RCAAP Repository

Proteína C-reativa: marcador inflamatório com valor prognóstico em pacientes com insuficiência cardíaca descompensada

FUNDAMENTO: A inflamação vem sendo implicada na fisiopatologia de uma série de doenças cardiovasculares. A proteína C-reativa (PCR) titulada é um marcador de inflamação de fácil obtenção na sala de emergência. OBJETIVO: Estudar o valor prognóstico da PCR em pacientes admitidos por insuficiência cardíaca (IC) descompensada. MÉTODOS: Coorte prospectiva de 119 pacientes com IC descompensada, atendidos na sala de emergência, com média de idade de 74 ± 11 anos, dos quais 76 (64%) eram do sexo masculino. Todos estavam em classe funcional III ou IV da New York Heart Association. A dosagem da PCR foi realizada por ocasião da admissão na sala de emergência, pelo método de nefelometria. Os pacientes foram acompanhados, após a alta hospitalar, por um tempo médio de 12 ± 9,7 meses e o desfecho analisado foi a mortalidade cardiovascular. RESULTADOS: Houve 44 (36,9%) óbitos, todos por causa cardiovascular. Indivíduos com PCR > 3 mg/dl apresentaram maior mortalidade que indivíduos com valores inferiores a esse (p=0,018). A análise multivariada pelo modelo proporcional de Cox destacou como fator independente para prognóstico mais importante a PCR (razão de chances de 0,0916 [intervalo de confiança de 95% = 0,0341 a 0,1490] para aumentos de uma unidade na PCR). CONCLUSÃO: A PCR é um preditor independente de mortalidade cardiovascular em pacientes com IC descompensada, indicando que a inflamação representa componente importante na fisiopatologia da doença.

Year

2007

Creators

Villacorta,Humberto Masetto,Antonio Claudio Mesquita,Evandro Tinoco

Metabolismo miocárdico após cardioplegia sangüínea hipotérmica retrógrada contínua

CASUÍSTICA E MÉTODOS: Realizamos uma análise metabólica da cardioplegia sangüínea hipotérmica retrógrada contínua em um estudo prospectivo de 15 pacientes consecutivos encaminhados para operação eletiva de revascularização miocárdica. Os critérios de inclusão foram doença coronária bi ou triarterial e função ventricular preservada (FE > 40%). Os critérios de exclusão foram angina instável, diabéticos insulino-dependentes e operações associadas. Três pacientes foram excluídos do trabalho (operação associada e deslocamento do cateter de cardioplegia retrógrada). Amostras de sangue arterial e do seio coronário foram simultaneamente colhidas: antes do início da CEC, na abertura da aorta e com 10, 30 e 60 minutos de reperfusão, para análise do conteúdo de oxigênio e da concentração de lactato. Quatro biópsias miocárdicas foram obtidas do ápice do ventrículo esquerdo: (1) após instalação da CEC (mas antes do pinçamento aórtico), (2) imediatamente após o término da indução cardioplégica, (3) antes do despinçamento aórtico e (4) com 30 minutos de reperfusão, para análise dos níveis de ATP, ADP, AMP e lactato no miocárdio. A isoenzima CK-MB foi analisada no sangue venoso. RESULTADOS: Não houve mortalidade no grupo. Houve uma diminuição da extração artério-venosa do lactato e do oxigênio pelo coração durante a reperfusão, somente havendo uma recuperação parcial ao final de 60 minutos de reperfusão. O ATP e os outros nucleotídeos tiveram os seus níveis mantidos no miocárdio durante o pinçamento aórtico, mas estes caíram nos primeiros 30 minutos de reperfusão. O lactato acumulou-se no músculo cardíaco durante o pinçamento aórtico e diminuiu durante a reperfusão. Houve um aumento da enzima CK-MB, principalmente entre a terceira e sexta horas de pós-operatório. CONCLUSÕES: Do ponto de vista metabólico, o método não evitou o metabolismo anaeróbico durante o período de pinçamento aórtico e que somente com 60 minutos de reperfusão houve uma recuperação metabólica parcial. Essas alterações são, provavelmente, o reflexo da injúria isquêmica celular ocorrida durante o pinçamento aórtico e são de efeito transitório.

Year

2000

Creators

SOBROSA,Claudio G. JANSSON,Eva KAIJSER,Lennart BOMFIM,Vollmer

Avaliação clínica e laboratorial hepática em indivíduos com insuficiência cardíaca congestiva

OBJETIVOS: Verificar o perfil de alterações clínicas e, principalmente, laboratoriais hepáticas observadas em pacientes de cada uma das classes de insuficiência cardíaca. MÉTODOS: Por meio de um estudo seccional, foram pesquisados os dados clínicos e laboratoriais (alanina aminotransferase [ALT], aspartato aminotransferase [AST], fosfatase alcalina [FA], gama-glutamil transpeptidase [gama-GT], bilirrubinas e coagulograma) de 50 pacientes internados em 2002 em um hospital terciário com diagnóstico de insuficiência cardíaca. Os doentes foram separados de acordo com sua classe de insuficiência cardíaca e seus dados, comparados estatisticamente. Foram excluídos pacientes com hepatopatia de qualquer etiologia. RESULTADOS: A análise das médias de transaminases revelou aumento significativo apenas nos pacientes da classe IV. Por outro lado, a FA e a gama-GT apresentaram aumento progressivo de acordo com a classe de insuficiência cardíaca. CONCLUSÃO: A insuficiência cardíaca é caracterizada por perfil colestático progressivo de alterações laboratoriais, enquanto as transaminases se elevam apenas na insuficiência cardíaca mais avançada. O entendimento dessas alterações é fundamental para que se evite investigação hepática desnecessária em indivíduos com insuficiência cardíaca.

Year

2007

Creators

Vasconcelos,Luiz Antônio Brito Arruda Almeida,Eros Antônio de Bachur,Luiz Felipe

Substituição valvar com próteses mecânicas de duplo folheto

OBJETIVO: O objetivo deste estudo é analisar a experiência do Instituto do Coração com a utilização de próteses mecânicas de duplo folheto. CASUÍSTICA E MÉTODOS: No período compreendido entre junho de 1989 e agosto de 1998, foram implantadas 323 próteses mecânicas de duplo folheto em 300 pacientes. A idade média foi de 38,7 ± 18,4 anos. Cento e noventa e um (63,7%) pacientes eram do sexo masculino. A etiologia foi reumática em 161 (53,7%) pacientes. Foram realizadas 186 substituições da valva aórtica, 89 da valva mitral, 2 da valva tricúspide, 22 substituições mitro-aórticas e 1 mitro-tricuspídea. Quanto à classe funcional (CF), 73 (24,3%) pacientes se encontravam em CF IV, 165 (55,4%) em CF III e 61 (20,3%) em CF II. RESULTADOS: A mortalidade hospitalar foi de 9% (27 pacientes), sendo de 13,5% no grupo mitral, 7,5% no grupo aórtico e 4,5% no mitro-aórtico. As taxas linearizadas dos eventos no pós-operatório tardio são: 0,2% pacientes/ano (pac./ano) para endocardite, 0,3% pac./ano para escape paravalvar, 0,2% pac./ano para hemorragia relacionada à anticoagulação e 1,0% pac./ano para tromboembolismo. No pós-operatório tardio 213 (91%) pacientes encontram-se em classe funcional I ,16 (6,8%) em CF II e 4 (1,7%) em CF III e 1 (0,5%) em CF IV. A sobrevida actuarial em 9 anos foi de 68,1 ± 15,5% para a posição mitral e 67,5 ± 10,8% para a aórtica. CONCLUSÃO: Concluímos que os resultados com a utilização das próteses mecânicas de duplo folheto são satisfatórios.

Year

2000

Creators

BRANDÃO,Carlos Manuel de Almeida POMERANTZEFF,Pablo M. A. CUNHA,Cláudio Ribeiro da MORALES,Juan Ignácio Espinoza PUIG,Luiz Boro GRINBERG,Max CARDOSO,Luís Francisco TARASOUTCHI,Flávio STOLF,Noedir A. G.

Sincronia ventricular em portadores de miocardiopatia dilatada e indivíduos normais: avaliação através da ventriculografia radioisotópica

OBJETIVO: Estabelecer parâmetros de sincronia intra- e interventricular em indivíduos normais e compará-los aos de pacientes com miocardiopatia dilatada com e sem distúrbios de condução ao eletrocardiograma (ECG). MÉTODOS: Três grupos de pacientes foram incluídos no estudo: 18 indivíduos (G1) sem cardiopatia e com ECG normal (52+/-12 anos, 29% masculinos); 50 portadores de miocardiopatia dilatada e disfunção ventricular esquerda grave, sendo 20 pacientes (G2) com QRS < 120 ms (51+/-10 anos, 75% masculinos) e 30 pacientes (G3) com QRS > 120 ms (57+/-12 anos, 60% masculinos). Todos foram submetidos à ventriculografia radioisotópica (VR). Para avaliar dissincronia intraventricular esquerda foi estudada a largura do histograma de fase e para avaliar dissincronia interventricular foi medida a diferença da média do ângulo de fase entre o ventrículo direito e o esquerdo (DifDE). RESULTADOS: As frações de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE)s foram: 62±6% (G1), 27±6% (G2) e 22±7% (G3) e do VD foram: 46 ± 4% (G1), 38±9%(G2) e 37±9% (G3). A avaliação da largura do histograma de fase foi de: 89±18 ms (G1), 203±54 ms (G2) e 312±130 ms (G3), p<0,0001. A medida da difVDVE foi de: 14±11 ms (G1), 39±40 ms (G2) e 87±49 ms (G3); quando se compararam G1 x G2 e G1 x G3, p<0,0001 e G2 x G3, p=0,0007. CONCLUSÃO: Os parâmetros analisados discriminam os três grupos de pacientes de acordo com o grau de sincronia ventricular. Pacientes com miocardiopatia dilatada e sem bloqueio de ramo ao ECG (QRS < 120 ms) podem apresentar dissincronia, porém em menor grau que os pacientes com QRS alargado.

Year

2007

Creators

Brandão,Simone Cristina S. Giorgi,Maria Clementina P. Miche,Rodrigo T. de Nishioka,Silvana D'Orio Lopes,Rafael Willain Izaki,Marisa Soares Junior,José Martinelli Filho,Martino Meneghetti,José Cláudio

Fechamento de canal arterial por minitoracotomia: técnica e resultados

CASUÍSTICA E MÉTODOS: No período de novembro de 1996 a dezembro de 1997, 15 crianças portadoras de canal arterial (CA), sendo 12 do sexo feminino, com idade média de 2,7 anos, peso médio de 13,9 kg foram submetidas a fechamento do CA por minitoracotomia. O ecodopplercardiograma confirmou o diagnóstico em todos o casos e mostrou o diâmetro do CA entre 2 mm e 10 mm, com média de 4,06 mm. A indicação cirúrgica foi eletiva em todos os casos. A operação consistiu de minitoracotomia esquerda no 4º espaço intercostal de 2,5 cm a 3,0 cm, seguida de dissecção do CA e clipagem do mesmo com 2 clips metálicos. Não foi utilizada drenagem pleural em nenhum dos casos. RESULTADOS: Todos os pacientes receberam alta em média no 4º dia de pós-operatório, sem nenhum escape pelo CA ao ecodopplercardiograma. CONCLUSÃO: O fechamento de CA por minitoracotomia é uma alternativa de tratamento que reduz o período de internação, bom efeito cosmético e baixo índice de complicações.

Year

2000

Creators

SALERNO,Pedro R. JATENE,Marcelo B. SANTOS,Magaly A. PONCE,Freddy BOSÍSIO,Ieda B. Jatene FONTES,Valmir F. SOUZA,Luiz Carlos Bento de JATENE,Adib D.

Prognóstico em médio prazo da cintilografia de perfusão miocárdica de estresse na unidade de dor torácica

OBJETIVO: Determinar o valor prognóstico da cintilografia de perfusão miocárdica (CPM) de estresse quando aplicada aos pacientes com suspeita de síndrome coronariana aguda (SCA). MÉTODOS: Estudo retrospectivo, onde pacientes internados na unidade de dor torácica (UDT), de dezembro de 2002 a abril de 2004, com suspeita de SCA, depois de afastado infarto agudo do miocárdio (IAM) ou de angina instável de alto risco, realizaram CPM sob estresse. RESULTADOS: Selecionados 301 pacientes, idade média 65,3±12,5 anos e 164 (54,5%) homens. O exame foi iniciado em média 13±12 horas após a internação. Encontrou-se isquemia miocárdica (ISQ) em 142 pacientes (47,2%). O sexo masculino (n=94, p=<0,0001), história de diabete melito (n=31, p=0,033), IAM (n=52, p=<0,0001), de revascularização miocárdica cirúrgica (n=46, p=<0,0001) e de angioplastia coronariana transluminal percutânea (n=68, p=<0,0001) apresentaram correlação com a presença de ISQ (n=73, p<0,001). O seguimento foi de 697,7±326,6 dias. Nenhuma variável cintilográfica se correlacionou com a ocorrência de desfecho primário (óbito ou IAM). A presença de cintilografia alterada (n=76, p<0,0001), de ISQ (n=73, p<0,0001) e a fração de ejeção após estresse abaixo de 45% (n=21, p=0,006) se correlacionaram com ocorrência de desfecho secundário (todos os eventos). A presença de ISQ foi a variável de maior peso pela análise multivariada para predizer desfecho secundário (Risco Relativo = 6,5; IC 95% = 1,61 a 26,83; p=0,009). CONCLUSÃO: A presença de ISQ foi o fator independente de maior peso para predizer eventos adversos em pacientes internados na UDT.

Year

2007

Creators

Azevedo,Jader Cunha de Félix,Renata Christian Martins Corrêa,Patrícia Lavatori Barbirato,Gustavo Borges Dohmann,Hans Fernando da Rocha Silva,Paulo Roberto Dutra da Mesquita,Evandro Tinoco Mesquita,Cláudio Tinoco

Cardioplegia sangüínea anterógrada intermitente normotérmica e hipotérmica: estudo comparativo em corações agudamente isquêmicos de coelhos

OBJETIVO: Comparar, em corações agudamente isquêmicos de coelhos, estudados in vitro, o efeito bioquímico e inotrópico da infusão anterógrada intermitente de solução cardioplégica sangüínea hipercalêmica normo ou hipotérmica. MATERIAL E MÉTODOS: Foram analisadas as concentrações de glicogênio, lactato e a respiração mitocondrial e a Dp/dt max do ventrículo esquerdo. As cardioplegias foram infundidas a cada 20 minutos, durante 60 minutos. O estudo compreendeu as Fase I e II, cada uma envolvendo 4 grupos: Controle, sem isquemia prévia; Isquemia, submetido a estudo bioquímico após 20 minutos de isquemia normotérmica; Normotermia (cardioplegia a 37° C) e Hipotermia (cardioplegia a 17° C). Na Fase I, sem reperfusão, procedeu-se apenas o estudo bioquímico. Na Fase II, com reperfusão, fez-se o estudo funcional (dP/dt) e o metabólico ao final de reperfusão. RESULTADOS: Ao final de 20 minutos de isquemia normotérmica houve queda significativa dos níveis de glicogênio, do consumo de O2 durante o estado 3 da respiração mitocondrial, da razão do controle respiratório (RCR) e elevação nos níveis de lactato, em relação ao controle. A infusão de cardioplegia hipotérmica elevou os níveis de glicogênio e restabeleceu os parâmetros da respiração mitocondrial, mas não alterou o lactato. A cardioplegia normotérmica não alterou os níveis de glicogênio e lactato, obtidos após a isquemia aguda, mas provocou queda maior no consumo de O2 e na RCR. Na Fase II, os valores bioquímicos retornaram a valores semelhantes aos do Controle, com ambas as cardioplegias. A dP/dt max do VE não foi significativamente diferente entre os grupos Normo e Hipotermia. CONCLUSÃO: Ambas as soluções cardioplégicas resultaram em alterações bioquímicas similares ao final da reperfusão e foram igualmente eficazes em preservar a função do VE de coração de coelhos submetidos a período prévio de 20 minutos de isquemia global, em normotermia.

Year

2000

Creators

RODRIGUES,Alfredo José VICENTE,Walter Villela Andrade CARNEIRO,João José BASSETTO,Solange

Insuficiência tricúspide pós trauma associada a agnesia de músculo papilar anterior

Relatamos o caso de paciente do sexo masculino com 36 anos de idade com sinais e sintomas de insuficiência cardíaca direita. A história revelou trauma torácico há aproximadamente cinco anos. Submetido a operação para tratamento de insuficiência tricúspide, notou-se ausência do músculo papilar anterior da valva tricúspide, fenda na cúspide anterior e dilatação do anel tricuspídeo. Foi realizada sutura da fenda localizada na cúspide anterior e feita sua sustentação utilizando-se tira de pericárdio bovino fixada na face atrial e base do músculo papilar posterior. A operação foi completada com anuloplastia de Revuelta. O paciente obteve nítida melhora dos sintomas no pós-operatório imediato, mantendo-se em classe funcional I (NYHA), após 22 meses de evolução.

Year

2000

Creators

FONTES,Ronaldo Ducceschi SALERNO,Hebert Donizete LANZIERI,Serafin D. OLIVEIRA,Suzana Aparecida FERNANDEZ,Jorge ECKERT,Ivana de Lamônica Freire NAJJAR,Alberto FRANCO,Gilberto Paulo Pereira SCALA,Luiz César Nazário

Mixoma de átrio direito com origem na veia cava inferior: uma localização rara com implicações diagnósticas e terapêuticas

Os mixomas são os tumores cardíacos primários mais freqüentes. Sua localização habitual é o átrio esquerdo, sendo encontrados também em outros locais. É relatado o caso de paciente de 71 anos que, com diagnóstico de tumor em átrio direito, foi submetido a operação para retirada do tumor. A operação foi realizada, sendo confirmado o diagnóstico e procedida a ressecção do tumor com sucesso e sem intercorrência. Em estudo ecocardiográfico de controle no 4º mês de pós-operatório, evidenciou-se presença de massa residual que parecia originar-se na veia cava inferior. Foi submetida a nova operação, em que foi realizada a ressecção do mixoma, que se originava na veia cava inferior e se projetava para o interior do átrio direito. Com o tumor, foi ressecada, na sua implantação, uma porção da veia cava inferior. O presente relato mostra uma localização rara de origem do mixoma, bem como as complicações quanto ao diagnóstico e à abordagem no tratamento cirúrgico.

Year

2000

Creators

STOLF,Noedir A. G. BENÍCIO,Anderson MOREIRA,Luiz Felipe P. ROSSI,Eduardo

Mixoma de átrio esquerdo associado a derrame pleural

Homem de 65 anos apresentando emagrecimento, dispnéia e derrame pleural (DP) recorrente. A avaliação cardiológica evidenciou ruflar diastólico (3/6) no foco mitral e hiperfonese da 1ª bulha. O ecocardiograma e o estudo hemodinâmico mostraram uma grande massa tumoral no átrio esquerdo (AE), sugerindo mixoma e hipertensão pulmonar. A biópsia pleural revelou pleurite crônica inespecífica. O paciente foi submetido à operação com circulação extracorpórea para exérese do tumor de AE e o estudo histopatológico confirmou o diagnóstico de mixoma. O DP tem sido manifestação muito rara do mixoma cardíaco (MC), que às vezes apresenta somente sinais e sintomas inespecíficos de doença inflamatória crônica.

Year

2000

Creators

MEIRA,Enoch Brandão de Souza CAMACHO,Ricardo Gomes MEIRA,Daniela Barros de Souza PÓVOA,Rui KASSAB,Kanim Kalil ANIJAR,Alberto Mauro KAHWAGE,Pedro da Costa RICHTER,Ivo

Revascularização do miocárdio em paciente com situs inversus totalis

Relatamos o caso de um paciente com situs inversus totalis associado a coronariopatia obstrutiva em artérias descendente anterior e posterior, coronária direita, primeiro ramo diagonal e ramo marginal esquerdo, quadro condizente com a intervenção de revascularização do miocárdio. Esse procedimento não é freqüente na literatura médica, sendo encontrado apenas um relato na literatura brasileira. A revascularização do miocárdio foi realizada com a artéria mamária interna direita para a artéria descendente anterior, e uma ponte de safena para coronária direita, marginal esquerda, primeiro ramo diagonal e descendente posterior. A cirurgia foi realizada com o auxílio de circulação extracorpórea.

Year

2007

Creators

Pego-Fernandes,Paulo Manuel Serro-Azul,João Batista de Matheus,Fernando Maehara,Bruno Shoiti

Registro Brasileiro de Marcapassos: escolha do modo de estimulação no ano de 1999

O Registro Brasileiro de Marcapassos (RBM) é uma base de dados nacional que visa a coletar e divulgar informações concernentes aos procedimentos relacionados com a estimulação cardíaca artificial no Brasil. Este trabalho apresenta os resultados do sexto ano de operação do RBM, que vai de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 1999 e teve como objetivo principal comparar os dados clínicos dos pacientes submetidos a implante de marcapasso ventricular aos dos pacientes que receberam marcapasso atrioventricular. Nesse período, foram reportados 11.048 procedimentos, perfazendo 8141 (73,7%) implantes iniciais e 2907 (26,3%) reoperações. Foram implantados 6779 (61,4%) marcapassos unicamerais e 4258 (38,6%) bicamerais. Dos implantes de câmara única, apenas 99 (0,9%) foram atriais. A relação média nacional entre implantes ventriculares e atrioventriculares foi de 1,6: 1. Pela análise dos dados apresentados para os primeiros implantes de marcapasso, foi possível verificar fatores que influenciaram a escolha do modo de estimulação, como: 1) a região onde o hospital está instalado; 2) a idade do paciente; 3) a classe funcional e 4) o distúrbio da condução do paciente. Diferenças Regionais: A região centro-oeste diferiu das demais, por apresentar maior número de implante atrioventriculares que ventriculares (relação AV / VVI = 1,5). Nas demais regiões, foram implantados mais marcapassos ventriculares que dupla-câmara com relações AV / VVI variando de 0,78 na região sudeste a 0,51 na região sul. Idade: Na faixa etária de 21 a 60 anos, houve mais implantes bicamerais (relação AV / VVI = 1,7 dos 21 aos 40 anos e 1,25 dos 41 aos 60). Nas demais faixas etárias, o número de implantes ventriculares foi maior, com relação VVI/AV variando de 1,3: 1 nas duas primeiras décadas da vida a 3,2: 1 na faixa etária maior que 81 anos. Classe Funcional: apenas nos pacientes de classe funcional I o número de marcapassos bicamerais excedeu o número de ventriculares (relação AV/VVI = 1,4). Nos pacientes com sintomas de insuficiência cardíaca prévia, o número de implantes ventriculares foi maior com relação VVI / AV de 1,2: 1 na classe II; de 1,5: 1 na classe III e de 1,9: 1 na classe IV. Distúrbio do Sistema Éxcito-Condutor: Pacientes portadores de doença do nó sinusal receberam aproximadamente duas vezes mais marcapassos fisiológicos que ventriculares (relação AV/VVI = 2,1: 1). Nos portadores de bloqueios do 2º grau, a relação VVI/AV foi de 1,2:1, nos portadores de bloqueios totais, foi 1,8:1 e nos pacientes portadores de flutter ou fibrilação atrial 10: 1. Outros Fatores Analisados: Sintomas pré-operatórios, etiologia do distúrbio da condução e sexo do paciente não estiveram relacionados a diferenças no modo de estimulação escolhido.

Year

2000

Creators

COSTA,Roberto TENO,Luiz Antonio Castilho GROPPO,Antonio Amauri ÁVILA NETO,Vicente BELTRAME,Roberto MARQUES,Carla Pintas BROFMAN,Paulo Roberto Slud

Aneurismas múltiplos de pontes aorto-coronárias de veia safena com ruptura fatal

Aneurismas de pontes aorto-coronárias de veia safena são eventos raros, usualmente assintomáticos e detectados de forma incidental. Rupturas espontâneas de pontes de safena são raras, havendo poucos dados radiológicos disponíveis na literatura. Relatamos o caso de um senhor de 39 anos internado com hematêmese dez anos depois de ter sido submetido a cirurgia de revascularização miocárdica. Imagens tomográficas mostraram três aneurismas nas pontes de safena, mas o exame não detectou ruptura. O paciente veio a falecer e a necropsia revelou que a causa do óbito havia sido ruptura de aneurisma de pontes de safena. Esse caso ilustra a necessidade de tratamento agressivo de aneurismas sintomáticos de pontes coronarianas.

Year

2007

Creators

Távora,Fábio R. Jeudy,Jean Burke,Allen P.

Trombose coronariana tardia secundária a implante de stent com paclitaxel sem reestenose dos stents convencionais

Homem de 39 anos com angina pós-infarto. Coronariografia demonstrou: obstrução total proximal da artéria coronária direita (ACD), lesões obstrutivas de 95% na artéria descendente anterior (ADA), 80% no 2° ramo marginal esquerdo (ME) e 95% na artéria circunflexa (ACX). O paciente foi submetido a implante de stent TAXUS 3,0 x 24 mm e stent EXPRESS 2,75 x 24 mm nos terços proximal e distal da ACD, respectivamente, e stent INFINNIUM 3,0 x 24 mm na ADA com sucesso. Após 7 meses, apresentou IAM anterior por trombose do stent INFINNIUM e reestenose do stent TAXUS, sem perda de resultado nos stents convencionais.

Year

2007

Creators

Abreu,Luciano Maurício de Meireles,George César Ximenes Sumita,Marcos Kiyoshi Forte,Antonio Artur da Cruz Aliaga,Jose Del Carmen Solano Hayashi,Jorge

Assistência ventricular direita facilitando revascularização de vasos posteriores com coração batendo: experiência clínica inicial

Na revascularização do miocárdio com o coração batendo, a exposição das artérias posteriores durante a esternotomia pode levar à deterioração hemodinâmica necessitando um suporte inotrópico. Estudos experimentais recentes demonstraram o benefício hemodinâmico da assistência ventricular direita (AVD). OBJETIVO: Avaliar os efeitos hemodinâmicos da AVD durante a manipulação cardíaca para expor as artérias coronárias posteriores, determinando seu efeito em: restaurar a hemodinâmica, aumentando a exposição anastomótica e diminuindo o uso de inotrópicos. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Onze pacientes (6 homens / 5 mulheres), com idade média de 63,3 anos (49-74) foram revascularizados utilizando AVD. Todos tiveram pelo menos 1 ramo da artéria circunflexa (CX) revascularizado. A parede anterior foi revascularizada sistematicamente sem circulação extracorpórea (CEC) ou AVD. A artéria coronária direita (CD) e o ramo da CX foram completados em AVD. A pressão arterial média (PAM), a pressão média da artéria pulmonar (PAP) e o débito cardíaco (DC) foram registrados durante as anastomoses CD e CX. RESULTADOS: Os dados foram registrados da seguinte maneira: 1) base em normoposição; 2) CX em posição AVD Off; 3) CX em posição AVD On; 4) CD em posição AVD Off; 5) CD em posição AVD On. <img src="http:/img/fbpe/rbccv/v15n4/a01img01.gif"> CONCLUSÕES: A AVD suporta e facilita a revascularização sem CEC para as artérias coronárias posteriores, restaurando a hemodinâmica, possibilitando melhor exposição para as anastomoses e, aparentemente, reduzindo a necessidade de uso de inotrópicos. Estudos prospectivos randomizados são necessários para confirmar esta experiência inicial.

Year

2000

Creators

LIMA,Leonardo Esteves SABATOVICS,Nestor REZENDE,Maria Cristina PANIAGUA,Pedro FRANCESCHINI,Itacir A. CARRANZA,Ricardo GOMES,Candido LOPES,Dilma LIMA,André Esteves

Trombose aguda de prótese mecânica mitral tratada efetivamente com trombólise

Mulher com 61 anos de idade, portadora há 11 anos de prótese mecânica, foi internada com dispnéia súbita, palidez e fibrilação atrial. A avaliação diagnóstica incluiu ecocardiografia transesofágica, que demonstrou restrição importante da mobilidade de um dos folhetos da prótese mitral e imobilidade do outro, juntamente com imagem de espessamento compatível com trombo aderido à valva. Foi feito o diagnóstico de trombose de prótese mecânica mitral e instituída terapia trombolítica (rtPA) com sucesso. A paciente está em acompanhamento há mais de um ano, com evolução satisfatória.

Year

2007

Creators

Pereira Filho,Wilson Coelho Hallack Neto,Abrahão Pimentel,Leandro Caetano Bonato,Glauco Resende Possani,Felipe de Sousa Caminatti,Moisés

Implante intra-miocárdico de artéria torácica interna: cirurgia de Vineberg

OJBETIVOS: Demonstrar nossa experiência com o implante da artéria torácica interna, para revascularização do miocárdio, procedimento proposto por Vineberg, em 1946. CASUÍSTICA E MÉTODO: De agosto de 1994 a setembro de 1998, foram operados 10 pacientes nos quais foi implantada a artéria torácica interna esquerda na parede ântero-lateral do ventrículo esquerdo. Em todos esses pacientes também foi feito enxerto de safena aorto-coronária. A idade dos pacientes variou de 42 a 73 anos, tendo sexo masculino prevalecido (60%). Todos os pacientes apresentavam doença coronária arterosclerótica difusa, mas com miocárdio viável. A indicação para o implante de artéria torácica interna foi feita durante a operação, devido a impossibilidade de fazer enxerto ou endarterectomia. RESULTADOS: Todos os pacientes estavam muito bem no pós-operatório imediato. O reestudo angiográfico foi feito em 9 pacientes entre 45 dias e 23 meses de pós-operatório, mostrando patência da artéria implantada e uma vasta rede que se comunicava com a coronária nativa. CONCLUSÃO: O implante de artéria torácica interna em miocárdio viável pode ter lugar no arsenal terapêutico da revascularização miocárdica, em casos especiais. Agora, baseados nos erros do passado, podemos selecionar os pacientes e obter melhores resultados. É uma técnica pouco estudada, que deveria ser mais usada, assim possibilitando uma avaliação mais precisa de sua eficácia.

Year

2000

Creators

SOUTO,Gladyston Luiz Lima CAETANO,Celme da S. SOUZA,José B. de PAULA,Ary G. de SOUTO,Hanry B. COELHO,Sandro B. P. REIS,Elisângela S. V. dos TEIXEIRA,Marco A. CARVALHO,Márcio R. M. de BOTELHO,Antônio C.