Repositório RCAAP

Experiência com dois tipos de técnicas para o tratamento cirúrgico da insuficiência mitral: I. Prótese com preservação de elementos do sistema valvar. II. Plastia valvar com reconstrução e avanço da cúspide posterior

Na integridade funcional do ventrículo esquerdo, é importante a continuidade entre a valva mitral e a parede ventricular mantida pelas cordas tendíneas e os músculos papilares. Por outro lado, além de maior mortalidade cirúrgica da insuficiência mitral, quando comparada com as próteses aórticas e a revascularização do miocárdio, observa-se menor morbi-mortalidade nos casos de valvoplastias em relação às próteses mitrais. Estes fatos constituem um desafio para a moderna cirurgia cardíaca, justificando-se todos os esforços de ampliação dos estudos no tratamento do refluxo valvar, tanto pelas correções plásticas, como pelo implante de prótese. No presente trabalho, apresenta-se a experiência com dois tipos de técnicas para o tratamento cirúrgico da insuficiência mitral: prótese com preservação de elementos do sistema valvar e plastia valvar com ampliação e avanço da cúspide posterior. Preocupou-se mais com os detalhes cirúrgicos, não tendo sido realizados estudos da função ventricular esquerda. Apresentam-se as diversas táticas para garantir a continuidade entre o anel valvar e parede do ventrículo nas trocas valvares. Ressalta-s a importância, nem sempre lembrada, da ampliação da cúspide posterior e a sua associação com outras técnicas de plastias valvares, tais como: comissurotomias, papilarotomias, anuloplatias e encurtamento de cordas tendíneas.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Évora,Paulo Roberto Barbosa Ribeiro,Paulo José de Freitas Brasil,José Carlos Franco Otaviano,Adónis Garcia Reis,Celso Luis dos Bongiovani,Hércules Lisboa Bombonato,Rubio Ferez,Marcus Antônio Menardi,Antônio Carlos Sgarbieri,Ricardo Nilsson

Resultados atuais da cirurgia coronária em pacientes de alto risco

No período e 4 anos (1984 a 1987), 427 pacientes (313 homens e 114 mulheres, idade média 61,83 anos) foram submetidos a cirurgia coronária de emergência. A indicação para cirurgia foi angina instável, que requeria uso intravenoso de nitroglicerina. Quanto à classe funcional, 369 (86,41%) pacientes estavam em classe IV e 51,95% estavam em grau funcional III ou IV de ventrículo esquerdo, pelo estudo hemodinâmico e 30,44% tinham lesão de tronco. Foram realizadas 2,99 pontes/pacientes. A mortalidade total foi de 7,72% e 17,09% tiveram síndrome de baixo débito; déficit neurológico ocorreu em 2,85% e infarto do miocárdio, em 16,86% dos casos. Durante o mesmo período, 30 pacientes (16 do sexo masculino e 14 do feminino) com idade média de 64,03 anos, com amgina instável e em choque cardiogênico, foram submetidos a revascularização de emergência. Quanto à classe funcional, 86,66% estavam em classe IV, 13,33% em classe III e 56,66% estavam em grau funcional IV de ventrículo esquerdo e 13,33% em grau III; 40% dos pacientes tinham lesão de tronco. O número médio de pontes foi de 2,76 pontes/pacientes. A mortalidade foi de 60%; déficit neurológico ocorreu em 16,66% e 43,33% sofreram infarto do miocárdio. Em conclusão, a mortalidade e a morbidade, para pacientes submetidos a cirurgia de revascularização, permanecem elevadas, principalmente, em pacientes com choque cardiogênico. Portanto, mais estudos futuros são requeridos em relação à proteção miocárdica, para melhores resultados.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Salerno,Pedro R Asche,Kassem A Cusimano,Robert J Lichtenstein,Samuel V Salerno,Tomas A

Estudo da função simpático-adrenal em crianças submetidas a cirurgia cardíaca com hipotermia de superfície, perfusão limitada e parada circulatória

Os níveis de catecolamina plasmática foram medidos em 20 crianças (idade média de 6,00 ± 5,86 meses; peso médio 5,3 ± 1,82 kg), durante a correção de defeitos cardíacos congênitos, usando-se a hipotermia de superfície (26ºC), perfusão cardiopulmonar limitada e parada circulatória (15ºC). Adrenalina e noradrenalina plasmática foram dosadas em amostras sangüíneas arteriais seriadas, usando-se a cromatografia. A hipotermia de superfície produziu um significante aumento de ambas as catecolaminas. Durante o resfriamento central, os níveis caíram devido à hemodiluição. Após o período de parada circulatória (23/64 minutos, média de 41,3), ocorreu um aumento das catecolaminas plasmáticas, que persistiu durante o reaquecimento. Após o reaquecimento, as catecolaminas plasmáticas permaneceram elevadas até o final do ato cirúrgico. Nossos resultados mostram que a técnica de hipotermia de superfície, perfusão cardiopulmonar limitada e parada circulatória, sob as nossas condições de anestesia, produziu significante aumento da concentração de adrenalina e noradrenalina plasmática, porém o significado biológico é, ainda, inseguro.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Firmin,Richard K Bouloux,Paul Allen,Paul Lima,Ricardo de Carvalho Lincoln,J. C

Bioprótese de pericárdio bovino Bioval: 5 anos de evolução

De setembro de 1982 a dezembro de 1987, foram estudados 73 pacientes submetidos a cirurgia de substituição valvar com implante de prótese biológica Bioval. A idade variou de 8 a 67 anos (média de 41 anos), sendo 36 do sexo feminino. Destes, 39 (53,42%) foram submetidos a cirurgia para implante de prótese mitral, 25 (34,2%) aórtica 5 (8,2%) pacientes eram mitro-aórtiticos 2 (3,5%) aórtico-coronarianos e 1 (1,8%) mitro-coronariano. Doença reumática foi a etiologia mais comum (72,6%), seguida da degeneração mixomatosa (16,4%). Quatro pacientes foram operados na vigência de endocardite infecciosa. A mortalidade hospitalar foi de 5,4% e a análise atuarial revelou 2,7 óbitos/100 pacientes/ano. Um paciente com fibrilação atrial (FA) crônica e átrio esquerdo (AE) muito volumoso apresentou trombose de AE envolvendo a prótese e 1 paciente do sexo feminino, jovem, aprsentou calcificação leve da prótese. Conclui-se que os resultados clínicos com a utilização dessa prótese foram absolutamente satisfatórios.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Furtado,Henrique B Germano,Antônio E Takeshita,Noriaki Barros,Reginaldo A Zorbeto,Vílson Faina,Márcio K Furtado,Márcia N Durán,Carlos Garcia,Mário

Correção cirúrgica de aneurismas da aorta torácica por técnica de exclusão

São apresentados 14 pacientes portadores de aneurisma da aorta torácica (4 do arco aórtico e 10 da aorta descendente), com importantes complicações pré-operatórias, que foram submetidos a correção cirúrgica através de técnica de exclusão da área aneurismática. Esta exclusão foi realizada através de um desvio extra-anatômico entre a aorta ascendente e a aorta abdominal, associado a ligadura da aorta, acima e abaixo do aneurisma. Em 5 pacientes, esta ligadura foi realizada com uso de suturas mecânicas (stapler). Houve 6 (42,8%) óbitos no período pós-operatório, quase todos relacionados a grave condição clínica pré-operatória, em pacientes portadores de discussão aórtica aguda (tipo B). Dos 8 pacientes sobreviventes, 7 encontram-se em controle clínico por período de 6 meses a 4 anos, com boa evolução. Todos demonstraram redução progressiva do aneurisma, após a cirurgia, tendo, em alguns casos, ocorrido desaparecimento completo do mesmo.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Gontijo Filho,Bayard Barbosa,Juscelino T Silva,João Alfredo Paula e Fantini,Fernando A Salum,Marco Antônio Vrandecic,Mário Osvaldo

Operação de Fontan-Kreutzer em anomalias cardíacas complexas outras que não atresia tricúspide lb, ventrículo único e atresia pulmonar com septo ventricular íntegro

Oitenta e quatro pacientes foram submetidos a operação tipo Fontan, no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entre 1979 e 1989; as idades variaram entre 5 meses e 31 anos. Estes pacientes foram colocados em 5 grupos anatômicos: 1) atresia tricúspide la, 3 pacientes (1 óbito, 33,3%); 2) atresia tricúspide lb, 48 pacientes (5 óbitos, 10,4%); 3) ventrículo único: 18 pacientes (2 óbitos, 11,1%); 4) atresia pulmonar com septo interventricular íntegro, 5 pacientes (1 óbito, 20,0%); 5) anomalias complexas, 10 pacientes (zero óbitos). O grupo das anomalias complexas foi dividido em 2 subgrupos: pacientes com situs solitus e pacientes com situs inversus. A maioria destes pacientes foi submetida a procedimentos adicionais: em 5 pacientes, uma das valvas A-V foi fechada; em 1 paciente, foram realizadas valvoplastia mitral e septação do átrio único; em 1 paciente, foi realizada a secção de feixe anômalo (feixe de Kent). A evolução tardia (6 meses a 8 anos) revelou que 9 pacientes encontram-se em classe funcional I e 1 na classe funcional II (NYHA). Baseados nos resultados obtidos, concluímos que a operação de Fontan modificada é uma alternativa válida em anomalias cianóticas complexas.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Barbero-Marcial,Miguel Riso,Arlindo A Atik,Edmar Iwakashi,R Machado,Deipara M. A Albuquerque,Ângela Verginelli,Geraldo Jatene,Adib D

Operação de Rastelli utilizando-se conduto valvulado de pericárdio bovino: experiência inicial

O presente trabalho descreve a experiência inicial com a operação de Rastelli, utilizando-se um conduto valvulado de pericárdio bovino preservado em glutaraldeído. O enxerto consta de um conduto, que serve para reconstruir a via de saída do ventrículo direito e o tronco pulmonar, com uma válvula tricúspide suturada em seu interior sem anel de suporte, permitindo, assim, um mecanismo de fluxo unidirecional. De maio de 1986 a outubro de 1987, 5 crianças foram submetidas à operação de Rastelli empregando-se este tipo de conduto valvulado. Três eram do sexo feminino e 2, do masculino, variando a idade de 1 a 8 anos x 5). Três pacientes tinham transposição das grandes artérias, comunicação interventricular (CIV) e estenose subpulmonar. Uma criança era portadora de atresia pulmonar com CIV e de um shunt prévio tipo Waterston e, finalmente, a outra tinha um tronco arterial comum tipo II. Dois doentes faleceram de causas não relacionadas ao tipo de conduto valvulado utilizado. O conduto valvulado de pericárdio bovino preservado em glutaraldeído mostrou excelente flexibilidade, facilitando o manuseio cirúrgico e permitindo perfeita adaptabilidade dentro do saco pericárdico. A ausência de anel de suporte tem a vantagem de eliminar qualquer gradiente e de abolir o turbilhonamento do sangue - causas reconhecidas de calcificação.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Moraes,Carlos R Rodrigues,Jorge V Gomes,Cláudio A Marinucci,Lorella Santos,Cleuza Lapa Coelho,Tereza Cristina Cavalcanti,Ivan de Lima

Reoperações após cirurgia de Bentall-De Bono para ectasia anulo-aórtica

Complicações tardias após substituição da aorta ascendente e valva aórtica pela técnica de enxerto valvulado de Bentall-De Bono podem constituir sério problema cirúrgico. Condutas nestas situações não estão padronizadas. Entre 37 pacientes operados, no período de janeiro de 1976 e dezembro de 1986, ocorreram complicações tardias necessitando tratamento cirúrgico em 5 (13,5%) casos. Alguns deles apresentaram mais de uma alteração. Estas foram: rotura de válvula biológica (dura-máter), pertuito peritubular na anastomose proximal, pseudo aneurisma em sutura do óstio coronariano esquerdo, deiscência da sutura proximal do tubo, hemólise e endocardite infecciosa localizada no enxerto de Dacron. Um paciente apresentou embolização sistêmica por vegetação. O tratamento cirúrgico consistiu na substituição do enxerto, preservándol e a prótese, nos 2 casos de endocardite infecciosa. As duas biopróteses de dura-máter rotas foram substituídas por próteses metálicas de disco, preservando-se o tubo implantado e abordando-se a prótese através de incisão longitudinal no mesmo. As situações de deiscência de sutura e pseudo-aneurisma foram corrigidas mediante sutura direta dos pertuitos localizados. Ocorreu 1 óbito (20%) no pós-operatório imediato à reoperação, em paciente com endocardite infecciosa por fungo (Aspergillus), decorrente de sangramento incontrolável. Os demais 4 pacientes receberam alta hospitalar, após recuperação sem intercorrências, no 9º dia de pós-operatório, em 3 casos, e no 22º, no caso de endocardite. Como complicação tardia, tivemos 1 caso de persistência do pertuito peritubular em comunicação com o óstio coronariano esquerdo, causando insuficiência aórtica (IAo) e hemólise leve residuais. Houve 1 óbito tardio, por hemorragia, durante procedimento cirúrgico não cardíaco. Complicações relacionadas a infecção, deiscência de suturas, ou degeneração de bioprótese ocorrem com certa freqüência na evolução a longo prazo deste tipo de correção cirúrgica. O tratamento pode ser realizado com risco aceitável e visar apenas à intervenção sobre o defeito apresentado, conservando-se as demais estruturas. É recomendável a utilização de prótese metálica, como primeira opção, para evitar os problemas degenerativos dos materiais biológicos.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Kalil,Renato A. K Garcia-Macedo,Ricardo Prates,Paulo Roberto Lucchese,Fernando A Sant'Anna,João Ricardo Lara,Raul F. A Costa,Altamiro R Daudt,Nestor S Pereira,Edemar M Nesralla,Ivo A

Utilização de valvas homólogas e heterólogas em condutos extracardíacos

O conceito do uso de um conduto extracardíaco para estabelecer uma via de saída, conectando o ventrículo direito com o tronco pulmonar, ou seus ramos, foi desenvolvido na década de 60. Entre 1971 e 1986, 335 pacientes receberam, no The Hospital for Sick Children, de Londres, condutos extracardíacos para o lado direito do coração; 176 destes foram homoenxertos aórticos, preservados em solução antibióticonutriente; 140 heteroenxertos (Hancock, Ross, Carpentier-Edwards, lonescu-Shiley e 19 tubos não valvulados. Estes condutos foram usados na correção de defeitos cardíacos complexos. A idade média foi de 6,34 anos e o peso médio, de 17,8 kg. O diâmetro interno dos condutos variou de 8 a 30 mm. A mortalidade hospitalar foi de 29,2% e o seguimento dos sobrevivente teve uma duração máxima de 14,3 anos, sendo que apenas 40% delas foram relacionadas ao conduto extracardíaco. A curva atuarial, livre de obstrução, dos condutos extracardíacos foi significativa, quando se analisaram os homoenxertos, face a cada grupo de heteroenxertos (p < 0,005). Os fatores de risco mais importantes foram: o número de complicações pós-operatórias, para óbitos tardios; a severidade das lesões associadas, para as reoperações; a data da cirurgia, para a troca do conduto extracardíaco, e a severidade das lesões associadas, para a obstrução. Assim, conclui-se que, a longo prazo, o uso de condutos valvulados extracardíacos tem bons resultados, especialmente no que se refere aos homoenxertos. Pelos dados apresentados, os homoenxertos aórticos, preservados em solução antibiótico-nutriente, continuam a ser nossa primeira escolha na reconstrução da via de saída ventrículo-pulmonar.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Almeida,Rui Siqueira de Wyse,Richard Leval,Marc De Stark,Jaroslav

Nova técnica de transferência de cordas para sustentação das cúspides da valva mitral, após abertura completa de suas comissuras

Desde 1983, 40 pacientes consecutivos, portadores de estenose mitral com alterações subvalvares, tais como: fusão e encurtamento das cordas, associadas a sinéquia dos músculos papilares, foram submetidos a comissurotomia mitral a "céu aberto". Com o intuito de ganhar área efetiva maior de abertura da valva mitral (sem restrições), as comissuras foram abertas, amplamente, às vezes não respeitando as cordas que sustentam as cúspides. A insuficiência mitral provocada, em 4 casos, como conseqüência, foi corrigida mediante a transferência de 2 a 6 cordas, ao nível da borda livre da cúspide anterior, ou posterior, da valva, na região das comissuras. A presença de uma regurgitação central por falha na coaptação das cúspides valvares, foi tratada, em 12 casos, com o implante de anel profético de Carpentier. As anomalias do aparelho subvalvar foram abordadas pelas técnicas convencionais: desbridamento, ressecção e abertura dos músculos papilares. Dos 38 sobreviventes, 32 não apresentam sopro de regurgitação mitral e os 6 restantes, apenas sopro sistólico de +/+ +. A avaliação pós-operatória, mediante ecocardiografia bidemensional, demonstrou abertura valvar satisfatória e ausência de estenose residual. Os pacientes que apresentam sopro sistólico mitral residual foram estudados com Doppler, concluindo que se trata de regurgitação bem localizada e sem repercussão hemodinâmica. Esta nova técnica operatória pode ser "extensível" ao tratamento do prolapso da valva mitral.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Caliani,José Alberto Hvass,Ulric Pansard,Yves Langlois,Jean

Drenagem anômala de veia pulmonar inferior direita em veia cava inferior associada a apêndice hepático intracardíaco

Descreve-se o caso de uma paciente de 61 anos de idade, com drenagem anômala de veia pulmonar inferior direita em veia cava inferior, associada a apêndice hepático intratorácico, herniado através de fenda no diafragma. A correção cirúrgica foi realizada por anastomose direta da veia anômala com o átrio esquerdo, pela redução do apêndice hepático para a cavidade abdominal e, finalmente, pelo fechamento do defeito diafragmático. O pós-operatório decorreu sem qualquer complicação. Os autores chamam a atenção para a raridade do caso.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Moraes,Carlos R Rodrigues,Jorge V Cavalcanti,Ivan de Lima Gomes,Cláudio A Marinucci,Lorella

Cirurgia conservadora da endocardite bacteriana aguda da valva tricúspide

É relatado o caso de 1 paciente que apresentou endocardite aguda da valva tricúspide pós-aborto, cujo agente causal era o S. aureus. Como não houvesse resposta favorável ao tratamento antibiótico (gentamicina, vancomicina e oxacilina), optou-se pela intervenção, vinte dias após a internação. Foi praticada excisão de uma vegetação única e do tecido valvar adjacente, na comissura ântero-posterior e plicatura anular. O resultado foi favorável, com cura clínica. O exame ecocardiográfico confirmou a presença da vegetação no pré-operatório e o funcionamento conservado da valva, após a plastia. O tratamento cirúrgico, com retirada do tecido infectado e preservação da valva constitui uma alternativa aplicável a certos casos de endocardite aguda das valvas atrioventriculares.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Costa,Iseu Affonso da Mulaski,José Carlos Lopes,Luiz Roberto Macedo Cunha,Cláudio Pereira da Souza,Admar Moraes de

Plastia valvar aórtica por ampliação de válvula com pericárdio bovino: nota prévia

Apresenta-se, preliminarmente, uma técnica para a correção do refluxo valvar aórtico pela ampliação de uma ou mais válvulas com pericárdio bovino. Após estudo experimental em peças animais isoladas, a técnica foi empregada, com sucesso, em uma paciente.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Bongiovani,Hércules Lisboa Ribeiro,Paulo José de Freitas Évora,Paulo Roberto Barbosa Brasil,José Carlos Franco Reis,Celso Luis dos Sgarbieri,Ricardo Nilsson

Avaliação da contratilidade segmentar na doença de Chagas utilizando a integral do gradiente intramiocárdico de velocidade (strain miocárdico) obtida pela ecocardiografia com Doppler tecidual

OBJETIVO: Quantificar o percentual de contratilidade dos diversos segmentos miocárdicos, em portadores de doença de Chagas, através da medida do strain miocárdico e verificar diferenças na função contrátil radial e longitudinal ventricular entre as formas indeterminada e dilatada da miocardiopatia chagásica crônica quando comparadas a um grupo de indivíduos normais. MÉTODOS: Foram estudados 39 indivíduos, 20 (51,3%) do sexo masculino divididos em quatro grupos: Nl: 17 (43,6%) indivíduos normais; Ind: 7 (17,9%) portadores de doença de Chagas forma indeterminada; C1, 7 (17,9%) portadores de doença de Chagas forma crônica com fração de ejeção < 50% e C2: 8 (20,5%) portadores de doença de Chagas forma crônica com fração de ejeção > 50%. Após realização de ecocardiograma basal foram registradas as imagem em Doppler tecidual para a medida do strain miocárdico nos diversos segmentos aos cortes paraesternais, longitudinal e transversal, e apicais, de duas e quatro câmaras. RESULTADOS E CONCLUSÃO: O percentual de contração dos diversos segmentos miocárdicos, tanto em seu componente radial quanto longitudinal é maior nos indivíduos normais do que em portadores da forma crônica da doença de Chagas e naqueles com a forma indeterminada da doença quando comparado com chagásicos crônicos com FE < 50%. A contratilidade radial do ventrículo esquerdo é maior que a longitudinal nos três grupos (Nl, Ind e Crônico). Os dados apresentados nos permitem propor um caráter progressivo do acometimento miocárdico em portadores da doença de Chagas.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Silva,Carlos Eduardo Suaide Ferreira,Luiz Darcy Cortez Peixoto,Luciana Braz Monaco,Claudia Gianini Gil,Manuel Adán Ortiz,Juarez Ianni,Bárbara Maria Andrade,José Lázaro Mathias Júnior,Wilson Barretto,Antônio Carlos Pereira

Estudo prospectivo da morbi-mortalidade precoce e tardia da cirurgia do aneurisma da aorta abdominal

OBJETIVO: Avaliar, prospectivamente, a morbidade e mortalidade precoce e tardia de pacientes submetidos a correção cirúrgica eletiva de aneurisma de aorta abdominal infra-renal e determinar os preditores independentes de eventos cardiológicos. MÉTODOS: Estudados 130 pacientes durante seis anos consecutivos, submetidos a rotina de avaliação pré-operatória padronizada e cirúrgica, sempre pela mesma equipe clínica, cirúrgica e anestesiológica. RESULTADOS: A mortalidade hospitalar foi de 3,1% (4 pacientes), sendo a principal causa de óbito isquemia mesentérica, ocorrida em três pacientes. Houve 48 (37%) complicações não-operatórias, 8,5% consistiram em complicações cardíacas e 28,5% em complicações não cardíacas. As complicações pulmonares foram as mais comuns, ocorridas em 14 (10,8%) pacientes. A sobrevida no 1º, 3º e 6º ano pós-operatório foi, respectivamente, de 95%, 87% e 76%. As variáveis que se correlacionaram significativamente com a morbimortalidade foram preditor clínico, idade média de 70,5 anos, presença de insuficiência cardíaca e insuficiência renal crônica. Não foi identificado nenhum preditor de morbimortalidade tardia. CONCLUSÃO: Apesar de ser uma cirurgia considerada de alta complexidade, a mortalidade é baixa, as complicações cardíacas são de pequena monta e os pacientes apresentam boa evolução a longo prazo.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Carvalho,Francine C. de Brito,Veridiana Porto Maggioli da Rocha Tribulatto,Elisângela Campaner Bellen,Bonno van

Correção dos aneurismas da aorta torácica e toracoabdominal: técnica de canulação central

OBJETIVO: Demonstrar a viabilidade do uso da circulação extracorpórea estabelecida entre o átrio esquerdo e a aorta ascendente para indução da hipotermia profunda na correção de aneurismas torácicos e toracoabdominais. MÉTODOS: De janeiro 1994 a julho 2001, foram operados 38 pacientes, com média de idade de 54,6±12,7 anos. Foram submetidos a correção de aneurisma toracoabdominal 12 (31,6%) pacientes e 26 a aneurismas torácicos descendentes. Os pacientes foram induzidos a hipotermia profunda por meio de circulação extracorpórea, com temperatura faríngea variando entre 15 e 25ºC (média de 20,6±3,2ºC). RESULTADOS: Dentre as complicações neurológicas, a paraplegia ocorreu em dois (5,3%) casos. Um paciente evoluiu com paraparesia de membros inferiores e um com quadro de convulsão. As complicações respiratórias estiveram presentes em 12 (31,6%) pacientes, com mortalidade de 16,7% (dois pacientes). Dois pacientes foram operados em caráter de urgência e vieram a falecer. A mortalidade total foi de 18,4% (7 pacientes). CONCLUSÃO: A correção dos aneurismas da aorta torácica descendente e toracoabdominal, com emprego da hipotermia profunda pela circulação extracorpórea estabelecida entre o átrio esquerdo e a aorta ascendente, demonstrou ser um método viável na correção desses aneurismas.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Rojas,Salomón Soriano Ordinola Veiga,Viviane Cordeiro Souza,Januário Manoel de Berlinck,Marcos Fassheber Senra,Dante Fanganiello Vieira,Reinaldo Wilson Magna,Luiz Alberto Braile,Domingo Marcolino Oliveira,Sérgio Almeida de

O bloqueio do sistema renina-angiotensina atenua a remodelação cardíaca de ratos submetidos a estenose aórtica

OBJETIVO: Avaliar o papel do bloqueador dos receptores AT1 e do inibidor da enzima conversora da angiotensina na remodelação cardíaca induzida por estenose aórtica em ratos. MÉTODOS: Ratos Wistar foram divididos em 4 grupos: controle (C, n=13), estenose aórtica (EAo, n=11), EAo com lisinopril, 20 mg/kg/dia (LIS, n=11) e EAo com losartan, 40 mg/kg/dia (LOS, n=9). Os tratamentos foram iniciados 3 dias antes da cirurgia. Após 6 semanas, os animais foram submetidos ao estudo ecocardiográfico, quantificação da concentração de hidroxiprolina e da área seccional (CSA) miocitária do ventrículo esquerdo (VE). RESULTADOS: A EAo induziu aumento da espessura da parede do VE. Os animais LIS e LOS não apresentaram diferença em relação aos animais controles. Os ratos EAo e LIS apresentaram maiores diâmetros do átrio esquerdo que os ratos controles, enquanto nos animais LOS não houve diferença. Os animais com EAo apresentaram maiores valores da porcentagem de encurtamento que os controle. Esse fato não foi modificado com LIS ou LOS. A CSA dos animais do grupo EAo foi maior que a dos controle. Entretanto, o tratamento com LOS e com LIS atenuou o aumento da área induzida pela EAo. A EAo resultou em aumento na concentração de HOP, enquanto o grupo LOS não apresentou diferença em relação ao grupo controle. CONCLUSÃO: O bloqueio do sistema renina-angiotensina, com bloqueador AT1 e com IECA, pode atenuar o desenvolvimento de hipertrofia cardíaca, porém só o bloqueio dos receptores AT1 atenua a fibrose intersticial do VE.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Gonçalves,Giancarlo Zornoff,Leonardo A. M. Ribeiro,Henrique B. Okoshi,Marina P. Cordaro,Fernando R. S. Okoshi,Katashi Padovani,Carlos R. Aragon,Flávio F. Cicogna,Antonio C.

Sobrevida e fatores prognósticos na insuficiência cardíaca sistólica com início recente dos sintomas

OBJETIVO: Analisar a sobrevida e fatores prognósticos associados à mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca sistólica acompanhados desde o início de seus sintomas. MÉTODOS: Coorte de 204 pacientes consecutivos com insuficiência cardíaca sistólica, identificada com início dos sintomas até seis semanas do primeiro atendimento e seguida por 46 meses. As variáveis prognósticas analisadas foram coletadas à inclusão e correlacionadas com a mortalidade cardiovascular. A Fração de Ejeção (FE) < 40% ao ecocardiograma caracterizava a disfunção sistólica ventricular. RESULTADOS: A taxa geral de sobrevida pela técnica de Kaplan-Meier foi de 98,0%, 90,6% e de 70,2% aos três, 12 e 48 meses de seguimento, respectivamente. A análise multivariada identificou o efeito independente de seis variáveis sobre o risco de morte cardiovascular. As classes funcionais III e IV aumentou em 2,7 vezes o risco em relação à classe II; incrementos de 10 mmHg na pressão arterial sistólica reduziram em 25% o risco de morte; cada aumento de 10 bpm na freqüência cardíaca elevava o risco de morte em 1,6 vezes e cada incremento de 0,25 mg/dL na creatinina sérica acarretava um aumento de risco de 60%. A presença de 3ª bulha aumentou em 3,0 vezes o risco de morte e a etiologia chagásica também se associou à mortalidade cardiovascular (P<0,0001). CONCLUSÃO: Estas evidências mostram que a mortalidade na fase inicial não é elevada e que a etiologia, classe funcional avançada, hipotensão arterial, taquicardia, presença de 3ª bulha e creatinina sérica elevada, conferem um pior prognóstico.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Rassi,Salvador Barretto,Antônio Carlos Pereira Porto,Celmo Celeno Pereira,Crésio Romeu Calaça,Bárbara Wosjunk Rassi,Daniela C.

Efeitos da atorvastatina, fluvastatina, pravastatina e simvastatina sobre a função endotelial, a peroxidação lipídica e a aterosclerose aórtica em coelhos hipercolesterolêmicos

OBJETIVO: Comparar os efeitos da atorvastatina, fluvastatina, pravastatina e simvastatina sobre a função endotelial, a aterosclerose aórtica e o teor de malonodialdeído (MDA) nas LDL nativas, oxidadas e na parede arterial de coelhos hipercolesterolêmicos, depois que as doses destas estatinas foram ajustadas para reduzir o colesterol total plasmático a valores similares. MÉTODOS: Coelhos machos, foram separados em grupos de 10 animais (n=10), chamados hipercolesterolêmico (controle), atorvastatina, fluvastatina, pravastatina e normal. A exceção do grupo normal, os animais foram alimentados com ração padrão acrescida de colesterol a 0,5% e óleo de coco a 2% durante 45 dias. As drogas foram administradas a partir do 15º dia do início do experimento e no 30º dia, as doses foram ajustadas, através do controle do colesterol plasmático, para obter valores semelhantes em cada grupo. Ao final do experimento foi dosado o colesterol plasmático e as lipoproteinas e retirado um segmento de aorta torácica para estudo da função endotelial, da peroxidação lipídica e exame histológico para medida da aterosclerose aórtica. RESULTADOS: As estatinas reduziram significantemente o colesterol total plasmático, as LDL-colesterol e a aterosclerose aórtica. O teor de MDA também foi significantemente reduzido nas LDL nativas e oxidadas, assim como na parede arterial. O relaxamento-dependente do endotélio foi significantemente maior no grupo tratado em comparação ao hipercolesterolêmico. CONCLUSÃO: As estatinas, em doses ajustadas, tiveram efeito significante e similar em reduzir a peroxidação lipídica nas LDL e na parede arterial, na regressão da aterosclerose aórtica e na reversão da disfunção endotelial.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Jorge,Paulo Afonso Ribeiro Almeida,Eros Antonio de Ozaki,Michiko R. Jorge,Mariana Carneiro,Adriano

A exposição crônica à fumaça do cigarro resulta em remodelação cardíaca e prejuízo da função ventricular em ratos

OBJETIVO: Determinar as alterações cardíacas estruturais e funcionais causadas pela exposição à fumaça do cigarro em ratos. MÉTODOS: Os animais foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos: fumante (F), composto por 10 animais, expostos à fumaça do cigarro, na taxa de 40 cigarros/dia e controle (C), constituído por 10 animais não submetidos à exposição. Após 4 meses, os animais foram submetidos a estudo morfológico e funcional por meio do ecocardiograma. As variáveis estudadas foram analisadas pelo teste t ou pelo teste de Mann-Whitney. RESULTADOS: Os ratos fumantes apresentaram maior átrio esquerdo (F=4,2± 0,7mm; C=3,5±0,6mm; p<0,05), maiores diâmetros diastólicos (F=7,9±0,7mm; C=7,2±0,5mm; p<0,05) e sistólicos (F=4,1 ±0,5; C=3,4±0,5; p<0,05) do ventrículo esquerdo (VE). O índice de massa do VE foi maior nos animais fumantes (F=1,5 mg/kg± 0,2; C=1,3 mg/kg±0,2; p<0,05), e a fração de ejeção (F=0,85±0,03; C=0,89±0,03; p<0,05) e a fração de encurtamento (F=47,8 %±3,7; C=52,7%±4,6; p<0,05) maiores no grupo controle. Não foram identificadas diferenças nas variáveis de fluxo diastólico (onda E, na onda A e na relação E/A) transmitral. CONCLUSÃO: A exposição crônica à fumaça do cigarro resulta em remodelação cardíaca, com diminuição da capacidade funcional ventricular.

Ano

2022-12-06T14:00:24Z

Creators

Castardeli,Édson Paiva,Sergio A. R. Matsubara,Beatriz B. Matsubara,Luiz S. Minicucci,Marcos F. Azevedo,Paula S. Campana,Álvaro O. Zornoff,Leonardo A. M.