Repositório RCAAP

Cardiopatia congênita no recém-nascido: da solicitação do pediatra à avaliação do cardiologista

OBJETIVO: Analisar a importância dos sintomas, como motivo de interconsulta com o cardiologista pediátrico, no diagnóstico de cardiopatias congênitas (CC) em recém-nascidos (RN). MÉTODOS: Estudo prospectivo de RN vivos encaminhados para avaliação cardiológica, com realização de eletrocardiografia, radiografia de tórax e ecocardiografia. Solicitação de interconsulta mediante preenchimento de ficha de múltipla escolha, constando os sintomas e sinais sugestivos de CC. Persistência do canal arterial (PCA) sem repercussão clínica e/ou hemodinâmica não foi considerada cardiopatia. RESULTADOS: Entre 1999 e 2002, foram estudados 358 dentre 3.716 RN, demonstrando 49 casos de CC e 128 de PCA. A prevalência de CC foi de 13,2:1.000 RN. O principal motivo para interconsulta com o cardiologista foi sopro em 256 (72%) dos RN, dentre os quais 39 (15%) eram portadores de CC e 91% dos 128 casos, de PCA. Em 14 (4%) dos RN, o motivo de interconsulta foi cianose, dentre os quais 8 (57%) eram portadores de CC. Insuficiência cardíaca foi o motivo de interconsulta em 37 (10%) dos RN, dentre os quais 17 (46%) eram portadores de CC. Arritmia, malformações congênitas associadas ou cromossomopatias foram os motivos de interconsulta em 14% dos casos. CONCLUSÃO: O principal motivo da interconsulta foi ausculta de sopro. Apesar de cianose e insuficiência cardíaca serem pouco freqüentes como motivo de interconsulta, sua presença indicou alta probabilidade de diagnóstico de cardiopatia. A triagem pediátrica tem papel importante para o diagnóstico.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Rivera,Ivan Romero Silva,Maria Alayde Mendonça da Fernandes,José Maria Gonçalves Thomaz,Ana Claire Pimenteira Soriano,Cláudio Fernando Rodrigues Souza,Maria Goretti Barbosa de

Revascularização total do miocárdio sem circulação extracorpórea em pacientes com disfunção ventricular esquerda

OBJETIVO: Avaliar a operação para revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea (CEC) em pacientes com importante disfunção ventricular esquerda. MÉTODOS: Foram submetidos a operação para revascularização do miocárdio sem CEC, 405 pacientes com fração de ejeção (FE) abaixo de 35%. A operação foi realizada com auxílio de estabilizador por sucção e ponto de LIMA. As anastomoses distais foram feitas primeiro. RESULTADOS: Foram avaliados 405 pacientes com idade média de 63,4±9,78 anos, sendo 279 do sexo masculino (68,8%). Quanto a fatores de risco, 347 eram hipertensos, 194 tabagistas, 202 dislipidêmicos e 134 diabéticos. Encontravam-se em classe funcional III e IV 260 pacientes. Eram renais crônicos 20 pacientes, em programa de diálise. Foram operados em caráter de emergência 51 pacientes, e 33 já apresentavam operação prévia. A FE média foi de 27,2±3,54%. O EUROSCORE médio foi de 8,46±4,41. O número médio de anastomoses foi 3,03±1,54 por paciente. Necessitaram de balão intraórtico após a indução anestésica 49 pacientes (12%), e 73 (18%) necessitaram de suporte inotrópico no período transoperatório. Quanto a complicações, 2 (0,49%) apresentaram insuficiência renal, 2 apresentaram mediastinite (0,49%), 7 (1,7%) necessitaram de reoperação por sangramento, 5 (1,2%) apresentaram infarto agudo do miocárdio e 70 (17,3%) apresentaram fibrilação atrial. Houve 18 óbitos (4,4%). CONCLUSÃO: Com base nesses dados, concluímos que a operação para revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea em pacientes com disfunção ventricular esquerda é segura e eficaz, sendo uma alternativa para pacientes de alto risco. Os resultados obtidos foram superiores ao previsto pelo EUROSCORE.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Milani,Rodrigo Paulo,Brofman Moutinho,José Augusto Laura,Barboza Maximiliano,Guimarães Alexandre,Barbosa Lidia,Zitynski Dalton,Précoma Alexandre,Varela Ravanelli,Marcel Rogers Maia,Francisco

Fibrilação atrial no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio: características do perfil clínico associadas a óbitos hospitalares

OBJETIVO: Identificar fatores associados à maior chance de óbitos hospitalares em pacientes submetidos a revascularização cirúrgica do miocárdio (RM), que tenham apresentado fibrilação atrial (FA) no pós-operatório. MÉTODOS: No período de 2000 a 2003, foi analisada uma série consecutiva de 397 pacientes submetidos a RM que desenvolveram FA no pós-operatório. Esses pacientes foram divididos em dois grupos (G), sendo o G1 formado pelos pacientes que sobreviveram (n=369) e o G2, por aqueles que faleceram na fase hospitalar (n=28). Foram realizados os testes t de Student e do qui-quadrado, sendo p significativo quando < 0,05. RESULTADOS: A análise comparativa entre o G1 e o G2 demonstrou não haver diferença entre os grupos quanto a idade (67,3 ± 8,4 anos vs 69,3 ± 9,6 anos; p = 0,4), sexo masculino (75,9% vs 64,3%; p = 0,1), hipertensão arterial sistêmica (75,3% vs 85,7%; p = 0,2) e insuficiência cardíaca congestiva (17% vs 17%; p = 1). O G2 apresentou maiores taxas de infarto agudo do miocárdio prévio (14,6% vs 28,6%; p = 0,05), fração de ejeção do ventrículo esquerdo < 40% (12,2% vs 32,1%; p = 0,003), acidente vascular encefálico prévio (0,8% vs 17,9%; p = 0,03), intervenção coronariana percutânea prévia (19,5% vs 39,3%; p = 0,01), e revascularização cirúrgica do miocárdio prévia (19,3% vs 35,7%; p = 0,03). CONCLUSÃO: Antecedentes de infarto agudo do miocárdio, RM, intervenção coronariana percutânea, acidente vascular encefálico e déficit ventricular grave foram mais freqüentes no grupo que faleceu na fase hospitalar, sugerindo possível associação entre esses fatores e maior chance de óbito no pós-operatório de RM.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Oliveira,Dinaldo Cavalcanti de Ferro,Carlos Romério Oliveira,João Bosco de Prates,Guilherme Jose Torres,Audrey Egito,Enilton Sergio Tabosa do Arraes,Magali Santos Souza,Luis Carlos Bento de Jatene,Adib Domingos Piegas,Leopoldo Soares

Prevenção de fibrilação atrial com amiodarona em moderada dosagem no pós-operatório de cirurgia cardíaca é segura e eficaz em pacientes de alto risco para desenvolver essa arritmia

OBJETIVO: Avaliar se a profilaxia com amiodarona em moderada dosagem, no pós-operatório de cirurgia cardíaca (revascularização miocárdica e/ou cirurgia valvar), reduz a incidência de fibrilação atrial em pacientes de alto risco para desenvolver essa arritmia. MÉTODOS: Estudo clínico, randomizado e prospectivo, realizado em 68 pacientes submetidos a cirurgia cardíaca eletiva. A média de idade foi de 64 anos e 59% dos participantes eram do sexo masculino. Os pacientes com três ou mais fatores de risco para fibrilação atrial, de acordo com a literatura, foram randomizados em dois grupos, para receber ou não profilaxia com amiodarona no primeiro dia de pós-operatório. A dose administrada foi de 600 mg/dia a 900 mg/dia, por via intravenosa, no primeiro dia de pós-operatório, seguida de 400 mg/dia por via oral até a alta hospitalar ou até completar sete dias. Os demais pacientes, com dois ou menos fatores de risco, foram seguidos até a alta hospitalar. Todos os pacientes foram observados por monitorização cardíaca e/ou eletrocardiografia. RESULTADOS: No grupo que recebeu amiodarona, 7% dos pacientes apresentaram fibrilação atrial, enquanto no grupo controle 70% desenvolveram a arritmia. Nos indivíduos não-randomizados (com dois ou menos fatores de risco), apenas 24% apresentaram fibrilação atrial. CONCLUSÃO: O uso profilático de amiodarona foi eficaz na prevenção de fibrilação atrial nos pacientes com três ou mais fatores de risco para essa arritmia. Esse tratamento pode ser benéfico na redução da permanência na Unidade de Terapia Intensiva e, conseqüentemente, nas complicações advindas do maior tempo de internação hospitalar.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Alves,Renato Jorge Geovanini,Glaucylara Reis Brito,Gisele de Miguel,Gabriel A. S. Glauser,Valéria A. Nakiri,Kenji

Prevalência de hipertensão do avental branco na atenção primária de saúde

OBJETIVO: Avaliar a prevalência de hipertensão do avental branco no município de Dumont, Estado de São Paulo, caracterizando os participantes da pesquisa em relação a fatores demográficos e a alterações tanto fisiológicas como metabólicas. MÉTODOS: Foram selecionados 109 usuários da Unidade de Saúde municipal, divididos em três grupos (normotensão, hipertensão essencial e hipertensão do avental branco), após medidas de pressão arterial com aparelho oscilométrico e exame de monitorização ambulatorial da pressão arterial. Foram realizadas entrevista, mensuração de dados e coleta de exames laboratoriais para comparação das variáveis encontradas entre os grupos. Para o tratamento estatístico, foram utilizados os testes ANOVA e Tukey. Os resultados foram expressos como médias ± erros padrão das médias. As diferenças foram consideradas estatisticamente significativas para p < 0,05. RESULTADOS: A prevalência de hipertensão do avental branco foi de 34,1%, com predominância do sexo feminino, média de idade de 45,3 anos e aumento de índice de massa corporal, relação cintura-quadril, glicemia e creatinina plasmáticas, na comparação com hipertensos e/ou normotensos. Não foi encontrada relação entre hipertensão do avental branco e variáveis demográficas. CONCLUSÃO: As diferenças encontradas entre os grupos e a presença de variações clínicas e bioquímicas possibilitam inferir que a hipertensão do avental branco é uma condição que deve ser analisada de maneira distinta em relação a indivíduos normotensos e hipertensos.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Alves,Leila Maria Marchi Nogueira,Maria Suely Godoy,Simone de Hayashida,Miyeko Cárnio,Evelin Capellari

Avaliação da força muscular respiratória e da função pulmonar em pacientes com insuficiência cardíaca

FUNDAMENTO: O termo insuficiência cardíaca (IC) refere-se à falha do coração em bombear sangue para suprir as necessidades do organismo. A função pulmonar e os músculos respiratórios podem estar afetados e os sintomas típicos apresentados pelos pacientes são desconforto aos mínimos esforços. OBJETIVO: Verificar a função pulmonar e a força dos músculos respiratórios em pacientes com IC em classes funcionais II e III, segundo a New York Heart Association (NYHA). MÉTODOS: O estudo foi descritivo e observacional, sendo incluídos 12 indivíduos com IC em classes II e III que estavam em acompanhamento ambulatorial. A função pulmonar (volume expiratório forçado no primeiro segundo - VEF1 - e capacidade vital forçada - CVF) foi avaliada por meio da microespirometria e a força muscular respiratória (pressão expiratória máxima - PEmáx - e pressão inspiratória máxima - PImáx), por meio de manovacuometria (marca Globalmed®). RESULTADOS: Houve diferença entre as classes II e III em relação à função pulmonar (VEF1: II = 91,17 ± 19,87 e III = 68,17 ± 21,78; CVF: II = 68,17 ± 21,78 e III = 73,67 ± 22,94) e à força muscular respiratória (PImáx: II = 71,67 ± 40,70 e III = 53,33 ± 29,27; PEmáx: II = 98,83 ± 34,56 e III = 58,33 ± 15,06). A classe II apresentou valores maiores que a III, em todos os parâmetros avaliados, com diferença estatisticamente significativa na PEmáx. CONCLUSÃO: A função pulmonar e a força muscular respiratória estão prejudicadas na IC, onde os indivíduos da classe III apresentam valores menores que a II, principalmente na PEmáx.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Forgiarini Junior,Luiz Alberto Rubleski,Angélica Douglas,Garcia Tieppo,Juliana Vercelino,Rafael Dal Bosco,Adriane Monteiro,Mariane Borba Dias,Alexandre Simões

Associação da síndrome metabólica e seus componentes na insuficiência cardíaca encaminhada da atenção primária

FUNDAMENTO: A síndrome metabólica (SM) caracteriza-se por um conjunto de fatores de risco que, quando presentes, se associam a elevadas taxas de eventos cardiovasculares, como também a risco de insuficiência cardíaca (IC). Em nosso meio, não está estabelecida a associação da SM nos pacientes portadores de IC crônica estável. OBJETIVO: Determinar, em pacientes encaminhados da Atenção Primária, a prevalência de SM, segundo o sexo e o tipo de IC. MÉTODOS: De janeiro de 2005 a agosto de 2006, 144 pacientes foram incluídos em um estudo transversal. A ecocardiografia, por meio de critérios modificados no estudo EPICA, foi utilizada para definir o tipo de IC, como também sua presença ou ausência. A análise estatística foi processada pelo software SAS® System, versão 6.04, sendo adotado o nível de significância de 5%. RESULTADOS: SM foi observada em 111 pacientes (77%), dos quais 73 (66%) eram do sexo feminino (razão de chance [RC] de 0,195; intervalo de confiança = 0,08-0,46; p < 0,0001). IC foi identificada em 102 pacientes (71%), com o sexo feminino apresentando grande correlação com a presença de SM: 51 pacientes (65%) (RC de 0,116; intervalo de confiança = 0,36-0,37; p < 0,0001). Entre os portadores de IC, 61 pacientes (42%) apresentavam IC com função sistólica preservada e 41 (29%), IC com disfunção sistólica (p = ns). IC com função sistólica preservada foi associada à presença de SM em 53 (87%) dos 61 pacientes (p = 0,022). CONCLUSÃO: A SM está fortemente associada à presença de IC com função sistólica preservada e ao sexo feminino em nossa comunidade.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Coelho,Flávio Augusto Colucci Moutinho,Marco Aurélio Espósito Miranda,Verônica Alcooforado de Tavares,Leandro Reis Rachid,Maurício Rosa,Maria Luiza Garcia Mesquita,Evandro Tinoco

Comparação da evolução a longo prazo da valvoplastia mitral percutânea por balão com a técnica de inoue versus a do balão único: análise dos fatores de risco para óbito e eventos maiores

OBJETIVO: Analisar a evolução a longo prazo de pacientes submetidos a valvoplastia mitral percutânea por balão com a técnica do balão de Inoue versus a técnica do balão único Balt, identificando os fatores que predisseram óbito e eventos maiores (óbito, nova valvoplastia mitral por balão ou cirurgia valvar mitral). MÉTODOS: O período de seguimento, nos grupos do balão único e do balão de Inoue, foi de 54 ± 31 (1 a 126) meses e de 34 ± 26 (2 a 105) meses, respectivamente (p < 0,0001). O balão único Balt foi usado em 254 (84,1%) pacientes e o balão de Inoue, em 48 (15,9%). RESULTADOS: Foram encontrados os seguintes dados, respectivamente, no grupo do balão de Inoue e do balão único: idade, 36,9 ± 10,4 (19 a 63) anos e 38,0 ± 12,6 (13 a 83) anos (p = 0,5769); escore ecocardiográfico, 7,5 ± 1,3 pontos e 7,2 ± 1,5 pontos (p = 0,1307); sexo feminino, 72,9% e 87,4% (p = 0,0097); fibrilação atrial, 10,4% e 16,1% (p = 0,4275); mortalidade no seguimento, 2,1% e 4,3% (0,6984); e eventos maiores, 8,3% e 17,7% (p = 0,1642). Não houve, na análise univariada e nas curvas de Kaplan-Meier, diferença entre as técnicas de Inoue e do balão único Balt para sobrevida e sobrevida livre de eventos maiores. Na análise multivariada, idade > 50 anos e escore ecocardiográfico > 8 predisseram, independentemente, óbito, e escore ecocardiográfico > 8 e área valvar mitral pós-procedimento < 1,50 cm² predisseram eventos maiores. CONCLUSÃO: Não houve diferença na evolução a longo prazo dos pacientes submetidos a técnica de Inoue versus a do balão único. Predisseram óbito e/ou eventos maiores: idade > 50 anos, escore ecocardiográfico > 8 e área valvar mitral pós-procedimento < 1,50 cm².

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Borges,Ivana Picone Peixoto,Edison Carvalho Sandoval Peixoto,Rodrigo Trajano Sandoval Oliveira,Paulo Sergio de Salles Netto,Mario Peixoto,Ricardo Trajano Sandoval Labrunie,Marta Labrunie,Pierre Villela,Ronaldo de Amorim Siqueira-Filho,Aristarco Gonçalves

Pseudo-aneurisma do ventrículo esquerdo

A ruptura da parede livre do ventrículo esquerdo é uma dramática, porém nem sempre fatal complicação do infarto agudo do miocárdio. No entanto, se o diagnóstico correto for retardado, o tratamento cirúrgico pode ser comprometido. Os autores relatam um caso de volumoso pseudo-aneurisma de parede inferior de ventrículo esquerdo diagnosticado ao estudo angiográfico.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Jacob,José Luiz Balthazar Buzelli,Graziele Machado,Nilton Carlos Spinola Garzon,Pedro G. A. Garzon,Sérgio A. C.

Plastia cirúrgica de óstio coronariano esquerdo com estenose não aterosclerótica

Discute-se o caso clínico de um paciente homem, 38 anos, com insuficiência cardíaca classe IV (NYHA) e angina de repouso em razão de insuficiência aórtica severa, oclusão de óstio da artéria coronária direita e lesão subtotal do óstio da artéria coronária esquerda, em razão de aortite de origem luética. O tratamento constituiu-se de prótese aórtica mecânica e plastia do óstio coronariano esquerdo com "telhado" de veia safena. A evolução clínica pós-operatória foi excelente, tendo o paciente retornado à vida ativa e sem sintomas.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

ARGENTA,Fábio WINCKLER,George MOMOLLI,Marcelo Kuhn FALLEIRO,Roque FRAGOMENI,Luís Sérgio

Comunicação direta entre artéria pulmonar direita e átrio esquerdo: relato de dois casos

A comunicação direta entre a artéria pulmonar direita e o átrio esquerdo é uma condição rara, tendo sido relatados menos de 40 casos em toda a literatura. Apresentação clínica é variável, podendo o paciente mostrar-se com quadro de cianose, dispnéia ou insuficiência cardíaca. No entanto, o diagnóstico pode ser facilmente feito com métodos de imagem. O tratamento cirúrgico oferece a cura completa com baixa morbi-mortalidade. Sem o mesmo, sérias complicações podem advir como embolia ou abscesso cerebral. Os autores apresentam dois casos de comunicação direta entre artéria pulmonar direita e átrio esquerdo. São discutidas as teorias embriogênicas e as variantes anatômicas desta anomalia congênita.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

SCHIMIN,Luiz Carlos FRANCESCHINI,Itacir Arlindo COSTA,Jean Newton Lima LUCENA,Vinícius Sousa de

Revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea: resultados da experiência de 18 anos de sua utilização

Introdução: A revascularização do miocárdio sem circulação extracorpórea (CEC) é hoje alternativa de revascularização em expansão não estando ainda bem definidos os limites de sua aplicabilidade. Os autores revêem sua casuística global e discutem as indicações ideais do procedimento baseados nos resultados obtidos. Casuística e Métodos: São analisados 2.495 pacientes operados sem CEC de outubro de 1981 a setembro de 1999 de um total de 10.656 pacientes revascularizados no período (23,4%). As idades variaram de 32 a 90 anos, mediana 59, e o sexo masculino predominou (67%). Insuficiência coronária crônica foi responsável por 70,8% das indicações operatórias e a maioria dos pacientes recebeu 2 pontes (51,5%). Resultados: A mortalidade (30 dias) global foi de 1,9% (48/2495) e a morbidade referente a eventos maiores foi significativamente menor em um subgrupo deste material que foi prospectivamente. Apenas 45% dos operados necessitaram de transfusão sangüínea contrastando com 90,5% dos operados com a técnica convencional. A aplicabilidade da técnica que no global foi de 23% nos últimos três anos foi de 36,8%, 35, l% e 42,2%. Conclusão: A revascularização do miocárdio sem CEC é alternativa segura de tratamento da insuficiência coronária observando-se um aumento progressivo de sua aplicação nos últimos anos. Permite o tratamento de um subgrupo de pacientes com baixa mortalidade hospitalar e menor incidência de complicações pós-operatórias, devendo seu uso ser expandido nos próximos anos com a introdução dos estabilizadores, manobras especiais e a revascularização funcional.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

AGUIAR,Luciano F. ANDRADE,José Carlos S. BRANCO,João Nelson PALMA,José Honório TELES,Carlos A. GEROLA,Luis Roberto BUFFOLO,Ênio

Influência do pré-condicionamento isquêmico na proteção miocárdica em revascularização do miocárdio com pinçamento intermitente da aorta

Objetivo: Este estudo testa a hipótese de que curtos períodos de isquemia podem aumentar a proteção obtida pelo pinçamento intermitente da aorta. Métodos: No grupo controle (18), a operação foi realizada com hipotermia sistêmica a 32 ºC com pinçamento intermitente da aorta e uso de circulação extracorpórea (CEC). No segundo grupo, denominado de pré-condicionamento (17), foram acrescidos dois pinçamentos de 3 minutos da aorta com intervalo de 2 minutos de reperfusão entre eles, previamente ao pinçamento intermitente da forma convencional. CK-MB, troponina I, adenosina e lactato foram obtidos do seio ocoronário no início da circulação extracorpórea (1), ao final da segunda anastomose (2) e ao final da CEC (3). Resultados: Os níveis de CK-MB e troponina I apresentaram uma leve tendência a aumentar ao final da CEC no grupo controle, enquanto os de adenosina e lactato não apresentaram diferença. <img SRC="http:/img/fbpe/rbccv/v16n1/5182q1.gif"> Conclusão: Concluímos que o pré-condicionamento isquêmico não promoveu melhora significante na proteção miocárdica.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

PÊGO-FERNANDES,Paulo M. JATENE,Fabio B. KWASNICKA,Karina HUEB,Alexandre Ciamppina GENTIL,André Felix COELHO,Fabrício Ferreira STOLF,Noedir A. G.

Optimização da perviabilidade do enxerto venoso na revascularização miocárdica: compreensão da fisiopatologia, novas drogas e avanços técnicos

Objetivo: Baseado nos modernos conceitos do comportamento endotelial do enxerto venoso, o objetivo deste trabalho foi identificar quais os principais fatores de obstrução no período imediato da cirurgia, quais e quando ocorrem as modificações morfológicas tardias e, finalmente, apontar os recursos aplicáveis para optimizar a perviabilidade imediata e tardia dos enxertos venosos. Casuística e Métodos: No período de 1971 a 1998 foram operados 3116 pacientes de revascularização miocárdica. Estes procedimentos foram analisados em três grupos- grupo I onde somente se empregou veia safena; grupo II onde somente se empregou artéria torácica interna e grupo III onde se empregou a associação de veia safena e artéria torácica interna. A incidência de reoperações foi analisada procurando identificar a perviabilidade dos diferentes enxertos e seus resultados. Foi realizada uma análise estatística empregando-se o teste de Qui-quadrado para averiguar a existência de diferenças de reoperados e mortalidade entre os três grupos. Resultados: O índice de mortalidade imediata variou de 1 a 7% no grupo I para 3,8 % no grupo II demonstrando diferença estatisticamente significativa (p= 0,0401). Foram reoperados 255 pacientes, sendo 3,8% no grupo II e 8,1% no grupo I demonstrando diferença estatisticamente significativa (p= 0,0094). Conclusões: Os resultados imediatos com os enxertos venosos dependem do manuseio cirúrgico, retirada. e preparo da veia, confecção das anastomoses e qualidade das artérias coronárias. Os resultados tardios entre o quinto e décimo anos sofrem a influência do espectro da aterosclerose. Os enxertos venosos representam maior incidência de reoperações quando comparados com os enxertos arteriais. Os enxertos venosos podem aumentar o grau de perviabilidade através da limitação do manuseio da veia safena, emprego de drogas como verapamil, triglicerina, papaverina, aprotinina, da profilaxia da aterosclerose e da uniformização da luz das veias irregularmente dilatadas através de enxertos tubulares híbridos.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

LOURES,Danton R. Rocha RIBEIRO,Edison José MULINARI,Leonardo Andrade CARVALHO,Roberto Gomes de ALMEIDA,Rui Sequeira de FELÍCIO,Marcelo Laneza

Ventriculectomia parcial esquerda: operação de Batista em pacientes acima de 60 anos

Fundamentos: A insuficiência cardíaca constitui-se em grave problema de saúde pública. Recente proposta de tratamento cirúrgico para a insuficiência cardíaca terminal é a ventriculectomia parcial esquerda, não havendo publicações específicas sobre seus benefícios em pacientes acima de 60 anos. Objetivo: Estudar os resultados obtidos com o tratamento da miocardiopatia dilatada em pacientes acima de 60 anos, submetidos à ventriculectomia parcial esquerda. Método: Entre maio de 1995 e dezembro de 1997 dez pacientes com idade entre 62 e 78 anos, portadores de miocardiopatia dilatada em classe funcional IV (NYHA), foram submetidos à ventriculectomia parcial esquerda no Serviço de Cirurgia Cardiotorácica da Disciplina de Cirurgia Cardiotorácica da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Núcleo de Hospital Universitário. A ressecção, de forma elíptica, foi realizada na parede lateral do VE, entre os dois músculos papilares, estendendo-se, desde o ápice até próximo do anel mitral. Resultados: Nove (90%) pacientes receberam alta hospitalar e um paciente (10%) evoluiu para óbito, no sexto dia de pós-operatório. O fragmento ressecado variou de 6 a 10,5 cm de comprimento por 4 a 5,5 cm de largura, com 10,8±1,3 cm por 5±0,06 cm em média. O controle ecocardiográfico demonstrou: <img SRC="http:/img/fbpe/rbccv/v16n1/5184q1.gif"> No seguimento, observou-se que três pacientes (30%) encontram-se em grau funcional I ( NYHA), três pacientes (30%) em II e um paciente (10%) em grau funcional III. A sobrevida atuarial desses pacientes foi de 100%, 87%, 87% e 67% para 6, 12, 24 e 36 meses de seguimento, respectivamente. Conclusão: A ventriculectomia parcial esquerda, realizada em pacientes com idade superior a 60 anos portadores de insuficiência cardíaca com severa disfunção hemodinâmica, apresentou mortalidade baixa, promovendo recuperação acentuada do desempenho cardíaco.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

PONTES,José Carlos D. V. GOMES,Otoni M. MEDEIROS,Carlos Geraldo S. SILVA,Arino F. DUARTE,João J. GARDENAL,Neimar VIOLA,Marcos Douglas Z.

Baixas doses de óxido nítrico na seleção dos pacientes candidatos a transplante cardíaco com hipertensão pulmonar

A disfunção do ventrículo direito no pós-operatório do transplante cardíaco é uma complicação freqüente com morbimortalidade elevada. A avaliação hemodinâmica pulmonar dos candidatos precisa, às vezes, do emprego de prova farmacológica com o uso de drogas endovenosas vasodilatadoras tipo nitroprussiato de sódio (NTPNa), visando reduzir os níveis de pressão e resistência vascular pulmonar (RVP) elevados a níveis compatíveis com os protocolos de inclusão dos Programas de Transplante Cardíaco. Valores de RVP acima de 6 unidades Wood sem droga vasodilatadora, ou acima de 2,5 com a utilização destas, excluem os pacientes do Programa. Entre janeiro de 1997 e janeiro de 2000 foram submetidos a cateterismo direito, 40 pacientes candidatos a transplante. A maioria homens, com idade mé (±12 anos). As etiologias mais encontradas foram miocardiopatia dilatada idiopática (59%) e miocardiopatia isquêmica (25%). Todos em CF IV da NYHA, com fração de ejeção média do ventrículo esquerdo de 0,21 (± 0,03). A monitorização do débito cardíaco (DC), pressão da artéria pulmonar (PAP) e RVP foi feita pelo método contínuo, utilizando para isto cateter de artéria pulmonar especial. Em 5 pacientes a prova farmacológica foi interrompida devido aos efeitos sistêmicos do NTPNa com queda da PAM, RVP e DC. Todos foram submetidos a inalação de óxido nítrico (NO) por máscara, a uma dose de 20 ppm durante 10 minutos. Em 3, a RVP reduziu de 7,8 (±0,88) para 2,4 (±0,36) unidades Wood, e eles foram incluídos no Programa de Transplante. Nos outros 2, apesar de doses de NO de 20,30 e 40 ppm, a redução foi de 8,4 (±2,12) para 4,9 (±0,42) unidades Wood, ou seja, insuficiente para serem incluídos nos Programas de Transplante. Não tivemos óbitos, nem complicações durante os procedimentos. O NO inalatório na avaliação hemodinâmica dos candidatos a TC -- pelo seu efeito vasodilatador seletivo -- permite identificar aqueles com hiper-resistência vascular pulmonar, que não respondem ao uso de drogas vasodilatadoras endovenosas convencionais, evitando que sejam excluídos dos benefícios do procedimento do TC.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

MEJIA,Juan Alberto Cosquillo PINTO Jr.,Valdester Cavalcante BARROSO,Haroldo Brasil MESQUITA,Fernando Antônio CARVALHO Jr.,Waldomiro CASTELO BRANCO,José Matos Brito SOUZA,Flávio José Rocha VIANA,Maria Corina Amaral SOUSA,Patrícia Lopes SOUSA NETO,João David

Preparo do ventrículo subpulmonar através de dois diferentes modelos ajustáveis de bandagem do tronco pulmonar: estudo experimental

Dois modelos de dispositivos ajustáveis foram implantados em cabritos jovens, com o objetivo de avaliar suas capacidades de bandagem do tronco pulmonar (TP) e eficiência no treinamento do ventrículo subpulmonar. Foram utilizados 3 grupos de 7 animais, submetidos ao implante de cateter balão (grupo I), implante de dispositivo de bandagem externa (grupo II) e para obtenção dos pesos dos ventrículos direito (VD), esquerdo (VE) e septo interventricular em condições normais (grupo controle). Os animais foram submetidos a ajustes progressivos dos dispositivos, a cada 24 horas, durante um período de 96 horas, avaliados através de monitorização hemodinâmica e ecocardiograma seriado. A hipertrofia ventricular foi avaliada através de parâmetros morfológicos e de microscopia óptica. Todos os animais concluíram o período de treinamento proposto. O gradiente VD-TP, a razão VD/VE e a pressão sistólica do VD foram significativamente maiores no grupo II (p<0,05). Observou-se aumento significativo da espessura da parede do VD, ao ecocardiograma, nos grupos I e II ao longo dos momentos avaliados, não havendo diferença significativa entre eles. O peso indexado e o peso seco do VD foi significativamente maior nos grupos I e II que no grupo controle (p<0,05), não havendo diferença significativa entre os grupos I e II (p>0,05). O perímetro e a área dos miócitos mostraram um aumento significativo no final do treinamento, comparados à amostra retirada no momento do implante dos dispositivos. Observamos maior grau de estenose do TP com dispositivo de bandagem externa, porém ambos tiveram a capacidade e a eficiência de preparar o ventrículo subpulmonar.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

CANÊO,Luiz Fernando DIAS,Carlos A. ASSAD,Renato Sammy ABDUCH,Maria Cristina Donadio AIELLO,Vera Demarchi MOREIRA,Luiz Felipe Pinho LOURENÇO FILHO,Domingos D. STOLF,Noedir A. G.

Técnica de implante subpeitoral para tratamento de infecção de loja de marcapasso: estudo inicial

Introdução/Objetivo: O implante de marcapasso cardíaco definitivo é um procedimento caracterizado por um baixo índice de complicações. No entanto, a infecção, principalmente a de loja de fonte geradora, caracteriza-se como uma das complicações mais comuns, com incidências variando entre 1-5% na maioria dos centros. Diversas abordagens terapêuticas para o tratamento desta afecção vêm sendo descritas com resultados controversos. Observa-se, entretanto, uma tendência a melhores resultados, com menores índices de falência de tratamento ou reinfecção, nas abordagens mais agressivas, estas sempre relacionadas à alta morbidade e a altos custos finais. Com base nos princípios já bem descritos do poder bactericida dos flaps musculocutâneos associados à antibioticoterapia na esterilização de áreas pouco vascularizadas infectadas, foi desenvolvida e avaliada neste estudo inicial a técnica de implante subpeitoral para o tratamento dos casos de infecção restrita de loja de fonte geradora, objetivando-se menores morbidades e custos com, bons resultados. Casuística e Método: Foi considerado no presente estudo o período de janeiro de 1996 a março de 2000 onde foram realizados 574 procedimentos, entre implantes e trocas de fontes geradoras, na Santa Casa de São Paulo, com um índice de infecção de 1,11% (6 casos) e 2 casos de extrusão de fonte geradora sem infecção aparente. Quatro casos tratavam-se de infecção exclusiva de loja de fonte e em 2 casos houve comprometimento sistêmico com sepse. Os germes infectantes foram S.aureus, S.epidermidis e Pseudomonas. Foi utilizada como abordagem terapêutica para todos os casos sem comprometimento sistêmico a técnica de implante subpeitoral da mesma fonte geradora associada à antibioticoterapia específica. Resultados: Não houve óbitos, casos de reinfecção ou falência de tratamento nos pacientes submetidos à técnica. O tempo médio de internação foi 7,3 dias. O tempo médio de antibioticoterapia foi de 7 dias. Não houve distúrbios do marcapasso que exigissem reabordagem. O seguimento é de 5 meses a 4 anos. Conclusão: A técnica avaliada mostra-se, a princípio, como uma alternativa viável no tratamento da infecção de loja de marcapasso, com baixa morbidade e grande eficácia.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

VALENTE,Acrisio Sales POCHINI,Marcelo de Castro PINTO,Ana Maria Rocha CAMPAGNUCCI,Valquíria P. MARINELLI,Itagiba GANDRA,Sylvio Matheus de Aquino RIVETTI,Luiz Antônio

Erosão esternal por aneurisma da aorta. Qual o melhor acesso?

É descrito o caso de um paciente que apresentava erosão esternal ocasionada por aneurisma da aorta ascendente e hemi-arco aórtico proximal. A via de acesso foi toracotomia bilateral uma vez que a erosão era na parte alta do esterno, empregando-se hipotermia profunda e parada circulatória total. Foi interposto enxerto de pericárdio bovino para correção da aorta ascendente e hemi-arco aórtico proximal e outro enxerto entre o tronco braquicefálico e a parede lateral do enxerto de pericárdio bovino. A artéria descendente anterior foi revascularizada por haver oclusão do óstio da artéria coronária esquerda. Após 3 anos da operação o paciente está assintomático.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

CARVALHO,Roberto Gomes de GIUBLIN,Paulo R. LOPES,Luiz R. MULASKI,José Carlos SILVA Jr.,Arleto Zacarias MULINARI,Leonardo A.