Repositório RCAAP

Modelo de acessibilidade para o planejamento espacial de ações em saúde pública: o caso dos programas de vacinação contra a raiva e de esterilização para cães e gatos de Bogotá, Colômbia

Este estudo integrou sistemas de informação geográfica e métodos analíticos geoespaciais baseados em modelos de acessibilidade espacial e de locação-alocação com o objetivo de aprimorar o planejamento espacial de diferentes programas de saúde pública em áreas urbanas. Para estimar a acessibilidade espacial foi desenvolvido o modelo de três passos de área de influência flutuante (E3SFCA - Enhancement three-step floating catchment área) baseado em uma função Gaussiana, considerando um coeficiente de atrito e distâncias ao longo de uma rede de transporte, utilizando o algoritmo de Dijkstra. A metodologia foi aplicada e validada usando os programas de vacinação contra a raiva e de esterilização para cães e gatos da cidade de Bogotá, Colômbia. A escolha do método de cálculo da distância resolveu o problema de superestimação associado com a metodologia clássica que aplica zonas buffer em torno dos locais de serviço baseado em uma distância Euclideana. Em geral, não se encontrou uma adequada acessibilidade espacial aos dois programas. As zonas norte, central e periférica da cidade revelaram baixa ou nula acessibilidade aos serviços. Para determinar a alocação e realocação efetiva dos programas foram utilizados os problemas de máxima cobertura com demanda finita e de p-mediana ou de mínima impedância. A realocação proposta pelo modelo de máxima cobertura forneceu uma melhor distribuição dos serviços nas áreas mais povoadas com cães e gatos e garantiu uma acessibilidade espacial potencial a estes programas. O desenvolvimento deste trabalho pode trazer benefícios diretos para a sociedade em geral auxiliando no planejamento estratégico e melhorando a efetividade das ações públicas em áreas urbanas da América Latina.

Ano

2013

Creators

Gina Paola Polo Infante

Manejo populacional de cães e gatos: métodos quantitativos para caracterizar populações, identificar prioridades e estabelecer indicadores

O manejo populacional de cães e gatos é um conjunto de estratégias para controlar e prevenir problemas relacionados com o convívio entre esses animais e os seres humanos. Nesta tese é proposto um fluxo de trabalho baseado em métodos quantitativos, para auxiliar o planejamento, implementação e monitoramento de programas de manejo populacional de animais de companhia. Ao seguir o fluxo de trabalho é possível coletar dados para caracterizar populações, analisar esses dados para propor intervenções e avaliar o efeito das intervenções. A proposta foi baseada na articulação de cinco pesquisas. Na primeira pesquisa foi implementado de um desenho amostral complexo para caracterizar a população de cães e gatos domiciliados de Votorantim, São Paulo. Na segunda pesquisa que foi baseada nos dados levantados na primeira, foram usadas análises de correspondências múltiplas para identificar perfis de opiniões públicas em relação ao abandono de cães e gatos. Na terceira pesquisa foi avaliada a validade do desenho amostral usado na primeira pesquisa, mediante simulações estocásticas. Na quarta pesquisa foi desenvolvido um modelo matemático de manejo populacional que permite priorizar as intervenções de acordo com o efeito que produzem. Na quinta pesquisa foi desenvolvido um modelo matemático para avaliar a eficiência do controle reprodutivo realizado com contraceptivos de efeito reversível. Os modelos das duas últimas pesquisas foram baseados em sistemas acoplados de equações diferenciais e em análises de sensibilidade global e local. A proposta foi implementada em um software de código aberto, o pacote do R capm, que pode ser incorporado na rotina de trabalho dos setores envolvidos no manejo populacional de animais de companhia

Ano

2015

Creators

Oswaldo Santos Baquero

Poder imunogênico de bacterina experimental anti leptospirose canina: ensaio em hamsters desafiados com estirpes de leptospiras dos sorovares Copenhageni e Canicola isoladas no Brasil

A proteção induzida por uma vacina comercial anti-leptospirose importada, bivalente produzida com estirpes de referência dos sorovares Icterohaemorrhagiae e Canicola, foi comparada a promovida por uma bacterina experimental, bivalente produzida com as estirpes autóctones M64/06 e LO-4, respectivamente dos sorovares Copenhageni e Canicola, isoladas no Brasil e tipificadas com anticorpos monoclonais produzidos pelo Royal Tropical Institut, Laboratório de Referência da Organização Mundial de Saúde. O ensaio foi conduzido pelo teste de potência com desafio em hamsters. A vacina experimental, bivalente foi inativada com fenol a 37%, ajustada para concentração de 108 leptospiras por mL, por sorovar e produzida nas versões com e sem adjuvante hidróxido de alumínio a 0,15%. Os hamsters foram imunizados com 0,25 mL de vacina, via subcutânea em duas aplicações com 15 dias de intervalo. Os desafios foram efetuados com as estirpes LO4 (Canicola) ou L1-130 (Copenhageni) isoladas no Brasil, respectivamente nas diluições de 10-3 e 10-1 no volume de 0,5 mL via intraperitoneal por animal, 15 dias após a última dose da vacina. A estirpe de desafio do sorovar Copenhageni foi caracterizada, por anticorpos monoclonais, como idêntica a M64/06 e foi escolhida devido a apresentar melhor regularidade em termos de patogenicidade para os hamsters. Decorridos 20 dias do desafio os hamsters sobreviventes foram eutanasiados em câmara de CO2, necropsiados e nos seus rins foi efetuada a pesquisa do estado de portador de leptospiras por cultivo em meio de Fletcher. Nos desafios efetuados com a estirpe autóctone, L1-130 do sorovar Copenhageni foi obtida a proteção contra a doença clínica em oito de dez animais, para as duas vacinas experimentais, no entanto, entre os sobreviventes, houve portadores renais de leptospiras, em maior número para a vacina sem adjuvante (n=5), quando comparado a vacina acrescida de Al(OH)3, (n=3); para a vacina comercial a proteção foi total, tanto contra a doença como quanto a infecção não havendo qualquer morte por leptospirose e todos os cultivos renais dos sobreviventes foram negativos para leptospiras. Nos desafios efetuados com a estirpe autóctone, LO4 do sorovar Canicola, a proteção conferida pelas três vacinas ensaiadas foi total, não havendo mortes por leptospirose e todos os sobreviventes apresentaram resultados negativos para leptospiras nos cultivos de tecido renal. Os números de DL50 empregadas nos inóculos de desafio foram superiores a 10.000, para os dois sorovares ensaiados, pois na titulação dos inóculos morreram mais do que 50% dos animais até a última diluição testada. Foi, portanto, demonstrado a existência de proteção cruzada entre os sorovares Copenhageni e Icterohaemorrhagiae e que a bacterina importada foi capaz de induzir proteção contra a doença e contra a infecção para estirpes de leptospiras autóctones dos sorovares Canicola e Copenhageni isoladas no Brasil. Nos desafios efetuados com o sorovar Canicola a vacina experimental induziu proteção contra a doença e contra a infecção, mas nos que empregaram o sorovar Copenhageni houve proteção apenas contra a doença, constatando-se menor número de portadores renais de leptospiras entre os animais imunizados com a bacterina experimental acrescida do adjuvante de hidróxido de alumínio.

Ano

2010

Creators

Giancarlo Balotim Mucciolo

Um estudo longitudinal da ocorrência de potenciais patógenos entéricos em fazendas com casos esporádicos e com casos recorrentes de diarréia em bezerros de corte

A diarréia em bezerros é comprovadamente uma das principais causas de perdas econômicas em rebanhos de corte, sendo os prejuízos diretamente derivados da redução do ganho de peso e custos com tratamento. Considerando-se que, para o delineamento de medidas profiláticas adequadas ao controle de uma doença é necessário o conhecimento de suas causas, o presente trabalho teve por objetivo estudar de modo longitudinal a freqüência de ocorrência de coronavírus bovino (BCoV), rotavírus do grupo A (RV-A), protozoários, helmintos e enterobactérias em uma propriedade com casos esporádicos e em outra com casos recorrentes de diarréia em bezerros. Investigou-se, ainda, a presença de genes codificadores de para as toxinas shiga-like 1 e 2 , para as adesinas K99 e F41 e para a intimina (eae) nas E. coli isoladas. Para a detecção de BCoV, utilizou-se uma nested-RT-PCR direcionada ao gene codificador da RNA polimerase RNA dependente, e para a detecção de RV-A utilizou-se ELISA direto duplo sanduíche. O isolamento e caracterização bioquímica das colônias de bactérias foram conduzidos de acordo com técnicas de bacteriologia clássica. A caracterização genotípica das colônias de E. coli isoladas foi realizada através de uma Multiplex-PCR, utilizando primers para os genes codificadores dos seguintes fatores de virulência: Stx1, Stx2, Sta, K99, F41 e eae. A detecção de parasitas foi realizada por centrífugo sedimentação em água-eter e centrífugo-flutuação em solução supersaturada de sacarose, considerando-se como resultado final do exame coproparasitológico todos os parasitas encontrados em ambas as técnicas em sua maior contagem. A freqüência de ocorrência de coronavírus bovino e rotavírus do grupo A foi baixa, restrita a animais com até quatro meses de idade, enquanto que protozoários, helmintos e enterobactérias apresentaram tendência crescente em freqüência relacionada à progressão da idade dos animais. Foram identificados os patotipos STEC, AEEC e um padrão atípico com os genes de K99 e eae. Além disso, encontrou-se associação entre baixo padrão sanitário e maior freqüência de ocorrência de Eimeria spp, Strongyloidea, Strongyloides spp, Trichuris spp e Escherichia coli portadora de fatores de virulência Stx1, Stx2, K99 e eae. O presente trabalho colabora para a caracterização da microbiota entérica de bezerros, mas mantém abertas as questões relativas às diferenças específicas entre as biotas entéricas de bezerros sadios e com diarréia, enfatizando a importância de se realizarem mais estudos que investiguem simultaneamente diversos enteropatógenos potenciais nestes animais

Ano

2010

Creators

Giselle Ayres Razera

Aspectos epidemiológicos da infecção por Neospora caninum em bovinos leiteiros da região do Vale do Paraíba Paulista

O protozoário intracelular Neospora caninum é um parasito importante em bovinos, nos quais pode causar abortamentos e infecção congênita. Os cães e alguns outros canídeos são os hospedeiros definitivos e vários pontos na cadeia epidemiológica ainda são pouco conhecidos. Esta tese tem por objetivos estudar aspectos da epidemiologia do N. caninum em bovinos leiteiros de rebanhos do Vale do Paraíba Paulista, São Paulo, Brasil. Para tanto um estudo prospectivo, com duração de dois anos e nove colheitas de sangue de todos os bovinos de três propriedades, foi realizado. Dados sobre: ocorrência de anticorpos anti- N .caninum, ocorrência e períodos de abortamentos, intervalo entre partos e número de serviços foram avaliados. Associação entre o estatus sorológico dos pares mães-filhas, bem como variação dos títulos de anticorpos durante a gestação em vacas positivas foi estudada. Um último estudo avaliou a permanência dos anticorpos anti-N. caninum, adquiridos passivamente através do colostro, em bezerros nascidos negativos. Os estudos permitiram concluir que a ocorrência de anticorpos anti-N. caninum variou entre os rebanhos e dentro de cada rebanho nas diferentes colheitas; resultados sorológicos transitórios, não caracterizando soroconversão, foram observados; altas taxas de transmissão vertical e baixas taxas de transmissão horizontal foram encontradas; risco relativo de abortamentos em vacas soropositivas em relação às negativas foi observado em algumas ocasiões; dentre os índices reprodutivos avaliados somente os abortamentos foram significativos; anticorpos colostrais foram detectados nos bezerros até a 21ª semana pós-nascimento e vacas gestantes apresentaram variação nos títulos de anticorpos, com mais altos níveis no 2º e 3º trimestre de gestação, sem associação com abortamentos. Este foi o primeiro estudo prospectivo sobre aspectos epidemiológicos do N. caninum em bovinos no Brasil

Ano

2010

Creators

José Márcio Sbruzzi Cardoso

Análise filogenética de diferentes populações do carrapato Rhipicephalus sanguineus provenientes de diferentes regiões do Brasil, da América Latina, Espanha, Itália e África do Sul

Dentro do gênero Rhipicephalus, há o chamado complexo sanguineus formado por várias espécies presentes apenas no Velho Mundo, das quais apenas a espécie Rhipicephalus sanguineus é considerada de ocorrência no Novo Mundo. Como as espécies deste complexo apresentam grande similaridade morfológica, é possível que mais de uma espécie do complexo sanguineus esteja ocorrendo nas Américas. Um trabalho recente relatou parâmetros biológicos e genéticos significativamente diferentes entre uma população de R. sanguineus do Brasil e outra da Argentina, sugerindo que o status biosistemático de R. sanguineus na América do Sul deva ser revisto. Diante disto, e da inquestionável importância medico-veterinária de R. sanguineus na América do Sul, este projeto objetivou realizar uma análise genética de 32 populações de R. sanguineus, sendo 17 do Brasil (englobando 13 estados), 3 do Chile, 2 da Venezuela, 2 da Colômbia e 1 de cada um dos seguintes países: Argentina, Uruguai, Itália, Espanha, África do Sul, Costa Rica, Panamá, México. Uma amostra de Rhipicephalus turanicus da Espanha e uma da África do sul também foram analisadas. Para tal, carrapatos oriundos das diferentes populações foram analisados geneticamente através de seqüências dos genes mitocondriais 16S rDNA. O resultado deste trabalho permitiu inferir sobre a possibilidade da existência no mínimo de dois grupos distintos de carrapatos sob o táxon R. sanguineus na América Latina, um se aproximando dos carrapatos de origem africana e com distribuição na América tropical e subtropical e outro se aproximando das amostras européias e com distribuição temperada do sul da América do Sul

Ano

2010

Creators

Jonas Moraes-Filho

Análise descritiva quantitativa e teste de aceitabilidade para determinação da qualidade da pescada - Macrodon ancylodon (Bloch & Schneider, 1801), comercializada na CEAGESP/SP e estudo crítico em relação ao método do índice de qualidade

Pescado é o termo genérico que compreende peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios, mamíferos de água doce e salgada, usados na alimentação humana. De acordo com a Food and Agricultural Organization o comércio de peixes e derivados está na linha de frente na questão de segurança alimentar. Trata-se da commodity mais comercializada internacionalmente. Quaisquer comprometimentos da qualidade do pescado geram prejuízos para todos os participantes da cadeia produtiva: parte da produção acaba sendo descartada; o preço final passa a não ser competitivo com outras fontes de proteína animal e, em termos de inocuidade, aumentam as probabilidades do pescado em transmitir perigos biológicos e químicos ao consumidor. Imediatamente após a captura, o pescado deve ser submetido, ainda no barco, à conservação no gelo. A necessidade de aperfeiçoamento dos produtos alimentícios levou ao desenvolvimento e aprimoramento das análises sensoriais, capazes de avaliar as características identificáveis pelos sentidos humanos. No caso do pescado são empregadas como técnica de rotina para a inspeção em entrepostos e indústrias de processamento. Trata-se do recurso mais utilizado para se julgar o grau de frescor dos produtos aquáticos, durante o processo de comercialização. Sob as considerações acima, o presente estudo teve por objetivo explorar os atributos sensoriais de relevância na avaliação do frescor da pescada Macrodon ancylodon (Bloch & Schneider, 1801), utilizando a Análise Descritiva Quantitativa e o Teste de Aceitabilidade e a partir daí, confrontar esses métodos com o Método do Índice de Qualidade identificando fatores favoráveis e limitantes para o uso desses recursos na avaliação da pescada em comercialização. Os resultados deste estudo permitiram concluir que: os atributos melhores explicadores na avaliação do frescor da pescada Macrodon ancylodon (Bloch & Schneider, 1801) são: coloração das brânquias; odor característico; odor pútrido; e avaliação global de frescor; o quanto você gostou do aroma do produto e cheiro de algas, fresco. É necessário e urgente que novos estudos desta natureza envolvendo outras espécies de pescado sejam realizados e da mesma forma seus resultados sejam amplamente divulgados tanto para os envolvidos na cadeia produtiva quanto para os consumidores finais.

Ano

2015

Creators

Naassom Almeida Souza Ribeiro

Alimentação artificial de Ornithodoros spp. (Acari: Argasidae), e investigação da transmissão transestadial de Anaplasma marginale

Ornithodoros fonsecai é um carrapato argasídeo endêmico do Brasil, descrito do município de Bonito, no estado Mato Grosso do Sul. Posteriormente, alguns exemplares foram encontrados no município de Nobres, estado do Mato Grosso, e no município de Crateús, estado do Ceará. Ornithodoros brasiliensis é um carrapato também endêmico restrito do estado do Rio Grande do Sul. Ambas as espécies são agressivas para o homem, causando febre, dor e intensa resposta inflamatória no local da picada. O papel desses carrapatos como vetores de patógenos ainda é desconhecido, mas não deve ser descartado, uma vez que suas picadas causam lesões inflamatórias em humanos como já foi previamente reportado. Anaplasma marginale é uma bactéria gram-negativa, intracelular obrigatória parasita de eritrócitos causadora anaplasmose bovina. A diversidade genética desta bactéria vem sendo caracterizada com base na sequência das proteínas de superfície (MSPs) sendo possível identificar as diferentes estirpes geográficas de acordo com as diferenças nas sequências de aminoácidos. Para diminuir o uso de animais de laboratório, estudos têm avaliado a relação patógeno-hospedeiro e transmissão transestadial utilizando alimentação artificial através de membranas. O presente estudo tem como objetivo geral alimentar artificialmente ninfas (N2 e N3) de O. fonsecai e O. brasiliensis utilizando sangue de bezerros naturalmente infectado com A. marginale, e sangue de coelhos experimentalmente infectados com a mesma bactéria a fim de verificar a capacidade de infecção desses carrapatos e a ocorrência da transmissão transestadial do patógeno. Para o sistema de alimentação, membranas de parafilme e câmaras foram adaptadas. As ninfas foram pesadas e separadas em grupos para cada repetição do experimento. Esfregaços sanguíneos foram feitos a fim de verificar a presença de A. marginale. As amostras de sangue coletadas e os carrapatos, após a muda, foram submetidos à extração de DNA, PCR convencional para seus respectivos genes endógenos, PCR em tempo real quantitativa para o gene msp1β e semi-nested PCR para o gene msp1α. Dentre as três alimentações artificiais de ninfas de O. fonsecai utilizando sangue de bezerros, apenas em uma foram obtidas ninfas positivas (28,5%) para A. marginale. Já as ninfas de O. brasiliensis alimentadas artificialmente submetidas apenas a uma alimentação, foram todas negativas para a bactéria. Ninfas de O. fonsecai e O. brasiliensis foram submetidas a quatro repetições de alimentação pela membrana utilizando sangue de coelhos. Vinte e cinco por cento das ninfas de O. fonsecai foram positivas na transmissão, enquanto 36,8% das ninfas de O. brasiliensis mostraram positividade para a bactéria. Conclui-se que as ninfas das espécies O. fonsecai e O. brasiliensis foram hábeis de se alimentarem artificialmente por membrana, usando sangue de bezerro e de coelho. Ambas as espécies se infectaram com A. marginale durante a alimentação artificial e foram capazes de transmitir o patógeno transestadialmente.

Ano

2021

Creators

Ana Carolina Castro Santiago

Microbiologia e histopatologia de linfonodos de bovinos com lesões macroscópicas sugestivas de tuberculose. Colheitas efetuadas de Maio/2002 à Janeiro/2004, São Paulo, Brasil

Linfonodos de 146 bovinos com lesões macroscópicas identificadas como sugestivas de tuberculose pelos Serviços de Inspeção Federal e Estadual de abatedouros do Estado de São Paulo, Brasil, no período de Maio de 2002 à Janeiro de 2004, conservadas em solução de borato de sódio em temperatura ambiente por no máximo 60 dias, negativos nos cultivos de micobactérias nos meios de Lowëstein-Jensen e Stonebrink com descontaminação por Petroff e HPC e conservadas por congelamento, foram submetidos a novos cultivos em Agar Sangue, Agar MacConkey e Agar Saboraud bem como ao exame histopatológico pelas colorações de Hematoxilina-Eosina e Ziëlh-Neelsen. Nos cultivos houve isolamentos de E. faecium, E. faecalis, E. solitarius, S. arlettae e S. epidermidis. Não houve correlação entre as bactérias isoladas e a localização dos respectivos linfonodos. Os exames histopatológicos classificaram 49 animais isentos de qualquer lesão microscópica, 4 positivos para micobactérias sp, 18 fortemente sugestivos para micobactérias sp e 45 como processos atribuídos a outros agentes que não micobactérias. Não houve correlação entre o aspecto histológico dos linfonodos e o tipo de microrganismo isolado. Os microrganismos isolados foram considerados como contaminantes que tiveram acesso aos materiais durante os procedimentos de abate.

Ano

2006

Creators

Patricia Miyuki Ohara

Avaliação do efeito da fragmentação florestal na diversidade de carrapatos e patógenos transmitidos por carrapatos ma região do Pontal Paranapanema, SP

Avaliou-se o impacto da fragmentação florestal na diversidade de carrapatos de vida-livre e a presença de patógenos nestes carrapatos em remanescentes florestais do Pontal do Paranapanema, estado de São Paulo, Brasil. Estes fragmentos florestais abrigam uma rica e importante biodiversidade, com espécies endêmicas e ameaçadas como o mico-leão-preto (Leontopithecus chrysopygus), a anta (Tapirus terrestris), a onça pintada (Panthera onca), o macuco (Tinamus solitarius) e várias outras espécies de aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes. Aproximadamente 90% das espécies de carrapatos parasitam exclusivamente hospedeiros selvagens. O restante pode ter animais domésticos e humanos como hospedeiros. Embora a maioria das pesquisas tenha sido dirigida a espécies de importância econômica, os carrapatos que parasitam animais selvagens possuem relevante papel na manutenção dos níveis de patógenos em populações de vida livre. Algumas destas espécies, por exemplo, demonstraram que podem parasitar hospedeiros não selvagens e promover o surgimento de zoonoses. Em habitats fragmentados, a diversidade de espécies vertebradas é menor se comparado a habitats com pouca alteração antrópica. Portanto, a fragmentação do habitat diminui a diversidade de espécies de carrapatos também. Para estudar a relação entre a fragmentação florestal e a ecologia das populações de carrapatos foram coletados carrapatos em 8 fragmentos florestais pelo método de arrasto de flanela e inspeção visual da vegetação. Os índices de comparação utilizados foram de similaridade de Jaccard, de diversidade de Shannon e complexidade do fragmento florestal de Patton. Utilizou-se o modelo de regressão linear para compara os índices de Shannon e Patton. Um total de 2149 ninfas de Amblyomma spp foi coletado e foram identificadas as espécies de 629 carrapatos. As espécies coletadas foram Amblyomma cajennense (94,28%), A. coelebs (1,59%), A. naponense (2,86%), A. ovale (0,64%), A. nodosum (0,32%), A. brasiliense (0,16%) e Haemaphysalis juxtakochi (0,16%). Nenhum indivíduo testado foi positivo pelo teste da hemolinfa. Os resultados mostraram uma tendência de correlação entre a fragmentação floresta, e a diversidade de espécies de carrapatos.

Ano

2008

Creators

Cássio Roberto Leonel Peterka

Avaliação de métodos de extração de DNA de Cryptosporidium spp. em amostras fecais e comparação de nested PCR com o médodo coproparasitológico de centrífugo-flutuação em sacarose

O desempenho de seis métodos de extração de DNA de oocistos de Cryptosporidium spp. em fezes foram avaliados pela nested PCR do gene SSU rRNA. Os métodos consistem na combinação com pequenas variações de duas técnicas para a liberação de esporozoítos (indução de excistamento/E ou choque térmico/C) e três técnicas de purificação de DNA (fenol-clorofórmio/F, GuSCN-sílica/S ou kit QIAmp DNA Stool Mini/K). Para a avaliação da sensibilidade analítica, os testes foram realizados a partir de diluições seriadas de oocistos purificados, na ausência e na presença de 100 μl de fezes bovinas. A sensibilidade diagnóstica foi avaliada pela comparação com o método microscópico de centrífugo-flutuação em sacarose (padrão-ouro) em 15 amostras fecais de diferentes hospedeiros naturalmente infectados. Na ausência de fezes, foram avaliados apenas os métodos EF, ES, CF e CS, sendo que EF apresentou sensibilidade analítica superior, possibilitando a detecção de até 1 oocisto. Na presença de fezes, os métodos EF, EK e CK apresentaram desempenhos equivalentes, com sensibilidade de 104 oocistos. As maiores sensibilidades diagnósticas foram obtidas pelos métodos EK e CK, que possibilitaram a detecção de 13 (86,7%) das 15 amostras. Devido à alta sensibilidade analítica de EF em amostras purificadas, avaliou-se sua sensibilidade diagnóstica em amostras de oocistos purificados pelo método de centrífugo-flutuacão em sacarose, obtendo-se 100% de detecção. A presença de inibidores nas amostras fecais reduziu fortemente a sensibilidade das reações de PCR a partir de DNA extraído pelos métodos avaliados, sendo recomendável o emprego de técnicas de purificação de oocistos previamente à extração de DNA. Os resultados apontam para uma melhor eficiência dos métodos de indução de excistamento e kit QIAmp DNA Stool Mini.

Ano

2009

Creators

Mikaela Renata Funada

Vírus da raiva em morcegos insetívoros: implicações em epidemiologia molecular da diversidade dos genes codificadores da nucleoproteína e glicoproteína

Com o controle da raiva nos cães do Estado de São Paulo nos últimos 20 anos, a raiva em animais silvestres, sobretudo nos quirópteros, assume crescente importância, visto que, atualmente, estes são os principais reservatórios para a raiva neste Estado. Apesar dos morcegos manterem ciclos epidemiológicos da raiva há centenas de anos, somente a partir da década de 50 a raiva em morcegos insetívoros foi reconhecida como um problema de saúde publica. Desde então foram feitos muitos avanços na compreensão da raiva nestes animais. Atualmente, o vírus da raiva (RABV) já foi detectado em 37 espécies de morcegos brasileiros, tendo sido determinadas quatro linhagens genéticas específicas associadas a quatros gênero/espécies destes morcegos, três destas exclusivas de morcegos insetívoros. Entretanto, apesar da importância da raiva em morcegos insetívoros, estudos voltados a um conhecimento mais amplo das implicações da diversidade de amostras de RABV detectadas nos mesmos aplicados à Epidemiologia Molecular são escassos. Assim, a presente investigação teve por objetivos estabelecer genealogias para amostras de RABV isoladas de diversas espécies de morcegos insetívoros do Estado de São Paulo a partir de seqüências parciais dos genes N (40 amostras) e G (45 amostras), avaliar a existência de linhagens gênero-específicas do RABV e determinar os marcadores moleculares para sua diferenciação. Foram encontradas linhagens específicas de RABV para os gêneros Myotis, Epitesicus e Nyctinomops e três prováveis linhagens circulantes nos gêneros Tadarida, Histiotus e Lasiurus. Além disso, esta pesquisa revelou marcadores moleculares de aminoácidos específicos para os gêneros Myotis, Eptesicus e Nyctinomops, contribuindo para um melhor entendimento da epidemiologia molecular da Raiva e da relação entre o RABV e gêneros diversos de quirópteros.

Ano

2009

Creators

Rafael de Novaes Oliveira

Estudo da diversidade molecular de linhagens de Staphylococcus aureus de isolados de mastite bovina

A mastite bovina é considerada a enfermidade de maior impacto na pecuária leiteira mundial. Apesar da adoção de práticas de manejo para minimizar a ocorrência desta, os resultados não são satisfatórios para o controle de Staphylococcus aureus, o principal agente causador. Além da importância veterinária, possui implicações na saúde humana devido ao uso extensivo de antibióticos no tratamento e controle da doença e devido ao potencial de disseminação zoonótica de S. aureus. A principal preocupação em relação à resistência aos antimicrobianos é referente à meticilina, mediada pelo gene mecA. Estudos moleculares são importantes para o conhecimento da diversidade genética dos agentes causadores de mastite. A tipagem por sequenciamento de um único locus, do gene da região X da proteína A de S. aureus (spa Typing), tem sido utilizada com sucesso para investigar estrutura populacional, sendo adequada para estudos epidemiológicos. O presente projeto teve como objetivo pesquisar o perfil de resistência aos antimicrobianos e a presença de genes de resistência à meticilina e de S. aureus isolados de mastite bovina, além de compreender a diversidade genética, identificar possíveis novos perfis e conhecer a distribuição destes isolados. Os resultados encontrados foram a ausência de resistência à meticilina no antibiograma, confirmada pela ausência do gene mecA, e a baixa prevalência de multirresistência aos antimicrobianos testados. Apesar de mais de 58,74% dos isolados (242/412) serem resistentes a pelo menos um antibiótico, 53,64% (221/412) correspondem a resistência à ampicilina. Foram determinados 44 spa tipos diferentes, sendo os três mais frequentes t605 (57,45%), t002 (8,4%) e t127 (8,13%). Não houve associação entre a distribuição dos spa tipos e as variáveis analisadas de ano, estado, município e fazenda, e perfil de resitência aos antibicrobianos. Este é o primeiro estudo que utiliza o spa typing para avaliar uma coleção temporalmente diversa e, portanto, representativa da região estudada ao longo de 22 anos. Logo, espera-se que a descrição dos tipos de S. aureus obtidos contribua para a compreensão dos aspectos epidemiológicos envolvidos na transmissão do patógeno e do papel dos hospedeiros como reservatórios para linhagens resistentes. Tal compreensão é imprescindível para a prevenção, controle e tratamento da mastite bovina.

Ano

2017

Creators

Juliana Aizawa Porto de Abreu

Experimental oral infection in chickens (Gallus gallus domesticus) with Neospora caninum (NC-SP1) oocysts

Neospora caninum is a tissue-cyst forming parasite that belongs to the phylum Apicomplexa. Dogs and other canids are the definitive hosts of N. caninum and they are responsible to excrete oocysts, the environmentally resistant stage of the parasite. Viable parasites have been isolated from a variety of species, especially herbivorous, confirming their role as intermediate hosts. The importance of birds in the life cycle of N. caninum is not clear. Several experiments, using tachyzoites as inoculum, were conducted in domestic and wild birds and the results were not conclusive. In nature, the possible mode of transmission in chickens is the ingestion of oocysts. This work aimed to evaluate the infection by N. caninum in chickens orally inoculated with oocysts obtained from a new isolate of N. caninum. For that, approximately 400 g of brain from a naturally infected adult cattle, showing anti-N. caninum antibodies by means of the immunfluorescent antibody test - IFAT (titre = 200), were fed to a 2-month-old dog. Neospora-like oocysts were observed on day 7 post-inoculation (p.i.). The DNA obtained from oocysts was molecularly characterized using the ITS-1 marker and the final sequence was 99% identical to homologous sequences of N. caninum. Gerbils (Meriones unguiculatus) were orally inoculated with different doses of oocysts (10, 100 and 1000 oocysts), and all of them remained clinically normal and developed N. caninum antibodies 14 days p.i. (titre ≥ 50 by IFAT). Brain homogenate from an infected gerbil was seeded into a monolayer of Vero cells and tachyzoites were visualized at 24 days p.i.. Microsatellite genotyping using DNA from the tachyzoites revealed a unique genetic profile for this new reference isolate, named NC-SP1. Thirty White Leghorn chickens (Gallus gallus domesticus) were orally inoculated with viable N. caninum oocysts from the NC-SP1 isolate (200 oocysts per bird) via the crop at 21 days of age. Groups of three birds were euthanized at intervals of 7 days during 9 weeks; one group was challenged with the same oocysts dose at 37 days p.i. and observed for 11 weeks. Blood samples were collected weekly, and sera were tested by IFAT. Chicken tissues were analyzed using PCR, quantitative PCR and immunohistochemistry (IHC). Two mongrel dogs, approximately 45 days of age were fed with tissues from chickens euthanized at 138 and 159 days p.i.. The chickens did not seroconvert (titre < 5), and neither DNA (PCR and qPCR) nor antigen (IHC) of N. caninum was detected in inoculated chicken tissues. In addition, no oocyst excretion by the dogs was observed. In these experimental conditions, the chickens were resistant to N. caninum infection.

Ano

2017

Creators

Solange de Oliveira

Caracterização genética de isolados de Giardia spp. provenientes de amostras fecais de origem humana e animal

O protozoário flagelado Giardia duodenalis é um parasito intestinal que pode infectar uma ampla variedade de mamíferos, incluindo os humanos e os animais domésticos e selvagens. Devido à carência de informações a respeito da caracterização molecular de amostras de Giardia spp. no Brasil, o presente estudo teve como objetivo analisar 113 amostras de fezes positivas para Giardia spp. de origem humana e animal. Um segmento do gene que codifica a enzima glutamato desidrogenase (gdh) dos isolados provenientes de 37 humanos, 31 cães, 20 gatos, 12 bugios, cinco bezerros, três chinchilas, duas avestruzes, dois cachorros-do-mato e uma onça-pintada foi amplificado e seqüenciado. A análise da seqüência de nucleotídeos do gene gdh mostrou que estes isolados foram divididos em seis linhagens genéticas principais (Assemblages A, B, C, D, E, F). O genótipo AII foi identificado apenas nas amostras de humanos, enquanto o genótipo AI foi detectado nos isolados de origem animal (gato, bezerro, onça-pintada). Os isolados de Giardia spp. provenientes dos humanos, bugios, chinchilas e avestruzes foram caracterizados como pertencente ao genótipo BIV. Entretanto, os demais Assemblages foram identificados apenas em um grupo específico de hospedeiros. Assemblage C e D foram encontrados nas amostras de cães e cachorros-do-mato, Assemblage F nas amostras de gatos e Assemblage E nas amostras de bezerros. A caracterização molecular das amostras de Giardia spp. gera uma importante contribuição para o conhecimento da especificidade de hospedeiro dos diferentes genótipos.

Ano

2007

Creators

Silvio Luis Pereira de Souza

Metapneumovírus aviários em aves silvestres

Metapneumovírus Aviário (aMPV), família Pneumoviridae, gênero Metapneumovírus, é o agente etiológico responsável pela rinotraqueíte dos perus e também está associada à síndrome da cabeça Inchada em galinhas, duas importantes doenças respiratórias que acometem aves comerciais e levam a grandes perdas econômicas. O objetivo deste estudo foi detectar a presença de aMPV em amostras de aves silvestres e realizar a caracterização molecular dos isolados encontrados, com o intuito maior de contribuir para o entendimento da epidemiologia desse vírus. Para isso foram coletados no total, 448 suabes orofaringeanos (OP) e cloacais (C) oriundos de 234 aves silvestres em quatro locais do estado de São Paulo. Três tipos de amostras foram processadas e testadas: 1) 266 suabes agrupados de um ou até cinco animais que estavam no mesmo recinto e respeitando o mesmo tipo de suabe (OP ou C); 2)188 suabes foram agrupados na forma de pools de até dois animais, contendo os suabes OP e C de cada animal, formando então 48 pools; 3) amostras de tecido traqueal e pulmonar de três Egretta thula também foram coletados e testados. A purificação de RNA viral foi realizada utilizando o QIAmp RNA Mini Kit Kit (Qiagen). Para o teste de RT-PCR foi utilizado o kit OneStep RT-PCR (Qiagen) com primers baseados no gene N, previamente descritos, com fragmento esperado de 115 bp. As amostras foram também testadas por RT-PCR em tempo real (RRT-PCR) com primers específicos previamente descritos, para os subtipos A e B, com base no gene G com fragmentos de 116 e 135 bp, respectivamente. Os fragmentos das amostras positivas foram purificados e sequenciados pelo sequenciamento tipo Sanger para caracterização por análises filogenéticas. Das 126 amostras testadas pelo teste de RT-PCR baseado no gene N, quatorze foram positivas: oito amostras de Anseriformes (Aix sponsa, Aix galericulata, Dendrocygna viduata), três de Columbiformes (Columba livia), um de Falconiformes (Falco sparverius), um de Psittaciformes (Psittacara leucophthalma) e um de Pelecaniformes (Egretta thula). Das quatorze amostras positivas, treze eram provenientes de suabes, e a décima quarta era oriunda de tecido traqueal de Egretta thula. Pelo teste de RRT-PCR baseado no gene G nenhuma das 184 amostras testadas foi positiva. As análises filogenéticas realizadas com fragmentos de 44 e 54 bp do gene N de duas amostras positivas, que se agruparam com isolados pertencentes ao aMPV de subtipo A. Estes vírus apresentaram alta identidade com as estirpes derivadas de vacina e com estirpes vacinais, o que mostra uma possível ocorrência de escapes vacinais de aves de produção para as aves silvestres.

Ano

2017

Creators

Laís Santos Rizotto

Pesquisa de agentes infecciosos associados aos carrapatos de pequenos mamíferos, em área de Mata Atlântica no município de Cotia, São Paulo

A fauna de pequenos mamíferos e de carrapatos da Reserva Florestal do Morro Grande, Cotia, SP, foi investigada assim como microrganismos associados a eles. Coletas foram realizadas bimestralmente, e resultaram na captura de 158 pequenos mamíferos silvestres e cães, distribuídos em 126 roedores de 10 espécies, 26 marsupiais de 3 espécies, um tapiti, além de 6 cães domésticos inspecionados. Destes hospedeiros foram recolhidos 327 carrapatos de 9 espécies de 4 gêneros, e larvas de Amblyomma sp. Novos registros de hospedeiros foram acrescentados para as espécies I. aragaoi, I. loricatus, I. schulzei e de espécie morfologicamente semelhante a I. fuscipes. Simultaneamente, fizemos a pesquisa de exemplares em vida livre na vegetação por arraste e busca visual. Um total de 597 exemplares foram recolhidos e identificados, representando 9 espécies de 3 gêneros, além de larvas do gênero Amblyomma. Na sorologia por RIFI, com exceção dos cães domésticos que foram todos negativos, a soro reatividade apresentada para pequenos mamíferos silvestres sugere a circulação de cepas de Rickettsia naquela região. Dos 102 animais testados, 39 foram soro positivos e em 6 amostras nós sugerimos provável antígeno homólogo para R. bellii (3), R. rickettsii (2) e R. rhipicephali (1). Encontramos na quase totalidade dos espécimes adultos de I. aragaoi uma Rickettsia próxima à cepa endosiombionte de I. scapularis, e em uma fêmea de A. sculptum, sequências parciais do gene ompA foram similares a R. parkeri isoladas de A. triste no Brasil e na Argentina. Sequências geradas a partir de um fragmento do gene 18S rRNA de Hepatozoon sp. foram obtidas de amostras dos carrapatos I.c.f. fuscipes e I. schulzei, coletados sobre o roedor A. montensis. Outro hemoprotozoário encontrado foi um genótipo de Babesia sp. proveniente de pools de larvas e de ninfas de A. incisum, coletados em vida livre. Na investigação da presença de bactérias do gênero Coxiella, 14 amostras de diferentes espécies do gênero Amblyomma (A. aureolatum, A. brasiliense, A. incisum, A. naponense e A. sculptum) foram positivas, e as análises de homologia utilizando o marcador molecular 16S rDNA foram compatíveis com Coxiella endosimbiontes de carrapatos.

Ano

2017

Creators

Diego Garcia Ramirez

Detecção e caracterização de coronavirus aviário em aves silvestres de cativeiro

As aves silvestres são consideradas importantes reservatórios de diversos vírus aviários que podem afetar aves comerciais. Dessa forma, o monitoramento das aves silvestres é fundamental para garantir a sanidade dos plantéis avícolas brasileiros. Nos últimos anos, o número de espécies de aves nas quais os coronavírus aviários foram encontrados aumentou vertiginosamente em diversos países. Contudo, poucos estudos envolvendo a detecção de coronavírus aviários em aves de cativeiro e aves silvestres ou sinantrópicas foram realizados no Brasil. Assim, o presente estudo teve como objetivo identificar a presença dos coronavírus aviários em aves silvestres no Brasil e caracterizá-los molecularmente. As amostras foram testadas através do teste de RRT-PCR para detecção do gene UTR do IBV, bem como uma nested-PCR para detecção do gene S1 dos coronavírus aviários. O sequenciamento de alto desempenho foi utilizado para caracterizar os vírus detectados. No total, foram testadas 300 amostras de aves silvestres (147 suabes orofaringeanos e 153 suabes cloacais). No total, 27 amostras foram positivas pelo teste RRT-PCR. Duas amostras de Anseriformes das amostras positivas no teste de RRT-PCR foram selecionadas para sequenciamento de alto desempenho. Em ambas as amostras sequenciadas foi constatada a co-infecção pelos vírus da bronquite infecciosa e vírus da doença de Newcastle. A análise das amostras demonstrou alta identidade com vírus vacinais, o que demonstra que estirpes vacinais utilizadas na imunização de aves de produção circulam em aves silvestres e de produção de subsistência.

Ano

2017

Creators

Raphael Mausbach Simão

Pesquisa de Vibrio parahaemolyticus em atum (Thunnus spp) comercializado na zona sul do município de São Paulo ? SP

Com o objetivo de avaliar a presença de Vibrio parahaemolyticus em atum, foram coletadas 112 amostras, sendo 56 durante o inverno de 2003 (junho a julho) e 56, durante o verão de 2003-2004 (dezembro a janeiro), vendidos em diversos pontos comerciais da zona sul da cidade de São Paulo. Foi determinado o Número Mais Provável (NMP) de Vibrio parahaemolyticus, comparando a contaminação observada durante os dois períodos. As cepas foram estudadas quanto à produção de urease, ao fenômeno de Kanagawa e à sensibilidade a antibióticos. Apenas 2,68% das amostras foram positivas (3/112). Dessas, duas amostras foram coletadas no verão e uma, no inverno. A amostra positiva obtida no inverno apresentou 3 NMP/g, as outras duas, coletadas durante o verão, apresentaram respectivamente, 3 e 4 NMP/g. Todas as cepas isoladas de Vibrio parahaemolyticus foram negativas ao teste de Kanagawa e não produtoras de Urease, não apresentando nenhuma característica patogênica. Todas as cepas foram resistentes a ampicilina, eritromicina, estreptomicina penicilina G, polimixina B e vancomicina. Apresentaram susceptibilidade intermediária a ciprofloxacina, kanamicina e gentamicina, e sensibilidade a ácido nalixídico, cloranfenicol e tetraciclina. Conclui-se que, nas condições desse estudo, o sashimi de atum revelou-se um alimento de baixo risco ao consumidor, no que se refere a infecção (toxigênica) por Vibrio parahaemolyticus

Influência do fotoperíodo e da temperatura na diapausa comportamental de larvas não-alimentadas de Amblyomma cajennense (Acari: Ixodidae) provenientes de Pirassununga, São Paulo, Brasil

A diapausa comportamental em carrapatos é caracterizada pela perda temporária da agressividade do indivíduo, tendo como conseqüência o prolongamento do período sem alimentação, sendo detectada em larvas de Amblyomma cajennense. Esta espécie destaca-se como principal vetor da Febre Maculosa no Sudeste brasileiro. Este estudo objetivou avaliar os efeitos do fotoperíodo e da temperatura na regulação da diapausa comportamental em larvas não-alimentadas de A. cajennense. Para isso, fêmeas ingurgitadas foram obtidas de eqüinos naturalmente infestados de Janeiro à Fevereiro de 2005 e 2006. No laboratório, cada grupo experimental foi composto por oito fêmeas ingurgitadas colocadas em vaso contendo capim braquiária (Brachiaria decumbens). Cada vaso foi exposto a uma condição de temperatura e fotoperíodo dentro de incubadoras B.O.D. (Marconi MA 402). A fotofase foi estabelecida por 4 lâmpadas (Philips TLT 75RS Extra luz do dia 20w) e a escotofase pela ausência total de luz. Os parâmetros biológicos observados foram período de pré-postura, incubação dos ovos, de permanência das larvas debaixo do capim e de presença de larvas na ponta do capim (comportamento de busca pelo hospedeiro). Paralelamente, verificou-se o poder infestante de larvas em diapausa para frangos (Gallus gallus), em comparação com larvas em não diapausa. Os resultados obtidos demonstram que, sob variação de fotoperíodo com temperatura constante de 25oC, a duração do intervalo de pré-postura e de incubação dos ovos foi semelhante em todos os grupos experimentais (1 a 2 semanas para período de pré-postura e 5 semanas para período de incubação dos ovos). Observou-se que a combinação de fotoperíodo 14:10 (claro:escuro) induziu a diapausa, sendo que o fotoperíodo de 12:12 ou 10:14 determinaram o término da diapausa. Em outras combinações de fotoperíodo, onde larvas estiveram no fotoperíodo de 12:12 ou 10:14 desde a eclosão, a aglomeração nas pontas do capim ocorreu dentro das primeiras semanas de vida das larvas. Larvas mantidas em fotoperíodo 12:12 e 10:14 não entraram em dormência e larvas mantidas em condição de fotoperíodo de 14:10 permaneceram no solo por tempo maior que as outras. No entanto, a diminuição da temperatura de 25 para 15oC, no fotoperíodo constante de 14:10, induziu o término da diapausa. Em todos os experimentos realizados sob fotoperíodo de 10:14, nenhum dos regimes de temperatura foi eficiente para induzir a diapausa. Houve diferença no intervalo de incubação dos ovos entre grupos experimentais com temperatura de 25 e 20oC. Não houve diferenças significantes (P > 0,05) entre proporções de larvas em diapausa e em não diapausa que se ingurgitaram nos frangos, embora larvas em diapausa apresentaram período parasitário significativamente mais longo (P < 0,05). Conclui-se que a diapausa em larvas de A. cajennense é induzida somente se a condição de fotoperíodo estiver com maior número de horas de claro (14:10) durante a eclosão das larvas. Temperaturas de 20 ou 25oC não são capazes de induzir a diapausa, quando mantidas em fotoperíodo 12:12 ou 10:14. O término da diapausa é desencadeado tanto pela mudança de fotoperíodo (14:10 para 12:12 ou 10:14) como pela diminuição da temperatura de 25 para 15oC.

Ano

2008

Creators

Ricardo Ramos Cabrera