Repositório RCAAP

Monocitose é um marcador de risco independente para a doença arterial coronariana

OBJETIVOS: Inflamação e ativação das células do sistema imunológico têm participação importante na patogênese da aterosclerose. Este estudo analisa o leucograma que incluiu neutrófilos, eosinófilos, linfócitos, monócitos e basófilos dos pacientes com doença arterial coronariana (DAC) crônica e no infarto agudo do miocárdio (IAM). MÉTODOS: Analisamos o leucograma de 232 pacientes não-diabéticos, com idade entre 15 e 88 anos. A DAC estava presente em 142 pacientes (57 com DAC estável e 85 com IAM), diagnosticada angiograficamente, comparada a 90 indivíduos-controle. Os grupos controle e DAC foram comparáveis para a idade, índice de massa corpórea, antecedentes familiares, tabagismo, hipertensão, HDL e LDL (todas variáveis com p > 0,25). RESULTADOS: A análise univariada mostrou maior prevalência de leucocitose na DAC, sendo maior nos pacientes com IAM quando comparados com a DAC estável. O mesmo comportamento foi observado para os monócitos. Porém, a distribuição foi semelhante para as demais células do hemograma. A análise multivariada pelo método da regressão logística, utilizando-se os modelos stepwise (todas variáveis) e backward (p < 0,25), mostrou que a monocitose foi variável independente para DAC e para o IAM. CONCLUSÃO: O número de monócitos, um dos mais importantes componentes do processo inflamatório na placa aterosclerótica, foi um marcador de risco independente para a DAC e para o IAM.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Afiune Neto,Abrahão Mansur,Antonio de Pádua Avakian,Solange Desirée Gomes,Everly P. S. G. Ramires,José Antonio F.

Aplicações clínicas do peptídeo natriurético do tipo B

No summary/description provided

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Villacorta Júnior,Humberto Mesquita,Evandro Tinoco

Evolução clínica de pacientes com síncope neurocardiogênica (SNC) após suspensão da terapia específica

OBJETIVO: Avaliar a evolução clínica de pacientes com SNC após a suspensão do tratamento farmacológico e investigar as possíveis variáveis clínicas preditivas de recidiva. MÉTODOS: Trinta e sete pacientes (média de idade de 31 ± 16 anos) com SNC recidivante refratária, dos quais 19 eram mulheres, foram estudados prospectivamente. Todos os pacientes estavam assintomáticos e apresentaram teste de inclinação ortostática (TI) negativo após a introdução da terapia farmacológica. Um novo TI foi realizado um mês após a suspensão do tratamento. A probabilidade livre de sintomas foi analisada de acordo com sexo, idade, número de síncopes prévias ao tratamento, tempo de história clínica, tempo de tratamento, resultado do TI após interrupção do tratamento e período sem medicação. RESULTADOS: Vinte e dois pacientes (59%) apresentaram recidiva durante um acompanhamento médio de 21 ± 19,7 meses. As variáveis relacionadas com maior recidiva foram número de síncopes anteriores (p = 0,0248), TI positivo após a suspensão da terapia (p = 0,0002) e sexo feminino (p = 0,0131). CONCLUSÕES: A maior parte dos pacientes altamente sintomáticos com SNC apresenta recidiva após a supressão do tratamento. A realização do TI após a suspensão do tratamento pode identificar os pacientes com maior risco de recidiva, sobretudo durante o primeiro ano de acompanhamento.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Bastos,Silvana Scanavacca,Mauricio Darrieux,Francisco Ludovice,Ana Cristina Sosa,Eduardo Hachul,Denise Tessariol

Aspectos técnicos da cateterização do seio coronariano baseada no componente atrial do eletrograma intracavitário e anatomia radiológica durante o procedimento de implante de marcapasso biventricular

OBJETIVO: Apresentar uma proposição técnica baseada na experiência de 130 implantes utilizando técnica simplificada para cateterização do seio coronariano, baseada no componente atrial do eletrograma intracavi-tário e anatomia radiológica. MÉTODOS: De outubro de 2001 a outubro de 2004 foram realiza-dos 130 implantes de marcapasso biventricular, utilizando-se anatomia radiológica e observação de eletrograma intracavitário, com prioridade ao componente atrial. RESULTADOS: O implante do sistema, utilizando-se a estimulação do ventrículo esquerdo via seio coronariano, não foi possível em 8 pacientes. Em 12 pacientes foram observadas dificuldades na canulação do óstio coronário e em 15 pacientes observaram-se dificuldades de progressão do eletrodo através do seio coronariano. O tempo médio de utilização de radioscopia foi de 18,69 min. CONCLUSÃO: A técnica de implante, utilizando a morfologia do componente atrial do eletrograma intracavitário e anatomia radiológica, demonstrou ser pouco trabalhosa, segura e eficaz para canulação do óstio do seio coronariano, necessitando de reduzido tempo de radioscopia.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Souza,Fernando Sérgio Oliva de Mortati,Nicola Luciano Braile,Domingo Marcolino Vieira,Reinaldo Wilson Rojas,Salomon Ordinola Rabelo,Alessandre Caputo Souza,Januário Manuel de Oliveira,Sérgio Almeida de

Tratamento cirúrgico da embolia pulmonar maciça aguda

A embolia pulmonar maciça é uma afecção que exige diagnóstico e tratamento precoces, com a finalidade de reduzir a morbi-mortalidade, neste grave grupo de pacientes. No período compreendido entre janeiro de 1984 e dezembro de 1992, foram submetidos a tromboembolectomia por cirurgia 8 pacientes, acometidos de embolia pulmonar maciça. A idade variou de 36 a 70 anos com média de 56,6 anos, sendo 6 do sexo masculino. Destes, 6 (75%) tinham antecedentes cirúrgicos recentes: revascularização do miocárdio em 3, lipoaspiração abdominal em 2 e hemorroidectomia em 1. Todos apresentavam níveis importantes de hipóxia, com paO2 arterial, média de 55 mm/Hg. O diagnóstico foi confirmado em 6 (75%) por angiografia pulmonar, com comprometimento arterial pulmonar superior a 70%, e por cirurgia em 2. O tratamento instituído foi a tromboembolectomia com circulação extracorpórea. O tempo transcorrido entre o início dos sintomas e a realização da operação (T) variou de 2 horas a 72 horas, com média de 18,5 horas. Na evolução hospitalar, 4 (50%) faleceram, sendo que 2 haviam apresentado parada cardíaca prévia. As causas de óbito foram: síndrome de angústia respiratória do adulto, 1; infecção pulmonar, 1; coma neurológico, 1; insuficiência miocárdica, 1. Os 4 sobreviventes que tiveram boa evolução apresentaram T médio de 3,5 horas, bem inferiores aos que faleceram, cujo T médio foi de 33,5. As cintilografias feitas entre o 2º e o 7º mês de pós-operatório mostravam apenas discretas alterações na perfusão pulmonar. Na evolução tardia de 31 a 84 meses, 3 pacientes estão assintomáticos e 1 apresenta dispnéia aos grandes esforços. Baseados neste pequeno grupo podemos inferir: 1) a parada cardíaca prévia foi causa de mau prognóstico; 2) a precocidade de diagnóstico e tratamento foi fator preditivo de bom prognóstico; 3) a alta mortalidade justifica-se pela gravidade dos pacientes; 4) os pacientes sobreviventes apresentam boa evolução a longo prazo.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Abdulmassih Neto,Camilo Barbosa,Marcos A. O Piegas,Leopoldo S Chaccur,Paulo Dinkhuysen,Jarbas J Salerno,Pedro R Arnoni,Antoninho S Paulista,Paulo P Souza,Luiz Carlos Bento de Jatene,Adib D

Tratamento cirúrgico concomitante de coarctação de aorta e lesões intracardíacas por esternotomia mediana

A associação de lesões intracardíacas com coarctação de aorta (CoAo) pode ser tratada cirurgicamente em dois tempos, ou em um único procedimento por toracotomia medioesternal, sem que haja, necessariamente, aumento do risco operatório. No período de junho de 1988 a dezembro de 1992, 22 crianças (cças) foram operadas através deste acesso cirúgico. A idade variou de 12 dias a 18 anos (48,9m), sendo 12 do sexo masculino. Todas apresentavam CoAo de importante repercussão, associada a diferentes lesões intracardíacas, a saber: CIV em 12 cças (6 isoladas; 3 com estenose mitral e sub-aórtica; 2 com estenose sub-aórtica e 1 com insuficiência mitral);estenose aórtica e sub-aórtica em 5 cças; estenose mitral em 2 cças. Todas as cças foram operadas por toracotomia medioesternal com suporte de circulação extracorpórea e hipotermia profunda, reparaando-se, em primeiro lugar, a CoAo e, em seguida, a lesão intracardíaca. Em 17 cças, a zona coarctada foi ressecada e realizada anastomose término-terminal; em 4, utilizou-se flap de artéria subclávia esquerda e, em 1 cça, a CoAo foi corrigida com interposição de tubo de Dacron. Não foram observados óbitos nesse grupo e as principais complicações imediatas foram síndrome de baixo débito em 3 cças; pneumonia em 2 cças. Em um período de evolução de 1 a 50m (17,7 m), 16 cças estão bem e assintomáticas; 4 apresentaram sintomas dolorosos incaracterísticos e 2 cças tiveram seu seguimento perdido. No mesmo período, após avaliação por ecocardiograma, não se observou CoAo residual. Em conclusão, o tratamento cirúrgico concomitante se mostrou eficiente em cças de diferentes idades e com diferentes lesões, com baixa morbidade e sem mortalidade no grupo estudado.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Jatene,Marcelo B Ostoa,David Dias,Carlos A Riso,Arlindo A Barbero-Marcial,Miguel Ebaid,Munir Jatene,Adib D

Análise dos fatores de risco na correção cirúrgica do defeito septal atrioventricular de forma total

Pacientes com defeito septal atrioventricular de forma total (DSAVT) freqüentemente apresentam insuficiência cardíaca intratável e hipertensão arterial pulmonar nos primeiros meses de vida, e apenas uma minoria sobrevive sem tratamento cirúrgico precoce. Por essa razão, indica-se a correção definitiva para alterar favoravelmente a história natural da doença. Entretanto, vários fatores são responsáveis pela alta mortalidade cirúrgica. O presente trabalho estuda a experiência na correção cirúrgica do DSAVT com o objetivo de identificar alguns fatores de risco estatisticamente significativos para a ocorrência de morte operatória. Analisaram-se, retrospectivamente, 52 pacientes submetidos, entre janeiro de 1974 e dezembro de 1990, a cirurgia definitiva para correção de DSAVT no Royal Brompton and National Heart and Lung Institute, sendo estudadas as seguintes variáveis: idade, peso, sexo, ano da operação, presença de síndrome de Down, grau de regurgitação da valva AV, bandagem prévia do tronco pulmonar, presença de anomalias associadas, pressão sistólica pulmonar, duplo orifício mitral, classificação do defeito segundo Rastelli, emprego de parada circulatória e técnica de correção (1 x 2 retalhos). Todos os fatores foram avaliados isoladamente, mediante a análise univariada. Para determinar quais os fatores que, independentemente da ação de outros, contribuíram significativamente para maior mortalidade cirúrgica, foi utilizada a análise multivariada com regressão logística. A análise multivariada demonstrou que o baixo peso na época da operação e a técnica de correção com um retalho aumentam significativamente a mortalidade cirúrgica.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Saadi,Eduardo Keller Shore,Darryl Lincoln,Christopher

Tipos de circulação e predominância das artérias coronárias em corações de brasileiros: morphometric study

O conhecimento anatômico do tipo de circulação, com a identificação da dominância das artérias coronárias na irrigação do coração, apresenta grande interesse clínico e cirúrgico, devido a que variações nessa irrigação ocasionam diferentes graus de gravidade em casos de obstrução. Foram estudados 50 corações retirados de indivíduos adultos, de ambos os sexos e diferentes raças, nos quais as artérias coronárias foram dissecadas, visando identificar o tipo de circulação. Realizamos, ainda, estudo morfométrico em corações cujo peso médio foi 291 gramas e altura ventricular média de 97 mm. Em 72% dos corações estudados havia dominância da direita, 16% circulação balanceada e 12% dominância da esquerda. Identificamos o número de ramos que ultrapassam a crux cordis, sendo o mínimo de um ramo e o máximo de cinco ramos, com valor médio de 2,2 nos casos de dominância da direita e em apenas dois corações um ramo (em cada um) nos 8 de dominância da esquerda. Em 50% dos corações estudados o ramo interventricular anterior ultrapassa o ápice cardíaco, atingindo a sua face diafragmática.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Falci Júnior,Renato Cabral,Richard Haiti Prates,Nadir Eunice Valverde B. de

Aneurisma subanular mitral: correção cirúrgica

O aneurisma subanular mitral é doença pouco conhecida em nosso país. Foi descrita, inicialmente, e é vista com maior freqüência na população negra das regiões sul e oeste da África. Parece relacionar-se a uma fraqueza da parede ventricular na área de implantação da cúspide posterior da valva mitral, levando à insuficiência dessa valva. É relatado o caso de homem de 20 anos, branco, com queixa de dispnéia e taquicardia. Foi internado devido a evolução para classe funcional IV. Após compensação clínica, apresentava, ainda, sopro sistólico (+++/++++) em área mitral. A radiografia de tórax mostrou aumento da área cardíaca (+++/++++) às custas de átrio e ventrículo esquerdo. O ecocardiograma, além do aumento dessas câmaras, revelou dilatação aneurismática na região posterior do ventrículo esquerdo, justa-valvar em relação à valva mitral, com sinais de incompetência severa, assim como a cineangiocardiografia. Submetido a cirurgia em 20/10/86, quando foi realizada ressecção do aneurisma, utilizando-se placas de pericárdio bovino para reconstrução. Foi feita, também, troca de valva mitral por válvula biológica. O paciente evoluiu bem, tendo recebido alta hospitalar no oitavo dia de pós-operatório. Atualmente, é assintomático, o ecocardiograma de controle revelou correção cirúrgica satisfatória.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Pêgo-Fernandes,Paulo M Amato,Marisa Moreira,Luíz Felipe P Dallan,Luís Alberto Stolf,Noedir A. G

Revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea: resultados imediatos

A cirurgia de revascularização do miocárdio sem uso de circulação extracorpórea (CEC) foi realizada por TRAPP &amp; BISARYA14, na década de 70. Coube, entretanto, a BUFFOLO et alii2, 3 em nosso meio, e a BENETTI et alii¹, na Argentina, o seu uso sistemático, a sua padronização e recomendação, como uma alternativa válida e segura. Com o objetivo de avaliar a reprodutibilidade da técnica, morbidade e mortalidade, as dificuldades técnicas e as possibilidades de incorporá-las à rotina, os autores apresentam os resultados obtidos em 182 pacientes submetidos a revascularização do miocárdio com pontes de veia safena e/ou torácica interna sem a utilização do sistema de circulação extracorpórea. Foram operados por esta técnica 182 pacientes; 128/182 (70,3%) do sexo masculino e 54/128 (29,7%) do feminino, cujas idades variaram de 40 a 79 anos (m=58,8 anos), com lesões das artérias coronárias: interventricular anterior (IA), direita (CD), diagonal (DI) e marginal (MG). Foram revascularizadas 277 artérias: a IA 159/277 (57,4%), a CD 62/277 (22,4%), a DI 44/277 (15,9%) e a MG 12/277 (4,3%). A artéria torácica interna esquerda foi utilizada em 60 (21,7%) vezes e a veia safena 217/277 (78,3%). O tempo de isquemia variou de 5 a 33 minutos, com média de 14 minutos. Como complicações na série estudada foram observadas: espasmo coronário em 6/182 (3,3%), infarto agudo do miocárdio em 3/182 (1,6%), sangramento em 2/182 (1,1 %), embolia pulmonar em 2/182 (1,1%) e mediastinite em 1/182 (0,6%). Cinco/182 (2,7%) pacientes foram a óbito no período de pósoperatório imediato, sem relação com a técnica utilizada. Os autores concluem que a técnica pode ser realizada em casos selecionados, com segurança e bons resultados pela maioria dos cirurgiões. A técnica reduz os custos da operação e, em alguns subgrupos (idosos, portadores de doenças sistêmicas), pode ser a melhor alternativa.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Lima,Ricardo de Carvalho Escobar,Mozart Wanderley Neto,José Torres,Luís Daniel Elias,Décio O Mendonça,José Teles de Lagreca,Ricardo Dellassanta,Renato Granja,Luis Gonzaga Farias,Mônica Gama,Hemerson

Proteção cerebral no tratamento cirúrgico dos aneurismas do arco aórtico: estudo experimental em cães

Os autores realizaram estudo experimental comparativo entre dois métodos de proteção cerebral utilizados na abordagem cirúrgica dos aneurismas do arco aórtico, avaliando a sua eficácia. Os métodos comparados foram a hipotermia sistêmica profunda isolada (menor que 20ºC) com pinçamento arterial braquiocefálico e a hipotermia sistêmica profunda associada à perfusão carotídea seletiva. Dois grupos de 15 cães cada foram submetidos, respectivamente, a hipotermia sistêmica profunda com pinçamento arterial braquiocefálico (GRUPO I) e a hipotermia sistêmica profunda associada a perfusão seletiva da carótida direita (GRUPO II). Foram colhidas amostras seriadas de sangue para análise das alterações metabólicas de pH e PaCO2 que ocorreram no retorno venoso cerebral, aferidas na veia jugular interna, bem como as alterações histopatológicas encontradas com 45 min, 90 min e 135 min de cada procedimento. Os resultados demonstraram que, apesar de ambos os métodos de proteção cerebral serem eficazes por um período de 45 minutos, o método utilizado no GRUPO II mostrou ser superior em períodos de até 90 minutos. Em períodos de 135 minutos os métodos tiveram resultados semelhantes, não oferecendo proteção cerebral adequada.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Murad,Henrique Lopes,Gaudêncio E Jazbik,Antônio de Pádua Bastos,Eduardo Sérgio Brito,João de Deus e Feitosa,José L Giambroni Filho,Rubens Nascimento,Francisco José do Palhares,Márcia S Gomes,Eliane C

Controle ácido-básico na hipotermia

O emprego da hipotermia profunda tem se constituído, atualmente, numa Importante estratégia para melhoria da qualidade técnica e resultados em cirurgia cardiovascular. A hipotermia reduz os danos teciduais induzidos pela isquemia por diminuir o metabolismo e preservar os fosfatos energéticos. A regulação do pH tecidual durante a hipotermia é fundamental para a manutenção da homeostasia celular, já que a hipotermia induz alterações desse pH pela mudança provocada na constante de dissociação da água. A questão do melhor manuseio dos gases sangüíneos durante a hipotermia induzida tem sido objeto de controvérsia. Duas abordagens têm sido preconizadas para o manejo das alterações iónicas durante a hipotermia. A regulção pH-stat envolve a manutenção do pH constante de 7,40 em todas as temperaturas com ajustes da PaCO2 e a regulação α-stat permite a variação do pH sangüíneo, que aumenta conforme a diminuição da temperatura e o conteúdo total corpóreo de CO2 é mantido constante. Nesta presente revisão a relação entre pH sangüíneo e intracelular e as alterações iónicas induzidas pela hipotermia são discutidas.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Gomes,Walter José Buffolo,Ênio

Alguns aspectos da função endotelial em cirurgia cardíaca

Este estudo mostra alguns aspectos da função endotelial relacionados, diretamente, com a cirurgia cardíaca: 1) Após isquemia miocárdica global seguida de reperfusão, o endotélio coronariano perde a habilidade de expressar vasodilatação endotélio-dependente mediada por receptores, ao passo que o relaxamento endotélio-dependente mediado pelo cálcio ionóforo A23187 e a fosfolipasec C, que não dependem de estimulação de receptores, encontra-se inalterada. O relaxamento produzido pelo fluoreto de sódio, o qual atua através de G-proteína(s), encontra-se comprometido. Estes experimentos indicam que o comprometimento da produção de EDRF/NO mediada por receptores após a lesão de reperfusão possa ser devido a uma disfunção de G-proteínas que liga os receptores da célula endotelial à via da síntese de EDRF/ NO; 2) Quarenta e cinco minutos de parada cardioplégica de corações de cães, pela solução St.Thomas não comprometem a produção de EDRF/NO em artérias epicárdicas coronárias. Estudos farmacológicos in vitro semelhantes, testando-se os efeitos da solução UW, suportaram o conceito de que ela não lesa o endotélio coronariano sendo segura para a preservação cardíaca durante transplantes cardíacos; 3) Em segmentos de artérias coronárias, renais, femorais, e em segmentos de artéria pulmonar, a protamina induziu vasodilatação endotélio-dependente, mediada pela estimulação da liberação de EDRF/NO. Nas circulações coronariana e sistêmica, ao contrário do que se verificou nos experimentos envolvendo a circulação pulmonar, este efeito foi independente da presença de heparina; 4) Em 83% dos ensaios biológicos, o efluente da AMI esquerda induziu um relaxamento maior do anel coronariano bioensaiado do que o efluente da AMI direita,por liberação basal de EDRF/NO. Este inibe a adesividade e a agregação plaquetárias e a aterogêne, contribuindo para os resultados superiores obtidos quando se utiliza esta artéria para a revascularização do miocárdio. Quando expostos à hipoxia, as atividades vasodilatadoras da AMI e da veia safena foram maiores. Esta acentuação da vasodilatação causada pela hipoxia foi inibida pelo tratamento com a indometacina, e, rapidamente, revertida, quando se restabeleceu a normóxia.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Évora,Paulo Roberto B Pearson,Paul J Schaff,Hartzell V

Crioablação subendocárdica interpapilar (CSIP) para o tratamento da taquicardia ventricular recorrente chagásica (TVR)

Uma nova técnica, a crioablação subendocárdica interpapilar (CSIP), foi empregada em 9 pacientes portadores de taquicardia ventricular recorrente chagásica (TVRCh). O local da TVRCh foi determinado pré-operatoriamente através do mapeamento eletrofisiológico (EEP). Em 8 pacientes encontravase na parede lateral do ventrículo esquerdo (VE) na região interpapilar (IP) e em 1 na face diafragmática do VE com extensão IP. A operação constituiu na abordagem direta da região IP, eliminando-a, após ventriculotomia, com CSIP. Não foi usado TEF intra-operatório. Em 8 dos 9 pacientes no TEF não pode ser desencadeada a TVRCh. Em 1 paciente, foi desencadeada, em uma única oportunidade; este paciente está assintomático 21 meses após a operação, sem crises de TVRCh. Sete pacientes estão assintomáticos, sem medicação antiarrítmica e em classe funcional I. Uma paciente com miocardiopatia difusa encontra-se em CF II com medicação cardiotônica exclusivamente. Os resultados obtidos permitem acreditar na validade da técnica cirúrgica proposta.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Barbero-Marcial,Miguel Sosa,Eduardo Auler Júnior,José Otávio C Scanavacca,M Jatene,Adib D

Técnica de Cox sem crioablação para tratamento cirúrgico da fibrilação atrial

Seis pacientes foram submetidos ao tratamento cirúrgico da fibrilação atrial (FA) pela técnica do labirinto (Cox), sem a uitilização da crioblação. Quatro pacientes apresentavam estenose mitral (EM) associada, 1 insuficiência mitral e 1 dupla lesão mitral. Um dos pacientes apresentava estenose tricúspide e 2 insuficiênciatricúspide associadas. O diâmetro médio do átrio esquerdo, medido pelo ecocardiograma era de 6,0 cm (5-7,3). A etiologia era reumática em 5 pacientes e degenerativa em 1. Plastia valvar mitral foi realizada em 3 pacientes, comissurotomia mitral em 2 e troca valvar mitral em 1. Em 4 pacientes havia trombos no átrio esquerdo, um deles também no átrio direito. O tempo médio de circulação extracorpórea foi de 123 minutos (110-142) e de anóxia do miocárdio de 91 minutos (80-108). Na sala de operações o ritmo inicial era juncional em 4 e sinusal em 2. No pós-operatório imediato, todos apresentavam ritmo juncional, passando para ritmo sinusal em todos, exceto em 1. Os pacientes receberam alta hospitalar (8-27 dias) em boas condições, sem utilização de drogas antiarrítmicas e o Holter de 24 horas mostrava ritmo sinusal em 5 pacientes e ritmo atrial ectópico em 1 paciente. O estudo hemodinâmico e o ecodoppler revelaram contração atrial sincrónica em todos os casos, exceto em 1. O diâmetro atrial esquerdo médio era de 4,8 cm (3,7 - 5,2).

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Gregori Jr,Francisco Cordeiro,Celso Goulart,Marcos Couto,Nilson Rosa,Valmir Silva,Samuel S Façanha,Luciano Moure,Osney Ribeiro,Icanor Aquino,Walace Hayashi,Sérgio Rezende,Ricardo Nechar Jr,Antônio

Resultados imediatos e tardios da correção do aneurisma do ventrículo esquerdo

Foram analisados 305 casos operados entre janeiro de 1984 e dezembro de 1991, abrangendo os resultados imediatos e a evolução tardia, de 8 meses a 8,5 anos de pacientes operados de aneurisma do VE. A evolução clínica a longo prazo foi integral, isto é, todos os pacientes que receberam alta hospitalar foram acompanhados. A maioria (88,5%) era masculina, com idade entre 33 e 78 anos, sendo que 46% dos pacientes se situavam entre 51 e 60 anos. O sintoma mais freqüente foi dor precordial (73,3%), insuficiência cardíaca (45,9%) e arritmias (24,9%). Quanto à classe funcional (NYHA) 54% dos pacientes estavam na classe 1,52% na classe II, 12,7% na classe III e 28,7% na classe IV, respectivamente. O estudo hemodinâmico revelou aneurisma e deiscência em todos os casos e com lesão coronária obstrutiva em 1 vaso em 20,9% dos pacientes, 2 vasos em 45,9%, 3 vasos em 25,9% e, finalmente, 4 ou mais vasos em 7,2% dos casos. De acordo com a fração de ejeção das porções contrateis do VE foram divididos em Grupo Bom (Fe = 0,58) 34,7% pacientes, Grupo Regular (Fe = 0,35) 54,7% pacientes e Grupo Ruim (Fe = 0,22) 10,4% pacientes. A técnica cirúrgica empregada foi a de corrigir com auxílio da CEC, o aneurisma, com o coração batendo, de maneira a permitir avaliação funcional das áreas contrateis versus fibrose, reconstruir a anatomia contrátil da melhor forma possível e preservar o miocárdio em condições fisiológicas durante o procedimento. Em casos selecionados, logo após a abertura do aneurisma e remoção dos trombos intracavitários, eram revascularizadas as artérias coronárias interessadas através de pinçamentos intermitentes, da aorta (32ºC), deixando-se a reconstrução da cavidade para o final do procedimento. A aneurismectomia isolada foi o único procedimento em 21,3% dos casos, associados a RM em 77,3% e a outros procedimentos em 1,3%. A mortalidade hospitalar global foi de 6,2% sendo de 2,8% no Grupo Bom, 2,9% no Grupo Regular e de 34,3% no Grupo Ruim. Obtiveram alta hospitalar 286 (93,8%) pacientes, dos quais 44,3% se encontram assintomáticos (Grupo Bom 60%, Grupo Regular 40%, Grupo Ruim 57,1%). Ocorreram 7,6% óbitos tardios, distribuídos no Grupo Bom 4,8%, Grupo Regular 7,4% e Grupo Ruim 23,8%. Analisando as curvas atuariais numa evolução até 8,5 anos, os autores concluem que a expectativa de vida para os portadores de aneurisma, de VE que se submetem a tratamento cirúrgico, com ou sem procedimentos associados, é de 85,5% com Fe = 0,58; 87,7% com Fe = 0,35 e 59,3% com Fe = 0,22.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Dinkhuysen,Jarbas J Santos,Magaly Souza,Luiz Carlos Bento de Chaccur,Paulo Abdulmassih Neto,Camilo Arnoni,Antoninho S Pinto,Ibrahim Paulista,Paulo P Jatene,Adib D

Revascularização do miocárdio no paciente octogenário: 15 anos de observação

Com o objetivo de avaliar a mortalidade hospitalar atual e comparar a evolução da revascularização convencional do miocárdio nos pacientes octogenários, tratados evolutivamente de Janeiro/1978 a Janeiro/ 1993, no InCór, foram analisados, retrospectivamente, todos os pacientes operados no período. Dos 47 pacientes, 35 (74,46%) eram do sexo masculino e 12 (25,53%) do sexo feminino. A média de idade foi igual a 81,85 (80 a 88) anos. A indicação operatória ocorreu devido ao quadro de angina instável em 29 (61,70%) pacientes, angina estável em 17 (36,17%) pacientes e em 1 (2,12%) paciente devido a dissecção de placa de ateroma quando da realização de angioplastia. As operações foram realizadas em caráter eletivo em 33 (70,21%) pacientes, em caráter de urgência em 10 (21,27%) paciéntese em caráter emergencial nos outros 4 (8,51 %). Os condutos utilizados foram a veia safena autógena em 41 (87,23%) pacientes e a artéria torácica interna pediculada em 6 (12,76%). A mortalidade hospitalar foi de 8,5% e as causas de óbito foram: encefalopatia anóxica, insuficiência respiratória, hemorragia digestiva e choque cardiogênico secundário a infarto agudo do miocárdio. O tempo médio de seguimento foi de 17,6 (1 a 75) meses. As causas de óbito tempo-relacionadas foram: neoplasias em 3 (27,27%) pacientes, infecção em 3 (27,27%) pacientes, acidente vascular cerebral em 2 (18,18%) pacientes, trombose mesentérica em 1 (9,09%) paciente, síndrome depressiva em 1 (9,09%) paciente e choque cardiogênico em 1 (9,09%). Analisando a sobrevida tempo-relacionada, observamos que nos 3 últimos períodos: 91,92 e Janeiro/93 a mortalidade caiu para zero. A grande maioria dos pacientes estava livre de angina e de sinais e/ou sintomas de insuficiência cardíaca. Concluímos que a revascularização convencional do miocárdio representa boa alternativa terapêutica para o paciente octogenário portador de doença arterial coronária, não só devido ao risco operatório decrescente, como também à redução/abolição dos sintomas, melhorando a qualidade e/ou a expectativa de vida.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Iglézias,José Carlos R Dallan,Luís Alberto Oliveira,Sérgio Ferreira de Ramires,José Antônio F Oliveira,Sérgio Almeida de Verginelli,Geraldo Jatene,Adib D

Ectopia "cordis": relato de 2 casos operados. Discussão do manuseio cirúrgico e revisão da literatura

A ectopia "cordis" verdadeira é uma doença congênita, rara e caracterizada pela presença do coração fora do tórax, havendo, como principal característica, a ausência das camadas que o recobrem. Na grande maioria dos pacientes portadores da ectopia "cordis" verdadeira existe associação de defeitos intracardíacos complexos. No presente trabalho, os autores relatam sua experiência com 2 casos operados, na Unidade de Tratamento Cardiotorácico - UNITÓRAX - do Real Hospital Português do Recife, bem como discutem o manuseio cirúrgico e fazem uma revisão da literatura.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Escobar,Mozart Lima,Ricardo de Carvalho França,Nadja Arraes Belém,Haydee Schmidt,Eugênia Souza,Maria P Alecrim,Roberto Santa,Renato Della Mello,Nereide Granja,Luiz G Pontes,Joel