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Editorial
O presente número da revista Millenium é dedicado exclusivamente à publicação de artigos no âmbito das ciências da saúde. É, pois, um número temático, que surge enquadrado nas comemorações dos quarenta anos da Escola Superior de Saúde de Viseu – ESSV – unidade orgânica do Instituto Politécnico de Viseu. No âmbito das atividades científicas que assinalaram a data, a escola organizou e levou a efeito, nos dias 7 e 8 de outubro de 2014, o II World Congress of Health Research, onde foram apresentados e discutidos mais de três centenas de trabalhos de investigação, provenientes de quinze países, e que contou com a participação de cerca de um milhar de conferencistas.
2022-11-18T13:11:37Z
Carlos, Pereira
A Perspetiva das Famílias quanto às Respostas do Sistema de Saúde e seus Profissionais às Crianças com Síndrome de X Frágil
A Síndrome de X Frágil (SXF) é uma perturbação do desenvolvimento de origem genética, rara e sub-diagnosticada em Portugal. É, no entanto, a causa hereditária mais frequente de deficiência intelectual e, também, a causa genética mais conhecida de autismo. Os profissionais de saúde são os que mais cedo são chamados a detetar os primeiros sinais de que alguma coisa não está bem com a criança e os responsáveis pelo encaminhamento da mesma, com vista ao indispensável diagnóstico genético. Neste artigo são apresentados os resultados de uma investigação qualitativa, com recurso à Grounded Theory, feita a partir de entrevistas com 45 mães de crianças com SXF, em que se procurou conhecer o papel desempenhado pelos profissionais de saúde na deteção e acompanhamento precoce das crianças. Os resultados encontrados apontam para: a) alguma dificuldade dos profissionais em lidar com as queixas e sinais detetados inicialmente pelas mães; b) pouca informação ou consciência da necessidade de encaminhar para diagnóstico genético; c) atraso significativo no envio para avaliação genética; d) dificuldades na comunicação do diagnóstico à família; e) dificuldades na articulação e monitorização ao longo do desenvolvimento da criança. Estes resultados apontam para a necessidade de informação e orientação para que o sistema de saúde possa acompanhar estas crianças e famílias, de modo a que o diagnóstico seja feito mais cedo e o acompanhamento possa ser mais efetivo.
2022-11-18T13:11:37Z
Franco, Vítor
Contributos da Preparação para o Parto na Perceção de Cuidados Culturais
Enquadramento: A preparação para o parto constitui-se como um tempo privilegiado de educação para a saúde durante a gravidez e uma oportunidade para os enfermeiros obstetras poderem capacitar a mulher/casal a vivenciar a maternidade sem hesitações, incertezas, receios ou medos, tornando-a uma experiência positiva e gratificante. Objetivo: Analisar a influência da preparação para o parto na perceção de cuidados culturais em mulheres em trabalho de parto. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo, correlacional do tipo explicativo, com uma amostra de 1000 puérperas das maternidades da região norte de Portugal, utilizando um questionário de caracterização sociodemográfica e obstétrica, e a Escala de Perceção dos Cuidados Culturais de Parreira et al. (2010) para a recolha de dados. Resultados: A preparação para o parto foi realizada por 39,6% das puérperas. As puérperas que realizaram preparação para o parto obtiveram melhores resultados no atendimento personalizado (p<0,001), no significado do tempo durante o parto (p=0,002), e na importância do espaço na privacidade e na comunicação (p=0,017). As puérperas que não realizaram preparação para o parto apresentaram índices superiores na despersonalização na prestação de cuidados (p<0,001), sentimentos e sensações negativos por falta de explicação (p<0,001), meio ambiente (p<0,001), sentimentos negativos causados pelo uso de aparelhos e utensílios (p<0,001) e medo de morrer (p<0,001). Conclusão: A preparação para o parto promove uma melhor perceção dos cuidados culturais no momento do parto, sendo que a mesma deve ser desenvolvida também nos meios rurais. Emerge a necessidade de investigar o que leva as mulheres que vigiaram a gravidez no Serviço Nacional de Saúde a não aderirem à preparação para o parto.
2022-11-18T13:11:37Z
Coutinho, Emília Morais, Carla Parreira, Vitória Duarte, João
Boas Práticas nos Cuidados ao Coto Umbilical: Um Estudo de Revisão
Os cuidados ao coto umbilical foram, ao longo dos anos, considerados fulcrais e foram sofrendo mudanças consideráveis, muito ao sabor dos tempos ou experiências do prestador de cuidados. Na prática, o que se verificou foi uma diversidade de atuações nos cuidados ao coto umbilical. Perante esta problemática, com este artigo pretendeu-se identificar recomendações efetivas, baseadas na evidência científica, de boas práticas nos cuidados de promoção da queda e na prevenção da infeção do coto umbilical do recém-nascido (RN).
2022-11-18T13:11:37Z
Luís, Sandra Costa, Graça Aparício Casteleiro, Catarina
Preparação dos Pais para o Cuidar do Recém‐Nascido Após a Alta: Avaliação dos Registos de Enfermagem
A excelência dos cuidados ao recém-nascido depende, em grande parte, da capacitação dos pais para a autonomia nos cuidados ao filho, exigindo aprendizagem da informação veiculada pelo enfermeiro. O registo dos ensinos permite avaliar o processo de (in) formação e a definição do tipo de ensinos abordados, o que contribui para a eficiência e qualidade dos cuidados de enfermagem. Com este estudo pretendeu-se descrever quais os ensinos efetivamente abordados e preconizados na preparação dos pais para o cuidar do recém-nascido (RN) após a alta e identificar os locais de anotação/registo mais utilizados para o registo desses mesmos ensinos no aplicativo SAPE (Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem). Dos resultados obtidos emergiu não existirem critérios na efetivação dos registos de enfermagem e que, dos ensinos preconizados, nem todos são alvo de abordagem, tornando evidente a necessidade da definição de boas práticas na preparação dos pais para a alta do RN.
2022-11-18T13:11:37Z
Roque, Sónia Costa, Graça Aparício
Reflexão Ética sobre Cuidados Paliativos em Neonatologia a Partir do Livro Um Filho para a Eternidade
O livro Um Filho para a Eternidade, de Isabelle de Mézerac, é uma história real de uma mãe que, com coragem, decide prosseguir com a gravidez de um filho portador de uma malformação grave, após lhe ter sido proposta a interrupção da gravidez. Aceitando ver desfeito no seu coração o mito de bebé perfeito, os pais deram ao filho, antes de partir, o seu próprio tempo para viver, bem como para sentir o amor que por ele tinham. Desta forma, não sentem remorsos nem culpabilidade, pois não anteciparam deliberadamente a vida do pequeno filho. Uma experiência aparentemente parodoxal onde o sentido da vida, do amor e da verdade se aliam para fazer resplandecer os laços fraternos e a exigência da humanidade perante a morte. O livro retrata igualmente a conduta dos profissionais de saúde no processo de transmissão de más notícias, onde, numa primeira fase, não valorizam a compaixão nem promovem a autonomia na decisão, contrastando, posteriormente, com manifestações de apoio, serenidade e zelo incondicional durante a vigilância da gravidez, no parto e no nascimento de um bebé que morre poucos minutos depois do nascimento. Reportamos de grande importância refletir sobre a vivência deste casal, pois que nos leva a pensar a ética e o respeito pela dignidade da criança que ainda não nasceu, bem como a considerar a vulnerabilidade de um casal nesta situação. Esta experiência constitui uma lição para os profissionais de saúde, no sentido de estes proporcionarem às mães, confrontadas com diagnósticos semelhantes, uma decisão informada, livre e esclarecida que vá ao encontro da sua vontade, consciência e valores morais. Deve incentivar-se nos pais uma visão mais global do seu filho, valorizando, desde o início da gravidez, a sua existência como uma pessoa. No diagnóstico pré-natal, a imagem da ecografia permite à mãe, não só ter uma foto de seu filho com antecedência, mas também torna possível reintroduzir o sentido da sua humanidade para além de uma possível deficiência. Em casos como este, consideramos importante a introdução dos cuidados paliativos na maternidade e no acompanhamento da gravidez e do luto por essas crianças. Um modelo inovador e compassivo de cuidar da família a partir do momento do diagnóstico, antes, durante e depois do nascimento.
2022-11-18T13:11:37Z
Silva, Ernestina Batoca Silva, Daniel
Conhecimento dos Enfermeiros sobre a Suspeita e Deteção de Maus‐Tratos na Criança.
Enquadramento: Os maus-tratos à criança e ao jovem são um problema muito frequente nos nossos dias e envolvem, para além da agressão física, a negligência, a agressão psicológica ou o abuso sexual. Em Portugal, a partir de 1980, começou a dar-se especial atenção a este tema, através de uma abordagem multidisciplinar, em que o enfermeiro dos cuidados de saúde primários tem um papel importante na promoção e proteção, mas também na deteção precoce e encaminhamento das crianças. Objetivos: Identificar os conhecimentos dos enfermeiros de cuidados de saúde primários sobre os sinais e sintomas de suspeita de maus-tratos na criança; determinar a influência das variáveis sociodemográficas e profissionais nos conhecimentos dos enfermeiros sobre essa matéria; verificar a influência da experiência de atendimento de crianças vítimas de maus-tratos nos conhecimentos sobre os sinais e sintomas de suspeita de maus-tratos na criança. Metodologia: Estudo quantitativo, exploratório e descritivo, com utilização de um questionário, que teve por base o Guia Prático de Abordagem, Diagnóstico e Intervenção de Maus-tratos Infantis da Direção Geral de Saúde (2011). A amostra foi constituída por 61 enfermeiros do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Baixo Vouga. O questionário foi aplicado em março e abril de 2013. Resultados: Verificámos que a maioria não tinha formação específica na área de maus-tratos (88,5%) e 93,3% referiram sentir necessidade dessa formação. A maioria referiu ter facilidade em detetar e comunicar casos de abandono (66,7%), negligência (63,3%) e maus-tratos físicos (59,0%), mas, por outro lado, referiram ter pouca capacidade para detetar situações de maus-tratos psicológicos/emocionais (45,9%) e de abusos sexuais (41%). Os enfermeiros que fizeram formação específica em maus-tratos infantis apresentaram um melhor nível de conhecimentos sobre a deteção e encaminhamento destas situações (p=0,036). De igual modo, os enfermeiros que tiveram experiência de atendimento de crianças vítimas de maus-tratos também apresentaram melhores conhecimentos (p=0,003). Conclusão: Embora os enfermeiros de cuidados de saúde primários se sintam capazes de encaminhar situações de maus-tratos infantis, referem sentir falta de formação na área dos maus-tratos e também na comunicação/relacionamentos interpessoais, sobretudo na forma de abordagem destes problemas com a criança/família. Sugerimos um maior investimento na formação destes profissionais na área dos maus-tratos infantis.
2022-11-18T13:11:37Z
Silva, Daniel Afonso, Vera Lúcia Silva, Ernestina Batoca
Adesão ao Rastreio do Cancro do Colo do Útero e da Mama da Mulher Portuguesa
Enquadramento: O aumento das doenças oncológicas na mulher é uma preocupação, tanto pelo impacto na sua qualidade de vida, como nos indicadores de saúde e nos custos, assumindo por isso vital importância a adesão das mulheres ao rastreio precoce. Objetivos: Identificar os fatores associados à adesão das mulheres à vigilância de saúde sexual e reprodutiva. Método: Trata-se de um estudo de natureza quantitativa, não experimental, descritivo, correlacional e transversal, com uma amostra constituída por 522 mulheres, com idades compreendidas entre os 18 e os 67 anos, que frequentam os cuidados de saúde primários portugueses, no ACES Dão Lafões. Resultados: As mulheres que participaram no estudo tem uma média de idade ≤ 30 anos (25,7%), possuem maioritariamente o ensino secundário (38,5%), são casadas ou em união de facto (62,8%), têm nacionalidade portuguesa 97.7%, residem com o companheiro (72,8%), e a maioria tem 2 filhos (33.9%). Verificámos que os grupos etários, o estado civil, o agregado familiar, as habilitações literárias, a profissão e o número de filhos foram preditores da adesão à vigilância de saúde sexual e reprodutiva. A realização do autoexame da mama e os conhecimentos acerca do cancro do colo do útero mostraram ser preditores da adesão à vigilância de saúde sexual e reprodutiva. Conclusão: Os profissionais de saúde devem adotar práticas de rastreio e promover decisões informadas e seguras para a saúde das mulheres. As recomendações médicas para realização do autoexame da mama e citologia, bem como as características sociodemográficas, devem ser consideradas pelos profissionais de saúde na promoção da saúde sexual e reprodutiva da mulher.
2022-11-18T13:11:37Z
Ferreira, Manuela Ferreira, Sofia Ferreira, Nuno Andrade, Joana Duarte, João
Automedicação em Jovens e Adultos da Região Centro de Portugal
Introdução: A automedicação é uma prática frequente e, atualmente é um fenómeno em desenvolvimento crescente. Os objetivos deste estudo foram estimar a prevalência da automedicação em jovens e adultos da região centro de Portugal, caracterizar a prática de automedicação e identificar fatores associados à automedicação. Métodos: Realizámos um estudo analítico e transversal. A colheita de dados foi efetuada com recurso a um questionário, autoaplicado e respondido online, a indivíduos residentes na região centro de Portugal com idades ≥ 16 anos. A amostra ficou constituída por 182 indivíduos, com uma média de idades de 33,88±12,62 anos, sendo a maioria do género feminino (66,5%). As prevalências foram expressas em percentagens. Para comparação de proporções utilizou-se o teste qui quadrado e a magnitude de associação entre um fator e a condição foi estimada através do cálculo do odds ratios, com os respetivos intervalos de confiança a 95%. Resultados: Verificámos que a prevalência de automedicação ao longo da vida foi de 85,7%, e, nos últimos 6 meses, de 85,9%. A maioria da amostra (50,3%) referiu que pratica automedicação por iniciativa própria, sendo os medicamentos mais utilizados os analgésicos (78,8%) e os anti-inflamatórios (54,5%), salientando que 7,1% dos indivíduos referiu que se automedica com antibióticos. O local de aquisição mais frequente dos medicamentos foi a farmácia (82,5%) e, grande parte dos indivíduos (92,3%), afirma ter conhecimento dos riscos dos medicamentos. A prática da automedicação associou-se com a idade (≤ 25 anos OR=1,28; IC95% 1,16-1,41) e com o agregado familiar com filhos (OR=4,77; IC95% 1,94-11,71). Conclusão: Concluímos que a automedicação é uma prática muito frequente entre os jovens e adultos da região centro de Portugal, associando-se a idades mais jovens e aos agregados familiares com filhos.
2022-11-18T13:11:37Z
Amaral, Odete Lages, Adriana Sousa, Liliana Almeida, Lúcia Santos, Juliana Dias, Mariana Silva, Daniel Pereira, Carlos
Literacia para a Saúde, Obesidade e Hipertensão Arterial – Revisão Integrativa da Literatura
A literacia para a saúde está relacionada com o grau de escolaridade e implica o conhecimento, a motivação, as competências das pessoas em aceder, compreender e avaliar as informações da área da saúde para, assim, poderem tomar decisões sobre a promoção da saúde, prevenção de doenças e melhoria da sua qualidade de vida (Sorensen, 2012). Existem atualmente recomendações relativas à promoção da literacia para a saúde, em prol de diversos indicadores de saúde, contudo, não existem ainda consensos sobre a sua influência na prevenção de doenças e promoção da saúde, nomeadamente ao nível da promoção de indicadores (e.g. índice de massa corporal (IMC) e pressão arterial) tradutores de melhor saúde. Assim, este estudo procurou, através de uma revisão da literatura, analisar o efeito da literacia para a saúde na manutenção do IMC e da pressão arterial dentro de parâmetros considerados normais para o adulto, considerados os respetivos descritores. Foram realizadas pesquisas eletrónicas, através de várias bases de dados científicas (CINAHL Plus with Full Text, MedicLatina, MEDLINE with Full Text, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Central Register of Controlled Trials - via EBSCO), nos idiomas português e inglês, para identificar estudos, desde 2005 até à atualidade, sobre estas matérias. Para o efeito foram utilizadas diferentes combinações com os descritores “Health Education”, “Obesity”, “Hypertension” e “Feeding Behavior”. Os estudos selecionados foram analisados e agrupados de acordo com o tipo de desenho metodológico e objetivos, principais resultados encontrados e formas de intervenção propostas, desenvolvendo, desta forma, uma Revisão Integrativa da Literatura. Para isso foram seguidos os princípios propostos pelo Cochrane Handbook (Higgins & Green (Eds), 2011) e a análise crítica foi realizada por dois investigadores. No total, o corpus do estudo integrou a análise de 6 estudos primários que demonstraram que a literacia para a saúde se associou fortemente ao IMC e à pressão arterial. Conclui-se que a literacia para a saúde influencia o IMC e a pressão arterial.
2022-11-18T13:11:37Z
Cunha, Madalena Santos, Eduardo Fonseca, Sónia Gaspar, Raquel Almeida, Dina
A Epidemiologia. De Hipócrates ao século XXI
Resumo a incluir.
2022-11-18T13:11:37Z
Pereira, Carlos Veiga, Nélio
Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde Oral: Perceção Parental das Crianças em Idade Pré‐Escolar
Enquadramento: O conhecimento dos determinantes de saúde que afetam a saúde oral e a qualidade de vida das crianças são da maior importância para alavancar a definição de políticas de redução do risco de doença e de promoção da saúde (DGS, 2008b). Objetivo: Avaliar a perceção dos pais sobre a Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde Oral das crianças em idade pré-escolar. Metodologia: Estudo descritivo-correlacional e transversal. Foi utilizado o Questionário Qualidade de Vida Relacionado com a Saúde Oral das Crianças/Adolescentes (Q2VRSOC/A), construído por Pahel, Rozier e Slade, (2007) e traduzido e validado por Bica-Costa (2013), numa amostra de 412 pais/educadores de crianças (50,5% meninos e 49,5% meninas), com idades compreendidas entre os 3 e 6 anos (=4,33; DP=0,934), a frequentar jardins de infância do distrito de Viseu. Resultados: Apurou-se que 47,5% das crianças/adolescentes apresenta bons hábitos de higiene oral; 31,9% fracos e 20,6% razoáveis. A Qualidade de Vida Relacionada com a Saúde Oral é influenciada pela idade da criança (p=.000); pela sua preferência alimentar (p=.014); pelo estado de saúde geral (p=.034) e oral (p=.000); pela abordagem da saúde e higiene oral realizada pelo enfermeiro (p=.026); pela observação da boca e dentes das crianças pelos pais (p=.006); pela consulta no dentista (p=.000) e pela presença de cáries dentárias (p=.000). Conclusão: Pelos resultados obtidos infere-se que quanto maior o impacto dos problemas orais, pior é a qualidade de vida relacionada com a saúde oral das crianças e, sendo assim, é de primordial importância desenvolver ações de educação para a saúde oral.
2022-11-18T13:11:37Z
Bica, Isabel Duarte, João Camilo, Ana Jesus, Ana Ferreira, Carla Oliveira, Filipa
Esperança e Qualidade de Vida em Idosos
Enquadramento: Os baixos níveis de esperança encontrados nos idosos revelam estar associados a fraca motivação, falta de sentido para a vida, aumento de sintomatologia ansiolítica e, consequentemente, a baixos índices de qualidade de vida. Objetivos: Identificar níveis de esperança e de Qualidade de Vida em idosos, bem como fatores determinantes destes constructos. Métodos: Trata-se de um estudo do tipo quantitativo, não experimental e descritivo-correlacional. Foi utilizada uma amostra não probabilística por conveniência, constituída por 100 idosos, residentes na região centro do país, divididos em dois grupos: institucionalizados (n=50) e idosos a residir na comunidade (n=50). A maioria dos idosos (69%) é do sexo feminino, com uma média de idades de 84 anos. Os dados foram colhidos através de um questionário constituído por um grupo de questões sociodemográficas, por uma Escala da Esperança (versão portuguesa de Pais Ribeiro, 2007), e por uma Grelha de Avaliação da Qualidade de Vida dos idosos da Direção Geral de Saúde (DGS, 2013). Resultados: Os dados evidenciam que 52% dos idosos apresentam níveis elevados de esperança, sendo esta superior em idosos institucionalizados (M= 52,12; Dp= 7,35). 52% percecionam também globalmente boa qualidade de vida, porém esta é superior nos idosos da comunidade (M= 30,38; Dp= 5,52). As variáveis com influência significativa nos níveis de esperança são o percecionar melhor estado de saúde, maior preocupação da família, possuir melhor qualidade de vida e maior número de filhos. Conclusão: As evidências revelam níveis diferenciados, mas essencialmente positivos na esperança e qualidade de vida dos idosos estando estas significativamente relacionadas com a saúde percecionada.
2022-11-18T13:11:37Z
Martins, Rosa Mestre, Marina
Qualidade de Vida e Dor no Doente com Úlceras Varicosas dos Membros Inferiores
A úlcera varicosa é uma situação extrema, responsável por elevada morbilidade, sofrimento físico e psicológico. Desta constatação surgiu a necessidade de estudar a Qualidade de vida e dor em doentes com úlceras varicosas dos membros inferiores. Assim, pretendemos conhecer a Qualidade de Vida (QDV) dos doentes com úlceras varicosas dos membros inferiores, identificando os fatores que mais a influenciam. A compreensão da QDV destes doentes constitui um campo de investigação que só terá significado se visto holisticamente. O interesse deste estudo surge com o problema: Em que medida as variáveis sociodemográficas, sociofamiliares e de contexto clínico estão associadas à QDV nos doentes com úlceras varicosas dos membros inferiores de alguns concelhos do Distrito de Viseu. É um estudo transversal, de natureza quantitativa, seguindo uma via descritivo correlacional, cujo objetivo é avaliar a QDV destes doentes e a influência das variáveis anteriormente citadas. Utilizou-se uma amostra não probabilística por conveniência, da qual constam 103 indivíduos, 54 mulheres e 49 homens, sendo a média de idades de 66.62 anos. Para a recolha de dados utilizámos um instrumento que integra escalas e questões que possibilitaram a caracterização da amostra. Para o tratamento dos dados utilizámos a estatística descritiva e inferencial. Através desta investigação verificámos que 76.70% dos inquiridos apresentam QDV superior e que 23.30% QDV inferior. Do nosso estudo concluímos que as variáveis dor, idade, apgar e grafar são preditores da qualidade de vida, sendo que a primeira é a que exerce maior influência e assim sucessivamente.
2022-11-18T13:11:37Z
Martins, Conceição Campos, Sofia Chaves, Cláudia
A Segurança do Doente em Cuidados Paliativos: Perceção dos Profissionais de Saúde
Enquadramento: A segurança dos cuidados de saúde prestados ao doente é fundamental para garantir a sua qualidade. Neste âmbito, estudou-se a segurança do doente em fim de vida na perspetiva dos profissional de saúde. Objetivo: Compreender as intervenções dos profissionais de saúde na deteção de erros e incidentes para a segurança dos doentes. Métodos: Estudo transversal com enfoque descritivocorrelacional, recorrendo-se a um questionário de segurança do doente, elaborado para o efeito, tendo por base a Classificação Internacional sobre Segurança do Doente da Direção-Geral da Saúde (2011). A amostra foi constituída por 146 profissionais de saúde que trabalham em unidades de saúde com doentes crónicos e paliativos. Resultados: Os profissionais na faixa etária mais jovem (≤27anos), do género feminino e com pós-graduação/especialização, são os que observam com maior frequência os incidentes/erros. Os profissionais que trabalham em unidades de saúde são os que mais incidentes/erros observam (O.M. 74.29; =.001) e o inverso acontece com os que trabalham em Unidades de Cuidados Paliativos (UCP), (O.M. 37.53, =.001). O “grau de gravidade do dano observado”, assumido como gravidade severa, podendo mesmo conduzir à morte, é a dimensão com a percentagem mais elevada, seguida das “atitudes/comportamentos agressivos” para com o doente e, por último, as “infeções”. Conclusão: Garantir a segurança do doente é um aspeto primordial, devendo ser trabalhada diariamente na revisão da prática clínica de cada profissional de saúde, com a finalidade de prevenir erros/incidentes.
2022-11-18T13:11:37Z
Ribeiro, Olivério Cunha, Madalena Duarte, João Ferreira, Ana Luísa Ferreira, Ana Sílvia Venício, Daniela
Ideação Suicida em Estudantes do Ensino Superior Politécnico: Influência de Algumas Variáveis Sociodemográficas, Académicas e Comportamentais
Introdução: Este artigo procede à divulgação de alguns resultados obtidos, a partir de um estudo mais alargado, desenvolvido no âmbito do doutoramento em Ciências de Enfermagem, e nele se pretende avaliar a prevalência da ideação suicida em estudantes do ensino superior politécnico e conhecer quais os fatores, eventualmente associados, com o intuito de definir o perfil de risco para a presença de elevada ideação suicida/risco suicida. Durante a frequência do ensino superior ocorrem múltiplas mudanças na vida dos estudantes, pois trata-se de um período marcado por um conjunto de transições desenvolvimentais e académicas que podem originar algumas crises situacionais e problemas de saúde mental, tornando estes estudantes potencialmente mais vulneráveis e com risco aumentado para os comportamentos suicidários. Os comportamentos suicidários constituem, atualmente, um problema de saúde pública, sendo o suicídio a segunda causa de morte na população jovem na maioria dos países europeus. Objetivos: Determinar a prevalência da ideação suicida nos estudantes do ensino superior politécnico e analisar a sua relação com algumas variáveis sociodemográficas, académicas e comportamentais. Métodos: Estudo quantitativo, descritivo e correlacional, realizado numa amostra do tipo não probabilístico intencional, constituída por 1074 estudantes de uma instituição de ensino superior da região centro de Portugal. A colheita de dados foi efetuada através de uma plataforma online e teve por base um questionário com questões relativas à caracterização sociodemográfica e académica dos estudantes e um Questionário de Ideação Suicida (QIS) de (Ferreira & Castela, 1999). Resultados: A idade dos estudantes da amostra oscila entre os 17 e os 49 ( = 23,9 anos ± 6,107 dp), a grande maioria (64.7%) é do sexo feminino. Os resultados mostram que a presença/gravidade de pensamentos suicidas é de ( = 13.84; ± 20.29 Dp) numa escala de 0 a 180 e ponto de corte > 41 para valores sugestivos de potencial risco suicida, com base no qual foram identificados 84 estudantes (7,8%). As variáveis que produziram significância estatística com a ideação/risco de suicídio nos estudantes foram: Sexo (feminino); Estado civil (solteiro); Coabitação em tempo de aulas (viver sozinho); Desempenho académico (reprovações); Comportamentos aditivos (consumo de drogas e psicofármacos). Conclusões: Embora a prevalência de ideação suicida nos estudantes não seja elevada, encontramos na nossa amostra 84 estudantes (7,8%) com potencial risco de suicídio. Não poderemos ficar indiferentes a esta problemática pelas suas repercussões individuais, familiares e sociais. Todas as instituições de ensino superior deveriam possuir gabinetes de apoio aos estudantes e desenvolver programas de promoção da saúde mental e prevenção do suicídio em meio académico.
2022-11-18T13:11:37Z
Gonçalves, Amadeu Sequeira, Carlos Duarte, João Freitas, Paula
Influência da Crise Económica na Saúde Mental dos Profissionais de Saúde
Introdução: Atualmente, é reconhecida a influência que a crise económica desempenha na saúde mental dos profissionais de saúde. As crises económicas são momentos de risco e podem levar a um estado de desequilíbrio do bem-estar mental da população. Assim, em Portugal, com uma prevalência de perturbações mentais e um consumo médio de antidepressivos superiores aos da média europeia, estes são factos alarmantes. Objetivos: Analisar a influência da crise económica, situação laboral e redução do poder económico na saúde mental dos profissionais de saúde; analisar a influência da crise económica atual na redução do poder económico dos profissionais de saúde; conhecer a influência das variáveis sociodemográficas e do impacto da situação laboral na saúde destes profissionais. Material e Métodos: Estudo descritivo-correlacional, transversal, numa amostra não probabilística, em 181 profissionais de saúde (61 enfermeiros, 60 médicos e 60 assistentes operacionais de saúde AOS) do Centro Hospitalar Tondela – Viseu e Agrupamento de Centros de Saúde Dão Lafões, no período de tempo compreendido entre fevereiro e junho de 2014. Como instrumento de colheita de dados utilizou-se um questionário e a Escala de Saúde Mental de Pais Ribeiro (2001). Resultados: Constatámos que 91.2% dos inquiridos se sentem afetados pela crise económica, declarando que esta tem influência na saúde mental dos profissionais de saúde, no entanto a maioria dos inquiridos possui uma boa saúde mental. Esta variável está associada a um nível de literacia mais elevado, sendo que os profissionais de saúde que trabalham por turnos são os mais afetados. A maioria reduziu, no último ano, as despesas com alimentos, restaurantes, lazer, compra de equipamentos eletrónico e vestuário, despesas com água, luz, telefone, utilização do carro e, ainda, as despesas com a decoração da casa. No que diz respeito aos gastos na educação, atividades extracurriculares e mesada dos filhos, a maior parte dos profissionais referiu não ter reduzido esses custos. Conclusão: A maioria dos profissionais de saúde sentiu a influência dos cortes salariais, do aumento da carga horária e de sentimentos de pressão laboral, com repercussão na sua saúde mental.
2022-11-18T13:11:37Z
Cabral, Lídia Duarte, João Varanda, Helena Martins, Helena Sousa, Isabel Cabral, Jéssica
Editorial
No editorial do n.º 44, anunciava-se que pretendíamos lançar um número especial, “resultante de uma parceria que oportunamente foi firmada com a revista Texto Digital, publicação, também ela semestral, do Núcleo de Pesquisas em Informática, Literatura e Linguística), do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina no Brasil.” Mais se esclarecia, que este número especial seria “um número temático, consagrado aos Centenários da Literatura Brasileira, pois que, em 2013 foi o ano da celebração de “vários centenários sobre o nascimento ou a morte de diversos e insignes autores da literatura brasileira, como por exemplo, Vinícius de Morais (1913-1980), Ruben Braga (1913-1990), Aloísio de Azevedo (1857-1913), Joaquim Maria Carneiro (1846-1913), ou ainda Graciliano Ramos (1892-1953), este último já em pós-centenário.” Simultaneamente, convidavam-se todos os potenciais interessados para submeterem artigos enquadrados naquela temática, tendo-se aberto um período de proposição de textos que decorreu até ao final de 2013. Do Brasil, nesse período, chegaram-nos cinco artigos, um dos quais, por impossibilidade de contactar o seu autor, não foi possível considerar como submetido. De Portugal, infelizmente, não houve qualquer artigo a ser proposto.
2022-11-18T13:11:37Z
Fonseca, Maria de Jesus
Em 10 de outubro de 1912
Por certo, o pai de Tsui Ah Fai sonhou bem mais do que entendia: jogo de bola? e gritaria... e contra toda uma torcida. Era o início (nascia o filho!) de uma carreira, que chegou longe: Jogos Olímpicos, (no futebol, ele era um meia) lá em Berlim (que o pai enfim nunca é que viu!).
2022-11-18T13:11:37Z
Santos, Alckmar
Um Diálogo/Monólogo entre Augusto dos Anjos e Drummond
O presente artigo busca estabelecer uma análise comparativa entre dois grandes poetas brasileiros, Carlos Drummond de Andrade e Augusto dos Anjos. A comparação aqui estabelecida foi realizada especificamente através dos poemas Monólogo de uma Sombra, de Augusto dos Anjos, e O Relógio do Rosário, de Drummond. Sendo 2012 o ano do Centenário de EU, único livro de Augusto dos Anjos, é preponderante pensar como esta obra singular da poesia mundial exerceu a sua influência nos escritores posteriores, principalmente tomando-se por comparação um dos maiores poetas brasileiros. Assim, os dois poemas são aproximados através dos níveis expressivos de ambos: seus aspectos temáticos, suas aproximações temático-filosóficas, as regularidades de nível formal e também na intersecção entre estes aspectos. Através desta análise, tornou-se possível suscitar a breve hipótese de que O Relógio do Rosário é uma releitura/reescrita poética intencional — ainda que não declarada, já que não existem registros conhecidos sobre isso — de Monólogo de uma Sombra.
2022-11-18T13:11:37Z
Duarte, Rafael Soares