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Cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva: resultados com o uso da videotoracoscopia e do estabilizador de sutura

Objetivo: No sentido de associar os maiores benefícios da operação de revascularização do miocárdio tradicional com a utilização da anastomose da artéria interventricular anterior, com vários dos benefícios da angioplastia, alguns grupos têm começado a realizar a cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva. O objetivo deste trabalho é o relato de nossa experiência inicial com essa abordagem técnica, especialmente com a utilização de videotoracoscopia (VDT) e do estabilizador de sutura (ES). Métodos: Foram operados 73 pacientes, sendo 51 do sexo masculino, com idades variando de 37 a 83 anos, com média de 61,2 anos, portadores de lesão isolada do ramo interventricular anterior acima de 80%. Foi utilizada intubação orotraqueal com sonda de duplo lume. O paciente foi colocado em decúbito lateral direito com 30 graus de rotação. A minitoracotomia anterior, com 8 a 10 cm de extensão, foi realizada no quarto espaço intercostal. Através dessa incisão foram colocados a ótica da videotoracoscopia e os instrumentos cirúrgicos. O pericárdio foi aberto longitudinalmente e reparado para facilitar a exposição do RIA. Não foi utilizada circulação extracorpórea e a freqüência cardíaca foi diminuída no momento da anastomose com o uso de betabloqueador endovenoso. Para a realização da anastomose ATI-RIA, foi utilizado torniquete proximal e distal, além de uso de CO2 para manter o campo operatório livre de sangue. Previamente ao fechamento dos torniquetes, foi feita a administração de 1,5 mg/kg de peso de heparina endovenosa. A anastomose da ATI com o RIA foi realizada com fio de Polipropilene 7-0. O ES, dispositivo metálico acoplado ao afastador foi utilizado na parede anterior do coração, nos últimos 15 casos, para reduzir a movimentação cardíaca, criando condições para uma anastomose mais segura. Resultados: Todos os pacientes apresentaram boa evolução pós-operatória, sem complicações isquêmicas, estando em condições de alta hospitalar entre 2 e 13 dias após reavaliação da operação (média de 4 dias). Cineangiocoronariografia pós-operatória foi realizada em 48 (65,7%) pacientes, sendo que 2 (4,2%) mostraram oclusão na anastomose e 1 (2,1%) oclusão pós anastomose. Os pacientes estão assintomáticos, com seguimento médio de um ano após a cirurgia. No pós-operatório tardio, ocorreram duas mortes: uma devido a pneumonia e a outra a provável tromboembolismo. Conclusões: A cirurgia de revascularização do miocárdio minimamente invasiva mostrou ser uma boa alternativa para determinado grupo de pacientes com insuficiência coronária. Torna possível a operação com melhor estética, menor custo e possibilita uma recuperação mais rápida do que a operação convencional. O uso da VDT e do ES constitui avanço que busca trazer maior apoio técnico ao procedimento.

Year

1997

Creators

JATENE,Fabio B. PÊGO-FERNANDES,Paulo M. ASSAD,Renato S. DALLAN,Luís Alberto HUEB,Wady ARBULU,Hector Edward Van Dyck HAYATA,André Luis Shinji STOLF,Noedir A. G. OLIVEIRA,Sérgio Almeida de JATENE,Adib D.

Revascularização do miocárdio com enxerto livre de artéria radial: experiência inicial

Foram estudados os resultados precoces do uso do enxerto livre de artéria radial (AR) para a revascularização do miocárdio em 20 pacientes operados no período de maio a novembro de 1996. Pertenciam ao sexo masculino 16 (80%) com média de idades de 57,1 anos (35 a 69). Foi utilizada a esternotomia mediana com o auxílio da circulação extracorpórea e a cardioplegia sangüínea intermitente em todos os casos. A AR foi retirada do membro superior não dominante e utilizada como parte aorto-coronária em 100% dos casos. Foi realizado um total de 64 enxertos, com média de 3,2 por pacientes (2 a 5). A AR foi anastomosada ao ramo diagonal 9 (45%) vezes, ao ramo marginal esquerdo da artéria circunflexa 6 (30%), à coronária direita 4 (20%) e ao ramo interventricular anterior 1 (5%). A artéria torácica interna esquerda (ATIE) foi utilizada em 100% dos pacientes, a artéria torácica interna direita (ATID) em 7 (35%), e a veia safena em 13 (65%). O diltiazen oral foi utilizado no período per-operatório para a prevenção do espasmo arterial. Não houve mortalidade hospitalar ou durante o seguimento de até 10 meses. Foi realizado estudo cineangiocoronáriográfico no período pós-operatório imediato em 17 (85%) pacientes, que mostrou fluxo normal na AR em 16 (94,1%). Não houve seqüelas no membro superior do doador. Os resultados observados são semelhantes aos obtidos com a revascularização do miocárdio pelas técnicas usuais no Serviço, sem incremento na morbimortalidade precoce. A normalidade precoce do enxerto de artéria radial mostrou-se comparável ao da artéria torácica interna esquerda, coincidindo com os recentes relatos da técnica.

Year

1997

Creators

PIERACCIANI,Giorgio CORSO,Ricardo Barros MATA,José Alberto Martins da BRITO,José Carlos Raimundo GODINHO,Antônio Gilson Lapa ESTEVES,José Péricles

Dissecção minimamente invasiva da veia safena para obtenção de enxerto venoso na cirurgia de revascularização do miocárdio

São apresentados os resultados iniciais de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio (RM), nos quais os enxertos venosos foram obtidos através de técnica minimamente invasiva. A técnica consiste na dissecção da veia safena através de incisões de 3 a 4 cm, repetidas a intervalos variáveis (de 8 a 14 cm) sobre o trajeto da veia cuja liberação é feita com auxílio de afastadores apropriados, ótica de iluminação e instrumental específico. A técnica permitiu a obtenção de segmentos de veia de 30 a 65 cm (média de 51,6 cm) através de 2 a 4 incisões na pele. O método foi usado com sucesso em 8 pacientes que receberam 25 enxertos venosos, além de enxertos arteriais. A evolução do membro inferior foi bastante em todos os pacientes, possibilitando deambulação precoce, redução da dor, edemas, hematomas e excelente efeito cosmético.

Year

1997

Creators

DIAS,Ricardo Ribeiro JATENE,Fabio B. JATENE,Adib D.

Implante subvalvar do anel da prótese no tratamento cirúrgico dos aneurismas da aorta ascendente

Descreve-se modificação técnica da operação de Bentall e DeBono, para substituição completa da aorta ascendente e valva aórtica. Consiste na passagem de pontos separados em U, sucessivamente, no anel de fixação da prótese e no anel da valva aórtica. A posição subvalvar do anel protético, assim obtida, facilita o reimplante dos óstios coronários, sobretudo quando se encontram pouco deslocados, distalmente, como nos pequenos aneurismas. Além disso, a anastomose proximal tubo-aórtica, resulta mais segura. Quinze pacientes portadores de aneurisma da aorta ascendente foram operados por essa técnica: 14 com próteses separadas e 1 com tubo valvado. Com uma exceção, nos demais foi possível fazer o reimplante direto dos óstios coronários na prótese tubular. Ocorreram 2 óbitos hospitalares não relacionados à técnica. Os outros 13 pacientes foram seguidos por períodos variáveis de 72 dias a 109 meses, não se constatando qualquer disfunção da prótese valvar em avaliações clínicas e ecocardiográficas. Destes, 2 faleceram após 6 e 40 meses, de causa ignorada e dissecção de aneurisma toracoabdominal, respectivamente.

Year

1997

Creators

SADER,Albert Amin CARNEIRO,João José VICENTE,Walter V. A. RODRIGUES,Alfredo José SADER,Soraya Lopes

Videocardioscopia em cirurgia cardíaca pediátrica

Objetivo: Analisar o uso da videocardioscopia nas intervenções cardíacas pediátricas. Métodos: No período de setembro de 1994 a junho de 1996, 8 pacientes portadores de cardiopatias congênitas complexas foram operados utilizando a videocardioscopia como método auxiliar para a correção cirúrgica. A idade variou de 5 a 13 anos (média de 9,9 anos). Resultados: O estudo videocardioscópico intra-operatório permitiu, em todos os casos, uma visibilização ampliada anatômica e dinâmica das estruturas intracardíacas antes e após a correção cirúrgica, possibilitando uma avaliação, ainda em circulação extracorpórea, do resultado final da operação, não havendo nenhuma complicação intra-operatória ou pós-operatória relacionada ao uso da cardioscopia. Conclusão: A videocardioscopia intra-operatória mostrou-se de grande valor para avaliação pré e pós correção de defeitos congênitos complexos.

Year

1997

Creators

BARBERO-MARCIAL,Miguel TANAMATI,Carla JATENE,Marcelo B. ATIK,Edmar ISHIOKA,Shinishi UEDA,Sérgio S. JATENE,Adib D.

Detecção e análise do potencial de ação monofásico do miocárdio em pacientes com miocardiopatia e transplante cardíaco

A técnica do potencial de ação monofásico (MAP) é um método de obtenção de potencial in vivo, por meio de cateteres especiais, muito semelhante ao potencial de ação celular, porém, com a vantagem de não exigir o emprego de microeletrodos transmembrana in vitro na célula miocárdica. Este trabalho apresenta detalhes da construção de um cateter-eletrodo para aquisição de MAP endocárdico in vivo, bem como o desempenho do algorítmo desenvolvido para aquisição e análise automática dos sinais captados. Vários fatores afetam a fase de repolarização miocárdica, sendo pouco visíveis ao eletrocardiograma, porém, podem ser melhor identificados pelo MAP. As miocardiopatias e o transplante são situações que podem modificar o estado morfo-funcional da fibra miocárdica. O algorítmo desenvolvido para análise do MAP baseia-se na discriminação de características morfológicas e temporais dos potenciais. Inicialmente foram estudados 23 pacientes com indicação para realização de biópsia endomiocárdica, sendo que em 8 (34,8%) deles a biópsia foi indicada para complementar a avaliação da miocardiopatia idiopática e em 15 (65,2%) para controle de rejeição após transplante cardíaco ortotópico. Foram constituídos dois grupos de 5 pacientes, um com portadores de miocardiopatia (excluindo-se miocardite em atividade) e outro com transplante (estudados em duas situações distintas, sem e com rejeição em grau 3A ou superior). Com base nos resultados obtidos desta investigação, pode-se concluir que: 1) o cateter-eletrodo ora apresentado confirmou, na investigação clínica, o bom desempenho apresentado em pesquisa experimental para aquisição do MAP; 2) o algorítmo computadorizado mostrou-se adequado e com igual desempenho apresentado em estudo experimental; 3) as interferências que o MAP sofre nos corações com miocardiopatia ou transplantados, sem ou com rejeição, determinam alterações proporcionais de tal forma que conservam a morfologia da onda de repolarização; 4) durante os episódios de rejeição a velocidade de despolarização do miócito dobra ou triplica.

Year

1997

Creators

FIORELLI,Alfredo I. STOLF,Noedir A. G. GAIOTTO,Fábio PINTO,Fernando Campos G. BACAL,Fernando CESTARI,Idágine NUNES,Carlos LEIRNER,Adolfo JATENE,Adib D.

Tratamento cirúrgico da taquicardia ventricular refratária: nova proposta técnica

A miocardiopatia provocada pela doença de Chagas cria, freqüentemente, circuitos elétricos de reentrada, possibilitando o desencadeamento de taquicardia ventricular, geralmente refratária (TVR) às drogas antiarrítmicas. Muitas vezes, este quadro desorganiza eletricamente os ventrículos, provocando a morte do paciente. Nova proposta técnica para tratamento da (TVR) foi empregada em 9 pacientes, portadores da doença de Chagas com esta arritimia, sendo 8 com aneurisma de ponta e 1 da região infero-basal. Na maioria dos casos, o foco da taquicardia encontrava-se fora da borda do aneurisma ou da área de fibrose, geralmente na região basal ou póstero-lateral do ventrículo esquerdo. A idade variou entre 34 e 62 anos, com média de 48. Quatro eram do sexo masculino e 5 do feminino. Todos encontravam-se no grau funcional III e IV e a maioria apresentava episódios freqüentes de síncope, provocados pela taquicardia. Em 2 dos pacientes havia relato de AVC prévio e foi encontrado aneurisma de ponta em 8, aneurisma póstero-basal com extensa fibrose em 1 e trombo intracavitário em 6. Durante o ato cirúrgico foram induzidas as taquicardias clínicas em todos os pacientes. Na região em que o toque do instrumental cirúrgico conseguiu interrompê-las, foram realizadas aplicações de radiofreqüência, através de cateteres de ablação, no centro e nas bordas do foco. Logo após, e no sétimo dia de pós-operatório, nenhuma taquicardia pôde ser induzida com os protocolos de estimulação ventricular programada. A evolução de 13 +/- 7 meses, sem uso de drogas antiarrítmicas, mostra que 8 estão assintomáticos e em classe funcional I e II. Um paciente, com doença pulmonar obstrutiva crônica, faleceu de insuficiência respiratória no pós-operatório tardio (3 meses), sem ter apresentado taquicardia. Em conclusão, esta técnica é facilmente reprodutível, podendo ser realizada com simplicidade, sem necessidade de aparelhagem sofisticada de eletrofisiologia, e apresenta alto grau de sucesso na cura da TVR. Em nossa casuística, até o momento, o índice foi de 100%.

Year

1997

Creators

BRICK,Alexandre Visconti SEIXAS,Tamer Najar PORTILHO,Carlos Ferreira VIEIRA JÚNIOR,José Joaquim MATTOS,Jefferson Volnei de PERES,Ayrton Klier

Utilização de endoprótese auto expansível ("stent") posicionada na aorta torácica do cão

Este trabalho tem como objetivo a análise histológica de segmentos de aorta de cães submetidos ao implante de endopróteses ("stents" recobertos com Dacron). Para este fim, abordamos a aorta abdominal infra-renal por laparotomia paramediana esquerda. Após a heparinização, introduzimos neste segmento de aorta o cateter contendo o "stent" até a aorta torácica, onde procedemos à sua expansão. Todos os cães sobreviveram e foram sacrificados com 30, 60, 90 e 180 dias. A análise histológica demonstrou a perfeita integração da prótese com a parede da aorta e formação de uma neoíntima recobrindo a gaiola metálica. Acreditamos que a utilização dos "stents" deva contribuir para melhorar os resultados da correção cirúrgica das doenças da aorta.

Year

1997

Creators

PAULA,Ivan Antônio Machado de PALMA,José Honório BRANCO,João Nelson R. GOLDENBERG,Saul MARCELINO,Márcia GEISTHOVEL,Nikolaus BUFFOLO,Ênio

Cardioplegia sangüínea normotérmica intermitente anterógrada: estudo experimental em coelhos

Objetivos: Investigar a proteção miocárdica proporcionada pela infusão anterógrada intermitente, durante 60 minutos, de solução cardioplégica sangüínea a 37°C, em corações normais isolados de coelhos. Material e Métodos: Foram estudados 32 coelhos da raça Nova Zelândia, divididos em grupos, Experimental e Controle. O estudo foi realizado em 2 fases: Fase I: Estudo metabólico após isquemia sem reperfusão, Fase II: Estudo metabólico e funcional após reperfusão. A reperfusão foi realizada utilizando-se um sistema de perfusão parabiótica. Determinou-se o glicogênio miocárdico e a respiração mitocondrial no miocárdio ventricular, imediatamente ao final do período de infusão intermitente da solução cardioplégica (Fase I) e após reperfusão sangüínea (Fase II), durante a qual analisou-se, também, a função ventricular esquerda (dP/dtmax). Resultados: Detectou-se queda significativa nos níveis de glicogênio miocárdico de 58% em relação ao controle, ao final do período de infusão (Fase I). Na fase com reperfusão (Fase II), as diferenças no glicogênio miocárdico entre o grupo experimental e seu controle não foram significativas. A análise da respiração mitocondrial não mostrou diferenças significativas entre os grupos experimentais e seus controles, quer seja nas fases com ou sem reperfusão. Os valores da dP/dtmax, na Fase II foram de 903,39 ± 113,46 mmHg/s e 1.043 ± 256,94 mmHg/s, para o grupo experimental e controle, respectivamente. A diferença entre os valores não foi significativa. Conclusões: A infusão anterógrada intermitente a cada 20 minutos, durante 60 minutos, de solução cardioplégica sangüínea a 37°C, mostrou-se um método eficaz de proteção miocárdica em corações normais de coelhos.

Year

1997

Creators

RODRIGUES,Alfredo José SADER,Albert Amin VICENTE,Walter V. A. BASSETTO,Solange

Contratura isquêmica do miocárdio: estudo experimental em ratos

A contratura isquêmica do miocárdio (CIM) tem sido muito utilizada na investigação da fisiopatologia da isquemia global do coração. Este trabalho descreve um modelo experimental adequado ao estudo da CIM, em ratos. Foram empregados 8 animais da raça Wistar, anestesiados com éter sulfúrico. O coração, removido rapidamente por toracotomia, foi imerso em solução de NaCl 0,9% a 37°C. Por meio de um cateter-balão de látex introduzido na cavidade ventricular esquerda, insuflado sob pressão de 20 mmHg e conectado a um eletrofisiógrafo, registrou-se o início da CIM (TCI) e sua intensidade (IC). A dP/dT do fenômeno foi calculada. Definiu-se uma elevação de 5 mmHg na linha de base do traçado como indicativa do início da contratura. O ponto de inflexão da curva representou a intensidade da contratura (IC). A dP/dT foi calculada. Os resultados (média ± desvio padrão) obtidos foram semelhantes aos da literatura: TCI (min) = 15,5 ± 0,59; IC (mmHg) = 62,0 ± 5,81; dP/dT (mmHg/min) = 14,2 ± 3,05.

Year

1997

Creators

VELUDO,Eduardo Tiveron ARANHA,Alexandre Luiz PACCHIONI,Alexandre OLIVEIRA,Gustavo Ribeiro de SADER,Albert Amin VICENTE,Yvone Avalloni de Moraes V. A. VICENTE,Walter V. A.

Tratamento cirúrgico da artéria coronária direita intra-atrial

A localização intracavitária da artéria coronária é rara. Segundo Ochsner & Mills (1), ela ocorreu com a artéria coronária direita em 0,9% e com o ramo interventricular em 0,2%. A localização da lesão e as condições patológicas relacionadas ao comprimento e diâmetro da coronária podem auxiliar na exposição da coronária intracavitária para uma revascularização apropriada. Freqüentemente os cirurgiões não estão habituados com a posição intracavitária e, durante a dissecção, podem abrir uma câmara cardíaca onde o vaso penetra. Os problemas que podem advir dai são a entrada de ar para a cavidade, a dificuldade na exposição do vaso, o sangramento e a obstrução da artéria durante o fechamento da miotomia. São relatados os casos de 3 pacientes que necessitaram de revascularização cirúrgica do miocárdio e que apresentavam a artéria coronária direita intracavitária. A localização e o comprimento da porção intracavitária da artéria auxiliam no manejo intra-operatório. A técnica utilizada para o fechamento da cavidade variou entre a anastomose na posição intracavitária com o fechamento da miotomia ao redor do enxerto (Figura 1), a liberação da artéria coronária para uma posição superficial (Figura 2), seguida da anastomose e fechamento da cavidade com sutura simples, feita subepicárdica.

Year

1997

Creators

IGLÉZIAS,José Carlos R. DALLAN,Luís Alberto OLIVEIRA JÚNIOR,J. L. LOURENÇÃO JÚNIOR,Artur STOLF,Noedir A. G. OLIVEIRA,Sérgio Almeida de VERGINELLI,Geraldo JATENE,Adib D.

Fístula arteriovenosa coronário- pulmonar: tratamento cirúrgico

Fístulas arteriovenosas coronárias pertencem a um grupo de lesões cardíacas de difícil diagnóstico, por não apresentarem sintomas; quando suspeitadas de ocasionar o quadro clínico de um paciente, ou descobertas em exame de rotina, devem ser pesquisadas para o tratamento adequado. É relatado o caso de homem de 65 anos de idade, com história de precordialgia súbita, evoluindo para IAM de parede inferior, cuja investigação revelou a presença de fístulas de artérias coronárias direita e esquerda para tronco pulmonar. Após tratamento clínico seguido da operação, demonstrou resultados satisfatórios.

Year

1997

Creators

CÉSAR,Cláudio Albernaz ARAKAKI,Nilo BARBOSA,Carlos Idelmar C. FERREIRA JÚNIOR,Wilson COUTO,Gustavo José Ventura JAZBIK NETO,João

Monitorização de transplante cardíaco usando análises do eletrograma intracavitário

Uma série de registros do eletrograma intracavitário tem sido utilizada para monitorização não invasiva da rejeição em pacientes transplantados usando um marcapasso de dupla câmara e eletrodos endocavitários revestidos com estrutura fractal. Os sinais têm sido avaliados usando o sistema CHARM (Computerized Heart Acute Rejection Monitoring _ sistema computadorizado para monitorização da rejeição cardíaca aguda). Os relatórios obtidos com este sistema contêm curvas com parâmetros sensíveis à rejeição, que demonstram uma boa correlação com a clínica e os resultados das biópsias convencionais. A monitorização a longo prazo, usando estas análises, mostrou ser uma ferramenta valiosa no acompanhamento destes pacientes.

Year

1997

Creators

BROFMAN,Paulo Roberto S. COSTA,Iseu Affonso da LOURES,Danton R. da Rocha SCHREIER,G. KASTNER,P. HUTTEN,H. SCHALDACH,Max

Resultados imediatos e tardios da correção cirúrgica da dissecção aguda da aorta (tipo A)

Realizamos uma análise retrospectiva do tratamento cirúrgico da dissecção aguda da aorta do tipo A no período compreendido entre janeiro de 1986 a dezembro de 1996. Foram tratados 64 pacientes com idade média de 52,6 ± 10,9 anos, sendo a maioria do sexo masculino (64,1%). Em 17 casos (26,6%) havia rotura intrapericárdica da dissecção; a fenda de origem da dissecção encontrava-se na aorta ascendente em 58 pacientes (90,6%) e no arco aórtico nos demais (9,4%). O tratamento básico compreendeu a ressecção da aorta ascendente com substituição por prótese de pericárdio bovino, embora outras técnicas tenham sido empregadas em um pequeno número de pacientes, no início de nossa experiência. A hipotermia profunda com parada cardiocirculatória foi usada em 32,8% dos pacientes, de forma crescente nos últimos anos. A valva aórtica do paciente foi preservada em 76,5% das vezes. A mortalidade global foi de 28,1% (18 pacientes), porém significativamente menor nos últimos 4 anos (17,8%). Na evolução tardia houve 4 óbitos, sendo 2 de causa indeterminada e os outros 2 por AVC e embolia pulmonar, respectivamente. Reoperações foram necessárias em 7 pacientes, sem mortalidade, sendo a causa principal da reoperação a progressão da insuficiência aórtica. Nesse período de observação não houve falência estrutural das biopróteses nem dos enxertos de pericárdio bovino. Esta experiência nos reforça uma tática mais radical no tratamento das dissecções agudas do tipo A, com maior liberdade na substituição da valva aórtica e na utilização da hipotermia profunda em quase todos os pacientes.

Year

1997

Creators

GONTIJO FILHO,Bayard COLLUCI,Flávio Coelho FANTINI,Fernando Antônio VRANDECIC,Mário O.

Resultados a longo prazo da reconstrução da via de saída do ventrículo direito com monocúspide porcina

O benefício hemodinâmico e funcionamento tardio das monocúspides implantada na via de saída do ventrículo direito são pontos que continuam controversos na literatura. Com o objetivo de se estudar o comportamento tardio de uma monocúspide porcina montada em remendo de pericárdio bovino, 45 pacientes selecionados, portadores de diversos tipos de cardiopatia congênita operados entre junho de 1989 e abril de 1996, foram acompanhados até dezembro de 1996. A idade variou de 2 semanas a 18 anos (média 4,8 ± 4,7 anos). Ocorreram 5 óbitos hospitalares, diretamente relacionados à condição clínica pré-operatória e à complexidade da doença. Com 3 pacientes não tendo sido encontrados para acompanhamento, 37 foram seguidos por um período que variou de 6 a 90 meses (média 4,8 ± 19,0 meses). Não houve mortalidade tardia. Dois pacientes foram reoperados, sendo o primeiro após 24 meses devido a insuficiência pulmonar grave em criança portadora de síndrome da valva pulmonar ausente e o segundo após 23 meses devido a estenose pulmonar infundibular residual. À reoperação, os enxertos mostravam-se bem conservados e sem sinais de calcificação, o que foi confirmado pelos estudos histológicos das peças retiradas. O segundo paciente recebeu uma nova monocúspide. Os demais 35 pacientes encontram-se assintomáticos. Trinta e seis pacientes têm sido avaliados periodicamente, através de ecocardiogramas seriados. A monocúspide permanece móvel e funcionante em todos os casos, sem sinais de calcificação, estenose ou dilatação. O gradiente sistólico médio de pico através da via de saída do ventrículo direito tem sido de 19,0 ± 5,8 mmHg. Regurgitação pulmonar está ausente em (33%) 12 pacientes, é leve em 15 (42%) e moderada em 9 (25%). Em conclusão, a monocúspide porcina apresenta excelente desempenho hemodinâmico a longo prazo, sem evidências de estenose tardia. Apresenta-se funcional e sincrônica com o ciclo cardíaco até 7 anos após o implante.

Year

1997

Creators

Fantini,Fernando Antônio Gontijo Filho,Bayard Martins,Cristiane Lopes,Roberto Max Silva,João Alfredo Paula Horta,Maria da Glória Castro,Marcelo Frederigue de Drumond,Leonardo Ferber Ferrufino,Arturo Vrandecic,Mário O.

Fatores prognósticos na revascularização do miocárdio em pacientes idosos

O receio em nosso meio, em se retardar, erroneamente, a revascularização do miocárdio (RM) em pacientes idosos determinou a realização deste estudo. Um total de 361 pacientes foram, consecutivamente, submetidos a RM entre 1992 e 1995, no InCór, dos quais 30,7% eram mulheres, 69,3% homens; 36,7% encontravam-se em classe funcional III/IV. Foi realizada análise univariada com 19 fatores perioperatórios e, a seguir, multivariada (regressão logística) com as variáveis que mostraram associação significativa (p < 0,005). Os fatores prognósticos da morbidade operatória foram: diabete melito, ICC, angina instável. Os pós-operatórios foram: acidente vascular cerebral, insuficiência renal, infecção e suporte respiratório prolongado. Concluímos que a revascularização do miocárdio pode ser realizada em pacientes com idade avançada, acompanhada de excelentes resultados (baixa mortalidade operatória) especialmente pacientes em classe funcional de ICC não muito avançada, propiciando melhora significativa da qualidade de vida.

Year

1997

Creators

IGLÉZIAS,José Carlos R. OLIVEIRA JÚNIOR,José de Lima FELS,Klaus Werner DALLAN,Luís Alberto STOLF,Noedir A. G. OLIVEIRA,Sérgio Almeida de VERGINELLI,Geraldo JATENE,Adib D.

Miniesternotomia: um acesso seguro para a cirurgia cardíaca

Atualmente, na constante busca de minimizar o tempo de intemação hospitalar e melhorar a recuperação no pós-operatório, várias altemativas cirúrgicas têm sido aventadas. Iniciamos o uso da estemotomia parcial como acesso para diversos tipos de operações cardíacas. O presente trabalho tem como objetivo apresentar a evolução hospitalar dos pacientes operados através desta técnica. No período de novembro de 1996 a março de 1997, estudamos 51 pacientes operados através da esternotomia parcial. A idade média foi de 46,8 anos, sendo 26 pacientes do sexo feminino. Os procedimentos mais realizados foram o tratamento cirúrgico valvar e as revascularizações miocárdicas. O acesso utilizado para os pacientes com lesões valvares foi a esternotomia parcial em "T" invertido no segmento superior do esterno; para outras lesões, uma esternotomia em "T" no segmento inferior e, pela dificuldade técnica imposta nas re-operações e nos procedimentos múltiplos, utilizou-se uma terceira variação, que foi a esternotomia parcial em "H" deitado, estendendo-se no corpo esternal do primeiro ao quarto espaço intercostal. O comprimento médio da incisão de pele foi de 9,9 cm. Foram realizadas 19 incisões em "T", 17 em "T" invertido e 15 em "H" deitado. O tempo médio de ventilação mecânica foi de 2,8 horas, de permanência na UTI de 31,5 horas e de internação hospitalar de 5,9 dias. Não houve complicação diretamente relacionada com o acesso e em apenas 1 caso foi necessária a conversão para a esternotomia total. Analisando a evolução destes 51 pacientes, pudemos concluir que a esternotomia parcial é um acesso seguro para o tratamento cirúrgico de diversas cardiopatias, isoladas, associadas ou re-operações. Traz um resultado estético favorável e facilita a recuperação no pós- operatório, devendo fazer parte do repertório de todo o cirurgião cardiovascular.

Year

1997

Creators

MULINARI,Leonardo Andrade Tyszka,André Luiz COSTA,Francisco Diniz Affonso da CARVALHO,Roberto Gomes de SILVA Jr,Arlindo Zacarias GIUBLIN,Roberto MULASKI,José Carlos COSTA,Iseu Affonso da LOURES,Danton R. da Rocha

Cardioplegia sangüínea normotérmica intermitente anterógrada: II. Com e sem aminoácidos: estudo comparativo em coelhos

0bjetivos: Investigar se a adição de aspartato e glutamato à solução cardioplégica sangüínea normotérmica, infundida de forma intermitente, acrescentaria benefício a esta técnica de proteção miocárdica. Material e Métodos: Estudaram-se 32 coelhos da raça Nova Zelândia, divididos em grupos Experimental e Controle. O estudo constou de 2 fases: Fase I: Estudo metabólico após isquemia sem reperfusão, Fase II: Estudo metabólico e funcional após reperfusão. A reperfusão foi realizada utilizando-se um sistema de perfusão parabiótica. Determinou-se o glicogênio miocárdico e a respiração mitocondrial no miocárdio ventricular, imediatamente ao final do período de infusão intermitente das soluções cardioplégicas (Fase I) e após reperfusão (Fase II), durante a qual analisou-se, também, a função ventricular esquerda (dP/dtmax). Resultados: Detectou-se queda significativa nos níveis de glicogênio miocárdico, de 53% e 58%, nos grupos com e sem aminoácidos, respectivamente, na fase sem reperfusão. Após reperfusão, não houve diferenças significativas nos níveis de glicogênio miocárdico entre os grupos experimentais e entre estes e seus respectivos controles. A análise da respiração mitocondrial não mostrou diferença significativa entre os grupos experimentais, nem entre cada grupo experimental e seu controle, quer seja com ou sem reperfusão. Quanto à função ventricular, os resultados da dP/dtmax não mostraram diferença significativa em relação aos controles, nem entre os grupos experimentais. Conclusões: A adição de aspartato e glutamato à solução cardioplégica sangüínea a 37°C, infundida anterogradamente e de forma intermitente, não acrescentou benefícios a este método de proteção miocárdica em corações normais de coelhos.

Year

1997

Creators

Rodrigues,Alfredo José Sader,Albert Amin Vicente,Valter Villela de Andrade Bassetto,Solange

Fatores de risco em operações valvares: análise de 412 casos

O tratamento cirúrgico das valvopatias é muito freqüente e sua mortalidade ainda não se aproxima de zero. Neste estudo, procuramos identificar diversos fatores que poderiam aumentar o risco cirúrgico nestes procedimentos. Para isso, foram analisadas, retrospectivamente, 412 operações valvares realizadas no período de janeiro de 1994 a dezembro de 1995. A média de idade dos pacientes foi de 48,3 anos, com predomínio do sexo feminino (59,3%). Consistiam em reoperação 154 (37,4%) casos e 24 (5,8%) pacientes necessitaram revascularização miocárdica (RM) associada. As valvas acometidas foram: mitral isolada (55,1%), aórtica isolada (27,2%), mitral e aórtica (11,4%), mitral e tricúspide (4,4%), tricúspide (0,7%), mitral aórtica e tricúspide (1,2%). A mortalidade hospitalar geral foi de 8,3%. Apresentaram-se como fatores de risco, relacionados à maior mortalidade, os seguintes: idade superior a 60 anos, presença de fibrilação atrial (FA) no pré-operatório, necessidade de troca valvar (impossibilidade de preservação), classe funcional IV da NYHA no pré-operatório, redução da função ventricular (FE menor que 0,50), tempo de anôxia miocárdica superior a 75 minutos e tempo de circulação extracorpórea (CEC) superior a 120 minutos. Pacientes submetidos a reoperação valvar e aqueles com RM associada apresentaram mortalidade mais elevada (11,7% e 20,8%, respectivamente), mas sem significância estatística. Por outro lado, a valva acometida, sexo, tipo de prótese utilizada nas trocas valvares (biológica ou metálica), número de operações valvares realizadas previamente (nas reoperações), intervalo de tempo entre a última operação e a atual (nas reoperações), e também nas reoperações o fato de ter sido submetido à troca valvar ou cirurgia conservadora previamente não alteram a mortalidade. Indicação cirúrgica precisa e no momento adequado, controle de arritmias pré-operatórias, novos medicamentos para controle da ICC e melhora da função ventricular, aprimoramento e surgimento de novas técnicas para preservação valvar, e novos mecanismos para suporte hemodinâmico pré, per e pós-operatório são medidas que podem reduzir ainda mais a mortalidade.

Year

1997

Creators

BUENO,Ronaldo Machado ÁVILA NETO,Vicente MELO,Ricardo F. A.

Biopróteses de pericárdio bovino Fisics-Incor: 15 anos

No período de março de 1982 a dezembro de 1995 foram implantadas biopróteses de pericárdio bovino Fisics-Incor em 2259 pacientes. A média de idade foi de 47,2 ± 17,5 anos e 55% eram do sexo masculino. A principal etiologia das lesões foi a febre reumática em 1031 (45,7%) pacientes. Foram realizadas 1073 substituições da valva aórtica, 1085 mitral, 195 mitro-aórtica, 27 tricúspide e 16 substituições combinadas. Cirurgias associadas foram realizadas em 788 (32,9%) pacientes, predominando a plástica da valva tricúspide (9,2%) e a revascularização do miocárdio (7,7%). A mortalidade hospitalar global foi de 194 (8,6%) pacientes, 8,6% na substituição mitral isolada, 4,7% na aórtica e 12,8% na mitro-aórtica. As taxas linearizadas para os eventos calcificação, tromboembolismo, rotura, escape e endocardite são, respectivamente: 1,1%; 0,2%; 0,9%; 0,1% e 0,5% pacientes/ano. A curva actuarial de sobrevida é de 56,7% ± 5,4% em 15 anos. Livre de endocardite foi de 91,9% ± 2%, livre de tromboembolismo de 95 ± 1,7%, livre de rotura de 43,7 ± 19,8%, livre de escape 98,9 ± 4,5% e livre de calcificação de 48,8 ± 7,9% em 15 anos. No pós-operatório tardio 1614 (80,6%) pacientes encontram-se em classe funcional I (NYHA). Podemos concluir que os pacientes submetidos a implante de biopróteses de pericárdio bovino apresentaram evolução satisfatória.

Year

1997

Creators

POMERANTZEFF,Pablo M. A. BRANDÃO,Carlos M. A. CAUDURO,Paulo PUIG,Luiz Boro GRINBERG,Max TARASOUTCHI,Flávio CARDOSO,Luís F. LERNER,Adolfo STOLF,Noedir A. G. VERGINELLI,Geraldo JATENE,Adib D.