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Mixoma do átrio esquerdo: relato de 3 casos
Entre outubro de 1987 e julho de 1994, foram operados, em nosso Serviço, (Clínica Cárdio-Cirúrgica de Juiz de Fora) 3 pacientes portadores de mixoma do átrio esquerdo. A idade variou de 20 a 35 anos, com média de idades de 29,6 anos, e o sexo feminino representou 66,6% dos casos. A ocorrência de palpitações taquicárdicas foi relatada por todos os pacientes (100%), seguindo-se dispnéia de esforço, desconforto precordial e episódios de tontura em 2 casos (66,6%). Manifestações inespecíficas como mal-estar, adinamia, anorexia e emagrecimento foram relatados por 1 paciente (33,3%). Nenhum paciente apresentou acidente embólico prévio. O diagnóstico da tumoração cardíaca foi realizado com auxílio da ecocardiografia bidimensional e do estudo hemodinâmico e a confirmação de mixoma foi dada pelo estudo histopatológico. Nas operações utilizou-se circulação extracorpórea e a atriotomia esquerda como via de acesso. Não houve complicações durante o ato cirúrgico e no pós-operatório os pacientes evoluíram de forma satisfatória; todos receberam alta hospitalar assintomáticos.
2022-12-06T14:00:36Z
MOTTA,Antônio Augusto R. COLEN FILHO,Eloi COLEN,Eloízio A. VIEIRA,José Antônio S. ALVES,Marcus Augusto P. BORGES,Márcio Fernando ARAÚJO,Humberto C.
Pseudo-aneurisma de artéria subclávia pós fratura de clavícula: relato de caso
Os autores descrevem a formação de um pseudo-aneurisma de artéria subclávia esquerda após trauma contuso seguido de fratura de clavícula esquerda. Comentários e uma breve revisão da literatura são mencionados
2022-12-06T14:00:36Z
ROSÁRIO,Ricardo Costa Val RIOS,Adriana Vaggiani FIGUEIREDO JÚNIOR,Fernando de Assis CHRISTO,Sérgio Figueiredo Campos SIMÃO FILHO,Charles CHRISTO,Marcelo Campos
Cirurgia de Bentall - De Bono associada a revascularização direta do miocárdio: relato de caso
A cirurgia preconizada para correção de ectasia ânulo âortica é a operação de Bentall e De Bono. A associação desta doença com aterosclerose coronária é infreqüente. Os autores relatam o caso de uma paciente de 57 anos portadora dessa associação, que foi submetida à cirurgia de Bentall e De Bono com concomitante revascularização do miocárdio. Com auxílio de circulação extracorpôrea e proteção miocárdica com retroplegia sangüínea gelada, realizaram a troca valvar aórtica e a porção ascendente da aorta por tubo valvulado de pericárdio bovino e a revascularização do miocárdio utilizando a anastomose da artéria torácica interna com a artéria interventricular anterior e de um segmento de veia safena saindo em ipsilon da artéria torácica interna para o ramo marginal da circunflexa. Tanto a operação como o pós-operatório transcorreram sem intercorrências.
2022-12-06T14:00:36Z
PIRES,Adilson Casemiro Saporito,Wladmir Faustino Filho,Roberto Álvaro Ramos Castelo Jr.,Hélio José Almeida,Dirceu Rodrigues
História da cirurgia cardíaca brasileira
No summary/description provided
2022-12-06T14:00:36Z
COSTA,Iseu Affonso da
Tratamento de aneurismas da parte torácica da aorta pela introdução de "stents" sob visão endoscópica
Tratamento de paciente com dois aneurismas saculares da aorta descendente, utilizando dois "stents" distintos, manufaturados sob medida tanto em comprimento quanto em diâmetro. Inseridos sob visão endoscópica com aparelho da marca "Olimpus" esterilizado com óxido de etileno, através de abertura na croça da aorta. O procedimento foi realizado por esternotomia mediana, com circulação extracorpórea, em hipotermia profunda e parada circulatória total. A manipulação endoscópica da aorta descendente, sem sangue, permitiu a identificação dos dois aneurismas, assim como a visão dos ramos principais da aorta e a inserção com expansão , na posição exata, dos dois "stents". A evolução pós- operatória foi satisfatória, sendo que este procedimento, inédito, abre uma nova perspectiva no tratamento dos aneurismas torácicos, toracoabdominais e abdominais.
2022-12-06T14:00:36Z
PALMA,José Honório GEISTHÕVEL,Nikolaus BRASIL,Luiz Antonio FERRARI Jr.,Angelo CARVALHO,Antonio Carlos GOMES,Walter José BUFFOLO,Ênio
Aneurismas e dissecções da aorta: progresso nos resultados imediatos do tratamento cirúrgico
Após 1989, introduzimos algumas alterações no tratamento cirúrgico dos aneurismas e dissecções da aorta, em nosso Serviço, entre elas maior rapidez no diagnóstico, uso de parada circulatória, hipotermia profunda, parada circulatória total, monitorização hemodinâmica, controle dos distúrbios de coagulação, controle da pressão liquórica, implantação das artérias intercostais. Entre janeiro de 1980 e julho de 1994, 520 pacientes foram submetidos a tratamento cirúrgico de aneurismas ou dissecções da aorta, de forma consecutiva e não selecionados. Os pacientes foram divididos em três grupos, de acordo com o diagnóstico: Aneurisma de aorta ascendente (AAAS) Aneurisma de arco aórtico (AAAO) Dissecção aguda da aorta tipos I e II (DAAO I e II) Nos três grupos, a mortalidade foi significativamente inferior para pacientes operados no período após 1989. Variáveis preditivas de mortalidade para AAAS foram: complicações pulmonares (p = 0,0210), renais (p = 0,0310), neurológicas (p < 0,0001). Para DAAO I e II, a hipertensão arterial (p < 0,0001), complicações cardíacas (p < 0,0001), neurológicas (p < 0,0001), renais (p < 0,0001) e a rotura (p < 0,0001) foram preditivas de óbito, e para AAAO foram as variáveis: idade (p = 0,0001) e complicações renais (p = 0,0015). Os autores concluem que as modificações introduzidas no método de tratamento cirúrgico dos aneurismas e dissecções da aorta contribuíram significativamente para a melhora dos resultados.
2022-12-06T14:00:36Z
FONTES,Ronaldo D. STOLF,Noedir A. G. MADY,Charles HUEB,Alexandre PARRAS,Cinthia SANCHES,Renata SANTOS,Roberto V. JATENE,Adib D.
Prótese de carbono de disco basculante com revestimento de material biológico em posição mitral com baixa dose de anticoagulante oral: 3 anos de experiência
Introdução: Análise clínica após três anos de observação com a válvula de disco Magalhães - HP. Casuística e métodos: Receberam alta hospitalar, a partir de 1994, um total de 34 pacientes. Todos os sobreviventes foram contatados nos últimos três meses e o tempo médio de observação foi de 24,5 meses (variação de 2 a 35 meses), somando 834 meses-paciente (69,5 anos-paciente). Resultados: A curva atuarial de sobrevida foi de 85,3%. Houve uma complicação fatal não relacionada com a válvula (insuficiência renal) (0,98 por 100 pacientes-ano) (PCPA) e três complicações fatais relacionadas com a válvula (trombose - 2,9 PCPA) (1 caso em outro hospital, 1 caso reoperado e 1 caso tratado por estreptoquinase com bom resultado inicial evoluindo com complicação pulmonar). Houve três complicações hemorrágicas (2,94 PCPA) de importância, sendo uma fatal (0,98 PCPA), uma complicação de grau moderado (0,98 PCPA) e 8 casos de menor importância (7,8 PCPA). Houve nove complicações não fatais relacionadas com a válvula (8,8 PCPA): sopros, 6 casos (5,8 PCPA); Tromboembolismo sem seqüela, 2 casos (1,96 PCPA); trombose, 1 caso (0,98 PCPA), reoperado com boa evolução. Conclusão: O revestimento da válvula de disco com material biológico heterólogo com uso de menor dose de anticoagulante parece reduzir após o 1º ano a incidência de trombose, tromboembolia e acidentes hemorrágicos. Nos três primeiros meses houve maior incidência de trombose e acidentes hemorrágicos devido a desvios no protocolo de anticoagulação, quando há necessidade de anticoagulação plena e efetiva para propiciar mínima deposição de fibrina e cicatrização lenta e fina. A dose média semanal segura de fenprocumona foi de 4,5 comprimidos (mínimo de 2,5 e máximo de 7 comprimidos). O excelente resultado nos três últimos anos de observação clínica justifica plenamente o uso da válvula, porém redobrada atenção deve ser tomada nos três primeiros meses para proteção anticoagulante efetiva.
2022-12-06T14:00:36Z
MAGALHÃES,Hélio Pereira de MACHADO,Ana Lúcia RAOUL,Artur J. SOUTELLO FILHO,Ary Fernandes VAIDERGORN,Jairo
Correção total da tétrade de Fallot no primeiro ano de vida
De janeiro de 1996 a novembro de 1997, 15 crianças com idade variando de 3 a 11 meses (média: 6 meses) e pesando entre 5 kg a 9 kg (média: 7,2 kg) foram eletivamente submetidas à correção total de tétrade de Fallot. Treze tinham sintomas de hipoxemia, e 2 eram acianóticos. O diagnóstico definitivo foi obtido em todos os casos por ecocardiografia bidimensional. Utilizou-se circulação extracorpórea convencional e hipotermia moderada. Obteve-se proteção miocárdica com infusão na aorta de solução cardioplégica cristalóide gelada e hipotermia tópica do coração. O tempo de CEC variou de 50 min a 125 min (média: 56 min) e o de pinçamento aórtico de 32 min a 86 min (média: 56 min). A correção foi realizada por via transventricular em 14 e por via transatrial em 1. Em 11 casos, utilizou-se enxerto de pericárdio bovino para ampliar a via de saída do ventrículo direito, sendo que em 4 a ampliação foi transanular. Após a correção, o gradiente entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar variou de 2 a 25 mmHg (média: 12 mmHg). Não ocorreram óbitos ou complicações significativas nesta série. Conclui-se que a correção total da tétrade de Fallot no primeiro ano de vida pode ser realizada com baixa mortalidade, podendo essa conduta ter vantagens sobre a correção em dois tempos.
2022-12-06T14:00:36Z
MORAES NETO,Fernando LAPA,Cleuza MORAES,Carlos R. HAZIN,Sheila GOMES,Cláudio A. TENÓRIO,Euclides MATTOS,Sandra
Reconstrução da continuidade ventrículo-pulmonar (conexão VD-TP): técnicas e táticas cirúrgicas
Os autores revisam as técnicas cirúrgicas utilizadas para a reconstrução da continuidade ventrículo direito (VD) e o tronco pulmonar (TP), dando ênfase às diferentes técnicas e associação, dependendo das formas anatômicas de cada lesão. Apresentam, para ilustração, 2 casos, operados com o uso de um novo conceito de prótese biológica produzida com a valva pulmonar e o tronco pulmonar suíno, preservados em glutaraldeído mediante dois modelos: retalho bivalvulado e tubo valvulado na experiência atual. No período de maio/91 e junho/95, foram operados 48 pacientes, em 43 foi usado retalho bivalvulado e, em 5 casos, prótese tubular valvulada. Houve 5 (10,4%) óbitos imediatos e 2 (4,6%) tardios. Este novo conceito de reconstrução da valva pulmonar e via de saída do ventrículo direito, usando heteroenxertos valvulados evita a insuficiência pulmonar significativa e apresenta baixa incidência de calcificação. É uma técnica facilmente reprodutível.
2022-12-06T14:00:36Z
ANIJAR,Alberto Mauro MALUF,Miguel Angel BUFFOLO,Ênio
Parada circulatória total em cirurgia cardíaca pediátrica: relato de 130 casos
A hipotermia profunda com parada circulatória total (PCT) apresentou um aumento importante nos pacientes operados em nosso Serviço e é de grande utilidade para a correção de alterações cardiovasculares complexas. Estudamos 130 pacientes de janeiro de 1995 a junho de 1996. A idade dos pacientes variou de 2 dias a 16 anos. As doenças mais freqüentes foram o defeito do septo ventricular (DSV) (26%), tetralogia de Fallot (TF) (13%), transposição das grandes artérias (TGA) (10%) e defeito do septo atrioventricular (DSAVT) (10%). Em todos os pacientes foi usado o oxigenador de membranas, a temperatura retal em PCT foi mantida em média de 15°C. O tempo médio em perfusão foi de 45 minutos e o de PCT de 27 minutos. No pós-operatório imediato, a complicação mais freqüente foi a síndrome de baixo débito (49 casos - 38%). Alterações neurológicas ocorreram em 27 (20%) pacientes: 13 (10%) convulsões, 8 (6,1%) disfunções neuropsicológicas, 5 (3,8%) sinais extrapiramidais, 4 (3%) déficits neurooftálmicos, 4 (3%) comas. Cinco destes sintomas iniciaram precocemente no POI e podem ser atribuídos à PCT (3,8%). Ocorreram 20 (15%) óbitos, 3 pacientes apresentaram déficit neurológico na alta hospitalar (2 disartrias - 1 hipertonia muscular). Concluímos que a hipotermia profunda com PCT é útil na correção de anomalias cardíacas complexas e que apresenta baixo risco de complicações neurológicas permanentes. O nosso seguimento tardio é pequeno para avaliar com precisão o desenvolvimento psicomotor dos pacientes.
2022-12-06T14:00:36Z
GIFFHORN,Hélcio MARTINS,Ziliane FERREIRA,Wanderley SALLUM,Fábio S. COSTA,Iseu Affonso da
Enxertos valvares aórticos homólogos: estudo experimental em cães
Vinte cães foram divididos em dois grupos de dez, sendo um o grupo doador (Grupo 1) e o outro, o receptor (Grupo 2). Todos os animais do grupo 1 foram submetidos a uma toracotomia mediana e sacrificados, para a retirada do coração e da valva aórtica; os cães do grupo 2 foram submetidos a uma laparotomia mediana para o implante das valvas aórticas homólogas na aorta abdominal infra-renal. O peso médio dos cães do grupo 1 era de 5,5 ± 1,7 kg e o diâmetro médio da aorta descendente de 11,8 ± 1,4 mm. No grupo 2 o peso médio era de 11,9 ± 2,3 kg e o diâmetro da aorta abdominal, de 8,8 ± 1,2 mm. A operação no grupo 2 teve como intercorrência a lesão do conduto linfático, em 4 casos, sendo o tempo médio de isquemia, durante o implante do enxerto homólogo, de 37,6 ± 13,3 min. Os animais foram acompanhados por um período de trinta dias, à exceção de 3. Um cão faleceu no décimo dia de pós-operatório por infarto da artéria mesentérica inferior; um segundo foi sacrificado no décimo quarto dia, por apresentar deiscência parcial da ferida cirúrgica, e o terceiro se evadiu no vigésimo quinto dia de pós-operatório. Dois animais apresentaram deiscência da incisão cirúrgica, levando a uma morbidade de 20%. No trigésimo dia, todos os animais sobreviventes foram submetidos a nova laparotomia, quando foram analisados as aderências da cavidade abdominal e o hematoma em torno do enxerto homólogo, e foram aferidas e registradas as pressões proximal e distal ao enxerto valvar (gradiente médio de 25 mmHg). Após o sacrifício do animal, os enxertos foram explantados para a análise das válvulas que eram normais, à excepção de dois, que apresentavam trombos e retração com fibrose, porém, sem significação clínica. Conclui-se que o modelo é viável para estudos futuros sobre valvas aórticas homólogas.
2022-12-06T14:00:36Z
ALMEIDA,Rui Manoel Sequeira de LOURES,Danton R. da Rocha GIFFHORN,Hélcio PIFFER,Katia SANTOS,Ana Cláudia Araújo dos OLIVEIRA,Maureen Aparecida de RIBEIRO,Edison José FERREIRA,Maria João Amorim
Revascularização do miocárdio. Anastomose término-terminal. Ponte intercoronariana: relato de 2 casos
Desde o início do tratamento cirúrgico da doença coronária obstrutiva com Vineberg (1) até os dias atuais com o emprego de vários tipos de enxertos, os cirurgiões procuram aumentar a sobrevida bem como melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Paciente de 60 anos de idade, com angina e síncope, cujo estudo hemodinâmico mostrou lesão de 90% no ramo interventricular anterior (RIA) e 99% na coronária direita (CD) (Figura 1). Foi revascularizado com artéria torácica interna esquerda (ATIE) para o RIA e ressecção da lesão da CD, seguida de anastomose dos cotos (Figura 2). Paciente de 40 anos, com lesão de 80% da CD e de 99% do RIA foi igualmente revascularizado com enxerto livre de ATIE para o RIA e um segmento de 4 cm de ATIE em ponte coronária-coronária sobre o segmento lesado (Figura 3). Ambos os pacientes evoluíram bem na fase hospitalar. Após um ano, permanecem assintomáticos, com teste ergométrico negativo.
2022-12-06T14:00:36Z
BONGIOVANI,Hércules Lisboa BONGIOVANI,Elza Helena F. BIAZOTTI,Lineu João S. Haddad,William T. FREITAS JÚNIOR,João Otávio PANDOLPHI,Pércio P. ROSATTI,Sílvio F. C.
Hérnia intrapericárdica transdiafragmática em trauma contuso: relato de caso e revisão da literatura
Os autores apresentam 1 caso de hérnia intrapericárdica transdiafragmática, resultado de trauma contuso e fazem revisão de 37 casos similares. Os traumas, em 71,05%, foram conseqüentes a acidentes de trânsito, com veículos automotores. Os pacientes apresentaram sintomatologia tardia predominante do coração e, também, queixa do aparelho digestivo. Contudo, a insuficiência cardíaca só foi comprovada duas vezes e os sintomas abdominais, na maioria dos casos, foram confirmados pelos sinais de tração, de distensão ou de oclusão gastrointestinal. Com estudos radiográficos contrastados, o diagnóstico foi conclusivo em 28, 94% e houve suspeita de hérnia diafragmática em 55,26% dos casos. O tratamento cirúrgico foi empregado em todos os pacientes, havendo poucas complicações pós-operatórias e apenas 3 (7,89%) óbitos. A junção entre o centro tendíneo diafragmático e o pericárdio basal foi o local comum das roturas em todos os casos e o colo transverso foi a víscera mais herniada. Em alguns casos, as roturas alcançaram as hemicúpulas diafragmáticas, permitindo hérnias também para os espaços pleurais. Hipóteses de existirem coincidentes pontos de enfraquecimento embrionário nas hemicúpulas diafragmáticas, de haver regiões anatômicas centrais frenopericárdicas adelgaçadas e de ocorrer períodos latentes para as formações herniárias, são levantadas com as devidas argumentações. Detalhes seletivos dos exames complementares são apontados no intuito de facilitar o diagnóstico. São realizadas análises sobre a abordagem cirúrgica empregada e apresentadas sugestões quanto ao uso da via abdominal ou torácica.
2022-12-06T14:00:36Z
PORTO,Antonio Sebastião OSHIRO,Yasuo PONTES,José Carlos Dorsa Vieira MEDEIROS,Carlos Geraldo Sobral de NANDES,Amauri Muniz OVANDO,Luiz Alberto
Correção cirúrgica com sucesso de aneurisma subaórtico: relato de caso
Os aneurismas subaórticos são pouco comuns, localizando-se geralmente na fibrosa intervalvar mitro-aórtica (FIMA). Podem ser assintomáticos ou causar sintomas como: dor torácica, palpitação, sopros, insuficiência cardíaca, disfunção valvar mitral e aórtica, angina, IAM, BAVT, infarto agudo do miocárdio, bloqueio atrioventricular total, tamponamento cardíaco, ou morte súbita. Apresentamos o caso de paciente de 18 anos de idade que desenvolveu quadro séptico em maio de 1996, com meningite e coagulação intravascular disseminada com Staphylococcus aureus em hemocultura, sem evidências ecocardiográficas de endocardite bacteriana. Em março de 1997, foi observada presença de sopro sistólico mitral. Os ecocardiogramas transtorácico e transesofágico mostraram valva aórtica bivalvulada, prolapso da cúspide anterior da valva mitral e presença de aneurisma subaórtico em região da FIMA com shunt da via de saída do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo. O estudo hemodinâmico evidenciou refluxo do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo, sem definir estrutura aneurismática. Submetido a cirurgia com auxílio da CEC em maio de 1997. Abordagem do aneurisma subaórtico por atriotomia esquerda evidenciando-se formação sacular aneurismática com 1,8 cm de extensão e colo com 1,0 cm de diâmetro, ao nível da FIMA. Realizada resecção do tecido aneurismático com plicatura ao nível do colo de aneurisma, mantendo-se a integridade valvar aórtica e mitral. Paciente apresentou excelente evolução, com alta hospitalar no 7º dia de pós-operatório. O ecocardiograma no pós-operatório demonstrou pequena dilatação sacular em FIMA, sem shunt residual, com boa função mitral e aórtica. Concluindo, o tratamento cirúrgico do aneurisma subaórtico pode ser realizado com sucesso, com interrupção do trajeto fistuloso e preservação das valvas mitral e aórtica.
2022-12-06T14:00:36Z
BUENO,Ronaldo Machado Ávila NETO,Vicente MELO,Ricardo F. A.
Existe lugar para a ventriculectomia parcial esquerda no tratamento da cardiomiopatia dilatada?
A ventriculectomia parcial esquerda tem sido realizada como alternativa ao transplante cardíaco no tratamento das miocardiopatias. Neste trabalho foi analisada a influência desse procedimento sobre a evolução clínica e o comportamento da função ventricular em 37 pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada. Métodos: Os pacientes estavam em classe funcional III (16) ou IV (21) no pré-operatório. A ressecção parcial do ventrículo esquerdo (VE) foi associada à anuloplastia mitral em 27 pacientes e à substituição mitral em 2. Resultados: Ocorreram 7 (18,9%) óbitos hospitalares e os pacientes sobreviventes foram seguidos por período que variou entre 2 e 33 meses (média de 16,2 meses). Outros 9 pacientes faleceram durante os primeiros 6 meses de pós-operatório, por progressão de insuficiência cardíaca (5) ou por eventos relacionados à arritmia (4). A sobrevida atuarial foi de 56,7 ± 8,1% dos 6 aos 30 meses de seguimento. Através de análise unifatorial e de regressão logística foi identificada relação significativa entre o grau de hipertrofia das fibras miocárdicas e o risco de mortalidade após a ventriculectomia parcial, sendo observada sobrevida de 73,6 ± 10,1% em 2 anos para os pacientes operados com diâmetro médio de fibras miocárdicas abaixo de 22. Por outro lado, a classe funcional melhorou nos pacientes sobreviventes de 3,5 ± 0,5 para 1,7 ± 0,9 aos 6 meses de pós-operatório (p < 0,001). Além disso, o volume diastólico do VE diminuiu de 523 ± 207 para 380 ± 148 ml (p < 0,001) e a fração de ejeção de VE se elevou de 17,1 ± 4,6 para 23 ± 8% (p < 0,001), enquanto que modificações significativas do índice cardíaco, índice sistólico e das pressões em território pulmonar foram observadas no 1º mês de pós-operatório. O estudo sistemático da função ventricular documentou a manutenção da melhora da fração de ejeção de VE e dos parâmetros hemodinâmicos por até 2 anos de seguimento, apesar da tendência à elevação do volume diastólico de VE. Conclusões: A ventriculectomia parcial esquerda melhora a condição clínica e a função ventricular de pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada por até 2 anos de seguimento. No entanto, a aplicação clínica desse procedimento é limitada pela elevada mortalidade observada nos primeiros meses de pós-operatório. Por outro lado, a identificação de que alterações intrínsecas da fibra miocárdica estão relacionadas ao prognóstico pós-operatório da ventriculectomia parcial abre novas perspectivas para a sua utilização.
2022-12-06T14:00:36Z
MOREIRA,Luiz Felipe P. STOLF,Noedir A. G. BOCCHI,Edimar A. BACAL,Fernando IGUSHI,Maria de Lourdes BELLOTTI,Giovani JATENE,Adib D.
A cirurgia da endomiocardiofibrose revisitada
Entre dezembro de 1977 e dezembro de 1997, 83 doentes com endomiocardiofibrose (EMF) foram submetidos a decorticação endocárdica e substituição ou reparo das valvas atrioventriculares. Sessenta e seis (79,6%) eram do sexo feminino e 17 (20,4%) do masculino, variando as idades de 4 a 59 anos (média 31). Trinta e sete (44,5%) pacientes tinham doença biventricular, 34 (41%) apenas do ventrículo direito e 12 (14,5%) apresentavam EMF limitada ao ventrículo esquerdo. Todos estavam na classe funcional III ou IV da classificação da New York Heart Association. Sessenta e oito (81,9%) pacientes sobreviveram à operação e foram seguidos por período de tempo que variou de um mês a 17 anos. O tempo total de seguimento foi de 6.290 pacientes/meses (média: 92 meses). Houve 15 óbitos tardios, mas em 6 a causa não esteve relacionada à doença de base. Quatro (5,8%) doentes apresentaram recidiva da fibrose e foram reoperados; em 6 (8,8%) apareceu fibrose no outro ventrículo. Cinco (7,3%) pacientes foram reoperados, seja para retroca de prótese valvular, seja para substituir a valva preservada na primeira operação. Somente 24 (45%) dos atuais 53 sobreviventes estão em classe funcional I ou II. A curva de sobrevida actuarial, incluindo a mortalidade operatória, revelou que a probabilidade de sobrevida, 17 anos após a operação, é de 55%. Conclui-se que o tratamento cirúrgico da EMF deve ser considerado um procedimento paliativo porque a operação não impede a progressão da doença. Mesmo assim a operação é recomendada em pacientes com EMF e sintomas de insuficiência cardíaca, visto ser a única forma de tratamento.
2022-12-06T14:00:36Z
MORAES,Carlos R. RODRIGUES,Jorge V. GOMES,Cláudio A. TENÓRIO,Euclides MORAES NETO,Fernando HAZIN,Sheila SANTOS,Cleuza L. CAVALCANTI,Ivan
Influência da operação de Cox no tratamento da fibrilação atrial em valvopatia mitral reumática: análise comparativa de resultados imediatos e tardios
Este estudo visa avaliar a operação de Cox no tratamento da fibrilação atrial (FA) de etiologia reumática em pacientes (pts) portadores de valvopatia mitral. No período de julho 1991 a junho 1994, 55 pts valvopatas mitrais reumáticos (35 dupla lesão e 19 estenose) e FA associada foram operados. A média de idades era de 51,5 anos (16 a 74 a), 47 femininos. Todos se encontravam no pré-operatório em ICC CF III ou IV. Segundo o tipo de operação, foram identificados dois grupos: G I - 20 pts submetidos a operação da valva mitral e operação de Cox para tratamento da FA e G II - 35 pts operados apenas da valva mitral. Eco pré-operatório mostrou diâmetro de átrio esquerdo semelhante em G I e G II (5,35 e 5,57 mm; p = 0,779). Em 24 pts a valva mitral foi substituída por bioprótese de pericárdio bovino e preservada em 31. Observaram-se 3 óbitos hospitalares, sendo 1 no G I. Detectou-se FA na UTI em 82,4% dos pts do G II, mantida em 76,5% em período de evolução de 37,7 meses; no G I, 21,1% dos pts apresentaram FA na UTI, mantida em 5,3% em período de evolução de 37,4 meses (p = 0,0001). Seis (20,6%) pts do G II apresentaram no pós-operatório episódios de embolia sistêmica (em FA) e um paciente apresentou episódio de embolia pulmonar, contra nenhum episódio detectado nos pacientes do G I (p = 0,041). Em conclusão, a operação de Cox mostrou-se eficaz no controle tardio da FA e prevenção de embolia, com baixa morbimortalidade, devendo ser considerada como opção nos portadores de FA associada à valvopatia mitral.
2022-12-06T14:00:36Z
Jatene,Marcelo B. Barbero-Marcial,Miguel Tarasoutchi,Flavio Cardoso,Rita A. POMERANTZEFF,Pablo M. A. JATENE,Adib D.
Origem anômala pulmonar da artéria coronária esquerda com trajeto intramural aórtico: diagnóstico e tratamento cirúrgico
Cinco pacientes com idades entre 3 meses e 11 meses, com diagnóstico clínico, ecocardiográfico e angiográfico de origem anômala da artéria coronária esquerda do tronco pulmonar foram operados no período de 1987 a 1997. Somente durante o ato operatório foi diagnosticado o trajeto intramural aórtico. Em 4 deles uma nova técnica cirúrgica foi utilizada e em 1 deles o reimplante da coronária esquerda foi empregado. Nesta técnica, após o diagnóstico intra-operatório do trajeto intramural, o tronco pulmonar é aberto e a coronária esquerda é explorada com um probe de modo a identificar seu trajeto. A seguir, a aorta é aberta e o segmento intramural da coronária é aberto longitudinalmente. A camada íntima da coronária é suturada à íntima e média da aorta, criando-se uma ampla janela aortocoronária. Por último, a origem da coronária anômala no tronco pulmonar é ligada. Os 4 pacientes operados com esta técnica evoluíram com melhora da classe funcional e da função contrátil ao ecocardiograma. Apresentam-se em classe funcional grau I (NYHA) após um período de seguimento de 7 meses a 10 anos. O único óbito ocorreu no paciente submetido a dissecção da coronária esquerda e reimplante na aorta, que apresentou complicações pós-operatórias, falecendo 6 meses após a alta hospitalar. Nestes casos, a tentativa de separar a coronária da parede aórtica e reimplantar a coronária deve ser evitada. A técnica descrita permite a correção cirúrgica desta anomalia de maneira simples e segura, com bons resultados a longo prazo.
2022-12-06T14:00:36Z
BARBERO-MARCIAL,Miguel TANAMATI,Carla ATIK,Edmar KAJITA,Luiz EBAID,Munir JATENE,Marcelo B. JATENE,Adib D.
Uso da prótese endovascular auto-expansível para tratamento das doenças da aorta torácica descendente
Os autores relatam a experiência com o tratamento de aneurisma e dissecção da aorta descendente associada ou não a comprometimento do arco aórtico com o uso de prótese intraluminal auto-expansível introduzida cirurgicamente através do arco aórtico. Foram operados 11 pacientes, 9 do sexo masculino e com idades variando de 49 a 78 anos. O diagnóstico era de aneurisma em 6, sendo 2 rotos e dissecção em 5, sendo aguda em 2. Quatro doentes apresentavam afecções cirúrgicas associadas: aneurisma de aorta ascendente (1), aneurisma de arco (1), insuficiência coronária (1) e insuficiência da valva aórtica (1). Os pacientes foram operados com colocação de prótese intraluminal auto-expansível cirurgicamente através do arco aórtico sob hipotermia profunda e parada circulatória total. Em 4 pacientes foram realizadas operações associadas: troca da valva aórtica (1), substituição da aorta ascendente (2), troca do arco aórtico (1) e revascularização miocárdica (1). Houve um óbito intra-operatório por dissecção da aorta ascendente e dois óbitos hospitalares por associação de complicações. Oito pacientes tiveram alta sendo que 1 faleceu no terceiro mês de pós-operatório. Os sobreviventes estavam bem clinicamente e o estudo por imagem mostrou adequada correção da doença. Os autores concluem que o uso da prótese intraluminal simplifica e corrige adequadamente as afecções da aorta descendente. A morbimortalidade observada nessa série deve-se a outros fatores independentes da técnica.
2022-12-06T14:00:36Z
STOLF,Noedir A. G. PÊGO-FERNANDES,Paulo M. SOUZA,Luciano R. MOITINHO,Rilson R. COSTA,Roberto ARTEAGA,Edmundo JATENE,Adib D.
Reconstrução da aorta com conduto de pericárdio bovino corrugado
No período de outubro de 1989 a maio de 1997, 40 pacientes portadores de dissecção aórtica, aneurisma da aorta, coarctação da aorta ou doença oclusiva aorto-ilíaca foram submetidos a reconstrução da aorta utilizando-se conduto de pericárdio bovino corrugado processado em glutaraldeído. A reconstrução total da aorta ascendente com substituição da valva aórtica e reimplante das artérias coronárias foi realizada em 9 pacientes, a simples substituição da aorta ascendente em 6, aorta torácica descendente em 2, arco aórtico em 1, aorta toracoabdominal em 1 e a aorta abdominal foi reconstruída em 21, incluindo pacientes submetidos a reconstrução aorto-ilíaca ou aorto-femoral. A mortalidade hospitalar foi de 8 (20%) pacientes e as causas de óbito foram baixo débito cardíaco, recidiva da dissecção aórtica, falência de múltiplos órgãos e sangramento. O seguimento total foi de 128,4 pacientes-anos, com um seguimento médio de 4 anos por paciente. Complicações tardias relacionadas ao conduto vascular foram observadas em 4 pacientes, incluindo obstrução de um dos ramos do tubo bifurcado utilizado para reconstrução aorto-femoral e infecção em 3, resultando em degeneração secundária do conduto e formação de pseudo-aneurisma. Os 4 pacientes foram submetidos a reoperações, correspondendo a uma incidência de 3,1% ± 1,6% por paciente/ano. Ocorreram 5 óbitos tardios e as causas foram morte súbita, doença coronariana, pneumonia, septicemia e complicações metabólicas resultantes de diabetes e insuficiência renal crônica, correspondendo a uma incidência de 3,9% ± 1,7% por paciente/ano. A sobrevida atuarial em 9 anos foi 61,5% ± 9,2%, incluindo a mortalidade cirúrgica e a sobrevida atuarial livre de degeneração tissular estrutural primária do conduto biológico foi de 100%. O corrugamento do pericárdio, resultante da incorporação do princípio crimping utilizado nas próteses vasculares sintéticas, proporciona um conduto circular, que facilita a realização da anastomose, mantém a forma tubular mesmo quando fletido e evita o acotovelamento. O pericárdio é muito macio, fácil de ser manipulado, suturado e coapta muito bem nas linhas de sutura, resultando uma anastomose hemostática. O seguimento de 9 anos demonstrou um desempenho satisfatório deste substituto vascular biológico, não ocorrendo casos de fibrose, calcificação ou dilatação aneurismática.
2022-12-06T14:00:36Z
Salles,Claudio A. Silva,Roney R. P. Borém,Paulo M. Casagrande,Ivan S. J. Moreira,Maria Consolação V. Gusmão,João B. Teixeira,Vera C. Silva,Sérgio R. B.