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EQUIDADE E INCLUSÃO ESCOLAR COMO TERMOS RECORRENTES NAS POLÍTICAS EDUCACIONAIS
O presente texto tem como objetivo compreender como se configuram os termos equidade e inclusão/exclusão escolar recorrentes nas políticas públicas que orientam as reformas educacionais, com vistas a implantar a educação inclusiva em seus sistemas de ensino cujo eixo articulador se situa na visão economicista e neoliberal imposta pelos organismos internacionais. Por meio das análises empreendidas, verificamos que os termos/conceitos de equidade e inclusão/exclusão escolar presentes nos discursos da educação para todos e da escola inclusiva ocorrem num contexto de exclusão social ampliada, o que aumenta os desafios para assegurar os direitos das pessoas com deficiência. Nesse contexto, em que pesem todas as contradições e a necessidade de superar a lógica do sistema que gera os excluídos, o ideário inclusivista representa um avanço nas relações até hoje estabelecidas nos campos social e educacional, porque princípios e valores que têm norteado tanto a sociedade como a escola regular terão que ser necessariamente, revistos e superados. Por isso, precisamos de uma educação que nos capacite a refletir e levantar as contradições entre o que se diz e o que realmente se quer no projeto educativo brasileiro, pois os jargões utilizados não precisam ser definidos a quem estão servindo na política pública.
APRENDIZAGEM VERSUS ENSINO: FALSA OPOSIÇÃO OU UMA NOVA DIDÁTICA PRÉ-ESCOLAR?
O presente artigo é um estudo teórico-bibliográfico que busca caracterizar as principais vertentes orientadoras da função, diretrizes e práticas na educação infantil brasileira. Apresentamos alguns pressupostos da chamada Pedagogia da Infância e da Psicologia Histórico-Cultural. Suas divergências animam as principais discussões no campo acadêmico e estendem-se para âmbitos mais formais, tais como os textos das legislações vigentes, das propostas pedagógicas, diretrizes curriculares, etc., com predomínio e hegemonia das ideias que fundamentam a defesa da Pedagogia da Infância. Herdeira de tradições filosóficas e educacionais como a pedagogia da existência e escolanovismo em sua vertente pragmática, para a Pedagogia da Infância a função principal a ser desenvolvidas pelas instituições educativas infantis é acompanhar o interesse das crianças pelos objetos e fenômenos do mundo, tomando como referência os sentidos e significados que emergem de suas próprias experiências espontâneas e orientadas pelas suas próprias hipóteses. Por outro lado, demonstramos que os processos dirigidos sistematicamente para a produção de conhecimentos novos são, segundo os autores da Psicologia Histórico-Cultural, tão somente a via exclusiva de humanização das crianças e sua consolidação como ser genérico. Ademais, estes autores afirmam o papel intencional do trabalho educativo, ou seja, o educador assume a função de explicitar à criança os traços da atividade humana sustentados nos objetos da cultura, transmitindo assim, a esta os resultados do desenvolvimento histórico. Nossa defesa apoia-se nas contribuições desses autores, especialmente por reconhecerem o professor como agente ativo do processo de ensino-aprendizagem da criança.
2014
Barbosa, Eliza Maria Silva, Janaina Cassiano
EDUCAÇÃO DO CAMPO: A INCLUSÃO EXCLUDENTE NOS ASSENTAMENTOS RURAIS DE RONDÔNIA
O objetivo deste artigo é identificar os impedimentos da efetivação da educação do e no campo nos assentamentos rurais de Rondônia. Em todos os indicadores sociais e educacionais, as populações do campo estão em desvantagem, sejam eles relativos à matrícula, ao desempenho educacional dos alunos, à formação dos profissionais em educação ou à infraestrutura das escolas. Desta forma, busca-se responder: quais os impedimentos para a efetivação da Educação do e no Campo? A pesquisa foi realizada em caráter bibliográfico, com pesquisa em livros, artigos, dissertações e teses. A fundamentação teórica se norteia por autores renomados como Arroyo, Caldart e Freire. A pesquisa de campo foi empreendida no município de Machadinho D’Oeste, Rondônia, em uma escola polo municipal que atende aos assentamentos rurais Lajes, Tabajara I e Tabajara II. A coleta de dados foi realizada através de observações, de entrevistas e questionário e os resultados apontam para: a formação dos professores que são designados para trabalhar nas escolas do campo não tratando das especificidades dessa realidade; as políticas públicas para a educação do campo, principalmente no interior do país; os currículos são deslocados das necessidades e das questões do campo e dos interesses dos seus sujeitos; a gestão escolar está desprovida de conhecimentos pertinentes à administração e às ações pedagógicas e políticas, capazes de redirecionar o ensino e a aprendizagem mediante a realidade do campo e a matrícula não é sinônimo de permanência e qualidade, constatando que 32% dos alunos ficaram retidos em 2009, 28% em 2010 e 26% em 2011.
2014
Frutuoso, Claudinei Patrícia, Márcia Ângela França, Rosângela de Fátima Cavalcante Maciel, Antônio Carlos
FORMAÇÃO DE PROFESSORES À LUZ DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA: NOVOS DESAFIOS PARA UMA PRÁTICA REFLEXIVA
O presente trabalho busca provocar discussões no sentido de analisar, refletir e problematizar a formação docente e a educação das relações étnico-raciais na formação inicial e continuada de docentes da educação básica. A Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica, bem como as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico Raciais, buscaram traçar orientações curriculares nacionais para os diversos níveis da educação brasileira. A formação docente deve instrumentalizar os professores para que estes venham a desenvolver em sala de aula conteúdos, metodologias e práticas que contemplem a história e cultura do negro, difundindo conhecimentos base do que vem a contemplar a cultura africana e afro-brasileira. A pesquisa tem como referência metodológica um estudo bibliográfico e análise documental. Constatou-se que é imprescindível o investimento na formação inicial e continuada dos professores da educação básica, inclusive docentes do ensino superior, para oportunizar experiências, atualização, mudança de paradigmas e a relevância do tema e a efetivação do cumprimento da Lei nº 10.639/2003.
O USO DO BLOG COMO FERRAMENTA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Este artigo apresenta parte de uma pesquisa de mestrado desenvolvida em uma escola municipal da cidade de Uberlândia, Brasil, com 26 crianças matriculadas no 2º ano do ensino fundamental. Teve como objetivo salientar as contribuições que o uso do computador pode oferecer durante o processo criativo de produção de textos por crianças em fase de alfabetização. Para a realização de uma sequência didática que promovesse mudanças nos sujeitos pesquisados, assim como no pesquisador, e que gerasse dados para análise e compreensão do processo de ensinar e de aprender a escrever no ensino fundamental, fez-se a opção pelos princípios metodológicos da pesquisa-ação. A observação, a entrevista e um plano de ação foram os procedimentos utilizados para a construção dos dados. A análise foi realizada à luz das ideias de Freinet (1974, 1977), Vigotsky (1988, 2009), Bajard (2002, 2012), Jolibert (1994), Freitas (2000, 2005, 2006) e Leontiev (1978). Esta investigação evidenciou que os alunos estavam envolvidos em um processo de ensino e de aprendizagem da escrita e da leitura apoiados em métodos tradicionais. As crianças não reconheciam e não utilizavam o computador para a produção escrita. No entanto, ao serem motivadas a redigir textos de sua própria autoria e utilizar o computador com a finalidade de produzir lides e postá-los em um blog construído por elas mesmas, passaram a se interessar mais pelo ato de escrever. Ao final do plano de ação, elas reconheceram o computador como um instrumento que auxilia e facilita o processo de escritura de textos.
2014
Soares, Raquel Pereira Arena, Adriana Pastorello Buim
Editorial
A Revista Poíesis Pedagógica traz ao público leitor o seu Volume 12, Número 01,totalizando 12 artigos científicos e uma resenha, divididos da seguinte forma: nove artigosorganizados pela professora Dra. Dulcéria Tartuci, na forma de Dossiê, intitulado “EducaçãoEspecial e Inclusão: das Políticas Públicas às Práticas Educativas”. Na apresentação que fazdo Dossiê, a organizadora ressalta a importância da aprovação do Plano Nacional deEducação e destaca seu conteúdo no que diz respeito à Educação Especial.
DOSSIÊ EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSÃO: DAS POLÍTICAS PÚBLICAS ÀS PRÁTICAS EDUCATIVAS
Com muita satisfação, anunciamos aos nossos leitores o V.12, N.01, da Revista PoiésisPedagógica. O anúncio se torna mais alvissareiro, porque é feito no calor da aprovação, semqualquer veto, pela Presidente Dilma Rousseff, da Lei 13.005, de 26 de junho de 2014 – daLei do PNE, Plano Nacional de Educação, que tramitou no Congresso Nacional durantequatro anos, e estabelece 20 metas a serem efetivadas até 2023.
FORMAÇÃO, SABERES E PRÁTICAS DE PROFESSORES DE HISTÓRIA: UM ESTUDO EM CAPINÓPOLIS, MG, BRASIL
Este texto tem como objetivo analisar a formação, os saberes e as práticas deprofessores de história que atuam em uma escola pública localizada na cidade de Capinópolis,MG, Brasil. A abordagem metodológica utilizada foi inspirada na História Oral Temática.Foram entrevistadas três professoras de história que atuavam na rede estadual de ensino,desde os anos finais do ensino fundamental até o ensino médio, especificamente, na escolaSérgio de Freitas Pacheco, em Capinópolis. As narrativas orais foram transcritas etextualizadas com o propósito de refletir sobre a formação, os saberes e as práticas, mastambém não deixando de lado as necessidades, dificuldades, vantagens, desvantagens e oprocesso da construção da identidade docente. Verificou-se que as professoras constroem suasidentidades ao longo da vida, em diferentes espaços de formação. A formação docente, ascondições de trabalho, as políticas públicas, direta ou indiretamente, são constitutivas dossaberes e das práticas pedagógicas. Mesmo diante das adversidades, essas professorasprocuram desenvolver suas práticas na perspectiva de contribuir para a formação cidadã dascrianças e jovens.
2014
Júnior, Astrogildo Fernandes da Silva Santana, Luana Ferreira
HÉLIO REIS E PAULO FREIRE: TEORIA E PRÁTICA EM APRENDIZADOS MÚTUOS
Este estudo pretende analisar as contribuições mútuas para o aprendizado dosdesafios da educação popular no Brasil, no período imediatamente posterior ao exílio políticovigente entre 1964-1980, com base em duas fontes orais inéditas: a transcrição de um registroem áudio de um dos encontros entre Paulo Freire e educadores populares que atuavam nacidade de Guarulhos, realizado em 1980, e entrevista com um agente social que se destacavanesse grupo, por sua diferenciada experiência de exílio interno, o Prof. Hélio de Sousa Reis.Ambos os registros serão analisados com base no cotejamento das fontes associado aoarcabouço teórico freiriano. Os eixos de análise são: a questão da continuidade e doacompanhamento dos educandos, a pós-alfabetização, a distinção entre tomada de consciênciae conscientização e, por fim, a finalidade da alfabetização. Espera-se colocar em discussão arelação entre prática e teoria na educação popular, evidenciando que uma produção intelectualda envergadura da obra freiriana deve grande parte de seus conteúdos e análises às vozes evisões de educadores populares, com os quais o autor travou generoso e atento diálogo.
LIMITES DA DEMOCRATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: ENTRAVES NA PERMANÊNCIA E A EVASÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
O presente estudo busca compreender a forma como as políticas voltadas para ademocratização do acesso à educação superior têm impactado na permanência e evasão dosestudantes na UFG. Nesse sentido, considerando o quadro de expansão das vagas, bem comoos mecanismos de diversificação do acesso que propiciam a inserção de maior contingente dealunos na universidade, o trabalho aborda os desafios da permanência dos estudantes nainstituição, especialmente dos segmentos de baixa renda. Para tanto, foi desenvolvida umapesquisa com abordagem qualitativa e quantitativa, respaldada em pesquisa do tipo bibliográfica, ancorada em autores como Beletati (2011), Borges e Carnielli (2005), Lázaro etal. (2012), Ristoff (2008), Rosa (2013) e outros, bem como em pesquisa empírica, baseada em dados da Andifes (2006), do Fonaprace (2012) e do Inep (2012). Como resultado, entende-se que a questão da permanência ainda é um desafio para os estudantes que ingressam na UFG por meio das políticas de reservas de vagas, quer seja o programa UFGInclui ou a lei de cotas, haja vista que esses alunos, por serem provenientes de estratos sociais economicamente desfavorecidos, ao ingressaram na universidade esbarram-se em barreiras que impedem ou dificultam a conclusão da graduação. Sendo assim, entende-se como necessário levantar a discussão acerca da necessidade de implementação de políticas que subsidiem não somente o ingresso, mas, sobretudo, a permanência desse grupo de alunos na universidade, para que eles tenham reais condições de concluir um curso de nível superior com êxito.
ROUSSEAU E A EDUCAÇÃO
Danilo Romeo Streck é gaúcho, doutor em Fundamentos Filosóficos da Educação pelaRutgers - The State University of New Jersey (1977). Realizou estágio de pós-doutorado na Universidade da Califórnia, Los Angeles, e no Max-Planck Institute for Human Development, em Berlim. Atualmente é professor titular da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, onde atua principalmente nos seguintes temas: educação popular, educação e exclusão social, mediações pedagógicas e processos participativos. Também integra o Comitê Assessor da área da Educação do CNPq e o Comitê Assessor da área da Educação e Psicologia da FAPERGS, sendo, ainda, bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq, nível 1B.
2014
Camillo, Eliane Juraski
INVESTIGAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO BÁSICA: TIPOS DE PESQUISAS E REFERENCIAL TEÓRICO
Este trabalho é um recorte de uma pesquisa mais ampla que se dedicou ao estudo sobre o estado da arte de pesquisas que tiveram a educação básica como foco ou como campo de investigação. Assumindo uma metodologia de análise da REDECENTRO, o objetivo deste texto é descrever e analisar os tipos de pesquisa utilizados em produções acadêmicas sobre o professor de educação básica, no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade de Uberaba, na região Centro-Oeste, no período 2003-2013. O recorte temporal foi escolhido por tratar-se do período inicial de defesa dos trabalhos, até o ano anterior de início da escrita desse artigo. Partindo de estudos bibliográficos e de análises de significados, observou-se que o estudo de caso predomina como opção metodológica, o que é pertinente à abordagem qualitativa predominante nas investigações. O referencial teórico predominante que serve de aporte metodológico a essa modalidade abrange obras contemporâneas que discutem o processo de investigação científica.
2018
Pereira, Elton Antônio Alves Reis, Bruna Piau Abreu Bernardes, Sueli Teresinha de
Editorial
A Revista Poíesis Pedagógica traz ao público leitor o seu Volume 12, Número 02, com 13 artigos científicos organizados pela professora Dra. Ana Maria Gonçalves, na forma de Dossiê, intitulado “História da Educação: arquivos, instituições escolares confessionais, gênero e docência”.
Apresentação
A proposta temática “História da Educação: arquivos, instituições escolares confessionais, gênero e docência” se insere no campo aberto pela renovação historiográfica em história da educação. Assim, é sob o enfoque dos estudos da história cultural que se apresentam os artigos que compõem esse dossiê.
Editorial
A Revista Poíesis Pedagógica, ligada ao Programa de Pós-Graduação em Educação, da Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão - disponibiliza ao público leitor o seu Volume 13, Número 01, com 10 artigos científicos e 01 resenha.Iniciamos 2015 com produções científicas oriundas de 11 instituições diferentes: UEL, UFU, UNOESC, UEM, UFAL, UFPB, UNINOVE, UNESP-Marília, UNASUR, UNESP-São Carlos e UNICAMP. Esta diversidade de origens de textos corrobora a missão ímpar desta Revista, que a de socializar a produção científica em Educação, seja nacional ou internacional.
O PEDAGOGO NA REDE ESTADUAL DO PARANÁ: REFLEXÕES ACERCA DE SEU CAMPO DE ATUAÇÃO
Analisa o papel do Pedagogo na Gestão Escolar, apontando a crise de identidadeem sua atuação. O Pedagogo atua num novo marco regulatório, que data a partir do Edital deconcurso público de 2004 pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná, SEED/PR, bemcomo as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, DCNCP/2005, que sedesdobram em orientações para formação e atuação nos sistemas de ensino. Interessam-nosreconhecer o contexto de atuação do Pedagogo no sistema estadual do Paraná, suas demandase conflitos. Este trabalho é parte do desenvolvimento do projeto de pesquisa realizado naUniversidade Estadual de Londrina: “Gestão administrativa: planejamento educacional emquestão” – GAPEq. A pesquisa de cunho qualitativo utiliza-se de estudo de documentosnormativos que determinam a nova configuração da atuação do Pedagogo no Paraná, bemcomo a observação direta das pesquisadoras, que atuaram e/ou atuam no campo. A crise deidentidade é resultado da defesa de uma transformação da atuação fragmentada em umaproposta integradora, que tem se manifestado como uma perversa transposição de umaconcepção fayolista para uma concepção atualizada aos moldes de uma relação de trabalhoconservadora, que é a busca do generalista com condições de trabalho precárias – a concepçãotoyotista. Ao identificar as tramas, esperamos desvelar as intencionalidades, dando conta dossentidos da atuação do Pedagogo, para poder fazer escolhas.
2016
Salerno, Soraia Kfouri Lopes, Rosana Pereira Kfouri, Samira Fayez
ENSINO DE ARTE E CULTURA VISUAL: LUGARES PARA SE PENSAR A DIVERSIDADE
Este artigo apresenta resultados de uma pesquisa desenvolvida em nível deDoutorado em Educação no qual o objeto de discussão são as relações entre o Ensino de Artee a Cultura Visual com a diversidade sexual. Iniciamos o texto apresentando dimensões dodebate sobre o modo como os movimentos artísticos introduziram, no campo das artesvisuais, discussões sobre temas relativos à identidade e diferença. Posteriormente abordamosa necessidade de se reconhecer a importância de se discutir, na educação, de um modo geral eno Ensino de Arte, em específico, o tema da diversidade sexual. Em seguida delineamosconsiderações sobre a educação para a Cultura Visual e o modo como deslocam as posiçõeshegemônicas de espectador de arte para produtor ativo de sentido para as imagens. Falamosdo papel da cultura visual, aqui entendida como sendo tanto as imagens das Artes, quanto asimagens e artefatos visuais da cultura popular e da mídia, bem como os sentidos socialmenteconstruídos que cotidianamente produzimos para essas imagens. Por fim, discutimos anecessidade de se reconhecerem as compreensões de identidade e diferença como sendoconstruções culturais para pensar em processos educacionais inclusivos.
O MESTRE ÚNICO: PROFESSOR COMUNITÁRIO NO OESTE DE SANTA CATARINA
Nas frentes agrícolas das antigas colônias de imigração alemã dos séculos XIX eXX do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina se formou um modelo educacionaldesvinculado da estrutura do Estado. Povos isolados geográfica e culturalmente, através deações coletivas, instalaram e mantiveram um modelo comunitário de Educação. Os núcleosforam projetados para acolher todas as formas associativas da comunidade (Igreja, clubes,escola, cemitério e áreas de lazer). Em meio à selva, onde a sobrevivência só foi possívelmediante a criação de um laço social horizontal, as 100 famílias, que em média compunhamuma comunidade, construíram a escola, contratavam e pagavam seu professor e estabeleciamações pedagógicas e conteúdos programáticos para seus filhos. O controle das engrenagensadministrativas e as bases filosóficas e ideológicas da educação invariavelmente eramassumidos pela comunidade escolar. O Mestre único, problematizador, aproveitava acuriosidade epistemológica dos filhos de camponeses e através da ação pedagógica adaptava oconteúdo escolar aos saberes dos educandos. A presença do Estado, o nacionalismo, a entradamais agressiva do capitalismo destituiu este modelo escolar na segunda metade do século XX,impondo um currículo unificado e uma ação pedagógica verticalizada.
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DOS ARQUIVOS ESCOLARES — LABORATÓRIO DE ENSINO E PESQUISA EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO — LEPHE/UEL
O presente artigo tem por objetivo discutir como os arquivos escolares podem serutilizados como fonte para a pesquisa em História da Educação. Para tanto apresentaremos aconstituição do Laboratório de Ensino e Pesquisa em História da Educação – LEPHE,procurando responder quando e como este espaço surgiu dentro da Universidade Estadual deLondrina - UEL, sendo destinado como um local privilegiado de pesquisa e ensino. Trata-sede uma discussão baseada em uma experiência de pesquisa que reflete sobre a necessidade depreservação dos arquivos, indicando o que deve ser preservado e como devem ser organizadosos materiais para se permitir o acesso às fontes de investigação. O campo de História daEducação ampliou o conceito de fonte e os arquivos escolares têm sido considerados umespaço fértil de informações sobre a escola. O texto está dividido em duas partes, a primeiradiscutirá as possibilidades e limites da utilização dos arquivos escolares para pesquisahistórica e a segunda apresentará a constituição do LEPHE para a preservação e conservaçãodo acervo referente ao curso de Pedagogia da UEL.
A CONSTRUÇÃO DE INVENTÁRIO E A INTERPRETAÇÃO DE DOCUMENTOS: A EXPERIÊNCIA DAS PRÁTICAS CURRICULARES NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
Este artigo propõe analisar os resultados de uma pesquisa realizada na UniversidadeFederal de Alagoas, que teve como objetivo principal elaborar um inventário do acervo doscursos de Ciências Humanas da Universidade entre os anos de 1950 a 1990. A identificação,descrição e interpretação dos documentos são fundamentais para que outros pesquisadorespossam realizar novos trabalhos, além de contribuir para o acervo em si e para pesquisasinteressadas na História da Educação no Brasil. A nossa base teórica se encontra nos estudosda Nova História, especificamente na História Cultural, na medida em que tomamos osdocumentos investigados como elementos essenciais para estudar as ações educativasinscritas nas culturas dos sujeitos que passaram pela Universidade. Por meio do inventáriorealizado, compreendemos que o ensino vivido na instituição estava dissociado da pesquisa eda extensão, tanto no período inicial da criação da Universidade, quanto posteriormente.
2016
Amorim, Roseane Maria de Cardoso, Lílian Barbara Cavalcanti