RCAAP Repository

Revascularização do miocárdio em idosos

Com o objetivo de conhecer a população de idosos submetida a revascularização do miocárdio com uso de circulação extracorpórea e sua morbimortalidade, realizou-se estudo retrospectivo de 41 pacientes, com idade igual ou superior a 70 anos (média de 73,2 anos). Houve predomínio do sexo masculino (65,8%), triarteriais (70,7%) com angina instável (65,8%). Esses pacientes foram estudados segundo faixa etária, raça, sexo, clínica pré-operatória, achados eletrocardiográficos, radiológicos e cinecoronariográficos, evolução pós-operatória e suas complicações. Procedeu-se a análise estatística segundo teste T de Student, teste do Qui-quadrado e teste exato de Fischer. Ocorreram 19,2% de complicações menores. A mortalidade global foi de 9,8%, sendo maior em mulheres (21,4%). A alta hospitalar ocorreu em média no sétimo dia do pós-operatório. Os autores concluem que é possível realizar a revascularização do miocárdio com circulação extracorpórea em idosos com baixa morbimortalidade.

Year

1997

Creators

SILVA,Luiz Henrique Fernandes da NASCIMENTO,Celso Soares VIOTTI Jr.,Luiz Amaury Portugal

Pseudo-aneurisma de ventrículo esquerdo por rotura cardíaca após infarto agudo do miocárdio: tratamento cirúrgico

O pseudo-aneurisma de ventrículo esquerdo após infarto agudo do miocárdio é entidade rara. Quando diagnosticado, deverá ser operado logo que possível, devido ao risco aumentado de rotura de sua parede. No período de novembro de 1992 a junho de 1995, foram encaminhados ao nosso Serviço 3 pacientes com suspeita clínica de pseudo-aneurisma de ventrículo esquerdo (VE), com sinais clínicos, radiológicos, ecocardiográficos e angiográficos característicos da lesão. O objetivo do trabalho é discutir o diagnóstico, a indicação cirúrgica, as técnicas e táticas empregadas, as complicações e os resultados cirúrgicos. Todos os pacientes foram submetidos ao ecodopplercardiograma transtorácico, que foi suficiente para o diagnóstico. Após propedêutica adequada, com realização de angiografia e ventriculografia, os pacientes foram submetidos à correção utilização de pericárdio bovino. Um dos pacientes apresentava comunicação interventricular (CIV), que foi corrigida no mesmo ato cirúrgico. Os pacientes receberam alta em bom estado geral, com controle ecocardiográfico evidenciando a correção do pseudo-aneurisma.

Year

1997

Creators

GOMES,Maurício de Castro LIMA,Luiz Cláudio Moreira GONÇALVES,Leonardo Augusto D'Ávila MOTTA,Giancarlo Gros REIS,Fernando Roquete RABELO,Raul Corrêa BERNARDES,Rodrigo de Castro

Transplante cardíaco ortotópico pela técnica bicaval

Há trinta anos tem sido empregada a técnica descrita por Lower e Shumway para o transplante cardíaco ortotópico, com bons resultados. Complicações, como estase venosa, formação de trombos, arritmias atriais e insuficiência das valvas tricúspide e mitral, estão presentes no pós-operatório tardio. A partir de 1995, passamos a utilizar a técnica bicaval em todos os casos (6 pacientes). Cinco eram do sexo masculino e a média de idades dos receptores era de 50,6 anos. A cardiomiopatia era dilatada e isquêmica em 2 casos cada, e chagásica e reumática nos demais. Três pacientes apresentavam operações prévias, sendo que um deles havia sido submetido a três operações de prótese valvar aórtica, o segundo a implante de marcapasso epimiocárdico definitivo, e o último a duas operações de revascularização do miocárdio associada a aneurismectomia de ventrículo esquerdo. A técnica cirúrgica consistiu, na maioria dos casos, na anastomose das veias pulmonares, em conjunto com o átrio esquerdo do coração a ser implantado e, a seguir, a da cava superior, inferior, do tronco pulmonar e aorta. Todos os doadores estavam em hospitais da cidade e com retirada múltipla de órgãos. Não tivemos óbito hospitalar e todos os pacientes estão vivos para um período de um a quinze meses de pós-operatório. Não houve diferença significativa quando se comparou as duas técnicas para o tempo de anóxia, tempo de C E C, tempo de implante, presença de taquiarritmias atriais, sangramento e permanência hospitalar. Houve diferença significativa (p<0,05) para a utilização de marcapasso temporário e presença de insuficiência tricúspide. Acreditamos que a técnica bicaval, além de reduzir o tamanho das cavidades atriais, é uma técnica simples, com índice menor de complicações e que poderá ser empregada com mais freqüência.

Year

1997

Creators

CHACCUR,Paulo Dinkhuysen,Jarbas J. Nina,Vinícius J. da Silva Abdulmassih Neto,Camilo Arnoni,Antoninho Sanfins Souza,Luiz Carlos Bento de Paulista,Paulo P.

Proposição de técnica endocavitária para remodelamento ventricular esquerdo

O remodelamento do coração mediante ventriculectomia parcial esquerda é uma proposição atual para o tratamento cirúrgico paliativo de pacientes com miocardiopatia dilatada e sem critérios de transplante cardíaco. Este procedimento acarreta morbi-mortalidade imediata elevada, por resultar em áreas de isquemia ou necrose miocárdica e pelo risco de arritmias. Nosso objetivo é apresentar uma técnica de remodelamento ventricular endocavitário, caracterizada pela manutenção da arquitetura anatomofuncional do coração por não incorrer em ressecção ventricular. A técnica foi utilizada em circulação extracorpórea e com o coração preservado por cardioplegia sangüínea hipotérmica. Após atriotomia esquerda, a cúspide anterior da valva mitral foi removida e um enxerto triangular de pericárdio bovino (medindo aproximadamente 2x6x6 cm) suturado no endocárdio ventricular por pontos de Polipropileno 3-0 ancorados em feltro de Dacron. As bordas ao longo do enxerto foram fixadas em duas linhas imaginárias que se estendiam da ponta do ventrículo esquerdo ao anel valvar mitral, passando uma delas pela metade do septo interventricular e outra junto à inserção do músculo papilar posterior mitral. A aproximação destas linhas configurou uma plicadura interna e posterior na cavidade ventricular esquerda, que teve seu diâmetro reduzido. As estruturas musculares e a circulação coronária foram preservadas. A base do triângulo foi fixada ao anel mitral mediante os pontos utilizados para implante da bioprótese mitral, necessário devido à remoção da cúspide anterior da valva. Oito pacientes com miocardiopatia dilatada, excluídos do programa de transplante cardíaco, foram submetidos à técnica proposta, no período de outubro a dezembro de 1996. Dois pacientes eram do sexo feminino e 6 masculinos e sua idade variava entre 24 e 58 anos. Cinco pacientes mostraram regurgitação mitral. Todos os doentes estavam hospitalizados por insuficiência cardíaca congestiva quando da indicação cirúrgica e classificados em classe funcional IV (New York Heart Association). Ocorreram dois óbitos na presente série: um no pós-operatório imediato e outro no 3º mês, por razões não relacionadas à presente técnica. A tabela abaixo indica as modificações determinadas pela operação em parâmetros da função ventricular esquerda, avaliada por ecocardiografia transesofágica. Parâmetro Pré-Operatório Pós-Operatório (30d) Significância Débito cardíaco (l/min) 2,6 ± 0,4 3,8 ± 0,7 P<0,001 Índice cardíaco (l/min/m²) 1,9 ± 0,9 2,7 ± 0,6 P<0,005 Fração de ejeção (%) 21,5 ± 4,0 37,8 ± 1,2 P<0,05 A técnica de remodelamento ventricular intracavitário mostrou um resultado satisfatório em termos de mortalidade e morbidade hospitalar e melhora funcional a curto prazo. Um maior tempo de acompanhamento será necessário para demonstrar o benefício real da técnica, que pode servir de ponte para transplante cardíaco e que tem como limitante a necessidade de substituição valvar mitral.

Year

1997

Creators

NESRALLA,Ivo A. SANT'ANNA,João Ricardo M. PRATES,Paulo R. TEIXEIRA FILHO,Guaracy F. WENDER,Orlando COSTA,Altamiro R. SANTOS,Marisa S. PEREIRA,Edemar M. LARA,Raul F. SANTOS,Ari Tadeu

Dupla via de saída do ventrículo direito com comunicação interventricular não relacionada: resultados da correção cirúrgica com técnica de múltiplos retalhos

Objetivo: Apresentar uma modificação técnica para a correção cirúrgica biventricular da dupla via de saída de ventrículo direito com comunicação interventricular não relacionada. Métodos: No período de abril de 1987 a fevereiro de 1996, 15 pacientes portadores desta anomalia foram submetidos à técnica de reconstrução biventricular com "tunelização" do ventrículo esquerdo para a aorta utilizando-se 2 ou mais retalhos de pericárdio bovino. A idade variou entre 2 a 13 anos (média = 4,8 anos; média = 5 anos). Treze pacientes apresentavam situs solitus e levocardia, 1 paciente situs inversus e dextrocardia e 1 paciente situs solitus e dextrocardia. A construção do túnel inicia-se no átrio direito. Sendo a CIV pequena ou restritiva, é feita a ampliação em sentido anterior e o primeiro retalho é suturado na borda póstero-inferior do defeito direcionando-o para o septo, em posição anterior e superior. A seguir, através de ventriculotomia direita o segundo, terceiro e, por vezes, o quarto retalhos são suturados direcionando o túnel para o anel aórtico. Resultados: Houve 3 óbitos (mortalidade de 20%), 2 hospitalares, 1 tardio e os 12 pacientes restantes foram seguidos por um período variável de 10 meses a 9 anos (média 33 meses) encontrando-se todos em classe funcional I (NYHA). Comunicação interventricular residual, mínima, foi observada em 1 paciente, estenose pulmonar residual em 2 pacientes e insuficiência pulmonar em 1 paciente. Em nenhum dos pacientes demonstrou-se obstrução do túnel ventrículo esquerdo - aorta. Conclusão: Baseados nestes resultados, concluímos que esta técnica para reparo biventricular permite a construção de um túnel com diâmetro interno adequado, respeitando as mudanças de direção existentes entre a comunicação interventricular e a aorta. O túnel de pericárdio bovino ocupa menor espaço intraventricular causando, portanto, menor risco de obstrução da via de saída de ventrículo direito.

Year

1997

Creators

BARBERO-MARCIAL,Miguel TAMANATI,Carla JATENE,Marcelo B. AIELLO,Vera D. BAUCIA,José Augusto ATIK,Edmar KAJITA,Luiz J. EBAID,Munir VERGINELLI,Geraldo JATENE,Adib D.

Consenso de especialistas (SBC/SBHCI) sobre o uso de stents farmacológicos: recomendações da sociedade brasileira de cardiologia/sociedade brasileira de hemodinâmica e cardiologia intervencionista ao sistema único de saúde

Os autores revisam a evolução da intervenção coronariana percutânea, a sua crescente aplicação na revascularização miocárdica de pacientes portadores de doença arterial coronariana, seja no Brasil, seja no âmbito mundial. Desde a introdução do método, em 1977, com a utilização isolada do cateter-balão, a constatação de que o mesmo tinha limitações (oclusão aguda e reestenose), a adoção dos stents coronarianos e, mais recentemente, o advento dos stents farmacológicos, idealizados para reduzir ainda mais as taxas de reestenose, possibilitaram o crescimento exponencial da aplicação da intervenção coronariana percutânea (ICP) no Brasil, superando a cirurgia de revascularização e tornando-se o tratamento majoritário para enfermos sintomáticos, acometidos de aterosclerose obstrutiva coronariana. Esta preferência se salienta, a partir do ano 2000, após o início do reembolso dos stents pelo Sistema de Único de Saúde Brasileiro. Este fato demonstra a importância do Sistema Público de Saúde, quando este incorpora os avanços médicos, e passa a oferecer bons padrões de tratamento cardiovascular a grande número de brasileiros. Destaca-se a complexidade da profilaxia da reestenose intra-stent, por sua ocorrência imprevisível e ubíqua. O controle deste fenômeno melhora a qualidade de vida, reduzindo o retorno da angina do peito, a realização de novos procedimentos de revascularização e a re-internação hospitalar. Os stents farmacológicos lograram êxito sólido e consistente na conquista deste objetivo de forma abrangente, beneficiando todas as apresentações clínicas e angiográficas, em maior ou menor grau. Sua adoção e critérios para sua utilização em outros países são discutidos, assim como a formalização das indicações preconizadas pela Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista, para o seu reembolso pelo SUS. A incorporação de novas tecnologias em saúde é um processo que compreende duas etapas distintas: na primeira, o registro do produto é efetivado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Nesta etapa, a empresa interessada submete ao nosso órgão regulatório os resultados dos estudos clínicos que demonstram a eficácia e segurança do novo produto, seja ele um fármaco ou um novo dispositivo. Freqüentemente, além dos estudos clínicos, também são apresentados os registros de aprovação para uso clínico obtido nas agências regulatórias de outros países, principalmente dos Estados Unidos da América e da Comunidade Européia. O cumprimento bem sucedido desta etapa significa que o medicamento ou o dispositivo pode ser prescrito ou utilizado pelos médicos no Brasil. A segunda etapa da incorporação de novas tecnologias em saúde envolve o reembolso ou o financiamento do tratamento aprovado na etapa anterior, com base na sua eficácia e segurança. Esta etapa pode ser mais complexa do que a primeira, pois as novas tecnologias, sejam elas de substituição ou de introdução de novas modalidades de tratamento, são habitualmente de custo mais elevado. Incorporar novas tecnologias exige a avaliação de custo efetividade, para permitir que os gestores dos recursos possam tomar decisões que atendam ao cenário universal de recursos limitados, para financiar a saúde com tratamentos cada vez mais onerosos. As dificuldades de gestão dos recursos são agravadas pelas implicações de ética médica e social, que ocorrem quando um tratamento aprovado com base na sua eficácia e segurança não é disponibilizado para pacientes com grande potencial de benefício. No Brasil, a avaliação da incorporação de novas tecnologias, visando a seu reembolso ou financiamento, ainda não está devidamente amadurecida, seja no Sistema Único de Saúde (SUS) ou no privado. A adoção destas tecnologias, nos dois sistemas, ainda ocorre lentamente e, freqüentemente, como reação à exigência dos pacientes ou de organizações que os representam, às vezes com ações judiciais, ou por pressão política dos médicos e de suas respectivas sociedades científicas. Nosso objetivo é revisar a evolução da intervenção coronariana percutânea (ICP) no Brasil, sua situação atual com o advento dos stents farmacológicos, e a crescente participação destes como modalidade de revascularização miocárdica de pacientes portadores de doença arterial coronariana, assim como comparar as normas regulatórias brasileiras e de outros paises, em relação à incorporação desta nova tecnologia, e as recomendações para sua utilização.

Year

2006

Creators

Lima,Valter C. Mattos,Luiz Alberto P. Caramori,Paulo R. A. Perin,Marco A. Mangione,José A. Machado,Bruno M. Coelho,Wilson M. C. Bueno,Ronaldo R. L.

O eletrocardiograma de alta resolução da ativação atrial em pacientes com ou sem fibrilação atrial paroxística

OBJETIVO: Analisar os parâmetros do eletrocardiograma de alta resolução da onda P no domínio do tempo (ECGAR-P) e compará-los com: a duração da onda P no eletrocardiograma clássico (P no ECG), o diâmetro atrial esquerdo (AE) e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FE) obtidos no ecocardiograma, para avaliar pacientes com fibrilação atrial paroxística (FAP). MÉTODOS: Foram estudados 181 pacientes: 117 com FAP comprovada e 64 sem FAP. Os parâmetros do ECGAR-P foram: a duração da onda P filtrada (DPF), as voltagens da raiz quadrada média dos últimos 40, 30 e 20 ms da onda P filtrada (RMS 40, RMS 30 e RMS 20), a voltagem da raiz quadrada média dos potenciais da onda P filtrada (RMS P), a integral dos potenciais da onda P filtrada (Integral P) e a duração dos potenciais tardios da onda P filtrada abaixo de 3 µV (PT<3). RESULTADOS: Os parâmetros que apresentaram diferenças estatisticamente significantes entre os grupos foram: DPF, RMS 40, 30 e 20, PT<3, P no ECG e AE. Os cálculos pela curva ROC mostraram, para cada parâmetro, o melhor valor de corte e os estimadores de desempenho: sensibilidade, especificidade, área sob a curva e p-value (p) ou nível descritivo. CONCLUSÃO: O ECGAR-P no domínio do tempo mostrou-se melhor que o eletrocardiograma clássico e o ecocardiograma para identificar pacientes com fibrilação atrial paroxística.

Year

2006

Creators

Moreira,José Osvaldo Moffa,Paulo Jorge Uchida,Augusto Hiroshi Tobias,Nancy Maria Martins de Oliveira Grupi,César José Luna Filho,Bráulio Tarasoutchi,Flávio

Síncope em pacientes com extra-sístoles de via de saída de ventrículo direito e sem cardiopatia estrutural aparente

OBJETIVO: Estudar a prevalência de síncope neurocardiogênica em pacientes com síncope inexplicada e extra-sístoles ventriculares (EV), com morfologia de via de saída de ventrículo direito (VSVD) sem cardiopatia estrutural aparente. MÉTODOS: Noventa pacientes (66 mulheres, idade média de 40,2 ± 16,95 anos) com EV monomórficas com origem na VSVD foram avaliados prospectivamente. Cinqüenta e quatro pacientes apresentavam síncopes ou pré-síncopes associadas ou não a palpitações; 27 apresentavam palpitações sem pré-síncope ou síncope, e 9 eram assintomáticos. Todos foram submetidos a ecocardiograma, ECG de alta resolução, ressonância magnética cardíaca e teste de esforço para afastar cardiopatia estrutural e taquicardia ventricular adrenérgico-dependente, e a monitorização com Holter e monitor de eventos sintomáticos para correlacionar os sintomas com a arritmia. A investigação de suscetibilidade a síncope neurocardiogênica foi avaliada pelo teste de inclinação (TI). Os grupos foram comparados quanto a sexo, idade, freqüência e complexidade das extra-sístoles, com e sem esforço físico, resultado do TI e evolução clínica. RESULTADOS: No grupo com síncope e pré-síncope, o TI foi positivo em 38% dos casos e nos grupos com palpitações e assintomáticos, em 11% (p = 0,0257). Após orientação e tratamento da síncope neurocardiogênica, 85% dos pacientes com síncope e pré-sincope e TI positivo permaneceram assintomáticos durante seguimento médio de 40 meses. Dois pacientes com síncope e TI negativos apresentaram taquicardia ventricular sustentada espontânea durante a evolução clínica. CONCLUSÃO: A prevalência de síncope neurocardiogênica em pacientes com EV idiopáticas de VSVD é alta. Pacientes com síncope recorrente inexplicada e EV idiopáticas devem ser mantidos sob investigação.

Year

2006

Creators

Ludovice,Ana Cristina Hachul,Denise Tessariol Darrieux,Francisco Carlos Bastos,Silvana Cardoso Sosa,Eduardo Argentino Scanavacca,Mauricio Ibrahim

Avaliação tardia de endopróteses coronarianas com sirolimus: comparação da tomografia computadorizada por múltiplos detectores com a angiografia quantitativa e o ultra-som intracoronariano

OBJETIVO: Avaliar os resultados da tomografia computadorizada por múltiplos detectores na avaliação dos resultados tardios de pacientes submetidos ao implante de endopróteses com sirolimus. MÉTODOS: Selecionamos 30 pacientes, previamente submetidos ao implante de stents com sirolimus com sucesso e com mais de seis meses de evolução. Todos foram submetidos à angiografia invasiva e ao ultra-som intravascular após a angiotomografia, feita com a injeção de 1,5 ml/kg de peso de meio de contraste iodado. RESULTADOS: A média dos diâmetros proximais de referência foi 3,01 ± 0,31 mm pela tomografia e 3,14 ± 0,31 mm pela angiografia (p = 0,04). Ao eliminarmos a artéria circunflexa da análise, a discrepância entre os dois exames deixou de ser significante -(tomografia= 3,01 ± 0,32 mm, angiografia= 3,10 ± 0,30 mm, p = 0,65). A média dos diâmetros distais de referência foi 2,86 ± 0,30 mm pela tomografia e 2,92 ± 0,32 pela angiografia (p = 0,25). A média do calibre mínimo no interior da endoprótese foi 2,85 ± 0,25 mm pela tomografia e 2,85 ± 0,29 mm angiografia (p = 0,27). A área de secção transversal mínima intra-stent foi 7,19 ± 1,47 mm² pela tomografia e 6,90 ± 1,52 mm² pelo ultra-som intracoronariano (p = 0,36), mas a correlação entre estas medidas era fraca (r= 0,33). CONCLUSÃO: A tomografia possibilita a avaliação qualitativa das endopróteses, a estimativa correta do diâmetro de referência proximal e distal dos vasos-alvo, além do calibre mínimo intra-stent. Sua correlação com as medidas feitas pelo ultra-som intracoronário, porém é menos intensa.

Year

2006

Creators

Pinto,Ibraim Masciarelli F. Sousa,Amanda G. M. R. Ishikama,Walther Mattos,Luiz Alberto Abizaid,Alexandre Feres,Fausto Tanajura,Luiz Fernando L. Sousa,Luiz C. B. Sousa,J. Eduardo M. R. Jatene,Adib

Dez anos de experiência com a operação de Ross

OBJETIVO: Avaliar os resultados tardios de 10 anos com a operacão de Ross, analisando a sobrevida, incidência de reoperações e desempenho tardio do auto-enxerto pulmonar e homoenxerto da reconstrução da via de saída do ventrículo direito. MÉTODOS: Entre maio/1995 e fevereiro/2005, 227 pacientes com média de idade de 29,1±11 anos foram submetidos à operação de Ross. A etiologia prevalente foi a moléstia reumática em 61% dos casos. O auto-enxerto foi implantado com a técnica de substituição total da raiz em 202 casos, com cilindro intra-luminal em 20 e de forma subcoronariana em 5. A reconstrução da via de saída do ventrículo direito foi feita de forma convencional, com homoenxertos criopreservados (n= 160), com extensão proximal de pericárdio no homoenxerto (n= 41) e com homoenxertos decelularizados (n= 26). O tempo de seguimento pós-operatório variou de 1 - 118 meses ( média= 45,5 meses). RESULTADOS: A mortalidade imediata foi de 3,5% e a sobrevida tardia foi de 96,9%, aos 10 anos. Não houve episódio de tromboembolismo, constatando-se apenas dois casos de endocardite. Onze pacientes foram reoperados, por problemas envolvendo o auto e/ou homoenxerto, progressão de doença reumática mitral e insuficiência coronariana iatrogênica. Após 10 anos, 96,4% e 96,2% dos pacientes estavam livres de reoperação no auto-enxerto e no homoenxerto, respectivamente. Não foi observada dilatação tardia dos auto-enxertos.A reconstrução da via de saída do ventrículo direito com homoenxertos decelularizados diminuiu de forma significativa a incidência de gradientes tardios. CONCLUSÃO: Os resultados tardios com a operação de Ross demonstraram excelente sobrevida tardia e baixa incidência de reoperações e morbidade tardia. Consideramos este procedimento a melhor opção no tratamento cirúrgico da valvopatia aórtica em crianças e adultos jovens.

Year

2006

Creators

Costa,Francisco Diniz Affonso da Pereira,Elaine Welk Lopes Barboza,Luiz Eduardo Haggi Filho,Hermínio Collatusso,Claudinei Gomes,Carlos Henrique Gori Lopes,Sérgio Augusto Veiga Sardetto,Evandro Antônio Ferreira,Andréa Dumsch de Aragon Costa,Marise Brenner Affonso da Costa,Iseu Affonso da

Doença periodontal como potencial fator de risco para síndromes coronarianas agudas

OBJETIVO: Detectar a existência de associação entre doença periodontal ativa (DP) e ocorrência de síndromes coronarianas agudas (SCA). MÉTODOS: Foram avaliados 361 pacientes (57,3% do sexo masculino), com idades variando de 27 a 89 (média±DP=60,5±12,2 anos) internados na Unidade de Tratamento Intensivo de um Hospital de Ensino com quadro clínico e complementar de SCA. Todos foram submetidos a exame periodontal completo, no próprio ambiente da UTI, sendo que 325 (90,0%) realizaram cinecoronariografia para confirmação diagnóstica e/ou programação de conduta terapêutica. O exame periodontal consistiu na avaliação de todos os dentes presentes na cavidade oral e dos seguintes parâmetros: profundidade clínica de sondagem, nível de inserção clinica, índice de placa e índice gengival. RESULTADOS: Dos 325 pacientes, 91 (28,0%) apresentavam artérias coronarianas isentas de obstrução ou com obstruções discretas (<= 50% de perda de diâmetro), havendo obstruções importantes nos 72,0% restantes. O teste exato de Fisher mostrou valor de P de 0,0245 e ODDS Ratio de 2,571 (IC 95% 1,192 a 5,547), ou seja, documentou-se cerca de 2,5 vezes mais possibilidade de presença de DP ativa no grupo com SCA e coronariopatia obstrutiva significante. CONCLUSÃO: Constatou-se associação significante entre presença de doença periodontal ativa e doença coronariana obstrutiva de grau importante em pacientes com síndrome coronariana aguda, reforçando a importância de prevenção e tratamento adequado da doença periodontal, que deve ser considerada como fator de risco potencial na etiologia e na instabilização da placa aterosclerótica.

Year

2006

Creators

Accarini,Renata Godoy,Moacir Fernandes de

Registro de síndrome coronariana aguda em um centro de emergências em cardiologia

OBJETIVO: Descrever as características de pacientes (P) com suspeita clínica de síndrome coronariana aguda (SCA), identificando-se o tratamento médico e a mortalidade hospitalar. MÉTODOS: Avaliamos 860 pacientes com SCA de janeiro a dezembro de 2003. Analisamos características basais, modalidade de apresentação da SCA, medicamentos durante a internação, indicação de tratamento clínico ou de revascularização miocárdica (RM) e mortalidade hospitalar. RESULTADOS: Foram 503 (58,3%) pacientes do sexo masculino, com média de idade de 62,6 anos (±11,9). O diagnóstico na alta hospitalar foi de infarto agudo do miocárdio (IAM) com supradesnivelamento do segmento ST (SST) em 78 (9,1%), IAM sem SST em 238 (27,7%), angina instável (AI) em 516 (60%), manifestação atípica da SCA (síncope ou dispnéia) em dois (0,2%) e dor torácica não cardíaca em 26 (3%). Foram medicados com betabloqueador em 87,9%, AAS em 95,9%, anti-trombínico em 89,9%, nitroglicerina EV em 86,2%, inibidor do receptor de glicoproteína (IGP) IIb/IIIa em 6,4%, clopidogrel em 35,9%, inibidor da enzima conversora da angiotensina (IECA) em 77,9% e estatina em 70,9%. A cinecoronariografia foi realizada em 72 pacientes (92,3%) com IAM com SST e em 452 (59,8%) com SCA sem SST (p<0,0001). Indicação de cirurgia de RM ocorreu em 12,9% e intervenção coronariana percutânea em 26,6%. A mortalidade hospitalar foi de 4,8%, sem diferença entre a proporção de óbitos em pacientes com IAM com SST e SCA sem SST (6,4% versus 4,8%; p=0,578). CONCLUSÃO: Por meio deste registro apresentamos uma descrição de pacientes com SCA, avaliando características demográficas, tratamento médico e mortalidade hospitalar. O conhecimento da nossa realidade deve auxiliar para a maior aderência da classe médica às condutas recomendadas.

Year

2006

Creators

Santos,Elizabete Silva dos Minuzzo,Luiz Pereira,Marcos Paulo Castillo,Maria Teresa Cabrera Palácio,Manoel Ângelo Gomes Ramos,Rui Fernando Timerman,Ari Piegas,Leopoldo Soares

Clonidina na cineangiocoronariografia: efeitos sedativos sobre a pressão arterial e freqüência cardíaca

OBJETIVO: Avaliar os efeitos da clonidina sobre a freqüência cardíaca (FC), pressão arterial (PA) e sedação de pacientes submetidos à cineangiocoronariografia. MÉTODOS: Um ensaio clínico prospectivo, duplo cego, randomizado, controlado, foi realizado com 62 pacientes submetidos a cineangiocoronariografias eletivas, divididos em dois grupos: grupo clonidina que utilizou 0,8 µg/kg desta droga, e o grupo controle que utilizou solução fisiológica a 0,9%. A sedação foi avaliada com base na escala de Ramsay e o consumo de meperidina 0,04 mg/kg que foi utilizada nos pacientes que apresentaram agitação ou ansiedade durante o procedimento. A PA invasiva, a FC e o escore de sedação, de acordo com a escala de Ramsay, foram analisados a cada 5 minutos e quatro diferentes momentos foram considerados para avaliação: M1- inicio do exame; M2- 5 minutos após o início do exame; M3- mediana do tempo do exame e M4 - final do exame. RESULTADOS: O grupo clonidina apresentou maior estabilidade da PA e FC e eficácia na sedação, enquanto o grupo controle apresentou um maior consumo de meperidina (p<0,05). Na análise estatística, para inferência das variáveis contínuas foi utilizado o teste T ou Mann-Whitney e chi2 ou Teste Exato de Fisher para as variáveis categóricas. CONCLUSÃO: Este trabalho mostrou que, nos pacientes submetidos à cineangiocoronariografia, a utilização da clonidina foi eficaz tanto no controle da PA e FC quanto em proporcionar uma sedação consciente.

Year

2006

Creators

Nascimento,Jedson dos Santos Módolo,Norma Sueli Pinheiro Carvalho,Heitor Ghissoni de Dórea,Edilma Maria Lima Santos,Kleber Pimentel

Espessamento médio-intimal na origem da artéria subclávia direita como marcador precoce de risco cardiovascular

OBJETIVO: O espessamento médio-intimal (EMI) na artéria carótida comum é considerado fator de risco cardiovascular e marcador de doença arterial coronariana precoce. O objetivo deste trabalho foi investigar a existência de correlação entre o EMI nas artérias carótidas e na origem da artéria subclávia direita, e avaliar o EMI na artéria subclávia como um marcador mais precoce para avaliação de risco cardiovascular. MÉTODOS: Cento e seis pacientes consecutivos, 52 homens e 54 mulheres, com média de idade de 51 anos, foram submetidos à avaliação das artérias carótidas e subclávia direita pela ultra-sonografia vascular com Doppler colorido. Para avaliar a associação entre EMI das artérias carótidas e subclávia direita calcularam-se o coeficiente de correlação de Pearson e o intervalo de 95% de confiança para esse coeficiente. A qualidade da medida do EMI da artéria subclávia direita para diagnóstico de espessamento precoce, considerando-se o espessamento da carótida como padrão de referência (> 0,8 mm), foi descrita por valores de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo, valor preditivo negativo e acurácia. Pontos de corte para o EMI da artéria subclávia foram sugeridos pela Curva ROC. Valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significantes. RESULTADOS: Na associação entre 41 artérias carótidas sem EMI, 30 (73%) artérias subclávias direitas apresentavam EMI > 0,8 mm. O valor médio de EMI obtido na artéria carótida foi de 0,87 mm (DP = 0,23) e na artéria subclávia direita foi de 1,17 mm (DP = 0,46), com coeficiente de correlação de 0,31 (95% IC: 0,12 ; 0,47). A avaliação pela curva ROC demonstrou um valor de corte de 0,7 mm para EMI da artéria subclávia direita, tendo como padrão de referência o valor de corte de EMI da artéria carótida de 0,8 mm (sensibilidade 91%, especificidade 27%, VPP 66%, VPN 65% e acurácia 66%). CONCLUSÃO: Existe boa correlação entre o EMI das artérias carótidas e da artéria subclávia direita. O EMI pode ser detectado mais precocemente na artéria subclávia do que nas carótidas, com valor de corte de 0,7 mm. O EMI na origem da artéria subclávia direita pode ser considerado um marcador mais precoce para avaliação de risco cardiovascular.

Year

2006

Creators

Engelhorn,Carlos Alberto Engelhorn,Ana Luiza Cassou,Maria Fernanda Zanoni,Cassiana Casagrande Gosalan,Carlos José Ribas,Emerson Pacholok,Adriana Koehler,Marcela de Fátima

Estudo ecocardiográfico evolutivo das alterações anátomo-funcionais do coração em obesos submetidos à cirurgia bariátrica

OBJETIVO: Avaliar com a Dopplerecocardiografia a reversibilidade das alterações estruturais e funcionais do coração em obesos submetidos à cirurgia bariátrica. MÉTODOS: Foram estudados 23 obesos (19 mulheres: 82,6%) com idade média de 37,9 anos. Tinham obesidade classe III ou classe II com co-morbidades. Realizaram avaliação clínica e ecocardiográfica no pré-operatório, 6 meses e 3 anos após a cirurgia. RESULTADOS: Antes da operação o peso era de 128,7 ± 25,8 kg e a pressão arterial (PA) 142,2 ± 16,2/92,2 ± 10,4 mmHg. No pós-operatório houve redução do peso aos 6 meses (97,6 ± 18,3 Kg) e aos 3 anos (83,6 ± 13,5 Kg), e da PA aos 6 meses (128,5 ± 16,1/80,7 ± 9,9 mmHg) com resultado mantido em 3 anos. Ao ecocardiograma, antes da cirurgia havia hipertrofia da parede posterior do ventrículo esquerdo (VE) e septo interventricular, com dimensão diastólica do VE normal e padrão geométrico predominante de remodelamento concêntrico (74%). Após 6 meses, diminuíram as espessuras do septo e da parede posterior, e aumentou a dimensão diastólica do VE. Em 3 anos o padrão geométrico predominante era o normal (69%), com redução da massa de VE e do índice de massa do VE/altura² . Observou-se também melhora da função diastólica de VE, com aumento da relação E/A em 6 meses, mantendo-se em 3 anos e diminuição do tempo de relaxamento isovolumétrico do VE em 6 meses e em 3 anos. Houve melhora do Índice de Desempenho Miocárdico em 6 meses, mantendo-se em 3 anos, em 13 pacientes estudados retrospectivamente. Notou-se aumento do tempo de ejeção em 6 meses, mantendo-se em 3 anos, e discreto aumento da fração de ejeção em 3 anos, sugerindo melhora da função sistólica de VE. CONCLUSÃO: A redução de peso obtida através da cirurgia para obesidade promove modificações estruturais e funcionais benéficas ao coração.

Year

2006

Creators

Cunha,Luciana de Cerjat Bernardes P. Cunha,Cláudio L. Pereira da Souza,Admar Moraes de Chiminacio Neto,Nelson Pereira,Ricardo Soares Suplicy,Henrique Lacerda

O coração em portadores do vírus da hepatite C: avaliação Dopplerecocardiográfica

OBJETIVO: Avaliar possíveis alterações morfofuncionais cardíacas em portadores crônicos do vírus da hepatite C pela Dopplerecocardiografia. MÉTODOS: Estudo observacional caso-controle com análise de parâmetros Dopplerecocardiográficos de 31 pacientes portadores crônicos do vírus da hepatite C numa fase não avançada da doença, diagnosticados por biópsia (sem cirrose, carcinoma hepatocelular ou disfunção hepática) e 20 casos-controle. RESULTADOS: Não houve diferenças estatisticamente significantes da espessura parietal, diâmetros cavitários, fração de ejeção, encurtamento circunferencial e nas velocidades de fluxo mitral e teciduais sistólica e diastólica do anel mitral entre os dois grupos estudados. CONCLUSÃO: Nas fases não avançadas, portadores do vírus da hepatite C não apresentaram alterações morfo-funcionais cardíacas, sob análise do ventrículo esquerdo.

Year

2006

Creators

Tosta,Carlos Ladeira,Ricardo Guz,Betty Pimenta,João

A elevação da pressão arterial sistólica durante o teste ergométrico após transplante cardíaco: correlação com o quadro clínico e a função ventricular avaliada pela ecocardiografia sob estresse com dobutamina

OBJETIVO: Em pacientes submetidos a transplante cardíaco (TxC) descreve-se redução da elevação da pressão arterial durante o teste ergométrico (TE). Este fenômeno, cuja origem é desconhecida, ocorre em freqüência e intensidade variáveis. O objetivo deste estudo foi verificar a relação entre o incremento da pressão arterial sistólica (deltaPAS) e aspectos clínicos, bem como as variáveis aferidas no TE e ecocardiograma sob estresse pela dobutamina (EED), em pacientes na fase tardia após TxC. MÉTODOS: Quarenta e cinco homens, 49,04±10,19 anos, 40,91±27,46 meses pós-TxC submeteram-se a avaliação clínica, TE e EED . Avaliou-se o índice de contratilidade segmentar e a fração de ejeção de ventrículo esquerdo. Consideraram-se anormais deltaPAS<35mmHg no TE (SBC,1995). RESULTADOS: Não houve correlação significativa entre deltaPAS e o tempo de evolução do transplante, tempo de isquemia do enxerto, antecedentes de rejeição, dose de diltiazem, consumo de oxigênio estimado, fração de ejeção e índice de contratilidade segmentar. O deltaPAS foi normal em 17 casos (Grupo I) e anormal em 28 pacientes (Grupo II). Não houve diferenças significativas entre os pacientes de ambos os grupos em relação aos aspectos clínicos e aos resultados do TE e EED. CONCLUSÃO: Ao contrário de outras populações, os autores não detectaram correlações entre deltaPAS e o quadro clínico e a função ventricular esquerda em pacientes com TxC. Os fatores associados à redução do deltaPAS no TE pós-TxC permanecem desconhecidos.

Year

2006

Creators

Salles,Ana Fátima Machado,Cristiano Vieira Cordovil,Adriana Leite,Wagner Aparecido Moisés,Valdir Ambrósio Almeida,Dirceu Rodrigues de Carvalho,Antonio Carlos Camargo Oliveira Filho,Japy Angelini

Avaliação do conhecimento geral de médicos emergencistas de hospitais de Salvador - Bahia sobre o atendimento de vítimas com parada cardiorrespiratória

OBJETIVO: Identificar a proporção de médicos emergencistas com habilitação em cursos de imersão (SAVC - Suporte Avançado de Vida em Cardiologia e SAVT - Suporte Avançado de Vida no Trauma), relacionando variáveis: idade, sexo, especialidade médica, titulação e tipo de hospital com o grau de conhecimento teórico no atendimento de vítimas de parada cardiorrespiratória. MÉTODOS: Foram avaliados de forma consecutiva, de novembro/2003 a julho/2004, os emergencistas de hospitais públicos e privados da cidade de Salvador - Bahia, que voluntariamente aceitaram participar do estudo. Esses responderam a um questionário construído de informações das variáveis de interesse: perfil do profissional, realização ou não dos cursos de imersão SAVC e SAVT, avaliação cognitiva com 22 questões objetivas sobre ressuscitação cardiopulmonar. Calculou-se para cada participante um valor de acertos indicado como variável escore. Esse questionário foi validado a partir do resultado do escore dos instrutores do curso SAVC em Salvador - BA. RESULTADOS: Dos 305 médicos que responderam ao questionário, 83 (27,2%) haviam realizado o curso SAVC, tendo como média da variável escore o valor de 14,9+3,0, comparada com os 215 médicos (70,5%) que não o haviam feito e cuja média foi de 10,5+3,5 (p=0,0001). A média do escore dos 65 cardiologistas (21,5%) foi de 14,1+3,3, comparada com os 238 médicos (78,5%) que eram de outras especialidades, com média de 9,7+3,7(p=0,0001). Não foi identificada diferença da média do escore entre os médicos que haviam ou não realizado o curso SAVT (p=0,67). CONCLUSÃO: Na amostra avaliada, o conhecimento teórico sobre ressucitação cárdio-pulmonar (RCP) foi superior naqueles profissionais que realizaram o SAVC, diferente do que ocorreu naqueles que realizaram o SAVT. Os especialistas em Cardiologia que realizaram o SAVC demonstraram um conhecimento teórico superior, sobre o atendimento de vítimas de parada cárdio-respiratória (PCR), quando comparado com as demais especialidades avaliadas em conjunto - Clínica Médica, Cirurgia e Ortopedia.

Year

2006

Creators

Filgueiras Filho,Nivaldo Menezes Bandeira,Antônio Carlos Delmondes,Thales Oliveira,Adriano Lima Junior,Alberto Soares Cruz,Vinicius Vilas-Boas,Fábio Rabelo Junior,Álvaro

Tendência do risco de morte por doenças circulatórias, cerebrovasculares e isquêmicas do coração em treze Estados do Brasil, de 1980 a 1998

OBJETIVO: Analisar tendências do risco de morte por doenças circulatórias (DC) em 13 estados do Brasil, no período de 1980 a 1998. MÉTODOS: Dados de mortalidade por DC, isquêmicas do coração (DIC) e cerebrovasculares (DCbV) nos 13 estados foram obtidos do Ministério da Saúde. Estimativas das populações, de 1980 a 1998, foram calculadas por meio de interpolação, pelo método de Lagrange, com base nos dados dos Censos de 1970, 1980, 1991 e contagem populacional de 1996. As tendências foram analisadas pelo modelo de regressão linear múltipla. RESULTADOS: A mortalidade por DC mostrou tendência de queda na maioria dos estados. Observou-se aumento, nos homens, em Pernambuco, para todas as faixas etárias, em Goiás, a partir de quarenta anos e na Bahia e Mato Grosso, a partir dos cinqüenta anos. Nas mulheres, aumento em Mato Grosso, a partir dos trinta anos, em Pernambuco, a partir dos quarenta anos, e em Goiás, nas faixas etárias entre trinta e 49 anos. Em Goiás, nas outras faixas etárias, o aumento foi discreto. Para as DIC, aumento da mortalidade para todas as faixas etárias em Mato Grosso e Pernambuco, e a partir dos quarenta anos, na Bahia, Goiás e Pará. Para as DCbV, aumento da mortalidade para todas as faixas etárias em Mato Grosso e Pernambuco, e a partir dos quarenta anos na Bahia e em Goiás. CONCLUSÃO: Observou-se importante aumento do risco de morte para as doenças circulatórias nos estados menos desenvolvidos do Brasil.

Year

2006

Creators

Mansur,Antonio de Padua Souza,Maria de Fátima Marinho de Timerman,Ari Avakian,Solange Desirée Aldrighi,José Mendes Ramires,José Antonio Franchini

Cardiomiopatia hipertrófica: importância dos eventos arrítmicos em pacientes com risco de morte súbita

OBJETIVO: Pretende-se avaliar em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica e risco de MSC, submetidos a implante de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI): a) ocorrência de eventos arrítmicos; b) ocorrência de eventos clínicos e correlações com eventos arrítmicos; c) ocorrência de terapia de choque do CDI e correlações clínico-funcionais; d) preditores clínico-funcionais de prognóstico. MÉTODOS: Foram estudados 26 pacientes com cardiomiopatia hipertrófica e fatores de risco de MSC, submetidos a implante de CDI no período de maio de 2000 a janeiro de 2004 (seguimento médio = 20 meses). Quatorze pacientes (53,8%) eram do sexo feminino e a idade média foi de 42,7 anos. Em 16 pacientes (61,5%), a indicação do CDI foi para prevenção primária de morte súbita cardíaca, e em 10 (38,5%), para prevenção secundária. Vinte pacientes (76,9%) apresentavam síncope prévia ao implante de CDI, metade desses relacionados a fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sustentada; 15 (57,7%) tinham história de morte súbita familiar; 12 pacientes (46,2%), taquicardia ventricular não-sustentada ao Holter de 24 horas; e 5 (19,2%) apresentavam o septo interventricular com espessura maior que 30 mm. RESULTADOS: No seguimento foram registrados no CDI 4 terapias de choque em arritmias potencialmente letais (3 pacientes com taquicardia ventricular sustentada e 1 paciente com fibrilação ventricular). Ocorreu um óbito por provável acidente vascular cerebral tromboembólico. Quatro pacientes tiveram recorrência de síncope sem evento arrítmico registrado pelo CDI. A análise estatística demonstrou significância da precocidade do choque do CDI em pacientes cujo septo interventricular tinha espessura maior que 30 mm. CONCLUSÃO: 1- ocorrência de eventos arrítmicos em 50% dos pacientes: a maioria (62%) foi taquicardia ventricular, sustentada (31%) e não-sustentada (31%); nos outros pacientes ocorreu taquicardia paroxística supraventricular; 2- síncopes recorrentes na minoria dos pacientes (16%), que, entretanto, não se associaram à presença de eventos arrítmicos; 3- presença de septo interventricular superior a 30 mm, ao ecocardiograma, se associou à ocorrência de terapia de choque precoce (p = 0,003); 4- ausência de preditores clínicos ou funcionais.

Year

2006

Creators

Medeiros,Paulo de Tarso Jorge Martinelli Filho,Martino Arteaga,Edmundo Costa,Roberto Siqueira,Sérgio Mady,Charles Piegas,Leopoldo Soares Ramires,José Antonio Franchini