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Emoção…emoções… que implicações para a saúde e qualidade de vida?

Emoções (emoção, do Latim emovere, significa movimentar, deslocar) são, como sua a sua própria etimologia sugere, reacções manifestas frente àquelas condições afectivas que, pela sua intensidade, nos mobilizam para algum tipo de acção. Tal como as define Levenson (1994), as emoções são fenómenos psicofisiológicos de curta duração, que representam modos eficientes de adaptação às constantes exigências do meio ambiente.  Do ponto de vista psicológico, as emoções alteram a atenção, são determinantes em certos comportamentos e activam aspectos de relevo da memória. Do ponto de vista fisiológico, as emoções organizam de forma rápida respostas de diferentes sistemas biológicos, como sejam a expressão facial, o tonus muscular, a voz e a actividade do sistema nervoso vegetativo e endócrino, de modo a conseguir uma optimização do meio interno para uma resposta eficaz (Vaz Serra, 1999). 

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2022-11-18T13:11:37Z

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Martins, Maria da Conceição Almeida

Auto-apreciação pessoal e temperamento afectivo em enfermeiros de serviços de psiquiatria e saúde mental

Um estudo sobre a auto-apreciação pessoal e o temperamento afectivo dos enfermeiros é de crucial importância, pela sua influência em diversos fenómenos, nomeadamente na capacidade de desenvolver relações interpessoais, bem como na resistência a doenças psicológicas e físicas. Um total de N=47 enfermeiros de ambos os sexos, com uma idade média de 38,5 anos, que exercem funções na área de Saúde Mental e Psiquiatria em três hospitais: Hospital Doutor José Maria Grande de Portalegre, Hospital do Espírito Santo de Évora e Hospital de Nossa Senhora do Rosário do Barreiro, foi inquirido através de um questionário de aplicação directa.  Os resultados indicam que o grupo estudado apresenta, na sua maioria, um temperamento hipertímico. Verificou-se que são os elementos do sexo  feminino que apresentam maior auto-apreciação pessoal e que existe uma relação estatisticamente significativa entre a auto-apreciação pessoal e os temperamentos ciclotímico e ansioso. Os mesmos resultados indicam igualmente que existe relação entre o estado civil e o temperamento irritável e entre o tempo de serviço e os temperamentos ciclotímico e hipertímico.  

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2022-11-18T13:11:37Z

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Cordeiro, Raul Claudino, João Arriaga, Miguel Oliveira, Maria Frazão, Marlene Mendes, Marina Leão, Rosa Onofre, Sónia Engrossa, Sónia Gonçalves, Sónia Silva, Vânia Vieira, Vera Azinheiro, Vera

Intervenção no sofrimento em doentes oncológicos

É sobretudo a partir da última década do século passado que o alívio do sofrimento começa a ser entendido como uma componente importante dos cuidados profissionais de saúde. O crescente aumento das doenças crónicas, relacionado, por um lado, com os avanços terapêuticos e, por outro, com as alterações demográficas, tornou o sofrimento num problema de domínio mais público, em que a discussão sobre o seu reconhecimento e alívio se tornou aceitável e pertinente, pois para ser efectivamente aliviado, o sofrimento tem de ser reconhecido. Todavia, nunca poderemos viver verdadeiramente a angústia dos outros, mas podemos (e devemos) aprender a “reconhecer os objectivos, os valores e as respostas estéticas que formam o sentido do “eu”, cuja integridade é ameaçada pela dor e pela doença” (Cassell, 1991, p. 24).

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2022-11-18T13:11:37Z

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Sobral, Helena Maria Martins Norinha Gomes

Saúde ocupacional - que relevância?

Todos os anos morrem 4 a 5 mil pessoas na União Europeia vítimas de acidentes de trabalho. Ocorrem 4.7 milhões de acidentes, com absentismo superior a 3 dias, resultando em cerca de 146 milhões de dias de trabalho perdidos (dados Eurostat, 2002). O problema coloca-se com particular incidência na indústria e construção, sendo os acidentes mais frequentes causados por queda em altura e esmagamento. A nível de condições de trabalho, constata-se que grande parte dos trabalhadores se encontram expostos a ruído intenso, que trabalham em condições monótonas e cansativas, com movimentos e cadências muito repetitivas, que transportam cargas manuais excessivas e muitos consideram que a sua saúde está em risco. São condições dramáticas que carecem de acções concertadas e de estratégias comuns de combate aos acidentes de trabalho. Em Portugal muito se fez, desde os anos 60, década de viragem em que se assumiu que, para acompanhar os avanços tecnológicos, não bastava intervir após o acidente, mas que era necessário actuar de modo muito mais precoce e preventivo.  Os primeiros passos foram dados na indústria mineira, devido à silicose, na tentativa de reparação das pneumoconioses.   

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2022-11-18T13:11:37Z

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Pais, Ricardo

Novo paradigma cientifico-tecnológico na sociedade do conhecimento

A partir da evolução científica e tecnológica da sociedade como desafio para a educação, aborda-se os custos da evolução tecnológica como processo irreversível e desejável, com valiosos contributos para o conhecimento, mas com problemas que requerem regulação social. Contando com as vantagens e constrangimentos das novas tecnologias, a Escola e particularmente o Ensino deverão ocupar o lugar central, cabendo aos professores novos papéis, através de uma pedagogia diferenciada capaz de minimizar as desigualdades. No final apresenta-se uma reflexão sobre a utilização e difusão das novas tecnologias no contexto nacional, onde se abordam os factores de ordem económica, tecnológica, social, cultural, geográfico e geracional na utilização das tecnologias na educação ao longo da vida.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Franco, João José de Sousa

Nota breve sobre o conceito de média

O conceito de média surge de modo abundante na disciplina de Métodos Estatísticos, presente em muitos cursos de licenciatura de instituições de ensino superior. Surge, de igual modo, em domínios onde a noção de acaso está ausente, mas onde o conceito de média continua a ser essencial no tratamento de dados ligados a determinadas grandezas.  A tendência para a utilização de modelos quantitativos, em número cada vez maior, em domínios do saber, determinou a necessidade de colher quantidades, sempre mais vastas, de informação numérica, acompanhadas do correspondente tratamento.  Nos fenómenos estudados que assumem carácter aleatório, procede-se ao correspondente estudo através de amostragem adequada, que possa servir de base a inferências úteis. É neste âmbito que surge, de modo permanente, o recurso ao conceito de média, mormente no estudo das distribuições de frequências. Neste domínio, contudo, o conceito de mais vasta aplicação é o de média aritmética, seja no caso de amostras de dados não classificados, seja no de classificados.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Lopes, Hélio Bernardo

Infinito uma história a contar

O infinito sempre foi um tema controverso que afectou a mente humana. A sua aceitação como objecto de estudo na Matemática não foi pacífica, sendo ainda muito recente, apesar da longa história que lhe está associada. Faz-se uma pequena descrição das ideias relacionadas a este conceito desde a Grécia antiga até à Idade Média, distinguindo depois os séculos após o Renascimento devido à riqueza de descobertas que ocorreram. Salienta-se que só no século XIX é que Cantor mostrou, relativamente ao tamanho dos conjuntos, que há infinitos iguais e diferentes. As suas teorias para a teoria de conjuntos revolucionaram então a Matemática. O infinito actual finalmente tinha sido incorporado nela. Apesar de toda esta revolucionária e fabulosa teoria, aos poucos foram-se descobrindo algumas contradições, mas vários dos seus problemas foram posteriormente solucionados no século XX.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Sampaio, Patrícia Alexandra da Silva Ribeiro

Educação especial: aspectos históricos e evolução conceptual

No decorrer da existência humana, a perspectiva social em relação aos portadores de deficiências, nem sempre foi a mesma, sofrendo alterações paralelamente à evolução das necessidades do ser humano e à própria organização das sociedades.  Segundo Jimenez (1997), a evolução conceptual da deficiência, pode dividir-se em três épocas: a primeira considerada pré-histórica e que engloba as sociedades primitivas e se prolonga até à Idade Média; a segunda, em que emerge a ideia de que os deficientes são pessoas a quem é preciso prestar assistência; e finalmente a terceira, corresponde a época actual, onde o conceito de Deficiência se desenvolve perspectivado em função de uma sociedade, que ideologicamente se afirma como sendo inclusiva.  Nesta óptica, é importante salientar uma evolução conceptual de deficiência, entendida como uma construção subjectiva ao invés de uma realidade objectiva, decorrendo do facto, dos indivíduos se inserirem em contextos e sistemas ideo-políticos em que determinadas realidades podem ser consideradas ou não como desvios.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Campos, Sofia Margarida Guedes de Martins, Rosa Maria Lopes

Como ajudar os alunos a estudar e a pensar? Auto-regulação da aprendizagem

Apresentamos uma imagem multifacetada do conceito de auto-regulação, tendo em conta as diversas perspectivas teóricas que se dedicam ao seu estudo, com especial ênfase na perspectiva sócio-cognitiva. São apresentadas várias propostas práticas, tendo em vista a sua utilização na sala de aula.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Figueiredo, Fernando Jorge Costa

Educação para a saúde: uma área construída por todos, com todos e para todos…

A Comissão Organizadora do II Seminário Conversas de Família, realizado no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lamego, no dia 6 de Maio de 2006, endereçou-nos o amável convite para intervirmos num painel intitulado Estilos de Vida, o qual aceitámos por nos parecer uma oportunidade de partilharmos as nossas experiências no âmbito da Educação para a Saúde. Este Seminário colocou a ênfase na figura e no papel da Mulher. Efectivamente, este é um tema actual, mas não exclusivo da Sociedade dos nossos dias, ocidental e dita avançada. Por exemplo, hoje debate-se com frequência o facto de a mulher ter que exercer uma profissão remunerada, como forma de equilibrar a economia familiar, e todas as implicações que daí advêm. Quando analisamos algumas tribos cujo modo de vida se mantém praticamente inalterado desde os primórdios da nossa espécie, há aproximadamente 400 mil anos, podemos verificar o papel central da mulher na economia familiar e, concretamente, das mulheres pós-menopausa (um dos temas debatidos nesse mesmo Seminário). Para justificar o que acabámos de referir atentemos, por exemplo, no caso da tribo Hadza, composta por um pequeno grupo de caçadores colectores do Norte da Tanzânia, de aproximadamente 750 indivíduos. Nesta tribo, segundo Hawkes (citada em Angier, 2001), a caça é um bem colectivo o que implica que o seu produto seja dividido por toda a comunidade. Assim sendo, são os frutos silvestres, o mel e os tubérculos, produto da colecta feminina, nomeadamente das mulheres mais velhas, que fazem a diferença no bem-estar nutritivo das próprias famílias.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Figueiredo, Fernando Jorge Costa

"Calidad de vida y diabetes: variables psico-sociales"

O estudo sobre a «Qualidade de Vida e Diabetes: Variáveis Psicossociais», justifica-se pela importância que o funcionamento psicossocial tem suscitado na gestão da diabetes, pois a conjugação de medidas objectivas do controlo da doença (avaliação do índice de HbA1c) com a avaliação dos aspectos psicossociais, parece ser a fórmula mágica capaz de promover a Qualidade de Vida (QDV) dos diabéticos. A amostra incluiu 266 diabéticos tipo 1, com idades entre os 18 e os 83 anos. Os resultados revelaram que os diabéticos do género masculino e os solteiros apresentam melhor QDV; que os diabéticos de maior idade apresentam pior QDV; que o nível de escolaridade mais elevado e as variáveis clínicas (peso normal, tratamento com insulina lenta, autocontrolo glicémico, exercício físico e regime dietético), se associarem com QDV mais satisfatória.  Constatou-se ainda que, quanto mais grave é o estado de ânimo depressivo pior a QDV, quanto melhor é o auto-conceito, maior é a QDV, quanto maior é o apoio social, a funcionalidade familiar, a Internalidade, o Controlo Pessoal, a Previsibilidade, a percepção dos Obstáculos e Benefícios do Tratamento e a percepção de Gravidade e Vulnerabilidade às complicações da diabetes, maior a QDV e quanto maior a Externalidade e o Controlo Médico, pior a QDV.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Cunha, Madalena

Sintomas respiratórios e qualidade de vida em adolescentes

Em 1948, a OMS definiu saúde como o completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade1. Paralelamente, o conceito de qualidade de vida relacionada com a saúde assume uma nova dimensão e passa a englobar os três domínios fundamentais expressos na definição: o físico, o psíquico e o social2,3. Assim, o termo qualidade de vida evidencia aspectos muito diversificados que são influenciados pelas experiências, crenças, expectativas e, particularmente, as percepções individuais da saúde e da doença4,5. Desta forma, qualidade de vida assume-se como um conceito individual que não pode ser determinado por decisões de terceiras pessoas, tornando-se por isso difícil de retratar e de quantificar4. Na sua avaliação, um indivíduo pode enfatizar a vertente objectiva de determinada função ou estado de saúde, e outro a vertente mais subjectiva decorrente do seu conceito de saúde3,6. Duas pessoas com o “mesmo estado de saúde” podem expressar níveis de qualidade de vida bem diferentes, dependendo, designadamente, da forma como cada indivíduo aprende a viver com as limitações impostas pela doença e a sua satisfação com a vida. Para a mesma doença, a multiplicidade de fenómenos envolvidos implica, inevitavelmente, uma grande variabilidade individual da qualidade de vida. Esta diversidade determina uma infinidade de diferentes estados de saúde, cuja avaliação está dependente da forma como é valorizada determinada dimensão em detrimento das outras.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Pereira, Carlos Barros, Henrique

Obesidade da genética ao ambiente

A obesidade é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um importante problema de saúde pública, afectando crianças, adolescentes e adultos (WHO, 1998). Os dados do International Obesity Task Force (2000) mostraram que, nos últimos anos, a prevalência de obesidade tem aumentado significativamente em várias regiões do mundo, sendo responsável, em grande parte, pelo aumento da mortalidade e morbilidade com implicações significativas no indivíduo, na família e na comunidade (Dietz et al, 1999; Cole et al, 2000). O impacto no indivíduo pode ser quantificado pela influência na qualidade de vida, no recurso aos serviços de saúde, no absentismo escolar, na limitação nas actividades de vida diária, nomeadamente na prática de desporto e alterações nas relações interpessoais, marginalização, depressão e isolamento. Ao nível da família, as repercussões podem traduzir-se no absentismo profissional, nas alterações dos estilos de vida e na necessidade de acompanhamento dos familiares.  O aumento da prevalência de obesidade e consequente aumento do risco de desenvolvimento de doenças crónicas na idade adulta, que lhe está associado, deve ser rigorosamente monitorizado (Cole et al, 2000; WHO, 1995). Essa monitorização DEVE permitir avaliar a evolução do problema, proceder a comparações entre várias regiões e ou países e determinar a eficácia das intervenções introduzidas para minimizar o problema. Para que tal aconteça, torna-se necessário uniformizar os conceitos de excesso de peso e obesidade para que possam ser amplamente utilizados.  

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2022-11-18T13:11:37Z

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Amaral, Odete Pereira, Carlos

Projecto industrial de uma adega e centro de aproveitamento de subprodutos

Este trabalho, realizado no âmbito da disciplina de Seminário de Projecto da Licenciatura em Engenharia das Indústrias Agro-Alimentares, consistiu na elaboração de um projecto para a instalação de uma Adega e de um Centro de Aproveitamento de Subprodutos da Vinificação. Foram analisadas várias questões relacionadas com a instalação dos edifícios, características das estruturas, aquisição e instalação dos equipamentos, circuitos de produção, balanços de materiais, entre outros, culminando com uma breve análise económica. Dos resultados obtidos foi possível concluir que ambas as unidades têm viabilidade económica.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Teixeira, L. Andrade, S. Guiné, R. P. F.

Projecto industrial de uma queijaria

No âmbito da disciplina de Seminário de Projecto da Licenciatura em Engenharia das Indústrias Agro-Alimentares, realizou-se este trabalho, do qual se apresenta aqui um pequeno resumo, pretendeu-se fazer um projecto de uma queijaria tradicional semi-mecanizada, que utilize técnicas de fabrico modernas, mas que permita a elaboração de um produto final que se assemelhe ao produto artesanal.  Na queijaria produzir-se-á queijo de ovelha, em unidades de 500 g e 1000 g, e ainda requeijão, em unidades de 120 g. Os objectivos de produção diária são 145 kg de queijo e 35 kg de requeijão, para um consumo de matéria-prima máximo de 800 litros de leite por dia.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Soares, A. M. O. Fontinha, C. S. P. Guiné, R. P. F.

Formação de professores com base na lei 10639/03 cultura africana e o legado de eduardo mondlane nos dias atuais

Segundo Libâneo (2003) deve-se levar em conta para a formação de professores um apanhado de estudos considerados no contexto social, econômico, político e cultural no qual ele está inserido, visto que o exercício profissional docente está sempre relacionado aos fins e às práticas do sistema escolar mais amplo e ao contexto social.  Nesse contexto, merece atenção os chamados “velhos problemas” em relação à formação de professores, que evidenciam desarticulações em diferentes níveis, sendo considerado como o mais preocupante deles, a desarticulação entre teoria e prática, entre o discurso e a ação, o que se configura de grande gravidade no tocante às questões raciais no Brasil.  Sendo assim, vale ressaltar a importância da formação desses profissionais na construção de um currículo que contemple as novas demandas da sociedade brasileira, hoje voltadas para a promoção da equidade social e a atenção para a diversidade cultural. A conseqüência imediata disso é a necessidade de construção teórica de um currículo crítico (APPLE, 1982; GIROUX, 1986; FREIRE & SHOR, 1997), que possibilite ao professor o resgate da cultura que o aluno é portador e não se limite apenas a prescrever o que deve ser ensinado.

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2022-11-18T13:11:37Z

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Silva, Nilce Ferreira, Cléa M. da Silva

10 anos de Millenium

O último número de MILLENIUM, recentemente publicado, o N.º 32, anuncia, logo na abertura do respectivo Editorial, que, com o seu lançamento, se “assinala o 10º Aniversário” da revista, bem como, no final, sinaliza as comemorações festivas que estes 10 anos de vida ininterrupta da revista merecem e, sem dúvida, exigem. Efectivamente, sendo uma publicação periódica, Millenium conseguiu manter, ao longo destes 10 anos de vida, a regularidade e sistematicidade da publicação, o que é feito de grande monta para qualquer publicação periódica, muito mais para uma publicação que se assume como publicação de uma instituição singular de ensino superior politécnico – o Instituto Politécnico de Viseu. Mais espantoso ainda que tenha conseguido ter mantido a edição de todos os seus números, bem como a sua divulgação e distribuição, desde o seu início, a título gratuito para todos quantos dela usufruem. Dez anos são, pois, muito tempo para uma publicação periódica. Dez anos são ainda mais pesados e mais difíceis para uma publicação periódica de uma única instituição, quando essa publicação continua a manter-se viva e sobrevivente, como é o caso.  

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2022-11-18T13:11:37Z

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Figueiredo, Fernando Jorge Costa Fonseca, Maria de Jesus

Diversidade linguística e ensino de português

Os fluxos migratórios conhecidos em toda a Europa central desde o fim da II Guerra Mundial apenas tiveram verdadeira expressão no território nacional na última década do século XX. Portugal foi até então sobretudo um país de emigração.  Nos números oficiais – e sabemos que neste domínio, dada a natureza do fenómeno, os números não oficiais serão com grande probabilidade significativamente mais elevados – temos neste momento entre nós 450.000 imigrantes, provenientes de 170 países, que falam 230 línguas diferentes. Esta nova situação – Portugal como país de imigração – praticamente desconhecida da sociedade portuguesa até à contemporaneidade veio alterar substancialmente a paisagem linguística e cultural das nossas cidades e em muitos casos também do mundo rural, mas não tem tido por parte dos responsáveis pela política linguística educativa uma resposta adequada. Sendo Portugal um país de grande homogeneidade linguística (Boléo e Silva 1961: 85), não há praticamente tradição no nosso sistema educativo de ensino e aprendizagem de línguas minoritárias. 

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2022-11-18T13:11:37Z

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Matos, Isabel Aires de

Reflexões sobre os usos do português

A forma como se usa actualmente a língua portuguesa leva-me, enquanto professora de Português e linguista, a reflectir... São essas reflexões e opiniões que gostaria de partilhar com os leitores da Millenium, começando, no entanto, pela explicitação de alguns conceitos linguísticos que são indispensáveis para observar de forma crítica esta situação. Afirmações como “Hoje em dia ninguém sabe falar Português” e “Cada vez se dão mais pontapés na gramática”, que se tornaram muito frequentes no nosso dia a dia, pressupõem a existência de um “Português correcto”. No entanto, é caso para nos perguntarmos se existe um único Português correcto, se o Português falado na Madeira ou em situações mais informais não pode ser considerado também um Português correcto. Seguindo de perto a sistematização feita em Peres e Móia (1995) e algumas distinções apresentadas em Mateus et al. (2003), é possível resumir o contributo da Linguística para compreender estas questões. 

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2022-11-18T13:11:37Z

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Castelo, Adelina

Gramática no ensino básico - renascer do caos ou o extermínio do mito?

No momento em que se assiste à tentativa de afirmação pedagógica da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS), muitas vozes fazem eco dos seus pareceres. Uns baseiam-se em critérios científicos para justificar os seus argumentos pró ou contra; outros, em critérios de natureza mais didáctica. Afinal, trata-se de romper com princípios e práticas enraizados numa lógica gramatical justificada pela tradição; a nomenclatura gramatical presente nos Programas é ainda a definida por Portaria do MEN, publicada no Diário do Governo, 1ª série, de 28 de Abril de 1967. Esta tentativa de colocar um estado de ordem no ensino-aprendizagem da gramática, leia-se uniformizar conceitos, surge já no texto que se apresenta como orientador das práticas lectivas, no que à disciplina de Língua Portuguesa diz respeito: A Língua Materna na Educação Básica (LMEB). Neste documento, que numa fórmula “pronto-a-usar” se condensou num livro conhecido no âmbito pedagógico como o livro das Competências, é referida a utilização da então nova Proposta de Nomenclatura Gramatical apresentada por DUARTE et al. (1991). (Cf. SIM-SIM et al.,1997,p. 84). Em consequência, alguns manuais tentaram actualizar as propostas de análise gramatical tendo por base esta nova terminologia, fazendo desde logo adivinhar a multiplicidade de noções e conceitos que passaram a emergir dos manuais (Cf. Pinto, 2000). 

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2022-11-18T13:11:37Z

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Pinto, Mariana Oliveira