Repositório RCAAP
O sistema endocanabinóide: nova perspectiva no controle de fatores de risco cardiometabólico
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2022-12-06T14:00:36Z
Francischetti,Emilio Antonio Abreu,Virginia Genelhu de
Marcapasso bi-atrial epicárdico subxifóide na obstrução da veia cava superior
Um paciente portador de marcapasso definitivo bi-atrial-ventricular por fibrilação atrial paroxística e bradicardia sinusal, em uso crônico de anticoagulante oral, apresentou sinais clínicos da síndrome da veia cava superior. A venografia por subtração digital mostrou obstrução total do tronco braquiocefálico venoso direito e grande dificuldade de fluxo sangüíneo da veia inominada para a veia cava superior. A abordagem terapêutica constou da remoção completa do sistema transvenoso seguida de reimplante do sistema bi-atrial-ventricular por técnica epimiocárdica pela via subxifóide assistida por fluoroscopia.
2022-12-06T14:00:36Z
Costa,Roberto Leão,Maria Inês de Paula Silva,Kátia Regina da Camargo,Paulo Roberto Costa,Regina Valéria
Tumor metastático espinocelular de cérvix uterino para coração: diagnóstico ante mortem
Mulher de 63 anos com história pregressa de câncer de útero e queixa de fadiga e dispnéia aos pequenos esforços. Ao exame, apresentava-se hipertensa e com estertores de bases pulmonares. O ecocardiograma transtorácico mostrou massa de pouca mobilidade em ventrículo direito. A paciente foi levada para cirurgia, ocasião em que se encontrou uma massa envolvendo a parede anterior da artéria pulmonar, valva tricúspide, átrio direito e parede posterior do ventrículo direito. A artéria pulmonar e o ventrículo direito foram reconstruídos com patch de pericárdio bovino e a valva tricúspide foi substituída por prótese biológica número 31. O exame anatomopatológico demonstrou metástase de células escamosas com áreas bem diferenciadas e infiltrativas. A paciente recebeu alta hospitalar um mês após a cirurgia. Quatro meses após, entretanto, foi readmitida em estado terminal, confirmando o prognóstico reservado da doença neste estágio.
2022-12-06T14:00:36Z
Ferraz,João Gustavo Gongora Martins,André Luiz Mylonas Souza,João Francisco de Matos,Aline Canto,Ana Paula Fraga Santini Martins,Alfredo Mylona
Desordem linfoproliferativa pós-transplante em paciente pediátrico
Terapias de imunossupressão, a que pacientes transplantados devem ser submetidos, os expõe a um alto risco de desenvolver desordens linfoproliferativas pós-transplante (PTLD). Descrevemos o caso de uma criança submetida a transplante cardíaco aos sete meses de idade e que acabou desenvolvendo PTLD, aos nove anos, diagnosticada por meio de retirada de nódulo pulmonar.
2022-12-06T14:00:36Z
Fernandes,Paulo Manuel Pêgo Azeka,Estela Odoni,Vicente Junqueira,Jader Joel Machado Bento,Gabriella Paiva Aiello,Vera Barbero-Marcial,Miguel
Dissecção aguda da aorta durante a gravidez
A dissecção aguda da aorta representa uma das situações clínicas mais dramáticas na gravidez. As dificuldades do diagnóstico e a limitação da investigação invasiva elevam a taxa de mortalidade pela doença. A escassez de experiências relatadas na literatura não permite determinar uma conduta clínica e/ou cirúrgica frente à dissecção de aorta durante a gravidez. Apresentamos um caso de dissecção aguda da aorta em paciente cursando a 33ª semana de gestação e discutimos sobre a conduta diante das peculiaridades da manifestação da doença.
2022-12-06T14:00:36Z
Avila,Walkiria Samuel Dias,Ricardo Yamada,Renato Takeshi Armelin,Adriano
Associação rara entre lúpus eritematoso sistêmico, obesidade mórbida e Síndrome de Takotsubo
Os autores descrevem um caso de paciente de 68 anos de idade, portadora de lúpus eritematoso sistêmico de longa data, bem como de obesidade mórbida com índice de massa corporal muito elevada, que veio a apresentar quadro de insuficiência coronariana aguda decorrente de síndrome de Takotsubo.
2022-12-06T14:00:36Z
Meyer Neto,João Gaspar Corrêa Benchimol,Claudio Buarque Penna,Guilherme Loures Carvalho,Luiz Antônio Ferreira Pessoa,Maria Carolina
Disfunção sinusal em paciente com isomerismo atrial esquerdo
É relatado o caso de uma criança com seis anos de idade, assintomática, portadora de isomerismo atrial esquerdo e comunicação interatrial do tipo seio venoso. Ao exame físico, apresentava vários períodos de ritmo bradicárdico. Durante monitorização eletrocardiográfica de 24 horas, apresentou importante disfunção sinusal, com pausas sinusais de até 2,4 segundos. Foi implantado marcapasso definitivo com evolução satisfatória.
2022-12-06T14:00:36Z
Hassem Sobrinho,Sírio Moscardini,Airton Camacho Croti,Ulisses Alexandre Marchi,Carlos Henrique de Godoy,Moacir Fernandes de
Tratamento cirúrgico de aneurisma de aorta ascendente: observação ecocardiográfica simultânea dos óstios coronarianos reimplantados em prótese vascular
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2022-12-06T14:00:36Z
Vieira,Marcelo Luiz Campos Benício,Anderson Mathias Jr.,Wilson Stolf,Noedir A.
Válvula cardíaca de carbono de duplo folheto Biplus: projeto e desenvolvimento
INTRODUÇÃO: Após o desenvolvimento de válvula de disco em carbono revestida com material biológico, com bons resultados após dois anos de uso clínico, os autores desenvolveram a primeira válvula brasileira de duplo folheto em carbono. A finalidade foi conseguir uma válvula com baixo nível de ruído, com revestimento de material biológico para facilitar a cicatrização no anel valvar e reduzir ao máximo a superfície sintética exposta ao sangue, para se obterem menores índices de reoperação, trombose, tromboembolismo e usar menor dose de anticoagulante a fim de evitar acidentes hemorrágicos. MATERIAL E MÉTODOS: A válvula é de duplo folheto com fechamento horizontal e articulado naface interna do corpo, fabricado com Carbolite. É feita em três modelos: toda em carbono semelhante a outras válvulas em uso; revestida com material biológico, ou com batente de elastômero de silicone com revestimento de material biológico. O batente de silicone tem aspecto denteado, para evitar dano ao material biológico e torna a válvula bastante silenciosa. Cada válvula é testada individualmente em acelerador de pulso (1.000 pulsações por minuto, durante cinco dias) Então, são feitos esterilização, revestimento com pericárdio heterólogo processado em glicerina, montagem e esterilização final em gás ETO, sendo conservada em glicerina. Existem 2 pacientes aórticos operados, com dois e três meses de evolução, em uso de anticoagulante oral, tendo sido colocadas válvulas apenas com revestimento de material biológico. RESULTADOS INICIAIS: São poucos casos com pequeno tempo de observação, destacando-se boa evolução clínica, ausência de percepção do ruído da válvula e presença do sopro sistólico suave comum em todas as próteses cardíacas aórticas. O modelo com batente de silicone acha-se em teste, não mostrando desgaste ou dano perceptível, após 30 dias de teste contínuo acelerado já equivalente a 1,4 anos de uso clínico. CONCLUSÕES: A válvula de dois folhetos Biplus apresentou-se com desenho adequado para receber o material biológico e, também, para funcionar com batente de silicone, deixando a válvula bastante silenciosa, para melhor conforto do paciente.
2022-12-06T14:00:36Z
Magalhães,Hélio Pereira de Machado,Ana Lúcia Raoul,Arthur J Soutelo Filho,Ary Fernandes Vaidergorn,Jairo Santos,José Alberto dos
Modificação técnica na cirurgia da estenose aórtica supravalvar
Com o objetivo de evitar complicações de reestenose da aorta na evolução tardia dos pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico da estenose supravalvar aórtica localizada, provocada por calcificação e enrijecimento de material protético utilizado para ampliação de um ou mais seios de Valsalva, com ou sem secção transversal da aorta, desenvolvemos, de outubro de 1991 a dezembro de 1995, uma modificação técnica, que, sem utilização de enxertos artificiais, apenas com tecido sadio da aorta ascendente, permite ampliação adequada da porção inicial da aorta. Neste período, foram operados 10 pacientes, com diagnóstico clínico e hemodinâmico de estenose supravalvar aórtica localizada. As idades variaram de 11 meses a 38 anos (m = 13,2 anos), o peso variou de 7,500 kg a 56 kg (m = 29,1 kg) e a altura variou de 72 cm a 1,68 m (m = 1,5 m). Seis pacientes eram do sexo masculino. Três eram assintomáticos, 4 tinham dispnéia, 2 cansaço aos esforços, 2 palpitações, 1 parestesia de membros inferiores e 1 cianose ao choro. Seis pacientes eram portadores de síndrome de Williams. O gradiente sistólico entre a cavidade livre do ventrículo esquerdo e aorta variou de 50 mmHg a 100 mmHg (m = 73,5). Os pacientes foram operados com auxílio de circulação extracorpórea, hipotermia moderada, cardioplegia cristalóide, nos 7 primeiros casos, e cardioplegia sangüínea nos 3 últimos. A aorta ascendente foi amplamente dissecada até os vasos da base. Após a transecção total da aorta e ressecção do tecido fibrótico estenosante, realizamos incisões longitudinais do bordo da porção proximal da aorta até o fundo dos seios de Valsalva; a seguir, foram feitas incisões longitudinais na porção distai, nas regiões correspondentes aos postes comissurais, de maneira que cada prolongamento da aorta distai ampliasse um fundo de seio de Valsalva, obtendo uma aorta inicial de aspecto anatômico e dimensões normais.Atualmente, com um período pós-operatório de 3 meses a 4 anos e 5 meses, não houve óbito; todos os pacientes estão assintomáticos, evoluindo satisfatoriamente, sem gradiente entre a cavidade livre do ventrículo esquerdo e aorta ascendente, conforme ecocardiograma, Doppler, ressonância nuclear magnética e estudo hemodinâmico. Estes resultados nos permitem concluir ser esta técnica adequada para a correção cirúrgica da estenose supravalvar aórtica localizada, por não utilizar enxertos artificiais e realizar a sutura da aorta em uma linha sinusoidal, evitando, assim, reestenose.
2022-12-06T14:00:36Z
Santos,Magaly Arrais dos Salerno,Pedro R Capellari,Márcia M Bosísio,Ieda B. Jatene Jatene,Marcelo B Jatene,Fábio B Santana,Maria Virgínia T Paulista,Paulo P Fontes,Valmir F Jatene,Adib D Souza,Luiz Carlos Bento de
Abordagem transxifóidea sem esternotomia para correção da comunicação interatrial
OBJETIVO: Avaliação de uma nova abordagem cirúrgica para fechamento da comunicação interatrial. MÉTODOS: A abordagem da comunicação interatrial através da janela xifóidea foi realizada em 6 pacientes do sexo masculino e 1 do sexo feminino e a idade variou de 6 meses a 14 anos, com média de idades de 5,1 anos. Em todos, foi utilizada acirculação extracorpórea, através de canulação da artéria femoral e átrio direito e videotoracoscopia para auxiliar a visibilização da aorta e do canal arterial, assim como das estruturas correspondentes às cavidades esquerdas. RESULTADOS: Não houve complicações intra-operatórias ou pós-operatórias e, em todos os pacientes, foi possível a extubação na sala de operações. CONCLUSÃO: A janela xifóidea, sem a abertura do esterno, permitiu a correção da comunicação interatrial com bons resultados, podendo constituir-se em uma nova abordagem, minimamente invasiva.
2022-12-06T14:00:36Z
Barbero-Marcial,Miguel Jatene,Marcelo B Tanamati,Carla Ikari,Nana Miura Atik,Edmar Ebaid,Munir Verginelli,Geraldo Jatene,Adib D
Efeitos do propofol na resposta contrátil do miocárdio à dopamina e dobutamina: estudo experimental em corações isolados de ratos
OBJETIVO: Estudo experimental das ações farmacodinâmicas do propofol e sua interação com a dopamina e dobutamina em corações isolados de ratos. MÉTODO: Foram estudadas as variações da contratilidade miocárdica (dT/dt), em 30 corações isolados de ratos. Em todos os animais, após anestesia por inalação de éter, os corações foram excisados e perfundidos em sistema de Langendorff com solução de Krebs - Hensleit enriquecida com 95% O2 e 5% CO2, (pressão de 90 cm de H2O, temperatura constante de 37,0ºC ± 0,5ºC). Foram estudados 30 animais divididos em: Grupo I (controle) - 10 corações perfundidos durante 11 minutos com solução de Krebs - Hensleit; Grupo II (dopamina-propofol-dopamina) -10 corações onde foram administrados dopamina (50 mcg/ml) e analisados os resultados nos 1º, 3º e 5º minutos e, posteriormente, propofol, (25 mcg/ml) infundindo-se 1 minuto após, dopamina (50 mcg/ml) e analisando-se os 1º, 3º e 5º minutos. Grupo III (dobutamina-propofol-dobutamina) - diferiu do Grupo II pela substituição da dopamina por dobutamina (50 mcg/ml). RESULTADOS: No Grupo I observou-se que a dT/dt variou de 39,57 ± 3,97 (g.seg-1) a 39,37 ± 3,44 (g.seg-1) (p>0,05) no período estudado. No Grupo II observou-se que, após a administração de propofol e dopamina, a dT/dt em (g.seg-1) apresentou queda de 17,61% (p<0,05) no 1º minuto; 8,37% (p<0,05) no 3º minuto e 10,84% (p<0,05) no 5º minuto, comparado à injeção isolada da dopamina. No Grupo III observou-se que, após a administração de propofol e dobutamina a dT/dt em (g.seg-1) sofreu acréscimo de 6,16% (p>0,05) no 1º minuto; 3,62% (p>0,05) no 3º minuto e 3,08% (p>0,05) no 5º minuto, comparado à injeção isolada da dobutamina. CONCLUSÃO: O propofol (25 mcg/ml) não alterou a resposta contrátil do miocárdio à dobutamina (50 mcg/ml); no entanto, inibiu a resposta esperada pela ação da dopamina (50 mcg/ml) na contratilidade miocárdica.
2022-12-06T14:00:36Z
Pontes,José Carlos Dorsa Medeiros,Carlos Geraldo Sobral Gomes,Otoni M
Comportamento da artéria caudal bovina como enxerto biológico vascular alternativo: estudo experimental em cães. (Nota prévia)
Foram interpostos 20 segmentos de artéria caudal bovina (ACB), tratados com glutaraldeído e formaldeido, nas artérias femorais de 10 cães. O período de seguimento pós-operatório variou de 180 a 297 dias. Foram avaliados: função motora, pulsos (à palpação e ao ultra-sônar), variações das pressões arteriais sistólica, diastólica e média e fluxo através do enxerto, assim como consistência dilatação e coloração quando da retirada. Não houve óbitos, alterações da marcha ou processos inflamatórios nas feridas. Houve trombose total (15%), trombose mural focal (30%), reação linfoplasmocitária focal da adventícia (100%), calcificação unicamente das miocélulas (5%), reendotelização total (60%) e parcial (30%). Por apresentar adequação com diâmetro de pequenas artérias, ter comprimento suficiente para substituir ou atingir diversos segmentos de artérias distais, apresentar rápida endotelização, bem como ausência de rejeição, é demonstrada a receptividade ao uso da ACB como enxerto vascular alternativo.
2022-12-06T14:00:36Z
Arruda Filho,Mauro Barbosa Arruda,Mauro Barbosa
Cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva com uso de enxerto composto: relato de caso
Este trabalho relata nossa experiência com a utilização de enxerto composto em cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva (CRMMI). Uma alternativa para a CRMMI é o uso de enxertos compostos, nos casos em que se pretende revascularizar vários ramos coronarianos, quando a artéria torácica interna se apresenta curta ou ramifica-se precocemente. Foi operada paciente do sexo feminino, 54 anos, portadora de lesão de 90% em artéria interventricular anterior em seu terço proximal e que foi submetida à CRMMI por minitoracotomia esquerda. A artéria torácica interna esquerda (ATIE) foi amplamente dissecada utilizando-se bisturi longo, auxílio de ótica de videotoracoscopia e clipe para ligadura dos ramos intercostais. Após a secção da ATIE houve ausência de fluxo sangüíneo e evidência de hematoma e dissecção da sua luz no terço distai. Este segmento comprometido foi desprezado e a ATIE foi prolongada por interposição de segmento de veia safena autógena, tornando possível a anastomose com o ramo interventricular anterior. A operação teve duração de 3 horas. A paciente foi extubada após 4 horas de pós-operatório e o dreno pleural esquerdo foi retirado no 3º dia; a paciente evoluiu bem, não apresentando intercorrências clínicas pós-operatórias, tendo recebido alta hospitalar 5 dias após a operação. A cineangiocoronariografia pós-operatória comprovou anastomose patente. O estudo com ecodoppler realizado no 4º mês de pós-operatbrio mostrou derivação pérvia e fluxo de alta resistência. Em conclusão, o uso de enxerto composto para CRMMI mostrou ser uma alternativa eficaz para ampliar a extensão da ATIE, possibilitando a anastomose, quando a mesma é curta ou apresenta problemas de fluxo ou, ainda, se se pretende tratar mais de uma coronária
2022-12-06T14:00:36Z
Jatene,Fábio B Pêgo-Fernandes,Paulo Arbulu,Hector van Dyck Hayata,André Luiz Shinji Kalil,Roberto Molnár,László Jatene,Adib D
Aneurisma em ponte de veia safena para artéria coronária marginal esquerda, roto para o brônquio esquerdo
Paciente com duas cirurgias prévias de revascularização do miocárdio há 20 e 10 anos, respectivamente, apresentou subitamente quadro de dispnéia, dor torácica e hemoptise. Aos exames complementares, foi observado um grande aneurisma da ponte de veia safena para artéria marginal esquerda, parcialmente roto em brônquio esquerdo. O aneurisma foi corrigido, com sucesso, mas o paciente veio a falecer no 15º pós-operatório em conseqüência de uma infecção pulmonar.
2022-12-06T14:00:36Z
Souza,Luiz César Guarita Rojas,Salomon O. Mazzieri,Ricardo Senra,Dante F. Berlinck,Marcos F. Souza,Januário Manoel de Oliveira,Sérgio Almeida de
Cirurgia de revascularização do miocárdio em pacientes com cardiomiopatia isquêmica e disfunção ventricular acentuada: resultados imediatos e de longo prazo
Objetivo: Estudar aspectos ainda não esclarecidos relacionados a parâmetros clínicos pré-operatórios de prognóstico, risco cirúrgico, benefício funcional e sobrevida a longo prazo. Métodos: Foram analisados 71 pacientes com diagnóstico de cardiomiopatia isquêmica, com fração de ejeção ventricular esquerda < 30% e perfusão miocárdica pela cintilografia TL-201 antes e após a revascularização do miocárdio no período hospitalar e após a alta, com seguimento médio de 48 meses. Resultados: A mortalidade imediata foi de 2,8% e a sobrevida tardia em seguimento de 5 anos foi de 62,8%. Analisando todos os pacientes em relação à curva de sobrevida, não se verificou correlação da presença ou ausência da onda Q no ECG, com a presença de isquemia na cintilografia Tl-201, com o grau de fração de ejeção do ventrículo esquerdo e com a intensidade de insuficiência cardíaca (ICC) ou de angina. Comparando-se os pacientes sobreviventes com os que faleceram, verificou-se diferença estatisticamente significante em relação à maior presença de ICC classe funcional IV e de bloqueio de ramo esquerdo nos pacientes que faleceram. Conclusão: As presenças de insuficiência cardíaca classe funcional IV e de bloqueio de ramo esquerdo relacionaram-se a pior prognóstico. Devido ao mecanismo de morte ser multifatorial e a miocardiopatia isquêmica apresentar padrão miocárdico e arterial heterogêneos, é difícil estabelecer índices pré-operatórios de prognóstico para a revascularização do miocárdio. Os resultados cirúrgicos obtidos a curto e longo prazos demonstram a segurança do procedimento cirúrgico e o seu benefício em aumentar a sobrevida e a qualidade de vida dos pacientes com cardiomiopatia isquêmica.
2022-12-06T14:00:36Z
OLIVEIRA,Sérgio F JATENE,Adib D SOLIMENE,Maria C OLIVEIRA,Sergio Almeida de MENEGUETTI,Cláudio JATENE,Fábio B STOLF,Noedir A. G PILEGGI,Fúlvio RAMIRES,José Antônio F
Cirurgia na endocardite infecciosa
A endocardite infecciosa continua com alta mortalidade, apesar de sofisticados meios diagnósticos e terapêuticos. Mesmo com o uso de novos antibióticos, a sua evolução continua muitas vezes desfavorável, levando o paciente ao óbito ou a lesões incapacitantes. A operação deve ser realizada precocemente para evitar a alta mortalidade com o tratamento clínico isolado. Este estudo avalia o tratamento cirúrgico de pacientes com endocardite infecciosa e complicações de alto risco. Foram realizadas 63 operações cardíacas para tratar as complicações em pacientes com endocardite infecciosa, no HSE-RJ, entre maio de 1982 a outubro de 1995. Trinta e dois (62,3%) pacientes apresentavam doença cardíaca prévia ou prótese valvar. A doença reumática foi encontrada em 24 (38,1%) pacientes. Febre, sopros e insuficiência cardíaca estavam presentes em 100% dos casos. A ecocardiografia revelou a presença de vegetações ou destruição valvar em todos os casos. A cultura das valvas e a hemocultura foram positivas em 10 (15,6%) e 29 (38,1%) casos, respectivamente. O critério para o tratamento cirúrgico foi a insuficiência cardíaca intratável em 57 (90,5%) casos, embolia sistêmica em 29 (46,0%) pacientes e infecção persistente em 24 (38,1%) casos. Foram implantadas 51 próteses mecânicas e 22 biopróteses. A valvulectomia tricúspide foi realizada em 4 pacientes. A mortalidade cirúrgica foi de 17,5% e todos os pacientes sobreviventes permaneceram em classe funcional I ou II, sem infecção.
2022-12-06T14:00:36Z
FILGUEIRAS,Carlos Luiz PASCOAL,Alan Tonassi CARVALHO,Heloisa Feijó de NUNES,Jorge de Albuquerque
Fatores preditivos de reversão a ritmo sinusal após intervenção na valva mitral em pacientes com fibrilação atrial crônica
Pacientes portadores de valvopatia mitral resultante de febre reumática podem exibir fibrilação atrial decorrente de alterações anatômicas e funcionais da musculatura atrial esquerda. Quando a terapêutica da lesão mitral requer correção cirúrgica, observa-se, em alguns pacientes com fibrilação atrial, retorno ao ritmo sinusal. O objetivo do presente estudo foi o de identificar, em pacientes com valvopatia mitral e fibrilação atrial, variáveis capazes de prever o ritmo cardíaco após operação corretiva. Realizamos, para este fim, um estudo retrospectivo das seguintes variáveis: idade, sexo, duração da fibrilação atrial no pré-operatório, diâmetro do átrio esquerdo, fração de ejeção, diagnóstico da valvopatia, tipo de operação empregada e presença de operação cardíaca prévia, a partir de: história clínica, eletrocardiograma, ecocardiograma e nota cirúrgica, presentes no prontuário de cada doente. Os resultados mostraram não haver diferença estatisticamente significativa entre o grupo com retorno ao ritmo sinusal e o grupo que permaneceu em fibrilação atrial para as seguintes variáveis: idade, sexo, duração da fibrilação atrial, diâmetro de átrio esquerdo, fração de ejeção, tipo de operação realizada e presença de operação cardíaca prévia. Os pacientes com insuficiência mitral e diâmetro de átrio esquerdo menor que 52 mm apresentaram maior chance de retorno para ritmo sunusal após operação (OR = 1,945; p = 0,02). A identificação de pacientes com elevada possibilidade de manutenção de fibrilação atrial, após a operação para correção de valvopatia mitral, torna o emprego de terapêutica cirúrgica, para a citada arritmia, procedimento a ser considerado na estratégia definida no pré-operatório. Excluindo-se aqueles com átrio esquerdo menor de 52 mm e insuficiência mitral, todos os demais casos com fibrilação atrial crônica seriam candidatos a procedimentos específicos para reversão da arritmia.
2022-12-06T14:00:36Z
MARATIA,Claudia KALIL,Renato A. K SANT'ANNA,João Ricardo M PRATES,Paulo R WENDER,Orlando C TEIXEIRA FILHO,Guaracy F ABRAHÃO,Rogério OLIVEIRA,Flávio P NESRALLA,Ivo A
Tratamento cirúrgico da insuficiência aórtica nos aneurismas e dissecções da aorta ascendente pela técnica de Tirone David
Aneurismas da aorta ascendente (AAA) e dissecções agudas da aorta (DAA) são defeitos que cursam com insuficiência valvar aórtica (IAo) na maioria dos pacientes, geralmente causada por vários mecanismos. Em 30% a 50% dos casos, os folhetos aórticos são morfologicamente normais, possibilitando a reconstrução através do reimplante da valva e das artérias coronárias em um tubo corrugado de Dacron e pericárdio bovino. Descrita por Tirone David, esta técnica evita a prótese valvular e, provavelmente, nos casos de AAA, corrige definitivamente os mecanismos envolvidos. No período de novembro de 1994 a dezembro de 1995 operamos 11 pacientes, que foram assim divididos: Grupo I: DAA, 5 pacientes, todos com o Tipo 1 de DeBakey, sendo 4 agudos e 1 crônico; Grupo II: AAA, 6 pacientes, a maioria com idade acima de 50 anos. No Grupo I empregamos hipotermia profunda, parada circulatória total e perfusão cerebral retrógrada. No Grupo II usamos hipotermia moderada a 28oC. Em ambos a proteção miocárdica foi realizada através de infusão anterógrada intermitente e isotérmica de solução cardioplégica sangüínea associada a solução salina gelada no pericárdio. Dois (18,2%) pacientes faleceram na fase hospitalar e 1 (9%) tardiamente, todos do Grupo I, e 8 vêm sendo acompanhados, com tempo máximo de 13 meses de seguimento. Todos os pacientes sobreviventes (9/11) foram submetidos a estudo ecocardiográfico antes da alta e nenhum apresentou disfunção valvar aórtica. Em dezembro de 1995, todos que sobreviviam (8/11) foram reavaliados por ecocardiografia e os resultados são mostrados neste trabalho. Concluímos que o reimplante da valva aórtica descrito por David é um método efetivo de tratamento da IAo associada aos AAA e DAA. Mesmo sendo pequeno o número de pacientes e o seguimento desta série, acreditamos que a tentativa de evitar o implante de próteses valvulares é encorajadora para ambos, cirurgião e paciente, em um seleto número de casos.
2022-12-06T14:00:36Z
PEREIRA,Wagner M FROTA FILHO,José Dario NOGUEIRA,Aldemir SANTOS,Carlos S DUNCH,Andréa VALLENAS,Mário JUNG,Luís A LUCCHESE,Fernando A
Ausência de ventriculotomia previne arritmias ventriculares pós correção da tetralogia de Fallot?
Arritmias ventriculares são eventos tardios freqüentes após correção da tetralogia de Fallot (TF). Morte súbita, possivelmente relacionada a arritmias, é responsável por mais de 40% dos óbitos tardios. Fibrose cicatricial pela ventriculotomia direita poderia ser fator predisponente a eventos arrítmicos. A abordagem atrial teria vantagens por evitar lesão das coronárias, não comprometer a dinâmica ventricular e prevenir arritmias tardias. Trabalhos prévios demostraram não haver melhor desempenho hemodinâmico no procedimento pós-operatório imediato na correção atrial. Nesta série, procuramos analisar a incidência de arritmias ventriculares tardias no Grupo de correção atrial, comparativamente à ventriculotomia direita. Entre 1988 e 1995, 238 pacientes foram submetidos a correção cirúrgica da TF, sendo 28 por via exclusiva atrial (Grupo A) e 210 por via ventricular (Grupo V). Os grupos eram semelhantes quanto a idade, sexo, peso, altura e superfície corporal. A escolha da abordagem foi aleatória. Pacientes que sofreram qualquer ventriculotomia foram incluídos no Grupo V. Avaliamos a ocorrência de BAV transitório ou definitivo no p.o. imediato e a presença de arritmias atriais e ventriculares no ECG comum obtido na última consulta ambulatorial. O tempo de acompanhamento foi 45 ± 22 m no Grupo A e 33 ± 24 m no Grupo V. Não houve BAV transitório ou definitivo no Grupo A. Ocorreram 7% BAV transitórios e 2% definitivos no Grupo V (NS). Arritmias supraventriculares foram 17,4% no Grupo A e 12,0% no Grupo V (NS). Arritmias ventriculares foram 13,0% A e 3,8% V (NS). A evolução clínica quanto ao alívio da estenose pulmonar, eventos p.o. imediatos e classe funcional foi semelhante em ambos os grupos. Resultados publicados de mapeamento eletrofisiológico de VD demonstram anormalidade da despolarização, não apenas na parede livre, mas também no septo, banda parietal e ápex, sendo as arritmias ventriculares mais freqüentes e mais graves em casos da despolarização alterada no VD. Entretanto, não se encontra correlação entre arritmias e ventriculotomia. Concluímos que a abordagem atrial não previne a ocorrência de arritmias ventriculares no p.o. tardio de TF.
2022-12-06T14:00:36Z
KALIL,Renato A. K PRATES,Paulo R SANT'ANNA,João Ricardo M PRATES,Paulo R Lunardi VEDOLIN,Leonardo TEIXEIRA FILHO,Guaracy F WENDER,Orlando C OLIVEIRA,Flávio P ABRAHÃO,Rogério NESRALLA,Ivo A