Repositório RCAAP

Risco nutricional na população urbana de Ouro Preto, sudeste do Brasil: estudo de corações de Ouro Preto

OBJETIVO: Estimar a prevalência do risco nutricional combinado [índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura (CC)] segundo as características sócio-demográficas e sedentarismo, da população urbana residente em Ouro Preto (MG), Brasil. MÉTODOS: Estudo transversal foi realizado em uma amostra probabilística de 768 indivíduos com 15 ou mais anos de idade. Risco nutricional (RN) foi definido de acordo com os critérios de classificação do IMC e CC do National Institutes of Health, classificando-se em RN isolado (RNI) as mulheres com CC > 80 cm e homens CC > 94 cm e combinado (RNC) (CC acima e/ou IMC > 25 kg/m²). Regressão logística binária e teste de Hosmer &amp; Lemeshow foram utilizados para construir e ajustar os modelos. RESULTADOS: O RNI esteve presente nas diferentes categorias de IMC tanto para mulheres quanto para homens, sendo de 19,1% e 1,4% entre aqueles com peso normal; 91,7% e 56% com sobrepeso e 98,5% e 80% com obesidade, respectivamente. Idade e escolaridade associaram-se de forma independente ao RNC. Mulheres e homens acima de 60 anos apresentavam, respectivamente, Odds Ratio (OR) de RNC de 9,94 e 14,35, quando comparados aos mais jovens. Para mulheres com escolaridade < 4 anos, a OR foi de 1,83 quando comparadas àquelas com mais de 4 anos e, em homens de média escolaridade, de 2,55 em relação aos de alta. CONCLUSÃO: Estes achados mostram o efeito independente da idade e escolaridade na probabilidade de ocorrência do RNC e a importância da análise conjunta do IMC e CC para a seleção de grupos em risco nutricional.

Ano

2007

Creators

Freitas,Silvia Nascimento de Caiaffa,Waleska Teixeira César,Cibele Comini Faria,Valéria Andrade Nascimento,Raimundo Marques do Coelho,George Luiz Lins Machado

Mortalidade por doenças cardiovasculares e níveis socioeconômicos na população de São José do Rio Preto, estado de São Paulo, Brasil

OBJETIVO: Analisar os indicadores de mortalidade para doenças cardiovasculares em São José do Rio Preto, no estado de São Paulo e no Brasil e avaliar os coeficientes de mortalidade segundo níveis socioeconômicos da população do município. MÉTODOS: Utilizaram-se informações sobre mortalidade por doenças cardiovasculares e de população do Sistema de Informações de Mortalidade e do Departamento de Informação e Informática do Sistema Único de Saúde. Calcularam-se coeficientes padronizados de mortalidade e mortalidade proporcional por doenças cardiovasculares. Gerou-se mapa temático dos setores censitários da área urbana do município agrupados segundo níveis socioeconômicos, apresentado com os respectivos coeficientes. RESULTADOS: Os coeficientes de mortalidade para o município, o estado e o país decresceram de 1980 a 2002. Em 2003, o coeficiente do município foi de 195,9 óbitos por 100.000 habitantes, a mortalidade proporcional foi de 31,3% e as três principais causas de morte foram a doença cerebrovascular, o infarto e a doença hipertensiva. O coeficiente de mortalidade da população correspondente ao grupo de setores censitários com o pior nível socioeconômico foi 40% superior ao com o melhor nível. CONCLUSÃO: O coeficiente de mortalidade por doenças cardiovasculares decresceu nas três áreas geográficas analisadas. Do total de óbitos ocorridos em São José do Rio Preto em 2003, aproximadamente um terço foi por este grupo de doenças. A área com nível socioeconômico menos favorecido apresentou o maior coeficiente de mortalidade.

Ano

2007

Creators

Godoy,Moacir Fernandes de Lucena,Juliana Miranda de Miquelin,André Rodrigo Paiva,Flávia Ferreira Oliveira,Débora Luísa de Queiroz Augustin Junior,Jorge Luiz Chiaravalloti Neto,Francisco

Reprodutibilidade da medida ambulatorial da pressão arterial em pacientes hipertensos com diabete melito tipo 2

OBJETIVO: Avaliar a reprodutibilidade e o efeito placebo sobre a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) (SpaceLabs-90207). MÉTODOS: Mensurou-se a PA no consultório e por meio de duas MAPA, realizadas em um intervalo de 1 a 10 meses (média de 4,9 meses), de 26 pacientes com diabetes tipo 2 e hipertensão. Onze pacientes (G1) realizaram as duas MAPA sem medicação anti-hipertensiva por 15 dias, enquanto o G2 (N = 15) fez a segunda MAPA em uso de placebo pelo mesmo período. RESULTADOS: Ao avaliarmos os coeficientes de variação (CV) da PA sistólica na vigília (PASV), PA diastólica na vigília (PADV), PA sistólica nas 24h (PAS24h) e PA diastólica nas 24h (PAD24h), encontramos valores de 4,6%, 3,9%, 5,0% e 4,0% no G1 e 4,3%, 5,1%, 3,7% e 5,1% no G2, respectivamente. Quanto ao CV da PA sistólica e diastólica durante o sono (PASS e PADS), encontramos 7,7% e 8,2% para G1, e 5,6% e 6,3% para G2, respectivamente. O CV da freqüência cardíaca na vigília e durante o sono foram: G1 = 5,9% e 9,0%, G2 = 6,9% e 5,8%, respectivamente. Analisando o total dos pacientes, todas as variáveis mostraram fortes correlações entre a primeira e a segunda MAPA (PASV, r=0,76; P<0,001; PADV, r=0,65; p<0,001; PAS24h, r=0,77; p<0,001; PAD24h, r=0,70; p<0,001; PASS, r=0,62; p<0,001; PADS, r=0,52; p<0,01). Ocorreram também correlações entre a PA sistólica e a diastólica de consultório e a PAS24h e PAD24h (r=0,65; p<0,001; r=0,57; p<0,01). CONCLUSÃO: A média dos níveis pressóricos avaliados pela MAPA apresentou boa reprodutibilidade e esses não foram afetados pelo efeito placebo.

Ano

2007

Creators

Felício,João Soares Pacheco,Juliana Torres Ferreira,Sandra Roberta Plavnik,Frida Kohlmann,Oswaldo Ribeiro,Artur Beltrame Zanella,Maria Tereza

Os médicos brasileiros seguem as diretrizes brasileiras de hipertensão?

OBJETIVO: Avaliar os procedimentos adotados pelos médicos brasileiros para o diagnóstico e tratamento da hipertensão em relação aos preconizados pelas IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. MÉTODOS: Questionário aplicado por entrevista telefônica a médicos brasileiros, buscando levantar recebimento e adesão às diretrizes, bem como avaliar vários aspectos relacionados ao manejo do paciente hipertenso. RESULTADOS: 68,3% dos médicos receberam às diretrizes e responderam completamente o questionário, perfazendo uma amostra de 483 médicos, sendo 47% cardiologistas, 31,7% clínicos e 21,3% nefrologistas. A adesão a certos pontos das diretrizes é alta, tais como à utilização de mais de uma medida em ocasiões diferentes para o diagnóstico de hipertensão (94,0%) e orientação quanto a mudanças no estilo de vida como estratégia terapêutica. Quanto aos valores utilizados para diagnóstico e alvo-terapêutico, o seguimento as recomendações não é uniforme, com uma nítida preferência por valores inferiores aos preconizados, particularmente para pacientes com co-morbidades. A procura por fatores de risco cardiovascular também se mostrou baixa, com apenas 64,7% e 56,4% dos médicos referindo pesquisar, respectivamente, a presença de diabetes e dislipidemia. Os diuréticos são a classe de droga preferencialmente citada (59,3%) como tratamento medicamentoso inicial da hipertensão. CONCLUSÃO: O seguimento as diretrizes é apenas parcial. Questões como uma melhor distribuição do documento, normatização de valores para diagnóstico e alvo-terapêutico e formas de abordar o paciente hipertenso dentro de seu risco cardiovascular global deverão ser mais bem abordadas quando da confecção de futuras diretrizes.

Ano

2007

Creators

Mion Junior,Décio Silva,Giovanio Vieira da Gusmão,Josiane Lima de Machado,Carlos Alberto Amodeo,Celso Nobre,Fernando Praxedes,José Nery Mota,Marco Antonio

Otimização de recursos no cuidado primário da hipertensão arterial

OBJETIVO: Avaliar o resultado da atuação de uma equipe interdisciplinar no controle da hipertensão. MÉTODOS: Numa Unidade de Saúde, 88 pacientes foram assistidos por uma equipe interdisciplinar, por 12 meses. As visitas ao médico e à enfermeira ocorreram cada um a três meses, e à nutricionista, quando necessário. Palestras educacionais foram ministradas, regularmente. O colesterol total e a glicemia de jejum foram medidos, na admissão e aos 12 meses do estudo. Foram analisados dados clínicos e laboratoriais e comparados à pressão arterial, na admissão e aos 6 e 12 meses do estudo, e o colesterol total e glicemia, na admissão e aos 12 meses. RESULTADOS: Havia 79,41% de mulheres e a idade média era 58±9,90 anos. A mediana da pressão arterial foi 166,00/96,5 mmHg, na admissão, 146,75/85,25 mmHg, aos seis meses (p<0,000) e 134,00/80,00 mmHg aos 12 meses (p<0,000). A taxa de PA<140/90 mmHg subiu de 10,23% para 48,81% (p<0,000). A mediana do colesterol total diminuiu de 217 mg/dl para 194,00 mg/dl (p<0,004), e da glicemia, de 101 mg/dl para 95 mg/dl (NS). Na admissão, 50% dos pacientes usavam dois anti-hipertensivos; 25%, três; e 5,68%, quatro; enquanto aos 12 meses esses percentuais passaram a 21,18%, 29,41% e 32,94%, respectivamente. CONCLUSÃO: A assistência por equipe interdisciplinar pode melhorar, significativamente, o controle da hipertensão e de fatores de risco cardiovascular associados.

Ano

2007

Creators

Didier,Maria Teresa Guimarães,Armênio C.

Papel relativo da remodelação geométrica do ventrículo esquerdo, morfológica e funcional do miocárdio na transição da hipertrofia compensada para a falência cardíaca em ratos com estenose aórtica supravalvar

OBJETIVO: Avaliar a contribuição relativa da remodelação geométrica do ventrículo esquerdo (VE) e das alterações morfológicas e funcionais do miocárdio, em ratos com estenose aórtica supravalvar (EAS), na fase de transição da hipertrofia compensada para a insuficiência cardíaca congestiva (ICC). MÉTODOS: Vinte e uma semanas após a indução da EAS os ratos foram classificados como controles (GC,n=13), não portadores (GE,n=11) ou portadores de insuficiência cardíaca congestiva (GE-IC,n=12).Todos os grupos foram avaliados com estudo ecocardiográfico, hemodinâmico e morfológico do miocárdio. RESULTADOS: Vinte e uma semanas após EAS: índice de massa (GE-IC>GE>GC,p<0.05); pressão sistólica: (GE-IC = GE>GC, p<0,05); pressão diastólica: (GE-IC>GE>GC, p<0,05); estresse meridional sistólico e diastólico: (GE-IC>GE>GC,p<0.05); área de secção dos miócitos: (GE-IC>GE>GC, p<0,05) e conteúdo de hidroxiprolina: (GE-IC>GE>GC, p<0,05) do VE. No grupo GE-IC o remodelamento geométrico do VE foi caracterizado por aumento significante das dimensões e espessura relativa da parede normal (remodelamento excêntrico) enquanto que o grupo GE apresentou remodelamento concêntrico. Os índices de desempenho do VE do grupo GE-IC foram significantemente menores que do grupo GE. CONCLUSÃO: Os grupos GE-IC e GE diferiram primariamente no processo de remodelação geométrica do VE e estrutural do miocárdio que estabeleceu um estado cronicamente compensado no grupo GE e precipitou a ICC no grupo GE-IC na vigência de graus equivalentes de comprometimento da contratilidade. Neste modelo experimental a fase de transição da hipertrofia compensada para a ICC está mais estreitamente relacionada com o remodelamento geométrico adverso do VE e estrutural do miocárdio do que com o grau de comprometimento da contratilidade.

Ano

2007

Creators

Bregagnollo,Edson Antonio Mestrinel,Marco Aurélio Okoshi,Katashi Carvalho,Fábio Cardoso Bregagnollo,Isamara Fernanda Padovani,Carlos Roberto Cicogna,Antonio Carlos

Prognóstico da esclerose valvar aórtica na mortalidade cardíaca de pacientes atendidos no instituto de cardiologia do Rio Grande do Sul

OBJETIVO: Avaliar o efeito prognóstico da esclerose valvular aórtica na mortalidade e morte de causa cardíaca de pacientes atendidos no Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul nos anos de 1996 a 2000. MÉTODOS: Estudo de coorte histórico que utilizou informações contidas nos bancos de dados do laboratório de ecocardiografia do Hospital de Cardiologia e nos Registros de Óbitos da Secretária da Saúde do Rio Grande do Sul. O período de avaliação foi de 1996 a 2000. Os desfechos foram morte e morte de causa cardíaca. RESULTADOS: Foram analisados 8.585 casos, dos quais 2.154 (25%) eram portadores de esclerose valvular aórtica. O tempo de seguimento médio foi de 41±6 meses, e a ocorrência de morte e morte cardíaca foram respectivamente, de 299 (3,5%) e 95 (1,1%). O grupo de pacientes com esclerose valvular aórtica apresentou mais miocardiopatia segmentar, disfunção ventricular, aumento ventricular e hipertrofia ventricular, e não apresentou, entretanto, maior risco de morte ou morte de causa cardíaca quando feita análise de multivariança. CONCLUSÃO: A presença de esclerose valvular aórtica não aumentou o risco de morte e de morte de causa cardíaca na população estudada.

Ano

2007

Creators

Rosa,Eduardo Maffini da Sant'anna,João Ricardo Michielin Oppermann,Luciana Pimentel Castro,Iran

Padrão circadiano dos episódios de taquicardia ventricular em portadores de cardiopatia chagásica

Cardiomiopatia chagásica crônica (CCC) causa arritmias ventriculares e morte súbita, sendo a mais freqüente causa de óbito em muitas áreas endêmicas1,2. A variação circadiana na incidência de arritmias ventriculares e morte súbita difere de acordo com o substrato (p. ex: picos matinais e noturnos na cardiopatia isquêmica e na cardiomiopatia dilatada não-chagásica). Cardioversores-desfibriladores implantáveis de terceira geração (CDI) conseguem registrar o dia e a hora de cada episódio de taquicardia ventricular (TV), permitindo uma análise dos padrões de ocorrência de taquiarritmias. O objetivo deste estudo foi avaliar a variação circadiana da TV espontânea em portadores de CCC tratados com CDI.

Ano

2007

Creators

Abello,Mauricio González-Zuelgaray,Jorge Daglio,Maria E. Lopez,Carlos Garraza,Sebastián Szyszko,Ariel

Ressonância magnética cardiovascular na cardiomiopatia hipertrófica

No summary/description provided

Ano

2007

Creators

Shiozaki,Afonso Akio Kim,Raymond J. Parga,José Rodrigues Tassi,Eduardo Marinho Arteaga,Edmundo Rochitte,Carlos Eduardo

Complicações cardiovasculares em criança com insuficiência renal crônica

Relatamos o caso de uma criança de 11 anos, com doença renal crônica e hiperparatireoidismo secundário. Havia sido tratada com diálise, calcitriol, carbonato de cálcio e, na evolução, apresentou dislipidemia e trombos calcificados em vários vasos e órgãos. O exame anatomopatológico revelou necrose cerebral isquêmica, calcificação nas artérias coronárias e infarto do miocárdio.

Ano

2007

Creators

Herdy,Gesmar Volga Haddad Lopes,Vânia Gloria Silami Olivaes,Maria Cecília Mota,Isabele Coelho Vasconcelos,Marcio Moacyr

Forma isolada do miocárdio não-compactado

Miocárdio não-compactado (MNC) é uma cardiopatia congênita com incidência rara, sendo o seu primeiro relato feito há 15 anos e com poucos casos publicados. O objetivo deste artigo é descrever um caso de MNC. É apresentada descrição dos achados clínicos e dos exames complementares de imagem de uma paciente com 37 anos, portadora de MNC de forma isolada. A paciente queixava-se de palpitações, apresentava extra-sístoles no exame clínico e, no eletrocardiograma de 12 derivações, bigeminismo ventricular. Realizou ecocardiograma Doppler tridimensional que revelou a presença de numerosas e proeminentes trabéculas com recessos intertrabeculares profundos com fluxo de sangue que se comunicavam com a cavidade ventricular e que se acentuavam na região septo-apical. A ressonância nuclear magnética de coração corroborou os achados do ecocardiograma. A clínica e os resultados dos exames complementares dessa paciente confirmaram o diagnóstico de MNC de forma isolada. O conhecimento de achados ecocardiográficos dessa doença permite um diagnóstico precoce e tratamento mais adequado.

Ano

2007

Creators

Oliveira,Dinaldo Cavalcanti de Malta,Marcelo Menezes Pinheiro,Jairo Alves Piegas,Leopoldo Soares

Compressão extrínseca da artéria coronária esquerda por dilatação aneurismática do tronco pulmonar em adolescente: involução após oclusão cirúrgica de comunicação interatrial seio venoso e plastia redutora do tronco pulmonar

Relatamos o caso de um adolescente encaminhado com o diagnóstico de hipertensão pulmonar. A investigação não invasiva detectou comunicação interatrial seio venoso com sinais de hipertensão pulmonar. No estudo hemodinâmico o diagnóstico foi confirmado, sendo também notada compressão esquerda pelo tronco pulmonar. O paciente foi submetido à oclusão cirúrgica da comunicação interatrial e à plastia redutora do tronco pulmonar. Dois anos após o procedimento, o paciente encontra-se bem, com sinais clínicos e ecocardiográficos de hipertensão pulmonar discreta e sem evidências, também pelo ecocardiograma, de obstrução do tronco da artéria coronária esquerda.

Ano

2007

Creators

Amaral,Fernando T. V. Alves Jr.,Lafaiete Granzotti,João A. Manso,Paulo H. Lima Filho,Moysés O. Jurca,Mauro C. Rodrigues,Alfredo J. Vicente,Walter V. A.

Perfusão cerebral retrógrada é método eficaz de proteção cerebral?: resultados imediatos de estudo consecutivo e randomizado

Foram estudados 30 pacientes com diagnóstico de aneurisma ou dissecção de aorta tratados cirurgicamente. O método utilizado consistiu: uso de hipotermia profunda, parada circulatória total, infusão de 0,20 mg/Kg de peso de dexametasona intravenosa e 10 mg/Kg/peso de thiopental, colocação dos pacientes em Trendelemburg a 45 graus durante o período de parada respiratória. Os 30 pacientes foram operados consecutivamente e randomizados em 2 grupos. Grupo I constituído de 15 pacientes, nos quais foi utilizada a perfusão cerebral retrógrada (PCR) através da veia cava superior e Grupo II também com 15 pacientes nos quais não foi utilizada PCR. Onze (36,7%) pacientes tinham aneurisma da aorta ascendente e arco aórtico, 7 (23,3%) tinham dissecção aguda da aorta do tipo I, 6 (20%) com dissecção crônica da aorta ascendente e os 6 (20%) restantes outros diagnósticos não agrupáveis. Foi realizada análise das seguintes variáveis independentes para mortalidade: idade, sexo, tempo de circulação extracorpórea, tempo de parada circulatória, diagnóstico, complicações prévias, comparando os dois grupos. A mortalidade imediata do Grupo I foi de 4/15 (insuficiência respiratória) 26,6% e no Grupo II 3/15 (coma) 20,0% - p =1,00. A incidência de complicações neurológicas no Grupo I foi 3/15 (20,0%) e no Grupo II, 2/15 (13,3%) p = 1,000. A análise estatística utilizando o teste exato de Fisher não demonstrou diferença entre os dois grupos com relação à mortalidade imediata e complicações neurológicas. As causas de óbito foram: insuficiência respiratória em 4 pacientes, alteração neurológica, hiperpotassemia e infarto do miocárdio, respectivamente nos 3 últimos. No presente trabalho, concluímos que a associação de PCR não oferece proteção cerebral mais eficaz que a parada circulatória total associada à hipotermia profunda, para o tempo de isquemia utilizado.

Ano

1999

Creators

FONTES,Ronaldo D. STOLF,Noedir A. G. MADY,Charles ÁVILA,Luiz F. D'ÉLIA,Renata S. PARRAS,Cinthia SANTOS,Ricardo V. dos JATENE,Adib D.

Revascularização do miocárdio por técnica minimamente invasiva: o que aprendemos após 3 anos com seu emprego

Objetivo: Com as avanços no tratamento das lesões obstrutivas das artérias coronárias pela hemodinâmica, torna-se atraente a revascularização do miocárdio pelas técnicas minimamente invasivas. O objetivo deste trabalho é o relato de nossa experiência após 3 anos com o uso desta técnica, analisando-se a utilização de estabilizador mecânico de suturas, as vias de acesso e os resultados obtidos. Casuística e Métodos: Foram operados 120 pacientes, sendo 86 do sexo masculino, com idades variando de 30 a 83 anos (média de 61,2 anos). Todos eram portadores de lesões coronarianas obstrutivas acima de 80%. Os uniarteriais eram portadores de lesões, de 79,2% no ramo interventricular anterior (RIA), 1,6% dos ramos diagonais (Dg) e 0,8% da artéria coronária direita (CD). Os biarteriais apresentavam lesões de 17,6% RIA e Dg e 0,8% RIA e Marginal esquerda da artéria circunflexa (MgE). Foram utilizadas duas vias de acesso: para lesões isoladas do RIA foi utilizada preferencialmente a minitoracotomia anterior de 8 cm no quarto espaço intercostal esquerdo. Para lesões associadas RIA/Dg foi utilizada incisão longitudinal mediana limitada de 10 a 12 cm, com secção total do esterno e afastamento de 5 a 6 cm de suas bordas. Não foi utilizada circulação extracorpórea e não houve manipulação ou abordagem da aorta. Foram usados betabloqueadores e vasodilatadores endovenosos e, para realização das anastomoses, torniquetes proximais em todos os casos, além do CO2 para manter o campo operatório livre de sangue. Nos últimos 82 pacientes utilizou-se o estabilizador mecânico de sutura para redução regional dos batimentos cardíacos. Em 22 (18,4%) pacientes a ATIE foi alongada com segmento de veia safena, artéria radial ou epigástrica. Na revascularização para RIA e Dg foi utilizado "Y" artificial a partir da ATIE com enxerto venoso ou arterial. Estudo cinecoronariográfico foi realizado entre o 1º e 3º dias de pós-operatório em 84 (70%) pacientes que foram analisados, baseados nos seguintes achados, de acordo com a condição da anastomose: Grau A - sem obstruções; Grau B - obstrução &gt; que 50%; Grau C - oclusão. Esta avaliação foi feita em 2 períodos distintos: no 1º período, sem o uso do estabilizador de sutura e no 2º período, com o uso do estabilizador. Resultados: A cinecoronariografia revelou a seguinte condição das anastomoses: no primeiro período (38 anastomoses), Grau A - 79%, Grau B - 5,2% e Grau C - 15,8%. No segundo período (62 anastomoses), Grau A - 90,4%, Grau B - 6,4% e Grau C - 3,2%. Os drenos torácicos ou mediastinais foram retirados em média com 22,4h. Tivemos 8,0% de reoperações, sendo 4,8% relacionadas à anastomose, 4,0% imediatas e 0,8% tardias e, 3,2% não relacionadas à anastomose, 2,4% imediatas e 0,8% tardias. Em 99,2% dos casos não houve complicações isquêmicas no pós-operatório imediato e 118 (98,4%) receberam alta hospitalar. Desses pacientes, 115 (95,8%) receberam alta entre 2 e 9 dias, com média de 4,6 ± 1,8 dias e 3 (2,4%) pacientes tiveram internação prolongada por processo infeccioso pulmonar. A morbidade total foi de 14,2%, sendo infecção da ferida 4,0%; atelectasia pulmonar 3,2%; enfisema subcutâneo 3,2%; sangramento 2,4% e broncopneumonia 2,4%. A mortalidade imediata foi de 1,6%. Conclusão: A cirurgia de revascularização por técnica minimamente invasiva vem mostrando ser uma alternativa para determinado grupo de pacientes. Apresenta melhor estética e recuperação pós-operatória mais rápida. Os resultados em relação à anastomose são superiores quando utilizado o estabilizador mecânico de sutura.

Ano

1999

Creators

JATENE,Fabio B. PÊGO-FERNANDES,Paulo M. HUEB,Alexandre C. OLIVEIRA,Patrícia Marques de HERVOSO,Cristina Marfinatti DALLAN,Luís Alberto O. STOLF,Noedir A. G. OLIVEIRA,Sérgio Almeida de JATENE,Adib D.

Cirurgia de revascularização do miocárdio com enxertos compostos

Existem evidências das vantagens e influência na sobrevida dos pacientes revascularizados com a artéria torácica interna (ATI). Entretanto, outros enxertos foram introduzidos. O objetivo do presente estudo é mostrar as vantagens da revascularização completa do miocárdio com enxertos arteriais compostos e análise dos resultados a curto e médio prazos. Entre junho de 1992 e dezembro de 1997, 50 pacientes foram submetidos à cirurgia de revascularização completa do miocárdio com enxertos arteriais compostos. A idade variou de 41 a 88 anos, com média de 56 anos. Todos os pacientes foram avaliados segundo o protocolo de exames clínicos, ECG, raios X de tórax, ecocardiograma e cateterismo cardíaco. Apresentaram fatores de risco para doença arterial coronária: HAS em 28% diabete melito em 26%, tabagismo em 38% e dislipidemia em 50%. Neste grupo 44% tinham IAM prévio e 20% angina instável. Todos foram classificados segundo o grau de angina da Canadian Cardiology Society (CCS) e classe funcional segundo a New York Heart Association (NYHA). As lesões coronárias eram triarteriais em 46%, biarteriais em 38%, uniarteriais em 16% e lesão de tronco de coronária esquerda em 16%. Em 80% dos pacientes foi utilizada a circulação extracorpórea (CEC), hipotermia moderada e proteção intermitente do miocárdio. Em média foram 2,9 pontes por paciente. Em todos os casos a ATI foi utilizada com prolongamento de veia safena, em 6% veia safena em "Y", em 24% artéria radial em "Y" em 40%, e em 80% dos casos com "Y" da própria ATI. O acompanhamento pós-operatório incluiu exame clínico, prova de esforço e/ou cintilografia miocárdica. Em 14% foi realizada a coronariografia. As complicações mais freqüentes no pós-operatório foram atelectasia pulmonar em 16%, mediastinite em 4%, IAM transoperatório em 4%, SARA 4%, AVCI 2%, sendo a morbidade maior no grupo de pacientes do sexo feminino e com diabete melito. A mortalidade hospitalar foi de 2%. Apenas um paciente apresenta quadro de angina grau II da CCS. Podemos concluir com este estudo que a cirurgia de revascularização do miocárdio com o uso de enxertos compostos pode ser realizada com baixa mortalidade, permite maior número de anastomoses e proporciona excelente evolução pós-operatória a curto e médio prazos.

Ano

1999

Creators

PANIÁGUA,Pedro R. REZENDE,Maria C. CARRANZA,Ricardo B. GOMES,Cândido R. M. SABATOVICZ Jr.,Nestor MARQUES,Dilma L. L. FRANCESCHINI,Itacir A. LIMA,André Esteves

Cirurgia de revascularização do miocárdio no paciente infartado: quando operar?

Realizou-se estudo retrospectivo de pacientes submetidos à revascularização do miocárdio com história de infarto do miocárdio. Trinta e sete pacientes foram analisados. Constituímos dois grupos para estudo comparativo; o primeiro formado por pacientes operados até 30 dias do infarto e o segundo formado por aqueles operados após esse período. Foi observado que os grupos se assemelhavam quanto a idade, sexo, região do coração em que ocorreu o infarto presença ou não de diabete, hipertensão arterial, choque cardiogênico. A mortalidade operatória global foi de 13,5% (4 óbitos em 18 pacientes para o Grupo I; 1 óbito em 19 pacientes para o Grupo II - p = 0,180). Excluídos aqueles operados com até 72 h de evolução do infarto e comparando-se os dois grupos, a mortalidade global foi de 5,9% (1 óbito em 15 pacientes para o Grupo I; 1 óbito em 19 pacientes para o Grupo II - p = 1,0). Acreditamos, baseados na literatura, que a operação de revascularização do miocárdio possa ser feita com segurança, especialmente após as primeiras 72 horas do evento isquêmico.

Ano

1999

Creators

COSTA,Wellington Araújo SANTOS,João Marcos de Vasconcellos SAMPAIO,Dielson Teixeira LOBO Jr.,Nilcio da Cunha FIGUEROA,Carlos C. Smith

Substituição valvar em idosos com biopróteses de pericárdio bovino: resultados tardios de 12 anos

O objetivo do trabalho é analisar os resultados tardios da substituição valvar em pacientes idosos com a utilização de biopróteses de pericárdio bovino no Instituto do Coração em São Paulo. No período de março de 1982 a dezembro de 1995, foram implantadas 463 biopróteses de pericárdio bovino FISICS-INCOR em 432 pacientes com idade superior a 65 anos. A idade média foi de 70,3 ± 4,3 anos e 58,1% eram do sexo masculino. Foram realizadas 286 substituições da valva aórtica, 144 da valva mitral, 16 duplas substituições mitro-aórticas e 1 tricúspide. Houve procedimentos associados em 158 (36,6%) pacientes, sendo o mais freqüente a revascularização do miocárdio (19,2%). A mortalidade hospitalar foi de 12,2% (53 pacientes), sendo 18,7% para o grupo mitral, 7,7% para o grupo aórtico e 18,8% para o mitro-aórtico. As taxas linearizadas para os eventos calcificação, tromboembolismo, rotura, escape pára-valvar e endocardite foram, respectivamente, 0,4%; 0; 0,8%; 0,1% e 0,1% pacientes-ano. A sobrevida actuarial no grupo aórtico foi de 32,4 ± 15,5% em 12 anos, livre de endocardite de 100%, livre de calcificação de 98,3 ± 1,7%, livre de rotura de 91,6 ± 4,8%, livre de escape pára-valvar de 99,5 ± 0,5% e livre de reoperação de 89,6 ± 4,9%, em 12 anos. A sobrevida actuarial no grupo mitral foi de 14,5 ± 11,5% em 12 anos, livre de endocardite de 97,8 ± 2,2%, livre de calcificação de 98,0 ± 2,0%, livre de rotura de 91,7 ± 5,0%, livre de escape pára-valvar de 100% e livre de reoperação de 87,9 ± 5,5% em 12 anos. Não houve tromboembolismo. No período pós-operatório tardio, 293 (87,7%) pacientes encontram-se em classe funcional I (NYHA). Concluímos que os resultados tardios com a utilização de biopróteses de pericárdio bovino FISICS-INCOR foram satisfatórios em pacientes idosos.

Ano

1999

Creators

BRANDÃO,Carlos Manoel de Almeida POMERANTZEFF,Pablo M. A. PUIG,Luiz Boro CARDOSO,Luís Francisco TARASOUTCHI,Flávio GRIMBERG,Max STOLF,Noedir A. G. VERGINELLI,Geraldo JATENE,Adib D.

Importância da anatomia da circulação coronária atrial na operação de Cox para controle da fibrilação atrial

Com o advento de novas técnicas cirúrgicas para o tratamento das arritmias cardíacas, em especial da fibrilação atrial, como a cirurgia de Cox, o conhecimento das características e do trajeto das artérias coronárias atriais assumiu grande importância. O objetivo deste trabalho é o estudo desta circulação e a definição dos padrões de irrigação atrial. Para tanto, utilizamos 30 corações a fresco de indivíduos sem cardiopatia prévia, cujas artérias coronárias e ramos foram visibilizados através de injeção de resina vinílica corada com tinta laca preta, seguida de cuidadosa dissecção. Após avaliação macroscópica das peças, não foram encontrados padrões de irrigação uniforme dos átrios. Porém, a artéria do nó sinoatrial (ANSA), quando analisada isoladamente, revelou não apenas padrões de origem, como também padrões de trajeto. Foram descritos 7 padrões de origem e trajeto da ANSA, considerando-se pontos de referências da estrutura anatômica dos átrios. Os padrões descritos, diferente dos encontrados por outros autores, são de fácil interpretação e de aplicabilidade direta em técnicas cirúrgicas que abordam os átrios.

Ano

1999

Creators

JATENE,Marcelo B. HERVOSO,Cristina M. TERRA,Ricardo M. GUIMARÃES,Maria Helena MONTEIRO,Rosangela JATENE,Fabio B. JATENE,Adib D.

Resultados a médio prazo da anastomose de Glenn bidirecional

Objetivos: Analisar a evolução pós-operatória dos pacientes submetidos à anastomose de Glenn bidirecional (AGB) no período de out/90 a dez/97. Casuística e Métodos: Foram submetidos à AGB, 49 pacientes com idades entre 7 meses e 25 anos (m = 4,0 ± 4,8 anos) com predomínio do sexo masculino (57,1%). Atresia tricúspide (53,1%) e ventrículo único (36,7%) foram as má formações mais freqüentes. Procedimentos paliativos prévios foram realizados em 25 (51%) pacientes sendo uma ou mais anastomoses sistêmico-pulmonares (ASP) em 23 e bandagem do tronco pulmonar (TP) em 2. A pressão média da artéria pulmonar variou de 6 a 33 mmHg (m = 13,1 ± 4,8). Circulação extracorpórea foi usada em todos casos, 24 (49%) dos quais com hipotermia profunda e parada circulatória. As ASP foram ligadas; o fluxo pela valva pulmonar foi mantido em 21 (42,9%) pacientes com o objetivo de gerar pulsatilidade no circuito pulmonar. Três pacientes com hipoplasia do ventrículo direito (VD) receberam correção biventricular associada à AGB. Estenoses importantes do TP estavam presentes em 8 pacientes e necessitaram correção concomitante. Outros procedimentos cirúrgicos foram realizados em 8 pacientes. Resultados: A mortalidade pós-operatória foi de 8,16% sendo causada por insaturação persistente (1), AVC (1), baixo débito com hipertensão pulmonar (1) e sepse (1). Idade abaixo de 2 anos foi o único fator pré-operatório que demonstrou tendência estatística influenciando na mortalidade hospitalar (p = 0,08). Outras complicações significativas ocorreram em 5 pacientes com boa recuperação, 45 pacientes foram seguidos por um período médio de 3,2 ± 1,4 anos (4 meses - 7 anos). A evolução pós-operatória foi satisfatória em 27 (60%) dos sobreviventes. Duas crianças foram reoperadas precocemente, uma para realização de ASP por insaturação tendo apresentado boa evolução e outra na tentativa de "take-down" faleceu. Houve 1 óbito tardio devido a tromboembolismo sistêmico repetido. Evolução insatisfatória foi observada em 16 pacientes, manifestada por piora progressiva da saturação arterial ou da capacidade física. Destes, 12 foram convertidos à anastomose cavopulmonar total (ACT) em um período que variou de 1 a 6 anos (m = 3,5 ± 0,6). Houve neste grupo 2 óbitos imediatos e 1 óbito tardio e os demais apresentam boa evolução. Dois pacientes aguardam conversão à ACT enquanto outros 2 não apresentam condições para conversão à ACT devido à exclusão da artéria pulmonar esquerda. Considerando os pacientes reoperados, bom resultado clínico foi obtido em 73,4% do grupo inicial.

Ano

1999

Creators

GONTIJO FILHO,Bayard FANTINI,Fernando Antônio LOPES,Roberto Max MARTINS,Cristiane CASTRO,Marcelo Frederique de DRUMOND,Leonardo Ferber VRANDECIC,Mário O.

Correção de comunicação interatrial com cirurgia minimamente invasiva em pacientes pediátricos

Visando um melhor resultado estético pode-se optar por técnicas minimamente invasivas na correção cirúrgica das cardiopatias congênitas. Entre os acessos utilizados realizamos a esternotomia parcial em 20 pacientes pediátricos para correção de comunicação interatrial (CIA). Após análise deste grupo de pacientes concluímos tratar-se de técnica cirúrgica segura, de fácil execução e com ótimo resultado estético. Não ocorreram complicações específicas relacionadas ao acesso cirúrgico.

Ano

1999

Creators

ROCHA-E-SILVA,Roberto CANÊO,Luiz Fernando LOURENÇO FILHO,Domingos D. FRANCHI,Sônia M. AFIUNE,Cristina M. C. RODRIGUES SOBRINHO,Carlos R. M. MOCELIN,Amilcar O. JATENE,Fabio B.