Repositório RCAAP

Voz no amor

O que o amor deve à constituição pulsional? Em especial, o que deve o amor à voz como objeto causa de desejo? A ligação dos objetos pulsionais ao amor é clara. A expressão tão batida "amor à primeira vista", por exemplo, já insinua o vínculo do amor com o olhar. Qual o lugar da voz, como objeto da pulsão invocante, no amor? Se as relações íntimas do amor com as pulsões são inegáveis, elas não deixam de ser complexas como Freud advertiu, mostrando que o amor não se equipara ao campo das pulsões, visto que não compartilha com elas a parcialidade, mas, ao contrário, expressa a aspiração sexual total. A voz, como um objeto que se apresenta desde o início da vida, é central no amor e, como causa de desejo, nele incute a qualidade compulsiva.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Rudge,Ana Maria

Autoestima como expressão de saúde mental e dispositivo de mudanças na cultura organizacional da polícia

O presente artigo focaliza parte de uma pesquisa-ação com policiais civis do Rio de Janeiro. O objetivo foi problematizar como a autoestima e a saúde mental desses profissionais afetam e são afetadas pela cultura organizacional da polícia. Buscou-se demonstrar que o resgate da autoimagem pode agir como ferramenta eficaz de mudanças na vida pessoal e profissional desses profissionais e da própria instituição. Para isto, foram aplicados questionários e técnicas qualitativas em 148 policiais (76 no Grupo Experimental e 72 no Grupo Controle) antes, durante e após a intervenção. Conclui-se que a pesquisa foi uma contribuição importante em nossa realidade, constituindo uma intervenção sistematizada com policiais.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Andrade,Edson Ribeiro de Souza,Edinilsa Ramos de

Juventudes, subjetivações e violências

No summary/description provided

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Barros,Maria Theresa da Costa Aranha,Stela Luiza de Moura

As mulheres desejam o poder?

A intenção deste ensaio é pensar nas relações entre a mulher e o poder, no Ocidente, indicando a leitura psicanalítica sobre isso, a partir de um comentário inicial sobre a última eleição no Brasil.

Afinal, o que querem as mulheres?

No Brasil e no mundo, as mulheres avançaram consideravelmente em vários setores. Este avanço se deu sempre na busca pela igualdade. Entretanto, como sugerem as pesquisas, este avanço não se deu na medida desejada. Ainda que sejam tão empreendedoras quanto os homens (e em algumas modalidades até mais do que eles), possuam uma média de anos de estudo maior, trabalhem mais e estejam com autoestima elevada, as distâncias a serem vencidas ainda são consideráveis. Além disso, elas continuam almejando um ideal romântico de parceiro, casamento para toda a vida, filhos e família. Neste contexto, a pergunta título me parece deslocada, com as dificuldades encontrando-se justamente na resposta, já que os homens não legitimam estes "quereres", e nem se mostram preparados a ponto de escolherem uma parceira que lhes seja igual. Considerando a autonomia de nossos quereres, nascidos de dinâmicas internas ao gênero ao qual pertencemos e condicionados pela sociedade e pelas mudanças que nela ocorrem, talvez a indagação mais adequada seja: "Afinal o que nós, homens e mulheres, queremos hoje?".

Afinal, o que quer a mulher brasileira?

Neste texto, discuto o papel do corpo como uma importante forma de capital (físico, simbólico e social) na cultura brasileira. Busco revelar os traços distintivos de uma cultura em que o corpo é um elemento crucial na construção de uma identidade nacional. Podese afirmar que, no Brasil, o corpo é um capital, talvez o mais desejado por indivíduos das camadas médias urbanas e também das camadas mais baixas. Isto decorre, provavelmente, da percepção do corpo como um veículo fundamental para a ascensão social, sendo capital relevante nos mercados de trabalho, casamento e erótico.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Goldenberg,Mirian

Mulheres empreendedoras: o desafio da escolha do empreendedorismo e o exercício do poder

Este trabalho pretende fazer uma reflexão sobre a relação das mulheres com o poder. Isto é feito embasado em uma síntese de observações realizadas em diferentes estudos sobre o empreendedorismo feminino. Tendo em vista o desafio da escolha do empreendedorismo, analisa-se as motivações das mulheres para empreender, as consequências e as dificuldades enfrentadas, além das estratégias utilizadas para lidar com as demandas vinculadas à multiplicidade dos papéis femininos. O exame das características de liderança, observadas em empreendedoras, revela que elas tendem a construir redes sociais e a exercer o poder com os outros e não sobre os outros. Além disso, no comando de seus empreendimentos sociais, evidencia-se que as mulheres exercem o poder em prol de mulheres, objetivando empoderá-las e promover sua inclusão profissional e social. Com isto, provocam significativas mudanças sociais, econômicas e culturais.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Jonathan,Eva G.

Pânico, personalidade fóbica, desamparo e masoquismo: articulações psicanalíticas

Neste estudo apresentaremos uma leitura psicanalítica do pânico fundamentada em três operadores conceituais: personalidade fóbica, desamparo e masoquismo. Propostos por autores nacionais que têm prestado importantes contribuições para a compreensão dessa modalidade de sofrimento psíquico, os referidos operadores foram selecionados por se alinharem à perspectiva da dimensão subjetiva. Para isto, empregaremos material clínico de uma paciente que preenchia os critérios diagnósticos para transtorno de pânico. À luz desse material, o pânico será enquadrado entre as psicopatologias da atualidade. Além disso, serão discutidos aspectos psicopatológicos centrais dessa modalidade de sofrimento psíquico, salientando sua natureza multifacetada.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Zanetti,Eloisa Serpa Peres,Rodrigo Sanches

Relacionamento conjugal e transição para a coparentalidade: perspectiva da psicologia positiva

Este ensaio teórico-prático aborda a transição do sistema conjugal para a coparentalidade, além das implicações clínicas para a psicoterapia segundo a Psicologia Positiva. A coparentalidade engloba funções de cada membro do casal que se estendem além do âmbito biológico. Ela constitui-se em um rearranjo psíquico complexo que ocorre internamente e no espaço psicossocial. A transição de papéis é um processo considerado como crise situacional, pelo ajustamento às novas condições, podendo trazer repercussões no relacionamento conjugal. O acompanhamento terapêutico pode ser um auxílio para uma melhor vivência nesta fase de reorganização. Neste contexto, encontra-se a Psicologia Positiva, que enfatiza os recursos e aspectos saudáveis dos que procuram atendimento. Entre os aspectos que podem surgir em terapia estão a mudança de relação com as famílias de origem, o aumento de interesses ou busca de novas possibilidades profissionais dos cônjuges e a coparentalidade em si mesma.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Prati,Laíssa Eschiletti Koller,Sílvia Helena

Os afetos do analista na obra freudiana

Este artigo tem como objetivo discutir a posição de Freud quanto ao lugar dos afetos do analista na clínica psicanalítica. Isto será feito através da verificação de escritos técnicos, nos quais se depreende uma distinção entre atuação da contratransferência e sua elaboração (dois destinos possíveis para o afeto do analista). Além disso, busca-se apresentar uma análise hermenêutica do termo alemão bewältigen. Este é empregado por Freud para se referir, neste contexto particular, à atividade do analista diante da contratransferência. Este termo é traduzido por "sobrepujar" no artigo "As perspectivas futuras da terapêutica psicanalítica". Por fim, hipotetiza-se, com base nessas considerações, que o texto freudiano dá margem a uma perspectiva positiva quanto à afetividade do analista na experiência psicanalítica.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Andrade,Ana Bárbara de Toledo Herzog,Regina

Aspectos relacionais da depressão: o conceito de "honorável fachada" em dois casos clínicos

O presente estudo investigou os aspectos relacionais da depressão através do conceito de "honorável fachada". Participaram do estudo duas famílias, cujas mães apresentavam diagnóstico de depressão pós-parto e foram atendidas em Psicoterapia Breve Pais-Bebê. A análise dos conteúdos manifestos e latentes buscou identificar evidências empíricas do conceito da "honorável fachada" a partir dos eixos parentalidade e conjugalidade. Em relação à parentalidade, as evidências revelaram uma tendência à parentalização dos filhos mais velhos, pelo menos em uma das famílias. Entretanto, não houve relatos de dificuldades no cuidado com o bebê. Quanto à conjugalidade, havia expectativas excessivas em relação ao cônjuge, que funcionava como porta-voz na terapia e, ao contrário do esperado, intensos conflitos conjugais. As evidências encontradas são discutidas examinando-se as vantagens e limitações do uso do conceito da honorável fachada em diferentes transtornos depressivos.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Frizzo,Giana Bitencourt Prado,Luiz Carlos Linares,Juan Luiz Piccinini,Cesar Augusto

A psicanálise aplicada ao sintoma: uma resposta ética aos impasses enfrentados pelos psicanalistas na atualidade

O presente artigo aborda a psicanálise aplicada em uma época de avanço do discurso capitalista, favorecedor da crescente especialização do conhecimento e promotor, no meio clínico, de uma fragmentação das grandes categorias diagnósticas. Disso resulta uma predominância de instituições cada vez mais especializadas e segregativas. Diante da massificação da terapêutica e da crescente burocratização dos procedimentos técnicos colocados em jogo, repletos de medidas avaliativas, os autores propõem a psicanálise aplicada como prática que viabiliza a inserção da psicanálise em instituições de saúde sem dissolvê-la no variado campo das psicoterapias. A formação do analista e o sintoma são considerados eixos articuladores das dimensões epistemológica, ética e política da psicanálise aplicada. Esta é considerada, a partir da orientação lacaniana, uma saída ética para os psicanalistas, confrontados com as novas demandas do mundo contemporâneo.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Cruz,Alexandre Dutra Gomes da Ferrari,Ilka Franco

Laços mal-atados como efeito de funcionamento falso-self em tempos de desconfiança

A contemporaneidade contempla formas de estruturação da subjetividade amplamente perpassadas por condições de existência socioculturais e econômicas. Estas, por sua vez, têm promovido laços intersubjetivos frágeis, cujo funcionamento psíquico pode ter uma organização de base "falso-self". Autores também demonstram que diversas instituições atuais se tornaram "fluidas" na passagem da modernidade para a "modernidade líquida". Isto contribuiu para a perda de referências sólidas que, outrora, davam sentido e direcionamento para o ser humano. Em decorrência há uma interferência direta na construção da "confiança madura", visto que os sinais de angústia da contemporaneidade podem ser um desorganizador do funcionamento psíquico, além de promoverem o isolamento, a desconfiança no ambiente e no outro, laços mal-atados e funcionamentos de base "falso-self".

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Zanetti,Sandra Aparecida Serra Gomes,Isabel Cristina

Participação de famílias no Grupo Multifamiliar de adolescentes ofensores sexuais: vergonha e confiança

Trata-se de uma pesquisa qualitativa a respeito da participação de famílias em um Grupo Multifamiliar (GM) com adolescentes ofensores sexuais. A eficácia do GM é reconhecida, pois diminui os índices de reencarceramento e de recidiva de atos infratores. Foram avaliadas sete famílias do GM, através de uma entrevista realizada com as mães ao final da última sessão do GM. A análise de conteúdo das entrevistas configurou três zonas de sentido: (1) a experiência de participar do GM; (2) enfrentamento do tema da violência sexual; (3) as mudanças ocorridas nas interações familiares. A partir desta análise, observamos a ocorrência de mudanças nas relações familiares, apesar da dificuldade e do sofrimento em discutirem esta temática. Por fim, foi verificado que a intervenção em grupo contempla a dimensão do sofrimento de todos. Além disso, favorece a aproximação afetiva, ameniza o contexto de punição ao adolescente, a vergonha e o isolamento da família e do adolescente em relação à comunidade e à família extensa.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Costa,Liana Fortunato

Matrizes clínicas e ética em Freud

O presente estudo hipotetiza que as diferentes matrizes clínicas que Freud encontrava em sua prática, e que lhe possibilitavam acréscimos teóricos, direcionaram seus distintos olhares sobre a cultura, fazendo-o privilegiar alguns elementos éticos em detrimento de outros. Desse modo, indicaremos: (1) como a histeria gerou a questão do conflito entre sexualidade e moral na civilização; (2) como a neurose obsessiva possibilitou a entrada dos temas da agressividade e do ódio como entraves contra os quais a cultura se esforça por lutar, assim como a presença marcante no psiquismo da consciência moral e do sentimento de culpa; (3) por fim, como as ditas afecções narcísicas trouxeram a Freud o papel do egoísmo e da destrutividade como inimigos da cultura. Nesse percurso nos aproximaremos das questões ligadas à problematização ética na "psicologia" freudiana e, a partir daí, do destaque que terá a dimensão moral na concepção freudiana do sujeito.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Vahle,Marina de Andrade Cunha,Eduardo Leal

O gênero da risada

Neste trabalho, pretendemos levantar algumas questões relacionadas à risada como comportamento culturalmente determinado, além de pensar em determinados espaços que valorizam ou estigmatizam a manifestação do humor. Pretendemos refletir sobre possíveis especificidades culturais da risada no Brasil. Existe algo de distintivo na risada brasileira? Na risada de homens e mulheres? Dos mais pobres e dos mais ricos? Mais do que encontrar respostas, pretendemos trazer levantar algumas questões e pensar livremente sobre o significado da risada em nossa cultura.

Ano

2022-12-06T14:20:14Z

Creators

Goldenberg,Mirian Jablonski,Bernardo