Repositório RCAAP

Determinação do peptídeo natriurético cerebral humano em portadores da doença de Chagas

OBJETIVO: Determinar os níveis séricos do peptídeo natriurético cerebral (PNB) em pacientes com cardiopatia chagásica crônica e em indivíduos com sorologia positiva para doença de Chagas sem comprometimento cardíaco, e correlacionar os níveis de PNB com o grau de comprometimento cardíaco, dimensões cardíacas, presença de marcapasso e fração de ejeção. MÉTODOS: Concentrações séricas de PNB foram determinadas através do Triage® - BNP Test, produzido pela BIOSITE®. Foi avaliado o PNB sérico de 25 indivíduos do ambulatório de doença de Chagas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, distribuídos em 2 grupos, um, G1; composto por 13 portadores de sorologia positiva para doença de Chagas, assintomáticos e sem cardiopatia detectável pelo eletrocardiograma, radiografia do tórax e ecocardiograma, o outro, G2; por 12 portadores da doença de Chagas com comprometimento cardíaco. RESULTADOS: Níveis significativamente mais elevados de PNB foram detectados nos pacientes chagásicos com comprometimento cardíaco: (G1=4,4±4,4 pg/ml, G2=293,0±460,2 pg/ml) p<0,01. Nos 2 grupos não houve correlação dos níveis séricos de PNB com a idade e o sexo. Os níveis foram diretamente proporcionais à classe funcional e à área cardíaca no estudo radiológico do tórax. Apesar de demonstrar uma tendência de elevação no comprometimento da função sistólica, não houve correlação linear com a fração de ejeção ao ecocardiograma. Presença de marcapasso definitivo e alterações eletrocardiográficas não modificaram os níveis séricos de PNB. CONCLUSÃO: Os indivíduos com sorologia positiva para doença de Chagas, assintomáticos e sem evidência de disfunção ventricular, possuem níveis séricos de PNB semelhantes aos da população em geral.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Melo,Railton Bezerra de Parente,Giordano Bruno de Oliveira Victor,Edgar Guimarães

Características clínicas associadas à evolução desfavorável na miocardiopatia periparto

OBJETIVOS: Avaliar as características clínicas de mulheres com diagnóstico prévio de miocardiopatia periparto e verificar as características associadas à evolução desfavorável. MÉTODOS: Variáveis clínicas, obstétricas e ecocardiográficas foram estudadas em 12 pacientes com miocardiopatia periparto, avaliadas no momento do diagnóstico e em consulta atual, quando foram divididas em dois grupos: GF (n= 6, sem alterações cardíacas) e GD (n= 6, com cardiomegalia e disfunção ventricular persistentes). As comparações foram feitas com o teste "t" de Student e exato de Fisher (p<0,05). RESULTADOS: No diagnóstico, a idade média das pacientes (8 brancas e 4 negras/pardas) foi de 24±7,4 anos; todas em classe funcional IV (NYHA) e 8 relataram hipertensão gestacional ou pré-eclâmpsia. A mediana do tempo de seguimento foi de 25 meses. Dez pacientes evoluíram para classe funcional I/II. A comparação entre os grupos mostrou GD com menor fração de ejeção do ventrículo esquerdo (0,30±0,05 vs. 0,58±0,09; p<0,001) e maior diâmetro sistólico do VE (58±5mm vs. 46±3mm; p<0,001), no momento do diagnóstico. A evolução desfavorável foi mais frequente entre as pardas (p=0,01). Na avaliação atual o GD apresentou menor espessura relativa da parede (0,13±0,02 vs. 0,17±0,02; p< 0,05) e maior massa do VE (283±90g vs. 186±41g; p<0,05). CONCLUSÃO: Pacientes com miocardiopatia periparto prévia apresentam evolução desfavorável associada à raça negra e alterações cardíacas iniciais mais acentuadas e a evolução favorável está associada à redução da massa miocárdica e aumento da espessura relativa da parede ventricular.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Moreira,Caroline da Costa Zanati,Silméia Garcia Medeiros,Vera Therezinha Borges Guimarães,Cláudia Simões,Elaine Farah Matsubara,Beatriz Bojikian

Perfil ambulatorial em cardiologia pediátrica na cidade de Ribeirão Preto, SP

OBJETIVO: Verificar em casuísticas ambulatoriais na rede pública de saúde, em hospital terciário e na clínica privada, as características do atendimento, em cardiopatia pediátrica enfatizando o motivo de encaminhamento, o diagnóstico definitivo e a conduta adotada. MÉTODOS: Um total de 1.365 pacientes consecutivos, com idades entre 1 mês a 14 anos foram atendidos, em 1996, em 3 locais distintos: G1 (n = 562), ambulatório de referência da rede pública, oriundo de Ribeirão Preto (RP) (78%) e região (22%); G2 (n = 420), clínica privada, oriundo de RP (67%), região (25%) e outras regiões/estados (8%); G3 (n = 383), ambulatório de referência do Hospital das Clínicas da FMRP - USP, procedente de RP (26%), região (43,5%) e outras regiões/estados (30,5%). RESULTADOS: Motivo de encaminhamento: G1: sopro (71%), arritmia (8%), dor precordial (7%), dispnéia (6,5%) e motivos variados (7,5%); G2: sopro (70%), dor precordial (7%), arritmia (7%), dispnéia (4%), pós-operatório (4%) e motivos variados (8%); G3: sopro (56%), pós-operatório (24%), arritmia (4%) e motivos variados (16%). Abandono de tratamento: G1: 31%, G2: 17% e G3: 3%. Diagnóstico definitivo: G1: 346 (89%) normais e 43 (11%) anormais; G2: 268 (76%) normais e 82 (24%) anormais; G3: 22 (6%) normais e 351 (94%) anormais. Conduta: G1: alta (89%) e seguimento (11%); G2: alta (76%) e seguimento (24%); G3: alta (6%) e seguimento (94%). CONCLUSÃO: Perfil clínico diferenciado entre os três grupo. Há necessidade de intervenção nas unidades básicas de saúde para verificar condições de atendimento e oferecer treinamento cardiológico pediátrico aos pediatras. Importante determinar causas do índice de abandono no G1 e há necessidade de investir na natureza estrutural e de recursos humanos para o atendimento no ambulatório do G3.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Amaral,Fernando Granzotti,João A. Dantas,Bruno G. Balestra,Diogo C.

Capacidade funcional máxima, fração de ejeção e classe funcional na cardiomiopatia chagásica: existe relação entre estes índices?

OBJETIVO: Avaliar a potencial associação entre a capacidade funcional máxima (VO2max), fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e a classe funcional (CF) pela NYHA em pacientes com cardiomiopatia chagásica. MÉTODOS: Foram estudados 104 homens, com idade média de 40.3± 9.0 anos (variação: de 18 a 65), com diagnóstico estabelecido de cardiomiopatia chagásica. A FEVE e VO2max foram classificadas em três categorias: FEVE <0.30, 0.30< FEVE <0.50, e FEVE > 0.50 e VO2max <10, 10<VO2max <20, e VO2max >20 ml.kg-1.min-1, respectivamente. RESULTADOS: Do total, 31 (29.8%) pacientes estavam em CF II, 41 (39.4%) em classe funcional III, e 32 (30.8%) em CF IV. Os valores correspondentes do VO2max e da FEVE para CF II, III e IV foram 21.5±4.0 ml.kg-1.min-1, 18.3±5.8 ml.kg-1.min-1 e 14.7±4.9 ml.kg-1.min-1 e 0.50±0.6, 0.35±0.9 e 0.29±0.7, respectivamente. FEVE <0.30 e VO2max <10 ml.kg-1.min-1 foram encontradas na grande maioria dos pacientes em CF IV. Inversamente, pacientes em CF II foram relacionados com FEVE >0.50 como também VO2max >20 ml.kg-1.min-1. CONCLUSÃO: Existe uma boa associação entre a classe funcional, a capacidade funcional máxima e a fração de ejeção do ventrículo esquerdo em pacientes com cardiomiopatia chagásica. Dados que podem ser úteis no manuseio da insuficiência cardíaca, em chagásicos.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Mady,Charles Salemi,Vera Maria Cury Ianni,Barbara Maria Ramires,Felix José Alvarez Arteaga,Edmundo

Doença cardiovascular e fatores de risco cardiovascular em candidatos a transplante renal

OBJETIVO: Determinar a prevalência de doença cardiovascular (DCV) e de fatores de risco tradicionais em portadores de insuficiência renal crônica em avaliação para inclusão em lista para transplante renal. MÉTODOS: Foram submetidos à avaliação clínica e exames complementares 195 pacientes com insuficiência renal crônica dialítica e comparados a grupo de 334 hipertensos pareados por idade. As equações de Framingham foram usadas para o cálculo do risco absoluto (RA); o risco relativo (RR) foi calculado tendo como referência o risco absoluto da coorte de baixo risco de Framingham. RESULTADOS: Do total, 37% apresentaram algum tipo de doença cardiovascular na avaliação inicial, sendo que arteriopatia obstrutiva (23%) foi a mais prevalente. Excluídos os pacientes com doença cardiovascular, em relação aos fatores de risco tradicionais, houve diferença significativa quanto à pressão arterial sistólica e colesterol total (maiores no grupo de hipertensos) e às prevalências de homens, diabetes e tabagismo, maiores no grupo de insuficiência renal crônica, que apresentou maior grau de hipertrofia ventricular esquerda, menor pressão arterial diastólica e menor prevalência de história familiar de doença cardiovascular e obesidade. O risco relativo para doença cardiovascular dos pacientes com insuficiência renal crônica foi mais elevado em relação à população controle de Framingham porém não diferiu da observada no grupo de hipertensos. CONCLUSÃO: Em candidatos a transplante renal é significativa a prevalência de doença cardiovascular e de fatores de risco tradicionais; as equações de Framingham não quantificam adequadamente o risco cardiovascular real e outros fatores de risco específicos desta população devem contribuir para o maior risco cardiovascular.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Gowdak,Luís Henrique Wolff Paula,Flávio Jota de Giorgi,Dante Marcelo Artigas Vieira,Marcelo Luís Campos Krieger,Eduardo Moacyr Lima,José Jayme Galvão De

Principais características clínicas de pacientes que sobrevivem 24 meses ou mais após uma hospitalização devido a descompensação cardíaca

OBJETIVO: Estudar as principais características clínicas dos pacientes com insuficiência cardíaca sobreviventes há mais de 24 meses após hospitalização para compensação. MÉTODOS: Estudados 126 pacientes com insuficiência cardíaca, em classe funcional III ou IV, com idade média de 51,7 anos, a maioria homens (73%), com fração de ejeção (FE) média de 0,36 e diâmetro diastólico (DD) do VE de 7,13 cm. Avaliaram-se as principais características clínicas e laboratoriais e no seguimento identificaram-se 25 (19.8%) pacientes que sobreviveram mais de 24 meses após a alta hospitalar. Compararam-se os dados dos sobreviventes (G1) aos dos que faleceram (G2) antes de 24 meses. RESULTADOS: No G1 encontraram-se níveis mais elevados do sódio sérico (138,3±3,4 vs 134,5±5,8 mEq/l; p=0,001), da pressão arterial (120,0 vs 96,7 mmHg; p=0,003) e da FE do VE (0,40±0,08 vs 0,34±0,09; p=0,004) e valores menores da uréia (59,8 vs 76,3 mg/dl; p=0,007), do tempo de protrombina (12,9 vs 14,8s; p=0,001), do DDVE (6,78±0,55 vs 7,22±0,91; p=0,003) e do diâmetro do AE (4,77 vs 4,99cm; p=0,0003). Houve mais sobreviventes entre os portadores de cardiomiopatia idiopática e hipertensiva do que entre os chagásicos e doença coronariana. Na análise multivariada permaneceram como variáveis preditoras independentes da mortalidade o DDVE > 7,8 cm (HR 1,95), o Na < 132 mEq/l (HR 2,30) e o tempo de protrombina > 14 seg (HR 1,69). CONCLUSÃO: O estudo permite predizer quais os pacientes com insuficiência cardíaca que poderão apresentar uma boa sobrevida após a alta e os com maior possibilidade de longa sobrevivência após a alta.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Oliveira Jr,Mucio Tavares de Canesin,Manoel Fernandes Munhoz,Robson Tadeu Del Carlo,Carlos Henrique Scipioni,Airton Ramires,José Antonio Franchini Barretto,Antonio Carlos Pereira

Insuficiência renal aguda após uso de imunoglobulina intravenosa para tratamento de miocardite

Mulher de 60 anos com quadro de insuficiência cardíaca classe funcional III/IV (NYHA) de etiologia imuno-mediada (miocardite autoimune). Após tentativas terapêuticas sem sucesso, foi utilizada imunoglobulina intravenosa, deteriorando a função renal, complicação rara desta terapia. Após hemodiálise a paciente recuperou a função renal e ocorreu melhora da insuficiência cardíaca crônica para classe funcional I.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Pordeus,Vitor Tostes,Andréa Mesquita,Cláudio Tinoco Mady,Charles Mesquita,Evandro Tinoco

Síndrome de Wolff-Parkinson-White associada a comunicação interatrial tipo seio venoso

A associação de comunicação interatrial (CIA) tipo seio venoso com síndrome de Wolff Parkinson White (WPW) é muito rara e ainda não descrita na literatura médica especializada. Descreve-se o caso de uma jovem portadora dessa associação de patologias tratada com ablação da via acessória por radiofreqüência, seguida de correção cirúrgica do defeito do septo interatrial.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Moraes,Patrícia Lopes Gerken,Luíz Márcio Gontijo Filho,Bayard Vicente,Walter Villela de Andrade Evora,Paulo Roberto Barbosa

Estimulação cardíaca com tele-anodo: uma nova técnica para estimulação elétrica do coração

Os geradores unipolares, unicâmara, ou dupla-câmara podem ser inibidos, ou deflagrados por ação de miopotenciais esqueléticos. Na experiência dos autores, estas complicações ocorrem em mais de 70% dos casos. Os geradores bipolares apresentam o risco potencial de provocar arritmias graves, complicação também observada pelos autores. Preocupados com essa situação, os autores idealizaram um tipo de estimulação com o cátodo ligado ao coração e o ânodo longe do gerador e longe do coração e, por isso, o denominaram "tele-anodo". D. Kormann e J. Pachón tiveram a idéia de posicioná-lo na região esternal. Um dos autores (D. Kormann) idealizou e construiu dois sistemas de tele-anodos esternais e intravasculares. Os esternais podem ser espirais, ou cilíndricos. Na técnica proposta, os autores utilizaram, para estimulação unicâmara, em átrio ou ventrículo, um gerador multiprogramável, bipolar, convencional, com eletrodo unipolar em átrio, ou ventrículo, ligado ao seu polo negativo e o tele-anodo, de preferência esternal, conectado ao polo positivo. Para estimulação dupla-câmara, o mesmo autor idealizou um gerador com três receptáculos. Até março de 1986, foram implantados marcapassos com tele-anodo em 62 pacientes, sendo que 57 receberam tele-anodos esternais (51 espirais e 6 cilíndricos) e 5 tele-anodos intravasculares. Os geradores utilizados foram de vários fabricantes, sendo 35 VII, M, 23 DDD, M, 3 AAI, M e 1 VVI, OB. Em todos os casos, as medidas per e pós-operatórias foram muito semelhantes às convencionais. Não houve nenhuma complicação diretamente relacionada com a técnica proposta. Sessenta e um pacientas com tele-anodo, examinados na clínica de marcapasso, apresentaram condições normais. Concluem os autores que a estimulação cardíaca com tele-anodo diminui, significativamente, as complicações existentes em sistemas unipolares e bipolares.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Kormann,Décio S Mateos,José Carlos Pachón Albornoz,R. Nelson Medeiros,Paulo de Tarso J Campos,Roberto de Kormann,Sílvio J Gizzi,Júlio César Souza,Luiz Carlos Bento de Paulista,Paulo P Sousa,J. Eduardo M. R Jatene,Adib D

Cirurgia cardíaca na gravidez

No Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, vem sendo realizado, desde 1975, um trabalho conjunto reunindo obstetras, pediatras, cardiologistas, anestesistas e cirurgiões cardiovasculares, com o intuito de melhorar os resultados da cirurgia cardíaca realizada em pacientes grávidas. Para isto, organizamos um protocolo, que inclui desde o pré-operatório até o nascimento da criança, passando por estudos ecocardiográficos, ultrassonográficos e por monitorização fetal durante a cirurgia. Vinte e seis pacientes foram operadas durante a gravidez, sendo 6 delas em 1985, após o início do estudo. Os resultados, tanto do lado materno como do fetal, são bons, não ocorrendo nenhum óbito materno nesta série e com as crianças nascendo bem e sem malformações e com crescimento e desenvolvimento normais, até o 6º mês de vida extra-uterina.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Arnoni,Antoninho Sanfins Andrade,Januário de Falcão,Hélio Carlos Brandão Souza,Sofia Cândida Silveira Dinkhuysen,Jarbas Jackson Oliveira,João Bosco de Jatene,Adib D Souza,Luiz Carlos Bento de Paulista,Paulo P

Preparado cardiopulmonar

Trata-se de um método de preservação do conjunto coraçâo-pulmâo isolado em condições fisiológicas. Após abertura do tórax, é instituída a autoperfusâo ex-corpore que se obtém pela canulação do tronco braquicefálico e veia cava superior, conectando-se a um reservatório situado a 1 metro de altura, de tal maneira que, pela contração ventricular esquerda, o sangue é impulsionado ao reservatório, retorna ao coração direito e segue as vias normais, passando pelos pulmões, onde é oxigenado. A seguir, sem qualquer interrupção dos batimentos e da ventilação, o bloco é retirado do tórax e acondicionado no Recipiente para Conservação e Transporte do Conjunto Cardiopulmonar à temperatura normal. Foram empregados 28 cães, com peso entre 18 e 28 kg, tendo sido feito 8 preservações, para se testar o método, e 10 preservações, para transplante cardiopulmonar em 10 cães receptores. Foram monitorizados, continuamente, eletrocardiograma, pressão intraórtica, pressão ventricular esquerda, DP/DT, índice tempo-tensáo e trabalho cardíaco que mostraram valores estáveis e satisfatórios, tanto na fase de preservação, quanto após o transplante. Os gases sangüíneos guardaram relação com as diferentes misturas administradas à ventilação. A análise microscópica de fragmentos do músculo cardíaco e tecido pulmonar retirado ao final dos procedimentos não revelou alterações significativas decorrentes do método.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Dinkhuysen,Jarbas Jakson Souza,Luiz Carlos Bento de Chaccur,Paulo Neger,Flávio Paes Neto,Francisco Arnoni,Antoninho Sanfins Conforti,Cesar Augusto Biscegli,José F Zamorano,Mabel M. Barros Leone,Elisabete C. H Manrique,Ricardo Paulista,Paulo P Jatene,Adib D

Revascularização direta do miocárdio sem circulação extracorpórea: estudo crítico dos resultados em 391 pacientes

Os autores analisam os resultados obtidos em 391 pacientes consecutivos e não selecionados e submetidos a revascularização direta do miocárdio sem o circuito cardiopulmonar, operados de setembro de 1981 a fevereiro de 1985. Neste mesmo período, foram realizadas um total de 1568 cirurgias de revascularização, sendo esta alternativa tática aplicável em 24,9% dos casos. Da casuística apresentada, 318 (81,3%) eram do sexo masculino e 73 (18,7%), do feminino e as idades de 35 a 76 anos, oscilando em torno da mediana 56. As condições pré-operatórias indicativas da cirurgia foram as seguintes: insuficiência coronária crônica 286 (73,1%) casos; pós trombólise coronária 42 (10,7%); infarto agudo em evolução 18 (4,6%); pós angioplastia mal sucedida 18 (4,6%); reoperàções 14 (3,6%); síndrome intermediária 12 (3,1%) e revascularização em dissecção aórtica crônica 1 caso. Pontes únicas foram realizadas em 175 (44,7%) pacientes, duplas em 192 (49,1%) e triplas em 24 (6,1%), com a média de 1,6 pontes/paciente. A artéria mamária foi usada para 109 casos, artéria mamária heteróloga bovina em 2, sendo, nos demais, utilizada a veia safena. A mortalidade hospitalar foi de 2,5% (10/391), o que difere, significativamente, da mortalidade de 5% verificada para um grupo de 1177 pacientes operados no mesmo período, com a circulação extracorpórea. Comparamos, prospectivamente, as complicações pós-operatórias observadas em um grupo de 378 pacientes operados sem a circulação extracorpórea, contra um grupo controle de 689 pacientes tratados da maneira convencional, no que diz respeito à incidência de arritmias, infarto per-operatório, complicações pulmonares, neurológicas, infecciosas e hemorrágicas. Verificamos uma incidência menor, estatisticamente significante, para as complicações pulmonares, neurológicas e de arritmias no grupo operado sem a circulação extracorpórea, não diferindo das demais complicações entre os dois grupos. Concluem os autores que a revascularização do miocárdio sem utilização da extracorpórea se consolidou, ao longo destes 4 anos de experiência, como tática de eleição em lesões da coronária direita, descendente anterior, ou ambas, face às vantagens que apresenta.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Buffolo,Ênio Andrade,José Carlos S Succi,José Ernesto Leão,Luiz E. V Branco,João Nelson Rodrigues Cueva,Clotário Aguiar,Luciano F Gallucci,Costabile

Micobactérias atípicas em biopróteses: causa potencial de endocardite com culturas negativas

O crescimento de micobactérias atípicas foi observado em estudos experimentais in vitro de fragmentos de válvulas aórticas porcinas após tanning em solução de glutaraldeído a 0,625%. Foram incubados 100 fragmentos de valvas distintas em 4 meios de cultura diferentes, em um total de 400 culturas, utilizando-se os meios de Thioglycollate, Brain-Heart-Infusion, Sabouraud-Dextrose liqüido e Micosel, que permaneceram estéreis por 72 horas. Prolongando-se o tempo de incubação e utilizando-se técnicas especiais de repique e meios especiais para as subculturas, verificou-se o crescimento de micobactérias atípicas a partir do 5? dia, em 23% das amostras, a partir de culturas nos meios de Thioglycollate e Sabouraud, identificados laboratorialmente como Mycobacterium chelonei. Testes posteriores demonstraram resistência desta micobactéria à ação bactericida do glutaraldeído e sua eliminação completa ocorreu após a ação do formaldeído associado ao surfactante.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Casagrande,Ivan S. J Lucciola,José Salles,Cláudio A

Tratamento cirúrgico para ectasia ânulo-aórtica

Foram estudados 27 pacientes submetidos a implante de tubo de Dacron valvulado (segundo técnica de Bentall-De Bono), entre 1976 e 1985. Todos apresentavam ectasia ânulo-aórtica, que era devida a necrose cística da média em 23 pacientes (85,2%), dissecção crônica de aorta em 3 pacientes (11,1%) e aortite luética em 1 paciente (3,7%). A faixa etária foi de 29 a 64 anos (m = 48 anos). Três eram do sexo feminino e 24, do masculino. Foi utilizado tubo de Dacron 28 ou 30 mm em todos. As válvulas utilizadas foram: de dura-máter em 7 pacientes, de aorta heteróloga em 9 e metálica em 11 pacientes. A classe funcional era I-II em 7 pacientes e III-IV em 19 pacientes (NYHA). Houve 1 óbito (3,7%) pós-operatório imediato, por sangramento incontrolável e insuficiência renal aguda. As complicações mais freqüentes foram arritmias (13 pacientes, 48%) e hemorragia (3 pacientes, 11 %). No pós-operatório tardio faleceram 9 pacientes, pelas seguintes causas: morte súbita (2 pacientes, 7,4%), insuficiência cardíaca aguda (2 pacientes, 7,4%), hemorragia após reoperação (1 paciente, 3,7%), infecção hospitalar (1 paciente, 3,7%), endocardite infecciosa (1 paciente, 3,7%) e causa acidental (7,4%). Cinco pacientes (18,5%) foram reoperados no pós-operatório tardio, 2 por disfunção de prótese, 2 por endocardite infecciosa sobre tubo de Dacron e 1 por fístula perivalvular. A curva atuarial mostrou uma probabilidade de sobrevida de 83,7% até o 3? ano, 61 % aos 5 anos e 42,7% do 6º ao 9º ano. No fim do período, os 17 pacientes sobreviventes encontram-se em classe funcional I-II (p < 0,001), em relação ao pré-operatório. Concluímos que a cirurgia de Bentall &amp; De Bono, para ectasia ânulo-aórtica, está associada a uma mortalidade operatória baixa. Houve melhora significativa na capacidade funcional dos pacientes, após o tratamento, e a sobrevida a longo prazo foi satisfatória.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

García-Macedo,Ricardo Kalil,Renato A. K Prates,Paulo Roberto Lucchese,Fernando A Sant'Ana,João Ricardo Pereira,Edemar M Costa,Altamiro Reis Lara,Raul Feck A Nesralla,Ivo A

Fluxômetro hidrodinámico em cirurgia de revascularização do miocárdio

A avaliação do fluxo pelas pontes de veia safena na cirurgia de revascularização do miocárdio fornece uma informação segura do aporte sangüíneo ao miocárdio, bem como da perspectiva de perviabilidade destas anastomoses a longo prazo. Contudo, em nosso meio, a disponibilidade de fluxômetros eletrônicos, habitualmente utilizados, é, por vezes, difícil, sobretudo em função de seu custo e manutenção. O sistema desenvolvido consta de um conector para a linha arterial, com saída lateral, ligado a um tubo de Y. Uma das extremidades é conectada a um manómetro e a outra, à veia safena, ao término da anastomose distal. Como a saída lateral tem diâmetro conhecido, a queda da pressão, quando se liga o sistema para aveia safena, é proporcional ao fluxo. Uma tabela obtida por calibração prévia, permite conhecer, instantaneamente, o fluxo para a artéria tratada. Outra vantagem do sistema é a irrigação seletiva para a área tratada antes da realização da anastomose proximal, situação favorável quando existem áreas severamente isquémicas. Este sistema, em uso corrente em nosso Serviço, vem provando a sua eficiência, aliada à sua praticidade e ao custo irrelevante.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Jatene,Fábio Biscegli Lemos,Pedro C. P Jatene,Adib D

Dúvidas na indicação cirúrgica da cerclagem do tronco pulmonar

No período de fevereiro de 1979 a março de 1986 foram submetidos a cerclagem do TP 40 pacientes portadores de cardiopatias congênitas com hiperíluxo pulmonar, insuficiência cardíaca e hipodesenvolvimento ponderal. Vinte e três pacientes eram do sexo masculino e 17 do feminino com idade média de 6 meses (20 dias a 17 meses). Foram as seguintes as malformações: CIV (22 casos), AVC total (6), DVSVD (2), TA (2), TGVB (3), AT (2), VU (1) e cardiopatia complexa (2 casos). A cerclagem foi realizada com controle de pressão do TP de tal forma a reduzí-la de 50% nos acianóticos e de 40% nos cianóticos. Dois pacientes (5%) faleceram no pós-operatório imediato, sendo um em bloqueio A-V total (AVC, 1, 7 kg, 20 dias de idade) e outro em septicemia, 20 dias após a cirurgia (CIV). Um óbito tardio ocorreu por broncopneumonia. Os demais pacientes evoluíram satisfatoriamente, com resolução da ICC e ganho de peso em média 400g por mês (peso pré: média 4 kg, peso pós: média 7,5 kg). Treze pacientes foram reestudados, hemodinamicamente, em média 21 meses após a cerclagem. A relação FP/FS reduziu de 2,7 para 0,92, ao mesmo tempo em que houve diminuição também na relação PSAP/PSAo de 0,73 para 0,28. Nestes pacientes houve uma melhora clínica observada pela diminuição do déficit ponderal de 38 por cento, para 20 por cento. Treze pacientes foram submetidos a correção total em média 21 meses após a cerclagem, com dois óbitos hospitalares, sendo um imediato e outro por intoxicação digitálica, 1 mês após a cirurgia. Analisando-se, separadamente, os 6 casos de AVCT, em todos predominava o shunt e não o refluxo valvar. Houve um óbito imediato e 5 pacientes foram reestudados hemodinamicamente. Observou-se redução importante nas pressões pulmonares e no fluxo arterial pulmonar. Estes pacientes foram reoperados para correção total, com boa evolução.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Gregori Jr,Francisco Takeda,Roberto Silva,S. S Façanha,L Ribeiro,I Fabiani,M Galvão,G Rocha,F. G Góis,L. E Aquino,W Siqueira,J. E Kreling,P Mikita,L. C

Análise da estimulação cardíaca artificial atrioventricular universal (DDD) em comparação à ventricular (VVI): estudo multicêntrico

Este trabalho analisa, em nosso meio, através das avaliações radiológica, cicloergométrica, ecocardiográfica e também na eletrocardiografia dinâmica (Holter), o desempenho da estimulação DDD em relação à VVI. Para isso, foi elaborado um estudo, do qual participaram 7 grandes Centros que implantam marcapasso no Brasil. No material estudado, não se notou diferença significativa entre a estimulação DDD e a estimulação VVI no paciente. Também não houve diferença quando se consideraram os pacientes chagásicos e não chagásicos.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Ardito,Ro to V Greco,Osvaldo T Braile,Domingo M Brofman,Paulo R Eloy,Ricardo Minillo,Rubens Faelli Jr,Dirceu O Pesarini,Aldo Barros,Rubens T Andrade,José Carlos S

Marcapasso endocárdico definitivo na primeira década de vida

O implante de marcapasso definitivo em crianças tem-se constituído em desafio, tanto pela incompatibilidade de rigidez dos sistemas de estimulação em relação ao crescimento, quanto pela dificuldade de se alojar o sistema, além de outros importantes problemas técnicos e sociais. Mesmo nos Serviços onde a primeira opção tem sido a via endocárdica, nas crianças de baixo peso a opção tem sido a via epicárdica. No Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, no período de novembro de 1980 a outubro de 1985, foram realizados 21 implantes de marcapasso em pacientes na primeira década de vida, utilizando a via endocárdica. Esta técnica consta da introdução do eletrodo pelo território venoso femoral, deixando-se uma alça no átrio direito, para permitir o crescimento, e da colocação do gerador na fossa ilíaca. Em um segundo tempo, após alguns anos, é realizada liberação do eletrodo dentro da loja do gerador, permitindo-se a utilização do sistema por tempo indeterminado. A idade variou de 2 meses a 10 anos, sendo que 13 crianças tinham idade abaixo de 5 anos e 5 delas, no primeiro ano de vida. A indicação mais comum foi o bloqueio atrioventricular do 3º grau (90%), que teve como etiologia mais freqüente o bloqueio pós-operatório (75%). No seguimento realizado de 3 meses a 63 meses, com média de 26 meses, 3 pacientes morreram por causas não relacionadas ao marcapasso, enquanto que os demais estão assintomáticos. Cinco crianças já foram reoperadas para a liberação do eletrodo no interior da loja do marcapasso, após o crescimento ter desfeito toda a alça atrial. O acompanhamento dessas crianças pode demonstrar a grande superioridade da técnica em relação ao implante epicárdico e ao implante endocavitário convencional. Podemos destacar as seguintes vantagens: 1) grande facilidade técnica, com trauma cirúrgico mínimo e pós-operatório extremamente fácil; 2) não necessita outros tipos de prótese para acomodar o eletrodo; 3) permite o acompanhamento seguro da criança com simples estudo radiológico; 4) preserva o sistema cava superior para a utilização na idade adulta; 5) permite, ainda, a integração social perfeita da criança, que poderá participar de atividades esportiva e de lazer, sem que o marcapasso seja notado pelas outras crianças.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Costa,Roberto Barbosa,Luiz Carlos V Moreira,Luiz Felipe P Martinelli Filho,Martino Pêgo-Fernandes,Paulo M Stolf,Noedir A. G Verginelli,Geraldo Jatene,Adib D

Substituição valvar por válvula aórtica homóloga conservada em glutaraldeído: estudo multicêntrico

Dado o bom resultado com a utilização das válvulas de tecidos biológicos convervadas em glutaraldeído, os autores realizam um estudo multicêntrico, com o objetivo de analisar os resultados das válvulas aórticas homólogas montadas em suporte e também conservadas em glutaraldeído, processadas industrialmente. São estudados 63 pacientes, operados de setembro de 1984 a fevereiro de 1986, com idades variáveis de 7 a 64 anos, sendo 28 deles (44,5%) com idade inferior a 15 anos. A mortalidade hospitalar foi de 1,6% e não relacionada à utilização da prótese homóloga. Nos 62 pacientes restantes, o seguimento pós-operatório variou de 1 a 17 meses, num total de 454 meses/pacientes. A única complicação observada foi um caso de endocardite infecciosa por Candida albicans, no segundo mês de evolução, e em paciente portadora de candidíase vaginal que necessitou de reintervenção para substituição da prótese. Os demais pacientes apresentam-se bem, em tipo funcional 0 ou I da NYGA, acreditando os autores que se possa esperar um melhor resultado dos tecidos homólogos em relação aos heterólogos, dada a sua menor antigenicidade.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Succi,José Ernesto Buffolo,Ênio Salles,Cláudio A Casagrande,Ivan S. Joviano Vanderley Neto,José Mendonça,José Telles de Vestri Filho,Roberto Jaramillo,Ignacio A

Cirurgia orovalvar na criança: experiência de 135 casos

Foram analisados 135 pacientes levados a cirurgia do aparelho valvar, com idade inferior a quinze anos, no período de 11 anos (fevereiro de 1975 a fevereiro de 1986). Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com o tipo de cirurgia realizada. No grupo I, formado por 60 crianças, foi preservado o aparelho valvar por técnicas cirúrgicas reparadoras da anatomia e função valvar. Tivemos uma mortalidade cirúrgica de 7%, 34% estão sem seguimento. Dos pacientes acompanhados, 72% encontram-se assintomáticos, ou pouco sintomáticos; 2 pacientes (5%) foram a óbito tardio e 22% foram reoperados para implante de prótese. No grupo II, 75 pacientes foram levados a cirurgia, para implante de prótese. A mortalidade hospitalar foi de 12% e 13 pacientes (20%) estão sem seguimento. Dos pacientes acompanhados, 71 % estão assintomáticos, ou pouco sintomáticos; 4% voltaram a apresentar sintomas; 13% (7 pacientes) foram a óbito tardio e 23% (12 pacientes) foram reoperados. À análise mais detalhada dos dois grupos, as mortalidades hospitalar e tardia nos induzem a concluir que se deve fazer todo o empenho na preservação do aparelho valvar lesado. O baixo nível sócio-econômico, responsável pela baixa faixa etária em que são atingidos os pacientes em suas lesões valvares, é também responsável pela extrema dificuldade em se manter o acompanhamento clínico pós-operatório.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Eloy,Ricardo Ferreira, Jr,Augusto Carvalho,Heitor Brito,José Carlos Tadeu,Eduardo Nery,Antônio Carlos Ribeiro,Angela Oliveira,Regina Ribeiro,Nilzo