Repositório RCAAP

VICISSITUDES E POSSIBILIDADES DA TEORIA CRÍTICA HOJE

Resumo: Neste texto, a teoria crítica é vista hoje como basicamente dissolvida, incapaz de analisar e de compreender a decadência da democracia ou suas limitações em todo o mundo (salvo na América Latina), bem como as novas configurações globais, profundamente desiguais, do capitalismo contemporâneo. Discutem-se os recentes desenvolvimentos da tradição frankfurtiana, as contribuições e limitações do pós-colonialismo, as vertentes marxistas e as abordagens latino-americanas e indianas. Os movimentos sociais e os caminhos possíveis de renovação da teoria crítica são também discutidos.

NOVAS FORMAS DE RELACIONAR AUTORIDADE E SOLIDARIEDADE: QUESTÕES TEÓRICAS E EMPÍRICAS

Resumo: O artigo combina discussão teórica com análise empírica, em um esforço para discutir mudanças em curso na teoria e na prática. Tomando ideias e ações como componentes entrelaçados dos processos sociais, focaliza-se uma mudança intelectual ampla e uma inovação institucional empírica como fenômenos que se espelham. No nível teórico, aborda-se a tendência a conceber a sociedade de uma forma que difere do cânone vigente até há bem pouco, argumentando que o ressurgimento da sociedade civil no discurso público, a ascensão de novos movimentos sociais e a difusão de ideais cosmopolitas são alguns dos indícios de transformação que exigem dos cientistas sociais novas lentes teóricas. No nível empírico, considera-se o mundo das organizações não governamentais ilustrativo da nova imagem da sociedade. Sugere-se que a elevação de tais organizações à condição de parceiro ou de alternativa para os mecanismos de autoridade sinaliza uma nova forma de enquadrar as relações entre Estado e sociedade.

O HOMEM DA FICHA ANTROPOMÉTRICA E DO UNIFORME PANDEMÔNIO: LIMA BARRETO E A INTERNAÇÃO DE 1914

Resumo: O presente artigo pretende analisar o contexto em que se deu a internação de Lima Barreto, em 1914, a partir de recorte singular. De um lado, cruzando diferentes documentos produzidos pelo autor à época, como contos, diários, entrevistas, crônicas e as próprias fichas de entrada na Instituição Hospitalar. De outro, a partir da comparação dos registros de pacientes internados no Hospital nesse mesmo ano. Com esse intuito, o artigo explora marcadores sociais de diferença - raça, gênero, situação social, origem -, mostrando como o uso e manipulação dos mesmos ajuda a entender os próprios discursos legados pelos internos e especialistas. Por fim, a partir da interpretação das fotos e do uso de um método dialógico, conforme exercitado por Bakhtin e Ginzburg, busca-se recuperar pistas e vestígios, assim como entender os pacientes não só como "vítimas", mas como "protagonistas" em meio a uma situação por certo desigual.

CUIDADO E CUIDADORAS: O TRABALHO DE CARE NO BRASIL, FRANÇA E JAPÃO

Resumo: Este artigo analisa, de uma perspectiva comparativa, aspectos do processo de construção social do trabalho de care, em particular as suas tênues fronteiras com o trabalho doméstico. Focaliza três realidades socioculturais distintas, as da França, do Japão e do Brasil, hoje desafiadas por um problema comum, o do envelhecimento das suas populações, do qual decorre o relevo que adquirem as ocupações associadas ao cuidado com os idosos e dependentes. "Auxiliaires de vie", "helpers" ou "cuidadoras", as pessoas dedicadas a essa ocupação partilham características, a mais destacável o fato de serem mulheres. Mas elas se diferenciam em aspectos relativos seja às características dos respectivos mercados de trabalho, que impactam nas suas trajetórias ocupacionais; seja às estruturas familiares e aos atores envolvidos no "cuidado"; seja às políticas públicas para o setor e aos requisitos de formação profissional para os que nele atuam. A esses aspectos o artigo dedica as suas principais sessões, que serão antecedidas por uma breve revisão sobre a categoria e as diversas declinações do care, no discurso analítico e no linguajar nativo.

Ano

2011

Creators

Guimarães,Nadya Araujo Hirata,Helena Sumiko Sugita,Kurumi

REFORMA E DESAFIOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR: O PROCESSO DE BOLONHA DEZ ANOS DEPOIS

Resumo: Este artigo trata da implementação do Processo de Bolonha iniciado em 1998. Tal processo consiste em uma ampla reforma da educação superior na Europa. Após se examinar a trajetória de consolidação dos objetivos e as metas desse programa, é focalizada, privilegiadamente, a situação atual do ensino superior na Alemanha. São abordados três aspectos centrais: o processo de formulação de uma reforma de proporções continentais por meio das conferências e dos comunicados; as mudanças introduzidas na organização do ensino superior; e, por fim, a análise do processo de adoção do modelo Bolonha no sistema de ensino superior na Alemanha e os problemas e desafios dez anos depois.

O MATO & O ASFALTO: CAMPOS DA ANTROPOLOGIA NO BRASIL

Resumo: O artigo é um breve apanhado sobre o campo da antropologia no Brasil. Feito originalmente para leitores estrangeiros, pareceu-me melhor deixá-lo como estava a atualizá-lo, na expectativa de que possa ser útil para jovens iniciantes nesse campo, já que o texto refere algumas instituições importantes para a sua formação nos últimos anos - como os programas de pós-graduação e a Associação Brasileira de Antropologia (ABA), e seus temas de pesquisa. Propõe-se aqui também que não apenas a interdisciplinaridade, bastante praticada hoje, mas também relações transversais ao próprio campo da antropologia são desejáveis - isto é, que os antropólogos "urbanos" levem em conta o que dizem os etnólogos, que estes dialoguem com os estudos de gênero etc. De todo modo, a bibliografia incluída ainda é, e continuará a sê-lo por um bom tempo, leitura necessária para pesquisadores que se interessem pela história da antropologia.

ALEGORIAS EM AÇÃO

Resumo: As alegorias são elementos expressivos integrantes das narrativas e performances rituais do festival dos Bois Bumbás de Parintins/Amazonas e do desfile das escolas de samba cariocas. São arte ritual por excelência, posto que feitas para serem integralmente consumidas em seu uso. Sua função nesses dois festivais espetaculares é eminentemente performativa, pois seu consumo ritual produz efeitos decisivos na dinâmica das apresentações. A comunicação examina as funções, significados e usos das alegorias no contexto do Bumbá de Parintins elaborando as noções de maravilhamento e de risco para sua compreensão.

Ano

2011

Creators

Cavalcanti,Maria Laura Viveiros de Castro

AS DUAS NATUREZAS DE LÉVI-STRAUSS

Resumo: Aborda-se aqui a complexidade do status do par conceitual natureza e cultura no pensamento de Lévi-Strauss. Ao mesmo tempo ferramenta de análise, cena filosófica dos primórdios e antinomia a superar, revisita-se os diferentes usos e significados na obra de Lévi-Strauss do conceito de natureza e sua relação com o de cultura. Mostra-se como é possível reconhecer na obra de Lévi-Strauss dois conceitos de natureza: por um lado, uma natureza que se opõe à cultura num programa científico formulado em termos classicamente dualistas e, por outro, uma teoria do conhecimento decididamente monista que considera o espírito como parte e produto desse mesmo mundo. Argumenta-se que se o dualismo entre cultura e natureza fundou o pensamento estruturalista de Lévi-Strauss, é na própria obra deste que encontramos os argumentos e meios de superá-lo. A vocação do estruturalismo na antropologia de hoje, no entanto, é de ir mais longe neste caminho do que foi o próprio fundador.

A IDEIA, A SÉRIE E A FORMA: DESAFIOS DA IMAGEM NO PENSAMENTO DE CLAUDE LÉVI-STRAUSS

Resumo: Neste artigo, parte-se da abordagem teórica da arte por Lévi-Strauss para aplicá-la a um objeto não explorado pelo próprio autor: a arte abstrata no Ocidente. O texto inicia com uma polêmica entre Lévi-Strauss e o teórico do surrealismo, André Breton, em torno da magia da arte. A polêmica põe a nu a originalidade de Lévi-Strauss enquanto teórico da arte, em diálogo permanente com os Modernistas de sua época, assim como a centralidade da arte na sua teoria estruturalista. Se para Breton a magia da arte é universal porque apela para processos de apreensão intuitivas, opostos à razão, para Lévi-Strauss o desafio da universalidade da arte consiste no fato de este ser um dos lugares privilegiados de exploração do pensamento formal. Lévi-Strauss propõe interpretar paralelamente, no interior de cada universo cultural, as coordenadas constitutivas da imagem e as operações mentais que essas coordenadas implicam. Se Lévi-Strauss seguiu este caminho para dar sentido aos arabescos kadiwéu, propõe-se aqui seguir esta trilha na exploração da arte abstrata.

DOM QUIXOTE NA AMÉRICA: CLAUDE LÉVI-STRAUSS E A ANTROPOLOGIA AMERICANISTA

Resumo: Em D. Quixote na América, Anne-Christine Taylor aborda o paradoxo da identidade americanista de Lévi-Strauss. O alcance geral e abstrato da obra de Lévi-Strauss e a pouca expressividade teórica e empírica do americanismo na época em que este realizou suas primeiras e curtas experiências de campo poderiam sugerir que a região onde o autor se formou enquanto antropólogo não teve influência sobre o desenvolvimento teórico de sua obra. A autora mostra, pelo contrário, que se americanista ele se tornou quase por acaso, a influência da experiência e do pensamento ameríndio sobre o estruturalismo de Lévi-Strauss foi tamanha que se pode falar em uma Eindianizaçãoi do imaginário científico de Lévi-Strauss, mesmo quando sua meta é o universal.

REAVALIANDO CULTURA E POBREZA

Resumo: Nosso objetivo é fazer um balanço da literatura emergente sobre a relação cultura-pobreza; é identificar questões que permanecem sem resposta; e defender a posição de que o estudo judicioso da cultura, com fundamento teórico e base empírica, pode e deve ser uma componente permanente da agenda da pesquisa sobre a pobreza. Começamos identificando as razões científicas e políticas pelas quais os estudiosos da pobreza deveriam preocupar-se profundamente com a cultura. Então, abordamos uma pergunta difícil - o que é "cultura"? - e argumentamos que sociólogos e antropólogos culturais, com a finalidade de entenderem o processo de criação de significado, desenvolveram pelo menos sete instrumentos analíticos distintos, mesmo que parcialmente coincidentes, que poderiam ajudar a responder perguntas sobre casamento, educação, vizinhanças, participação em comunidades e outros tópicos centrais ao estudo da pobreza.

Ano

2011

Creators

Small,Mario Luis Harding,David J. Lamont,Michèle

EMPREENDIMENTOS URBANOS DE ECONOMIA SOLIDÁRIA: ALTERNATIVA DE EMPREGO OU POLÍTICA DE INSERÇÃO SOCIAL?

Resumo: Neste artigo buscamos analisar o perfil dos empreendimentos de economia solidária: como são organizados, seus indicadores de gestão participativa, suas condições de sustentabilidade e possibilidades de garantir inserção social de trabalhadores excluídos do mercado de trabalho. Consiste em uma análise dos dados de 2007 da base Sies (Sistema de Informação em Economia Solidária) do Ministério do Trabalho e Emprego. Procuramos verificar o que se entende por organização de trabalho solidário num mercado caracterizado por seu oposto, e em que a gestão coletiva se efetiva. Foram priorizados os empreendimentos caracterizados pelo trabalho coletivo ou cooperativo dos seguintes subsetores econômicos: reciclagem, costura, calçado e alimentação. Também foram consideradas as fábricas recuperadas e associações/cooperativas de profissionais qualificados dos setores de engenharia, informática e educação. Concluímos que, de forma geral, os empreendimentos solidários correspondem mais a políticas compensatórias do que efetivamente a uma alternativa ao emprego formal ou assalariado.

Ano

2011

Creators

Lima,Jacob Carlos Araújo,Angela Maria Carneiro Rodrigues,Cecília Carmen Pontes

O GÊNERO DA "NOVA CIDADANIA": O PROGRAMA MULHERES DA PAZ

Resumo: Este artigo discute o novo paradigma de políticas sociais, nomeado de diferentes maneiras, como pós-Consenso de Washington, cidadão-consumidor ou investimento social e as formas que assume no contexto brasileiro. Toma-se como referência empírica o Programa Mulheres da Paz, do Rio de Janeiro, que visa a capacitar mulheres de comunidades pobres a "resgatar" jovens em situação de risco e criminalidade e a atuarem como lideranças locais. O artigo analisa a tensa convivência entre diferentes discursos e práticas que, ao mesmo tempo, mobilizam pressupostos maternalistas, associados à feminilidade e colocados a serviço dos objetivos do desenvolvimento e os novos conceitos de "cidadania ativa", que se baseiam na ideia de investir nos sujeitos como indivíduos e na promoção da autonomia e do autodesenvolvimento, o chamado empoderamento.

JORGE AMADO E SEUS CAMARADAS NO CÍRCULO COMUNISTA INTERNACIONAL

Resumo: O artigo busca elucidar aspectos da relação de artistas brasileiros e latino-americanos com a imprensa cultural comunista francesa e com o movimento comunista internacional do fim dos anos 1940 a meados dos 1950, no contexto da Guerra Fria. Os contatos no exterior foram fundamentais para a inserção internacional de latino-americanos, bem como para sua formação intelectual e política. A imprensa comunista francesa desempenhou papel importante para divulgar a obra de artistas latino-americanos, notadamente os que moraram em Paris. Alguns deles conseguiram lugar de destaque na rede comunista, especialmente por sua atuação no movimento pela paz mundial, como o poeta chileno Pablo Neruda e o romancista brasileiro Jorge Amado. Ele foi o principal artista brasileiro a beneficiar-se da internacionalização a partir do exílio em Paris, abrindo caminho também para a difusão de obras de amigos estrangeiros no Brasil e de brasileiros no exterior. São abordados ainda os dilemas dos artistas comunistas diante das perseguições e recompensas no auge do stalinismo.

O OLHO DO ETNÓGRAFO

Resumo: O artigo propõe uma leitura do texto do escritor e antropólogo Michel Leiris (1901-1990), "L'œil de l'ethnographe (à propos de la Mission Ethnographique Dakar-Djibouti)", publicado na revista Documents (1930, 7), e escrito pouco antes de sua primeira viagem de campo à África, quando ele integra a Missão Etnográfica e Linguística Dacar-Djibouti (1931-1933). Trata-se de exercitar um olhar aproximado sobre esse relato de viagem (ou sobre a viagem) antes de sua realização, pensando os seus rendimentos para uma reflexão sobre a viagem etnográfica, sobre o papel de Leiris na redação de Documents, na Paris do entre-guerras e sobre sua obra.

IMAGEM - PALAVRA: A PRODUÇÃO DO CORDEL CONTEMPORÂNEO

Resumo: Câmara Cascudo, ao descrever o cordel, atribui a sua função poética à capacidade de "fotografar", isto é, de apresentar uma imagética por meio das palavras. Partindo da intuição de Cascudo, procuro apresentar a força da imagem produzida pela rima no cordel que, por sua vez, permite ao ouvinte-leitor imaginar e compreender mundos outros apresentados pelo poeta cordelista. Partindo desta questão empreendo uma reflexão sobre a poética do cordel demonstrando que a dimensão afetiva e cognitiva da imagem e do tropos são inseparáveis, construindo, por sua vez, a poética e o estilo discursivo enquanto algo "encorporado" (embodied) na própria natureza material da fala e da comunicação.

REPERTÓRIO, SEGUNDO CHARLES TILLY: HISTÓRIA DE UM CONCEITO

Resumo: O artigo problematiza a incorporação da dimensão cultural na explicação dos processos políticos a partir de uma reconstrução das várias formulações do conceito de repertório na sociologia de Charles Tilly, desde os anos 1970 até seus últimos trabalhos, em 2008. Mostra como Tilly partiu, em 1976, de uma noção de repertório como formas de ação reiteradas em diferentes tipos de conflito; abordagem estruturalista e racionalista, concentrada na ligação entre interesse e ação, e privilegiando atores singulares. Trinta anos depois, o conceito de repertório se apresenta relacional e interacionista, privilegia a experiência das pessoas em interações conflituosas, e o uso e a interpretação dos scripts em performances. Esta reformulação enfatiza a agency e afasta-se do estruturalismo anterior de Tilly. Argumenta-se que a interpretação de Tilly pode se aplicar à história de seu conceito, apropriado em performances de outros intérpretes. Além da sua aplicação a novos casos, repertório ganhou especificações, contestações, dilatações, e usos imprevistos.

COM, CONTRA E PARA ALÉM DE CHARLES TILLY: MUDANÇAS TEÓRICAS NO ESTUDO DAS AÇÕES COLETIVAS E DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

Resumo: Apesar de sua prolífica obra e importantes contribuições para as ciências sociais, em particular para a sociologia e a história, e da recente reativação do debate sobre os movimentos sociais no Brasil, o diálogo sistemático com o autor Charles Tilly ainda é tênue no país. Este artigo oferece uma discussão crítica do seu legado no estudo das ações coletivas, de forma geral, e dos movimentos sociais, de maneira mais específica, a partir de uma tripla direção: primeiro, "com Tilly", resgatando suas contribuições teórico-metodológicas clássicas neste campo; segundo, "contra Tilly", discutindo tanto as principais críticas recebidas e controvérsias com outras teorias, escolas e autores, como a busca de respostas renovadas por parte do autor; e, finalmente, "para além de Tilly", assinalando alguns elementos centrais em sua trajetória coletiva e obra mais recente, para além dos quais é preciso avançar. No decorrer desse percurso histórico e teórico, o texto se engaja em uma discussão mais ampla sobre a reconfiguração das ações coletivas e dos movimentos sociais como campo de pesquisa na atualidade.

A INVENÇÃO DO "SOCIAL" E A NORMATIVIDADE DAS CIÊNCIAS SOCIAIS: DILEMAS CLÁSSICOS E TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS

Resumo: O artigo discute as relações entre a sociologia e a questão social, explorando a dimensão cultural da ciência na organização da sociedade, na modernidade, na qual a sociologia é produto e produtora desta ordem. O artigo se estrutura em três partes: a primeira analisa a invenção da propriedade social do Estado na proteção social. A segunda contrapõe o homo sociologicus ao homo Œconomicus, analisando a pauperização, como o fenômeno sobre o qual se constrói a crítica ao utilitarismo. A terceira apresenta três matrizes paradigmáticas sobre a pobreza na sociedade da abundância (Tocqueville, Marx & Engels, e Simmel). Na conclusão apresenta três paradigmas (o do contrato, do direito e da dádiva), que tentam refundar a proteção social de uma perspectiva do direito incondicional de todos os cidadãos a uma renda mínima universal.