Repositório RCAAP
Tratamento cirúrgico do abscesso de anel valvar associado a endocardite bacteriana: resultados imediatos e tardios
No período de outubro de 1978 a dezembro de 1994, ocorreram 619 episódios de endocardite bacteriana em pacientes tratados no Instituto do Coração - HC-FMUSP. Destes, foram operados 208 pacientes e 65 apresentavam abscesso de anel. Quarenta e oito (73,8%) eram do sexo masculino e 17 (26,2%) do feminino. A idade variou de 6 a 61 anos (média de 38,3+/-11,9). Quarenta e seis (70,8%) eram portadores de próteses (36 aórticas e 10 mitráis), 6 (9,2%) apresentavam valvopatia prévia, 1 (1,5%) apresentava cardiopatia congênita e 12 (18,5%) não apresentavam cardiopatia. Os germes predominantes foram: Streptococcus viridans em 17 (26,2%) pacientes, Enterococcus sp em 6 (7,7%) e Staphylococcus aureus em 9 (13,8%). Nove pacientes apresentavam intervalo PR no eletrocardiograma maior que 0,20 mseg no pré-operatório. A indicação da operação foi devida a infecção em prótese em 46 (70,8%) casos, insuficiência cardíaca em 9 (13,8%), falha no tratamento clínico em 5 (7,7%), embolia em 2 (3,1 %), infecção porfungos em 1 (1,5%) e outras em 2 (3,1%). A mortalidade operatória foi de 17 (26,2%) pacientes. Ocorreram 9 (13,8%) óbitos tardios sendo que 5 pacientes faleceram devido a nova endocardite bacteriana. Trinta e sete (86%) pacientes encontram-se em CFI (NYHA), 4 em CF II e 2 CF III no pós-operatório tardio (tempo médio de evolução de 5,3 anos). Os dados apresentados confirmam que a endocardite bacteriana associada a abscesso de anel é doença de alto risco, tem indicação cirúrgica precisa e a evolução tardia demonstra que a maior complicação é a reinfecção.
2022-12-06T14:00:36Z
Pomerantzeff,Pablo M. A Brandão,Carlos M. A Mansur,Alfredo José Dias,Ricardo Ribeiro Grinberg,Max Stolf,Noedir A. G Verginelli,Geraldo Jatene,Adib D
Resultado clínico tardio da anuloplastia mitral sem suporte em crianças e adolescentes
O resultado clínico pós-operatório (p.o.) tardio da reconstrução da valva mitral sem suporte em crianças e adolescentes é analisado através da observação de uma série de 70 pacientes operados. Objetivou-se acompanhar a evolução clínica tardia após o tratamento de insuficiência mitral pelas técnicas reparadoras nos pacientes em fase de crescimento, avaliar a eficácia, a durabilidade e a reprodutibilidade do procedimento, bem como morbidade e mortalidade nas fases hospitalar e tardia. Consideraram-se, ainda, os resultados em relação à etiologia da doença e as causas de falha do método. De 1977 a 1995, foram operados 70 pacientes, sendo 36 casos do sexo feminino e 34 do masculino. A média de idade foi de 12,4 ± 4,8 anos (6m a 18a). Houve predomínio da etiologia reumática (71,4%) sobre a congênita (18,6%), a degeneração mixomatosa (8,6%) e a infecciosa (1,4%). A classe funcional pré-operatória era 11 em 32 (45,7%) casos, 111 em 18 (25,7%) casos e IV em 20 (28,6%) casos. A técnica cirúrgica utilizada foi a anuloplastia simples tipo Wooler isolada em 58 (82,9%) casos e associada a encurtamento de cordoalha em 12(17,1%). Em 21 (30%) pacientes foram realizados procedimentos associados. O período de acompanhamento foi de 7 m a 17 anos, no p.o. A mortalidade hospitalar foi 4,3%. Regurgitação mitral foi descrita no intra-operatório em 21,4%. Sopro sistólico de regurgitação mitral residual foi notado em 35 (49,9%) pacientes, a maioria sem repercussão hemodinâmica. A classe funcional pós-operatória foi I em 73,9%, II em 21,7% e III em 4,4%. As curvas de análise atuarial mostraram aos 5 e 10 anos, respectivamente, probabilidade de sobrevida global de 89% e 79% e estimativa de permanecer livre de eventos cirúrgicos no período de 87% e 61 % no grupo total, 88% e 56% no grupo de etiologia reumática e 91 % no grupo de etiologia congênita para 5 e 10 anos. A insuficiência mitral pode ser tratada efetivamente por anuloplastia sem suporte anular profético, com resultados tardios comparáveis àqueles obtidos por técnicas mais complexas. Isto tem importância no tratamento de crianças e adultos jovens, especialmente no sexo feminino, quando se deseja evitar o implante de próteses mecânicas.
2022-12-06T14:00:36Z
Bordignon,Solange Kalil,Renato A. Karan Sant'Anna,João Ricardo M Prates,Paulo Roberto Pereira,Edemar Manuel Nesralla,Ivo A
Estudo comparativo in vitro entre biopróteses de pericárdio bovino e porcinas
A maioria dos implantes valvulares cardíacos realizados no Brasil é representada pelas válvulas de pericárdio bovino, seguidas por próteses porcinas. Na avaliação de válvulas biológicas, deve-se considerar: desempenho hidrodinámico, resistência à fadiga e processo de calcificação. No presente estudo, foi avaliado o desempenho hidrodinámico de biopróteses de pericárdio bovino (Biopro-PB-Braile Biomédica) comparativamente às válvulas porcinas (Biopro-PP-Braile Biomédica) através do gradiente médio transvalvular. Os testes hidrodinámicos foram realizados em próteses de diâmetros variando de 19 a 35 mm, submetidas ao Sistema Duplicador de Pulsos Shelhigh (Shelhigh Inc.). O volume de ejeção foi mantido constante em 90 ml, com freqüência de pulso de 60, 70,80, 90 e 100 ciclos por minuto, possibilitando fluxos entre 5 e 9 litros por minuto, equivalentes a fluxos contínuos aproximados de 8 a 18 litros por minuto. Houve tendência à diminuição dos gradientes pressóricos à medida em que aumenta o diâmetro externo das próteses. O gradiente pressórico médio encontrado em próteses de pericárdio bovino foi significativamente menor que o de próteses porcinas (p<0,01), para todos os diâmetros estudados. Em vista da grande variabilidade dos protocolos de testes encontrados na literatura, reforça-se a necessidade de testes padronizados para avaliação hidrodinâmica de próteses valvulares, visando comparação adequada entre os diferentes modelos existentes.
2022-12-06T14:00:36Z
Braile,Domingo M Godoy,Moacir Fernandes de Souza,Dorotéia R. S Oliveira,Ana Paula M. L Leal,João Carlos Araujo,Renato B Goissis,Gilberto
Preditores independentes de resultados intra-hospitalares pós-implante de stent coronariano
OBJETIVO: Identificar preditores clínicos e angiográficos independentes, determinantes de resultados imediatos pós-implante de stent coronário. MÉTODOS: Novecentos e quarenta e seis pacientes com idade média de 61,04 ± 10,98 anos (31 a 91 anos), foram submetidos a implante de stents, sendo 580 do sexo masculino (61,3%). Sucesso do procedimento foi definido quando pelo menos um vaso era dilatado com sucesso, com estenose residual < 20%. Sucesso clínico ocorreu quando se obteve êxito no procedimento na ausência de complicações maiores (IAM, necessidade de RM ou óbito) na fase intra-hospitalar. Características clínicas e angiográficas foram analisadas. Todas as variáveis relacionadas aos resultados imediatos pela análise univariada foram incluídas no modelo de regressão logística. RESULTADOS: Sucesso do procedimento foi obtido em 98,9%, sucesso clínico em 95,7%, insucesso não-complicado em 0,1% e complicações maiores em 4,2%. A análise multivariada evidenciou que lesão restenótica, calcificação e contorno irregular se relacionaram com sucesso do procedimento; diabetes mellitus, choque cardiogênico, síndromes coronárias agudas, idade, disfunção ventricular esquerda, calcificação e oclusão total foram preditores de sucesso clínico. Diabetes mellitus, choque cardiogênico, síndromes coronárias agudas, idade, doença multiarterial, disfunção ventricular esquerda, calcificação, lesões longas e oclusão total foram preditores de complicações maiores; enquanto que choque cardiogênico, síndromes coronárias agudas, idade, hipertensão arterial sistêmica e disfunção ventricular esquerda foram preditores de mortalidade intra-hospitalar. CONCLUSÃO: Nossos resultados sugerem que os resultados imediatos pós-implante de stents foram significativamente relacionados com choque cardiogênico, disfunção ventricular esquerda, idade, calcificação e oclusão total.
2022-12-06T14:00:36Z
Neri-Souza,Antônio José Aguiar,Bruno Machado Coelho,André Borges Nascimento,Anderson Jorge Lima Oliveira Júnior,Waldemar Souza Godinho,Antonio Gilson Lapa Ramos,Nilson Borges Rabelo Júnior,Álvaro
Influências temporais nas características e fatores de risco de pacientes submetidos a revascularização miocárdica
OBJETIVO: Comparar perfil clínico e cirúrgico entre dois grupos de pacientes submetidos a Cirurgia de Revascularização Miocárdica (CRM) no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, com intervalo de 10 anos; observar sua influência na mortalidade hospitalar e verificar previsibilidade deste resultado mediante escore de risco. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo, envolvendo 307 pacientes submetidos a CRM isolada em período semestral de 1991/92 (grupo INICIAL, n=153) ou 2001/02 (grupo ATUAL, n=154). Foram analisados características demográficas, doenças cardíacas, co-morbidades e eventos operatórios, visando à comparação entre grupos e definição do escore de risco de morte hospitalar (conforme Cleveland Clinic). RESULTADOS: O grupo ATUAL tinha idade mais avançada, condição cardíaca mais grave (classe funcional, prevalência de insuficiência cardíaca e número de vasos com lesão severa) e maior prevalência de co-morbidades. Os pacientes iniciais mostraram maior prevalência na indicação cirúrgica de urgência. Não ocorreu diferença no escore médio de risco calculado para ambos os grupos (2,8 + 3,1 no INICIAL e 2,2 + 2,5 no ATUAL) ou na mortalidade hospitalar (respectivamente 3,3% e 1,9%), valores comparáveis com os comunicados pela Cleveland Clinic (para escore de risco 3, mortalidade prevista de 2,0 %, com limite de confiança 95% de 0-4,3% e mortalidade real em estudo de confirmação de 3,4%). CONCLUSÃO: Pacientes atualmente submetidos a CRM são mais idosos e em pior condição clínica (cardíaca e sistêmica) que os operados há 10 anos, mas a pontuação no escore de risco e a mortalidade hospitalar foram discretamente aumentadas no grupo inicial. Para isto, pode ter contribuído maior prevalência de cirurgias de urgência. Um escore de risco pode ser utilizado para identificar pacientes que requerem maiores cuidados e predizer o resultado cirúrgico.
2022-12-06T14:00:36Z
Feier,Flávia H. Sant'Anna,Roberto T. Garcia,Eduardo Bacco,Felipe de Pereira,Edemar Santos,Marisa Costa,Altamiro Reis da Nesralla,Ivo A. Sant'Anna,João Ricardo M.
Ativação plaquetária em formas clínicas distintas da doença arterial coronariana (papel da P-selectina e de outros marcadores nas anginas estável e instável)
OBJETIVO: Os marcadores da ativação plaquetária em geral se apresentam elevados na doença arterial coronariana. Desse modo, procuramos identificar a presença e as potenciais associações de diferentes marcadores da ativação plaquetária. MÉTODOS: Estudamos pacientes com angina instável (n=28), pacientes com angina estável (n=36) e pacientes sem doença arterial coronariana (n=30); sexo e idade foram estratificados. Os níveis sangüíneos da molécula de adesão P-selectina, do thromboxane B2 e de serotonina foram medidos por imunoensaios enzimáticos. RESULTADOS: Quando comparamos os grupos, os resultados foram: a P-selectina, o thromboxane B2 e os níveis do serotonina apresentaram-se significativamente mais elevados nos pacientes com angina instável do que nos pacientes com angina estável. CONCLUSÃO: Estes marcadores da ativação plaquetária podem, portanto, identificar formas instáveis de doença arterial coronariana.
2022-12-06T14:00:36Z
Venturinelli,Margareth L. Hovnan,André Soeiro,Alexandre de Matos Nicolau,José Carlos Ramires,José A. F. D'Amico,Élbio A. Serrano Júnior,Carlos Vicente
Avaliação funcional dos enxertos coronarianos através do ecocardiograma sob estresse farmacológico com dobutamina
OBJETIVO: Verificar a sensibilidade, a especificidade e a acúracia diagnósticas do ecocardiograma de estresse com dobutamina (EED) ao avaliar o estado funcional dos enxertos coronarianos: suficientes (SUF) ou insuficientes (INS). MÉTODOS: Estudo observacional, prospectivo, que incluiu 25 pacientes submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica (CRVM). Foram realizados o EED e a coronariografia, antes e três meses após a CRVM. O ventrículo esquerdo foi dividido em três territórios por paciente, de acordo com as três principais artérias do coração: descendente anterior (DA), circunflexa (CX) e coronária direita (CD). Dos 75 territórios possíveis, 54 foram revascularizados: 25 específicos da artéria DA e 29 das artérias CX/CD. INS significa oclusão ou obstrução luminal maior ou igual a 50%. RESULTADOS: Dos 54 territórios revascularizados, em quatorze (26%) os enxertos estavam INS. O EED detectou isquemia em dezesseis (28%) territórios; em dez desses os enxertos estavam INS.O EED detectou isquemia em seis (15%) dos quarenta territórios cujos enxertos estavam SUF. Portanto, o EED teve sensibilidade de 71,4%, especificidade de 85%, e acurácia diagnóstica de 81,4%. CONCLUSÃO: O EED é um método diagnóstico com alta especificidade e acurácia diagnóstica e boa sensibilidade, na avaliação funcional dos enxertos coronarianos.
2022-12-06T14:00:36Z
Pittella,Felipe José Monassa Cunha,Ademir Batista da Romeu Filho,Luiz José Martins Labrunie,Marta Moraes Weitzel,Luis Henrique Melhado,Júlio César Rocha,Antônio Sergio Cordeiro da
Valor prognóstico do índice de performance miocárdica no pós-operatório de cirurgia de revascularização miocárdica
OBJETIVO: Avaliar o valor preditivo do índice de performance miocárdica (IPM) para complicações cardiovasculares em pacientes de baixo risco no pós-operatório (PO) de cirurgia de revascularização miocárdica (CRM) no período de internação hospitalar. MÉTODOS: Foram estudados 80 pacientes submetidos a CRM com função ventricular esquerda adequada no pré-operatório, nos quais o IPM foi medido nas primeiras horas de pós-operatório. Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar. A análise estatística incluiu teste qui-quadrado de Pearson, teste t de Student e teste de Mann-Whitney, além do cálculo do risco relativo, com intervalos de confiança de 95%, e das propriedades de sensibilidade e especificidade do índice, com elaboração de curva ROC. RESULTADOS: Os dados foram avaliados por dois observadores independentes, cegos aos dados clínicos, com variabilidade intra e interobservador não significativa. Encontrou-se IPM=0,43 como ponto de corte, considerando-se acima de 0,43 os pacientes com maior probabilidade de eventos no pós-operatório. Os eventos relevantes para análise foram IAM (RR 0,87; IC 0,21 - 3,65); fibrilação atrial (RR 0,65; IC 0,24 - 1,76); outras arritmias (RR 1,51; IC 0,36 - 6,33) e disfunção VE (RR 1,74; IC 0,31 - 9,88), não havendo associação entre pacientes com IPM>0,43 e a ocorrência destes eventos. O tempo de internação hospitalar foi similar, entre os grupos (p=0,999). CONCLUSÃO: Não houve associação do IPM com complicações cardiovasculares e maior tempo de internação neste grupo de pacientes, podendo-se considerar esse índice inadequado como método preditivo isolado.
2022-12-06T14:00:36Z
Azzolin,Karina Oliveira Castro,Iran Feier,Flávia Pandolfo,Fernanda Oderich,Carolina
Circunferência da cintura e índice de massa corporal como preditores da hipertensão arterial
OBJETIVO: Avaliar a associação entre índices antropométricos, índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura (CC) e hipertensão arterial (HA) e avaliar a capacidade desses índices na predição da HA. MÉTODOS: Estudo transversal populacional realizado em Goiânia (GO), em 2001, com amostra de 1.238 adultos, de vinte a 64 anos. Foi definida como obesidade total (IMC > 30 kg/m²), como obesidade abdominal (CC no nível 2 - CC > 88 cm para mulheres e > 102 cm para homens) e como HA (pressão sistólica > 140 mmHg ou pressão diastólica > 90 mmHg, ou uso de hipotensores). Foi realizada análise de regressão logística múltipla para avaliar as associações entre os índices antropométricos e a HA. Análise de curva ROC para avaliar a sensibilidade e especificidade do IMC (> 30) e nível 2 da CC na predição da HA e para determinar os pontos de corte com melhor predição da HA. RESULTADOS: A CC apresentou associação com a HA em ambos os sexos. O nível 2 da CC e o IMC >30 kg/m² apresentaram baixa sensibilidade em identificar a HA. Os pontos de corte com melhor capacidade preditiva de HA coincidiram com o nível 1 da CC (> 80 cm) e com o IMC >25 kg/m² (sobrepeso), para as mulheres, e foram inferiores aos valores do nível 1 da CC e de sobrepeso, para os homens. CONCLUSÃO: O nível 2 da CC e o IMC > 30 kg/m² não são adequados para identificar os grupos de maior risco de HA, já que esse risco se eleva com pequenos aumentos na adiposidade.
2022-12-06T14:00:36Z
Peixoto,Maria do Rosário Gondim Benício,Maria Helena D'Aquino Latorre,Maria do Rosário Dias de Oliveira Jardim,Paulo César Brandão Veiga
Fatores de risco para hipertensão arterial e diabete melito em trabalhadores de empresa metalúrgica e siderúrgica
OBJETIVO: Estudar os fatores associados à hipertensão arterial (HA) e ao diabete melito (DM) em trabalhadores de empresa metalúrgica e siderúrgica com unidades em São Paulo e Rio de Janeiro, mediante um modelo hierárquico de risco. MÉTODOS: Este é um estudo transversal. Foram obtidas informações sobre variáveis demográficas, ocupacionais, do estilo de vida, perfil lipídico, glicemia de jejum e pressão arterial de 3.777 empregados, e realizadas análise estatística descritiva e análise de regressão logística múltipla hierarquizada. RESULTADOS: A prevalência de HA foi de 24,7%, e a análise de regressão hierarquizada indicou que sexo masculino e idade acima de quarenta anos apresentaram risco estatisticamente significativo. Independentemente das características demográficas, trabalhar em metalurgia, estresse intenso no trabalho, sedentarismo, consumo de álcool, índice de massa corporal superior a 25, colesterol alterado e triglicérides alterados estiveram associados com a HA. A prevalência de DM foi de 11,5%, e a análise de regressão hierarquizada indicou que sexo masculino e idade acima de quarenta anos apresentaram risco estatisticamente significativo. Independentemente das características demográficas, as mesmas condições estiveram associadas com a DM. CONCLUSÃO: Os dados evidenciaram que o trabalhador acima de quarenta anos é uma prioridade para ações de intervenção que possam favorecer a prevenção dos dois agravos. Nessas ações, deve-se dar atenção especial à alimentação e à prática de exercícios físicos, que favoreceriam o controle da obesidade e da alteração do perfil lipídico.
2022-12-06T14:00:36Z
Martinez,Maria Carmen Latorre,Maria do Rosário Dias de Oliveira
Uma avaliação do rastreômetro, um novo equipamento para triagem populacional da pressão arterial elevada, em países em desenvolvimento
OBJETIVO: Testar um novo dispositivo simplificado de medição chamado rastreômetro, que poderia ser usado pelos Agentes de Saúde. MÉTODOS: O rastreômetro foi desenvolvido a partir de um esfigmomanômetro aneróide convencional, no qual se cobriu o visor do aneróide com um adesivo, cujo desenho tem uma faixa vermelha, indicativa de pressões > 140 mmHg e uma faixa amarela, indicativa de pressões < 140 mmHg. O início das oscilações da agulha do esfigmomanômetro é considerado indicativo da pressão arterial sistólica. As medições pelo rastreômetro foram comparadas com aquelas realizadas pelo método auscultatório em 268 pacientes, por dois operadores. A influência, sobre os resultados, de variáveis que podem causar confusão, como idade, sexo, IMC, comprimento do braço, circunferência do braço, cor da pele e presença de tratamento anti-hipertensivo, foram levadas em consideração, assim como a variação intra e interobservador. RESULTADOS: No grupo como um todo, a sensibilidade foi de 95,1%, a especificidade foi de 63,1%, o valor preditivo positivo foi de 62,4% e o valor preditivo negativo foi de 95,3%. O tratamento anti-hipertensivo afetou significativamente a especificidade, de 32,7%, em comparação com 77,8%, no grupo não medicado. Os dois operadores melhoraram seus resultados ao longo do tempo. CONCLUSÃO: Este estudo sugere que a técnica do rastreômetro, como método de triagem para hipertensão, tem boa sensibilidade. Quanto à especificidade, ela é aceitável se os pacientes não estiverem sob tratamento anti-hipertensivo regular. Nesse último caso, pode ser melhorada pela padronização adequada da leitura da pressão sistólica pelas oscilações da agulha. Além disto, o uso dessa técnica requer operadores bem treinados.
2022-12-06T14:00:36Z
Forsvall,Andreas Oscarsson,Martin Magalhães,Lucelia Batista N. Cunha Palmeira,Catia Guimarães,Armênio Costa Gomes,Marco Antonio Mota Thelle,Dag
Fatores preditivos de hipertensão gestacional em adolescentes primíparas: análise do pré-natal, da MAPA e da microalbuminúria
OBJETIVO: Quantificar a prevalência de HG em adolescentes primíparas; definir fatores de preditividade para a ocorrência de HG e sua repercussão nos recém-nascidos. MÉTODOS: Foram acompanhadas 29 adolescentes primíparas durante o pré-natal até a 12ª semana de puerpério, com idade média de dezesseis anos, do ambulatório do Serviço de Adolescentes da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC) da Universidade Federal do Ceará (Fortaleza). As gestantes foram dividas em dois grupos; ou seja, nas que permaneceram normotensas (Grupo I) e naquelas que desenvolveram hipertensão gestacional -HG - (Grupo II). As variáveis investigadas na avaliação de valor de preditividade no desenvolvimento de HG foram valores antropométricos, aspectos socioeconômicos, o hábito de fumar, a hereditariedade para HAS (pai/mãe), os exames do pré-natal solicitados na primeira consulta do pré-natal e a microalbuminúria e a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) na 28ª semana de gestação. As gestantes foram acompanhadas no parto e no puerpério tardio (12ª semana de puerpério). Os recém-nascidos das mães do nosso estudo foram avaliados ao nascer pelos índices de APGAR e de Capurro, peso, estatura e pela presença de hipóxia perinatal. RESULTADOS: A prevalência de HG foi de 51,7% . A hereditariedade para HAS apresentou-se com o maior valor de preditividade para HG com odds ratio de 10,99. A pressão arterial diastólica maior ou igual a 70 mmHg, na idade média gestacional de 35 semanas, apresentou significância estatística como valor de preditividade para HG. Na MAPA encontramos valor de preditividade para HG: carga pressórica diastólica em vigília, carga pressórica sistólica e diastólica no sono noturno, variabilidade pressórica e pressão máxima diastólica no sono. Especificamente a pressão arterial diastólica (PAD) máxima na MAPA no período do sono noturno ³64 mmHg apresentou odds ratio de 6 para HG com sensibilidade de 80% e especificidade de 60% para o desenvolvimento de HG. CONCLUSÃO: A pesquisa de fatores de preditividade de HG em adolescentes primíparas se demonstrou de fácil aplicabilidade e útil para estratificar gestantes de alto risco no desenvolvimento de HG.
2022-12-06T14:00:36Z
Carvalho,Regina Coeli Marques de Campos,Henry de Holanda Bruno,Zenilda Vieira Mota,Rosa Maria Salani
Hipertensão arterial e saúde da família: atenção aos portadores em município de pequeno porte na região Sul do Brasil
OBJETIVO: A partir da análise de indicadores, que expressem aproximação à lógica das ações programáticas, foi desenvolvido um estudo transversal com o objetivo de avaliar o desempenho de uma Equipe de Saúde da Família na atenção às pessoas portadoras de hipertensão arterial em município de pequeno porte. MÉTODOS: A pesquisa foi realizada a partir da análise das fichas de cadastro, Ficha A do Sistema de Informação de Atenção Básica, de 418 pessoas portadoras de hipertensão arterial, do registro de informações em 351 prontuários, localizados na unidade básica de saúde, em 376 entrevistas realizadas com os residentes na área de atuação da equipe, no ano de 2003. Foram estudadas as seguintes variáveis: sexo, idade, renda familiar, condições de moradia, serviço de saúde utilizado, presença de diabete melito, cobertura e concentração de atendimento. RESULTADOS: Mulheres com idade acima de sessenta anos predominaram: (65,7% dos casos). A taxa de prevalência de hipertensão arterial referida foi de 18%, sendo distinta entre os sexos: nas mulheres foi de 22,3%, a cobertura foi de 64,1% para consultas médicas, 32,4% para consultas de enfermagem e 36,4% para atendimentos médicos domiciliares. Os registros em prontuário revelaram que 25,8% dos portadores não foram atendidos em 2003 e 52,7% não receberem atendimento no último semestre. A concentração de atendimentos foi abaixo da preconizada. CONCLUSÃO: As informações revelaram distanciamento da organização da atenção na lógica da vigilância à saúde, prevalecendo o atendimento à demanda espontânea, expressando despreparo na utilização dos sistemas de informação para o planejamento e avaliação das ações.
2022-12-06T14:00:36Z
Sousa,Luciano Burigo de Souza,Regina Kazue Tanno de Scochi,Maria José
Registro de 24 horas da pressão arterial em tabagistas e não-tabagistas
OBJETIVO: Avaliar o efeito do tabagismo sobre o comportamento da pressão arterial durante 24 horas, mediante análise dos parâmetros da monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA). MÉTODOS: Foram estudados 289 exames de MAPA de pacientes classificados como fumantes ou não-fumantes. Os parâmetros analisados foram: médias pressóricas sistólica e diastólica durante 24 horas, na vigília e no sono, descenso noturno sistólico e diastólico e cargas pressóricas. De acordo com o uso ou não de medicação anti-hipertensiva, foram subdivididos em quatro grupos: 1A - com medicação, não-tabagistas; 1B - com medicação, tabagistas; 2A - sem medicação, não-tabagistas; e 2B - sem medicação, tabagistas. Foram descritas as variáveis por valores mínimo, máximo, mediana, média e desvio-padrão e foi feita a análise univariada, com comparação dos grupos de fumantes e não-fumantes. A análise multivariada selecionou as variáveis significativamente diferentes entre os grupos e o nível de significância adotado foi de 5%. RESULTADOS: As médias pressóricas sistólica e diastólica na vigília foram significativamente mais elevadas nos tabagistas, que usavam ou não medicação anti-hipertensiva. As médias pressóricas noturnas foram semelhantes entre tabagistas e não-tabagistas. As médias pressóricas sistólicas nas 24 horas foram significativamente mais elevadas nos tabagistas em uso ou não de medicação. O descenso noturno não diferiu entre os grupos. As cargas pressóricas foram significativamente mais elevadas nos tabagistas em todos os períodos, independentemente do uso de medicação. CONCLUSÃO: Tabagistas apresentam, durante a vigília, médias pressóricas, sistólicas e diastólicas maiores que os não-tabagistas, independentemente do uso de medicação anti-hipertensiva. Não há diferença no descenso noturno entre tabagistas e não-tabagistas.
2022-12-06T14:00:36Z
Morillo,Marcos Galan Amato,Marisa Campos Moraes Cendon Filha,Sonia Perez
Radiolesão vascular como efeito deletério da braquiterapia intra-arterial com dose elevada de Samário-153 em coelhos hipercolesterolêmicos
OBJETIVO: Este estudo tem por objetivo avaliar as alterações vasculares morfológicas e morfométricas induzidas pela braquiterapia com Samário-153 (153 Sm) em coelhos hipercolesterolêmicos, com doses elevadas. MÉTODOS: Foram analisados 43 coelhos hipercolesterolêmicos, brancos, da raça New Zealand, e o total de 86 artérias ilíacas submetidas a lesão por balão de angioplastia. Divididos em três grupos: dois (GI) irradiados com as doses de 15Gy (n=14) e 60Gy (n=36) e um grupo controle (n=36). Foram realizadas avaliação histológica morfométrica e análise histológica qualitativa para análise tecidual. RESULTADOS: Foram observadas uma redução significativa da neoproliferação intimal (NPI) no GI 15 Gy (p<0,0001), uma redução da área de camada média (ACM) (p<0,0001) e % estenose (p<0,0001) comparada com os demais grupos. O GI 60 Gy teve o maior índice de PNI, aumento da ACM, AV e porcentagem de estenose. No GI 60 Gy, observou-se maior número de células xantomatosas (GI 60Gy:86,11% e GI 15Gy:14,29%, p<0,0001), tecido amorfo hialino (GI 60Gy:58,33% e GI 15 Gy:0%, p=0,0001) e proliferação vascular (GI60 Gy:30,56% e GI15 Gy:0%, p=0,0221). Outras análises teciduais não apresentaram diferença estatística entre os grupos. CONCLUSÃO: A dose elevada de 60Gy ocasionou intensa proliferação celular considerada radiolesão vascular, ao contrário da dose de 15Gy que apresentou excelente inibição da neo-proliferação intimal.
2022-12-06T14:00:36Z
Précoma,Dalton Bertolim Noronha,Lúcia Moura,Álvaro Vieira Yamada,Airton Seiji Knopfholz,José Dusilek,César Lopes Perussolo,Rita Brofman,Paulo Roberto Slud Olandoski,Márcia Meneghetti,José Cláudio
Efeito da L-arginina na neoproliferação intimal e no remodelamento arterial após lesão por balão, em ilíacas de coelhos hipercolesterolêmicos
OBJETIVO: A neoproliferação intimal e o remodelamento têm sido implicados como os maiores fatores causadores de reestenose. O objetivo deste trabalho é estudar a ação da L-arginina por via oral, nesses dois fatores, após lesão por balão, em artérias ilíacas de coelhos hipercolesterolêmicos. MÉTODOS: Foram utilizados dezenove coelhos, que foram divididos em dois grupos: controle (GC) e arginina (GA), respectivamente com dezenove e dezessete artérias estudadas. Os animais foram submetidos a lesão por balão de angioplastia, em suas artérias ilíacas, quinze dias após início de dieta hipercolesterolêmica a 2%. A seguir, os animais do GA passaram a receber uma solução de L-arginina, por via oral, na dose de 1 g/kg/dia. Após o sacrifício, no 15º dia após a lesão por balão, procedeu-se a cortes histológicos das artérias, as quais foram coradas e fixadas. Utilizou-se como representativa do desenvolvimento da lesão a razão da área da neoíntima (em mm²) pela camada média (em mm²). Por sua vez, a razão da área total do vaso em sua porção medial (de maior contato com o balão) pela área total do vaso no segmento referencial (de menor contato com o balão) foi a definidora do remodelamento. RESULTADOS: A média do espessamento neointimal (NI/M) foi de 0,8151±0,2201 no GC e de 0,3296±0,1133 no GA. Não houve diferença entre os tipos de remodelamento entre os dois grupos estudados. CONCLUSÃO: No modelo experimental utilizado, a L-arginina foi capaz de reduzir o espessamento intimal em coelhos hipercolesterolêmicos e não teve ação sobre o remodelamento arterial.
2022-12-06T14:00:36Z
Knopfholz,José Précoma,Dalton B. Brofman,Paulo Roberto S. Bier,Gabriela Elisete Silva,Ruy Fernando Kuenzer C. da Silva,Anna Paula Kuchnir Lemos,Ana Carolina Silva,Priscila de Oliveira Moraes,Jacqueline Dompsin de
Estudos hemodinâmicos e da função endotelial em porcas saudáveis após injeção em bolus endovenoso de azul de metileno
OBJETIVO: Benefícios clínicos obtidos pelo azul de metileno (AM) no tratamento da vasoplegia induzida pela ação do óxido nítrico (NO) têm sido relatados na sepse, na síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) em cirurgia cardíaca e no choque anafilático, mas a sua segurança é muitas vezes questionada, principalmente relacionada aos seus efeitos hemodinâmicos e à possibilidade de causar disfunção endotelial. O objetivo deste estudo foi examinar os efeitos hemodinâmicos e a função endotelial da infusão endovenosa in vivo do AM em porcos. MÉTODOS: O protocolo de estudo incluiu dois grupos experimentais de porcas fêmeas: Grupo I (Controle) - os animais (n = 6) não receberam AM; Grupo II (AM) - os animais receberam 3 mg/kg de AM em forma de bolus endovenoso. Após quinze minutos de registro dos parâmetros hemodinâmicos os animais foram sacrificados por exsangüinação, e os estudos in vitro foram conduzidos usando segmentos de artérias coronária, hepática, mesentérica superior, renal, para determinar o efeito do AM na função endotelial relacionada com a liberação de NO. Mediu-se também o NO plasmático nos dois grupos experimentais. RESULTADOS: Os resultados obtidos no presente estudo foram: 1) a infusão endovenosa de AM (3,0 mg/kg) não causou nenhuma alteração hemodinâmica significativa; 2) os valores absolutos e porcentuais e nitrito/nitrato plasmático (NOx) não apresentaram diferenças nos dois grupos experimentais; 3) o estudo in vitro dos segmentos arteriais (coronária, hepática, renal e mesentérica superior) não apresentou disfunção endotelial nos dois grupos. Os resultados sugerem que a injeção endovenosa de AM é segura. Esse dado concorda com dados clínicos no qual o AM foi utilizado para tratar a síndrome vasoplégica após circulação extracorpórea, síndrome da resposta infamatória sistêmica (SIRS) e anafilaxia. Os resultados não foram inesperados porque os animais não apresentavam vasoplegia, não se esperando que a inibição da guanilatociclase tenha algum efeito. CONCLUSÃO: A infusão em bolus endovenoso in vivo na dose investigada (3 mg/kg) não causou alterações hemodinâmicas e comprometimento da liberação in vitro de NO.
2022-12-06T14:00:36Z
Menardi,Antonio Carlos Viaro,Fernanda Vicente,Walter Vilella de Andrade Rodrigues,Alfredo José Évora,Paulo Roberto Barbosa
Caso 3/2006: lactente de dezenove meses com atresia pulmonar e comunicação interventricular e hipofluxo pulmonar
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2022-12-06T14:00:36Z
Atik,Edmar
A ressonância magnética como método propedêutico em valvopatia
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2022-12-06T14:00:36Z
Nigri,Marcelo Rochitte,Carlos Eduardo Tarasoutchi,Flávio Grinberg,Max
Desequilíbrio autonômico e síndrome metabólica: parceiros patológicos em uma pandemia global emergente
No summary/description provided
2022-12-06T14:00:36Z
Lopes,Heno Ferreira Egan,Brent M.