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Preparo do intestino para colonoscopia com lactulona a 8%: modo da Santa Casa de São Paulo
A colonoscopia é o melhor método diagnóstico para doenças do cólon e reto. Contudo, para melhores resultados, é necessário que o preparo intestinal seja simples, eficaz e adaptado às condições dos pacientes. Para facilidade dos pacientes da Área de Colonoscopia do Departamento de Cirurgia da Santa Casa de São Paulo, foi desenvolvido um tipo de preparo domiciliar utilizando fármacos disponíveis no comércio. No período 2001/2003 1.750 pacientes foram assim examinados. Do total 982 eram mulheres ( 56,1%) e os demais homens (43,9%). A média de idades foi 54,3 ± 19,0 anos, sendo os extremos de 13 e 94. O esquema consistiu em dieta sem resíduos e bisacodil na véspera, além de 1.000 ml de solução a 8% de lactulona seis horas antes dos exames. A qualidade do preparo foi considerada excelente em 723 (41,3%), boa em 662 (37,8%), regular em 289 (16,5%) e má em 76 (4,3%). Concluímos que o preparo domiciliar com lactulona é facilmente exeqüível nas populações usuárias, tecnicamente adequado, de baixo preço, além de adequado para ser usado em grandes populações por simples prescrição em ambulatório. Por esta razão recomendamos seu emprego nos doentes da Santa Casa de São Paulo.
2008
Klug,Wilmar Artur Sampaio Neto,Pedro Fonoff,Alexandre Margutti Fang,Chia Bin Candelária,Paulo Azeredo
Cistoadenoma de apêndice: relato de caso e revisão da literatura sobre tumores mucinosos do apêndice vermiforme
INTRODUÇÃO: Mucocele do apêndice (MA) é uma lesão rara, caracterizada pelo acúmulo de secreção mucoíde em sua luz. Diagnóstico precoce é fundamental para evitar o extravasamento de secreção mucoíde na cavidade peritoneal, causando pseudomixoma peritoneal. RELATO DE CASO: Paciente sexo masculino, 62 anos com história de dor abdominal em fossa ilíaca direita há cerca de 6 meses. Realizou uma ultra-sonografia do abdome que evidenciou no flanco direito pequena estrutura cística compatível com MA. Colonoscopia, exames laboratoriais e dosagem do CEA encontravam-se sem alterações. O paciente foi submetido à laparotomia exploradora com ressecção do apêndice e do seu meso em monobloco. O exame histológico mostrou tratar-se de cistoadenoma do apêndice vermiforme. O paciente evoluiu sem intercorrências. DISCUSSÃO: A MA é um achado raro. As principais causas patológicas incluem cisto de retenção, mucocele secundária a epitélio hiperplásico, cistoadenomas e cistoadenocarcinomas. A doença é geralmente assintomática e o diagnóstico pré-operatório é raro. O tratamento para mucocele do apêndice é cirúrgico e a preocupação principal do cirurgião é evitar o extravasamento do conteúdo da mucocele na cavidade abdominal. CONCLUSÃO: A MA é uma entidade incomum e com alto potencial de complicação, usualmente curável com tratamento cirúrgico adequado.
2008
Fonseca,Leonardo Maciel da Sassine,Gibran Cessine Anacleto Luz,Magda Maria Profeta da Silva,Rodrigo Gomes da Conceição,Sergio Alexandre da Lacerda-Filho,Antonio
Carcinoma adenoescamoso do reto: relato de caso
Os carcinomas adenoescamosos são neoplasias bastante raras que ocorrem mais freqüentemente no reto e porções distais do cólon. A apresentação clínica e macroscópica destas lesões não difere do adenocarcinoma. Relata-se um caso de tumor adenoescamoso do reto, cuja confirmação diagnóstica somente foi realizada após a cirurgia de ressecção tumoral e estudo imuno-histoquímico.
2008
Pincinato,André Luigi Balsamo,Flávia Lopes,Juliana Magalhães Carvalho,Rodrigo Britto de Borges,Alline Maciel Pinheiro Formiga,Galdino José Sitonio
Manifestação incomum do câncer colorretal: relato de caso
O câncer colorretal é uma neoplasia bastante freqüente, sendo responsável por alta morbimortalidade. O principal tipo histológico encontrado é o adenocarcinoma. Geralmente, acomete o segmento distal do reto, e o sigmóide e os sintomas mais comuns resultam de alteração do hábito intestinal. Fístulas êntero-vesicais resultantes de complicações neoplásicas são raras e manifestam-se pouco comumente com fecalúria. Este caso trata-se de um homem pardo, de 44 anos, que teve uma fístula reto-vesical como complicação que levou ao diagnóstico de um adenocarcinoma colorretal. O objetivo deste trabalho é relatar uma manifestação incomum deste tipo de neoplasia, que se apresentou com complicação pouco freqüente no momento do diagnóstico, além de fazer uma revisão na literatura médica sobre o assunto.
2008
Mendonça,Cláudio Ferreira Diogo Filho,Augusto Lima,Diogo Almeida Santos,Luciano Batista Silveira Dias,Carla Corrêa Lima
Pseudolipomatose do cólon: relato de caso
A pseudolipomatose cólica é uma condição benigna, raramente descrita, caracterizada histologicamente pela presença de múltiplas vesículas contendo ar na parede do intestino grosso. Acredita-se que a doença tenha origem iatrogênica, ocasionada pela infiltração de ar através da mucosa cólica durante a realização de procedimentos endoscópicos. O objetivo do presente relato é apresentar um caso de pseudolipomatose cólica, confirmada por meio de estudo histopatológico e imunoistoquímico. Relato do caso: Mulher, 74 anos foi submetida à colonoscopia para investigação de anemia. Apresentava sangramento retal cíclico durante as evacuações, perda ponderal e anemia. O exame endoscópico não mostrou alterações do cólon, detectando apenas mamilo hemorroidário que no momento do exame apresentava sinais de sangramento recente. Três semanas após o exame foi submetida à ligadura elástica do mamilo hemorroidário. Durante a realização do procedimento encontrou-se área sobrelevada na mucosa intestinal, de coloração amarelo-esbranquiçada, com aproximadamente quatro centímetros de diâmetro, localizada na parede posterior do reto, a 13 cm da margem anal que inexistia quando da realização da colonoscopia. Foi realizada biópsia da região alterada da mucosa e ligadura elástica do mamilo hemorroidário. O exame histopatológico demonstrou a presença de inúmeros vacúolos de diâmetro variado, algumas vezes confluentes, localizados na lamina própria da parede intestinal mimetizando tecido adiposo. Notava-se ainda presença de pertuito longitudinal que comunicava a região vacuolizada com a superfície da mucosa cólica. As técnicas histoquímicas e imunoistoquímicas para detecção de gordura no interior das vesículas revelaram-se negativas, permitindo o diagnóstico de pseudolipomatose cólica. Após a ligadura elástica a enferma não mais apresentou sangramento retal, recuperando-se da anemia. Conclusão: A pseudolipomatose do cólon, apesar da raridade, é uma condição que pode ser encontrada após a realização de procedimentos endoscópicos no cólon.
2008
Martinez,Carlos Augusto Real Souza,Carlos Alberto Fontes de Noronha,Marcelo Ramos Alfredo,Camila Helaehil Spadari,Ana Paula Pimentel Bartocci,Priscilla Cecília Mendes Priolli,Denise Gonçalves
Câncer ano-reto-cólico: aspectos atuais III - câncer de reto - terapêutica neoadjuvante
O tratamento cirúrgico do câncer de reto era feito por meio de operação via abdominal se o tumor estivesse no terço superior ou abdominoperineal, se o tumor estivesse no terço médio ou inferior, era associado à radioterapia e/ou a quimioterapia. A preservação do esfíncter anal, pelos princípios cirúrgicos vigentes, era limitada e destinava-se aos tumores que estavam acima do alcance do toque digital. As anastomoses baixas, ensaiadas em doenças benignas, foram introduzidas para o câncer, mas somente ganharam destaques com grampeadores mecânicos. Avanços posteriores incorporaram novas concepções sobre a anatomia cirúrgica do reto e seus aspectos oncológicos, provocando alterações operatórias cujos resultados promoveram revisão de conceitos e emancipação da terapêutica. O arsenal farmacológico foi tão ampliado e enriquecido, que o embaraço atual está em escolher e testar as drogas oncológicas disponíveis. Paralelamente aos aceleradores lineares, os avanços na área de computação e produção de imagens radiológicas possibilitaram o planejamento tridimensional do segmento anatômico a ser atingido, com ganhos valorosos para a radioterapia. O maior desafio no tratamento do câncer de reto, superado os aspectos físicos e cirúrgico-anatômicos, continua sendo o controle da recidiva local, ainda que bem inferiores aos observados no passado. Esse progresso ocorreu graças ao avanço tecnológico das imagens ultra-sonográficas e da ressonância magnética que, no campo propedêutico, vêm aprimorando o estadiamento do tumor; à maior definição do uso da terapêutica neo-adjuvante, à técnica cirúrgica de excisão total do mesorreto e ao apuro manual dos cirurgiões.
2008
Santos Jr,Júlio César M
A Biologia molecular das doenças inflamatórias intestinais
Com elevada prevalência, a Doença de Crohn e a retocolite ulcerativa apresentam mecanismos fisiopatológicos os quais permanecem como um grande desafio apesar de muitas décadas de pesados investimentos em pesquisa. Entretanto, o desenvolvimento de técnicas de análise da biologia molecular tem proporcionado a identificação de um grande número de moléculas relacionadas a estas doenças as quais poderão representar um importante auxílio na compreensão de seus complexos aspectos. Existem fortes evidências hoje, de que as doenças inflamatórias intestinais (DII) são o resultado de um desequilíbrio entre a flora bacteriana comensal e o aparato imunológico da mucosa intestinal. Um dos achados mais consistentes neste sentido refere-se à elevada incidencia de mutações do gene NOD2/CARD15 em pacientes portadores de Doença de Crohn, além da comprovação de sua correlação fenotípica com esta doença. Além desta proteína, diversas outras moléculas apresentam-se alteradas nas DIIs, envolvendo diversos aspectos como imunidade inata, resposta inflamatória e função de barreira mucosa. A observação das variações de expressão destas moléculas correlacionadas à evolução clínica e respostas terapêuticas irá contribuir para que possamos em um futuro obter resposta a históricos questionamentos sobre estas complexas doenças.
2008
Pinho,Mauro
Indicações da vacina contra o papilomavirus humano
Estima-se que 20% da população adulta esteja contaminada pelo Papilomavírus humano (HPV) e que anualmente surjam 500 mil novos casos de câncer da cérvix uterina, 70% deles em países em desenvolvimento, além de inúmeros casos de carcinoma anal, quase todos relacionados ao vírus em questão. Esses dados indicam a necessidade de reforçar a prevenção desses tumores e suas lesões precursoras, e as vacinas oferecem essa oportunidade. Dispomos de produtos que imunizam contra os tipos virais 16 e 18, mais freqüentes nos carcinomas, e 6 e 11, relacionados às verrugas anogenitais. Estão indicados em mulheres dos 11 aos 25 anos de idade desde que não tenham contato prévio com a infecção viral. Conferem imunidade superior à da imunização naturalmente adquirida, embora o tempo de duração dessa imunidade não está bem estabelecido. Por enquanto, não é indicada para homens. A vacinação não afasta a necessidade dos exames periódicos para rastreamento do câncer anogenital.
2008
Nadal,Luis Roberto Manzione Nadal,Sidney Roberto
Resultados do registro nacional brasileiro em vídeo-cirurgia colorretal - 2007
Este trabalho multicêntrico reúne a experiência de 28 equipes brasileiras em vídeo-cirurgia colorretal. No período de 1992 a 2007 foram operados 5259 pacientes, sendo excluídos 515 (9,8%) doentes devido a dados incompletos. Foram avaliados 4744 pacientes, sendo 1994 homens (41,4%) e 2750 mulheres (58,6%), cuja idade variou de 1 a 94 anos (média de 57,5 anos). Doenças benignas foram diagnosticadas em 2355 pacientes (49,6%). A maioria das afecções (50,7%) localizava-se no cólon esquerdo e sigmóide, 28,2% no reto e 0,3% no canal anal, 8,0% no cólon direito e 7,0% difusa. Ocorreram 29 óbitos (1,6%). Foram operados 2389 (50,4%) pacientes portados de tumores malignos, estando localizados no reto em 48,5%, cólon esquerdo e sigmóide 30,7%, cólon direito 16%, cólon transverso 3,2% e canal anal 0,6%. Os tipos histológicos foram 2347 (98%) adenocarcinomas, 30 (0,6%) carcinomas espinocelulares e outros tipos histológicos em 12 (0,2%) pacientes. A recidiva global foi de 15,3%. Houve 180 (3,8%) complicações intra-operatórias, sendo as mais comuns lesões vasculares de cavidade e lesões de alças intestinais, com incidência de 1%. Foram relatadas 261 (5,5 %) conversões para laparotomia, sendo a causa mais comum a dificuldade técnica em 1,4%. Complicações pós-operatórias foram registradas em 683 (14,5 %). Em período médio de 52 meses de seguimento houve 19 (0,8%) recidivas no local de inserção de trocártes. Não houve recidiva parietal em incisão utilizada para retirada da peça. CONCLUSÕES: 1) Nos últimos anos, a experiência brasileira em vídeo-cirurgia colorretal teve aumento expressivo; 2) As indicações operatórias para câncer e doenças benignas foram semelhantes, sendo que a doença diverticular representou 40 % das doenças benignas tratadas; 3) Os índices de morbi-mortalidade foram baixos e semelhantes aos relatados na literatura; 4) Os resultados oncológicos avaliados demonstram que as ressecções laparoscópicas determinam índices de recidiva parietal semelhantes aos encontrados em operações convencionais.
2008
Valarini,Rubens Campos,Fabio Guilherme C. M. de
Resultado do tratamento das fístulas enterovesicais para doença de Crohn
A fístula enterovesical na doença de Crohn é relativamente incomum. O objetivo deste estudo é analisar sua incidência e o resultado do seu tratamento em doentes de Crohn no ambulatório de Doenças Inflamatórias Intestinais do Serviço de Cólon e Reto do Departamento de Gastroenterologia do HCFMUSP. MÉTODOS:Dos 647 pacientes com doença de Crohn , quatorze apresentaram fístula enterovesical no período de 1984 a 2006, tendo sido todos tratados cirurgicamente. RESULTADOS: Dos quatorze pacientes, doze são homens sendo a média de idade do início da doença de Crohn de 28,8 anos. O tempo médio de evolução da doença até o diagnóstico da fístula enterovesical foi de 155,1 meses. Em relação à extensão da doença, sete pacientes tinham Crohn em intestino delgado, cólon e região perianal; cinco apenas no intestino delgado; um em cólon e região perianal e outro com acometimento de intestino delgado e perianal. No total treze pacientes tinham doença de Crohn em intestino delgado. O trajeto da fístula enterovesical mais comum foi de intestino delgado (seis pacientes). Os demais pacientes apresentaram fístula enterovesical em: cólon sigmóide (quatro pacientes), entero-colo-vesical (dois pacientes), colo-vesico-cutânea (um paciente) e outra entero-reto-vesical (um paciente). Todos foram tratados cirurgicamente com ressecção da porção intestinal acometida e sutura da lesão da bexiga, e em um doente foi feito cistectomia parcial. No pós-operatório imediato tivemos duas recorrências da fistula enterovesical, um paciente permanece em tratamento clínico e o outro foi a óbito. No acompanhamento dos demais doentes, observou-se que: oito pacientes apresentam-se sem sintomas e com medicação, três assintomáticos e sem medicação; um paciente com medicação e com sintomas relacionados à doença de Crohn (mas sem queixas ou recorrência de fístula enterovesical). CONCLUSÃO: O índice de fístula enterovesical em doentes com Crohn neste estudo foi de 2,1%. O tratamento cirúrgico da fistula enterovesical com a ressecção do intestino acometido e sutura da lesão da bexiga mostrou-se eficaz.
2008
Baba,Renata Setsuko Silveira,Rogrigo Cardoso Souza,Ana Carolina Pereira de Paim,Sandra Teixeira,Magaly Gemio Gama,Angelita Habr Kiss,Desiderio Cecconello,Ivan
Os benefícios da ressecção anterior baixa em monobloco para o câncer de ovário avançado: dez anos de experiência em um único centro terciário
INTRODUÇÃO: A pedra angular do tratamento do câncer epitelial de ovário tem sido a associação da cirurgia citorredutora aliada à quimioterapia com platina. Quando essa neoplasia invade órgãos pélvicos adjacentes somente uma ressecção pélvica em monobloco pode levar a uma citorredução ótima. OBJETIVO: O objetivo do presente estudo foi acessar a segurança, a eficácia e o impacto na sobrevida da ressecção anterior baixa em monobloco para o câncer epitelial do ovário avançado. MÉTODOS: Os dados completos de 19 pacientes que foram submetidos a esse tipo de operação para tratamento de câncer de ovário avançado entre Janeiro de 1996 a Junho de 2006 foram analisados. A mediana de idade foi de 58 anos (24-77). Em todas as cirurgias a doença residual foi menos do que 1 cm. RESULTADOS: A mortalidade pós-operatória foi de 5% (n=1) enquanto a morbidade foi de 26,3 % (n=5). A sobrevida global em três anos foi de 76,47 % enquanto a mediana foi de 42 meses. CONCLUSÕES: A ressecção anterior baixa em monobloco não deve ser um obstáculo quando uma citorredução ótima é necessária. Em que pese sua alta morbidade, sua mortalidade é aceitável. O controle da doença em longo prazo pode ser atingido com esta prática.
2008
Costa,Sergio Renato Pais Lupinacci,Renato Arioni
Pesquisa de linfonodo-sentinela em pacientes com adenocarcinoma de cólon
O câncer colorretal é responsável por cerca de 8.000 óbitos/ano no Brasil. Acredita-se que haja subestadiamento pós-operatório. O objetivo deste trabalho é pesquisar sobre linfonodo-sentinela em pacientes com adenocarcinoma de cólon. A amostra foi composta de 18 pacientes, todos com diagnóstico de adenocarcinoma de cólon, submetidos à laparotomia com injeção dos marcadores de linfonodos na subserosa peritumoral. RESULTADOS: a identificação intra-operatória de linfonodo-sentinela com os marcadores ocorreu em 16 (88,8%) pacientes. O azul patente identificou linfonodos-sentinela em 72,2% e o fitato marcado com tecnécio em 88,8%. Obtiveram-se linfocintilografias do espécime cirúrgico removido em 15 pacientes. A sensibilidade global do método foi de 66,7% e o falso negativo de 33,3%. Depois do exame histológico com multissecção e imunoistoquímica de 11 pacientes, foi diagnosticada metástase em uma (9%) ocorrência, sendo considerada ultra-estadiamento. CONCLUSÕES: pode-se afirmar que o procedimento é viável; o radiofármaco é mais eficaz; a linfocintilografia da peça cirúrgica é capaz de certificar a presença de captação de radiofármaco pelo linfonodo; a incidência de metástases linfonodais é, proporcionalmente, a mesma nos linfonodos-sentinela e não-sentinela; as técnicas de multissecção e imunoistoquímica contribuem para melhorar a acuidade diagnóstica de metástase linfonodal.
2008
Freitas,Antônio Hilário Alves Nunes,Tarcizo Afonso Wainstein,Alberto Julius Alves Barroso,Adelanir Antônio Ricardo-Filho,Omar de Paula Dias,Marco Antônio Dias-Filho,Marco Antônio Penna,Waldemar Nascimento Brandão
Relação entre a expressão da MUC1 e os estadiamentos TNM e Astler-Coller no câncer colorretal
A expressão de marcadores tumorais que se correlacionam com a agressividade dos cânceres vem sendo investigada com vigor. Tendo o câncer colorretal significativa incidência, biomarcadores que possam avaliá-lo quanto a esse aspecto, não são exceção nesta investigação. OBJETIVO: estabelecer a relação entre agressividade do câncer colorretal de acordo com os estadiamentos TNM e Astler-Coller e a expressão da Mucina1 (MUC1) em uma determinada amostra de tumores. METODOLOGIA: foram examinados 36 cânceres colorretais ressecados pelos coloproctologistas do Hospital Universitário da UFAL quanto à presença de uma reação imuno-histoquímica positiva para MUC1 em padrão citoplasmático. Em seguida, correlacionou-se esta com os estádios dos tumores. RESULTADOS: A imunoexpressão da MUC1 ocorreu em 50% dos casos. Destes, 61% estavam entre os estádios T3 e T4; 39% entre N1 e N2; todos os casos do estudo eram M0; e 40% encontravam-se entre os estádios C1 e C3 de Astler-Coller. Avaliada a positividade por cada estádio em separado, percebeu-se que estes aumentaram proporcionalmente, principalmente em relação aos estadios "N" e Astler-Coller. CONCLUSÃO: a ausência da reatividade imuno-histoquímica à MUC1 não excluiu a possibilidade de evolução para um estadio avançado. Porém, sua presença denota a evolução do câncer colorretal para estádios mais agressivos.
2008
Morais,Paula Gabriela Melo Lins Neto,Manoel Álvaro de Freitas Leal,Antenor Texeira Miranda,Cláudio Torres de Albuquerque,Mateus de Paula
Tratamento da isquemia mesentérica pelo pós-condicionamento isquêmico
Sabe-se que o pré-condicionamento isquêmico tem a capacidade de minimizar as lesões decorrentes do processo de isquemia e reperfusão. Recentemente foi descrito que o pós-condicionamento isquêmico apresenta resultados semelhantes em isquemia e reperfusão miocárdica, cerebral, renal e da medula espinhal, mas não há relatos de utilização deste método na isquemia mesentérica. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é avaliar o efeito do pós-condicionamento isquêmico sobre a lesão tecidual na mucosa intestinal de ratos submetidos ao processo de isquemia e reperfusão mesentérica. MÉTODO: Foram estudados 20 ratos Wistar, distribuídos em dois grupos: grupo A, em que se realizou isquemia (30 minutos) e reperfusão (60 minutos) mesentérica; grupo B, isquemia e reperfusão mesentérica e, precedendo o início da reperfusão, foi realizado o pós-condicionamento isquêmico. Ao final, ressecou-se um segmento do intestino delgado para análise histológica. Avaliaram-se os resultados pela classificação de Chiu e procedeu-se o tratamento estatístico. RESULTADO: As médias dos graus de lesão tecidual foram: grupo A, 3,5; grupo B, 1. A diferença entre os grupos foi considerada estatisticamente significativa (p < 0,05). CONCLUSÃO: Concluiu-se que o pós-condicionamento isquêmico foi capaz de minimizar a lesão tecidual na mucosa intestinal de ratos submetidos ao processo de isquemia e reperfusão mesentérica.
2008
Santos,Carlos Henrique Marques dos Gomes,Otoni Moreira Pontes,José Carlos Dorsa Vieira Miiji,Luciana Nakao Odashiro Bispo,Marco Aurélio Feltrin
Estoma & câncer retal: revisão de 195 estomas realizados em 380 pacientes portadores de câncer retal
Em uma casuística de 24.000 pacientes 923 eram portadores de tumores de intestino grosso (3.8%), 870 dos quais eram tumores colorretais (94,2%), dos quais 490 eram câncer no cólon (53,1%) e 380 no reto (41,2%) e apenas 53 tumores anais (5,7%). O objetivo deste trabalho é estudar 380 pacientes portadores de câncer retal, analisando, especificamente, os 195 estomas criados nos mesmos, estratificando-os em temporários e definitivos, descrevendo suas modalidades e indicações bem como suas complicações e abordagem cirúrgicas das mesmas. De 380 pacientes portadores de câncer retal 373 foram operados (98,2%) e 338 tiveram os tumores removidos (91,8%), tendo sido a retossigmoidectomia abdominal a técnica cirúrgica mais realizada (172 ou 45,3%), das quais, 133 com anastomose manual (35,0%) e 39 com anastomose mecânica (10,3%), seguida pela amputação abdominoperineal (135 casos ou 35,5%). Dos 373 pacientes operados foram realizados estomas em 195 (52,3%), 174 dos quais definitivos (46,6%) e 21 temporários (5,7%). Destarte, dos 195 estomas realizados, 174 foram definitivos (89,2%) e 21 temporários (10,8%). As modalidades de estomas mais realizados foram colostomias terminais (146 casos, 39,1%) e colostomias em alça (30 casos, 8,0%). Dos 21 estomas temporários nove foram colostomias em alça (5,2%) e 12 foram ileostomias em alça (7,0%). Em 16 dos 21 casos o estoma foi feito como protetor de anastomose em 133 casos de ressecção com anastomose manual (oito colostomias em alça e oito ileostomias em alça); e cinco foram realizados em 39 casos de anastomoses mecânicas, sendo uma colostomia em alça e quatro ileostomias em alça. Os 174 estomas definitivos foram feitos em 135 casos de amputação abdominoperineal, 35 em tumores irressecáveis e quatro em proctocolectomia, tendo sido 146 colostomias terminais (83,9%), quatro ileostomias terminais (2,3%), 21 colostomias em alça (12,1%) e três colostomias duplas (1,7%). Ocorreram 14 complicações (7,2%) nos 195 estomas executados, assim distribuídas: oito complicações em 146 colostomias terminais (5,5%), uma complicação dentre as 30 colostomias em alça (3,3%), três complicação nas três colostomias duplas (100,0%), duas complicações em 12 ileostomias am alça (16,7%) e nenhuma complicação entre as quatro ileostomias terminais. Estenose e prolapso foram as complicações mais comuns (quatro casos de cada).
2008
Cruz,Geraldo Magela Gomes da Andrade,Mônica Mourthé de Alvim Gomes,Daniel Martins Barbosa Medeiros Constantino,José Roberto Monteiro Chamone,Bruno Cunha
Preparo de cólon para colonoscopia com polietilenoglicol versus sulfato de magnésio em pacientes acima de 70 anos de idade
OBJETIVOS: Comparar a eficácia e segurança do sulfato de magnésio em relação ao polietilenoglicol no preparo intestinal para colonoscopia em pacientes com idade igual ou superior a 70 anos. MÉTODOS: Foram selecionados para o estudo sessenta pacientes acima de 70 anos, de ambos os sexos e que foram aleatoriamente divididos em dois grupos: o grupo controle, utilizando o polietilenoglicol e o grupo em estudo com sulfato de magnésio. Foram avaliados a qualidade do preparo, a tolerância pelos pacientes e os efeitos adversos produzidos por cada substância. O colonoscopista possuía informação prévia sobre o tipo de preparo. RESULTADOS: Os pacientes apresentaram uma distribuição homogênea nos grupos e nos fatores idade, patologias prévias, efeitos colaterais, qualidade de preparo e tempo de chegada ao ceco na realização da colonoscopia. Diferiram na distribuição do sexo, apresentando um maior número de indivíduos do sexo feminino no grupo que utilizou o sulfato de magnésio, porém sem relevância estatística. CONCLUSÃO: O sulfato de magnésio não demonstrou diferença estatística quanto aos níveis de segurança e eficácia em pacientes maiores de 70 anos, para o preparo intestinal, quando comparado ao polietilenoglicol.
2008
Brambilla,Eduardo Dal Ponte,Marcos Antonio Manzini,Michelle Fellini,Roberto Taboada Buffon,Viviane Raquel May,Rafael Schallins
Avaliação do preparo intestinal para videocolonoscopia em crianças
Para a realização adequada da colonoscopia, é necessária uma limpeza colônica satisfatória. Existem vários métodos de preparo intestinal, mas para crianças ainda não existe um ideal. Portanto, buscamos, com este trabalho, um preparo intestinal padrão para esta faixa etária, que proporcione uma limpeza colônica excelente, tenha menos efeitos colaterais, grande aceitabilidade e custo reduzido, garantindo o apoio e a segurança dos familiares sobre o método. Foram avaliadas 46 crianças que se submeteram a videocolonoscopia, no período de 2002 a 2006, no serviço de videocolonoscopia do Hospital Universitário de Sergipe e na UPEP. As crianças foram divididas nos seguintes grupos etários: até um ano (grupo A), crianças de 1 a 5 anos(grupo B) e crianças maiores que 5 anos (grupo C). Nos lactentes e menores que 5 anos, foi usado fosfato de sódio via retal e as crianças maiores que 5 anos receberam solução de manitol via oral. Das 25 crianças que usaram o fosfato de sódio por via retal, o preparo foi excelente em 21 (88%) pacientes e bom em 1 (4%) paciente, embora todas as mães tenham relatado uma aplicação difícil. As outras 21 crianças usaram manitol, com resultado excelente em 17 (80,9%) pacientes e bom em um (4,8%) paciente; entretanto, todas as crianças apresentaram náuseas e vômitos após sua ingestão, com recusa pelas crianças devido ao grande volume. Alcançou-se o ceco em 41 (89%) casos, dos quais, o íleo terminal foi alcançado em 19 (41,3%) casos. Um preparo intestinal individualizado permitiu alto índice de bom preparo e baixa morbidade.
2008
Torres Neto,Juvenal da Rocha Hora,Isabel torres,Júlio Augusto do Prado torres,felipe Augusto do Prado
Estudo demográfico do câncer de cólon e reto no estado de Sergipe
No Brasil, o câncer colorretal (CCR) foi a quinta causa de morte por câncer em homens e a quarta, em mulheres no período de 1995-1999. No entanto, há poucos registros sobre os aspectos epidemiológicos desta patologia em Sergipe, sendo assim foco de atenção desse estudo. OBJETIVO: Catalogar todos os casos de CCR diagnosticados no estado de Sergipe no período de 03 anos (2003-2005), traçando-se um estudo demográfico. MÉTODO: OS DAdos foram colhidos em laudos de todos os laboratórios de anatomia patológica do estado. RESULTADOS: O CCR foi mais freqüente em mulheres (n=201; 56,62%) que em homens (n=154; 43,38%). A média de idade foi 60,27 anos, e 39 (10,99%) tinham até 40 anos. Adenocarcinoma foi o tipo histológico mais encontrado, presente em 295 (83,10%) pacientes. Em Sergipe, a incidência de CCR em 2003, 2004 e 2005 foi de 4,57; 4,72 e 5,29 por 100.000 homens e, 6,07; 5,57 e 6,98 por 100.000 mulheres respectivamente. Na capital, nos respectivos anos, esses números aumentaram para 10,25; 10,57 e 10,29 por 100.000 homens e 12,92; 13,16 e 15,07 por 100.000 mulheres. CONCLUSÕES: Os dados obtidos são semelhantes aos da literatura, mostrando um aumento nas incidências anuais da neoplasia.
2008
Torres Neto,Juvenal da Rocha Teixeira,Fábio Ramos Prudente,Ana Carolina Lisboa Silvino,Cristiane Jesus Arciere,Jofrancis Santos Vieira Filho,Mário Costa
Prevalência de papiloma vírus (HPV) perianal assintomático em pacientes portadores de HPV genital tratados no hospital das clínicas da faculdade de medicina de Botucatu
INTRODUÇÃO: A infecção pelo Papilomavírus Humano é uma das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) de maior incidência e prevalência no mundo, sendo atualmente considerada como uma lesão pré-neoplásica. A infecção pelo Papilomavírus humano (HPV) somou 23,4% das doenças sexualmente transmissíveis (DST) comunicadas ao Ministério de Saúde, sendo atualmente a mais comum em nosso país. Muitos pacientes são portadores assintomáticos. MÉTODOS: Foram encaminhados para a realização de anuscopia e colposcopia da região perianal 20 pacientes já tratados para HPV por lesões em regiões genitais. RESULTADOS: Houve prevalência do sexo masculino (80%) em relação ao sexo feminino (20%), do total de pacientes apenas 2 apresentavam lesões a anuscopia (10%), porém mais 3 pacientes apresentaram lesões com a realização da colposcopia, aumentando para 5 (25%) o total de pacientes assintomáticos que apresentavam lesões perianais. Do total de pacientes com as lesões 4 eram do sexo masculino e 1 do sexo feminino. CONCLUSÃO: Pudemos observar a presença de lesões perianais em 10% dos pacientes portadores de lesões genitais pela simples inspeção anal, estes valores aumentam para 25% quando se associa a colposcopia anal, demonstrando a importância da realização deste exame em todos os pacientes com fator de risco aumentado para a infecção pelo HPV na região anal.
2008
Saad Hossne,Rogerio