Repositório RCAAP

Adição de Bloqueador do receptor de angiotensina II na insuficiência cardíaca descompensada

FUNDAMENTO: Durante a descompensação da insuficiência cardíaca, ocorre uma intensa ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, entretanto, o uso de inibidor da enzima de conversão de angiotensina (IECA) não pode bloqueá-lo completamente. De outro modo, a adição de bloqueador do receptor de angiotensina II (BRA) pode ser útil quando ocorre a dependência de inotrópico. Avaliamos a eficiência da associação BRA-IECA para retirada da dobutamina na insuficiência cardíaca avançada e descompensada. OBJETIVO: Avaliar a eficácia da associação de bloqueador do receptor AT1 de angiotensina II ao inibidor de enzima de conversão, para a retirada da dobutamina em pacientes com dependência de suporte inotrópico decorrente da descompensação aguda da insuficiência cardíaca crônica. MÉTODOS: Em um estudo caso-controle (N = 24), selecionamos pacientes internados por descompensação da insuficiência cardíaca e com uso por mais de 15 dias de dobutamina, ou uma ou mais tentativas sem sucesso de retirada; dose otimizada de IECA; e FEVE < 0,45. Os pacientes então receberam adicionalmente BRA (n = 12) ou não (controle, n = 12). O desfecho foi o sucesso na retirada da dobutamina, avaliado pela regressão logística, com p < 0,05. RESULTADOS: A fração de ejeção foi de 0,25, e a idade de 53 anos, com dose de dobutamina de 10,7 μg/kg.min. O sucesso na retirada de dobutamina ocorreu em oito pacientes do grupo BRA (67,7%), e em dois no grupo controle (16,7%). A "odds ratio" foi de 10,0 (intervalo de confiança de 95%:1,4 a 69,3; p = 0,02). A piora da função renal foi semelhante (grupo BRA: 42% vs. grupo controle: 67%, p = 0,129). CONCLUSÃO: Neste estudo piloto, a associação BRA-IECA foi relacionada ao sucesso na retirada da dobutamina, na insuficiência cardíaca avançada descompesada. A piora da função renal foi semelhante em ambos os grupos. Estudos adicionais são necessários para esclarecer o assunto.

Ano

2010

Creators

Ochiai,Marcelo E. Barretto,Antonio C. P. Cardoso,Juliano N. Munhoz,Robinson T. Morgado,Paulo C. Ramires,José A. F.

Redução da prevalência de apneia central em pacientes com insuficiência cardíaca sob uso de betabloqueador

FUNDAMENTO: As apneias do sono são doenças frequentes em portadores de insuficiência cardíaca (IC). Estimativas da era pré-betabloqueador (BB) apontam para uma prevalência de 45% de apneias centrais nestes pacientes. OBJETIVO: Avaliar a influência dos BB na prevalência das apneias centrais e sua interferência na qualidade do sono e de vida de portadores de IC. MÉTODOS: 65 pacientes portadores de IC foram submetidos a polissonografia diagnóstica.Os resultados da polissonografia foram avaliados de acordo com o uso ou não de BB. No dia do exame os pacientes responderam ao questionário de Minessota para qualidade de vida com IC. Após 6 e 12 meses da data da polissonografia, houve contato telefônico com todos os pacientes, para a repetição do questionário de Minessota. RESULTADOS: A prevalência de apneia do sono (IAH > 15/h) foi de 46,1% na população total, porém a apneia central foi identificada em apenas 18,4% dos pacientes. O uso de BB, em análise multivariada, foi o único preditor de ocorrência de menor índice de apneia e hipopneia (IAH) central (p=0,002), maior saturação (p=0,02) e menor dessaturação média de oxigênio (p=0,03). Além disso, o uso de BB foi preditor de melhor qualidade de vida após 6 e 12 meses (p=0,002 e 0,001 respectivamente) e de menor número de hospitalizações nestes períodos (p=0,001 e p=0,05 respectivamente). CONCLUSÃO: O uso de BB reduziu a incidência de apneia central na população total, se compararmos com os dados da literatura. Além disto, os BB melhoraram parâmetros da qualidade do sono e de vida de portadores de IC.

Ano

2010

Creators

Silva,Christiano Pereira Lorenzi-Filho,Geraldo Marcondes,Bianca Osmundo Junior,Gilmar Mangini,Sandrigo Freitas Junior,Aguinaldo Figueiredo Pires,Phillipe Vieira Bocchi,Edimar Alcides Bacal,Fernando

Espirometria de incentivo com pressão positiva expiratória é benéfica após revascularização miocardio

FUNDAMENTO: Pacientes que são submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) apresentam risco maior para desenvolver complicações pulmonares, como atelectasias, pneumonia e derrame pleural. Estas complicações podem aumentar o tempo de internação hospitalar, a necessidade de recursos financeiros e também se associam com a redução da qualidade de vida e da capacidade funcional a longo prazo. OBJETIVO: Testar se o uso de espirometria de incentivo (EI) associada com pressão positiva expiratória na via aérea (EPAP), após CRM melhora a dispneia, a sensação de esforço percebido e a qualidade de vida 18 meses após a CRM. MÉTODOS: Dezesseis pacientes submetidos a CRM foram randomizados para o grupo controle (n=8) ou para o grupo EI+EPAP (n=8). O protocolo de EI+EPAP foi realizado no período pós-operatório imediato e durante mais 4 semanas no domicílio. Dezoito meses após a CRM foram avaliadas a força da musculatura respiratória, a capacidade funcional, a função pulmonar, a qualidade de vida e o nível de atividade física. RESULTADOS: Após o teste de caminhada de seis minutos (TC6), o escore para dispneia (1,6±0,6 vs 0,6±0,3, P<0,05) e a sensação de esforço (13,4±1,2 vs 9,1±0,7, P<0,05) foram maiores no grupo controle comparado com o grupo EI+EPAP. Na avaliação da qualidade de vida, o domínio relacionado às limitações nos aspectos físicos foi melhor no grupo EI+EPAP (93,7±4,1 vs 50±17, P<0,02). CONCLUSÃO: Pacientes que realizam EI+EPAP apresentam menos dispneia e menor sensação de esforço após o TC6 e também melhor qualidade de vida 18 meses após a CRM.

Ano

2010

Creators

Ferreira,Glória Menz Haeffner,Mauren Porto Barreto,Sérgio Saldanha Menna Dall'Ago,Pedro

Escore de cálcio coronariano prediz estenose e eventos na insuficiência renal crônica pré-transplante

FUNDAMENTO: A doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa de óbito em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC). Os exames não invasivos tradicionais para detecção de DAC e predição de eventos têm apresentado resultados insuficientes nesse grupo. A avaliação do escore de cálcio coronariano (ECC) por tomografia computadorizada tem comprovado valor prognóstico na população sem doença renal. OBJETIVO: Avaliar a acurácia do ECC para detectar DAC obstrutiva e prever eventos cardiovasculares em candidatos a transplante renal comparada à angiografia coronariana invasiva (ACI) quantitativa. MÉTODOS: Foram avaliados 97 pacientes com IRC e idade > 35anos. Foi considerada DAC obstrutiva a presença de estenose >50% ou >70% pela ACI. Dados descritivos, concordância, testes diagnósticos, Kaplan-Meier e análise multivariada foram utilizados. RESULTADOS: O escore de Agatston médio foi de 580,6 ± 1.102,2; os valores mínimos e máximos foram 0 e 7.994, e mediana de 176. Apenas 14 pacientes tinham escore de cálcio de zero. Não houve diferenças entre as etnias e a maior presença de cálcio regional associou-se a maior probabilidade de estenose coronária no mesmo segmento. O escore de cálcio de Agatston apresentou boa acurácia para o diagnóstico de estenose, >50% e >70% com área sob a curva ROC de 0,75 e 0,70, respectivamente. No limiar de 400, o escore de cálcio identificou o subgrupo com maior taxa de eventos cardiovasculares em tempo médio de seguimento de 29,1±11,0 meses. CONCLUSÃO: O ECC na avaliação de DAC apresentou boa performance diagnóstica e prognóstica para eventos cardiovasculares em pacientes com insuficiência renal crônica (IRC).

Ano

2010

Creators

Rosário,Miguel Abraão Lima,José Jayme de Parga,José R. Ávila,Luiz F. Gowdak,Luis H. Lemos,Pedro A. Rochitte,Carlos E.

Experiência com transplante cardíaco heterotópico em pacientes com resistência pulmonar elevada: seguimento tardio

FUNDAMENTO: Nos últimos anos o numero de artigos sobre transplante cardíaco heterotópico tem sido escasso na literatura, inclusive internacional, e em particular do seguimento de longo prazo destes pacientes, o que levou ao presente relato. OBJETIVO: Relatar a experiência clínica inicial e evolução tardia de quatro pacientes submetidos a transplante cardíaco heterotópico, sua indicação e principais complicações. MÉTODOS: As cirurgias ocorreram entre 1992 e 2001, sendo que a indicação de transplante heterotópico, em todas, foi pela RVP, variável de 4,8UW a 6.5UW, com gradiente transpulmonar acima de 15mmHg. No 3º paciente, foi realizada uma anastomose direta entre as artérias pulmonares sem emprego de tubo protético e, no coração nativo, foi realizada uma valvoplastia mitral e aneurismectomia de ventrículo esquerdo (VE). O esquema imunossupressor imediato foi duplo com ciclosporina e azatioprina nos três primeiros pacientes e ciclosporina e micofenolato mofetil no 4º paciente. RESULTADOS: Um óbito imediato por falência do enxerto, um óbito após dois anos e meio por endocardite em trombo intraventricular no coração nativo, e um terceiro óbito seis anos após o transplante, por complicações pós-operatórias de cirurgia na valva aórtica do coração nativo. O remanescente, 15 anos após o transplante, encontra-se bem, em classe funcional II (NYHA), seis anos após a oclusão cirúrgica da valva aórtica do coração nativo. CONCLUSÃO: O transplante cardíaco heterotópico é um procedimento com resultado inferior ao transplante cardíaco ortotópico, por apresentarem maior RVP. Os trombos intraventriculares no coração nativo, que exigem anticoagulação prolongada, bem como as complicações de válvula aórtica, também no coração nativo, podem exigir tratamento cirúrgico. Entretanto, em um paciente, a sobrevida de 15 anos mostrou a eficácia de longo prazo desse tipo de alternativa, para pacientes selecionados.

Ano

2010

Creators

Vila,Jose Henrique Andrade Silva,José Pedro da Fonseca,Luciana da Baumgratz,José Francisco Tangari Jr,Américo Leite,Weverton Ferreira Guilhen,Claudia Jesus Armelin,Egas

Uso da tomografia de coerência ótica intracoronariana para caracterização precisa da aterosclerose

A Tomografia de Coerência Ótica (TCO) é uma nova tecnologia de imagem baseada em interferometria de baixa coerência que utiliza a dispersão de luz quase-infravermelha como uma fonte de sinal para fornecer imagens transversais vasculares com definição muito superior à de qualquer outra modalidade disponível. Com uma resolução espacial de até 10μm, a TCO fornece uma resolução 20 vezes maior do que o ultrassom intravascular (USIV), a modalidade atualmente mais utilizada para obter imagens intra-coronárias. A TCO tem uma capacidade de fornecer um entendimento das várias fases da doença aterosclerótica e a resposta vascular ao tratamento. Estudos tem mostrado a capacidade da TCO em detectar estruturas arteriais e ajudar na determinação de diferentes constituintes histológicos. Sua capacidade de distinguir diferentes graus de alterações ateroscleróticas e os vários tipos de placas, quando comparada à histologia, tem sido recentemente demonstrada com correlações inter e intra-observador aceitáveis para esses achados. A TCO fornece uma resolução endovascular excepcional em tempo real in vivo, que tem sido explorada para avaliar as estruturas vasculares e a resposta ao uso do equipamento. Embora a profundidade permaneça uma limitação para a caracterização de placa além de 2 mm através da TCO, uma resolução próxima à histológica pode ser obtida dentro do primeiro milímetro da parede do vaso, permitindo uma avaliação extraordinária das características e espessura da capa fibrosa. Além disso, a avaliação da cobertura de neoíntima, padrões de tecido para-haste e aposição de stent podem agora ser escrutinizados para hastes individuais na escala de mícrons, a assim chamada análise em nível de haste. A TCO levou a imagem intravascular ao nível de mícron na análise vascular in vivo e espera-se que breve se torne uma ferramenta valiosa e indispensável para cardiologistas em aplicações clínicas e de pesquisa.

Ano

2010

Creators

Coletta,John Suzuki,Nobuaki Nascimento,Bruno R. Bezerra,Hiram G. Rosenthal,Noah Guagliumi,Giulio Rollins,Andrew M. Costa,Marco A.

Fluoxetine effects on mitochondrial ultrastructure of right ventricle in rats exposed to cold stress

OBJECTIVE: To assess fluoxetine effects on mitochondrial structure of the right ventricle in rats exposed to cold stress. METHODS: The experimental study procedures were performed in 250-300g male EPM-Wistar rats. Rats (n=40) were divided into four groups: 1) Control group (CON); 2) Fluoxetine (FLU); 3) Induced hypothermia (IH) and; 4) Induced hypothermia treated with fluoxetine (IHF). Animals of FLU group were treated by the administration of gavages containing 0.75 mg/kg/day fluoxetine during 40 days. The induced hypothermia was obtained by maintaining the groups 3 and 4 in a freezer at -8ºC for 4 hours. The animals were sacrificed and fragments of the right ventricle (RV) were removed and processed prior to performing electron microscopic analysis. RESULTS: The ultrastructural changes in cardiomyocytes were quantified through the number of mitochondrial cristae pattern (cristolysis). The CON (3.85%), FLU (4.47%) and IHF (8.4%) groups showed a normal cellular structure aspect with preserved cardiomyocytes cytoarchitecture and continuous sarcoplasmic membrane integrity. On the other hand, the IH (34.4%) group showed mitochondrial edema and lysis in cristae. CONCLUSION: The ultrastructural analysis revealed that fluoxetine strongly prevents mitochondrial cristolysis in rat heart, suggesting a protector effect under cold stress condition.

Ano

2009

Creators

Daud,Fernanda V. Murad,Neif Meneghini,Adriano Ferreira,Marcelo Ferreira Filho,Celso Abreu,Luiz Carlos de Valenti,Vitor Engrácia Ferreira,Celso

Perfil ventilatório dos pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio

OBJETIVO: Avaliar o perfil ventilatório, radiológico e clínico dos pacientes submetidos a cirurgia eletiva de revascularização do miocárdio em hospital de referência em cardiologia no sul do Brasil. MÉTODOS: A amostra foi composta por 108 indivíduos submetidos a cirurgia eletiva de revascularização do miocárdio no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (IC-FUC), no período de abril de 2006 a fevereiro de 2007. A abordagem cirúrgica realizada foi a da esternotomia mediana e os enxertos foram com ponte de safena e/ou artéria mamária interna. Os volumes e capacidades pulmonares, bem como a presença de distúrbios ventilatórios, foram avaliados por meio da espirometria e a força muscular ventilatória da manovacuometria. As avaliações foram realizadas no período pré-operatório e no sexto dia de pós-operatório. RESULTADOS: Observou-se redução significativa do VEF1 e da CVF quando comparados os valores pré-operatórios com os do sexto dia de pós-operatório (P<0,001). O mesmo ocorreu com a força muscular ventilatória expressa em PiMáx e PeMáx do pré para o 6º dia de pós-operatório (P<0,001). A incidência de complicações pulmonares na amostra foi maior no 6º dia de pós-operatório (78%) quando comparados ao 1º dia de pós-operatório (40%). CONCLUSÃO: Pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio apresentam redução importante nos volumes e capacidades pulmonares, assim como da força muscular ventilatória no período pós-operatório.

Ano

2009

Creators

Morsch,Katiane Tremarin Leguisamo,Camila Pereira Camargo,Marcelo Dias Coronel,Christian Correa Mattos,Waldo Ortiz,Leila D.N. Lima,Gustavo Glotz de

Análise do perfil hidrodinâmico em diferentes modelos de bombas de rolete utilizadas em circulação extracorpórea

OBJETIVO: Dentre os equipamentos utilizados em circulação extracorpórea, as bombas de rolete têm grande importância, com diversos modelos disponíveis de vários fabricantes. A calibração é um fator importante nas taxas de hemólise e o seu potencial difere em cada uma delas. Pesquisadores nem sempre abordam detalhes sobre os perfis do leito rígido, supondo que as formas padronizadas de calibração garantem valores iguais e comparáveis para todos os modelos de bombas de rolete. Dispomos principalmente de dois métodos para a calibração das bombas, o que também interfere com o potencial hemolítico. Nenhum dos métodos considera as características de impulsão do fluído, definido pela forma construtiva do leito rígido. O objetivo é avaliar o perfil hidrodinâmico de três modelos de bombas de roletes disponíveis no mercado brasileiro. MÉTODOS: A oclusão dos roletes foi feita por medidas de velocidade de queda e calibração dinâmica. Foram utilizados dois diferentes diâmetros de tubos de silicone (3/8 x 1/16 e 1/2 x 3/32 polegadas). RESULTADOS: Os perfis apresentaram diferenças em suas variâncias. P<0,01 para medidas de velocidade de queda e P<0,0001 para medidas de calibração dinâmica. Foram encontradas diferenças nas variações de pressão entre as bombas analisadas (P<0,002). CONCLUSÃO: As medidas de oclusão são dependentes da forma do leito rígido e comparações envolvendo bombas de rolete devem ser feitas com cautela. Testes com sangue deveriam ser realizados para verificar a influência das variações de pressão na hemólise.

Ano

2009

Creators

Vieira Junior,Francisco Ubaldo Vieira,Reinaldo Wilson Antunes,Nilson Petrucci,Orlando Oliveira,Pedro Paulo de Serra,Márcia Milena Pivatto Vilarinho,Karlos Alexandre de Sousa Carmo,Marcio Roberto do

Aortoplastia redutora com contenção externa associada à troca valvar aórtica em pacientes de alto risco

OBJETIVO: Avaliar a evolução de pacientes de alto risco submetidos a aortoplastia redutora com contenção externa associada a troca valvar aórtica. MÉTODOS: Seis pacientes portadores de aneurisma de aorta ascendente e valvopatia aórtica, sendo quatro do sexo masculino, foram incluídos no estudo. Um paciente apresentava insuficiência mitral importante. A idade variou de 61 a 70 anos (média de 65,7 anos). A insuficiência aórtica foi a indicação de troca valvar em 83,3% dos pacientes e a estenose aórtica, em 16,7%. Os critérios de inclusão foram: pacientes portadores de valvopatia aórtica com indicação cirúrgica, aorta ascendente com diâmetro > 5,5 cm, EuroSCORE > 6 e idade acima de 60 anos. O diâmetro da aorta ascendente variou de 57 a 68 mm (média de 63,7 mm). Análise estatística foi realizada utilizando o teste t pareado para as variáveis estudadas, com nível de significância menor que 5%. RESULTADOS: Todos os pacientes foram submetidos a aortoplastia redutora com contenção externa associada a troca valvar aórtica. Não houve mortalidade hospitalar na série estudada. Um (16,7%) paciente apresentou fibrilação atrial no pós-operatório. O diâmetro médio da aorta ascendente foi de 37,0 +4,5 mm aos 6 meses de pós-operatório (P < 0,0001, em relação ao pré-operatório). A curva atuarial de sobrevivência é de 100% ao final de 28 meses de seguimento. CONCLUSÃO: A aortoplastia redutora associada a contenção externa e troca valvar aórtica é uma opção terapêutica com resultados promissores a médio prazo, em pacientes de alto risco cirúrgico portadores de aneurisma de aorta ascendente e valvopatia aórtica.

Ano

2009

Creators

Haddad,Rafael Fagundes,Walter Vosgrau Pinheiro,Bruno Botelho

Análise da resistência vascular coronariana e do fluxo sanguíneo dos enxertos venosos em revascularização do miocárdio

OBJETIVO: O trabalho tem por objetivo avaliar a resistência vascular coronariana (RVC) e analisar as diferenças de fluxo através dos enxertos em cirurgia de revascularização miocárdica. MÉTODOS: Foi avaliado o perfil da RVC em dez pacientes submetidos, entre 17 de junho e 15 de julho de 2005, a cirurgia de revascularização miocárdica com enxerto de veia safena por meio da aferição direta da pressão arterial (per-operatória) e indireta da RVC e do fluxo sanguíneo durante a infusão cardioplégica sanguínea. RESULTADOS: Foram constatadas significativas diferenças entre segmentos de enxertos coronarianos com variações de fluxo de 36,52 a 100 ml/min. CONCLUSÃO: Conclui-se, assim, que, apesar de inúmeros fatores contribuírem para o sucesso ou insucesso dos enxertos coronarianos, possivelmente pode-se compreender melhor os resultados clínicos das cirurgias por meio da interpretação adequada da RVC.

Ano

2009

Creators

Mustafa,Ricardo Migliorini Verazain,José Vladimir Hernan Quiroga Cavalcante,Margaret Assad Pacheco,Fabiano Carazzai Ebaid,Henrique Issa Artoni Jorge,Paulo Henrique Melo Sobrinho,Orlando Henrique de Reis,Ureliano Cintra e

Noções básicas de variabilidade da frequência cardíaca e sua aplicabilidade clínica

O sistema nervoso autônomo (SNA) desempenha um papel importante na regulação dos processos fisiológicos do organismo humano tanto em condições normais quanto patológicas. Dentre as técnicas utilizadas para sua avaliação, a variabilidade da frequência cardíaca (VFC) tem emergido como uma medida simples e não-invasiva dos impulsos autonômicos, representando um dos mais promissores marcadores quantitativos do balanço autonômico. A VFC descreve as oscilações no intervalo entre batimentos cardíacos consecutivos (intervalos R-R), assim como oscilações entre frequências cardíacas instantâneas consecutivas. Trata-se de uma medida que pode ser utilizada para avaliar a modulação do SNA sob condições fisiológicas, tais como em situações de vigília e sono, diferentes posições do corpo, treinamento físico, e também em condições patológicas. Mudanças nos padrões da VFC fornecem um indicador sensível e antecipado de comprometimentos na saúde. Uma alta variabilidade na frequência cardíaca é sinal de boa adaptação, caracterizando um indivíduo saudável, com mecanismos autonômicos eficientes, enquanto que, baixa variabilidade é frequentemente um indicador de adaptação anormal e insuficiente do SNA, implicando a presença de mau funcionamento fisiológico no indivíduo. Diante da sua importância como um marcador que reflete a atividade do SNA sobre o nódulo sinusal e como uma ferramenta clínica para avaliar e identificar comprometimentos na saúde, este artigo revisa aspectos conceituais da VFC, dispositivos de mensuração, métodos de filtragem, índices utilizados para análise da VFC, limitações de utilização e aplicações clínicas da VFC.

Ano

2009

Creators

Vanderlei,Luiz Carlos Marques Pastre,Carlos Marcelo Hoshi,Rosângela Akemi Carvalho,Tatiana Dias de Godoy,Moacir Fernandes de

Valva aórtica bicúspide: fundamentos teóricos e clínicos para substituição simultânea da aorta ascendente

A valva aórtica bicúspide (VAB) está associada à ectasia ânulo-aórtica, aneurisma e dissecção da aorta ascendente. A alta incidência desta malformação congênita e doença da aorta sugere íntima relação entre os fenômenos. Anormalidades ocorrendo em diferentes fases da migração das células da crista neural podem ser responsáveis pela ocorrência em anormalidades na valva aórtica, na camada média da aorta ascendente e nos vasos do arco aórtico. Estudos prévios revelam que mesmo indivíduos com VAB normal ou com disfunção leve podem apresentar dilatação da raiz aórtica. Os autores acreditam que somente as alterações hemodinâmicas produzidas por uma VAB sem estenose ou insuficiência parecem ser insuficientes para as graves complicações vasculares observadas nos portadores de VAB. Vários mecanismos têm sido propostos para explicar os achados moleculares e histológicos desta doença. Encontramos a redução da fibrilina-1 na aorta ascendente e artéria pulmonar como possível causa. Histologicamente, a aorta ascendente pode apresentar necrose cística da média e fragmentação elástica, semelhante àquela encontrada em portadores de síndrome de Marfan. Vários autores atualmente recomendam que em se operando um paciente com VAB, especialmente aqueles com insuficiência aórtica, mesmo na presença de uma discreta dilatação (45 mm) deve-se substituir a valva aórtica e a aorta ascendente concomitantemente quando a expectativa de vida exceder 10 anos, para se prevenir futuros aneurismas ou rupturas.

Ano

2009

Creators

Sá,Mauro Paes Leme De Bastos,Eduardo Sergio Murad,Henrique

Adaptação de um sistema de ensaio biológico para detecção de fatores relaxantes endoteliais derivados do endocárdio atrial canino

OBJETIVO: Estudar a liberação de fatores relaxantes derivados do endotélio (EDRF) pelo endocárdio de aurículas de corações caninos. MÉTODOS: Aurículas atriais caninas foram suturadas em forma de tubos e o efluente desses tubos foram submetidos a ensaios biológicos (sistema de perfusão isolada em câmaras de órgãos) utilizando artéria coronária canina, para a detecção de EDRFs. RESULTADOS: O efluente da aurícula direita promoveu relaxamento de 58,4 + 10,1% e da aurícula esquerda 74,9 + 8,5% da contração inicial obtida pela ação da prostagladina F2α em artéria coronária. Não houve diferença estatística no relaxamento da artéria coronária induzido pelos efluentes das aurículas direita e esquerda. O relaxamento induzido pelos efluentes das aurículas direita e esquerda foi abolido pelo tratamento das mesmas com Triton X-100. O tratamento das aurículas com L-NMMA, um inibidor competitivo da síntese de óxido nítrico, e com indometacina, um inibidor da via da ciclooxigenase, promoveu redução no relaxamento da artéria coronária induzido pelo efluente auricular, indicando que o endotélio endocárdico libera óxido nítrico e prostanóides. CONCLUSÕES: Esse estudo demonstra, pela primeira vez, a liberação luminal in vitro de EDRF e prostaciclina pelo átrio de coração canino. A habilidade do endotélio endocárdico em produzir esses fatores pode ter um papel importante na prevenção da formação de trombos nas câmaras cardíacas.

Ano

2009

Creators

Chua,Yeow Leng Evora,Paulo Roberto Barbosa Celotto,Andrea Carla Pearson,Paul Joseph Discigil,Berent Schaff,Hartzell Vernon

Implante transapical de endoprótese valvada balão-expansível em posição aórtica sem circulação extracorpórea

OBJETIVO: A troca valvar aórtica é procedimento rotineiro, envolve substituição da valva nativa/prótese. Na maioria destes pacientes o risco é aceitável, porém, em alguns casos, o risco predito pode justificar contra-indicação. O implante de valva aórtica minimamente invasivo transcateter e sem circulação extracorpórea (CEC) tem se mostrado viável, com menor morbi-mortalidade. O objetivo deste trabalho foi desenvolver bioprótese aórtica, montada em cateter, para implante sem CEC. MÉTODOS: Após desenvolvimento em animais, três pacientes com EuroSCORE elevado foram submetidos ao implante. Caso 1: portador de bioprótese com disfunção; Caso 2: estenose aórtica grave; Caso 3: disfunção de bioprótese aórtica. Após minitoracotomia e sob controle ecocardiográfico e fluoroscópico, cateter-balão foi posicionado sobre posição aórtica e insuflado. Após, segundo cateter-balão, com endoprótese valvada, foi posicionado e liberado sob alta frequência ventricular. Controles angiográficos e ecocardiográficos foram realizados e pacientes encaminhados para UTI. RESULTADOS: No primeiro caso foi possível implante sem CEC com resultados adequados. Evoluiu com melhora da função ventricular. Cursou com broncopneumonia, fístula traqueo-esofágica e óbito por mediastinite. Necropsia confirmou bom posicionamento valvar e preservação dos folhetos. O segundo caso apresentou migração do dispositivo após insuflação do balão, necessidade de esternotomia mediana de urgência, CEC e troca valvar convencional. O paciente evoluiu bem, recebendo alta da UTI 14 dias após procedimento e sem complicações. Cursou com infecção respiratória, choque séptico e óbito no 60º pós-operatório. O terceiro caso foi submetido a implante com sucesso. CONCLUSÃO: O implante de bioprótese transapical montada em cateter sem CEC mostrou ser procedimento factível. Detalhes técnicos e a curva de aprendizado demandam discussão.

Ano

2009

Creators

Gaia,Diego Felipe Palma,José Honório Souza,José Augusto Marcondes de Guilhen,José Cícero Stocco Telis,Andre Fischer,Claudio Henrique Ferreira,Carolina Baeta Neves Duarte Buffolo,Enio

Ressecção de um lipoma de átrio direito e reconstrução parcial com pericárdio bovino

Os tumores primários do coração têm uma incidência variando de 0,001% a 0,28% dentre todos os tumores, relatados em séries de necropsias. Lipoma consiste de um tumor benigno que corresponde a cerca de 8% de todos os tumores cardíacos primários. Os sintomas, quando presentes, estão relacionados ao tamanho e à localização do tumor. Apresentamos o caso de um homem com 27 anos, com um lipoma no átrio direito que foi submetido a tratamento cirúrgico, com ressecção tumoral e reconstrução parcial do átrio direito com pericárdio bovino.

Ano

2009

Creators

Joaquim,Marcos Rogério Braile,Domingo Marcolino Arruda,Marcus Vinícius Ferraz de Soares,Marcelo José Ferreira

Surgical treatment of primary cardiac rhabdomyosarcoma

The authors report a case of a 16-year-old man who presented progressive dyspnea. At that time the diagnosis of rheumatic fever with mitral valve involvement was performed. The bidimensional echocardiogram showed presence of mobile mass inside the left atrium. The tumor presented lobules, projecting into the left ventricle during the diastole and provoking turbulence. The patient underwent surgical resection with postoperative course needing re-operation for mitral valve replacement. Histopathology has proven that such tumor was a primary cardiac rhabdomyosarcoma and the early clinical diagnosis of rheumatic mitral valve disease was very difficult.

Ano

2009

Creators

Lima,Ricardo de Carvalho Mendes,Adriano Bezerra,Elson Oliveira,Wilson

Hemoptise e hemotórax como apresentação de ruptura de aorta torácica

Dissecção da aorta torácica é doença de grande mortalidade em sua fase inicial, mas pode, em alguns casos, se cronificar. Relatamos caso de paciente com dissecção crônica de aorta tipo B (Stanford), admitido na Emergência com confusão mental, dispnéia e relato de hemoptise importante. O eletrocardiograma mostrava alterações inespecíficas e a radiografia de tórax revelou opacificação do hemitórax esquerdo. O ecocardiograma transtorácico não evidenciou dissecção aórtica, mas demonstrou imagem compatível com hemotórax, ocasionando a suspeita de ruptura da aorta. O paciente evoluiu em colapso cardiovascular e óbito. Este caso descreve duas apresentações atípicas da dissecção de aorta: hemotórax e hemoptise importante.

Ano

2009

Creators

Lima,Márcio Silva Miguel Vieira,Marcelo Luiz Campos

Doença de Ebstein: o grau de disfunção do ventrículo direito e a conduta cirúrgica

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Ano

2009

Creators

Siscar,Alexandra Regina Kozak,Marcelo Felipe Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino