Repositório RCAAP
Traços psicológicos dos pacientes submetidos a angioplastia transluminal coronária
Este trabalho teve por objetivo a identificação de traços psicológicos e características emocionais comuns aos pacientes que foram, pela primeira vez, submetidos a angioplastia transluminal coronária (ATC), no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia. Foram analisados 84 pacientes, de ambros os sexos, com idade média de 55 anos. Foram realizadas, pela equipe de psicólogos, duas entrevistas semidirigidas, durante cada uma das quais foram aplicados o Inventário de Ansiedade Traço - Estado (IDATE) e a Escala de Hamilton. Essas entrevistas foram realizadas imediatamente anterior à ATC e um dia após o procedimento, na alta dos pacientes. Os resultados permitiram-nos concluir que a grande maioria apresentou padrão comportamental tipo A, próprio do coronariano, alto estresse constitucional e ambiental e ansiedade - traço acima da média. Obtiveram alta porcentagem, também, as variáveis tensão, depressão, grau de competitividade e labilidade de humor.
2022-12-06T14:00:24Z
Campos,Lourdes Helena de Nascimento,Gláucia Faé
Endomiocardiofibrose: resultados do tratamento cirúrgico com conservação das valvas atrioventriculares
Entre abril de 1988 e janeiro de 1991, foram operados 25 pacientes consecutivos, para correção de endomiocardiofibrose, com técnica conservadora das valvas atrioventriculares. Dezenove pacientes eram do sexo feminino e seis do masculino. As idades variaram de 11 a 59 anos, com média de 40,6 anos. Dezesete pacientes apresentavam acometimento biventricular, seis com comprometimento do ventrículo esquerdo e apenas dois pacientes com lesão isolada do ventrículo direito. Todos estavam em grupos avançados de insuficiência cardíaca, sendo 19 em grupo IV da NYHA e seis no grupo III. No pré-operatório, 24 apresentavam insuficiência da valva tricúspide e 22 apresentavam insuficiência da valva mitral. Todos os pacientes foram operados com o auxílio de circulação extracorpórea e hipotermia sistêmica de 28ºC e pinçamento aórtico intermitente, para melhor exposição das cavidades ventriculares. A fibrose ventricular direita foi sempre ressecada através da valva tricúspide, enquanto que a fibrose do ventrículo esquerdo foi removida através de pequena ventriculotomia esquerda apical. Em todos os pacientes com insuficiência tricúspide, foi feita plástica anular do tipo DeVega. Dos pacientes com insuficiência mitral, sete tiveram correção espontânea após a ressecção da fibrose, e os outros 15 receberam anuloplastia. Houve apenas um (4%) óbito no pós-operatório imediato e nenhum óbito tardio. A recuperação funcional foi boa, estando atualmente 16 pacientes em grupo funcional I e 8 em grupo II.
2022-12-06T14:00:24Z
Oliveira,Sérgio Almeida de Dallan,Luís Alberto Pereira-Barreto,Antônio Carlos Mady,Charles Pileggi,Fúlvio Jatene,Adib D
Correção de doenças da aorta torácica com utilização de hipotermia profunda e parada circulatória
São apresentados 14 casos de aneurismas e/ou dissecções da aorta torácica submetidos a correção cirúrgica com o emprego de hipotermia profunda e parada circulatória. Entre os 14 pacientes, seis eram portadores de aneurismas da aorta (um de aorta ascendente, três do arco aórtico, um de aorta ascendente + arco aórtico, um de aorta descendente) e oito eram portadores de dissecção aórtica. A hipotermia foi induzida gradualmente até atingir 18ºC de temperatura nasofaríngea. O período médio de parada circulatória foi de 35 minutos. Houve quatro óbitos hospitalares, sendo um por problemas hemorrágicos, um por arritmia ventricular pós IAM, um por insuficiência renal aguda já existente no pré-operatório e um por AVC e infecção pulmonar secundária. Dos 10 pacientes, dois apresentaram insuficiência respiratória com assistência ventilatória prolongada e quatro apresentaram distúrbios neurológicos transitórios, com recuperação total. A técnica de hipotermia profunda e parada circulatória mostrou-se como boa alternativa na abordagem cirúrgica de lesões graves da aorta torácica.
2022-12-06T14:00:24Z
Gontijo Filho,Bayard Fantini,Fernando Antônio Barbosa,Juscelino Teixeira Silva,João Alfredo de Paula e Castro,Marcelo Frederique de Peredo,Eduardo O. A Pedrosa,Adelso A Gonçalves,Flávio Donizete Vrandecic,Mário Osvaldo
Tratamento cirúrgico dos aneurismas toracoabdominais da aorta
Foram operados, em nosso Serviço, 161 aneurismas da aorta, sendo 99 por dissecção e 62 por outras causas. Em cinco pacientes, os aneurismas eram de localização toracoabdominal, sendo três por degeneração aterosclerótica e dois por dissecção; três pacientes eram do sexo feminino e a idade variou de 31 a 71 anos. Dois pacientes submeteram-se a aneurismectomia previamente (um da aorta ascendente e outro da porção proximal da aorta torácica). Revascularização miocárdica foi feita em um paciente, 40 dias antes da aneurismectomia. A indicação em todos os pacientes foi dor, causada por compressão do aneurisma, sendo que, em dois, havia insuficiência respiratória associada. Todos os pacientes foram operados através de incisão toracoabdominal e abertura do diafragma. A aorta foi substituída por tubo de Dacron, desde sua porção proximal até sua bifurcação, e as artérias viscerais foram implantadas no tubo. Quatro pacientes foram operados com pinçamento da aorta; um paciente necessitou emprego de circulação extracorpórea e parada circulatória, por impossibilidade de pinçamento da aorta junto à artéria subclávia. Todos os pacientes sobreviveram ao ato cirúrgico, ocorrendo dois óbitos no pós-operatório, um subitamente no 12º dia e outro por coma neurológico secundário a parada cardíaca causada por hipoxia.
2022-12-06T14:00:24Z
Souza,Januário M Berlinck,Marcos F Rojas,Salomon O Senra,Dante F Oliveira,Paulo A. F Martins,José Renato M Mazzieri,Ricardo Oliveira,Sérgio Almeida de
Dez anos de cirurgia dos aneurismas e dissecções crônicas da aorta ascendente no Instituto do Coração - FMUSP
Entre janeiro de 1980 e dezembro de 1990, 109 pacientes com idade entre 12 e 70 anos, 86 do sexo masculino e 23 do sexo feminino, foram operados para tratamento de aneurismas e dissecções da aorta ascendente, associados ou não a insuficiência aórtica. Trinta e quatro pacientes estavam em classe funcional (CF) IV (NYHA), 51 em CF III, 18 em CF II e seis em CF I. Cinqüenta e dois pacientes tinham dissecção crônica da aorta, 29 tinham ectasia ânulo-aórtica, dez aneurisma sacular com insuficiência aórtica e os demais, diagnósticos associados. A mortalidade imediata foi de 12,8% (14 óbitos). Vinte e sete (24,7%) pacientes não foram acompanhados tardiamente. A mortalidade tardia foi de 13,4% (11/82). Dos 72 pacientes acompanhados clinicamente até 120 meses de evolução (três a 120 meses), 65 (90,5%) mantêm-se em CF I e II. Concluiu-se que: a operação de Bentall - De Bono, demonstra ter melhor resultado em relação às interposições de tubo (p < 0,01), com estimativa de função de sobrevida de 70% em 120 meses, com excelente evolução clínica tardia.
2022-12-06T14:00:24Z
Fontes,Ronaldo Ducceschi Stolf,Noedir A. G Lourenço Filho,Domingos D Tranchesi,Ricardo Mady,Charles Pereira-Barreto,Antônio Carlos Pileggi,Fúlvio Jatene,Adib D
Tratamento cirúrgico da ectopia cordis: relato de três casos e revisão da literatura
Entre 1985 e 1990, três neonatos portadores de ectopia cordis (EC) foram admitidos no InCor - FMUSP; dois com defeito do tipo tóraco-abdominal e um do tipo torácico. Todas as crianças tinham anomalias cardíacas associadas: atresia tricúspide tipo I-A, ausência de artérias pulmonares centrais e colaterais sistêmico-pulmonares (um paciente); comunicação interventricular (CIV) e comunicação interatrial (CIA) (um paciente); CIA (um paciente). Uma criança não foi operada, devido a infecção e laceração da artéria pulmonar, indo a óbito por sangramento. As duas outras foram operadas, na tentativa de se recobrir o coração com pele; uma foi a óbito no 1º dia de pós-operatório, por baixo débito (BD); a outra teve evolução mais longa, indo a óbito no 141º dia de pós-operatório, causado por insuficiência respiratória. A longa evolução desse último paciente deveu-se a um defeito cardíaco de pouca repercussão hemodinâmica (CIA) e à colaboração de um cirurgião plástico na equipe cirúrgica. Este trabalho relata esses três casos e faz uma suscinta revisão da literatura.
2022-12-06T14:00:24Z
Riso,Arlindo A Barbaro-Marcial,Miguel Ludovici,Orlando Machado,Deipara M. A Ebaid,Munir Auler Júnior,José Otávio C Verginelli,Geraldo Jatene,Adib D
Cirurgia cardíaca fetal: características hemodinâmicas da placenta durante circulação extracorpórea
A diminuição da perfusão placentária com conseqüente distúrbio de trocas gasosas ocorre com freqüência após a circulação extracorpórea (CEC) fetal experimental. Com o objetivo de caracterizar a hemodinâmica placentária durante a CEC, foram colocadas em CEC sete placentas de ovelhas, isoladas in situ, através da canulação dos vasos umbilicais. O fluxo da CEC foi alterado de 15 a 300 ml/min/kg de peso fetal, em normotermia e hipotermia. A resistência vascular placentária (RVP) permaneceu constante durante uma pressão de perfusão e fluxo da CEC acima de 40 mmHg e 150 ml/min/kg, respectivamente. Abaixo destes valores, a relação da RVP com estes dois parâmetros foi inversamente proporcional. Um maior aumento da RVP foi observado durante a hipotermia. A implicação clínica destes achados reside no fato de que a diminuição do fluxo e da pressão de perfusão placentária durante a CEC pode conduzir a um ciclo vicioso, resultando em prejuízo adicional da perfusão placentária das trocas gasosas, sendo que a hipotermia agrava ainda mais esta disfunção placentária.
2022-12-06T14:00:36Z
Assad,Renato S Lee,Fan-Yen Berger,Kim Hanley,Frank I
Aneurisma do seio de Valsalva: análise de sete casos
Os autores apresentam a experiência acumulada de janeiro de 1984 a julho de 1990, no Instituto de Moléstias Cardiovasculares (IMC), de sete casos de aneurisma do seio de Valsalva (ASV), tratados cirurgicamente com uso de retalho de pericárdio bovino (PB), ou troca valvar nos casos indicados. Cinco casos eram de origem congênita e dois estavam associados a doença reumática. Dos congênitos, quatro estavam rotos, sendo dois para o átrio direito e dois para o ventrículo direito; em um caso não havia rotura e se projetava para o ventrículo esquerdo. Dos dois casos associados a doença reumática, um estava roto para o ventrículo direito e o outro apresentava protrusão do saco aneurismático para o ventrículo esquerdo e eversão da válvula aórtica correspondente. Foi usado retalho de PB para dar sustentação à sutura nos casos de ASV congênitos; destes, um evoluiu com deiscência da sutura aos sete meses e aos seis anos, sendo reoperado nas duas ocasiões. Nos casos associados a doença reumática, foi realizada a substituição valvar com prótese biológica PB IMC; dos dois pacientes, um foi a óbito, em decorrência de acidente vascular cerebral, no 15º dia de pós-operatório. Conclui-se que, quando não há alterações secundárias nas válvulas (ex.: calcificação, endocardite, etc), a restauração é possível e desejada, com boa evolução quando se usa retralho de pericárdio bovino.
2022-12-06T14:00:36Z
Mustafá,Ricardo M Braile,Domingo M Ardito,Roberto V Santos,José Luiz Verde dos Zaiantchik,Marcos Soares,Marcelo José Ferreira Leal,João Carlos Ferreira
Correção cirúrgica para reversão de operação de Senning em caso de falência ventricular direita
Os autores apresentam uma nova proposta para tratar disfunção do ventrículo direito no pós-operatório tardio da transposição das grandes artérias associada a grande comunicação interventricular e que tenha sido tratada pela inversão em nível atrial. Apresentam o caso de um paciente com 12 anos de idade, que havia sido submetido a operação de Senning associada a fechamento de comunicação interventricular e alivio de estenose pulmonar há 8 anos. A operação de Senning foi desfeita, restabelecendo-se a concordância atrioventricular, o remendo que fechava a comunicação interventricular foi ressecado, conectando-se a aorta com o ventrículo esquerdo. A artéria pulmonar foi seccionada transversalmente, próximo ao plano valvar. O coto proximal foi suturado e o distai, conectado ao ventrículo direito através de tubo valvulado de pericárdio bovino. A evolução foi satisfatória, revertendo-se a situação do paciente do grupo funcional IV para grupo I/II.
2022-12-06T14:00:36Z
Jatene,Adib D Jatene,Fábio B Jatene,Marcelo B Ikari,N Machado,Deipara M. A
Tratamento alternativo na síndrome da angústia respiratória, no adulto: relato de caso
Paciente do sexo feminino, de 33 anos de idade, submetida a revascularizaçáo do miocárdio, aneurismectomia e trombectomia de ventrículo esquerdo, evoluiu no pós-operatório com síndrome da angústia respiratória do adulto (SARA). Inicialmente, recebeu tratamento convencional e, pela hipoxemia persistente, optou-se pela remoção de CO2 através de oxigenador de membrana (MACCHI-ECCO2R), associado a pressão positiva de baixa freqüência, com sucesso. A paciente permaneceu sob assistência ventilatória por 57 dias, sendo sete dias com ECCO2R. Teve alta hospitalar no 83º dia de pós-operatório. Após quatro meses, apresentava, à radiogafia pulmonar, tônus e trofismo muscular normais e espirometría com obstrução em pequenas vias aéreas grau I.
2022-12-06T14:00:36Z
Costa,Valéria R Silva,Ana Maria P. R Coimbra,Vera Regina M Feltrin,Maria Ignês Jatene,Fábio B Amato,Marcelo B. M Auler Júnior,José Otávio C
Plástica da valva mitral em pacientes consecutivos: como é a evolução tardia?: avaliação clínica e ecocardiográfica
Foram estudados no pós-operatório tardio 39 pacientes submetidos a plástica da valva mitral por insuficiência ou dupla lesão. A idade média dos pacientes foi de 30,5 anos com desvio padrão de 17,2 anos sendo 24 (61,50%) pacientes do sexo feminino e 15 (38,50%) do sexo masculino. Foram realizadas 21 anuloplastias com anel de Carpentier, com tira posterior, cinco anuloplastias tipo Merendino, e uma anuloplastia tipo Kay. Não houve óbito imediato neste grupo de pacientes. Vinte e três (58,97%) pacientes apresentavam em sua história sintomas relacionados a febre reumática, 12 (30,76%) pacientes com etiologia não definida e quatro (10,25%) com degeneração mucóide. O tempo de evolução foi de 1497 meses/pacientes, com média de 38,39 meses e desvio padrão de 16,08 meses. No período de pós-operatório tardio 34 (87,74%) pacientes estavam em classe funcional I (NYHA) sendo que ocorreram dois (5,12%) óbitos tardios e dois (5,12%) pacientes foram reoperados. As taxas linearizadas dos eventos reoperação e tromboembolismo foram respectivamente de 1,6% e 0,8% por paciente/ano. A estimativa da função de sobrevida é de 94,87%. Na avaliação ecocardiográfica comparando-se os valores pré e pós-operatórios encontramos diminuição significativa do diâmetro diastólico do ventrículo esquerdo (p = 0.0001), do diâmetro sistólico do ventrículo esquerdo (p = 0.0001), e do diâmetro do átrio esquerdo (p = 0.0001). O estudo ecodopplercardiográfico pós-operatório demonstrou não haver alteração da área valvar ao esforço. A análise dos dados permite concluir que os pacientes submetidos a plástica da valva mitral apresentam estimativa de sobrevida e evolução clínica satisfatórias.
2022-12-06T14:00:36Z
Pomerantzeff,Pablo M. A Azevedo,José G Ratti,Miguel Moraes,Álvaro V Amato,Marisa Grinberg,Max Monteiro,Ana C Puig,Luiz B Stolf,Noedir A. G Verginelli,Geraldo Jatene,Adib D
Tratamento cirúrgico da tetralogía de Fallot no adulto
Vinte e nove pacientes com tetralogía de Fallot, cujas Idades variaram de 16 a 43 anos (média: 21 anos), foram submetidos à correção total. Somente dois (6,8%) tinham uma operação de Blalock-Taussig prévia. A técnica clássica de correção intracardíaca foi usada em todos os casos. Em 13,7% (4 casos) dos pacientes foi necessário reconstruir a via de saída do ventrículo direito. Houve quatro (13,75) óbitos operatórios. Todas as mortes ocorreram no início da experiência (1967-1977), quando oxigenadores descartáveis e proteção miocárdica não foram usados. O seguimento dos sobreviventes foi de 1.560 pacientesmeses (média: 62 meses). Houve uma morte tardia de causa não cardíaca. Exceto em dois doentes, a evolução clínica foi boa. Dois pacientes foram reoperados com sucesso para correção de defeitos residuais, 11 anos e seis meses, respectivamente, após a operação inicial. Acredita-se que a idade avançada não é contra-indicação para correção total da tetralogía de Fallot, sobretudo porque os portadores desta anomalia que sobrevivem à idade adulta, geralmente apresentam anatomia favorável.
2022-12-06T14:00:36Z
Moraes,Carlos R Rodrigues,Jorge V Gomes,Cláudio A Tenório,Euclides A Moraes Neto,Fernando Santos,Cleusa L Mattos,Sandra S Cavalcanti,Ivan L
Resultados da cardiomioplastia no tratamento da cardiomiopatia dilatada
A cardiomioplastia tem sido proposta como uma alternativa ao transplante cardíaco no tratamento das cardiomiopatias isquémicas ou dilatadas. No período de maio de 1988 a outubro de 1990, 16 pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada foram submetidos à cardiomioplastia no Instituto do Coração. Dez pacientes estavam em classe funcional III e seis em classe IV. Não houve óbitos no período de pós-operatório imediato. O tempo médio de seguimento foi de 16,9 ± 2,5 meses e a sobrevida atuarial foi 74% no 1º ano e 64,8% no 2º ano após a cardiomioplastia, sendo influenciada pela má evolução dos pacientes operados com diâmetro de ventrículo esquerdo maior do que 80 mm. Esses valores foram superiores, contudo, à sobrevida de um e dois anos de 39,5 e 29,6%, respectivamente, apresentada pelo grupo controle de 20 pacientes mantidos clinicamente (p = 0,06). Cinco dos 11 pacientes em seguimento após a cardiomioplastia, retornaram à classe funcional I e seis estão em classe II. Aos seis meses de pós-operatório, foi documentada a elevação da fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 20,1 ± 3,8 para 26 ± 7,8% pelo estudo radioisotópico (p < 0,01), sendo que esse parâmetro se alterou principalmente em pacientes com menor dilatação da câmara ventricular esquerda. A Doppler-ecocardiografia mostrou que o encurtamento segmentar do ventrículo esquerdo se elevou de 12 ± 3,1 para 17,8 ± 2,3% (p < 0,01), enquanto que o volume sistólico aumentou de 23,6 ± 5,2 para 32,3 ± 7,9 ml (p < 0,01). Elevações semelhantes do índice sistólico, associados à queda da pressão em território pulmonar, foram também observadas pelo cateterismo cardíaco. O estudo ergoespirométrico documentou o aumento do consumo máximo de oxigênio de 14,9 ± 3,9 para 18,2 ± 3,4 ml/kg/min (p < 0,05). Um ano e aos 18 meses após a operação, as alterações decorrentes da cardiomioplastia permaneceram essencialmente as mesmas. Em conclusão, a cardiomioplastia melhora a função ventricular esquerda, reverte o quadro congestivo e melhora a sobrevida de pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada. Fatores como a existência de grande cardiomegalia podem, contudo, influenciar a evolução tardia dos pacientes submetidos a este procedimento.
2022-12-06T14:00:36Z
Moreira,Luiz Felipe P Stolf,Noedir A. G Bocchi,Edimar A Seferian Jr,Pedro Pêgo-Fernandes,Paulo M Pereira-Barreto,Antônio Carlos Abensur,Henry Meneghetti,José C Jatene,Adib D
Estudo prospectivo e randomizado entre cardioplegia sangüínea com reperfusão quente (37ºC) e o pinçamento intermitente da aorta na revascularização do miocárdio
No Instituto do Coração, foi realizado um estudo prospectivo e randomizado entre a utilização de cardioplegia sangüínea com reperfusão aquecida e enriquecida com aspartate e glutamato e o pinçamento intermitente da aorta na revascularização do miocárdio. Sessenta pacientes foram operados, sendo 30 com cardioplegia (Grupo C) e 30 com pinçamento intermitente da aorta (Grupo P). Não houve diferenças quanto aos antecedentes patológicos e as condiçõs clínicas pré-operatórias. Quinze pacientes estavam em classe funcional III ou IV (Angina) no grupo C e 20 no grupo P. Seis pacientes apresentavam aneurisma do ventrículo esquerdo, três em cada grupo, e nove pacientes eram reoperações. No grupo C foi realizada uma média de 2,93 enxertos por paciente e no grupo P de 3,13. O tempo de circulação extracorpórea no grupo P foi de 85 ± 23 min e no grupo C de 100 ± 2 8 min (p < 0,05). O tempo total de pinçamento da aorta no grupo P foi e 44,3 ± 14,8 min e no grupo C de 62,8 = 24,5 min (p < 0,01). O tempo médio por anastomose no pinçamento intermitente foi de 8,6 ± 2,2 min. A avaliação hemodinâmica feita com oito horas de pós-operatório revelou um índice cardíaco de 3,21 ± 0,74 l/min.m² no grupo P e de 3,42 ± 0,91 no grupo C (NS). O índice de trabalho ventricular direito foi de 4,56 ± 2,3 g.M/m² no grupo P e de 5,41 ± 3,17 no grupo C (NS). No grupo P, o índice de trabalho ventricular esquerdo foi de 30,2 ± 10,8 g.M/m² e no grupo C, de 33,4 ± 4,11 (NS). O pico de liberação enzimática (CKMB) foi de 30,7 ± 12,8 Ul para o grupo P e de 25 ± 10 para o grupo C (NS). Houve dois (3,3%) óbitos, um no grupo com cardioplegia e outro no grupo com pinçamento intermitente da aorta. Em conclusão, não houve diferenças significativas nos dois grupos quanto a evolução hemodinâmica pós-operatória, alterações enzimáticas, morbidade e mortalidade hospitalar. Na cirurgia de revascularização do miocárdio, o pinçamento intermitente da aorta e a cardiopleia sangüínea com reperfusão aquecida e enriquecida com aspartato e glutamato foram métodos equivalentes.
2022-12-06T14:00:36Z
Gerola,Luís Roberto Oliveira,Sérgio Almeida de Dallan,Luís Alberto Moreira,Luiz Felipe P Delgado,Patrício Verginelli,Geraldo Jatene,Adib D
Assistência circulatória com bomba centrífuga no choque cardiogênico após cirurgia com extracorpórea
No período de abril a dezembro de 1990, quatro pacientes foram submetidos a utilização de bomba centrífuga, para suporte circulatório. Em todos, foi colocado previamente balão intra-aórtico e feito uso maciço de drogas vasoativas. A primeira paciente apresentava aneurisma de ventrículo esquerdo, com fração de ejeção de 16% no pré-operatório. Após correção do aneurisma, não se conseguiu retirá-la de extracorpórea pelos métodos convencionais. Optou-se, então, pelo uso de assistência ventricular esquerda, que foi mantida por 48 horas. Teve boa evolução, estando, atualmente, no 11º mês de pós-operatório em classe funcional II. O segundo caso foi de paciente submetido a revascularização do miocárdio e troca valvar mitral. No 2? dia de pós-operatório, apresentou oclusão de ponte de safena para descendente anterior, com infarto e parada cardíaca. Massageado, reaberto e recolocado em circulação extracorpórea, não saiu de "bomba". O ventrículo esquerdo apresentava infarto anterior extenso, sendo colocado em assistência ventricular esquerd como "ponte" para transplante. Após cinco dias de assistência, sem se conseguir doador, apresentou óbito por embolia pulmonar. O terceiro caso foi de paciente com má função ventricular esquerda, submetido a revascularização do miocárdio. Também não se conseguiu retirar de circulação extracorpórea. Foi colocado em assistência ventricular esquerda por 32 horas, quando se conseguiu retirar a bomba centrífuga. Esse paciente apresentou distúrbios severos de coagulação. Apesar de estável hemodinamicamente, houve piora progressiva da função pulmonar, com óbito no 4º dia de pós-operatório. O quarto caso foi de paciente submetido a correção de aneurisma de ventrículo esquerdo e revascularização do miocárdio. Não se conseguiu retirar de circulação extracorpórea, e optado por assistência ventricular esquerda com bomba centrífuga. Apresentou melhora progressiva de função ventricular, sendo possível a retirada da bomba centrífuga após 60 horas. O paciente faleceu no 35º dia de pós-operatório por complicações respiratórias. Acreditamos que a utilização com maior freqüência e mais precocemente de assistência circulatória, permitirá uma redução da mortalidade global. O uso de ecocardiograma intra-esofágico nos nossos quatro pacientes foi útil na avaliação da evolução da função ventricular, fornecendo subsídios para retirada ou não da assistência.
2022-12-06T14:00:36Z
Pêgo-Fernandes,Paulo M Moreira,Luiz Felipe P Stolf,Noedir A. G Oliveira,Sérgio Almeida de Moraes,Álvaro V Auler Júnior,José Otávio C Jatene,Adib D
Correção da geometria do ventrículo esquerdo com prótese semi-rígida de pericárdio bovino
Os aneurismas ventriculares são graves complicações dos infartos miocárdicos, levando a diminuição da função ventricular e elevação da morbi-mortalidade. A correção cirúrgica proposta por COOLEY, em 1958, mudou a evolução desta complicação. JATENE, em 1985, contribuiu mundialmente com a Reconstrução Geométrica do Ventrículo Esquerdo, mostrando resultados funcionais superiores e baixa mortalidade. Modificando a técnica de reconstrução geomética, utilizamos uma prótese semi-rígida de pericárdio bovino duplo com anel de implantação de Dacron, do qual se projeta uma aba, também de pericárdio bovino. Apresentada com diâmetros de 19 a 27 mm, conta com um aro radiopaco para identificação radiológica. Abrindo-se o aneurisma, a área de transição entre o tecido contrátil e a zona fibrótica é delimitada. São passados pontos separados em U invertido de poliéster 2-0 com almofadas de Teflon em toda a circunferência de transição. Com medidor próprio, avalia-se o colo original a partir do qual o aneurisma se dilatou, estabelecendo-se o diâmetro adequado da prótese. Então os pontos são passados no anel de Dacron, reduzindo o colo do aneurisma ao diâmetro do anel, dando ao ventrículo a sua forma original, sem perda de tecido nobre. A sutura contínua da aba de pericárdio bovino, que se projeta do anel, com o tecido fibroso restante complementa a hemostasia. De 16 pacientes submetidos a técnica, 11 foram estudados através da "Definição das 100 Cordas de Encurtamento". A média da fração de ejeção (Dodge/Kennedy n = 0,55 a 0,81) pré-operatória foi de 0,37 e de 0,53 no pós-operatório, aumentando em 43% a função ventricular, com boa evolução clínica pós-operatória.
2022-12-06T14:00:36Z
Braile,Domingo M Mustafá,Ricardo M Santos,José Luiz Verde dos Ardito,Roberto V Zaiantchick,Marcos Coelho,Wilson Miguel C Garzon,Sérgio Aloísio C
Tratamento cirúrgico dos aneurismas de ventrículo esquerdo com reconstrução geométrica: aspectos cirúrgicos e resultados imediatos
Os resultados imediatos de 79 pacientes operados num período de sete anos para tratamento cirúrgico de aneurisma de ventrículo esquerdo com a técnica de reconstrução geométrica circular são analisados. A indicação cirúrgica mais freqüente foi a insuficiência cardíaca congestiva (78,4%), isolada (25,3%) ou associada à insuficiência coronária (53,1%). Sessenta (76%) pacientes estavam em classe funcional III e 10 (12,6%) em classe funcional IV. Cinqüenta e oito (73,4%) pacientes foram submetidos à revascularização do miocárdio concomitantemente. A mortalidade hospitalar foi de 5,1% e teve incidência maior nos pacientes com idade acima de 60 (12%) anos, em classe funcional IV (20%), com má função ventricular (FE < 0,30 - 20% e PDfVE > 25 - 14%) e lesões coronárias triarteriais (10%). Estes fatores também estiveram associados a complicações cardíacas com baixo débito e uso de BIA. Outros fatores de risco citados na literatura são discutidos. Os resultados imediatos desse estudo e os resultados imediatos e tardios de outros em que a técnica usada foi semelhante são melhores que os obtidos com outros tipos de correção e sugerem ser este o procedimento de escolha para o tratamento dessa afecção.
2022-12-06T14:00:36Z
Santos,Gilmar Geraldo dos Haddad,Victor L. S Avelar Jr,Silas F Groppo,Antônio Amauri Beyruti,Ricardo Simões,Rosa Maria Stolf,Noedir A. G
A utilização da artéria torácica interna aumenta a mortalidade hospitalar do paciente coronariano idoso revascularizado?
No InCor, foi elaborado um protocolo para avaliar se o emprego da artéria torácica interna alterava a mortalidade hospitalar nos pacientes coronarianos idosos (idade > 70 anos), submetidos a revascularizaçáo isolada, eletiva do miocárdio. No protocolo foram incluídos parâmetros clínicos, hemodinâmicos, radiológicos, operatórios e de pós-operatório. Foram analisados 100 pacientes consecutivos, com observações completas, em estudo prospectivo. A análise estatística foi realizada pelo teste de X² de Pearson. Concluímos que houve diferença estatística entre os grupos comparados e que a mortalidade hospitalar foi maior no grupo de pacientes nos quais se utilizou o enxerto de veia safena autógena. Atribuiu-se ao cirurgião, como triador, a obtenção de tais resultados, utilizando a artéria torácica interna naqueles pacientes em melhor estado geral.
2022-12-06T14:00:36Z
Iglézias,José Carlos R Dallan,Luís Alberto Lourenço Filho,Domingos D Fabri,Hélio Antônio Ramires,Antônio F Luz,Protásio Lemos da Oliveira,Sérgio Almeida de Pileggi,Fúlvio Jatene,Adib D
Tratamento cirúrgico da compressão do esôfago por anomalia do arco aórtico: relato de caso
Paciente adulta, portadora de anomalia vascular congênita do arco aórtico com formação de anel envolvendo traqueia e esôfago, com compressão deste e conseqüente disfagia progressiva. A abordagem cirúrgica foi realizada por toracotomia lateral direita, com ressecção do divertrículo de Kommerell, secção do ligamento arterioso e ligadura simples da artéria subclávia, com regressão total dos sintomas. Não foi observada síndrome de roubo da subclávia ou isquemia do membro superior esquerdo. Os autores discutem o tipo de abordagem e cirurgia para tratamento desta rara anomalia.
2022-12-06T14:00:36Z
Richter,Ivo Magalhães,Hélio Pereira Cortez,Luiz Miguel Gonçalves,Douglas Gonçalves,Marli