RCAAP Repository
Efeitos de baixas pressões no balonete da máscara laríngea na mucosa faringolaríngea do cão
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Lesões da mucosa faringolaríngea e compressões de vasos e de nervos têm sido relatadas e atribuídas às altas pressões no balonete da máscara laríngea (ML). O objetivo deste trabalho foi estudar em cães a mucosa faringolaríngea em contato com o balonete da ML sob baixas pressões e avaliar as condições ventilatórias durante a anestesia. MÉTODO: Em 8 cães sob anestesia com pentobarbital foi inserida ML de número 4, mantendo-se a pressão no balonete em 60 cmH2O. Os atributos: freqüência de pulso (FP), pressão arterial média (PAM), pressão inspiratória (PI), pressão expiratória final de CO2 (P ET CO2) e saturação de pulso de O2 (SpO2) foram estudados em 0 (controle), 30, 60, 90 e 120 minutos após a inserção da ML. Após eutanásia, realizou-se biópsias nas áreas da contato da mucosa faringolaríngea com a ML para exame à microscopia óptica (MO) e eletrônica de varredura (MEV). RESULTADOS: Os atributos estudados mantiveram-se sem alterações significativas durante o experimento, ocorrendo apenas pequeno aumento dos valores da PAM e da P ET CO2 nos tempos finais do experimento. À MO, o epitélio da mucosa faringolaríngea apresentou-se sem alterações na grande maioria das áreas examinadas, mas em algumas áreas houve pequena infiltração inflamatória de polimorfonucleares neutrófilos e leve congestão na camada subepitelial, sem diferença significativa entre as áreas (p < 0,05). O estudo à MEV também mostrou epitélio da mucosa laringofaríngea sem alterações significativas. CONCLUSÕES: Em cães, a utilização de pressão de 60 cmH2O no balonete da ML assegura perfeita manutenção da permeabilidade das vias aéreas e não provoca alterações na mucosa faringolaríngea.
2001
Martins,Regina Helena Garcia Braz,José Reinaldo Cerqueira Moura,José Marcos Pechula Costa,Graziela de Araújo Carvalho,Lídia Raquel de
Fenoldopam: novo antihipertensivo parenteral; alternativa ao nitroprussiato
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O fenoldopam é um agonista dopaminérgico seletivo para os receptores dopaminérgicos tipo 1 (DA-1) que causa vasodilatação periférica e o objetivo deste artigo é reunir as informações clínicas sobre este fármaco. CONTEÚDO: Neste artigo foram revisadas as experiências em urgências e emergências hipertensivas, mostrando que o fenoldopam apresenta vantagens sobre o nitroprussiato de sódio (NPS) no tratamento das mesmas. Ao contrário do NPS, o fenoldopam causa vasodilatação periférica, ao mesmo tempo que induz diurese e natriurese em pacientes com hipertensão grave sem causar os efeitos deletérios pelo tiocianato. CONCLUSÕES: O fenoldopam parenteral, pelos seus efeitos renais e menor impacto de efeitos colaterais, pode ser considerado uma boa alternativa ao nitroprussiato de sódio no tratamento de emergências hipertensivas.
2001
César,Daniel Sousa Miyoshi,Erika Halpern,Hélio Auler Junior,José Otávio Costa
Anestesia subaracnóidea em crianças
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Tem aumentado muito o emprego da anestesia subaracnóidea em crianças, principalmente neonatos com risco de desenvolver apnéia neonatal. O objetivo deste trabalho foi rever as diferenças anatômicas, fisiológicas e farmacológicas desta técnica em crianças. CONTEÚDO: A anestesia subaracnóidea em crianças, apesar de ter sido técnica empregada desde o início do século XX, teve sua popularidade diminuída com o advento dos anestésicos inalatórios e bloqueadores neuromusculares, para ser novamente resgatada em 1979. As características favoráveis desta técnica em pediatria são relativas à estabilidade cardiovascular, em crianças de até 8 anos de idade, à analgesia satisfatória e ao relaxamento muscular. Os anestésicos mais utilizados em crianças são a tetracaína e a bupivacaína, cujas doses são ajustadas tomando-se por base o peso corporal. Esta técnica é limitada pela duração relativamente curta, devendo ser utilizada para procedimentos cirúrgicos que não ultrapassem 90 minutos e também pela analgesia não abranger o pós-operatório. As complicações são as mesmas encontradas no paciente adulto, incluindo cefaléia por punção dural e irritação radicular transitória. As indicações são várias: cirurgias de abdômen inferior, genitália, membros inferiores, região perineal e, em alguns casos, até em cirurgias torácicas. Seu emprego tem particular interesse nos recém-nascidos prematuros, pelo risco de apresentarem a apnéia da prematuridade. CONCLUSÕES: A anestesia subaracnóidea em crianças é técnica relativamente segura, com poucas complicações e pode ser considerada como opção para anestesia geral, principalmente nos recém-nascidos prematuros com risco de apresentarem complicações respiratórias no pós-operatório.
2001
Módolo,Norma Sueli Pinheiro Castiglia,Yara Marcondes Machado
Avaliação e preparo pré-operatório do portador de doença das artérias coronárias
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Portadores de doença arterial coronária (DAC) apresentam maior morbi-mortalidade peri-operatória em cirurgias não-cardíacas. Exames laboratoriais específicos são aliados importantes do exame clínico e devem ser incluídos no arsenal propedêutico para avaliação e preparo desses pacientes. O objetivo da presente revisão é estabelecer condutas pré-operatórias para minimizar a morbi-mortalidade peri e pós-operatória dos portadores de DAC. CONTEÚDO: São apresentadas características das anginas de peito estável e instável, critérios de classificação clínica e funcional, diagnóstico, terapêutica clínica-cirúrgica e os principais testes laboratoriais cardiológicos disponíveis. Além disso são correlacionados o tipo de angina com o procedimento cirúrgico para proposta de um algoritmo pré-operatório. CONCLUSÕES: Todos os portadores de DAC candidatos à cirurgia não-cardíaca devem ser rigorosamente avaliados. Os identificados como de alto risco necessitam eficaz controle clínico. Nos candidatos clinicamente estáveis, considerados de risco intermediário, testes funcionais não-invasivos são recomendáveis. Em todos os coronariopatas o uso de b-bloqueador deve ser considerado.
2001
Ramos,Gilson Ramos Filho,José Pereira,Edísio
Propostas em ventilação mecânica na síndrome da angústia respiratória
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: O objetivo deste artigo é oferecer ao leitor um resumo das normas já consagradas pela literatura a respeito da estratégia atual do manuseio da ventilação durante a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA). Isto é de fundamental importância, já que a ventilação mecânica, como medida terapêutica, tem estado sob constante revisão e muitos artigos têm sido publicados a este respeito. CONTEÚDO: Este trabalho contém a revisão de 29 artigos e um livro, selecionados a partir de pesquisa de palavras-chaves realizada no MEDLINE. CONCLUSÕES: Muito se tem publicado a respeito de ventilação em SARA, porém, tende-se para uma estratégia de proteção pulmonar baseada em baixo volume corrente e altos níveis de PEEP. Outras medidas adjuvantes seriam tomografias computadorizadas seriadas de tórax, ajuste de PaO2, inalação de óxido nítrico, posição prona e ECMO (extracorporeal membrane oxygenation).
2001
Auler Junior,José Otávio Costa Bliacheriene,Fernando Miyoshi,Erika Fernandes,Cláudia Regina
Concentração plasmática de ropivacaína durante anestesia peridural lombar em crianças
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A ropivacaína é o mais novo anestésico local de uso na prática clínica. Sua estrutura é semelhante a forma levógira da bupivacaína, tendo portanto baixa toxicidade. Os valores das concentrações plasmáticas que podem ser atingidos em crianças, com o uso desta droga e também da bupivacaína (mesmo a forma racêmica) administradas por via peridural lombar, são ainda pouco conhecidos. O objetivo desse estudo foi avaliar as concentrações sangüíneas de ropivacaína e bupivacaína por via peridural lombar em crianças, em bloqueios eficientes, relacionando-as aos valores descritos como níveis plasmáticos seguros. MÉTODO: Oitenta e um pacientes de ambos os sexos, submetidos à cirurgia de membros inferiores, receberam aleatoriamente ropivacaína (n = 41) ou bupivacaína (n = 40) por via peridural lombar associado à anestesia geral. Foram coletadas oito amostras de sangue venoso nos intervalos de tempo: zero (controle), 5, 25, 40, 60, 120, 180 e 240 minutos, e através de cromatografia de gás foram dosadas as concentrações plasmáticas da ropivacaína e da bupivacaína. RESULTADOS: Não houve diferença estatisticamente significante com relação aos dados antropométricos e variáveis fisiológicas estudadas entre os pacientes que receberam ropivacaína e bupivacaína. As doses médias administradas de ropivacaína e bupivacaína foram 2,35 mg.kg-1 e 2,13 mg.kg-1, respectivamente, que geraram as concentrações plasmáticas de 2,334 µg.ml-1 e 1,111 µg.ml-1, aos 25 e 40 minutos. Ambas abaixo do nível considerado seguro (3 µg.kg-1). CONCLUSÕES: A administração peridural lombar de ropivacaína e bupivacaína em crianças, nas doses abaixo de 3 mg.kg-1, produz bloqueio anestésico eficaz e determina concentrações plasmáticas que podem ser consideradas seguras.
2002
Costa,Verônica Vieira da Souza,Denise Pereira de Oliveira Buzzi,Marcelo Mello,Márcio Corrêa de Saraiva,Renato Ângelo
Níveis de sedação determinados pela clonidina e midazolam na medicação pré-anestésica: avaliação clínica e eletroencefalográfica bispectral
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Verificar o efeito sedativo da clonidina, um a2-agonista, e do midazolam, um benzodiazepínico, quando utilizados na medicação pré-anestésica, empregando-se avaliação clínica e eletroencefalográfica bispectral. MÉTODO: Após aprovação institucional e consentimento escrito fornecido, 45 pacientes de 18 a 65 anos, estado físico ASA I, foram aleatoriamente distribuídos nos grupos placebo (P), clonidina (C) ou midazolam (M), em que receberam, respectivamente placebo, 150 µg de clonidina ou 15 mg de midazolam por via oral, 60 minutos antes da indução da anestesia (n = 15 por grupo). A monitorização constituiu-se de eletrocardiograma (D II), pressão arterial não invasiva, freqüência cardíaca, saturação de pulso de oxigênio, freqüência respiratória, temperatura axilar e da sala de cirurgia e eletroencefalograma bispectral para determinação do índice bispectral (BIS). Esses atributos e a escala de sedações (1 - ansioso, 2 - calmo, 3 - sonolento, 4 - dormindo com reflexo, 5 - dormindo sem reflexo) foram obtidos aos 0 (M0), 15 (M15), 30 (M30), 40 (M40), 50 (M50) e 60 (M60) minutos após a medicação. RESULTADOS: Nos grupos não houve alteração significante dos parâmetros respiratórios, hemodinâmicos e de temperatura. Houve diferença significante entre os grupos na ES (M60: M=C>P) e no BIS (M50 e M60: M=C>P). CONCLUSÕES: Nas condições utilizadas, a clonidina e o midazolam determinaram níveis de sedação adequados e semelhantes na medicação pré-anestésica de pacientes estado físico ASA I, quando avaliados pela escala de sedação e pelo índice bispectral, sem determinarem alterações hemodinâmicas e respiratórias.
2002
Braz,Leandro Gobbo Vianna,Pedro Thadeu Galvão Braz,José Reinaldo Cerqueira Mello,Maria Zoé Turchiari de Carvalho,Lídia Raquel de
Influência da medicação pré-anestésica com midazolam e clonidina no nível de hipnose após indução anestésica com propofol e alfentanil em crianças: monitorização pelo índice bispectral
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A medicação pré-anestésica (MPA) é adjuvante da anestesia e diminui tanto a necessidade de concentrações elevadas de anestésicos como a ansiedade perioperatória, produzindo amnésia e contribuindo para estabilidade hemodinâmica. Dentre as drogas administradas na MPA de crianças, encontram-se o midazolam e a clonidina. O objetivo desta pesquisa foi avaliar se a MPA com midazolam e clonidina exerce influência no nível de hipnose, avaliado pelo BIS, em crianças após indução anestésica com propofol e alfentanil. MÉTODO: Participaram do estudo 30 pacientes, com idades entre 2 e 12 anos, estado físico ASA I, submetidos a cirurgias eletivas, que foram distribuídos em 3 grupos: G1 - sem MPA, G2 - midazolam (0,5 mg.kg-1) e G3 - clonidina (4 µg.kg-1), por via oral, 60 minutos antes da cirurgia. Todos os pacientes receberam alfentanil (30 µg.kg-1), propofol (3 mg.kg-1) e atracúrio (0,5 mg.kg-1). Avaliou-se o valor derivado do BIS antes da indução da anestesia (M1) e após a intubação (M2). O método estatístico utilizado foi a análise de variância para idade, peso e altura, e análise de perfil para o BIS, sendo o valor de p < 0,05 considerado significativo. RESULTADOS: Quando se comparou o mesmo momento (M1 ou M2) entre os três grupos, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas. Quando se compararam os dois momentos de um mesmo grupo, M1 foi maior que M2 nos três grupos. CONCLUSÕES: A medicação pré-anestésica com midazolam e clonidina não influenciou o nível de hipnose em crianças induzidas com propofol e alfentanil.
2002
Ganem,Eliana Marisa Módolo,Norma Sueli Pinheiro Vianna,Pedro Thadeu Galvão Castiglia,Yara Marcondes Machado
Raquianestesia com lidocaína a 2% pura em cirurgias ortopédicas de curta duração: estudo em 250 pacientes
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Um dos mais importantes fatores que afeta o nível da analgesia após administração subaracnóidea de anestésicos locais é sua densidade em relação à densidade do líquido cefalorraquidiano. O objetivo deste estudo foi avaliar o inicio, a duração e a dispersão cefálica da lidocaína a 2% na raquianestesia após injeção em decúbito lateral em pacientes ortopédicos de cirurgia de curta duração. MÉTODO: Participaram do estudo 250 pacientes com idades entre 15 e 78 anos, estado físico ASA I e II escalados para diversos tipos de cirurgias ortopédicas, submetidos à raquianestesia com dose fixa de 3 ml de lidocaína a 2% (60 mg). Foram avaliados os seguintes parâmetros: latência, bloqueio motor, duração dos efeitos, dispersão cefálica da analgesia e alterações cardiocirculatórias. RESULTADOS: O tempo médio para a instalação da analgesia foi de 1,47 ± 0,75 min. Não houve correlação entre a idade e o tempo de latência. Ocorreu incidência de falhas em 1,75% dos pacientes. Houve diferença significativa entre os grupos para atingir o bloqueio motor completo, sendo mais rápido nos grupos mais idosos. O bloqueio motor completo ocorreu em 93% dos pacientes. A duração do bloqueio sensitivo foi de 102,32 ± 15,45 minutos e do bloqueio motor de 106,48 ± 16,48 minutos. Hipotensão arterial ocorreu em 5,6% e bradicardia em 1,2%. Observou-se três casos de sintomas neurológicos transitórios (1,2%) todos submetidos à videoartroscopia. CONCLUSÕES: Três ml de lidocaína a 2% isobárica proporcionam uma grande variação na dispersão da analgesia, com uma grande estabilidade cardiocirculatória e baixa incidência de SNT. A lidocaína a 2% pura é uma nova opção para cirurgias com tempo cirúrgico em torno de uma hora, podendo ser útil quando se pretende usar a raquianestesia em cirurgia ambulatorial.
2002
Imbelloni,Luiz Eduardo
Avaliação clínica comparativa entre a cetamina e a clonidina por via peridural no tratamento da dor crônica neuropática
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dor crônica resulta em resposta aumentada dos neurônios do corno dorsal da medula espinhal, devido à ação de diferentes mediadores liberados pelas terminações neuronais, incluindo agonistas para os receptores N-metil-D-aspartato. Além das vias ascendentes sensitivas, vias descendentes inibitórias modulam a sensação de dor, incluindo a participação de a2-agonistas localizados nos aferentes primários e na medula espinal. Este estudo visou avaliar o efeito antinociceptivo da cetamina (antagonista do receptor N-metil-D-aspartato) e da clonidina (a2-agonista) administrada por via peridural, no tratamento da dor crônica neuropática. MÉTODO: Vinte e seis pacientes adultos com queixa de dor tipo neuropática, não-responsiva aos tratamentos convencionais, foram de forma prospectiva, aleatória e duplamente encoberta, divididos em dois grupos. Todos os pacientes fizeram uso de 50-75 mg de amitriptilina por via oral diariamente. A dor foi avaliada utilizando-se a escala analógica visual (EAV) de 10 cm, em que zero correspondeu à ausência de dor e dez à pior dor imaginável. Um cateter peridural foi inserido na região lombar, e as medicações por via peridural foram administradas em intervalos de 8 horas, durante três semanas. O Grupo Cetamina recebeu 0,1 mg.kg-1 de cetamina sem conservante, seguida da administração de 30 mg de lidocaína a 1%, em cada aplicação. O Grupo Clonidina recebeu 30 µg de clonidina sem conservante, seguida da administração de 30 mg de lidocaína a 1%, em cada aplicação. RESULTADOS: Vinte e três pacientes fizeram parte da avaliação final. A administração de cetamina ou clonidina por via peridural, nas doses propostas, resultou em analgesia durante todo o período da manutenção do cateter peridural (EAV inicial 8-10 cm versus EAV final 0-3 cm) (p < 0,002). Após a retirada do cateter peridural, os valores numéricos da EAV mantiveram-se entre 0-3 cm durante 2 a 5 semanas. CONCLUSÕES: A administração de cetamina ou clonidina por via peridural resultou em ação antinociceptiva em pacientes com dor crônica neuropática, não-responsiva aos tratamentos convencionais, representando alternativas eficazes, quando o tratamento convencional não obteve sucesso.
2002
Lauretti,Gabriela Rocha Rodrigues,Alexandre de Menezes Gomes,Josenília Maria Alves Reis,Marlene Paulino dos
Eficácia da solução de cloreto de sódio a 7,5% com e sem dextran 70 a 6% na preservação da função renal de cães hipovolêmicos submetidos à isquemia-reperfusão
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: As soluções hipertônicas de cloreto de sódio, associadas ou não a colóides hiperoncóticos, podem ser eficazes em proteger o rim em situações de hipovolemia. O objetivo deste estudo foi verificar, em cães, o real benefício dessas soluções sobre a função renal, em vigência de hipovolemia e isquemia do órgão. MÉTODO: Em 24 cães, anestesiados com pentobarbital sódico, submetidos à nefrectomia direita e à expansão volêmica com solução de Ringer (1 ml.kg-1.min-1), foram observadas possíveis alterações renais morfo-funcionais após hemorragia de 20 ml.kg-1 e trinta minutos de total isquemia renal esquerda, com posterior reperfusão, além da repercussão renal da administração de soluções de cloreto de sódio 7,5% (SH) e esta em dextran 70 a 6% (SHD). Atributos estudados: FC, PAM, pressão de veia cava inferior, fluxo sangüíneo renal, resistência vascular renal, hematócrito, Na+, K+, osmolaridade plasmática, PaO2, PaCO2 e pH, depuração (para-aminohipurato de sódio - PAH-1, creatinina, osmolar, água livre, Na+, K+), fração de filtração, volume e osmolaridade urinários, excreções urinárias e fracionárias de Na+ e K+ e exame histopatológico do rim. Os atributos foram estudados em três grupos (G1, G2 e G3) e em cinco momentos. RESULTADOS: Houve elevação estatisticamente significativa da pressão arterial média em G2 e G3, da resistência vascular renal em G1, do fluxo sangüíneo renal e da depuração de PAH em G3, da excreção fracionária de Na+ em G2 e G3, das depurações de creatinina, osmolar, de água livre e de Na+ e K+, da excreção urinária de Na+ e K+ e do volume urinário em G3. CONCLUSÕES: A SHD administrada 15 minutos após hemorragia moderada e 30 minutos antes de insulto isquêmico de 30 minutos foi eficiente em proteger o rim de cães das repercussões da isquemia-reperfusão. Não foi constatada alteração histopatológica renal à microscopia óptica.
2002
Rodrigues Júnior,Geraldo Rolim Amaral,José Luiz Gomes do Castiglia,Yara Marcondes Machado Marques,Mariangela Esther Alencar
Cateter peridural deslocado: uma causa de falha de analgesia. Relato de caso
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A migração do cateter peridural é uma ocorrência rara. No entanto, quando não se obtém bloqueio condutivo após injeção de anestésico local através do mesmo, deve-se suspeitar de que ele não esteja no local esperado. O objetivo deste relato é descrever um caso de migração de cateter peridural (L3-L4) para o interior do músculo psoas maior direito, confirmado radiologicamente. RELATO DO CASO: Paciente feminina com 58 anos, portadora de tromboangeíte obliterante foi submetida à amputação do hálux esquerdo sob técnica combinada raqui-peridural. A punção subaracnóidea foi feita em L4-L5 e o cateter peridural foi passado em L3-L4 com o objetivo de fazer analgesia controlada pelo paciente (ACP), por via peridural, no pós-operatório. Como a ACP não apresentou resultados no pós-operatório, suspeitou-se de migração do cateter peridural que foi confirmada por estudo radiográfico contrastado. O cateter saiu pelo forâmen intervertebral e ficou alojado no músculo psoas maior direito. CONCLUSÕES: A ausência de efeitos após injeções repetidas de soluções analgésicas através de cateter peridural faz suspeitar que o mesmo não esteja no local apropriado. Estudo radiológico com contraste pôde confirmar o diagnóstico.
2002
Guilherme,Sudbrack Geier,Karl Otto
Analgesia regional prolongada com catéteres periféricos: relato de casos
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Síndromes de Dor de Manutenção Simpática, Tromboangeíte Obliterante, Esclerodermia Sistêmica Progressiva (doença autoimune) e analgesia pós-operatória respondem muito bem aos anestésicos locais quando em uso prolongado. O objetivo dos casos relatados visa divulgar o uso de catéteres curtos (catéteres venosos) ou segmento de cateter peridural nas situações acima, na falta de material apropriado (Contiplexâ e similares) associados ao estimulador de nervo periférico. RELATO DOS CASOS: São relatados casos de Síndrome de Dor Regional Complexa 1 e 2, úlcera de perna por tromboangeíte obliterante para preparação a enxertia de pele, esclerodermia sistêmica progressiva com comprometimento microcirculatório distal do pé, em que foram colocados catéteres venosos contíguos aos nervos periféricos dos respectivos territórios, visando o controle contínuo da dor através de injeções de anestésicos locais. CONCLUSÕES: Baseados nos princípios que norteiam a boa prática de anestesia regional e nos resultados obtidos, os casos apresentados mostraram que os catéteres usados podem substituir aqueles especialmente designados para as mesmas finalidades.
2002
Geier,Karl Otto
Sedação com propofol e alfentanil para litotripsia extracorpórea por ondas de choque
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Este estudo não-comparativo tem por objetivo pesquisar as doses adequadas de propofol e alfentanil em sedação para litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC) bem como o tempo necessário para a alta hospitalar. MÉTODO: Foram observados 24 pacientes consecutivos de ambos os sexos submetidos a LEOC em regime ambulatorial, com estado físico ASA I ou II, sob sedação por via venosa com propofol na dose inicial de 1 mg.kg-1, seguida de infusão contínua com velocidade variável, e alfentanil na dose inicial de 15 µg.kg-1, seguida de bolus adicionais de 5 µg.kg-1 conforme as necessidades clínicas. Monitorização de SpO2, PAS, PAD e FC por método não-invasivo e alta hospitalar conforme critérios propostos por Kortilla para pacientes ambulatoriais. RESULTADOS: A duração média dos procedimentos foi de 46,8 ± 12,8 minutos. As doses totais médias de propofol e de alfentanil foram respectivamente de 59,0 ± 17,9 µg.kg-1.min-1 e 0,38 ± 0,14 µg.kg-1.min-1. Alta hospitalar em até 60 minutos em 58,3% dos casos; de 61 a 90 minutos em 20,9%; de 91 a 120 minutos em 12,5%; e acima de 120 minutos em 8,3%. Ocorreu dessaturação do sangue arterial (SpO2 £ 85%) em pelo menos uma ocasião em 45,8% dos pacientes, com rápida recuperação após fornecimento de oxigênio a 100%. CONCLUSÕES: A sedação com propofol e alfentanil nas doses relatadas para LEOC constitui método prático, efetivo e seguro desde que adotadas medidas para monitorização e atendimento a complicações cardiorrespiratórias que podem ocorrer no curso do procedimento.
2002
Nociti,José Roberto Zuccolotto,Sérgio Neves Cagnolati,Carlos André Oliveira,Antônio Carlos Moura Bastos,Maurício Mahalem
Efeitos genotóxicos em profissionais expostos aos anestésicos inalatórios
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Neste estudo compararam-se médicos expostos aos gases anestésicos com indivíduos não expostos, para a investigação de alterações cromossômicas, verificação da possível interferência dos anestésicos inalatórios na cinética celular e avaliação do risco genotóxico associado à exposição ocupacional. MÉTODO: Foram realizadas culturas temporárias de linfócitos do sangue periférico para a obtenção de metáfases, necessárias para a análise de aberrações cromossômicas e trocas entre cromátides irmãs. RESULTADOS: A análise citogenética mostrou um aumento nas freqüências de aberrações cromossômicas por célula no grupo exposto, quando comparado ao grupo controle, denotando o efeito clastogênico desses compostos. Com relação ao parâmetro de trocas entre cromátides irmãs, os gases anestésicos não demonstraram efeito indutor. A comparação entre os índices mitótico e de proliferação celular também mostrou que não há diferenças significativas entre os grupos exposto e controle. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos sugerem que os anestesiologistas podem representar um grupo de risco entre pessoas ocupacionalmente expostas e as condições de trabalho devem ser melhoradas.
2002
Chinelato,Ana Regina Froes,Nívea Dulce Tedeschi Conforti
Citocinas e anestesia
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Vários trabalhos têm abordado as citocinas que podem ser estimuladas e liberadas por lesão cirúrgica, trauma, infecção, inflamação e câncer. Níveis elevados circulantes das citocinas parece ter implicações no aparecimento de complicações e retardo da recuperação pós-operatória de pacientes. O objetivo da presente revisão é resumir as informações hoje disponíveis sobre citocinas. CONTEÚDO: As citocinas são moléculas polipeptídicas produzidas por uma grande variedade de células e parecem não ter função na homeostase, sob condições normais. Esses mediadores são responsáveis por respostas locais ou sistêmicas, gerando alterações imunológicas, metabólicas, hemodinâmicas, endócrinas e neurais. Podem ativar respostas biológicas benéficas, como estimulação da função antimicrobiana, cicatrização de feridas, mieloestimulação e mobilização de substratos. No entanto, a secreção abundante de citocinas está associada a efeitos deletérios como hipotensão arterial, falência de órgãos e morte. CONCLUSÕES: Ao concluir esta revisão, fica evidente que as citocinas desempenham um papel de fundamental importância como mediadores de respostas metabólicas, hormonais, imunológicas e hematológicas, que há potencial terapêutico com o bloqueio de sua expressão e que a anestesia pode interferir de alguma forma na sua ativação. No entanto, muitas perguntas não estão ainda respondidas e estudos devem ser realizados nos próximos anos buscando esclarecer as ações das citocinas não só para a experimentação mas também para a prática clínica.
2002
Garcia,João Batista Santos Issy,Adriana Machado Sakata,Rioko Kimiko
Passagem transplacentária e efeitos embriofetais de drogas usadas em anestesia
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A anestesia da paciente grávida engloba situações diversas e que devem ser analisadas com muita propriedade. Além da exposição do feto e de uma possível ação tóxica dos agentes a serem utilizados na anestesia, devem ser considerados o período gestacional, as características de cada droga e as doses a serem utilizadas. A falta de informações adequadas sobre o risco do uso de drogas na gestação torna difícil ao anestesiologista uma opção segura quando se vê diante da necessidade de anestesiar uma paciente grávida, tanto para cirurgia não obstétrica, como em cirurgia obstétrica. No primeiro caso, é importante evitar o parto prematuro (ou o aborto) e o aparecimento de alterações permanentes no feto. No segundo caso, não deve haver interferência na contratilidade uterina nem depressão significativa no feto. A finalidade desta revisão é atualizar os conhecimentos sobre a passagem transplacentária e os efeitos maternofetais das drogas usadas em anestesia. CONTEÚDO: São revisados os mecanismos de passagem transplacentária de drogas, os princípios fundamentais de embriofetotoxicidade e analisados alguns aspectos importantes sobre efeitos embriofetais das drogas utilizadas na anestesia. Também é apresentada a classificação de risco teratogênico, de acordo com o FDA, das drogas que o anestesiologista mais utiliza durante o ato anestésico. CONCLUSÕES: Embora ainda persistam muitas dúvidas em relação à escolha de drogas para a anestesia de pacientes grávidas, o anestesiologista dispõe hoje de novas drogas e de informações que lhe permitem oferecer maior segurança para o binômio mãe-feto.
2002
Horta,Márcio Leal Lemonica,Ione Pellegatti
Mecanismo de ação dos anestésicos inalatórios
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: Estudos clínicos e experimentais têm sido desenvolvidos para identificar os locais onde os anestésicos (inalatórios) atuam e para determinar quais as alterações funcionais que esses fármacos produzem nas estruturas do sistema nervoso central determinantes do estado de anestesia que é observado clinicamente. O objetivo deste trabalho é descrever os resultados obtidos por vários autores em estudos clínicos e experimentais realizados recentemente na tentativa de esclarecer os mecanismos de ação dos anestésicos inalatórios no sistema nervoso central. CONTEÚDO: Para facilitar a compreensão dos complexos mecanismos de ação dos anestésicos inalatórios no sistema nervoso central, eles foram divididos em três níveis: o macroscópico, o microscópico e o molecular. Recentemente um grupo de autores descreveram estes mecanismos de ação em: orgânicos, celulares, e inibidores da entropia. Estes mecanismos tentariam explicar o estado de anestesia que teria como característica a capacidade de prover ao paciente duas ações principais: 1) imobilidade, inibição da resposta a estímulos nociceptivos; e 2) amnésia. Outros efeitos (desejáveis) também são obtidos pela administração de anestésicos: analgesia e hipnose. Entretanto, tais efeitos seja isoladamente ou juntos, não definem o estado de anestesia. Embasados nestes conceitos, este grupo adota e divulga a classificação dos anestésicos em: 1) anestésicos completos, os que produzem imobilidade e amnésia; e 2) incompletos ou não imobilizantes, os que não produzem imobilidade mas produzem amnésia. CONCLUSÕES: De acordo com os resultados de vários estudos realizados recentemente, provavelmente a amnésia e a inconsciência ocorrem pela ação do anestésico predominantemente no cérebro, enquanto a imobilidade, ou seja, a inibição da resposta ao estímulo nociceptivo por movimento, seria pela ação do anestésico preferencialmente e inicialmente na medula espinhal. Estas ações ocorrem por inibição da transformação de energia (entropia) que forma os potenciais de ação nas células (fibras) nervosas, especialmente nas sinapses.
2002
Saraiva,Renato Ângelo
Influência da dexmedetomidina na concentração expirada do sevoflurano: avaliação pelo índice bispectral, taxa de supressão e análise espectral da potência do eletroencefalograma
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A dexmedetomidina, um alfa2-agonista adrenérgico, tem sido descrita como capaz de reduzir o consumo tanto de agentes venosos como inalatórios. O objetivo deste estudo foi avaliar a influência da dexmedetomidina na concentração expirada (CE) do sevoflurano, com monitorização da profundidade da anestesia. MÉTODO: Participaram do estudo 40 pacientes do sexo feminino, estado físico ASA I, submetidas à laparoscopia ginecológica sob anestesia geral mantida com sevoflurano, divididas aleatoriamente em dois grupos: Grupo I (20): sem dexmedetomidina, e Grupo II (20): com dexmedetomidina em infusão contínua no seguinte esquema: Fase rápida (1 µg.kg-1 em 10 minutos), 10 minutos antes da indução da anestesia, seguida por uma fase de manutenção (0,4 µg.kg-1.h-1) até o final da cirurgia. Foram analisados os seguintes parâmetros: PA, FC, BIS, SEF 95%, amplitude relativa na freqüência de banda delta (delta %), taxa de supressão (TS), rSO2, CE, SpO2 e P ET CO2, nos seguintes momentos: M1 - antes da infusão da dexmedetomidina ou solução fisiológica a 0,9%, M2: antes da intubação traqueal (IT), M3: após a IT, M4: antes da incisão, M5: após a incisão, M6: antes da insuflação do CO2, M7: após a insuflação de CO2, M8: 10 minutos após a insuflação de CO2, M9: 10 min após M8, M10: 20 min após M8, M11: 30 min após M8, M12: 40 min após M8 e M13: ao despertar. Anotamos também o tempo de despertar e de alta hospitalar. RESULTADOS: A dexmedetomidina reduziu a concentração expirada de sevoflurano de M4 até M13 (p<0,05), comparando-se GI e GII. Não foram observadas mudanças clinicamente significativas nos parâmetros hemodinâmicos. O tempo de despertar no GI foi 11 ± 0,91 minutos e no GII foi 6,35 ± 0,93 minutos (p < 0,05). O tempo de alta hospitalar no GI foi 7,45 ± 0,69 horas e no GII foi 8,37 ± 0,88 horas (p < 0,05). CONCLUSÕES: A dexmedetomidina é efetiva em reduzir a concentração expirada do sevoflurano, mantendo estabilidade hemodinâmica, sem comprometer o tempo de alta hospitalar, além de promover um despertar mais precoce.
2002
Nunes,Rogean Rodrigues Cavalcante,Sara Lúcia
Ação inibidora do Cepa (Ácido 2-Cloroetilfosfônico) sobre a germinação de sementes de Euphorbia heterophylla L
Euphorbia heterophylla L. (amendoim-bravo) é uma planta invasora de culturas anuais e perenes e ocorre principalmente em plantações de soja. As sementes de E. heterophylla foram classificadas em escuras e claras com base na coloração da testa. Ambos os tipos de sementes foram colocados para germinar em presença de Cepa em concentrações de 10, 100 E 1000 ppm. Foi verificado que o Cepa, nas três concentrações ensaiadas, inibiu a germinação de sementes escuras e claras de E. heterophylla. A cor da semente não tem influência sobre a porcentagem de germinação, tanto na presença como na ausência de Cepa, após 4 dias a partir do início da embebição.
1988
Suda,Cecília N. K Giorgini,Jaibas F Gusman,Antonio B