias; período de incubação extrínseca para as duas espécies de 5 dias; e proporção de fêmeas infectadas por promastigotas que chegaram à forma infectante (b) para Ny. intermedia (0,90) e Pi. fischeri (0,311). A capacidade vetora obtida com a armadilha de Disney para Ny. intermedia em Iporanga foi de 0,0027 e para Pi. fischeri (0,00089) e no Embu para Pi. fischeri de 0, 0083 e para a armadilha nova, em Iporanga apenas, Ny. intermedia (0,8) e Pi. fischeri (0,0089). Conclusão - A capacidade vetora avaliada pelas armadilhas nova e a de Disney apresentou disparidades. Para Ny. intermedia, em Iporanga o valor da primeira foi 296,3 vezes maior que o da Disney e para Pintomyia fischeri foi 10 vezes maior. Na comparação entre o mesmo tipo de armadilha, em Iporanga para Ny. intermedia o valor da capacidade vetora obtido com a Disney foi 3,03 vezes superior ao de Pi. fischeri e na nova, foi 89,9 vezes. Para Pintomyia fischeri, os valores obtidos para a capacidade vetora considerando a Disney (Embu) foram 9,3 vezes maiores que os de Iporanga. A capacidade vetorial de Pi. fischeri (Embu) foi 3,07 vezes maior do que o de Ny. intermedia (Iporanga). Possivelmente as duas espécies atuem na transmissão da LTA no estado de São Paulo. Em Iporanga Ny. intermedia atua de maneira bem mais incisiva do que a Pi. fischeri. Por outro lado, no Embu, onde Ny. intermedia não tem sido capturada, a população de Pi. fischeri apresentou capacidade vetora superior à de Ny. intermedia (Iporanga), quando avaliadas segundo o mesmo tipo de armadilha para obtenção da densidade vetora.

Ano

2013

Creators

Morgana Michele Cavalcanti de Souza Leal Diniz

Avaliação da qualidade do ar em duas estações do metrô de São Paulo

Objetivo. Comparar a qualidade do ar externo com o ambiente interno das estações Clínicas e Praça da Sé do Metrô de São Paulo, quantificando e qualificando os contaminantes microbiológicos e atmosféricos. Propõe-se com este estudo promover o conhecimento de fatores sobre a qualidade do ar e das condições de higiene e saúde destes locais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e usuários do sistema. Métodos. As amostras foram realizadas no período de Julho a Novembro de 2005. Os fungos foram coletados com o impactador de Andersen de um estágio com volume de aspiração de 28 l/min por um tempo de 10 minutos por amostra, e como meio de cultivo Agar Sabouraud Dextrose a 4%. A quantificação e identificação foram feitas por meio de análises de lâminas do material microbiológico em microscópio óptico, coradas com azul de lactofenol. Para o dióxido de nitrogênio utilizou-se difusor passivo com trietanolamina como substância adsorvente e as análises foram realizadas por espectrofotometria. O difusor passivo para avaliação da concentração de benzeno é do tipo membrana, com carvão ativado como substância adsorvente e a análise por cromatografia gasosa. O tempo de exposição para estes amostradores foi de 30 dias. O PM10 foi medido com um monitor contínuo, com leitura direta. Foram instalados dois equipamentos em cada estação por um período de 7 dias. Resultados. Os estudos indicam a presença de fungos comuns com predominância para o Cladosporium sp (52%), Alternaria sp (17%) e Penicillium sp (13%) e em proporções semelhantes interna e externamente às estações. A concentração média de \'NO IND. 2\' no interior das estações, foi de 73,9 \'müg/m POT. 3\'. Estes valores são semelhantes às medições externas realizadas com o equipamento de Espectroscópia de Absorção por Diferencial Óptico (DOAS) e os valores medidos pela estação de monitoramento da CETESB, instalado na FSP/USP. Os valores máximos encontrados para o benzeno foram de 5,7 \'müg/m POT. 3\' no interior das estações e 6,2 \'müg/m POT. 3\' no ambiente externo. O PM10 indicou valores elevados sendo o valor médio, para a estação Clínicas de 312,4 \'müg/m POT. 3\' medidos na plataforma e 243,9 \'müg/m POT. 3\' no mezanino, na estação Praça da Sé verificamos a concentração de 150,9 \'müg/m POT. 3\' na plataforma da linha 1 e 124,2 \'müg/m POT. 3\' na plataforma da linha 3. Conclusões. O presente estudo possibilitou a avaliação e comparação dos níveis de poluição ambiental interno e externo às estações. A constatação da predominância de fungos comuns no ar não indica a ausência de riscos para a saúde humana, pois o seu impacto depende da suscetibilidade dos indivíduos expostos. A concentração de \'NO IND. 2\' e benzeno encontradas no ambiente interno e externo são de mesma ordem de grandeza, o que indica que estes contaminantes têm a mesma fonte de origem. A alta concentração de PM10 representa uma maior preocupação. Para este contaminante deve-se avaliar a composição do material encontrado e seu grau de toxicidade.

Ano

2006

Creators

Reinaldo Keiji Fujii

Condição previdenciária, saúde e incapacidade de idosos residentes no município de São Paulo

O presente estudo teve por objetivo descrever e analisar as condições sócio-econômicas, de saúde e de incapacidade de grupos previdenciários entre idosos residentes no Município de São Paulo, no período de 1988-89. Trata-se de estudo transversal, onde uma amostra aleatória de 1557 indivíduos foi categorizada em quatro grupos previdenciários: aposentados, 53,3 por cento ; pensionistas, 14,8 por cento ; economicamente ativos, 10 por cento e donas de casa, 22 por cento . As pensionistas, os aposentados por invalidez e por velhice apresentaram os piores indicadores sócio-econômicos. As doenças mais frequentemente referidas, foram a hipertensão, varizes e reumatismo. As pensionistas, as donas de casa e os aposentados por invalidez apresentaram as maiores frequências destas doenças, ou respectivamente, para hipertensão: 55,4 por cento , 59,4 e 53,5 por cento ; para varizes: 57,1 por cento , 56,5 por cento e 52,4 por cento ; e para reumatismo: 43,7 por cento , 54,7 por cento e 45,4 por cento . Entre o conjunto dos idosos, 37,3 por cento apresentam algum nível de incapacidade e 1,7 por cento são totalmente dependentes. As pensionistas, os aposentados por invalidez e as donas de casa foram os grupos que apresentaram as maiores prevalências de incapacidade. As melhores condições sócio-econômicas, de saúde e de independência ocorreram entre os economicamente ativos aposentados. Para a análise multivariada as categorias tomadas como referência foram: sexo masculino, faixa etária de 60 a 69 anos, nível superior de escolaridade, indivíduos economicamente ativos, grupo ocupacional I (administradores, técnicos e profissionais de nível superior) e renda familiar per capita igual ou superior a US$ 100 mensais. Em relação à hipertensão, as variáveis a seguir mostraram associação segundo os respectivos níveis e valores de \"odds ratio\": sexo feminino, 1,44; nível médio de escolaridade, 2,0; nível elementar 3,35 e nível de não alfabetização, 6,58; quanto à condição previdenciária: aposentados, 1,7; pensionistas, 2,02 e donas de casa, 2,34; renda familiar abaixo deUS$ 100, 1,31. Em relação à incapacidade: sexo feminino, 2,29; faixa etária 70-79 anos, 2,59; 80 anos e mais, 12,74; nível de não alfabetização de escolaridade, 5,83; aposentados, 2,51; donas de casa, 3,89 e pensionistas, 3,41. Não se associaram com a hipertensão: a idade, 70 a 79 anos e a ocupação anterior; e não se associaram com incapacidade: a escolaridade, níveis médio e elementar; os grupos ocupacionais III e IV (manuais, braçais e donas de casa) e finalmente a renda familiar perca pita. Conclui-se que as pensionistas, os aposentados por invalidez e os aposentados por velhice constituem-se nos grupos mais vulneráveis do ponto de vista social e de saúde; que variáveis sócio-econômicas estão associadas à hipertensão e incapacidade e que a ocupação anterior dos idosos não se associa à estas condições de saúde.

Ano

1994

Creators

Maria Celia Guerra Medina

Câncer de boca: mortalidade entre os residentes no estado de São Paulo no período de março de 1979 a fevereiro de 1982

O trabalho descreve a mortalidade por câncer de boca no Estado de São Paulo, no período de 1 de março de 1979 a 28 de fevereiro de 1982, segundo as variáveis sexo, idade, localização do tumor e Região Administrativa de residência. Constituíram material de estudo as declarações registradas dos óbitos de residentes no Estado de São Paulo que ocorreram nesse período e que apresentaram câncer de boca como causa básica de morte, segundo registros armazenados em meio magnético, com tecnologia de CD-ROM, do Ministério da Saúde. A fonte dos dados populacionais necessários para o cálculo dos coeficientes de mortalidade foi o censo de 1980. O Estado de São Paulo como um todo apresentou, no período estudado, um total de 1.158 óbitos, correspondendo a 2,1 o/o da mortalidade por câncer em geral e originando um coeficiente de mortalidade por câncer de boca igual a 1,54 por 100.000 habitantes, com uma razão homens/mulheres de 4,92: 1 (2,56 por 100.000 homens e 0,52 por 100.000 mulheres). Acima dos 30 anos, a mortalidade foi mais elevada no sexo masculino, em todos os grupos etários. Para ambos os sexos, o câncer de língua constituiu a principal causa de mortalidade (50,4 por cento dos óbitos masculinos e 36,2 por cento dos femininos), seguido, para o sexo masculino, pelo câncer de assoalho (9,9 por cento ), de palato (7,2 por cento ) e de glândulas salivares (6,2 por cento ) e, para o sexo feminino, pelo câncer de palato (14,9 por cento ), de glândulas salivares (13,8 por cento ) e de gengiva (5,6 por cento ). Para cada uma das localizações do tumor obtiveram-se coeficientes maiores no sexo masculino do que no feminino. A maior razão homens/mulheres foi encontrada para a localização assoalho da boca (12,50: 1), seguindo-se a língua (6,79: 1), o lábio (3,33: 1), a gengiva (3,00: 1), as glândulas salivares (2,29: 1) e o palato (2,25:1). No estudo por Regiões Administrativas, os coeficientes gerais de mortalidade por câncer de boca, padronizados por idade, tendo como padrâo a população total do Estado de São Paulo (censo de 1980), configuraram uma distribuição geográfica com alterações gradativas, compondo-se blocos geograficamente contíguos de resultados semelhantes. As duas Regiões que apresentaram os maiores coeficientes de mortalidade - Litoral (2, 16 por 100.000 habitantes) e Vale do Paraíba (1,83 por 100.000 habitantes) - ocupam o Sul e o Sudeste do Estado. As três Regiões de menores coeficientes - Araçatuba (0,55 por 100.000 habitantes), Presidente Prudente (0,95 por 100.000 habitantes) e Marília (1,11 por 100.000 habitantes) - se concentram no Oeste do Estado. Na comparação da mortalidade entre os sexos, obteve-se razão homens/mulheres de aproximadamente 5: 1, na maioria das Regiões, observando-se valores discrepantes para Presidente Prudente (18,10: 1), São José do Rio Preto (13,87: 1) e Araçatuba (1,89: 1). Para a maioria das Regiões, a mortalidade é maior quanto mais avançado é o grupo etário, localizando-se o pico no grupo de 70 anos e mais. A idade em que se inicia a ocorrência de óbitos por câncer de boca varia entre as Regiões, mas, para a maior parte delas, os valores dos coeficientes só têm valor expressivo após os 40 anos. Em todas as Regiões, a língua apresenta os maiores valores de coeficientes de mortalidade, e, em quase todas as Regiões, o lábio e a gengiva apresentam os menores valores. Nas posições intermediárias se alternam, nas diferentes Regiões, as localizações assoalho, palato e glândulas salivares. Para cada uma das Regiões Administrativas foram feitas, ainda, análises conjuntas das variáveis sexo, idade e localização do tumor.

Ano

1994

Creators

Lucia Helena de Moura Neves

Avaliação de possíveis fatores de risco para a infecção pelo Trypanosoma cruzi em crianças: estudo caso-controle em area rural do estado de Goiás

Um estudo caso-controle para investigar possíveis fatores de risco associados à infecção pelo Trypanosoma cruzi foi realizado em crianças de zona rural, dos municípios de Posse, Simolândia e Guarani de Goiás, localizados na região nordeste do Estado de Goiás. Os participantes do estudo foram selecionados entre 1.990 crianças de 7 a 12 anos de 60 escolas rurais, mediante triagem sorológica com coleta de sangue em papel de filtro por 3 técnicas: Imunofluorescência Indireta, Hemaglutinação Indireta e ELISA. Cento e quarenta e nove (149) crianças com presença de anticorpos anti-T. cruzi em pelo menos 2 testes realizados em amostras de sangue venoso e uma amostra aleatória de 298 crianças soronegativas para os 3 testes, pareadas por sexo, freqüência de idade e comunidade foram incluídas no estudo, respectivamente como Casos e Controles. As moradias dos casos e controles foram visitadas para obtenção de informações sobre presença de vetores na unidade domiciliar, características do domicílio, da família e do ambiente peridoméstico. Nessa ocasião foram coletadas amostras de sangue dos pais dos participantes do estudo. Casos e controles foram comparados em relação a fatores de risco relativos ao ambiente doméstico, peridoméstico e sorologia dos pais. Um segundo banco de dados foi construído com apenas um participante por moradia, correspondendo a 89 moradias de casos e 278 de controles. O modelo de regressão logística condicional foi empregado para controlar as principais variáveis de confusão. Sensibilidade de variáveis preditoras da casa da criança infectada foi também calculada. Uma associação estatisticamente significante foi encontrada entre criança soropositiva e evidência de vetor, ou seus vestígios, no domicílio. A presença de exúvia foi o maior preditor de criança infectada (OR=3,5; LC95 por cento 2,1-5,8), enquanto a presença de vetor sem detecção de vestígios não esteve associada à criança infectada. A identificação de triatomíneos pelos moradores apresentou OR=7,7 (LC95 por cento 2,3-25,5). A infecção em crianças esteve significativamente associada ao número de pessoas residentes na moradia atual. Uma maior proporção de pessoas soropositivas foi detectada nas casas dos casos quando comparada às casas do grupo controle sugerindo uma possível agregação familiar da soropositividade. Características peridomésticas foram semelhantes entre casos e controles, não havendo diferenças de OR entre os dois grupos. Detectou-se associação significativa entre mãe soropositiva e filho soropositivo (OR=3,6; LC95 por cento 2, 1-6,5), indicando a possibilidade da transmissão congênita ou um potencial efeito prejudicial exercido pela soropositividade de mães de recém-nascidos não infectados congenitamente. Entretanto, a associação entre pai infectado e filho infectado não foi estatisticamente significante (OR=1,6; LC95 por cento 1,0-2,7). O relato de vetores pelos moradores mostrou uma sensibilidade de 97,5 por cento em predizer moradia de criança soropositiva. Os aspectos relativos à aplicação da metodologia caso-controle no estudo da infecção pelo T. cruzi e possíveis medidas de vigilância e controle para a região de estudo são discutidos.

Ano

1994

Creators

Ana Lucia Sampaio Sgambatti de Andrade

Saúde bucal e grau de felicidade em adolescentes de uma cidade no sul do Brasil: análise longitudinal

Felicidade é um constructo multidimensional que pode ser definido como ograu em que uma pessoa avalia a qualidade geral de sua vida como favorável; ela tem sido associada com vários desfechos e medidas de saúde. A transição da infância para a adolescência envolve uma série de mudanças físicas e especialmente psicológicas, e oimpacto das doenças bucais pode ser percebido como um obstáculo para o desenvolvimento social dos indivíduos.Osobjetivos do presente trabalho foram estudar a influência das condições de saúde bucal, condição socioeconômica e uso de serviços no grau de felicidade durante o período de transição da infância para a adolescência;identificar os fatores associados à mudança do grau de felicidade e avaliar o incremento dos problemas de saúde bucal na amostra após 2 anos de acompanhamento. A coleta de dados ocorreu em 2 momentos, nos anos de 2012 e 2014. Foram feitos exames clínicos para avaliar as condições de saúde bucal (cárie dentária, má oclusão, traumatismo dentário e condição gengival), entrevistas para avaliar o grau de felicidade (medido com a Escala Subjetiva de Felicidade-SHS) e o impacto das condições de saúde bucal na qualidade de vida (medido com o Child Perceptions QuestionnaireCPQ11-14), além de questionários enviados aos responsáveis para avaliar a condição socioeconômica da família, variáveis demográficas e de uso de serviços dacriança. Para a análise dos fatores relacionados ao grau de felicidadefoi utilizado um modelo linear multinível para medidas repetidas ao longo do tempo, comentrada de variáveis hierarquizada de acordo com um modelo conceitual; para análise dos fatores associados à mudança no grau de felicidadefoi utilizada regressão logística multinomial.Das 1134 crianças examinadas no baseline, 770 foram reavaliadas após 2 anos(taxa de resposta de 67,9 por cento), e foi observado um aumento na prevalência de problemas bucais (experiência de cárie, prevalência de má oclusão, prevalência de sangramento e placa dental). O modelo multinível final foi composto por variáveis socioeconômicas da família, pelo uso de serviços e pelas condições clínicas de saúde bucal e autopercepção.Adolescentes de famílias com menor renda(p=0,030), que viviam em residências com maior aglomeração(p<0,001), cujas mães tinham um menor nível de escolaridade(p=0,014), que utilizavam o serviço odontológico por motivos de dor ou em busca de tratamentos(p=0,039), que possuíam um número maior de dentes com cavidades de cárie não tratada(p=0,010)e que relatavam maior impacto das condições de saúde bucal na qualidade de vida (p<0,001)apresentaram um pior grau de felicidade. O modelo multinomial final indicou uma associação entre experiência de cárie e autopercepção e a mudança no grau de felicidade: adolescentes com um maior número de dentes cariados, perdidos ou obturados (OR=1,16-1,19, p=0,018-0,037) e com escores mais altos no CPQ11-14 (OR=1,04-1,07, p=0,000-0,014) tinham uma maior chance de pertencer às categorias mais desfavoráveis de trajetória de felicidade. Esses resultados evidenciam a importância de políticas públicas inclusivas e promoção de saúde bucal para o desenvolvimento psicossocial de adolescentes

Ano

2018

Creators

Simone Tuchtenhagen