RCAAP Repository
Prurido anal: aspectos psicanalíticos
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2006
Perestrelo,Danilo
Avaliação médica: o consumo na medicina e a mercantilização da saúde
INTRODUÇÃO: A Saúde vem sendo ameaçada pela colonização empresarial do médico que, iniciada dentro da Universidade, prolonga-se no ambiente de trabalho. Essa ação tem origem no ensino defasado da realidade científica e na asserção de tendências individualistas que expressam opiniões isoladas e não abalizadas, em geral induzidas pelas propagandas e investigações encomendadas para agitar o mercado no uso de aparelhos e produtos médico-farmacêuticos. OBJETIVO: Usar o ponto de vista do Cirurgião Geral e do Coloproctologista para comentar a mercantilização da saúde e a maneira como a Instituição Industrial, usando a empresa médica, age e modifica a ação do médico, contribuindo para o alto custo da Medicina. MATERIAL E MÉTODO: As bases serão os exames laboratoriais e as avaliações cardiovasculares pré-operatórias de rotina, usados para operações não cardíacas em pacientes cardiopatas. O material e o conteúdo para discussão foram extraídos do livro de Ivan Illich¹, do artigo de atualização de Coelho e col. ², do modelo proposto na Cleveland Clinic³ sobre avaliação pré-operatória e das normas estabelecidas pelo American College of Cardiology e pela American Heart Association4 para a orientação de avaliação médica mínima, necessária e suficiente, de pacientes cardiopatas, quando candidatos a tratamento cirúrgico de doenças em outros órgãos.
2006
Santos Jr,Júlio César Monteiro dos
Ressecção laparoscópica pós terapia neo-adjuvante no tratamento do câncer no reto médio e baixo
Desde o início da década de 90, diversas publicações têm reportado equivalência de resultados entre as ressecções colorretais laparoscópicas e convencionais de neoplasias, seja quanto ao número de linfonodos, extensão da ressecção, margens e implantes parietais. Quanto às neoplasias colônicas, séries recentes demonstraram não haver alteração dos índices de recidiva e sobrevida. Entretanto, a avaliação dos resultados oncológicos nas ressecções retais ainda suscita controvérsias. Este trabalho visou apresentar a experiência do Hospital de Câncer de Barretos no tratamento vídeo-laparoscópico do câncer do reto e discutir o impacto do tratamento neo-adjuvante nos resultados intra e pós-operatórios imediatos. PACIENTES E MÉTODOS: a presente casuística é constituída por série de pacientes operados consecutivamente no período de janeiro de 2000 a janeiro de 2003, submetidos a ressecções pretensamente curativas para tumores T3 ou T4 no reto médio e baixo. Esses pacientes receberam tratamento neoadjuvante e foram operados por videolaparoscopia (LAP) ou laparotomia (CONV) 4 a 6 semanas após. Analisaram-se dados clínicos, cirúrgicos, patológicos, recidiva e sobrevida após seguimento mínimo de 24 meses. RESULTADOS: foram computados 43 pacientes (20 LAP, 23 CONV), que não apresentaram diferença em relação ao gênero, IMC, estadio clínico, tipo de procedimento, tempo de internação, morbidade pós-operatória, linfonodos, tamanho de espécime e margens. A recidiva global foi semelhante entre os grupos (35% LAP vs. 26% CONV, p = 0,43). A curva de sobrevida avaliada pelo método de Kaplan Meier para um período de seguimento médio de 45,6 meses no grupo LAP e 39,8 meses no grupo CONV (p = 0,86) mostrou sobrevida global de 76,7% (85% LAP e 70% CONV; p = 0,761) sem diferença entre os grupos. CONCLUSÕES: Os dados apresentados indicam equivalência nos índices de recidiva e sobrevida de pacientes portadores de câncer no reto médio e distal, tratados pelas vias de acesso laparoscópica e convencional. A realização de terapia neoadjuvante parece não dificultar a dissecação laparoscópica do reto extra-peritonial, favorecendo a obtenção de resultados oncológicos adequados.
2006
Melani,Armando Geraldo F. Campos,Fábio Guilherme C. M. de
É necessário o estudo do cólon no fechamento de colostomias?
O estudo pré-operatório do cólon para fechamento de colostomias em alça devido a trauma ainda é controverso. A pesquisa de alterações anatômicas pós-traumáticas do cólon entra em conflito com os custos, o desconforto e a morbidade dos exames. OBJETIVO: avaliar o fechamento de colostomia em alça, sem estudo pré operatório do cólon MÉTODO: foram analisados 51 pacientes do sexo masculino, no período de janeiro a junho de 2005, portadores de colostomia em alça confeccionada após traumatismo. Todos foram submetidos a fechamento de colostomia sem estudo do cólon, seja por colonoscopia ou enema opaco. RESULTADOS: a média de idade foi de 26,5 anos. O tempo de permanência da colostomia foi, em média, 42,2 meses, sendo o flanco esquerdo a localização mais comum (66,7%). Houve 16 casos (31,4%) de hérnia para-colostômica e 14 casos (27,5%) de procidência de colostomia. A morbidade foi de 13,7% e mortalidade ausente. As complicações mais freqüentes foram hematoma (7,8%) e infecção (3,9%) de ferida operatória e um caso de deiscência de anastomose (1,9%). CONCLUSÃO: não é necessário o estudo do cólon pré-operatório de forma rotineira no paciente portador de colostomia em alça, após lesão traumática.
2006
Souza,Henrique Francisco de Souza e Sobral,Hernán Augusto Centurión Taglietti,Enzo Martins Monteiro,Elisângela Plazas Gama,Marília Rezende Von Sonnleithner Formiga,Galdino José Sitonio
Morbimortalidade da reconstrução de transito intestinal colônica em hospital universitário: análise de 42 casos
OBJETIVOS: Analisar as características demográficas, a mortalidade e morbidade associada ao procedimento. MÉTODOS: Estudo retrospectivo dos casos de reconstrução intestinal colônica um hospital universitário. Todos os pacientes tiveram o cólon preparado por solução de manitol. RESULTADOS: Do total de 42 pacientes, 80,9% (n=34) eram do sexo masculino com idade média de 42 anos. Causas que levaram a confecção da ostomia: 50% traumáticas, 29% abdome agudo clínico. A colostomia terminal foi o tipo de ostomia preferencialmente realizada em 65% dos casos acompanhado pela colostomia em alça com 35% dos casos. A técnica empregada para a anastomose foi predominantemente a manual, realizada em 69,05% dos casos (n=29). O tempo médio de internação hospitalar foi de 8,74 dias. O índice de morbidade global foi de 26,2% (n=11), destacando-se a reoperação em 9,52% (n=4) e a fístula em 7,14% (n=3) dos casos. Não ocorreu infecção de ferida operatória nessa série. A mortalidade foi de 2,38% (n=1). CONCLUSÕES: Os resultados obtidos em um hospital universitário são semelhantes aos relatados na literatura mundial. Cuidados pré e pós operatórios adequados se somam a experiência do cirurgião nas cirurgias de reconstrução de trânsito. A escolha da técnica cirúrgica deve ser padronizada através de trabalho randomizado, permitindo adoção de protocolo.
2006
Bahten,Luiz Carlos Von Nicoluzzi,João Eduardo Leal Silveira,Fábio Nicollelli,Guilherme Matiolli Kumagai,Lillian Yuri Lima,Vanessa Zeni de
Apendicectomia em pacientes com idade superior a 40 anos: análise dos resultados de 217 casos
INTRODUÇÃO: A baixa freqüência de apendicite aguda em pacientes acima de 40 anos indica que uma melhor análise desse grupo torna-se necessária. MÉTODO: Realizamos um estudo de Coorte em 1343 pacientes submetidos a apendicectomia entre 2001 a 2005. Duzentos e dezessete pacientes apresentavam idade superior a 40 anos. Os pacientes foram divididos em 2 grupos: pacientes com idade superior (n=217) e inferior (n=1126). O Banco de Dados do Serviço em Cirurgia do Hospital Universitário Evangélico foi utilizado para fornecer os achados operatórios, os exames histopatológicos e o resultado clínico imediato. RESULTADOS: No grupo com idade acima de 40 anos, os achados cirúrgicos demonstraram o apêndice em fase edematosa em 42,85% e em 26,72% foi identificada supuração. A incisão mediana foi realizada em 39,17% e o tempo de internação médio foi de 4,65 dias. No grupo com idade abaixo de 40 anos, os achados cirúrgicos demonstraram o apêndice em fase edematosa em 24,5% e supuração em 32,6%. A incisão mediana foi utilizada em 11,90% dos pacientes e o tempo de internação médio foi de 3,35 dias. CONCLUSÃO: Nos pacientes acima de 40 anos, observamos casos mais complexos, provavelmente pelo baixo índice de suspeição.
2006
Brenner,Antonio Sérgio Santin,Juliana Virmond Neto,Frederico Boursheid,Tania Valarini,Rubens Rydygier,Ricardo
Tratamento ambulatorial da proctorragia: importância da fotocoagulação com raio infravermelho
Um grande número de pacientes são encaminhados ao Coloproctologista em virtude da ocorrência de sangramento retal. O sangramento retal vermelho vivo usualmente traduz a presença de uma patologia localizada até a flexura esplênica, sendo então necessária para a sua avaliação a realização de uma retossigmoidoscopia flexível. Durante esta propedêutica, na grande maioria dos pacientes, são encontradas Hemorróidas Internas, estabelecendo-se então o seguinte dilema: se realmente não existe outra causa mais séria da hemorragia e se temos a obrigação de tratar todas as Hemorróidas Internas encontradas como causa isolada do sintoma. Temos seguido a conduta de tratar todos os pacientes que apresentam episódios de sangramento retal devido a Hemorróidas. Eles têm a base de seus plexos hemorroidários internos coagulados com Raio Infravermelho. Dos 250 pacientes atendidos na Clínica de Proctologia do Maranhão em virtude da ocorrência de sangramento retal, 200 foram submetidos à fotocoagulação com Infravermelho, somente em uma sessão de tratamento. Concluímos que a fotocoagulação é um método simples e eficaz de tratamento, pode ser aplicado ao final de qualquer avaliação para sangramento retal rutilante devido a Hemorróidas Internas e que tal conduta possibilita que a maioria dos pacientes possam ser tratados em sua única consulta.
2006
Baldez,José Ribamar
Estudo retrospectivo de 47 complicações em 380 pacientes operados de câncer retal
No decurso de 31 anos de prática coloproctológica, acumulando um fichário com 24.200 pacientes, 923 (3,8%) portadores de câncer no intestino grosso, dos quais 870 eram adenocarcinomas colorretais e 53 tumores malignos de ânus e margem de ânus. Dos 870 casos de adenocarcinomas colorretais, 490 (56,3%) localizavam-se nos cólons e 380 (43,7%) no reto. O presente trabalho tem como objetivo principal analisar uma casuística de 380 pacientes portadores de câncer retal atendidos de 1965 a 1996, 373 dos quais operados, com ênfase às técnicas cirúrgicas usadas e às 47 complicações decorrentes das cirurgias e suas correções. O CR foi mais comum no terço inferior (172; 45,3%), seguindo o terço superior (126; 33,1%) e o médio (82; 21,6%). A ressecabilidade dos tumores retais de terço superior foi de 88,9% (112 pacientes), e a retossigmoidectomia abdominal com anastomose manual foi a cirurgia mais praticada (76 pacientes; 60,3%). A ressecabilidade dos tumores retais de terço médio foi de 90.2% (72 pacientes), e a retossigmoidectomia abdominal com anastomose manual e mecânica foi a cirurgia mais praticada (40 pacientes; 48,7%). A ressecabilidade dos tumores retais de terço inferior foi de 89,5% (154 pacientes), e a amputação abdominoperineal com colostomia definitiva foi a cirurgia mais praticada (154 pacientes; 74,4%). A ressecabilidade tumoral foi elevada (338 pacientes; 88,9%). As cirurgias mais praticadas foram a AAP (135 ou 35,5%) e a retossigmoidectomia abdominal com anastomose colorretal manual e mecânica (130; 34,3%). A ocorrência de complicações cirúrgicas imediatas maiores foi de 12,6% (47 em 380 casos); e a mortalidade cirúrgica foi de 1,6% (6 casos). As 2 cirurgias mais praticadas apresentaram índices de complicações consideradas baixos: amputação abdominoperineal à Miles com colostomia definitiva - 135 cirurgias com 13 complicações (9,6%) e 2 óbitos (1,5%); e a retossigmoidectomia abdominal tipo Dixon com anastomose manual e mecânica - 130 cirurgias com 19 complicações (14,6%) e 2 óbitos (1,5%). O maior índice de complicações foi da retossigmoidectomia abdômino-endoanal com anastomose cólon-anal mecânica (30,7%); e o menor foi da amputação abdominoperineal (9,6%). O maior índice de mortalidade foi da retossigmoidectomia abdômino-endoanal com anastomose cólon-anal mecânica (7,7%); e o menor foi da amputação abdominoperineal (1,5%). Dentre as 47 complicações, as mais comuns foram as relacionadas à própria anastomose (15 deiscências e 6 estenoses), seguidas dos abscessos (3 abscessos subfrênicos, 4 abscessos pélvicos e 2 abscessos perineais), da necrose de coto abaixado (4 casos), necrose e desabamento de estoma (4 casos), obstrução de intestino delgado (3 casos), hemorragia (4 casos) e lesão cirúrgica do ureter (2 casos). As condutas em cada caso dependeram das condições do paciente, da doença, da evolução e gravidade da complicação e dos recursos técnicos de cada época em que os pacientes foram atendidos.
2006
Cruz,Geraldo Magela Gomes da Ferreira,Renata Magali Ribeiro Silluzio Neves,Peterson Martins
Neoplasia colorretal até 40 anos: experiência em cinco anos
Neoplasia colorretal é incomum em menores de 40 anos, ocorrendo numa freqüência de 2,1 a 14,6%. Neste estudo retrospectivo demonstramos a experiência com pacientes portadores de neoplasia colorretal, submetidos a tratamento cirúrgico ao longo de cinco anos. Dos 453 pacientes operados por neoplasia colorretal no período, 48 (10,6%) tinham 40 anos ou menos. A faixa etária média foi de 32,5 anos, predominando no sexo masculino (60,4%). O tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi de sete meses. História familiar foi positiva em oito (16,7%), negativa em 28 (58,3%) e desconhecida em 12 (25%). Sangramento foi o sintoma mais comum e o reto a principal localização (62,5%). Cirurgia com intenção curativa foi realizada em 30 casos (62,5%). A maioria encontrava-se em estádio III e IV (66,7%). O seguimento ambulatorial médio foi de 26,7 meses, ocorrendo 12 óbitos neste período.
2006
Monteiro,Elisângela Plazas Salem,Juliana Barreto Taglietti,Enzo Martins Albuquerque,Idblan Carvalho Formiga,Galdino José Sitonio
Tumor carcinóide de reto
OBJETIVO: estudar o tratamento e a evolução de 7 casos de tumor carcinóide de reto. PACIENTES E MÉTODO: análise retrospectiva do prontuário de 7 pacientes atendidos no Hospital Geral de Goiânia e Instituto de Coloproctologia de Goiânia. RESULTADOS: 7 casos de tumor carcinóide de reto foram diagnosticados incidentalmente durante colonoscopias realizadas por indicações diversas. Em todos os casos foram realizadas polipectomias endoscópicas. Análises histológicas e imunohistoquímicas evidenciaram tumor carcinóide em todos os casos. Realizada retossigmoidectomia anterior em dois casos, devido a comprometimento da camada muscular da mucosa e excisão local transanal em um caso, devido a evidência de neoplasia atípica. O seguimento médio foi de 28 meses com evolução satisfatória em todos os casos. CONCLUSÃO: Os 7 pacientes com tumor carcinóide de reto estudados foram inicialmente tratados com ressecção endoscópica, tendo evolução satisfatória e mantendo-se livres de doença no período de seguimento.
2006
Mangueira,Patrícia Alves Fernandes,Gabriella Oliveira Primo,Carlúcio Cristino França,Marco Aurélio Viana Maia,Hilton Pereira Costa,José Hermes Gomes
Ecodefecografia tridimensional dinâmica: nova técnica para avaliação da Síndrome da Defecação Obstruída (SDO)
O objetivo deste estudo é apresentar novas técnicas para avaliação da SDO, utilizando a ultra-sonografia endorretal tridimensional dinâmica e comparando os resultados com a defecografia. Foram incluídas neste estudo 25 mulheres adultas, distribuídas em dois grupos. Grupo I: 15 mulheres normais, idade média de 52,4 anos (23-76) e todas se submeteram ao exame proctológico completo e à ultra-sonografia anorretal tri-dimensional dinâmica para se estabelecer os padrões de normalidade do canal anal e reto. Grupo II: 10 pacientes mulheres com evacuação obstruída, idade média de 47,8 anos (33 a 65 anos), apresentando como principais sintomas a sensação de evacuação incompleta, disquezia e digitação vaginal ou perineal. Submeteram-se a exame proctológico completo, seguindo-se defecografia e posteriormente ecodefecografia por dois examinadores que desconheciam o resultado do exame anterior. A ecodefecografia dinâmica foi realizada com um equipamento B-K Medical®, sonda 360º, tipo 2050, com escaneamento automático durante 50 segundos com 6 cm de extensão. O tamanho médio do ângulo formado pelo músculo PR no repouso foi 87,13º (variação 78,9 - 90,8°) (± 1,01) e no esforço evacuatório 99,22º (variação 84,9 - 114,5°) (± 1,84) nas mulheres normais (grupo I). Houve elevação do ângulo em todas as pacientes normais, significando relaxamento normal do PR durante o esforço evacuatório. Com relação à avaliação da anoretocele, a parede posterior da vagina se manteve na posição horizontal durante todo o esforço evacuatório, exceto nas portadoras de anoretocele. Foram diagnosticadas anoretocele (grau I = 1, grau II = 5, grau III = 4) em todas as pacientes do grupo II pelo exame clínico e defecografia. Todos os casos foram confirmados pela ecodefecografia. A partir destes resultados, foram estabelecidos os valores para classificar a anorectocele de acordo com a ecodefecografia (grau I - distância entre as posições da parede vaginal até 5,0mm, grau II de 6,0 a 12,0mm, grau III além de 12,0mm). Foi identificado anismus em uma paciente com anoretocele grau II e em outra com grau III na defecografia e confirmado na ecodefecografia pela redução no ângulo formado pelo PR ao comparar as posições em repouso e durante o esforço evacuatório. A defecografia demonstrou também quatro casos de intussuscepção enquanto a ecodefecografia confirmou estes casos e identificou dois outros. Em conclusão, a ecodefecografia pode ser utilizada como um método alternativo para o diagnóstico da SDO, pois identifica e quantifica todas as disfunções anorretais responsáveis pela evacuação obstruída. Apresenta também a grande vantagem de avaliar os distúrbios da continência, identificando lesões esfincterianas, mesmo ocultas. É minimamente invasivo, bem tolerado, baixo custo, não expondo o paciente à radiação e demonstrando com precisão todas as estruturas anatômicas envolvidas com a defecação.
2006
Murad-Regadas,Sthela Maria Regadas,Francisco Sérgio Pinheiro Rodrigues,Lusmar Vera Escalante,Rodrigo Dorsfeld Silva,Flavio R.S. Lima,Doryane M.R. Soares,Fábio Alves Barreto,Rosilma Gorete Lima Regadas Filho,Francisco Sergio Pinheiro
Hamartoma cístico retro-retal: relato de 2 casos e revisão da literatura
Tumores retro-retais são aqueles localizados no espaço retro-retal, de diferentes origens embriológicas e que podem exercer compressão extrínsica no reto e canal anal. São lesões raras, geralmente assintomáticas e mais comuns em mulheres. O hamartoma cístico (tailgut cyst) é um tipo de tumor retro-retal congênito, formado a partir de remanescentes embrionários do intestino posterior. Este trabalho traz uma revisão sobre os tumores retro-retais, dando ênfase às lesões císticas e relata 02 casos de pacientes com hamartoma cístico retro-retal, tratados no Hospital Geral de Goiânia,com lesões evidentes ao toque retal e exames de imagem mostrando lesões císticas no espaço pré-sacral. Utilizou-se a incisão de Parks na abordagem das lesões, uma delas associada 'a via abdominal. A histopatologia foi compatível com hamartoma cístico. As lesões císticas do espaço retro-retal possuem bom prognóstico e a abordagem cirúrgica dependerá das características da lesão, principalmente sua altura em relação à margem anal e relação com estruturas adjacentes no espaço pré-sacral.
2006
Fernandes,Gabriella Oliveira Mangueira,Patrícia Alves Primo,Carlúcio Cristino França,Marco Aurélio Viana Costa,José Hermes Gomes
Semi-obstrução intestinal por esclerodermia: relato de caso
A esclerodermia ou esclerose sistêmica progressiva é uma doença auto-imune de causa desconhecida que se caracteriza por fibrose da pele, vasos sanguíneos e de alguns outros órgãos, como os pulmões, coração, rins e trato gastrintestinal. Sintomas atribuíveis ao comprometimento gastrintestinal podem estar presentes em até 50% dos pacientes, sendo os mais freqüentes, relacionados às manifestações esofagianas e anorretais. Anormalidades na motilidade intestinal com freqüência levam a desnutrição, supercrescimento bacteriano e quadro de pseudo-obstrução ou mesmo semi-obstrução intestinal. É apresentado um caso de paciente com esclerodermia há 43 anos, evoluindo com quadro de semi-obstrução, apresentando distensão abdominal, cólicas recorrentes e desnutrição grave. Sem resposta ao tratamento clínico foi submetida à cirurgia que evidenciou quadro obstrutivo por comprometimento ileal, o qual foi tratado por bypass íleo-cólico. Lesão intestinal por esclerodermia levando a quadro de obstrução é raramente descrita na literatura médica e, portanto, o tratamento de escolha ainda não foi definido.
2006
Cardoso,Juliana Mendes Lima,Panmella Lemos Ribeiro,Carlos Eduardo de Oliveira Bonomi,Daniel Lima,Marcílio José Rodrigues Lacerda-Filho,Antônio
Abscesso perineal por ingestão acidental de palito de dente
Palitos de dente são itens domésticos comuns e a maioria das pessoas subestima a gravidade das lesões que podem ocorrer com a ingestão acidental de palitos. Nós apresentamos um caso de abscesso perineal causado pela ingestão de um palito de dente. Um homem de 55 anos apresentou-se com quadro de dor perianal há um mês. Ao exame físico, notou-se abscesso perineal. Leucocitose com desvio à esquerda foi observada e a tomografia pélvica demonstrou um corpo estranho na região perineal. A remoção cirúrgica do corpo estranho e a drenagem adequada do abscesso foram realizadas, revelando um palito de dente. O paciente evoluiu bem após a abordagem cirúrgica. O abscesso perineal pode progredir para gangrena de Fournier e, portanto, a abordagem de abscessos perineais deve ser agressiva, com drenagem adequada e remoção do corpo estranho (sempre que presente).
2006
Lopes,Roberto Iglesias Sant'anna,Alexandre Crippa Dias,André Roncon Lopes,Roberto Nicomedes Barbosa Filho,Cristovão Machado
A estória biomolecular do pólipo adenomatoso
Um dos principais objetivos do estudo da biologia molecular é compreender os mecanismos bioquímicos capazes de determinar o comportamento biológico das células em seus respectivos tecidos conforme observado à microscopia e macroscopia. A análise histológica da mucosa colonica normal nos mostra que esta é uma estrutura essencialmente dinâmica, com uma grande rotatividade em suas células, a qual é determinada pela concentração nestas células das proteínas que atuam sobre o controle do ciclo celular. Dentre estas, a proteína APC é aparentemente um elemento chave, promovendo a inibição da ação estimulante sobre as divisões celulares exercida por outras proteínas de grande relevância, como a beta-catenina e a survivina. Além de representar a marca genotípica da polipose adenomatosa familiar, a mutação da proteína APC parece desempenhar uma função de gatilho nos processos de desequilíbrio proliferativo observado no processo neoplásico colorretal, o qual pode variar desde a formação de um pequeno adenoma (ou carcinoma intramucoso) até o desenvolvimento de neoplasias invasivas avançadas. A utilização da imunoistoquímica nos permite demonstrar esta relação entre as concentrações de proteínas e o aspecto histológico, representando uma importante ferramenta para um conhecimento cada vez melhor do processo de carcinogênese colorretal.
2006
Pinho,Mauro de Souza Leite
Papilomavirus humano e o câncer anal
O Papilomavirus humano (HPV) é uma das causas mais comuns de doença sexualmente transmissível, podendo provocar os condilomas acuminados que são considerados fatores de risco para displasia e neoplasia. Embora os HPV de alto risco sejam causa necessária para o câncer cervical, eventos genéticos adicionais são indispensáveis para transformação maligna da maioria dos carcinomas anais e de outros sítios. Os trabalhos da literatura especializada ainda não conseguiram demonstrar se esse vírus é o fato determinante ou associado ao carcinoma anal. É preciso que mais pesquisas sejam feitas para resolver esse dilema. De qualquer forma, sugerimos que o controle das lesões clínicas e das sub-clínicas provocadas pelo HPV possa evitar a eventual progressão para carcinoma invasivo.
2006
Nadal,Sidney Roberto Manzione,Carmen Ruth
Impacto da vídeocirurgia na prevenção de aderências
Uma das vantagens aventadas da vídeo-cirurgia é a possibilidade de formar menos aderências pós-operatórias. As evidências deste efeito resultam de trabalhos clínicos e experimentais, mas o real impacto desta via de acesso neste sentido ainda não foi comprovado. O objetivo da presente revisão foi avaliar as evidências científicas disponíveis sobre o assunto. Material e Métodos: revisão da literatura pertinente. Resultados: As aderências pós-operatórias foram analisadas no sítio da operação e nas incisões praticadas, porém existem poucas informações sobre aderências em locais não operados. Aderências pós-operatórias são menos freqüentes ou intensas quando se considera a via de acesso por vídeo. A despeito deste dado experimental, os desfechos clínicos de menor dor pélvica, menor número de admissões ou reoperações por obstrução intestinal e menor ocorrência de infertilidade ainda não podem ser claramente atribuídos a esta via de acesso, especialmente quando se consideram as cirurgias laparoscópicas avançadas, uma vez que nesta situação existe equivalência de área cruenta nas duas vias de acesso, à exceção da área associada às incisões. Conclusões: A via de acesso por vídeo está associada a menor formação de aderências, mas não protege de complicações relacionadas à sua ocorrência. Técnica operatória adequada e o uso de barreiras provavelmente estão mais fortemente associadas à menor formação de aderências do que a via de acesso aberta empregada para a realização das operações abdominais e pélvicas.
2006
Araújo,Sergio Eduardo Alonso Caravatto,Pedro Paulo de Paris Chang,Alexandre Jin Bok Audi Campos,Fábio Guilherme C. M. de Sousa,Manoela
Prevalência de papilomavirus humano (HPV) anal, genital e oral, em ambulatório geral de coloproctologia
O Papilomavirus Humano (HPV) anal tem alta prevalência e incidência na população. O objetivo deste trabalho é verificar a prevalência de HPV anal, bucal e genital em ambulatório público de Coloproctologia, com base no exame de captura hibrida. Foram estudados 64 pacientes atendidos no ambulatório geral de Coloproctologia do Hospital Heliópolis, no período de 22/11/2005 a 20/12/2005, onde foram levantados, de forma prospectiva, dados clínicos, pessoais e comportamentais, identificando o perfil do grupo como não sendo de risco para HPV. Nenhum paciente deste grupo veio à consulta com queixa ou apresentando sinais de HPV ou outra doença sexualmente transmissível. Foram colhidos para cada paciente um esfregaço com escova de boca, outro de vulva/pênis e outro do ânus. O resultado mostrou que 15,62% dos pacientes apresentaram HPV anal, bucal ou genital, sendo que 4,68% do total de pacientes apresentavam HPV anal, um paciente de alto risco associado ao HPV genital, outro misto e outro de baixo risco. Trinta por cento dos pacientes HPV+ apresentavam dor anal como queixa principal. A conclusão é que a prevalência de HPV anal, genital e bucal é elevada, sendo que 4,68% apresentavam HPV anal e daqueles HPV positivos 30% apresentavam dor anal na queixa principal.
2006
Magi,João Carlos Brito,Elisa Maria da Silva Grecco,Elisabete Taeko Onaga Pereira,Sonia Maria Miranda Formiga,Galdino José Sitonio
Efeito da desnutrição na cicatrização de anastomoses colônicas: estudo experimental em ratos
A deiscência de anastomose é uma das mais graves complicações advindas de operações do tubo gastrintestinal. Algumas condições gerais podem prejudicar o processo de cicatrização, tais como: desnutrição e hipoalbuminemia. Este estudo experimental teve como objetivo avaliar a cicatrização de anastomoses colônicas na vigência de desnutrição protéico-calórica e hipoalbuminemia. Dividimos os animais em dois grupos, sendo um deles o controle e o outro desnutrido (ingestão diária de metade da ração do grupo controle por vinte dias). O peso corporal, a albumina sérica, a evolução clínica, a cavidade abdominal, os aspectos macro e microscópicos da anastomose, a esteatose hepática e a concentração tecidual de hidroxiprolina foram observadas em cada animal. Pudemos notar que o método utilizado para desnutrir os animais mostrou-se eficaz, uma vez que houve redução significativa do peso do grupo experimental. Observamos que o grupo desnutrido apresentou dados necroscópicos de pior prognóstico e mortalidade superior ao grupo controle. Concluímos que a desnutrição influencia negativamente na cicatrização de anastomoses colônicas e aumenta significativamente a mortalidade.
2006
Ferreira,Manuela Molina Scialom,Jean Marc Campos,Antônio Dorival Ramalho,Leandra L. Z. Marchini,Júlio Sérgio Féres,Omar Rocha,José Joaquim Ribeiro da
História familial e câncer colorretal em idade precoce: deve-se indicar colectomia estendida?
OBJETIVO: avaliar a história familial e as características dos tumores em dois grupos distintos por sua faixa etária, bem como questionar quanto à necessidade de colectomia estendida, baseando-se nestas características. MÉTODO: Em estudo retrospectivo analisaram-se 106 pacientes por meio do prontuário e de contato telefônico com o próprio doente e/ou familiares, operados no HC-UFPR. Foram divididos em 2 grupos: Grupo A (n=51) com 55 anos ou menos, e Grupo B (n=55) com mais de 55 anos. Avaliou-se o número de doentes com parentes de 1º. grau com câncer colorretal e em outros sítios; o número de parentes com CCR; o sítio do tumor; o estadiamento TNM; os óbitos no período e a presença de neoplasias associadas. RESULTADOS: No grupo A, 16 (31,4%) pacientes tinham parentes com câncer colorretal. No grupo B, sete (12,7%) (p=0,032). No grupo A houve 16 (31,4%) pacientes de familiares com outro tipo de neoplasia. No grupo B, 19 (34,5%) doentes (p=0,837). Ao incluírem-se apenas as neoplasias associadas à Síndrome do HNPCC, como endométrio e estômago, houve 5 (9,8%) pacientes no grupo A e 3 (5,9%) no grupo B (p=0,477). No grupo A, 3 (5,8%) doentes apresentaram neoplasias associadas ao CCR, sendo elas estômago, rim e bexiga. No grupo B, 3 (5,4%) doentes, mas os tumores eram de mama e próstata (p=0,624). Predominou no grupo A pacientes com estádio III (41,2%) e no grupo B, o estádio II (51,9%) (p=0,480). Houve 19,6% de óbitos no grupo A e 32,7% no Grupo B (p=0,185). CONCLUSÃO: Pacientes com idade = 55 anos possuem história familial mais representativa para o CCR que pacientes mais idosos, podendo fazer parte da síndrome do HNPCC. Possivelmente se beneficiem de colectomia estendida.
2006
Bonardi,Renato de Araújo Sartor,Maria Cristina Baldin Jr.,Antonio Nicollelli,Guilherme Mattioli Duda,João Ricardo Olandoski,Márcia