Repositório RCAAP
Hiperpotassemia na vigência de espironolactona em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada
FUNDAMENTO: A incidência de hiperpotassemia relacionada à espironolactona é baixa na insuficiência cardíaca estável, entretanto não foi estudada durante a descompensação. OBJETIVO: Avaliar a influência da espironolactona na insuficiência cardíaca descompensada sobre o potássio sérico. MÉTODOS: Em um estudo de coorte, selecionamos pacientes hospitalizados por descompensação da insuficiência cardíaca, FEVE < 0,45 e potássio sérico entre 3,5 e 5,5 mEq/l. Os pacientes foram divididos segundo o uso da espironolactona (grupo E) ou não (grupo C). O desfecho foi aumento do potássio (> 6,0 mEq/l) e uso de poliestireno de cálcio. Realizou-se a análise multivariada pela regressão logística, e p < 0,05 foi considerado significante. RESULTADOS: Foram estudados 186 pacientes (grupo E: 56; grupo C: 130), FEVE 0,25, idade 55,5 anos e 65,2% de homens. A incidência de hiperpotassemia foi de 10,7% no grupo E e de 5,4% no grupo C (p = 0,862). A análise multivariada mostrou que a uréia sérica > 60,5 mg/dl, durante a internação, apresenta risco relativo de 9,6 (IC 95% 8,03 - 11,20; p = 0,005) para a ocorrência de hiperpotassemia. CONCLUSÃO: A incidência de hiperpotassemia foi duas vezes maior com espironolactona, mas não estatisticamente significante. Elevação da uréia foi associada à hiperpotassemia. Estudos randomizados são necessários para esclarecer o assunto.
2022-12-06T14:00:48Z
Lima,Marcelo Villaça Ochiai,Marcelo Eidi Cardoso,Juliano Novaes Morgado,Paulo César Munhoz,Robinson Tadeu Barretto,Antonio Carlos Pereira
Resultado da substituição aórtica por ampliação anelar anterior e posterior é comparável a do anel normal
OBJETIVO: Comparar resultados tardios da substituição valvar no anel aórtico com ou sem ampliação. MÉTODO: Incluídos 22 pacientes aórticos com ampliação anelar anterior e posterior por anel pequeno e 23 com diâmetro anelar normal quando da substituição valvar aórtica. Para grupos, foram comparáveis características como sexo, idade, diagnóstico valvar, etiologia da doença e lesões associadas. Substituição valvar simples foi rotineira. Para ampliação anelar posterior foi feita incisão no ponto médio do seio não coronariano, estendida ao folheto mitral anterior; ampliação anterior resultou de incisão no anel aórtico anterior, estendida por 2 cm no septo interventricular, não transfixado; reconstrução aórtica foi realizada por enxertos de pericárdio bovino. Resultados considerados para toda amostra foram características operatórias, evolução clínica (seguimento de 2 a 11 anos) e gradiente na via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE) ao ecocardiograma Doppler. RESULTADOS: Ampliação aumentou diâmetro anelar aórtico de 18,3±2,2 mm para 24,8±2,0 mm (p<0,001), tornando-o comparável ao normal: 24,9±1,5 mm (NS). Foi necessário maior tempo de circulação extracorpórea para ampliação anelar (122,1±38,9 min vs 91,0±30,7 min; p<0,005) e de pinçamento aórtico (91,6±20,7 min vs 68,0±23,5 min; p<0,001). Para ampliação anelar, o gradiente sistólico máximo na VSVE reduziu de 83,6±22,3 mmHg no pré-operatório para 26,7±11,4 mmHg (p<0,01), recentemente, e na substituição valvar simples a redução foi de 68,2±28,7 mmHg para 32,8±16,2 mmHg (P<0,001); valores comparáveis para intervalos correspondentes (NS). CONCLUSÃO: Técnica de ampliação anterior e posterior do anel aórtico possibilitou aumento do diâmetro anelar e do substituto protético implantado, sendo que para até 11 anos de seguimento o resultado clínico e ecocardiográfico foi superponível ao da substituição aórtica em pacientes com anel normal.
2022-12-06T14:00:48Z
Sant'Anna,João Ricardo M. De Bacco,Felipe W. Sant'Anna,Roberto T. Kalil,Renato A.K. Prates,Paulo R. Nesralla,Ivo A.
Revascularização cirúrgica do miocárdio com enxerto composto de artérias torácica interna esquerda e radial: comparação do fluxo sangüíneo para artéria coronária esquerda com a técnica convencional
INTRODUÇÃO: Os enxertos compostos têm sido freqüentemente utilizados na cirurgia de revascularização do miocárdio (RM). Entretanto, permanece indefinido se essa técnica é capaz de oferecer o mesmo fluxo sangüíneo (Q) aos ramos da artéria coronária esquerda (CE) que a técnica convencional. O objetivo é comparar o Q total aos ramos revascularizados pelas artérias torácica interna esquerda (ATIE) e radial (AR) nas técnicas compostas e convencional. MÉTODO: Estudamos 42 pacientes distribuídos, aleatoriamente, conforme a técnica de RM utilizada. Grupo A ou ATIE e AR composta em Y(n=14). Grupo B ou ATIE e AR composta modificada [enxerto intercoronariano com AR e anastomose da ATIE sobreposta a AR ao nível da artéria interventricular anterior (DA), n=14]. Grupo C ou ATIE pediculada para DA e AR em posição aorto-coronariana (n=14). Trinta e um pacientes foram submetidos a fluxometria (Fx) com cateter-guia doppler de 12-MHz (0,014 polegada, Flowire, Jometrics Inc.), no pós-operatório imediato. A reserva de fluxo coronariano (RFC) foi calculada pela determinação da média da velocidade de pico (APV) em hiperemia após administração de adenosina. RESULTADOS: A APV em repouso no início da ATIE foi, no grupo A, 28,4±4,8 cm/s; no grupo B, 34,4±7,9 cm/s (p=0,0384 x C) e, no grupo C, 25,8± 8,6 cm/s. A RFC foi de 2,1 ± 0,4, 2 ± 0,3 e 2±0,4 nos grupos A, B e C, (p=0,7208). O Q total distribuído aos ramos da CE revascularizados foi, no grupo A, 110±30 ml/min, no grupo B, 145±59 ml/min e, no grupo C, 133±58 ml/min (p=0,3232 A, B x C). CONCLUSÕES: Não houve diferença significativa do Q total oferecido ao território da CE revascularizado pelas técnicas de EC e convencional. A RFC da ATIE nos grupos compostos foi satisfatória.
2022-12-06T14:00:48Z
Castro Neto,Josué V. Chaccur,Paulo Carvalho,Alexandre R. de Staico,Rodolfo Albertal,Mariano Farran,Jorge Moreira,Luiz Felipe P. Lisboa,Luiz Augusto Oliveira,Sérgio A. Paulista,Paulo P.
Relação anatômica entre a porção posterior do ânulo mitral e as artérias coronárias: implicações no tratamento cirúrgico
OBJETIVO: Este trabalho objetivou analisar a relação anatômica entre o ânulo da valva atrioventricular esquerda (mitral), a artéria circunflexa e a artéria posterior do ventrículo esquerdo, relacionando a distância entre as estruturas citadas ao padrão de dominância coronariano. MÉTODO: Foram estudados 85 corações humanos, previamente fixados em solução de formaldeido a 10%. Inicialmente, avaliou-se o padrão de dominância coronariana. A seguir, realizou-se atriotomia e ventriculotomia esquerdas na parede posterior do coração, a partir das veias pulmonares em direção ao ápice cardíaco, seccionando-se o ânulo mitral. Removeu-se a parede atrial ao nível do ânulo, em toda a porção da cúspide posterior. Sobre o ânulo foram demarcados cinco pontos: 1 - comissural anterior, 2 - entre o comissural anterior e o ponto médio posterior do ânulo, 3 - ponto médio posterior do ânulo, 4 - entre o ponto médio posterior do ânulo e o comissural posterior, 5 - comissural posterior. Nestes pontos foi medida a distância entre as estruturas com um paquímetro eletrônico. RESULTADOS: Padrão de dominância direita foi observado em 81,17% dos casos, circulação balanceada em 16,47% e dominância esquerda em 2,35%. Nos corações que apresentaram dominância direita observou-se que a região de maior proximidade entre o ânulo e as estruturas vasculares foi a comissural anterior, 3,996 ± 1,865mm, enquanto a região de menor proximidade foi a comissural posterior, medindo 7,78 ± 2,615mm. CONCLUSÃO: Este estudo propiciou melhor compreensão da relação anatômica entre a valva mitral e as artérias coronárias adjacentes, podendo auxiliar o cirurgião na diminuição de complicações cirúrgicas.
2022-12-06T14:00:48Z
Pessa,Clodualdo J. N. Gomes,Walter J. Catani,Roberto Prates,José Carlos Buffolo,Enio
Doença da discinesia miocárdica de estresse
OBJETIVO: Pesquisando a discinesia de contração miocárdica como outra possível causa da isquemia silenciosa de estresse, analisar a eficácia do cálcio inibidor miocítico diltiazem na normalização de testes ergométricos previamente positivos. MÉTODO: Em outubro de 2004, dez pacientes, sem sintomas de doença arterial coronária, com teste ergométrico positivo definido por infradesnível de segmento ST, sem dor precordial nem arritmia durante os exames (Seis - 60% - do sexo masculino; idades entre 42 e 71 anos, média de 58,2 anos), foram tratados com três doses diárias de 90mg de diltiazem e reestudados após período de cinco dias. Os exames foram realizados em esteira ergométrica, no protocolo de Bruce. RESULTADOS: O diltiazem impediu a depressão do segmento ST, tanto do ponto J (infradesnível médio e 2,1 ± 0,3mm, no controle, e 0,0 desnível com tratamento; p<0,001), quanto do ponto Y (infradesnível de 1,65 ± 0,7 mm, no controle, e 0,0 desnível com tratamento; p<0,001). A freqüência cardíaca não apresentou variação estatisticamente significante (média de 156,1 ±12,3 bpm, no controle, e 151,6 ± 23,4 bpm com tratamento/ p>0,05). CONCLUSÃO: A administração do cálcio inibidor miocítico, diltiazem, impediu a depressão silenciosa do segmento ST previamente induzida por teste ergométrico em pacientes sem sintomas de doença arterial coronária, confirmando o envolvimento da discinesia da contração miocárdica na gênese do fenômeno.
2022-12-06T14:00:48Z
Gomes,Otoni Moreira Gomes,Eros Silva Faraj,Marcílio
Infarto agudo do miocárdio e dissecção aguda de aorta: um importante diagnóstico diferencial
Relatamos o caso de um paciente de 54 anos, portador de hipertensão arterial sem tratamento, que apresentou quadro de emergência hipertensiva com lesão de órgão-alvo. Inicialmente, tratada como infarto agudo do miocárdio, na evolução foi diagnosticada dissecção de aorta tipo A, abordada cirurgicamente com boa evolução no pós-operatório e controle adequado da pressão arterial nas primeiras 24 horas. Reforçamos a importância do diagnóstico diferencial de dor torácica na emergência hospitalar, visando tratamento correto e controle adequado da hipertensão arterial ao longo do tempo, no sentido de evitar as complicações hipertensivas.
2022-12-06T14:00:48Z
Martin,José Fernando Vilela Andrade,Letícia Goto Loureiro,Afonso Augusto Carvalho Godoy,Moacir Fernandes de Braile,Domingo Marcolino
Eventos catastróficos associados ao tratamento da comunicação interatrial tipo ostium secundum: razões para não se subestimar este tipo de cardiopatia congênita
OBJETIVO: O presente trabalho clínico foi motivado pela frustrante experiência de quatro pacientes operados para o tratamento cirúrgico da comunicação interatrial tipo ostium secundum (CIA-II), que vieram a falecer em condições extremamente dramáticas. MÉTODO: Estudo retrospectivo embasado em dados de prontuários. As pesquisas bibliográficas incluíram: tromboembolismo paradoxal (cerebral, pulmonar ou mesentérico), malformações vasculares do sistema nervoso central e conexões anômalas das veias cavas. Estas pesquisas da literatura foram embasadas em possíveis eventos, inesperados e catastróficos, que levaram quatro pacientes ao óbito. RESULTADOS: Os quatros pacientes, todos do sexo feminino, foram submetidos a atriosseptorrafia com tempo de parada cardíaca isquêmica inferior a 20 minutos, em circulação extracorpórea. As causas de óbito foram: isquemia intestinal não-oclusiva, ruptura de aneurisma cerebral de artéria comunicante anterior, cor pulmonale com hipertensão arterial e tromboembolismo e um provável tromboembolismo cerebral em uma criança que precisou ser reoperada pela drenagem da veia cava inferior em átrio esquerdo. CONCLUSÃO: A lição final deste trabalho é: "Não subestime a comunicação interatrial em cirurgia cardíaca!".
2022-12-06T14:00:48Z
Evora,Paulo Roberto B. Ribeiro,Paulo José de Freitas Vicente,Walter V.V. Menardi,Antonio C. Rodrigues,Alfredo J. Reis,Celso L. Viaro,Fernanda
Uso do pericárdio autólogo para reforço da aortorrafia no tratamento cirúrgico da valva aórtica
O reparo da aortotomia no tratamento cirúrgico da valva aórtica pode ser realizado por meio de diferentes técnicas. Em alguns casos, porém, a aorta ascendente encontra-se aterosclerótica, fina e friável, aumentando o risco de rotura no pós-operatório imediato e formação tardia de aneurismas. Este trabalho descreve uma técnica de reforço da aortorrafia com a utilização de pericárdio autólogo e seus resultados, através da análise retrospectiva de 23 casos realizados no Instituto do Coração de São Paulo, entre 1999 e 2003.
2022-12-06T14:00:48Z
Guedes,Marco Antonio Vieira Pomerantzeff,Pablo Maria Alberto Brandão,Carlos Manuel de Almeida Oliveira,Sérgio Almeida de
Correção de ectopia cordis e onfalocele em recém-nascido: relato de caso operado com sucesso
Recém-nascido, sexo feminino, com diagnóstico de ectopia cordis e onfalocele; realizada cesariana e com 6 horas correção da parede abdominal e da ectopia cordis. Evoluiu com grave instabilidade hemodinâmica, sendo reoperada para liberação dos pontos do esterno. Apresentou melhora progressiva, extubação no 15º e alta no 40º dia. Aos oito meses foi reinternada para fechamento do esterno e reconstrução abdominal (neoonfaloplastia). Houve boa evolução, com alta no 5º dia. Com 4 anos de evolução, encontra-se assintomática, sem medicações ou restrições físicas.
2022-12-06T14:00:48Z
Jatene,Marcelo Biscegli Anbar,Ramez Oliveira,Patrícia Marques de Abellan,Deipara Monteiro
Correção da origem anômala de artéria coronária esquerda com insuficiência mitral e hemólise mecânica
Criança do sexo feminino, 2 meses de idade, apresentando quadro clínico de insuficiência cardíaca e sopro. Durante a investigação, foi realizado ecocardiograma e estudo cineangiocardiográfico que evidenciaram origem anômala da artéria coronária esquerda do tronco pulmonar e insuficiência mitral importante demonstrada ao doppler. A paciente foi submetida a tratamento cirúrgico com auxílio de circulação extracorpórea, que consistiu no reimplante da artéria coronária esquerda na aorta, associado à anuloplastia da valva mitral. No pós-operatório tardio, houve importante hemólise mecânica ocasionada pela plastia mitral. A paciente foi reoperada para remoção de retalho de pericárdio bovino. O ecocardiograma pós-operatório mostra insuficiência mitral leve e o paciente apresenta-se em classe funcional I (NYHA).
2022-12-06T14:00:48Z
Caliani,José Alberto Machado,Alessandra Amorim Marinho,José Augusto Toledo Simões,Luiz Carlos Barbosa,Odilon Nogueira
Aneurisma do arco aórtico com fístula aorto-pulmonar: tratamento cirúrgico com sucesso
Aneurisma de arco aórtico com fístula aorto-pulmonar aguda é uma afecção rara e, geralmente, diagnosticada postmortem. Poucos relatos de sucesso cirúrgico foram realizados e persiste uma alta taxa de mortalidade. Os autores relatam o caso de um paciente de 78 anos, com comunicação aguda entre aneurisma de arco aórtico e artéria pulmonar com precordialgia, instabilidade hemodinâmica e congestão pulmonar. A operação foi realizada com sucesso, sendo realizada a substituição da porção proximal da aorta descendente, do arco aórtico e da porção distal da aorta ascendente, além do fechamento da fístula.
2022-12-06T14:00:48Z
Sobral,Marcelo Luiz Peixoto Santos,Luis Alberto Saraiva Santos,Gilmar Geraldo dos Stolf,Noedir Antonio Groppo
Aneurisma toracoabdominal roto: modificação do circuito de perfusão visceral
Paciente portador de aneurisma toracoabdominal (ATA) tipo lV, roto, submetido a tratamento cirúrgico utilizando perfusão visceral assistida por bomba centrífuga e oxigenador de membrana neonatal. Este circuito permite a perfusão visceral com sangue oxigenado, durante o período de isquemia, e infusão de volume rápido via venosa após a retirada da pinça.
2022-12-06T14:00:48Z
Rocha,Eduardo Faccini Guillaumon,Ana Terezinha Antunes,Nilson Vieira,Reinaldo Wilson
Caso 7/2004
No summary/description provided
2022-12-06T14:00:48Z
Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino Hassem Sobrinho,Sírio De Marchi,Carlos Henrique
Caso 8/2004
No summary/description provided
2022-12-06T14:00:48Z
Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino Chigutti,Miriam Yukiko Souza,Antônio Soares de
Operação de Glenn bidirecional no tratamento estagiado da síndrome de hipoplasia do coração esquerdo: resultados imediatos e tardios
OBJETIVO: Relatar os resultados imediatos e tardios da operação de Glenn bidirecional como segundo estágio do tratamento da Síndrome de Hipoplasia do Coração Esquerdo (SHCE) e descrever a técnica de miniesternotomia utilizada. MÉTODO: Entre março de 1998 e fevereiro de 2004, 15 pacientes com operação de Norwood prévia foram submetidos eletivamente à derivação cavopulmonar. As idades variaram de 2 a 6 meses (média 3,46 ± 0,83 meses), sendo seis pacientes do sexo masculino. Foram realizadas miniesternotomias em 11 (73,3%) casos. Para adequada oxigenação sangüínea inicial foi associado enxerto sistêmico-pulmonar de 3 mm em nove casos e manutenção do enxerto VD-TP em um caso. Acompanhamento clínico e ecocardiográfico foi realizado em todos os pacientes. RESULTADOS: A sobrevida hospitalar foi de 86,6%, ocorrendo um óbito por sangramento e outro por hipóxia. O ecocardiograma imediato mostrava fluxo pelo enxerto de PTFE nos dez pacientes em que foi utilizado, ocorrendo seu fechamento no controle tardio. Ocorreram dois (13,3%) óbitos tardios, um por complicação de traqueostomia e outro por meningite bacteriana. Sete pacientes aguardam o terceiro estágio, estando assintomáticos. Quatro foram submetidos ao terceiro estágio com sucesso. O ecocardiograma dos 11 pacientes sobreviventes tardios mostra boa função do ventrículo direito, sem insuficiência tricúspide e bom fluxo pela anastomose cavo-pulmonar, num seguimento médio de 2 anos e 5 meses. CONCLUSÕES: A operação de Glenn na SHCE apresenta baixa mortalidade hospitalar, com resultados satisfatórios em longo prazo, podendo ser realizada através de miniesternotomia A associação de fluxo sistêmico-pulmonar acessório em crianças de baixa idade parece melhorar a saturação de oxigênio.
2022-12-06T14:00:48Z
Fonseca,Luciana da Silva,José Pedro da Franchi,Sônia Meiken Castro,Rodrigo Moreira Comparato,Daniel Orselli Baumgratz,José Francisco
Revascularização miocárdica em pacientes octogenários: estudo retrospectivo e comparativo entre pacientes operados com e sem circulação extracorpórea
OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho é comparar e analisar os benefícios da cirurgia com e sem CEC, em pacientes octogenários. MÉTODO: Foram analisados dados retrospectivos dos pacientes com 80 anos de idade ou mais, no período de dezembro 1995 a dezembro de 2003. Neste período, 73 pacientes foram submetidos à revascularização do miocárdio (RM), sendo 26 (35,6%) com CEC e 47 (64,4%), sem CEC. Os dados demográficos, fatores de risco pré-operatório, comorbidades, classe da angina (CCVS), complicações pós-operatórias e resultados cirúrgicos foram comparados entre os dois grupos (com CEC e sem CEC). Utilizou-se o teste de "t de Student" na comparação entre os grupos e foi considerado um nível de significância de p < 0,05. RESULTADOS: Ambos os grupos apresentaram maior risco pré-operatório, embora o grupo sem CEC tenha exibido menor mortalidade cirúrgica (11,5% x 2,1%, p<0,05). Não foi observado acidente vascular cerebral (AVC) nos pacientes operados sem CEC (11,5% x 0,0% p<0,005). Foi menor a presença de nova fibrilação atrial (FA), no pós-operatório imediato, no grupo operado sem CEC (30,8% x 12,8% p<0,005). O tempo de ventilação mecânica, no pós-operatório, e a presença de insuficiência respiratória foram menores no grupo sem CEC (p<0,001). Presença de insuficiência renal aguda (IRA) foi de 19,2% nos pacientes operados com CEC e nula nos operados sem CEC (p<0,05). Necessidade de transfusão de sangue ou hemoderivados foi menor no grupo sem CEC (69,2% x 31,9%, p<0,005). O tempo médio de permanência na UTI e hospitalar foi menor no grupo sem CEC (p<0,05). Nos pacientes livres de complicações no pós-operatório, o grupo sem CEC foi maior 89,4% x 61,5% nos pacientes operados com CEC (p<0,001). CONCLUSÕES: O presente estudo sugere que pacientes com 80 anos ou mais de idade se beneficiam quando submetidos à cirurgia de RM sem CEC, e este procedimento está associado a baixas taxas de complicações pós-operatórias: AVC, FA, IRA e insuficiência respiratória, bem como menor tempo de UTI e de permanência hospitalar, menor uso de hemoderivados e menor mortalidade. Em pacientes octogenários, a cirurgia de RM sem CEC é uma técnica segura e eficaz, podendo ser a operação de escolha, quando aplicada com a devida indicação.
2022-12-06T14:00:48Z
Lima,Ricardo Diniz,Roberto Césio,Antonio Vasconcelos,Frederico Gesteira,Mário Menezes,Alexandre Baltar,Alexandre Sampaio,Hermano Aquino,André Escobar,Mozart
Comparação entre o pericárdio bovino decelularizado e o pericárdio bovino convencional utilizado na confecção de biopróteses valvares cardíacas
OBJETIVO: Neste estudo, tivemos como objetivo comparar a resistência mecânica do pericárdio decelularizado com o pericárdio convencional, assim como avaliar sua capacidade de induzir resposta inflamatória em modelo experimental com ratos. MÉTODO: Dividimos os pericárdios em: Grupo I - pericárdio submetido a tratamento convencional com glutaraldeído e Grupo II - pericárdio submetido a tratamento de decelularização, previamente ao tratamento convencional. Após o processamento químico, as amostras do Grupo II foram histologicamente avaliadas para confirmar a eficácia da decelularização. A seguir, apenas para análise da resistência mecânica por testes de tração e de desnaturação térmica, os pericárdios foram divididos em: grupo 1 (pericárdio convencional com critérios de aprovação), grupo 2 (pericárdio convencional com critérios de reprovação) e grupo 3 (pericárdio decelularizado). A capacidade de induzir resposta inflamatória foi avaliada em estudo experimental em 50 ratos Wistar, os quais foram submetidos a implante subcutâneo de fragmentos dos pericárdios. Nossa terceira etapa de avaliação consistiu em confeccionar três biopróteses com o pericárdio decelularizado e que foram submetidas à avaliação hidrodinâmica, juntamente com uma bioprótese convencional de teste. RESULTADOS: A análise histológica inicial demonstrou decelularização completa. A resistência mecânica mostrou diferença significativa com relação às variáveis "tensão de ruptura" e "índice de tenacidade". Não encontramos diferença quanto à atividade inflamatória em modelo experimental com ratos. O desempenho hidrodinâmico foi semelhante e todas biopróteses atingiram a marca de 150 milhões de ciclos. A avaliação histológica ao fim da ciclagem mostrou padrão microscópico habitual, não havendo ruptura ou fragmentação anormal induzida por estresse mecânico. CONCLUSÃO: A decelularização mantém a resistência física do pericárdio, além de não induzir resposta inflamatória diferente daquela habitualmente encontrada no pericárdio convencional.
2022-12-06T14:00:48Z
Costa,Jean Newton Lima Pomerantzeff,Pablo Maria Alberto Braile,Domingo Marcolino Ramirez,Vladimir Aparecido Goissis,Gilberto Stolf,Noedir Antônio Groppo
Efeitos da mudança de modo de estimulação ventricular para atrioventricular sobre a qualidade de vida em pacientes com cardiopatia chagásica e bloqueio atrioventricular na troca eletiva do gerador de pulsos
OBJETIVO: Avaliar os efeitos da mudança de modo de estimulação ventricular para atrioventricular sobre a qualidade de vida em pacientes com cardiopatia chagásica e bloqueio atrioventricular, na troca eletiva do gerador de pulsos. MÉTODO: No período de 8 de setembro de 2001 a 18 de março de 2004, no Instituto do Coração da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e no Hospital de Beneficência Portuguesa de Ribeirão Preto, foram estudados comparativamente sob estimulação ventricular e atrioventricular 27 pacientes com cardiopatia chagásica e bloqueio atrioventricular, com indicação de troca eletiva do gerador de pulsos. Os pacientes foram analisados na inclusão do estudo e alternadamente no modo ventricular e atrioventricular em duas fases com duração de 90 dias, considerando-se o comportamento clínico, avaliado pela qualidade de vida. A análise estatística foi realizada na condição basal, modo VVI e modo DDD, utilizando-se o teste de variância para medidas repetidas, considerando-se nível de significância de 0,05. RESULTADOS: Não foram detectadas diferenças de comportamento na qualidade de vida, avaliada pela capacidade funcional pelo estado geral e pela vitalidade, entre os dois modos de estimulação cardíaca estudados. Ocorreram três casos de complicações relacionadas à mudança de modo de estimulação: dois casos de taquiarritmias atriais conduzidas pelo marcapasso e um caso de deslocamento de eletrodo atrial. CONCLUSÕES: A análise comparativa da estimulação ventricular com a atrioventricular, na troca eletiva do gerador, demonstrou que não houve diferença de comportamento clínico sobre a qualidade de vida.
2022-12-06T14:00:48Z
Teno,Luiz Antonio Castilho Costa,Roberto Martinelli Filho,Martino Castilho,Fabian Cechi Teno Ruiz,Ivan Stella,Ulisses Bruno Oliveira,Sérgio Almeida de
Revascularização da artéria marginal com uso da artéria torácica interna direita pediculada retroaórtica sem circulação extracorpórea
OBJETIVO: A revascularização miocárdica (RM) sem circulação extracorpórea (CEC) tem demonstrado proporcionar redução da mortalidade e da morbidade. Também o uso bilateral das artérias torácicas internas (ATIs) pode oferecer benefício adicional, conferindo maior sobrevida. Apresentamos técnica de revascularização miocárdica utilizando ambas ATIs pediculadas, com a ATI direita (ATID), passada retroaórtica, para revascularizar os ramos da artéria circunflexa (ACx), sem CEC. MÉTODO: Foram estudados 26 pacientes submetidos à RM sem CEC, com enxertos bilaterais de ATIs, sendo a ATI esquerda (ATIE) dirigida para a artéria descendente anterior (ADA) e a ATID, pediculada através do seio transverso, anastomosada aos ramos da ACx. Foram analisados 21 pacientes do sexo masculino e cinco do feminino, a idade variou entre 42 e 74 anos. As co-morbidades associadas foram infarto do miocárdio prévio em 18 (69%) pacientes, diabetes mellitus em 10 (38%), insuficiência renal em quatro (7,7%) e AIDS em um (3,8%) doente. RESULTADOS: Nenhum paciente apresentou alteração de ECG ou elevação enzimática no pós-operatório. As pontes por paciente variaram de 2 a 4 (média de 3,0 pontes/paciente). Não houve infecção ou deiscência esternal. Um paciente apresentou AVC no 4º PO e faleceu. A permanência hospitalar pós-operatória variou entre 3 e 12 dias (média 5,8±2,0 dias). A duração do seguimento tardio foi de 2 a 38 meses. Não houve eventos cardiovasculares ou óbitos tardios. CONCLUSÕES: Esta técnica, possibilitando a revascularização dos ramos da artéria circunflexa com enxerto de ATI direita pediculada, sem uso de CEC, potencialmente amplia os benefícios da cirurgia de revascularização miocárdica.
2022-12-06T14:00:48Z
Gomes,Walter J. Tavares,George B. Jaramillo,Jaime I. Alves,Francisco A. Torrijos,José Miguel G. Catani,Roberto Buffolo,Enio
Cirurgia coronária com condutos arteriais múltiplos sem circulação extracorpórea
OBJETIVO: Analisar os resultados, em 30 dias, em pacientes submetidos de forma eletiva à revascularização arterial total do miocárdio sem circulação extracorpórea (CEC), e identificar preditores de morbimortalidade com esta estratégia cirúrgica. MÉTODO: Entre maio de 1999 e fevereiro de 2004, efetuaram-se 203 cirurgias de revascularização miocárdica (CRM) com revascularização arterial total sem CEC, em pacientes com doença de múltiplos vasos (três vasos 81,7%, doença de um vaso excluída). Reportaram-se variáveis pré-operatórias e comorbidade: média de idade 63,9 ± 9,13 anos, homens 182 (89,5%), hipertensão 132 (65%), tabagismo 125 (61%), hipercolesterolemia 152 (74,8%), infarto agudo do miocárdio prévio (mais de 30 dias) 73 (35%), disfunção ventricular moderada a grave 31 (15%), reoperação cinco (2,5%). A revascularização arterial total incluiu anastomoses em T e seqüenciais com artéria torácica interna esquerda (100%), torácica interna direita (56,6%) e artéria radial (63%). O número total de anastomoses foi 576 (média de três pontes/paciente), todas efetuadas com estabilizadores mecânicos externos. Não form realizadas anastomoses proximais na aorta. Cirurgia com CEC foi realizada em três (1,5%) pacientes. Noventa por cento dos pacientes foram extubados na sala de operações. Para a análise estatística, utilizou-se teste de regressão logística múltipla. RESULTADOS: A incidência de fibrilação atrial pós-operatória foi de 12,8% (26), insuficiência renal oligoanúrica 3% (seis), diálise 0,49% (um), infarto de miocárdio pós-operatório 1,47% (três), baixo débito cardíaco 4% (oito), reoperação por sangramento 1,47% (três), mediastinite 1,47% (três), acidente vascular cerebral 1,47% (três). A mortalidade intra-hospitalar foi de 2,45% (cinco). O único preditor independente de morbidade em 30 dias foi a idade (p=0,033; OR 1,04; IC 95%: 1-1,08). CONCLUSÃO: A cirurgia de revascularização miocárdica sem circulação extracorpórea utilizando condutos arteriais para a doença de múltiplos vasos é factível com baixa morbimortalidade em 30 dias.
2022-12-06T14:00:48Z
Navia,Daniel Vrancic,Mariano Vaccarino,Guillermo Piccinini,Fernando Iparraguirre,Eduardo Casas,Marcelo Thierer,Jorge