RCAAP Repository
Competindo na cidade de São Paulo: efeitos da poluição atmosférica sobre parâmetros fisiológicos e o desempenho durante um teste contrarrelógio de ciclismo de 50 km
Embora a alguns estudos tenham sugerido que a exposição a poluição relacionada ao tráfego de veículos durante uma atividade física possa suprimir as melhorias na saúde induzidas por sua prática, os impactos da poluição no desempenho em esportes de longa duração em indivíduos treinados tem sido negligenciado na literatura atual. Portanto, o objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da poluição do ar relacionada ao tráfego nas respostas inflamatórias e fisiológicas, assim como, no desempenho de ciclistas treinados durante um contrarrelógio de ciclismo de 50 km (50km CR). Foram recrutados 10 ciclistas do sexo masculino, classificados como treinados recreativamente. Estes realizaram um 50km CR em duas condições ambientais: I) ambiente com poluição do ar relacionada ao tráfego de veículos; II) ambiente com ar filtrado, sendo estes, realizados em uma ordem contrabalançada. Amostras de sangue foram obtidas nos momentos pré e pós 50km CR para mensuração de marcadores inflamatórios circulantes e análise dos gases sanguíneos. Avaliação da percepção subjetiva de esforço (PSE), frequência cardíaca (FC) e potência (PO) foram medidos ao longo 50km CR. Marcadores pró-inflamatórios (i.e., interleucina-6, IL-6 e Proteína C-reativa PCR) e anti-inflamatórios (i.e., interleucina-10, IL-10) não foram alterados entre as condições experimentais (P > 0,05). No entanto, a poluição induziu maior aumento dos níveis de Brain-derived neurotrophic factor (BDNF) e maior diminuição de ICAM-1 pós-exercício (P < 0,05), quando comparado com o ar filtrado (P > 0,05). A PSE, HR, PO e tempo para completar o 50km CR não foram diferentes entre as condições ambientais (P > 0,05). Esses achados sugerem que os impactos negativos da poluição do ar nos parâmetros inflamatórios, fisiológicos e de desempenho não ocorrem em indivíduos treinados ao realizar um exercício prolongado (i.e., 50km CR) em um ambiente poluído, o qual mimetiza uma condição real de poluição do ar relacionada ao tráfego de veículos
2022
André Casanova Silveira
O efeito do treinamento aeróbio associado à restrição do fluxo sanguíneo na capacidade aeróbia, força máxima e desempenho em ciclistas treinados
A associação do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) ao treinamento aeróbio submáximo de longa duração tem sido a estratégia mais utilizada para aumentar o desempenho físico-esportivo de ciclistas treinados. Contudo, a prescrição do HIIT deve ser realizada de forma cuidadosa a fim de evitar problemas associados ao overtraining. Por esta razão, criar e/ou adaptar uma estratégia de treinamento que gere adaptações fisiológicas semelhantes ao HIIT, mas que utilize baixa intensidade e que possa ser usada por longos períodos é necessário. Assim, o treinamento aeróbio associado à restrição do fluxo sanguíneo (TA+RFS) pode ser uma solução viável; todavia, até o presente momento, o TA+RFS não foi investigado em ciclistas treinados. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar e comparar os efeitos do TA+RFS e do HIIT na capacidade aeróbia, força máxima e desempenho em ciclistas treinados. Para tanto, 25 ciclistas do sexo masculino (18-45 anos, >= 3 anos de treinamento) integraram os grupos; TA+RFS (n = 9), HIIT (n = 8;) e controle (CON; n = 8). Pré e pós-treinamento (nove semanas, 2x/semana) os seguintes testes foram realizados; contrarrelógio de 20km (CR20km), teste incremental máximo (TIM - [consumo de oxigênio de pico (VO2pico)], [potência mecânica de pico (Wpico)], [potência mecânica correspondente aos primeiro e segundo limiares ventilatórios (WLV1, WLV2, respectivamente]), economia de ciclismo (EC) em 150W e 200W, teste de tempo limite (Tlim), contração voluntária isométrica máxima (CVIM) e força dinâmica máxima (1RM) do membro inferior, além da mensuração da área de secção transversa (AST) dos músculos vasto lateral (ASTVL) e reto femoral (ASTRF). Após o treinamento, não houve diferença significante do desempenho no CR20km entre os grupos TA+RFS e HIIT (p>0,05). Todavia, o grupo HIIT melhorou o desempenho significantemente comparado ao grupo CON, reduzindo o tempo (-1,3 ± 3,6%; 2,8 ± 3,5%, respectivamente, p<0,05) e aumentando a potência média (5,5 ± 7,6%; -5,1 ± 8,0%, respectivamente, p<0,05). Por outro lado, ambos os grupos TA+RFS e HIIT aumentaram significantemente a Wpico (7,3 ± 5,4% e 7,9 ± 5,0%, respectivamente) e as WLV1 (10,6 ± 8,2 e 9,1 ± 5,6, respectivamente) e WLV2 (5,9 ± 4,7 e 11,1 ± 6,8, respectivamente) comparados ao grupo CON (-5,4 ± 3,6%; -4,8 ± 4,9 e -3,1 ± 6,4, respectivamente, p<0,01). Com relação as variáveis VO2pico, desempenho no Tlim, EC, CVIM e 1RM, nenhuma diferença estatisticamente significante foi observada entre todos os grupos (p>0,05). Já para a ASTVL, aumento significante ocorreu no grupo TA+RFS comparado ao CON (2,42 ± 1,3%, -0,04 ± 1,4%, respectivamente) (p<0,01). Por outro lado, não houve diferença significante entre todos os grupos para a ASTRF (p>0,05). Podemos concluir que o TA+RFS pode ser utilizado como estratégia adicional aos ciclistas treinados, melhorando o desempenho físico semelhante ao HIIT, e ainda concomitantemente gerando o aumento da massa muscular (ASTVL). Contudo, é importante destacar que o treinamento de HIIT ainda parece ser a melhor estratégia para aumentar o desempenho esportivo no CR20km, provavelmente pela sua especificidade em simular a alta intensidade imposta pelo ambiente competitivo.
2020
Fabiano Aparecido Pinheiro
Efeitos do treinamento físico aeróbio sobre a regulação dos microRNAs no tumor do câncer de cólon
O treinamento físico aeróbio reduz a incidência de diversos tipos de câncer humano e atenua o crescimento tumoral e a metástase em diferentes modelos de câncer em animais. Entretanto, existe uma lacuna na literatura sobre os mecanismos moleculares pelos quais treinamento físico aeróbio reduz o crescimento tumoral. MicroRNAs são frequentemente encontrados desregulados em tumores de cólon, e sua desregulação está associada com a progressão tumoral e pior prognóstico do paciente. Entretanto, é desconhecido se o treinamento físico aeróbio modula os microRNAs tumorais desregulados, promovendo atenuação do crescimento tumoral. Aqui, nós observamos que o treinamento físico reduziu o crescimento tumoral do câncer de cólon CT26 e MC38, reduziu o consumo de exossomos derivados das células CT26 pelas regiões metastática, reduziu a metástase pulmonar e aumentou a sobrevida dos animais. Mais importante, os efeitos do treinamento físico sobre a redução do crescimento tumoral também foi observado em camundongos imunodeficientes NUDE. Tanto o fragmentos tumoral CT26 quanto as células CT26 primárias provenientes dos camundongos treinados apresentaram um menor crescimento tumoral em comparação aos fragmentos tumorais e células CT26 primárias provenientes dos camundongos sedentários. Além disso, nós encontramos que o treinamento físico reduziu os efeitos sistêmicos induzidos pelo tumor CT26, com a redução da esplenomegalia, atenuação do aumento da massa do fígado e atenuação da perda de massa do gastrocnêmio. Mecanisticamente, o treinamento físico reduziu globalmente a expressão dos microRNAs nos tumores CT26. Esses resultados foram acompanhados por uma redução nos níveis de expressão de Dicer e Xpo5 nos tumores e nas células CT26 primárias. Por fim, nós observamos que menores níveis de expressão de Dicer e, em menor magnitude, de Xpo5 nos tumores de pacientes com câncer de cólon estão associado com uma maior sobrevida
2021
Gabriel Cardial Tobias
Identificação de um perfil poligênico associado a respostas ao treinamento de força
O treinamento de força (TF) e suas implicações sobre a saúde e desempenho físico têm recebido bastante atenção da comunidade científica nas últimas décadas. Estudos tem demonstrando com bastante consistência que as adaptações provenientes do TF são influenciadas pelo conjunto de fatores ambientais e genéticos, mais especificamente de polimorfismo candidatos. Acredita-se que, devido a característica complexa do fenótipo em resposta ao TF se faz necessário e estabelecer modelos poligênicos que possam explicar, pelo menos em parte, a variação em resposta ao TF. Diante disso, o objetivo do presente estudo foi de identificar um modelo de perfil poligênico que esteja associado as respostas ao TF. Para tanto foram selecionados 100 voluntários, fisicamente ativos, sem histórico de experiencia em treinamento de força. Eles realizaram 8 semanas de treinamento de força, duas vezes por semana para membros inferiores e foram avaliados para a força dinâmica máxima, área de secção transversa (AST) do músculo vasto lateral, extração de DNA e genotipagem. Foram inicialmente selecionados 7 polimorfismos com relevância e associação para com as respostas ao TF e elaborados dois modelos de regressão múltipla, uma para as repostas da força muscular e outro para as respostas da AST. Entre os resultados, foram constatados ganhos na força muscular com valores entre 5 a 120% e para o aumento na AST com valores entre 3,37 a 38,04%. O modelo poligênico identificado para os ganhos na força muscular é composto por 4 polimorfismos (ECA, ACTN3, IL-6 e PPARA) e apresenta uma capacidade de predição de 47 % (p < 0,001). O modelo poligênico para os ganhos na AST apresenta 2 polimorfismos (ECA e ACTN3) e tem uma capacidade de predição de 22 % (p < 0,001). Dessa forma, conclui-se que os modelos poligênicos do presente trabalho apresentam uma significante capacidade de predição das respostas ao TF
2021
Salomão Bueno de Camargo Silva
Efeito da suplementação de probióticos sobre parâmetros imunológicos e de permeabilidade intestinal em corredores após uma maratona
Em modalidades esportivas de longa duração como, corrida, ciclismo e triátlon é frequente o aparecimento de sintomas gastrintestinais, aumento da permeabilidade intestinal e endotoxemia além da depressão da atividade do sistema imunológico. Estudos realizados com em atletas de endurance indicam que a ingestão diária de probióticos pode resultar na diminuição da severidade de sintomas gastrointestinais e infecções do trato respiratório superior, no entanto não existe um consenso sobre quais as espécies, dose e período de utilização necessária para se obter o resultado positivo, os estudos não verificaram a função das células do sistema imunológico ou não acompanharam o que ocorre com os parâmetros avaliados dias após a competição. A partir do exposto o objetivo do presente estudo foi verificar se a suplementação de probióticos altera os parâmetros da resposta imunológica inata e de permeabilidade intestinal após uma maratona. Para isso foi realizado um estudo duplo cedo randomizado, no qual foram selecionados 27 atletas amadores de corrida (sexo masculino), com experiência prévia em maratonas. Os sujeitos foram randomizados de forma aleatória em 2 grupos: Placebo (n=13) e suplementação (n=14) o grupo probiótico fez a utilização de sachês (1/dia) contendo 10x109 Unidades Formadoras de Colônia (UFC) de Lactobacillus acidophilus, e 10x109 (UFC) de Bifidobacterium lactis durante 30 dias, enquanto o grupo placebo utilizou sachês contendo 5g de maltodextrina. Foram realizadas coletas de sangue, saliva e fezes no momento basal, após o período de suplementação, logo após a realização de uma corrida de maratona e 5 dias após a prova. Os dados foram analisados com auxilio de um software SAS® comparando os diferentes grupos, utilizando análise de variância Teste-T para amostras independentes ou Modelo Misto GSM (com \'grupo\' e \'tempo\' como fatores) quando necessário. Para todas as análises, o nível de significância adotado foi de p<=0,05 e apresentados em média ±Desvio Padrão (DP). A suplementação com a combinação de Probióticos Lactobacillus acidophilus (10x109) UFC + Bifidobacterium lactis (10x109) UFC durante período de 30 dias não causou alterações na atividade de neutrófilos ou sobre o perfil de citocinas plasmáticas, foi capaz de alterar o perfil de alfa-1 anti-tripsina (proteína relacionada a permeabilidade intestinal), diminuir os valores de lipopolisacarideo após a realização de uma corrida de maratona e induzir modificações especificas na composição da microbiota intestinal de maratonistas
2021
Geovana Silva Fogaça Leite
Suplementação de bicarbonato de sódio e desempenho em exercício intermitentede alta intensidade: consistência dos efeitos e estratégias de otimização
A suplementação de bicarbonato de sódio (BS) tem se mostrado uma estratégia nutricional para melhorar o desempenho físico durante exercícios de alta intensidade, embora esteja associada a vários efeitos colaterais (EC). É necessário suplementar altas quantidades de BS, já que parte do BS é perdido no estômago causando desconforto. Além disso, pesquisas mostraram grande variação interindividual no tempo até o pico de concentração de bicarbonato no sangue (Tmax). A suplementação de SB ainda pode ser uma estratégia para aumentar o desempenho em condições de hipóxia, onde se observa acidose muscular aumenta. A pesquisa teve três objetivos: Estudo A avaliou a ingestão de BS, via cápsulas gastrorresistentes, sobre o pH e bicarbonato sanguíneo e EC, bem como a reprodutibilidade da resposta do bicarbonato sanguíneo em três sessões distintas; Estudo B avaliou a suplementação de BS em comprimidos gastrorresistentes sobre o pH e bicarbonato sanguíneo e EC; e Estudo C avaliou os efeitos da suplementação de BS sobre desempenho físico, variáveis sanguíneas e EC em condições de normóxia e hipóxia. No Estudo A Parte I analisamos a farmacocinética do pH e bicarbonato sanguíneo e EC por 4 h após a suplementação de 0.1 e 0.3 g·kg \'MENOS\' 1 de BS, comparando cápsulas gastrorresistentes com gelatinosas. Na parte II avaliamos a consistência dessas respostas sanguíneas da farmacocinética após 0.3 g·kg \'MENOS\' 1 MC de BS em três ocasiões separadas. Na parte III, investigamos as respostas farmacocinéticas a suplementação de BS em um indivíduo pós-cirurgia bariátrica. O Estudo B analisamos a farmacocinética do pH e bicarbonato sanguíneo e EC por 6 h após a suplementação de 0.1 e 0.3 g·kg \'MENOS\' 1 de BS, comparando suplementação em solução, cápsulas gelatinosas e comprimidos gastrorresistentes. O estudo C suplementamos os voluntários com placebo ou 0.3 g·kg \'MENOS\' 1 de BS e após 90 min testamos o desempenho em 3 séries do teste de Wingate em condições de hipóxia e normóxia, também foi avaliado os EC. Os resultados mostraram que não houve diferenças nas variáveis sanguíneas e EC medidos entre os tipos de cápsulas, apenas entre as doses (A - parte I). A reprodutibilidade foi moderada no nível do grupo e pobre no nível individual, e o Tmax não foi reprodutível nas três sessões. No entanto, foi mostrada uma janela de potencial ergogênico de \'APROXIMADAMENTE\' 3h (A - parte II). Aumentos no bicarbonato sanguíneo em um indivíduo pós cirurgia bariátrica foram mais altos comparado com normais (A - parte III). Os aumentos de pH e bicarbonato sanguíneos foram menores com a suplementação dos comprimidos gastrorresistentes comparado com cápsulas gelatinosas e solução, sem diferenças em EC (Estudo B). A suplementação BS mostrou efeito ergogênico sobre o desempenho apenas na normóxia, a hipóxia aumentou a percepção de EC com a suplementação (Estudo C). Conclui-se que a não houve nenhum tipo de vantagem em fazer a suplementação de BS via cápsulas ou comprimidos gastrorresistentes. A farmacocinética da suplementação não é reprodutível a nível intraindividual e interindividual, mas há uma janela de potencial ergogênico de longa duração. A suplementação não melhorou o desempenho no teste físico intermitente de Wingate em hipóxia, talvez devido ao aumento da incidência de efeitos colaterais
2021
Luana Farias de Oliveira
Efeitos da suplementação de HMB-AL e HMB-Ca sobre as respostas de força e hipertrofia musculares em indivíduos treinados submetidos a treinamento de força
Inúmeras estratégias que promovam aumento de força e hipertrofia musculares vêm sendo estudadas, com destaque para a suplementação de HMB (beta-hidroxi-beta-metilbutirato). Ainda que possua literatura controversa na área, um grupo de pesquisadores publicou nos últimos anos dois estudos com desenho experimental semelhante (randomizado, duplo-cego, controlado por placebo) em que sujeitos previamente treinados em força eram submetidos a doze semanas de treinamento de força suplementando com HMB-AL ou placebo. Após período de treinamento associado à suplementação, o grupo HMB apresentou ganhos expressivos de força e massa muscular. Parte das explicações para resposta de tamanha magnitude é o tipo de suplemento utilizado, nesse caso, HMB em forma de ácido livre (HMB-AL) e não em forma de sal de Cálcio (HMB-Ca), utilizado na maioria dos estudos. Por conta disso, o objetivo do projeto foi comparar as respostas de força e hipertrofia musculares de sujeitos treinados suplementados com HMB-AL, HMB-Ca ou placebo submetidos a um programa de treinamento de força. 45 sujeitos treinados em força fizeram parte do estudo, eles foram randomizados em 3 grupos: grupo que tomou 3g HMB-AL, 3g de HMB-Ca e 3g placebo. Todos foram submetidos a um programa de treinamento de 12 semanas, onde eram realizadas 2 sessões por semana. O período de suplementação correspondeu às 12 semanas de treino. Antes e após intervenção, os atletas foram submetidos a testes de força dinâmica máxima, contração voluntária máxima, composição corporal (DXA) e área de secção transversa (ultrassom). O grupo suplementado com HMB-AL teve uma tendência a otimização de ganhos em massa muscular, quando comparado ao grupo HMB-Ca (p=0,09). Quando comparado ao grupo placebo, esse valor atingiu significância (p=0,03), ou seja, o suplemento foi capaz de otimizar o ganho de massa magra em indivíduos treinados. Adicionalmente, o grupo HMB-AL também aumentou mais a carga total de treino, no exercício leg press, quando comparado ao grupo HMB-Ca (p=0,02) e placebo (p=0,03). Todos os grupos ganharam força no exercício de supino de forma similar e o aumento da contração voluntária máxima, também foi similar entre os grupos, não tendo efeito adicional do suplemento. Possivelmente, o HMB-AL tenha algum efeito positivo em otimizar as respostas de hipertrofia e força muscular, ainda que marginal, em indivíduos treinados em força, submetidos a 12 semanas de treino de força
2018
Aline Cristina Capparelli Tritto
Potencial terapêutico da inibição do microRNA-34c-3p: desvendando reguladores moleculares através do treinamento físico aeróbio
Doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Em contraste a esse cenário, o treinamento físico aeróbio (TFA) figura como importante ferramenta de combate a esse quadro, atuando, dentre diversos mecanismos, na expressão de microRNAs (miRNA) e na hipertrofia cardíaca (HC). Nesse sentido, seria o TFA capaz de reduzir expressão do miR-34c-3p em cardiopatologias, gerando melhora aos danos causados? Na tentativa de elucidar essa lacuna, ratos Wistar machos (2 meses) passaram por oclusão da coronária gerando infarto do miocárdio (IMS; IMT) ou indução de diabetes tipo I por STZ (DS;DT: 45mg/kg). Após a verificação do dano, estes foram submetidos a TFA (10 sem), e os ventrículos esquerdos (VE) foram dissecados a posteriori. Ao analisar a expressão gênica por RT-PCR, o TFA diminuiu (39%; p<0,02) a expressão do miRNA-34c-3p no VE de IMT vs. IMS. Em consonância, houve diminuição (27%; p<0,04) do miRNA em DT vs. DS. Investigando o potencial terapêutico dessa inibição, ao proceder análise in vitro em cultura primária de cardiomiócitos tratados com inibidor do miRNA (amiR-34c-3p), houve diminuição de sua expressão em 71% (50nM; p<0,01) vs. grupo controle (C), enquanto houve aumento de 41000% (50nM; p<0,01) entre o superexpressor (mmiR) e C. Analisando os marcadores de HC patológica entre amiR e C, verificou-se redução na a-actina esquelética (6,1%;p<0,02), aumento no ANF (84,4%; p<0,05) e redução na b-MHC (66%; p<0,007), demonstrando HC fisiológica em cardiomiócitos tratados com amiR. Buscando alvos do miR-34c-3p responsáveis por essas alterações, analisou-se o eIF4E, último fator iniciador de tradução ativado por via não canônica da PI3K-AKTmTOR. Sua direta ativação pode representar importante avanço na busca por terapias que induzam a HC fisiológica. O amiR aumentou o eIF4E (64%; p<0,003), com validação por diminuição da atividade da luciferase (48%; p<0,02) através de ensaio com vetor 3\'UTR do gene e miR-34c-3p. Outro alvo predito analisado, o KLF11, tem homologia com gene da insulina e pode estar relacionado com melhora metabólica do VE. O tratamento com amiR aumentou (192%; p<0,006) a expressão gênica do KLF11, validado com redução de 55% na atividade da luciferase, e aumento da captação de glicose (13%; p<0,04). Com os dados expostos, o TFA foi eficiente em inibir a expressão do miR-34c-3p em VE de animais cardiopatas que, atuando em seus alvos agora validados, foi capaz de promover HC fisiológica e melhora metabólica em cardiomiócitos. Considerando os efeitos cardioprotetores da inibição desse miRNA, vislumbra-se o potencial terapêutico dessa inibição em paciente na perspectiva de atenuação de prejuízos causados por cardiopatias
Respostas cinemáticas e eletromiográficas durante suporte parcial de peso em indivíduos saudáveis
O suporte parcial de peso (SPP) define-se por algum grau de diminuição do peso corporal gerado por um aparato de suspensão, que acomoda as elevações e quedas corporais durante a realização da marcha em esteira. Trata-se de um método frequentemente indicado para indivíduos acometidos por disfunções do movimento, cujo programa de tratamento tenha como objetivo a diminuição da magnitude de cargas nos tecidos, gerando proteção articular e diminuição da dor. Contudo, ainda pouco se sabe sobre as reais repercussões geradas na marcha quando o suporte parcial de peso é utilizado. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivo verificar o efeito da velocidade e do nível de suspensão corporal sobre variáveis cinemáticas e eletromiográficas de indivíduos saudáveis. Foram avaliados 49 sujeitos saudáveis, 18 do sexo feminino, 31 do sexo masculino, com idade de 28,7(±6,7), massa corporal de 76,9(±14,9) kg, altura de 173,3(±14,9) cm durante a realização de marcha em esteira sob 3 velocidades diferentes (2,0 Km/h, 4 km/h e velocidade auto selecionada), em 4 níveis de suspensão parcial de peso: 0%, 20%, 50% e 80%. Todos os voluntários passaram pelas 12 condições. Observou-se que, acima de 50% de sustentação em velocidades baixas e auto selecionadas, a cadência diminui gradativamente, e a porcentagem do tempo de balanço aumenta, com diminuição gradativa das amplitudes articulares e picos angulares de quadril, joelho e tornozelo. A atividade eletromiográfica também se mostrou diminuída em todas as fases da marcha para os músculos glúteo médio, reto femoral, vasto lateral, bíceps femoral, tibial anterior e gastrocnêmio lateral. Os resultados sugerem, portanto, que a suspensão influencia diretamente no comportamento da marcha de indivíduos saudáveis diminuindo a solicitação muscular e articular, e provavelmente, diminuindo a solicitação mecânica da tarefa, sem contudo alterar por demais as características principais, o que possibilita a utilização de tal estratégia para a proteção articular e o retorno precoce à locomoção, caso haja esta necessidade
2019
Pedro Luis Sampaio Miyashiro
Efeito da modulação aguda da concentração hormonal sistêmica, na regulação hormonal local e das células satélites em indivíduos treinados em força
Hormônios como a testosterona, a desidroepiandrosterona (DHEA), o cortisol e o hormônio do crescimento (GH) e fatores de crescimento, como o fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1), são agudamente liberados no sangue logo após sessões de exercício de força (EF). Esses hormônios e fatores de crescimento estão relacionados com a modulação de processos fisiológicos na célula muscular esquelética. Mais recentemente, pesquisadores evidenciaram a presença de enzimas esteroidogênicas, responsáveis por metabolizar o colesterol em diferentes hormônios esteroides, no interior da célula muscular. Isso possibilitaria às células musculares regularem a concentração hormonal intramuscular. Essa modulação intramuscular pode ser capaz de afetar diferentes processos fisiológicos nessas células, como a atividade das células satélites (CS). Contudo, o papel da modulação da concentração hormonal sérica induzida pelo EF em regular as concentrações intracelular de hormônios nas células musculares, regulando a atividade das CS ainda não é bem conhecido em humanos. Para investigar esse fenômeno, indivíduos treinados em força foram submetidos a duas diferentes sessões de EF com o objetivo de modular diferentemente as respostas hormonais séricas entre elas. Uma sessão (HH) que elevaria expressivamente as concentrações agudas séricas da testosterona total e livre, do DHEA, do cortisol, do GH, e do IGF-1, enquanto outra sessão não induziria elevações expressivas desses hormônios (LH). Indivíduos treinados foram escolhidos por apresentarem menor impacto de sessões de exercício de força na modulação de processos fisiológicos nas células musculares por serem mais acostumados às mesmas. Isso favorece relacionar os processos da modulação hormonal sistêmica e local com a possível regulação da atividade das CSs. As sessões de EF foram efetivas em modular agudamente as concentrações séricas da testosterona total, DHEA, GH e cortisol. Contudo, apenas o Cortisol foi elevado mais para sessão HH comparado com a sessão LH. Consequentemente, apenas o cortisol teve sua concentração diferentemente alterada nas células musculares, estando mais aumentado também após a sessão HH. A ausência de elevação na célula muscular de hormônios androgênicos foi suportada pela ausência de mudança na expressão gênica das enzimas esteroidogênicas como a 5α redutase e a 17β Hidroxiesteróide Desidrogenase. Interessantemente, a expressão gênica da miostatina e da miogenina aumentaram aproximadamente nove e quatro vezes, respectivamente, 72 horas após as sessões de EF. Por fim, possivelmente afetados pelos níveis de cortisol elevado na célula muscular, que pode ter favorecido um expressivo aumento de expressão gênica da miostatina, a quantidade de CS e consequentemente de mionúcleos não sofreram nenhum efeito das sessões de EF. Essa ausência de modulação da quantidade de CS ocorreu mesmo com o aumento da expressão da miogenina que poderia ter favorecido um processo de diferenciação das CS. Assim, é possível sugerir que quando o hormônio é elevado agudamente no sangue de forma expressiva como o cortisol, o mesmo afetará sua concentração na célula muscular. Esse aumento da concentração hormonal no músculo pode regular a atividade das CS, já que não foi observada a esperada mudança na quantidade de CS nas células musculares após as sessões de EF
Validade, reprodutibilidade, sensibilidade e construção de tabela normativa do frequency speed of kick test para o taekwondo
O objetivo do presente estudo foi estabelecer os critérios de autenticidade científica de validade, reprodutibilidade e a sensibilidade do FSKT10s e do FSKTmult para o taekwondo. O objetivo secundário foi construir uma tabela normativa para classificação do desempenho físico gerado no FSKT. O estudo foi conduzido em seis etapas, contendo amostras de praticantes ou atletas de diferentes níveis competitivos. Visando investigar a validade lógica do FSKT, foi apresentado um questionário para 94 sujeitos que tivessem alguma experiência com a modalidade. O objetivo do questionário foi conhecer a opinião a respeito do entendimento sobre as instruções, viabilidade de aplicação e predominância energética. Os participantes julgaram que o teste é \'fácil\' ou \'muito fácil de entender\', \'viável\' ou \'muito viável\' de aplicar e que ambos os testes medem predominantemente a condição anaeróbia. Quanto maior o grau de instrução, maior a frequência de resposta de que o FSKT10s é predominantemente anaeróbio, enquanto para o FSKTmult a maior frequência de resposta no grupo não graduado mede predominantemente a condição aeróbia e o grupo pós-graduado julgou que o teste mede predominantemente a condição anaeróbia. Na etapa seguinte 13 atletas de taekwondo do sexo masculino participaram em duas sessões experimentais para determinar a validade de critério entre a luta e o FSKT. Não foram encontradas associações entre as variáveis da luta e o FSKT. Não foram identificadas diferenças significantes para o lactato pico após FSKTmult e após luta, mas houve diferença estatística entre a luta e o FSKT10s. O objetivo seguinte foi determinar a validade de constructo. Foram avaliados 153 homens agrupados em não competidores (n= 53), competidores de nível regional/estadual (n= 55) e de nível internacional/nacional (n= 45) e 42 mulheres agrupadas em competidoras de nível regional/estadual (n= 21) e de nível internacional/nacional (n= 21). Houve superioridade dos competidores de nível nacional/internacional em comparação aos não competidores. As competidoras de nível regional/estadual diferiram do grupo de nível nacional/internacional. A etapa seguinte foi conduzida com 14 atletas para determinar a reprodutibilidade relativa e absoluta do FSKT em teste e reteste. Para a reprodutibilidade relativa foram observados valores de CCI entre 0,63 e 0,95. O EPM ficou entre 0,60 e 3,99 enquanto o SWC0,6 ficou entre 0,73 e 4,83 para as diferentes séries do FSKT. Na etapa seguinte foi determinada a sensibilidade do FSKT de 8 atletas após nove semanas de treinamento de taekwondo e de força/potência muscular. Foi observada melhora do desempenho gerado em todas as variáveis analisadas, exceto para o índice de decréscimo de chutes (IDC). Por fim, 115 homens e 70 mulheres praticantes/atletas familiarizados com o FSKT executaram cada teste uma vez. Após análise dos dados foi elaborada a tabela com cinco escalas (classificação, percentil: muito bom, >=95; bom, >75; regular, 25-75; ruim, <25; muito ruim, <=5) para as seguintes variáveis FSKT10S, FSKTmult (séries 1-5) e IDC. A conclusão é que o FSKT pode ser uma ferramenta utilizada por técnicos e treinadores visando medir o desempenho físico. Diferentes critérios de autenticidade científica foram apresentados no presente estudo, o que ajudará a tomar decisões mais confiáveis quando de sua aplicação. Também será possível classificar o desempenho dos praticantes/atletas via tabela normativa
2018
Jonatas Ferreira da Silva Santos
Efeito do treinamento de força em associação à suplementação de proteína e creatina sobre a composição corporal, força e funcionalidade de idosos frágeis e pré-frágeis
CAPITANI, MD. Efeito do treinamento de força em associação à suplementação de proteína e creatina sobre a composição corporal, força e funcionalidade de idosos frágeis e pré-frágeis; 2018; 65p.; Dissertação (Mestre em Ciências) - Escola de Educação Física e Esporte, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2018. O envelhecimento é acompanhado de alterações negativas sobre a composição corporal e funcionalidade do indivíduo. Denominado sarcopenia, esse quadro pode ser mais ou menos acentuado e pode levar o idoso à fragilidade, uma condição de alto risco de desfechos adversos como quedas, hospitalizações e, até mesmo, óbito. O exercício físico, em particular o treinamento de força (TF), tem sido recomendado para induzir ganhos de força, massa muscular e funcionalidade em idosos. A fim de somar forças para contra-atacar a sarcopenia e maximizar a resposta do idoso frente à resistência anabólica, a associação de intervenções alimentares como a suplementação de proteína e creatina (Cr) tem se mostrado promissora. O presente estudo teve por objetivo avaliar os efeitos do TF em associação à suplementação de Cr e proteína sobre a composição corporal, força, funcionalidade, qualidade de vida, parâmetros bioquímicos e função renal de idosos frágeis e pré-frágeis. Os idosos incluídos no estudo (72,4 ± 6,2 anos; 27,5 ± 5,0 kg/m² de IMC; 84% bem nutridos) eram predominantemente pré-frágeis e foram alocados nos grupos experimentais a receber as seguintes suplementações: W (2x 15g whey protein; n=22), Cr (2x 15g placebo + 2x 3g creatina; n=22), P (2x 15g placebo; n=22), WCr (2x 15g whey protein + 2x 3g creatina). Durante 16 semanas todos os grupos realizaram TF (50-70% 1RM)2 vezes por semana e consumiram a suplementação diariamente. O consumo de proteína não era diferente entre os grupos antes da suplementação (0,81-0,97g/kg/dia; p>0,05). Foram avaliados força dinâmica (1RM \'leg-press\' e supino) e isométrica (\'handgrip\', pico de força isométrica -PFI e taxa de desenvolvimento de força - TDF), funcionalidade (\'timedup-and-go\', \'timed stands\' e equilíbrio), composição corporal (gordura corporal, massa magra corporal e apendicular, área de secção transversa - AST do reto femoral e vasto lateral), qualidade de vida, parâmetros bioquímicos e função renal por clearance de 51Cr-EDTA. O TF, independente do suplemento ingerido, resultou em ganhos de força (27,5% no 1RM leg-press; 23,6% no 1RM supino; 8,2% no PFI; 12,4% na TDF; p<0,0001), melhora da funcionalidade (\'timed stands\', p<0,0001), aumento da massa magra corporal e apendicular (1,6% e 2,4% respectivamente; p<0,0001), aumento da AST do reto femoral e vasto lateral (1,0% e 5,2% respectivamente; p<0,0001) e melhores índices da qualidade de vida (p<0,02). As taxas de filtração glomerular e parâmetros bioquímicos não apresentaram diferenças significativas ao longo do tempo (p>0,05), exceto o Col-HDL, que aumentou em média 1,85mg/dL (p=0,05). Como conclusão, para essa amostra de idosos predominantemente pré-frágeis, sem risco nutricional, e com um consumo de proteína acima do que recomenda a RDA, o treino foi eficaz em aumentar força, massa muscular, melhorar a funcionalidade e qualidade de vida, sem efeito adicional da suplementação de proteína e/ou creatina e sem efeito deletério da suplementação sobre a função renal
2018
Mariana Dutilh de Capitani
Controle neurovascular em repouso e durante o exercício em indivíduos com diferentes níveis de pressão arterial: papel dos quimiorreceptores periféricos
INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial tem sido associada à hipersensibilidade quimiorreflexa arterial. A consequência dessa disfunção autonômica nessa população é a ativação simpática e vasoconstrição. De fato, a atividade nervosa simpática está aumentada e o fluxo sanguíneo muscular diminuído, em repouso e durante manobras fisiológicas como o exercício, em pacientes hipertensos. Contudo, o papel dos quimiorreceptores periféricos na resposta neurovascular durante o exercício não tem sido investigado nesses pacientes. OBJETIVO: Avaliar a influência dos quimiorreceptores periféricos no controle neurovascular da atividade nervosa simpática muscular (ANSM), condutância vascular no antebraço e pressão arterial em repouso, durante o exercício e a oclusão circulatória em pacientes com hipertensão arterial. MÉTODOS: Vinte e cinco sujeitos, na faixa etária entre 25 e 60 anos, sedentários, com índice de massa corporal menor que 30kg/m2 e não engajados em tratamento farmacológico participaram do estudo. Os participantes foram divididos em dois grupos, de acordo com o nível de pressão arterial clínica e classificados como hipertensos ou normotensos. Foram avaliados a ANSM (microneurografia), o fluxo sanguíneo muscular (pletismografia de oclusão venosa), a pressão arterial (oscilométrica), a frequência cardíaca (eletrocardiograma) e respiratória (cinta piezoelétrica) e a saturação de pulso de oxigênio (oxímetro). Todas as avaliações foram realizadas em repouso, durante o exercício de preensão de mão (30% da contração voluntária máxima) e durante a oclusão circulatória pós-exercício, em condições de normóxia (inalação de níveis ambientes com 21% de oxigênio) e hiperóxia (manobra que desativa os quimiorreceptores arteriais através da inalação da concentração de 100% de oxigênio). Em repouso, também foram avaliadas a variabilidade da frequência cardíaca e da pressão arterial e o ganho do controle barorreflexo da frequência cardíaca. Foi considerada diferença significativa quando P<0,05. RESULTADOS: No repouso, a desativação dos quimiorreceptores periféricos diminuiu a ANSM (38±3 vs. 34±3 disparos/minuto, P=0,02), aumentou o fluxo sanguíneo muscular (2,2±0,3 vs. 2,4±0,3 ml/min/100ml, P=0,02) e tendeu a aumentar a condutância vascular do antebraço (P=0,06) nos pacientes hipertensos. Além disso, a desativação dos quimiorreceptores periféricos aumentou o ganho do controle barorreflexo da frequência cardíaca (8±2 vs. 10±2 ms/mmHg, P=0,03) nesses pacientes tornando-os semelhantes ao grupo normotenso, quando comparados em condição de hiperóxia. Durante o exercício físico, a desativação dos quimiorreceptores periféricos diminuiu a resposta da ANSM nos pacientes hipertensos (A.S.C.= 131±8 vs. 116±9 disparos, P=0,005). No entanto, nenhuma modificação significativa foi observada na condutância vascular do antebraço e na pressão arterial. Interessantemente, durante a oclusão circulatória, manobra que isola os metaborreceptores musculares, a desativação dos quimiorreceptores periféricos aumentou a ANSM no primeiro e segundo minuto de oclusão (?= -2±2 vs. 3±1 disparos/min; ?= -4±2 vs. 3±1 disparos/min, P(grupo)= 0,02). CONCLUSÃO: Em pacientes hipertensos, a desativação dos quimiorreceptores periféricos: 1- Diminui a ANSM e aumenta o fluxo sanguíneo muscular e o ganho do controle barorreflexo da frequência cardíaca em repouso; 2-Diminui a resposta da ANSM durante o exercício e; 3- Normaliza o controle metaborreflexo da ANSM. Analisados em conjunto, esses resultados demonstram a participação do mecanismo quimiorreflexo periférico no controle neurovascular não só em repouso, mas também, durante a manobra fisiológica de exercício nos pacientes hipertensos
2018
Graziela Amaro Vicente Ferreira Saraiva
A influência de diferentes sistemas de amortecimento do calçado esportivo na economia de corrida e no desempenho
O objetivo geral do estudo foi investigar o impacto do calçado minimalista e dos calçados esportivos com entressola de termoplástico Poliuretano expandido (TPE) sobre os parâmetros fisiológicos e o desempenho durante a corrida. O estudo 1 comparou o calçado minimalista e o calçado com TPE na economia de corrida (EC) e o desempenho. Doze corredores homens foram submetidos aos seguintes testes: a) teste progressivo até a exaustão para caracterização da amostra; b) duas corridas contrarrelógio de 3 km em uma pista de atletismo de 400 m e ao final dos testes responderam uma avaliação de conforto. c) quatro testes de corrida submáxima de 6 minutos em uma esteira para determinar a EC, o custo de oxigênio (CTO2) e a componente vertical da força reação do solo. Houve uma maior EC (~2,4%) (P = 0,01), aumento do primeiro pico (~15,8%) (P = 0,01) e diminuição da taxa de propulsão (~15,9%) (P = 0,01) no TPE em comparação ao calçado minimalista. No entanto, não houve diferenças significativas entre TPE e minimalistas para CTO2 (P = 0,61) e desempenho total de corrida (P = 0,61). Essas descobertas revelaram que o calçado TPE produz uma EC maior e uma taxa de propulsão mais baixa em comparação com calçados minimalistas, mas essas melhorias não foram acompanhadas por mudanças no CTO2 e, consequentemente, no desempenho na corrida. O estudo 2 comparou 3 calçados com diferenças percentuais de TPE inserido na entressola. As principais diferenças metodológicas foram a análise da EMG e o teste de corrida de 10 km. Não houve diferença estatística entre os calçados para as variáveis EC, componente vertical da força reação do solo (FRS), EMG e desempenho. A análise de regressão revelou que 96% do desempenho em uma prova de 10 km podem ser explicados pelas variáveis altura do arco e controle médio-lateral para o modelo de calçado TPE 55%. Nenhuma variável biomecânica analisada neste estudo foi capaz de identificar alguma diferença que pudesse estabelecer uma diferença entre os calçados que repercutisse em desempenho ou EC. Os resultados práticos dos estudos revelaram que correr com calçado TPE melhora a EC em comparação ao calçado minimalista. No entanto, a melhora na EC não se refletiu em desempenho no teste de corrida de 3 km. Diferentes porcentagens de TPE inseridos na entressola do calçado não produziram diferenças na EC e desempenho em uma prova de 10km. Desta forma, ainda não é possível dizer qual calçado é capaz de reduzir o tempo gasto em uma prova de corrida de curta ou longa duração
2018
Roberto Casanova Dinato
Reprodutibilidade da hipotensão pós-exercício e de seus mecanismos hemodinâmicos e autonômicos
A hipotensão pós-exercício (HPE) se caracteriza pela redução da pressão arterial (PA) após uma sessão de exercício. Diversos estudos têm investigado a HPE e seus mecanismos utilizando as seguintes formas de cálculo: I = PA pós-exercício - PA pré-exercício; II = PA pós-exercício - PA pós-controle; e III = [(PA pós-exercício - PA pré-exercício) - (PA pós-controle - PA pré-controle)]. Embora esses estudos tenham demonstrado a ocorrência da HPE em diferentes populações e sua relevância clínica, pouco se sabe sobre sua reprodutibilidade. Dessa forma, este estudo objetivou verificar a reprodutibilidade (erro sistemático, confiabilidade e concordância) da HPE e de seus mecanismos hemodinâmicos e autonômicos avaliados pelas 3 formas de cálculo expostas. Para tanto, 30 indivíduos realizaram 4 sessões experimentais divididas em 2 blocos (teste e reteste). Cada bloco foi composto por uma sessão de exercício (cicloergômetro, 45min, 50% do VO2pico) e uma controle (repouso sentado), realizadas em ordem aleatória. Antes e após as intervenções, foram medidos: a PA (auscultatória e fotopletismográfica), o débito cardíaco (reinalação de CO2), a frequência cardíaca (FC - eletrocardiograma) e a modulação autonômica cardiovascular (análise espectral das variabilidades da FC e da PA, além da sensibilidade barorreflexa). A presença de erro sistemático foi avaliada pelo test-t pareado, a confiabilidade pelo coeficiente de correlação intraclasse (CCI) e a concordância pelo erro típico (ET). A HPE e seus mecanismos hemodinâmicos e autonômicos avaliados pelas 3 formas de cálculo não apresentaram erro sistemático. A HPE sistólica apresentou confiabilidade alta e a diastólica confiabilidade baixa a moderada, com melhor confiabilidade na forma de cálculo II. Em geral, os mecanismos hemodinâmicos e autonômicos apresentaram confiabilidade moderada a baixa, com maior confiabilidade com a forma de cálculo I. Para finalizar, os parâmetros de concordância variaram entre as 3 formas de cálculo, o que implica que o ET específico de cada variável para cada forma de cálculo deve ser considerado para a estimativa do tamanho amostral necessário em estudos e para o cálculo da mínima diferença detectável na prática clínica quando o objetivo for comparar as respostas pós-exercício obtidas em diferentes condições
2017
Rafael Yokoyama Fécchio
Biomecânica da aterrissagem de duplo mortal estendido na barra fixa
A aterrissagem na saída de um aparelho em ginástica artística é uma das habilidades de maior desafio dessa modalidade. Entre os atletas de alto rendimento, uma falha nessa fase do movimento, como um passo ou queda na finalização, pode retirar as chances de pódio nas competições. Para diminuir as chances de erro, como em toda habilidade de precisão, as saídas de aparelho são realizadas repetidas vezes durante as sessões de treinamento. O efeito danoso disso é o aumento da exposição ao risco de lesão musculoesquelética por sobrecarga mecânica ou trauma por falha de execução. O objetivo desse estudo foi elucidar os fatores biomecânicos determinantes para uma aterrissagem ideal em ginástica artística (i.e., sem a necessidade de passos para atingir uma condição de repouso após o contato com o solo). Para tanto, foi proposto um modelo de interpretação analítica para os fatores biomecânicos que regem essa habilidade, com base em um sistema de pêndulo invertido no qual o ginasta foi representado pelo segmento que une o centro articular do tornozelo ao centro de massa corporal (ank-com) no instante de colisão. Selecionada por conveniência amostral (7 ginastas da elite nacional com ranking internacional) e metodológica (modelagem e experimental), a saída de barra fixa em duplo mortal estendido para trás foi caracterizada em 109 variáveis biomecânicas. A Análise de Componentes Principais foi adotada para medir o potencial preditivo das variáveis de estado definidas pelo modelo biomecânico para a discriminação das condições de sucesso e falha. Por fim, um conjunto de configurações de sucesso foi interpretado com base no modelo analítico proposto. Revelou-se pela Análise de Componentes Principais uma capacidade de discriminação entre as condições praticamente absoluta (91% dos casos) no acumulado de três eixos de variabilidade. Foram consideradas suficientes para configurar as condições ideais de aterrissagem do duplo mortal estendido na pré-colisão, as combinações das variáveis no modelo ank-com: quantidade de movimento angular do corpo, ângulo do corpo, velocidade angular do corpo e velocidades horizontal e vertical do centro de massa. Espera-se com a presente investigação, poder contribuir para o desenvolvimento de estratégias de controle e correção das habilidades de saída de barra, com potencial de transferência para outros aparelhos ginásticos, em condições de menor risco de lesões por impacto e maior domínio dos fatores biomecânicos de intervenção
2020
Franklin de Camargo Junior
Papel do treinamento físico aeróbico na plasticidade muscular em modelo experimental de insuficiência cardíaca por hipertensão pulmonar
A hipertensão pulmonar (HP) é uma síndrome crônica, sendo a maior causa de insuficiência cardíaca direita (ICD) não relacionada à disfunção do ventrículo esquerdo (VE), com prevalência de 50% em pacientes com ICD (IC com fração de ejeção do ventrículo esquerdo preservada). A ICD pode culminar em atrofia muscular que está diretamente relacionada com o mau prognóstico de pacientes com insuficiência cardíaca (IC) e contribui para a intolerância ao esforço físico apresentada por pacientes com ICD induzida por HP. No entanto, existe uma lacuna na literatura sobre em que fase da ICD o quadro de miopatia esquelética se estabelece e estratégias eficientes para minimizar a perda de massa e função muscular na ICD induzida por HP. Nas últimas décadas vem crescendo o número de evidências que apontam o treinamento físico aeróbico (TFA) como um importante coadjuvante no tratamento da IC, trazendo benefícios metabólicos e estruturais para os indivíduos portadores desta síndrome. De fato, trabalhos prévios do nosso grupo demonstraram que o TFA minimiza a miopatia esquelética tanto em pacientes como em modelos experimentais de IC com disfunção do VE. Contudo, o potencial efeito do treinamento físico sobre a fisiopatologia ICD ainda não está completamente esclarecido, uma vez que tal intervenção deixou de ser proscrita há poucos anos nesta síndrome. Existem diversos modelos de IC utilizados para a melhor compreensão da IC esquerda em camundongos, contudo, para estudo de ICD, ainda há uma escassez de modelos já caracterizados. Desta forma foi objetivo desse projeto padronizar um modelo robusto de ICD induzido por monocrotalina (MCT), bem como avaliar o impacto do TFA sobre a musculatura esquelética e cardíaca em camundongos com disfunção do ventrículo direito. Nós utilizamos camundongos C57BL6/J, tratados com (MCT) ou salina. O tratamento com MCT por 2 meses causou hipertrofia e disfunção do ventrículo direito acompanhada de edema pulmonar sem afetar o VE ou a tolerância ao esforço dos animais comparado aos animais tratados com salina, caracterizando um quadro de ICD isolada induzida por HP. Já aos 4 meses de tratamento com MCT, observou-se disfunção dos ventrículos direito e esquerdo acompanhada de edema pulmonar, associados à intolerância ao esforço e à atrofia de fibras do tipo II comparado ao tratamento com salina. Portanto, nessa fase da doença, há uma ICD grave que compromete a função do VE associada à intolerância aos esforços e à miopatia esquelética. Para estudar o efeito do TFA no tratamento da IC induzida por HP, animais tratados com MCT por 4 meses foram submetidos ao TFA nas últimas 4 semanas de tratamento. O TFA foi eficiente em melhorar a função do VE e a tolerância ao esforço físico em animais tratados com MCT, bem como reestabelecer o trofismo do músculo cardíaco e esquelético sendo, assim, uma estratégia interessante para tratamento da miopatia esquelética na ICD induzida por HP
2020
Janaina da Silva Vieira
Efeitos do exercício aeróbio na aprendizagem implícita de indivíduos pós-acidente vascular cerebral
Introdução: Considerando que a aprendizagem implícita pode estar afetada em indivíduos pós-Acidente Vascular Cerebral (AVC); a hipótese do presente estudo foi que o exercício aeróbio poderia potencializar este processo, dado seus efeitos neuromodulatórios. Objetivo: Investigar os efeitos do exercício aeróbio de intensidade moderada sobre a aprendizagem implícita de indivíduos pós- AVC e, verificar se estes efeitos são momento-dependentes. Métodos: Quarenta e cinco indivíduos pós-AVC foram alocados em três grupos: Grupo Exercício Antes (GEA) que realizou exercício aeróbio anteriormente à prática, Grupo Exercício Depois (GED) o qual realizou exercício aeróbio após a prática e Grupo Controle (GC) que realizou apenas a prática. Todos os grupos praticaram a Tarefa de Tempo de Reação Seriado (TTRS), com sequências repetidas e pseudorrandômicas, durante três dias consecutivos. Houve um teste de retenção após 1 semana composto de sequências repetidas. O exercício aeróbio foi administrado em uma bicicleta estacionária, por 20 minutos, com intensidade de 70% da Frequência Cardíaca (FC) de reserva. Resultados: Ao longo da prática os grupos melhoraram seu desempenho sem diferença significativa entre eles, apresentando respostas mais rápidas na sequência repetida quando comparadas as sequências pseudorrandômicas. No teste de retenção, identificou-se que o GED e o GC demonstraram maior diferença no tempo de resposta entre sequências repetidas e pseudorrandômicas se comparados ao GEA; o que sugere que o GED e o GEA demonstraram melhor retenção da aprendizagem específica à sequência repetida. Este déficit no desempenho do GEA no teste de retenção foi relacionado com uma incapacidade em organizar os elementos individuais da sequência repetida em chunks (subsequências funcionais de movimento), o que foi possível identificar no GED e GC. Conclusão: O exercício aeróbio não melhorou aprendizagem implícita de indivíduos pós-AVC; ao invés disso, quando o exercício aeróbio ocorreu imediatamente antes da prática, a consolidação da memória implícita foi prejudicada
2020
Giordano Márcio Gatinho Bonuzzi
Maratona: mecanismos e processos envolvidos na fadiga cardiopulmonar após maratona
O objetivo desse estudo foi analisar os sistemas e processos envolvidos nas alterações cardiopulmonares decorrentes da realização de uma maratona. Para tanto, 81 maratonistas homens, que participaram da XXI Maratona Internacional de São Paulo foram submetidos aos seguintes procedimentos: anamnese, avaliação clínica, variabilidade da frequência cardíaca e teste cardiopulmonar nas quatro semanas que antecederam a maratona. 24 horas antes, foi realizada coleta de sangue, prova de função pulmonar, escarro induzido, avaliação do óxido nítrico no ar exalado e teste de urina tipo 1. Imediatamente antes da maratona, foi aferido peso e sinais vitais. Imediatamente após a maratona, os atletas foram submetidos a medida de peso, coleta de sangue, prova de função pulmonar, escarro induzido, avaliação do óxido nítrico no ar exalado e teste de urina tipo 1. 24, 72 horas e 15 dias após a maratona, os atletas foram submetidos a coleta de sangue, prova de função pulmonar, avaliação do óxido nítrico no ar exalado e teste de urina tipo 1. No último momento do estudo, entre três e quinze dias após a maratona, teste cardiopulmonar e variabilidade da frequência cardíaca. Os principais resultados foram: Os principais achados deste estudo foram: a) houveram alterações significativas nos eletrólitos imediatamente após a maratona, que mantiveram-se até 15 dias após a maratona, exceto para o potássio que não mostrou alteração imediatamente após porém, mostrou-se alterado 15 dias após; b) ocorreu lesão renal aguda após maratona, com aumento de ureia e creatinina, que mantem-se até 24 horas após a maratona, acompanhadas de hematúria e leucocitúria na urina tipo 1 imediatamente após; c) houve um aumento dos marcadores bioquímicos de hemólise, imediatamente e 24 horas após a maratona, assim como da eritropoietina 72 horas após a maratona; d) os atletas apresentaram anemia do atleta, com queda da hemoglobina e eritrócitos 24 após a maratona, que permaneceram alteradas até 72 horas e 15 dias após, respectivamente; e) houve um aumento da concentração dos marcadores de injúria miocárdica pós maratona, com retorno da troponina aos valores basais 24 horas e o BNP 72 horas após a maratona; f) houve um aumento da inflamação sistêmica; g) ocorre uma inflamação tecidual no pulmão, caracterizada pelo aumento da celularidade no escarro, além de aumento das citocinas inflamatórias também no escarro. Seguida de uma imunossupressão pulmonar 24 e 72 horas após a maratona, caracterizada pela redução importante do óxido nítrico no ar exalado neste período; h) houve redução da capacidade pulmonar pós maratona que permaneceu até 72 horas depois, mantendo as alterações de pico de fluxo expiratório até 15 dias após a maratona; i) os maratonistas apresentaram queda na capacidade cardiopulmonar caracterizada por queda do VO2 e VCO2 no primeiro limiar e pico, assim como da ventilação no pico do esforço, para a mesma carga de exercício; j) por fim, ao avaliar o sistema nervoso autônomo, houve um aumento da ativação simpática no período de três a 15 dias após a maratona, período em que também ocorreu maior quantidade de arritmias ventriculares durante o teste cardiopulmonar
2019
Ana Paula Rennó Sierra
Imunidade de mucosa oral, condicionamento aeróbio e estresse de jovens jogadores de basquetebol em um curto período de treinamento
O presente estudo teve como objetivo verificar a influência do nível de condicionamento aeróbio e do nível de estresse na resposta da imunidade da mucosa oral (SIgA) de jovens jogadores de basquetebol após um curto período de treinamento. Vinte e oito jovens atletas da categoria sub-16 realizaram duas sessões de treinamento técnico-tático de basquetebol com duração média de 95 minutos e 24 horas de intervalo; a percepção subjetiva de esforço da sessão (PSE da sessão) e a carga interna de treinamento (CIT) foram registradas após cada sessão; coletas salivares foram realizadas e a qualidade total de recuperação (QTR) foi registrada antes e 24 horas após a última sessão de treinamento. Para avaliar a atividade do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA) e a imunidade da mucosa oral foram utilizadas as concentrações de cortisol salivar (CS) e da imunoglobulina salivar A (SIgA), respectivamente. O nível de condicionamento aeróbio (CA) dos jogadores foi mensurado uma semana antes do início da primeira sessão de treinamento, através de um teste de corrida intermitente de alta intensidade adequado à modalidades esportivas coletivas (Yo-Yo IR1). Uma análise descritiva foi realizada para a PSE da sessão, CIT e QTR. Um teste-t pareado foi adotado para comparação entre os momentos (Pré-T1 e 24hPós-T2) para as concentrações de SIgA (g/mL). Em seguida, uma regressão linear múltipla foi realizada, tendo como variável dependente o delta da imunoglobulina salivar A (SIgA); e como variáveis independentes a concentração de CS (g/mL) do momento antecedente à primeira sessão de treinamento, para indicar o nível de estresse em repouso anterior ao início dos treinamentos, e também a distância final percorrida no Yo-Yo IR1 (m) para indicar o nível de CA. Para todas as análises, a significância estatística estabelecida foi de 5% (p 0,05). As análises foram realizadas utilizando-se o sotfware IBM SPSS Statistics 20TM. Não foi observada diferença para a concentração de SIgA entre momentos (t= 727,000; p= 0,248). O SIgA (R2 = 0,033) não foi predito pela combinação das variáveis independentes Yo-Yo IR1 (p= 0,336) e CS (p=0,812). Portanto, foi possível concluir que não houve influência do nível de estresse ou do nível de condicionamento aeróbio na resposta de imunidade da mucosa oral de jovens jogadores de basquetebol após duas sessões treinamento realizadas em um curto período de treinamento.