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Tratamento cirúrgico da síndrome da veia cava superior causado por timoma invasivo
Paciente do sexo masculino, branco, 57 anos, portador de síndrome da veia cava superior havia 3 meses, devido a timoma invasivo em mediastino médio e anterior, levando a comprometimento da veia cava superior intrínseca e extrinsecamente. Após avaliação por tomografia computadorizada e angiorressonância magnética de tórax, o paciente foi submetido à ressecção radical do timoma - derivação venosa da veia subclávia esquerda para átrio direito, com tubo de PTFE (politetrafluoroetileno). Relevante caso de timoma invasivo ocasionando a oclusão da veia cava superior. A evolução clínica, após 7 meses, foi considerada satisfatória.
2010
Rosa,George Ronald Soncini da Takizawa,Ney Schimidt,Douglas Sugita,Mitur
Transplante cardíaco em criança com miocárdio não compactado
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2010
Croti,Ulisses Alexandre Braile,Domingo Marcolino Moscardini,Airton Camacho Kozak,Ana Carolina Leiroz Ferreira Botelho Maisano
A cirurgia cardiovascular no Brasil: realizações e possibilidade
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2010
Zerbini,Euríclides de Jesus
Implante transapical de valva aórtica: resultados de uma nova prótese brasileira
OBJETIVO: A troca valvar aórtica é procedimento rotineiro com risco aceitável. Em alguns casos, a mortalidade é elevada, levando à contraindicação do procedimento, apesar dos sintomas. O implante minimamente invasivo transcateter de valva aórtica parece ser uma alternativa, reduzindo a morbi-mortalidade. O objetivo deste estudo foi o desenvolvimento e implante de nova prótese para implante transcateter. MÉTODOS: Após desenvolvimento em animais, uma prótese transcateter, balão-expansível foi utilizada em 14 casos de alto risco. O EuroSCORE médio foi de 43,7%. Quatro pacientes apresentavam disfunção de biopróteses e o restante, estenose aórtica calcificada. Todos os pacientes eram sintomáticos. Os procedimentos foram realizados em ambiente cirúrgico híbrido, sob controle ecocardiográfico e fluoroscópico. Com o uso de minitoracotomia esquerda, as próteses foram implantadas através do ápice ventricular, sob estimulação ventricular de alta frequência ou choque hemorrágico controlado, após valvoplastia aórtica. Foram realizados controles clínicos e ecocardiográficos seriados. RESULTADOS: A correta liberação da prótese foi possível em 13 casos. Uma conversão ocorreu. Não houve mortalidade operatória. O gradiente de pico médio pós-implante foi de 25 mmHg. A fração de ejeção apresentou aumento significativo após o 7º pós-operatório. Insuficiência aórtica residual não significativa esteve presente em 71% dos casos, nenhuma significativa. Não ocorreu complicação vascular periférica. Não houve necessidade de marcapasso definitivo. Um caso de acidente vascular cerebral ocorreu. A mortalidade geral foi de 42%. CONCLUSÃO: O implante transapical de valva aórtica transcateter é um procedimento possível com esta nova prótese. O comportamento hemodinâmico foi satisfatório. São necessários estudos de longo prazo e com maior poder amostral, no intuito de determinar a real eficácia e indicação do procedimento alternativo.
2010
Gaia,Diego Felipe Palma,José Honório Ferreira,Carolina Baeta Neves Duarte Souza,José Augusto Marcondes de Agreli,Guilherme Guilhen,José Cícero Stocco Telis,André Buffolo,Enio
Tratamento híbrido das doenças complexas da aorta torácica
INTRODUÇÃO: O tratamento híbrido das lesões complexas da aorta torácica (LCAT) requer a revascularização de uma ou mais artérias supra-aórticas, seguida do implante de endoprótese, com morbidade e mortalidade presumidamente mais baixas que a cirurgia convencional. OBJETIVOS: Avaliar a técnica e resultados do tratamento híbrido das LCAT. MÉTODOS: Durante dois anos, 12 pacientes com LCAT foram submetidos a procedimentos híbridos, incluindo aneurismas do arco aórtico e dissecções aórticas agudas Stanford A e B. Todos possuíam indicação de tratamento invasivo, além de zona de ancoragem proximal inadequada (menor que 20 mm). Metade era do sexo masculino e a média de idade de 55,5 anos (42 a 78). Pelo menos três fatores de risco cardiovascular estavam presentes em 75% dos pacientes. A média de seguimento foi de 10,9 meses (2 a 25), com acompanhamento clínico e tomográfico. RESULTADOS: O sucesso técnico inicial foi alcançado em 10 pacientes. Todas as derivações dos vasos supra-aórticos foram realizadas em ambiente cirúrgico e os procedimentos endovasculares em sala de radiologia vascular. A "técnica do varal" foi empregada em seis casos. Dois óbitos ocorreram nos primeiros 30 dias do procedimento. Nenhuma migração da endoprótese foi observada. Nenhum paciente apresentou paraplegia, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, hemorragia ou coagulopatia, conversão cirúrgica eletiva ou de emergência. CONCLUSÃO: O tratamento híbrido das LCAT é viável, especialmente em pacientes de alto risco. Uma adequada integração das técnicas cirúrgica e endovascular, além do acompanhamento clínico e radiológico adequado, tornam esta técnica uma ótima opção à cirurgia convencional.
2010
Ingrund,José Carlos Nasser,Felipe Jesus-Silva,Seleno Glauber de Limaco,Renán Prado Galastri,Francisco Leonardo Burihan,Marcelo Calil Cunha Filho,Carlos Edson Campos Neser,Adnan
Terapia gênica com VEGF para angiogênese na angina refratária: ensaio clínico fase I/II
OBJETIVO: Avaliar a segurança, viabilidade e efeitos iniciais, clínicos e sobre a perfusão miocárdica, da administração intramiocárdica, transtorácica, de VEGF 165 plasmidial em pacientes com doença arterial coronariana avançada e angina refratária, não passíveis de revascularização percutânea e cirúrgica. MÉTODOS: Ensaio clínico fase I/II. Treze pacientes cardiopatas isquêmicos com angina refratária apesar de tratamento medicamentoso máximo por no mínimo seis meses, não passíveis de revascularização cirúrgica ou por cateter foram submetidos a injeções intramiocárdicas de 2000µg VEGF 165 plasmidial. Os pacientes foram avaliados por cintilografia miocárdica, teste ergométrico, questionário de qualidade de vida (Minnesota) e determinação das classes de insuficiência cardíaca (NYHA) e angina (CCS). RESULTADOS: Não houve óbitos ou reintervenções. Durante o período de tratamento medicamentoso máximo, não se observou diferenças em cintilografias miocárdicas, testes ergométricos e questionários de qualidade de vida, ainda, houve tendência a piora das classes NYHA (P=0,05) e CCS (P=0,05). Três meses após intervenção, observou-se melhora dos escores cintilográficos SSS (18,38±7,51 vs. 15,31±7,29, P=0,003) e SRS (11,92±7,49 vs. 8,53±6,68, P=0,002), porém não na proporção da extensão da área de miocárdio isquêmico (23,38±13,12% vs. 20,08±13,88%, P=0,1). Houve tendência a melhora dos METs nas ergometrias (7,66±4,47 vs. 10,29±4,36, P=0,08), melhora do escore de qualidade de vida (48,23±18,35 vs. 30,15±20,13; P=0,02) e das classes NYHA (3,15±0,38 vs. 1,77±0,83, P=0,001) e CCS (3,08±0,64 vs. 1,77±0,83, P=0,001), no mesmo período. CONCLUSÕES: A terapia demonstrou-se segura e viável nesta série de pacientes. Os resultados iniciais tendem a demonstrar melhora na gravidade da angina e redução da intensidade da isquemia miocárdica.
2010
Kalil,Renato A. K. Salles,Felipe Borsu de Giusti,Imarilde Inês Rodrigues,Clarissa Garcia Han,Sang Won Sant'anna,Roberto Tofani Ludwig,Eduardo Grossman,Gabriel Prates,Paulo Roberto Lunardi Sant'anna,João Ricardo Michelin Teixeira Filho,Guaracy Fernandes Nardi,Nance Beyer Nesralla,Ivo Abrahão
Mitral valve surgery using right anterolateral thoracotomy: is the aortic cannulation a safety procedure?
INTRODUCTION: The right anterolateral thoracotomy is an alternative technique for surgical approach of mitral valve. In these cases, femoral-femoral bypass still has been used, rising occurrence of complications related to femoral cannulation. Objective: Describe the technique and results of mitral valve treatment by right anterolateral thoracotomy using aortic cannulation for cardiac pulmonary bypass (CPB). METHODS: From 1983 e 2008, 100 consecutive female patients, with average age 35 ±13 years, 96 (96%) underwent mitral valve surgical treatment in the Heart Institute of São Paulo. A right anterolateral thoracotomy approach associated with aortic cannulation was used for CPB. Eighty (80%) patients had rheumatic disease and 84 (84%) patients presented functional class III or IV. RESULTS: Were performed 45 (45%) comissurotomies, 38 (38%) valve repairs, 7(7%) mitral valve replacements, seven (7%) recomissurotomies and three (3%) prosthesis replacement. Sparing surgery was performed in 90 (90%) patients. The average CPB and clamp time were 57 ± 27 min e 39 ± 19 min, respectively. There were no in-hospital death, reoperation due to bleeding and convertion to sternotomy. Introperative complications were related to heart harvest (5%), especially in reoperations (3%). The most important complications in postoperative period were related to pulmonary system (11%), followed by atrial fibrilation (10%) but without major systemic repercussions. The mean inhospital length of stay was 8 ± 3 days. Follow-up was 6.038 patients/month. Actuarial survival was 98.0 ± 1.9% and freedom from reoperation was 81.4 ± 7.8% in 180 months. CONCLUSION: The right anterolateral thoracotomy associated with aortic cannulation in mitral valve surgery is a simple technique, reproducible and safety.
2010
Guedes,Marco Antonio Vieira Pomerantzeff,Pablo Maria Alberto Brandão,Carlos Manuel de Almeida Vieira,Marcelo Luiz Campos Grinberg,Max Stolf,Noedir Antonio Groppo
Tratamento da fibrilação atrial com ablação por ultrassom, durante correção cirúrgica de doença valvar cardíaca
OBJETIVO: Este estudo visa avaliar a eficácia do tratamento cirúrgico da fibrilação atrial com ablação por ultrassom, concomitante à cirurgia valvar mitral, em pacientes do Pronto Socorro Cardiológico de Pernambuco (PROCAPE) portadores de fibrilação atrial permanente. MÉTODOS: De março 2008 até janeiro 2009, foi realizado no PROCAPE um estudo prospectivo com 44 pacientes consecutivos, portadores de fibrilação atrial permanente e indicação de cirurgia valvar mitral. Vinte e dois pacientes foram submetidos à ablação com ultrassom no epicárdio do átrio direito (AD) e no endocárdio do átrio esquerdo (AE) concomitantemente ao reparo valvar. Os outros 22 pacientes foram submetidos ao procedimento valvar sem ablação por ultrassom. Pacientes com doença coronária diagnosticada e outras enfermidades graves foram excluídos da pesquisa. RESULTADOS: Foi observada 90% de reversão da FA a ritmo sinusal no pós-operatório imediato dos pacientes que receberam ablação por ultrassom concomitante ao reparo mitral. A evolução no pós-operatório tardio mostrou queda na permanência da reversão a sinusal, porém o grupo que recebeu intervenção ainda apresentou percentual superior a 27% em relação ao grupo controle. Dos 22 pacientes submetidos à ablação com ultrassom, 86,40% apresentaram melhora da classe funcional e não foi constatado neste grupo maior ocorrência de complicações do que no grupo que foi submetido à correção valvar sem ablação. CONCLUSÃO: Os resultados apresentados pelo estudo demonstraram que os pacientes submetidos a tratamento cirúrgico da FA, com aplicação de ultrassom concomitante à correção valvar, apresentaram vantagens em relação ao grupo controle.
2010
Lins,Rosaly Moraes Marques Lima,Ricardo de Carvalho Silva,Frederico Pires Vasconcelos Menezes,Alexandre Motta de Salerno,Pedro Rafael Thé,Emmanuel Caou Sepúlveda,Diana Albuquerque,Eugênio
Avaliação e seguimento em médio prazo em candidatos a transplante cardíaco submetidos a exercício de baixa intensidade
OBJETIVOS: Estudar o comportamento cardiovascular e segurança frente a protocolo de exercícios de baixa intensidade em pacientes com insuficiência cardíaca (IC) grave, candidatos a transplante cardíaco. MÉTODOS: Foram estudados 21 pacientes com IC grave, inscritos na lista de transplante cardíaco do Hospital Universitário da UNIFESP. Após avaliação, os pacientes foram monitorados durante a realização de protocolo de exercício com seis fases progressivas (1º membros superiores, 2º membros inferiores, 3º caminhada 35 m, 4º ½ lance de escada, 5º caminhada de 200 m e 6º 1 lance de escada), com intensidade estimada em 2 a 6 equivalentes metabólicos (1 MET = 3,5 ml de O2/kg/min.). Os pacientes foram acompanhados prospectivamente por aproximadamente 17 meses quanto à ocorrência de complicações clínicas e óbito. RESULTADOS: Dentre os pacientes estudados, três não foram capazes de realizar o protocolo completo, sendo as variáveis índice de massa corporal (IMC), pressão respiratória máxima (Pimáx e Pemáx, cmH2O) e número de internações prévias, consideradas preditivas neste subgrupo. Frente ao protocolo de exercício, a frequência cardíaca (FC, bpm), duplo produto (DP, bpm x mmHg) e escala de percepção de esforço (EP, Borg) apresentaram maior oscilação, principalmente durante a fase 5 (H"5 METS), sendo considerados os melhores marcadores relativos ao esforço. A pressão arterial (PA, mmHg) apresentou pouca oscilação. Não houve aumento da incidência de arritmias (Kappa=0,552) frente ao esforço. Observamos correlação positiva moderada entre a EP apenas na fase 6 (caminhada de 200m), com PA (r=0,4; P=0,02). Nos pacientes com desfecho óbito, foram observados valores reduzidos de PiMax na avaliação prévia. Durante o protocolo, redução da resposta de PA e maior elevação da resposta de FC. CONCLUSÃO: O comportamento cardiovascular frente ao protocolo de exercícios foi bem tolerado e seguro, mas reforça a necessidade de monitoração. Informações obtidas na avaliação clínica inicial e durante o protocolo estão associadas com a descompensação e óbito tardio, e podem auxiliar no estadiamento destes pacientes.
2010
Yoshimori,Darlene Yuri Cipriano Jr.,Gerson Mair,Vanessa Branco,João Nelson Rodrigues Buffolo,Enio
Perfil clínico-cirúrgico de pacientes operados por ruptura do septo interventricular pós-infarto do miocárdio
OBJETIVOS: Estudar características clínicas, complicações e desfechos intra-hospitalares de pacientes operados por ruptura do septo interventricular pós-infarto. MÉTODOS: Estudo retrospectivo envolvendo 21 pacientes entre janeiro/1996 e junho/2009. Todas as operações foram realizadas na Divisão de Cirurgia Cardiovascular do Complexo Hospitalar HUOC/PROCAPE. RESULTADOS: Idade média dos pacientes foi de 62,81 anos (± 8,21), sendo 61,9% (n=13) do sexo masculino. Ruptura ocorreu, em média, 4,8 dias após o infarto. Foi observado choque cardiogênico em 57,1% (n=12) dos casos, sendo este fator de risco para óbito (100% com choque vs. 22,2% sem choque; P<0,001). Sobreviventes apresentaram média de fração de ejeção maior em comparação aos óbitos (66,29% ± 4,61% versus 42,71% ± 4,79%; P<0,001). Todos pacientes foram classificados em alto risco pelo EuroSCORE, tendo os sobreviventes média de pontuação menor em comparação aos óbitos (6,57 ± 0,53 versus 10,93 ± 2,23; P<0,001). A maioria (76,2%; n=16) dos pacientes teve necessidade de uso de drogas vasoativas e 57,1% (n=12) foram considerados instáveis hemodinamicamente. Necessidade de drogas vasoativas foi fator de risco para óbito (81,3% no grupo com drogas vasoativas versus 20% no grupo sem drogas vasoativas, P=0,025). Instabilidade hemodinâmica também foi fator de risco para óbito (100% no grupo instável versus 22,2% no grupo estável; P<0,001). A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 66,7% (n=14). CONCLUSÕES: Necessidade de drogas vasoativas, instabilidade hemodinâmica e choque cardiogênico se associaram com maiores taxas de mortalidade. Pacientes que evoluem com desfecho adverso apresentam menor função ventricular e maior pontuação no EuroSCORE. A taxa de mortalidade permanece alta.
2010
Sá,Michel Pompeu Barros de Oliveira Sá,Marcus Villander Barros de Oliveira Barbosa,Caio Henrique Silva,Niedjon Peixoto de Carvalho Escobar,Rodrigo Renda de Rueda,Fábio Gonçalves de Silva,Frederico Pires Vasconcelos Lima,Ricardo de Carvalho
Lactato sérico como marcador de morbimortalidade no pós-operatório de operação de Jatene em lactentes
OBJETIVO: Avaliar a morbidade e mortalidade após a operação de Jatene utilizando a dosagem de lactato sérico como principal marcador. MÉTODOS: Foi realizada uma coorte histórica com lactentes da UTI no período de 1995 a 2005 submetidos a essa cirurgia. Foram avaliados o lactato do pré-operatório, pós-operatório imediato (POI), da terceira hora de PO (3ªh), sexta hora (6ªh) de PO e do 1º dia de PO; bem como outros fatores como sepse, sangramento aumentado, síndrome de baixo débito, insuficiência renal, hipertensão pulmonar, arritmias cardíacas, quilotórax, isquemia miocárdica, convulsões e outras complicações. Também foram coletadas informações referentes ao tempo de internação na UTI e ao desfecho (se o paciente morreu ou teve alta da UTI). RESULTADOS: A média de idade dos 76 pacientes foi de 14,59 ± 19,09 dias, peso ao nascimento de 3,128 ± 0,48 kg. Quarenta e quatro pacientes tinham o diagnóstico anatômico exclusivo de transposição de grandes artérias. O tempo médio de CEC foi de 143,78 ± 28,77 minutos, de pinçamento de 87,68 ± 22,3 minutos e de internação na UTI de 20,28 ± 15,62 dias. Vinte quatro (31,58%) pacientes foram a óbito. O lactato aumentou no POI, retornando aos níveis basais em 24h. Os pacientes que foram a óbito apresentaram e mantiveram a partir do POI níveis de lactato mais elevados. O lactato da 3ªh foi o que melhor discriminou mortalidade, área sob a curva 0,68 (IC 0,54-0,83) P=0,035. Entretanto, considerando um ponto de corte para o lactato maior ou igual a 5,8 mmol/dl na 3ªh de PO, obteve-se apenas sensibilidade de 67% e especificidade de 64% para mortalidade. Existe correlação positiva entre o número de complicações e os níveis de lactato. A síndrome de baixo débito com odds ratio (OR) de 7,67 (2,38-24), sangramento aumentado com OR de 2,91 (1,07-7,94) e complicações respiratórias com OR de 1,67 (1,35-2,05) são fatores de risco de óbito quando somados. CONCLUSÃO: Após a operação de Jatene, a morbidade e a mortalidade podem ser avaliadas com auxílio da dosagem de lactato sérico, sugerindo que valores aumentados na terceira hora são sugestivos de pior prognóstico.
2010
Rocha,Taís Sica da Silveira,Alan Soares da Botta,Aline Medeiros Ricachinevsky,Cláudia Pires Mulle,Lisiane Dalle Nogueira,Aldemir
Influência da atividade física no tempo livre em pacientes no seguimento de até dois anos após CRM
OBJETIVO: Verificar a influência da atividade física no tempo livre (AFTL) no prognóstico dos pacientes até dois anos após a cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM). MÉTODOS: Coorte com 202 pacientes, idade média de 62 ± 10 anos, sendo 134 (66%) homens, encaminhados para CRM, divididos em ativos e sedentários, conforme a AFTL. Acompanhados até dois anos após CRM onde foi verificada a ocorrência de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) e as modificações na prática da atividade física. RESULTADOS: Trinta e oito apresentaram ECAM, 29 eram sedentários e nove ativos (P= 0,18). Ativos: três (4,5%) reinternações, três (4,5%) óbitos e dois (3%) acidente vascular cerebral (AVC). Sedentários: sete (5,1%) infarto agudo do miocárdio (IAM), sete (5,1%) reinternações, 16 (11,6%) óbitos e um (0,7%) AVC. AFTL diminuiu do pré para o pós-operatório. Ativos: 2,53 (±0,73) e 2,33 (±0,71); sedentários: 2,09 (±0,58) e 2,08 (±0,57). Atividade de lazer e locomoção diminuiu do pré para o pós-operatório nos ativos: 2,53 (±0,73) e 2,27 (±1,12) e aumentou nos sedentários 2,08 (±1,09) e 2,13 (±0,78). O teste de caminhada de 6 minutos (TC6) aumentou no pré e pós-operatório em ativos 337 (±172,42) e 405 (±148,93) e sedentários 255 (±167,06) e 377 (±190,63). O Veterans Specific Questionaire Activity (VSAQ) aumentou do pré para o pós-operatório em ativos 4,44 (±1,82) e 8,50 (±3,16) e sedentários 4,39 (±1,80) e 6,99 (±3,08). CONCLUSÃO: AAFTL não modifica o prognóstico tardio dos pacientes submetidos a CRM. A CRM promove a atividade física e melhora a capacidade funcional dos pacientes em longo prazo.
2010
Martini,Marcio Roberto Barbisan,Juarez Neuhaus
Uso de stents farmacológicos na "vida real": a importância dos registros
Nas últimas décadas, a eficácia e a segurança dos stents não-farmacológicos (SNF) e dos stents farmacológicos (SF) têm sido demonstradas em muitos ambientes clínicos diferentes, levando ao seu uso em mais de 75% de procedimentos no mundo todo. Comparados aos SNF, os SF mostraram menores taxas de reestenose angiográfica e revascularização do vaso-alvo. Esse benefício foi inicialmente demonstrado em estudos que excluíram pacientes com lesões mais complexas, tais como aquelas com vasos mais calibrosos ou finos, oclusão crônica, lesões bifurcadas, reestenose de stent, lesões longas e do tronco da coronária esquerda. Essa população do "mundo real" tem sido recentemente avaliada em muitos registros e meta-análises que são aqui revisados.
2010
Ribeiro,Expedito E. Ribeiro,Henrique Barbosa
Efeitos do treinamento resistido sobre a pressão arterial de idosos
O processo de envelhecimento reduz drasticamente a massa, a força e a potência musculares, diminuindo a capacidade de execução das atividades da vida diária. A prática de exercícios resistidos pode reverter esse quadro, auxiliando na manutenção da massa muscular e melhorando sua força e resistência. No entanto, o envelhecimento ocasiona alterações cardiovasculares, que podem resultar em aumento nos níveis de pressão arterial de repouso, sendo importante analisar os efeitos do exercício resistido sobre a pressão arterial de indivíduos idosos. O objetivo deste estudo é avaliar o conhecimento científico existente sobre as respostas da pressão arterial aos exercícios resistidos e seus mecanismos em idosos. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica baseada nas literaturas portuguesa e inglesa relacionadas ao tema. Com base nos estudos encontrados, o corpus atual, embora escasso e controverso, sugere que, de forma crônica, os exercícios resistidos podem ter efeito hipotensor em indivíduos idosos. Entretanto, esse efeito ocorre, principalmente, em idosos normotensos e com o treinamento de baixa intensidade. Os mecanismos envolvidos nessa resposta hipotensora ainda precisam ser elucidados. Embora o treinamento resistido esteja sendo recomendado para idosos e haja alguns indicativos de que ele possa ter efeito hipotensor crônico, ainda há carência de dados científicos e muitas controvérsias sobre o assunto, o que evidencia que este ainda é um campo aberto à investigação.
2010
Queiroz,Andréia Cristiane Carrenho Kanegusuku,Hélcio Forjaz,Cláudia Lúcia de Moraes
Miocárdio não compactado, Doença de Chagas e disfunção: relato de caso
Relatamos a associação entre a cardiopatia associada ao miocárdio não compactado do ventrículo esquerdo (MNCVE) à cardiopatia chagásica crônica (CCC) em paciente com clínica de insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral isquêmico e arritmia cardíaca. As imagens típicas de MNCVE e CCC foram documentadas pela ressonância magnética cardíaca (RMC).
2010
Mello,Ronaldo Peixoto de Szarf,Gilberto Nakano,Edson Dietrich,Cristiano Cirenza,Claudio Paola,Angelo A.V. de
O impacto do CPAP na reabilitação cardíaca de pacientes com ICC: relato de caso
A insuficiência cardíaca congestiva é uma patologia que limita a função física do paciente. Neste estudo foi analisada uma paciente, realizando um programa de reabilitação cardíaca associado à pressão positiva contínua nas vias aéreas, aferindo-se antes do estudo e após 6 semanas, o teste de caminhada de 6 minutos (TC6M), questionário de qualidade de vida e ecocardiograma. A paciente aumentou a distância no TC6M de 152,5 m para 520,44 m. O questionário Minnesota reduziu de 62 para 18. A fração de ejeção subiu de 33% para 36%. Na paciente estudada a conduta melhorou o desempenho físico e a qualidade de vida.
2010
Costa,Murillo Frazão de Lima e Barros,Matheus Pires de Lima,José Hariston Morais
Utilização do teste de caminhada de 6 minutos no manejo da hipertensão pulmonar
O teste de caminhada de 6 minutos (T6) é utilizado na avaliação de doenças cardiopulmonares por sua capacidade prognóstica, facilidade de realização e reprodutibilidade. A hipertensão pulmonar (HP) é definida e classificada como uma consequência hemodinâmica que leva ao aumento da pressão arterial pulmonar, podendo resultar em uma falência ventricular direita e com consequente morte. Este relato de caso retrata a indicação do T6 pela equipe de cardiologia de um hospital universitário como forma de controle funcional de um paciente com HP, pós-introdução e início da terapêutica.
2010
Fumagalli,Elize Ribeiro,Maria ângela de Oliveira Ferreira,Mariana Simões Santos,Camila Isabel da Silva
Fechamento primário do pericárdio em cirurgia cardíaca: uma opção segura?
OBJETIVO: O fechamento primário do pericárdio pode reduzir o índice de lesão cardíaca durante as reoperações, principalmente do ventrículo direito, vasos da base e enxertos coronarianos. No entanto, a preocupação com as repercussões hemodinâmicas tem evitado a utilização da técnica por grande parte dos cirurgiões. MÉTODOS: Foram estudados trinta pacientes operados consecutivamente que tiveram o pericárdio fechado primariamente, denominados Grupo A. O grupo controle, Grupo B, sem o fechamento do pericárdio, foi constituído de outros 18 pacientes. Foram avaliados: telerradiografia de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma e dosagem de enzimas cardíacas (somente no caso de revascularização do miocárdio), todos os exames, tanto pré quanto pós-operatórios. RESULTADOS: Os pacientes operados, apesar de considerados de baixo risco cirúrgico, não apresentaram complicações (infarto agudo do miocárdio, AVC, sangramento ou tamponamento cardíaco). Foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos, principalmente nos parâmetros do ecocardiograma e no índice cardiotorácico, sem repercussão clínica. CONCLUSÃO: O fechamento primário do pericárdio mostrou-se uma técnica simples para facilitar e reentrada no mediastino em uma reoperação. Contudo, é necessário observar as possíveis alterações hemodinâmicas inerentes ao método, embora nesta série não tenha apresentado repercussão clínica.
2010
Dantas,Carlos Eduardo Pereira Sá,Mauro Paes Leme de Bastos,Eduardo Sergio Magnanini,Monica M. F
Teste farmacológico pré-implante na hipertensão pulmonar elevada e fixa em candidatos a transplante heterotópico
OBJETIVOS: Avaliar a pressão da artéria pulmonar, nos momentos que precedem ao transplante, e verificar se o nitroprussiato de sódio pode possibilitar a conversão para técnica ortotópica. MÉTODOS: Entre 1992 e 2007, foram realizados 228 transplantes e esta sistemática foi empregada em sete pacientes que apresentavam na avaliação hemodinâmica pré-operatória: Pré NP (mmHg) Pós NP (mmHg) Pressão Sistólica Arterial Sistêmica (PSAS) 108 - 78 (101,7 ±10,9) 90 - 74 (79,5 ± 15,2) Pressão Sistólica Arterial Pulmonar (PSAP) 88 - 51 (69,8 ± 13,2) 70 - 40 (57,8 ± 9,9) Gradiente Transpulmonar (GTP) 16 11 (14,2 ± 1,7) 14 - 11 (12,4 ± 1,2) Resistência Vascular Pulmonar (RVP/w) 7,9 - 4,8 (6,2 ± 1,0) 5,9 - 4,1 (5,0 ± 0,8). RESULTADOS: Os achados intra-operatórios foram: Pré NP (mmHg) e Pós NP (mmHg), repectivamente, PSAS 91-78 (8,5 ± 5,2) e 65-59 (63,8 ± 4,2) (P = 0,017), queda 19,9%, Queda 29,3%; PSAP 71-52 (61,8 ± 6,1) e 43-32 (37,5 ± 3,3) (P = 0,018), queda 28%, Queda 41% Diante destes dados, os pacientes foram transplantados pela técnica ortotópica, não sendo constatada mortalidade a curto e a longo prazo em evolução de 5 meses a 6 anos. CONCLUSÃO: A aplicação desta metodologia permitiu a conversão da técnica heterotópica para ortotópica, com bons resultados imediatos e tardios.
2010
Dinkhuysen,Jarbas Jakson Cipullo,Reginaldo Contreras,Carlos Finger,Marco Aurélio Manrique,Ricardo Magalhães,Helio M Chaccur,Paulo Rossi,João
Avaliação do comportamento biológico de homoenxertos valvares pulmonares descelularizados: estudo experimental em ovinos
INTRODUÇÃO: Não havendo um substituto valvar ideal, os homoenxertos criopreservados são considerados uma boa opção, pelo excelente perfil hemodinâmico, baixa incidência de tromboembolismo, resistência a infecções e durabilidade a médio prazo. Porém, estão sujeitos à progressiva degeneração, especialmente em crianças e adultos jovens. Sua antigenicidade desencadeia uma resposta imunológica que contribui para sua degeneração, calcificação e falência. Para diminuir esta antigenicidade, desenvolveu-se o processo de descelularização. Pela ação de detergentes e enzimas, este processo remove os componentes celulares do homoenxerto, diminuindo sua imunogenicidade e, provavelmente, retardando sua degeneração. OBJETIVO: O objetivo deste estudo, experimental e descritivo, é analisar o comportamento histológico e funcional de homoenxertos pulmonares ovinos descelularizados (H-descel) por uma nova solução, composta principalmente de dodecil sulfato de sódio a 0,1% e desenvolvida na PUCPR. Para caracterizar este comportamento, serão avaliados o repovoamento celular, a ocorrência de calcificação e a função valvar ao ecocardiograma. MÉTODOS: A amostra foi constituída de oito ovinos, submetidos ao implante de H-descel em posição ortotópica, através de uma toracotomia esquerda, com auxílio de circulação extracorpórea. Os animais foram acompanhados clinicamente e por ecocardiogramas periódicos até o explante, realizados em prazos predefinidos para cada dois animais: sete, 30, 90 e 180 dias. A análise histológica foi realizada por colorações Hematoxilina-eosina, Pentacrômio de Movat e Alizarina Red. RESULTADOS: Todos os animais sobreviveram ao procedimento e atingiram seus períodos de seguimento. Não houve insuficiência ou estenose destes enxertos ao ecocardiograma. Os animais submetidos aos explantes em 90 e 180 dias tiveram significativos ganhos ponderais e estes H-descel aumentaram de diâmetro, sem desenvolver insuficiência. À histologia, todos mantiveram a organização de sua matriz extracelular, foram progressivamente repovoados e não apresentaram calcificação. CONCLUSÃO: Neste modelo experimental, os H-descel mostraram-se excelentes substitutos valvares a médio prazo.
2010
Navarro,Fábio Binhara Costa,Francisco Diniz Affonso da Mulinari,Leonardo Andrade Pimentel,Gustavo Klug Roderjan,João Gabriel Vieira,Eduardo Discher Noronha,Lúcia de Miyague,Nelson Itiro