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Tratamento combinado da cirurgia de varizes com a escleroterapia de telangiectasias dos membros inferiores no mesmo ato
OBJETIVOS: A escleroterapia por método químico é o tratamento mais tradicional para eliminar as telangiectasias. Há varias décadas, é realizada em consultório, mas com alto índice de abandono devido ao seu caráter prolongado, doloroso e, por isso, pouco eficaz. Uma grande proporção destes pacientes apresenta também insuficiência de tributárias, ou seja, veias varicosas com indicação de fleboextração e que serão submetidas à cirurgia. O objetivo deste trabalho é descrever a opção de tratamento combinado da cirurgia de varizes com a escleroterapia das telangiectasias no mesmo ato. MÉTODOS: De janeiro de 1998 a março de 2002, 213 pacientes (426 membros inferiores) foram submetidos ao tratamento das telangiectasias por meio de injeção de glicose hipertônica durante a cirurgia de varizes. RESULTADOS: Mais de 90% dos pacientes relataram altos índices de satisfação estética. A escleroterapia complementar foi necessária em 165 pacientes, para atingir plena satisfação estética durante o seguimento. Não foram constatados casos de tromboflebites superficiais, nem de trombose venosa profunda. Também não houve relatos de complicações graves. Em 10% dos casos, foram necessárias pequenas drenagens de microtrombos residuais. O índice de manchas hipercrômicas não ultrapassou 3%. Apenas um paciente desenvolveu uma pequena úlcera no dorso do pé (0,2%), que cicatrizou espontaneamente. CONCLUSÕES: O tratamento combinado da cirurgia de varizes com a escleroterapia das telangiectasias dos membros inferiores é uma alternativa para os pacientes que desejam um resultado mais rápido e indolor. As sessões múltiplas com injeção de glicose hipertônica são uma opção segura e eficaz.
2006
Gaspar,Ricardo José Medeiros,Charles Angotti Furtado de
Tratamento endoluminal de aneurismas anastomóticos na aorta abdominal: relato de dois casos
Os aneurismas anastomóticos que envolvem a anastomose proximal de reconstruções do território aorto-ilíaco são graves, e as operações convencionais para sua correção são complexas e passíveis de graves complicações. Apresentamos dois casos de aneurismas de anastomoses proximais de enxerto aorto-bifemoral que ocorreram após 15 e 18 anos, respectivamente, de evolução dos enxertos e que foram corrigidos pela técnica endoluminal. Ambos os pacientes evoluíram bem e foram submetidos a controle pela tomografia computadorizada com 12 e 6 meses de evolução, respectivamente, com exclusão do aneurisma.
2006
Aun,Ricardo Saliture Neto,Fernando Tavares Lederman,Alex Waksman,Hilton
Aneurisma verdadeiro bilateral de artéria tibial posterior
Neste artigo, faz-se o relato de um caso de aneurisma verdadeiro bilateral da artéria tibial posterior em paciente de 57 anos. Os aneurismas surgiram em épocas diferentes. Os aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos deste caso são discutidos. Este relato é importante, pois os autores não têm conhecimento de caso semelhante na literatura consultada.
2006
Marques,Silvio Romero de Barros Guedes,Rodrigo Augusto de Aguiar Lins,Esdras Marques Lucena,Belchior Medeiros de Maranhão,Carlos Alexandre Albuquerque Tenório,Emmanulle
Tratamento endovascular de pseudo-aneurisma de carótida interna em criança
Relato de um caso de paciente feminina, com 6 anos de idade, que apresentou uma massa cervical, dolorosa e com características de processo infeccioso, que revelou ser um pseudo-aneurisma de carótida interna. Foi realizado o tratamento endovascular, com o uso de um balão destacável que determinou a oclusão e conseqüente trombose do pseudo-aneurisma, com excelente resultado.
2006
Oliveira,Alexandre Faraco de Kajita,Daissuke Garzon,Rafael Gomes de Almeida Centola,Crescêncio Alberto Pereira Bosnardo,Carla Aparecida Faccio Francischelli Neto,Miguel
Implante de filtro de veia cava inferior guiado por ultra-som: relato de dois casos
A instalação percutânea dos filtros de veia cava inferior é realizada, tradicionalmente, em sala de angiografia ou em centro cirúrgico, utilizando-se fluoroscopia e infusão de contraste iodado para adequado posicionamento do dispositivo. Porém, para pacientes internados em unidades de tratamento intensivo com condição clínica ruim para o transporte ou com função renal deteriorada, o deslocamento e a nefrotoxicidade dos contrastes iodados são, freqüentemente, motivos de preocupação. Assim, a colocação, à beira do leito, de filtros de veia cava inferior guiada por ultra-som pode ser uma alternativa bastante atraente e segura para esses pacientes.
2006
Neser,Rogério Abdo Capasso Filho,Mauro Homa,Cristina Mieko de Oliveira
Doença de Behçet cursando com trombose de veia cava superior
A trombose venosa é o principal acometimento do sistema vascular na doença de Behçet, sendo uma complicação freqüente na evolução clínica dessa patologia, e está mais associada ao sexo masculino. Os autores relatam o caso de uma paciente do sexo feminino que apresentou início da doença há 3 anos com úlceras orais, além de úlceras genitais, e que vem cursando com episódios recorrentes de trombose venosa, sendo a primeira uma trombose venosa profunda no membro inferior direito; a segunda, de jugular interna esquerda; e, por último, uma trombose da veia cava superior.
2006
Silva Júnior,Otacílio Figueiredo da Araújo,Ricardo Henrique de Sousa Freire,Eutília Andrade Medeiros Travassos Júnior,Ronaldo Rangel Cavalcante,Thiago Emanuel Rodrigues Lucena,Tarcísio José Pinheiro Nogueira Neto,Norberto de Castro Melo,Alessandra Vanessa de Albuquerque
Estudo da resposta tissular à endoprótese recoberta de jugular bovina em veia cava inferior de suínos
OBJETIVO: Avaliar a resposta tissular a uma endoprótese, com cobertura biológica heteróloga, implantada em veia cava inferior de suínos. MÉTODO: Desenvolvemos uma endoprótese auto-expansível, revestida com um segmento de jugular bovina, conservada por processo L-hydro e suturada em um stent de aço inoxidável 316L. O dispositivo introdutor utilizado foi a bainha de liberação da endoprótese aórtica Taheri-Leonhardt (Flórida, EUA). Foram implantadas endopróteses em 10 suínos, todas na veia cava infra-renal. Os animais foram submetidos à flebografia peroperatória. À necropsia, após 2 meses, cada endoprótese foi retirada em bloco e analisada macroscopicamente, visando a avaliação da perviedade, aderência aos tecidos vizinhos e incorporação à parede venosa; e, histopatologicamente, visando a resposta histológica ao enxerto. RESULTADOS: Na análise macroscópica, todas as endopróteses encontravam-se pérvias e totalmente incorporadas à parede venosa, porém seis apresentavam trabeculações grosseiras no seu interior e quatro algum grau de fibrose perivascular. Três animais desenvolveram linfocele, uma retroperitoneal e as outras na parede abdominal. No estudo histopatológico, observamos reação inflamatória granulomatosa tipo corpo estranho em todos os casos, sendo predominante na camada média (80%). CONCLUSÃO: O modelo estudado apresentou baixa trombogenicidade, corroborando com a eficácia do meio de conservação e material escolhidos; porém, baixa biocompatibilidade, provavelmente pelo obstáculo imunológico dos xenoenxertos e resposta tissular exagerada do território venoso.
2006
Pinto,Cristina Ribeiro Riguetti Chouin,Celso Luiz Muhlethaler Espinosa Lopez,Gaudencio
Uso de endoprótesis en el tratamiento de lesiones no oclusivas del territorio iliaco
OBJETIVO: La cirugía endovascular se ha establecido como una opción eficaz en el tratamiento de la enfermedad oclusiva ateroesclerótica de las arterias iliacas. Sin embargo, el uso de estos procedimientos para tratar otro tipo de lesiones aún no ha sido bien estudiado. Nuestro objetivo es analizar indicaciones y resultados del uso de endoprótesis en lesiones iliacas no oclusivas. MATERIAL Y MÉTODOS: Revisamos retrospectivamente los registros de 14 pacientes consecutivos, todos hombres, 61,6 años de edad en promedio (rango: 25-80) tratados por vía endovascular entre 2001 y 2006 por lesiones iliacas no oclusivas. El estudio pre y postoperatorio incluyó tomografía computada. El procedimiento se efectuó en quirófano, utilizando un angiógrafo digital. Se usó acceso femoral insertando endoprótesis tubulares. RESULTADOS: En 11 pacientes se asoció embolización de arteria hipogástrica ipsilateral. Las patologías tratadas fueron: ocho aneurismas ateroescleróticos, 3 disecciones, 2 lesiones traumáticas y un pseudoaneurisma anastomótico. La co-morbilidad más frecuente fue la hipertensión en 43% de los casos. No hubo mortalidad operatoria. Un paciente presentó un pseudoaneurisma femoral tratado con compresión. Un paciente tratado por fístula arteriovenosa traumática a nivel iliaco resuelve su insuficiencia cardiaca, con persistencia asintomática de mínimo flujo. La estadía postoperatoria fue de 3 días (mediana). No se presentaron otras endofugas iniciales o tardías. Durante un seguimiento promedio de 20,5 meses (rango 1 a 49), un paciente fallece por cáncer y ninguno ha requerido procedimientos complementarios. CONCLUSIÓN: El tratamiento endovascular de lesiones iliacas mediante endoprótesis es seguro y permite un resultado durable en el manejo de un amplio espectro de patologías.
2006
Mertens,Renato Krämer,Albrecht Valdés,Francisco Bergoeing,Michel Mariné,Leopoldo Sagües,Rodrigo Olguín,Ricardo Cruz,Juan Valdebenito,Magaly Vergara,Jeanette
Anatomical organization of aortic arch variations in the India: embryological basis and review
OBJECTIVES: To determine the percentage and type of aortic arch variations in Indian subjects and their clinical and surgical importance and embryological basis. PATIENTS AND METHOD: In our investigation, branching patterns of the aortic arch were studied in 62 formalin-fixed cadavers of both sexes of Indian origin, aged 45-79. The dissections were carried out in formalin-preserved cadavers and the aortic arch variations were observed after exposing the thoracic and cervical region during routine dissection of undergraduate students of Indian origin in Kasturba Medical College, Mangalore. RESULTS: The usual three-branched aortic arch was found in 56 cadavers (91.4%); variations were found in six cadavers (9.6%); 4.8% presented common origin of the carotid arteries; 1.6% had bi-innominate sequence, and the same specimen had left coronary artery arising from arch of aorta directly; 1.6% presented right subclavian artery arising directly from the aorta; 1.6% had left vertebral artery a branch of aortic arch. Five out of six cadavers with anomalous aortic arch branching pattern were females. One male cadaver presented anomalous origin of left vertebral artery directly from the arch. CONCLUSION: The wide spectrum of variations in the anatomical arrangements of the aortic arch branches in the Indian population was at par with other populations of the world. Although anomalous origins of the aortic arch branches are merely anatomic variants, accurate information about them is vital for vascular surgery in the thorax, head and neck region.
2006
Nayak,Soubhagya R. Pai,Mangala M. Prabhu,Latha V. D'Costa,Sujatha Shetty,Prakash
Tratamento cirúrgico dos aneurismas da aorta abdominal: existe diferença dos resultados entre homens e mulheres?
OBJETIVO: Avaliar os resultados cirúrgicos após o tratamento convencional e eletivo do aneurisma da aorta abdominal, verificando se existe diferença entre homens e mulheres na mortalidade e morbidade cirúrgicas, bem como nos resultados a longo prazo. PACIENTES E MÉTODOS: Entre dezembro de 1983 e dezembro de 2003, 675 pacientes foram submetidos ao tratamento cirúrgico do aneurisma da aorta abdominal infra-renal, sendo divididos em dois grupos: homens (n = 575) e mulheres (n = 100). Os dados demográficos e aqueles relacionados ao procedimento cirúrgico, bem como os resultados perioperatórios, foram coletados pela revisão dos prontuários. Os pacientes com alta hospitalar formaram uma coorte retrospectiva, onde foram avaliadas as causas tardias de óbito e a sobrevida. RESULTADOS: A média das idades foi similar, sem diferença estatística entre mulheres e homens (68,9 ± 9,1 versus 67,4 ± 7,1 anos; P = 0,089). A presença de hipertensão arterial foi significativamente superior nas mulheres (73 versus 62,4%; P = 0,042), e a cardiopatia isquêmica e história de tabagismo foram mais freqüentes nos homens (P <0,05). A mortalidade operatória total foi de 2,8%, não havendo diferença significativa entre mulheres e homens (4 versus 2,6%, respectivamente; P = 0,43). A morbidade cirúrgica envolveu 14% dos pacientes femininos e 18,4% dos masculinos (P 0,05). A taxa de sobrevida global em 1, 3, 5 e 10 anos não diferiu entre os grupos, sendo a sobrevida em 5 anos de 71% para as mulheres e 72% para os homens (P 0,05). A principal causa de morte tardia foi de origem cardiovascular, seguida de complicações renais nas mulheres e neoplasia nos homens. CONCLUSÂO: A taxa de mortalidade e morbidade cirúrgicas não aumentou significativamente nas mulheres após a correção eletiva do aneurisma da aorta abdominal infra-renal. Além disso, os resultados a longo prazo são semelhantes entre os dois gêneros.
2006
Bonamigo,Telmo Pedro Lucas,Márcio Luís Erling Jr.,Nilon
Avaliação da perfusão renal pelo Power Doppler em pacientes transplantados renais
OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é testar a aplicabilidade do estudo ultra-sonográfico com Power Doppler na identificação das alterações da perfusão dos rins transplantados e sua correlação com a reserva funcional renal e microalbuminúria antes e após a infusão de solução de aminoácidos intravenosos. MÉTODOS: Vinte e três pacientes transplantados renais foram avaliados pelo Power Doppler antes (fase basal), após 120 minutos (fase 1) e após 240 minutos (fase 2) da infusão intravenosa de aminoácidos. Concomitantemente, foram realizadas, nas três fases, dosagem de creatinina, avaliação do índice de filtração glomerular, da reserva funcional renal e de microalbuminúria. RESULTADOS: De acordo com os padrões de perfusão na fase basal pelo Power Doppler, descritos por Hoyer et al. em 1999, os pacientes foram divididos em três grupos: 12 pacientes com escore I, seis com escore II e cinco com escore III de perfusão renal. Nos enxertos renais com excelente perfusão renal (escore I), observou-se variação significativa das variáveis estudadas, tanto na fase 1 como na 2 (P CONCLUSÕES: Os achados sugerem que os transplantes com escore I de perfusão apresentam reserva funcional renal quando submetidos a estímulo com aminoácidos. No entanto, com a progressiva diminuição no grau de perfusão renal pelo Power Doppler, observa-se perda da capacidade dos rins transplantados em aumentar o índice de filtração glomerular como resposta a estímulos externos, com seqüente ausência de reserva funcional renal. A partir deste estudo, será possível criar novos horizontes para o entendimento da evolução dinâmica do processo de perda da função renal nos transplantados renais.
2006
Engelhorn,Ana Luiza Carvalho,José Gastão R. de Engelhorn,Carlos Alberto Cassou,Maria Fernanda
Dilemas bioéticos na prática da anestesia
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: As relações da sociedade humana com o universo e a aplicação de novos conceitos éticos estudados por filósofos, fundamentalmente para acompanhar a evolução das ciências biomédicas, originaram a Bioética. O objetivo é tratar dos avanços nas relações humanas entre médicos e pacientes, propostos pelos princípios bioéticos em adição aos tradicionais princípios hipocráticos, aqui discutidos no particular da prática desta ciência fascinante a Anestesiologia. O presente trabalho visa estimular e aprofundar as discussões bioéticas na área da Anestesiologia. CONTEÚDO: São discutidos os limites entre o ato médico benevolente e não-maleficente, indissociavelmente comprometido com o bem-estar do paciente, os benefícios da conduta médica paternalista, visando à preservação da saúde e da vida, e do outro lado, o respeito à autonomia do cidadão-doente, potencial paciente, e o seu direito ao consentimento livre, renovável, revogável e plenamente esclarecido para quaisquer atos médicos. CONCLUSÕES: Com base no quanto é apresentado no presente trabalho o anestesiologista deve sempre decidir beneficentemente em defesa da saúde do indivíduo e da sacralidade da vida, entendendo os limites entre a autonomia do paciente e o direito do médico aplicar tratamento arbitrário à revelia da vontade daquele, em obediência aos princípios da beneficência e da não-maleficência, disponibilizando os benefícios da ciência médica (justiça) em favor da vida, posto que, em anestesia muitas vezes, há um limite incompreensivelmente tênue entre vida e morte.
2001
Meneses,José Abelardo Garcia de
Beta-bloqueadores em anestesiologia: aspectos farmacológicos e clínicos
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Informações experimentais e clínicas têm sugerido que os b-bloqueadores apresentam efeitos hemodinâmicos importantes e protetores durante o ato anestésico-cirúrgico. O objetivo deste trabalho é revisar as informações farmacológicas e clínicas dos b-bloqueadores para sua utilização adequada na medicina per-operatória. CONTEÚDO: Os b-bloqueadores seletivos inibem preferencialmente os b1-receptores reduzindo a freqüência e inotropismo cardíacos e determinando redução no consumo de oxigênio do miocárdio. Os b-bloqueadores não seletivos inibem também os b2-receptores, aumentando a resistência bronquiolar e vascular periférica. Alguns b-bloqueadores são, também, vasodilatadores. O tratamento prolongado com os b-bloqueadores aumenta a densidade dos b-receptores na membrana celular, o que pode explicar a hiperatividade simpática que pode ocorrer durante a parada do tratamento desses medicamentos. Em cirurgia não cardíaca, os efeitos benéficos do b-bloqueadores em pacientes hipertensos ou nos que apresentam doença coronariana têm sido demonstrados, com redução da incidência de isquemia miocárdica no pós-operatório e da mortalidade durante o período de dois anos que se segue à operação. CONCLUSÕES: O tratamento com b-bloqueadores deve ser mantido até o período da manhã da operação, exceto nos pacientes com sinais de intolerância à droga, como hipotensão ou bradicardia importante. Os b-bloqueadores exercem efeito benéfico na recuperação pós-operatória de pacientes com doenças cardiovasculares ou nos que apresentam fatores de risco. Por isso, o emprego desses medicamentos é importante na medicina per-operatória e deve ser ampliado.
2001
Bosco,Fabiana Aparecida Penachi Braz,José Reinaldo Cerqueira
Analgesia preemptiva
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O controle da dor pós-operatória tem sido muito investigado nas últimas décadas, quando se verificou que a analgesia pós-operatória era inadequada. O termo "preemptiva" implica em uma forma de analgesia que, iniciada antes do estímulo doloroso ser gerado, previne ou diminui a dor subseqüente. Este estudo tem como objetivo uma atualização sobre analgesia preemptiva possibilitando novas alternativas para o tratamento da dor pós-operatória. CONTEÚDO: A analgesia preemptiva foi recomendada para prevenir a dor causada por mudanças no sistema nervoso central durante o ato operatório, devido à não supressão da condução do estímulo doloroso para o encéfalo. Vários estudos tanto laboratoriais como clínicos têm sido realizados com o intuito de demonstrar efeito preemptivo de métodos de analgesia, porém os resultados ainda são discutíveis e conflitantes. CONCLUSÕES: Apesar de existir algumas evidências clínicas do efeito da analgesia preemptiva, há necessidade de mais estudos para elucidar o real valor desse tipo de analgesia no controle da dor pós-operatória.
2001
Garcia,João Batista Santos Issy,Adriana Machado Sakata,Rioko Kimiko
Alterações transitórias do exame neurológico durante o despertar da anestesia com enflurano, isoflurano ou sevoflurano
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Anormalidades transitórias do exame neurológico ocorrem durante o despertar da anestesia com halotano, enflurano e isoflurano. Pouco se conhece sobre a ocorrência de anormalidades do exame neurológico durante a recuperação da anestesia com sevoflurano. Este estudo teve como objetivo comparar a prevalência de tais achados durante a recuperação da anestesia com enflurano (Grupo E), isoflurano (Grupo I) e sevoflurano (Grupo S). MÉTODO: Foram estudados 44 pacientes que receberam anestesia com enflurano, isoflurano ou sevoflurano em N2O a 50%. Foram anotados antes da indução, imediatamente após a cessação da administração do anestésico e 5, 10, 15, 20, 30 e 40 minutos após: temperatura timpânica, nível de consciência, tônus muscular, reflexos pupilar, ciliar, bicipital, patelar e cutâneo-plantar, bem como a ocorrência de calafrios. RESULTADOS: As respostas dos reflexos pupilar, ciliar, patelar e cutâneo-plantar correlacionaram-se com o nível de consciência. Os grupos não diferiram quanto à prevalência de hipertonia muscular, hiperreflexia bicipital, clônus plantar e resposta extensora cutâneo-plantar. Hiperreflexia patelar foi mais freqüente no grupo do enflurano do que no grupo do isoflurano. Calafrios foram mais freqüentes nos grupos E e I do que no grupo do sevoflurano. A temperatura timpânica não diferiu entre os pacientes que apresentaram ou não calafrios. CONCLUSÕES: Alterações reversíveis do exame neurológico podem estar presentes por até 40 minutos durante a recuperação da anestesia com enflurano, isoflurano ou sevoflurano.
2001
Soares,Luiz Fernando Helayel,Pablo Escovedo Oliveira Filho,Getúlio Rodrigues de Amaral,Rogério do
Bupivacaína levógira a 0,5% pura versus mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25) a 0,5% em anestesia peridural para cirurgia de varizes
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A cardiotoxicidade da bupivacaína racêmica (50:50) ainda é a grande variável relacionada à segurança de indicação nos bloqueios regionais que exigem massas e volumes elevados. Recentes experimentações em animais sugerem que a modificação da relação enantiomérica da bupivacaína racêmica poderia contribuir para sua eficácia terapêutica e diminuição de sua toxicidade potencial. O objetivo do presente estudo foi comparar a eficiência da mistura enantiomérica de bupivacaína (S75-R25) com a levógira pura S(-100) na anestesia peridural lombar para cirurgias de varizes dos membros inferiores. MÉTODO: O estudo envolveu 30 pacientes do sexo feminino com idades entre 15 e 65 anos, estado físico ASA I ou II, programados para cirurgia eletiva de varizes. Em teste aleatório e duplamente encoberto, os pacientes foram divididos em dois grupos de 15: Grupo S75-R25 - 20 ml (100 mg) de mistura enantiomérica de bupivacaína a 0,5% (S75-R25) - e Grupo Levógiro - 20 ml (100 mg) de bupivacaína levógira S(-100%) a 0,5% sem adjuvante. Foram comparadas as características dos bloqueios sensitivo e motor bem como a incidência de efeitos colaterais. RESULTADOS: Foram detectadas diferenças intergrupais relacionadas às características demográficas e um maior tempo cirúrgico no grupo S75-R25. A dispersão mais rápida e a menor potência analgésica da mistura isomérica exibiram significância estatística. Não houve diferença significativa relacionada à ocorrência de efeitos colaterais. O grupo levógiro apresentou menor relaxamento muscular. CONCLUSÕES: A redução da incidência de efeitos colaterais, a receptividade do método pelos pacientes, a ausência de sintomatologia neurológica transitória pós-operatória apontam para a aplicação segura de ambas as soluções em anestesia peridural lombar para cirurgia de varizes dos membros inferiores. A casuística, entretanto, não é ainda suficiente para permitir conclusões definitivas.
2001
Delfino,José Vale,Nilton Bezerra do
Efeito da clonidina associada à bupivacaína a 0,5% hiperbárica na anestesia subaracnóidea
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A clonidina é um composto imidazolínico agonista parcial dos receptores a2-adrenérgicos com propriedades ansiolíticas e hipnóticas. Administrada no espaço subaracnóideo produz efeitos seletivos na modulação da dor, podendo aumentar a duração da anestesia cirúrgica e do bloqueio motor. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito da clonidina associada à bupivacaína a 0,5% hiperbárica na anestesia subaracnóidea. MÉTODO: Foram estudados 30 pacientes de ambos os sexos, escalados para herniorrafia inguinal, estado físico ASA I ou II, com idades entre 16 e 57 anos, distribuídos aleatoriamente em três grupos. Após monitorização, os pacientes foram sedados com midazolam (2 mg), por via venosa, 10 minutos antes do procedimento anestésico, seguindo-se de punção subaracnóidea, L3-L4, paramediana, com agulha Quincke 25G, em decúbito lateral esquerdo. Após saída do LCR injetou-se 1 ml de uma das soluções propostas, de acordo com o grupo estudado juntamente com 15 mg de bupivacaína hiperbárica: Grupo I - 150 µg de clonidina, Grupo II - 75 µg de clonidina + 0,5 ml de água bidestilada e Grupo III - 1 ml de água bidestilada. Foram avaliados o nível do bloqueio com 5, 20 e 30 minutos, tempo para regressão de dois metâmeros, sedação pela escala de 0 a 3, bloqueio motor pela escala modificada de Bromage, dor pós-operatória e necessidade de analgésico. RESULTADOS: Houve uniformidade dos dados antropométricos nos grupos. O nível do bloqueio anestésico (moda) nos pacientes estudados foi uniforme nos grupos. A regressão da anestesia foi retardada no grupo I, assim como o relaxamento muscular, em relação aos outros grupos. Não houve diferença em relação à sedação e aos parâmetros hemodinâmicos entre os grupos. O grupo I apresentou analgesia prolongada em relação aos demais grupos, confirmado pela menor necessidade de analgésicos em função do tempo. CONCLUSÕES: A clonidina não alterou a dispersão cefálica e os efeitos hemodinâmicos do bloqueio subaracnóideo com bupivacaína a 0,5% hiperbárica. Porém, foi efetiva em melhor analgesia observada com quatro horas após o bloqueio, bem como prolongou o tempo de anestesia.
2001
Fonseca,Neuber Martins Oliveira,Clarissa Aires de
Estudo comparativo entre bupivacaína a 0,25% e ropivacaína a 0,2% em anestesia peridural para cirurgia torácica
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A anestesia peridural associada à anestesia geral tem sido usada em várias especialidades cirúrgicas. Em cirurgia torácica seu uso é pouco discutido na literatura. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos hemodinâmicos e ventilatórios da anestesia peridural torácica com bupivacaína a 0,25% e ropivacaína a 0,2% associada à anestesia geral em pacientes submetidos à toracotomia. MÉTODO: Participaram deste estudo prospectivo, comparativo e aleatório quarenta pacientes divididos em dois grupos de vinte. Cada grupo recebeu um volume de 10 ml de anestésico local, por via peridural torácica. Grupo B (Bupivacaína 0,25%) e o Grupo R (Ropivacaína 0,2%). O bloqueio peridural foi realizado com os pacientes em decúbito lateral, punção paramediana e cateter para injeção dos fármacos A seguir todos os pacientes receberam anestesia geral com IOT. Foram analisados parâmetros hemodinâmicos e ventilatórios em 9 momentos. RESULTADOS: A pressão arterial sistólica foi menor no momento 5 e pressão arterial diastólica nos momentos 1 e 5, ambas no grupo B. A necessidade de efedrina para corrigir hipotensão arterial foi de 8/20 no grupo B, contra 6/20 no grupo R. A pressão de pico nas vias aéreas superiores foi sempre mais elevada no grupo R e os valores da CAM do isoflurano foram mais elevados nos momentos 5 e 6 também no Grupo R. CONCLUSÕES: A técnica combinada peridural torácica e anestesia geral mostrou-se eficaz e segura nos pacientes submetidos à toracotomia. Quando se utilizou bupivacaína, a diminuição da pressão arterial foi maior e a pressão máxima nas vias aéreas foi menor do que quando foi utilizada ropivacaína.
2001
Novaes,Marcus Vinícius Martins Francisco,Carlos Roberto Lopes Pimenta,Karina Bernardi Lavinas,Paulo Sérgio Gomes
Efeito preemptivo da morfina por via venosa na analgesia pós-operatória e na resposta ao trauma cirúrgico
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Embora os primeiros estudos sobre analgesia preemptiva tenham demonstrado que o bloqueio pré-operatório com anestésicos locais ou a medicação pré-anestésica com opióides sistêmicos eram mais eficazes no alívio da dor pós-operatória do que qualquer outro tratamento, o resultado de outros estudos comparando os efeitos do tratamento pré operatório ao mesmo tratamento iniciado após a cirurgia, produziram efeitos inconsistentes. As razões para essa falta de consistência não são claras. São poucos os estudos sobre a relação entre analgesia preemptiva e o consumo de analgésicos e a resposta ao trauma cirúrgico. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito preemptivo da morfina por via venosa preemptiva no consumo pós-operatório de analgésicos e na resposta ao trauma cirúrgico. MÉTODO: Participaram deste estudo 60 pacientes, estado físico ASA I ou II, com idades entre 20 e 60 anos, escalados para histerectomia abdominal total e salpingo-ooferectomia bilateral, que foram aleatoriamente distribuídos em três grupos de 20 pacientes. Grupo I (n=20) - 0,15 mg.kg-1 de morfina após a indução anestésica e soro fisiológico durante o fechamento do peritônio. Grupo II (n=20) - soro fisiológico após a indução e 0,15 mg.kg-1 de morfina durante o fechamento do peritônio. Grupo III (n=20) soro fisiológico durante a indução e o fechamento do peritônio. Foram medidos os níveis sangüíneos de cortisol e de glicose e feita a contagem de leucócitos nos períodos pré e pós-operatórios. RESULTADOS: O consumo total de morfina pós-operatória foi significativamente mais baixo no grupo I comparado ao grupo III (p < 0,001). Os níveis de cortisol aumentaram significativamente em todos os grupos 4 horas após a cirurgia, quando comparados aos valores pré-operatórios (p < 0,001). Os níveis de glicose plasmática também aumentaram significativamente em todos os grupos 30 minutos e 8 horas após a cirurgia (p < 0,01). Todos os grupos apresentaram leucocitose pós-operatória e a contagem de leucócitos foi significativamente mais alta no período pós-operatório do que no pré-operatório (p < 0,01). CONCLUSÕES: Morfina preemptiva por via venosa, na dose de 0,15 mg.kg-1 diminuiu o consumo total de morfina mas não conseguiu suprimir a resposta ao trauma cirúrgico.
2001
Kiliçkan,Levent
A articulação acrômio-clavicular como ponto de referência alternativo para o nível flebostático
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O nível flebostático corresponde ao ponto médio do diâmetro ântero-posterior do tórax, ao nível do 4º espaço intercostal e constitui-se no ponto de referência padrão para o nível zero da pressão venosa central. Freqüentemente, durante anestesia, o acesso à face lateral do tórax é impossível. Este estudo teve por objetivo, derivar uma equação que possibilite a estimativa do nível flebostático a partir de variáveis antropométricas e da altura da articulação acrômio-clavicular. MÉTODO: Foram estudados 200 pacientes. O grupo 1 foi utilizado para derivação da equação e o grupo 2, para sua validação. Foram coletados dados antropométricos. O nível flebostático e a altura da articulação acrômio-clavicular foram medidos em decúbito dorsal. Regressão linear múltipla foi utilizada no grupo 1, tendo como variável dependente o nível flebostático, e independentes, as variáveis antropométricas e a altura da articulação acrômio-clavicular. No grupo 2, a concordância entre os valores do eixo flebostático observados e preditos pela equação foi testada pelo método de Bland-Altman. RESULTADOS: A equação resultante do grupo 1 foi: nível flebostático = 49,57 + (0,19 x Idade) + (0,31 x Peso) + (0,20 x altura da articulação acrômio-clavicular). A diferença média entre os valores preditos e observados do nível flebostático, no grupo 2 foi de 2,79 ± 7,62 mm. CONCLUSÕES: A equação apresentada neste estudo pode prever com precisão o ponto flebostático.
2001
Oliveira Filho,Getúlio Rodrigues de Bernal,Rolando Eliezer Jimenez Pivatto,Sandro Luiz Tomasi,Alexandre Teobaldo Soares,Luiz Fernando Helayel,Pablo Escovedo