Repositório RCAAP

Ativação imune-inflamatória na insuficiência cardíaca

Apesar de relativamente recente, nota-se um acúmulo crescente e robusto de evidências experimentais e clínicas que apontam um estado gradativo de ativação imune-inflamatória em pacientes com insuficiência cardíaca (IC). Níveis elevados de diversas citocinas são encontrados na circulação e no músculo cardíaco de indivíduos com IC, correlacionando-se, invariavelmente, com o grau de gravidade da doença e agindo na disfunção endotelial, no estresse oxidativo, na indução de anemia, na apoptose miocitária e na perda gradativa de massa muscular esquelética - no que se convencionou denominar o paradigma inflamatório da IC. Não só o miocárdio, mas diversos tecidos parecem sintetizar tais citocinas e perpetuar esse contínuo estado de inflamação em baixo grau, inclusive leucócitos, monócitos, células musculares esqueléticas e endoteliais - em resposta a estímulos hemodinâmicos, infecciosos, à hipóxia, ao estresse oxidativo e à ativação neuro-humoral, entre outros. Desse modo, forma-se uma rede de moléculas que interagem entre si, estabelecendo, ainda, conexões com outros eixos que efetivamente contribuem para a deterioração clínica dos pacientes - o que se encaixa no modelo fisiopatológico de acometimento multissistêmico que tem sido cada vez mais atribuído à IC. Ainda que a dosagem periférica desses biomarcadores reúna evidências bastante sólidas de poder prognóstico, os resultados dos ensaios terapêuticos que modularam em fase clínica a alça imune-inflamatória foram, até então, pouco encorajadores. Desse modo, acreditamos que é fundamental compreender melhor a ativação inflamatória e sua multifacetada relação com os eixos de descompensação da doença, para que possamos estabelecer novas perspectivas terapêuticas com impacto de relevância em um futuro próximo.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Candia,Angelo Michele de Villacorta Júnior,Humberto Mesquita,Evandro Tinoco

Valvuleta de Eustáquio: imagem ecocardiográfica transtorácica tridimensional em tempo real

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Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

Vieira,Marcelo Luiz Campos Sproesser,Antônio José

Substituição do arco aórtico sem parada circulatória total: técnicas, táticas e resultados

INTRODUÇÃO: A despeito dos avanços da cirurgia cardiovascular, das técnicas de circulação extracorpórea e dos métodos de proteção cerebral, a mortalidade nas operações de substituição ou reparo do arco aórtico permanece elevada. As alterações decorrentes da hipotermia profunda e as lesões neurológicas ainda são a maior causa de morbi-mortalidade. OBJETIVO: Demonstrar um conjunto de técnicas e táticas cirúrgicas que permite realizar a substituição do arco aórtico sem a necessidade de hipotermia e parada circulatória total e apresentar os resultados alcançados em um grupo de 10 pacientes. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Dez pacientes do sexo masculino, com idade média de 48,7 anos, foram submetidos a substituição do arco aórtico, utilizando-se hipotermia moderada, canulação arterial em artéria subclávia direita e femoral esquerda, perfusão cerebral seletiva pela artéria subclávia e confecção da anastomose dos vasos arco no primeiro tempo. RESULTADOS: O tempo médio de perfusão cerebral seletiva foi de 14,1 minutos, de isquemia miocárdica 39,6 minutos e de circulação extracorpórea 98,9 minutos. A temperatura esofágica média foi de 26,6º C (24º C a 30º C). O tempo médio de internação foi de 18,4 dias (8 a 40). Não ocorreram óbitos imediatos ou tardios. Dois pacientes apresentaram confusão mental temporária e um apresentou hemiparesia que foi revertida. CONCLUSÕES: A combinação de técnicas e táticas empregadas permitiu uma efetiva correção das lesões em um campo cirúrgico amplo e seco. Ofereceu uma excelente proteção cerebral sem a necessidade de hipotermia profunda o que diminuiu substancialmente as complicações pós-operatórias.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

REIS FILHO,Fernando Antônio Roquette LIMA,Luiz Cláudio Moreira SILVEIRA,Ernesto Lentz da BERNARDES,Rodrigo de Castro

Reconstrução da artéria pulmonar na operação de Jatene

FUNDAMENTOS: A operação de Jatene é a técnica de escolha para correção da transposição das grandes artérias (TGA). A estenose da via de saída do ventrículo direto é a principal complicação encontrada no pós-operatório destas crianças. OBJETIVOS: Avaliar os resultados obtidos em uma série de pacientes portadores de TGA submetidos a operação de Jatene, nos quais a reconstrução da artéria pulmonar (AP) foi realizada com dois remendos de pericárdio autólogo, procurando-se preservar ao máximo a parede aórtica nativa. CASUÍSTICA E MÉTODOS: No período de Janeiro de 1998 a Fevereiro de 2000, foram operadas consecutivamente 52 crianças portadoras de TGA (38 TGA simples/14 TGA + CIV) pela técnica de Jatene, com idade variando de 3 dias a 17 meses (m=30,3 dias). Houve predomínio do sexo masculino (n=30 ou 57,7%) e peso variou de 2,400 kg a 7,400 kg (m=3,377 kg). Todos os pacientes foram operados com CEC em hipotermia moderada, normofluxo e com dose única de cardioplegia sangüínea para proteção miocárdica. O tempo médio de CEC foi de 110,6 min e o tempo médio de pinçamento aórtico de 72,5 min. A transferência coronária foi realizada em "botão", retirando-se o mínimo possível de parede aórtica nativa. A reconstrução foi realizada com dois remendos de pericárdio autólogo, ampliando-se a neo-artéria pulmonar. A avaliação da técnica foi feita através de estudo ecocardiográfico em 20 crianças com seguimento pós-operatório superior a 5 meses(m=12,7 meses). RESULTADOS: Houve 3 (5,8%) óbitos hospitalares, sendo 2 causados por infecção pulmonar (16º e 29º DPO) e 1 por obstrução do tubo endotraqueal (8º DPO). Em todos os casos a técnica foi efetiva para ampliação da neopulmonar, mesmo nos casos de TGA + CIV com importante desproporção dos vasos. O estudo ecocardiográfico pós-operatório apresentou evidências de estenose pulmonar supravalvar em apenas 1 (5%) criança e evidência de crescimento uniforme da AP em todas as outras. CONCLUSÃO: A técnica de reconstrução da AP, preservando-se ao máximo a parede aórtica nativa foi capaz de igualar as artérias mesmo na presença de desproporção significativa, além de propiciar resultados hemodinâmicos satisfatórios em período de até 2 anos de evolução pós-operatória.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

GONTIJO FILHO,Bayard FANTINI,Fernando A. LORA,Harold M. MARTINS,Cristiane LOPES,Roberto Max HAYDEN,Eliane VRANDECIC,Mario O.

Fibrilação atrial e flutter após operação de revascularização do miocárdio: fatores de risco e resultados

OBJETIVO: Determinar a incidência de fibrilação atrial e flutter (FAF) no pós-operatório de revascularização do miocárdio (RM), bem como os fatores preditivos e a influência destas arritmias sobre o período de internação hospitalar. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram analisados 275 pacientes submetidos à operação de revascularização do miocárdio isolada ou associada à correção de aneurisma de ventrículo esquerdo. A idade variou de 26 a 83 anos, com média de idade de 58,7 ± 9,5 anos. Cento e noventa e seis pacientes (71,3%) eram do sexo masculino. RESULTADOS: A incidência total de fibrilação atrial e flutter pós-operatórios foi 16,4% com pico de incidência ocorrendo no segundo e terceiro dia de pós-operatório. Idade avançada, sexo masculino e história de fibrilação atrial ou flutter no pré-operatório foram identificados como fatores preditivos independentes de fibrilação atrial ou flutter no pós-operatório. Os pacientes que apresentaram FA ou flutter no pós-operatório em média 36 horas a mais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 4,8 dias a mais hospitalizados. CONCLUSÃO: A FA e flutter são arritmias comuns no pós-operatório de revascularização do miocárdio, tendo efeito significativo sobre os tempos de permanência na UTI e de internação hospitalar.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

LIMA,Marco Aurélio Vilela Borges SOBRAL,Marcelo Luiz Peixoto MENDES SOBRINHO,Claúdio SANTOS,Gilmar Geraldo STOLF,Noedir A. G.

Circulação extracorpórea com desvio veno-arterial e baixa pressão parcial de oxigênio

OBJETIVO: Esse trabalho divide-se em 2 partes, um estudo experimental para fundamentar a técnica de circulação extracorpórea com baixa pressão parcial de oxigênio e um estudo clínico, para mostrar a viabilidade de sua utilização em seres humanos. MATERIAL E MÉTODOS: No estudo experimental empregou-se a circulação extracorpórea em 20 cães divididos em 2 grupos de 10 animais. No grupo I, canulou-se separadamente a veia cava superior e, a seguir, a veia cava inferior, mantendo-se normais os batimentos cardíacos e a respiração, controlada com respirador e oxigênio puro. O sangue de cada veia cava depois de passar por um permutador de calor foi injetado na artéria femoral. A cada 30 minutos foram retiradas amostras de sangue da aorta acima do diafragma para determinação da gasometria. No grupo II, foi drenado o átrio direito e metade do sangue foi injetada na artéria pulmonar com outra bomba e recolhida pelo ventrículo esquerdo ao reservatório que é ao mesmo tempo, permutador de calor. O sangue, misturado na proporção de 50% venoso e 50% arterial foi reinjetado pela outra bomba na circulação arterial. O coração foi mantido fibrilando e a respiração controlada pelo respirador. No estudo clínico, os pacientes foram divididos em 2 grupos (Grupo A e B). O grupo A de 20 pacientes foi perfundido com sistema convencional, isto é, usando-se ar comprimido e oxigênio no oxigenador de membrana e alto pO2 arterial. No grupo B, também com 20 pacientes, foi utilizado o oxigenador de membrana, oxigênio puro e desvio veno-arterial, mantendo-se o desvio em torno de 40% a 50%. RESULTADOS: No estudo experimental, em ambos grupos, do ponto de vista fisiológico, houve desvio de 50% do sangue venoso para a circulação arterial e fluxo de perfusão mantido alto (100 ml/kg/min). Observou-se que o pO2 arterial em ambos grupos manteve-se entre 50 mmHg e 100 mmHg e a saturação venosa entre 50% e 70%. Todos os animais acordaram no final da perfusão. No estudo clínico verificou-se baixo pO2 arterial e fluxo de perfusão normal. Comparando-se os resultados clínicos constatou-se que não houve diferença de mortalidade nos 2 grupos, porém no grupo com baixo pO2 e desvio veno-arterial o sangramento pós-operatório foi significativamente menor, utilizando-se três vezes menos hemoderivados. Além disso, não foi necessário o uso de misturador de gases.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

MORAES,Mário Coli Junqueira de MORAES,Domingos Junqueira de BASTOS,Eduardo Sérgio MURAD,Henrique

O uso da artéria torácica interna no idoso: indicações e resultados imediatos

OBJETIVO: A artéria torácica interna é o enxerto de eleição para revascularização do ramo interventricular anterior. Entretanto, a incidência de sua utilização nos pacientes idosos acima de 70 anos, varia amplamente nos Serviços. Este estudo revisa as indicações de sua utilização nesta população e apresenta os resultados imediatos obtidos em nosso Serviço. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram analisados 163 pacientes, dos quais 40 (24,53%) possuíam mais de 70 anos (Grupo 2), revascularizados no período de julho de 1999 a dezembro de 2000. Os dados pré-operatórios avaliados foram sexo, fatores de risco para aterosclerose, classe funcional, classificação da angina, infarto prévio e função ventricular esquerda. Os dados operatórios estudados foram número de vasos revascularizados, tipos de enxertos, e intercorrências cirúrgicas. Foram também analisadas as complicações pós-operatórias até 30 dias. RESULTADOS: Todos os ramos interventriculares anteriores dos pacientes do Grupo 1 foram revascularizados com a artéria torácica interna e 95% dos pacientes do Grupo 2 receberam este enxerto. Não houve diferença estatística entre as características pré e pós-operatórias entre os dois grupos. CONCLUSÃO: Embora os pacientes idosos apresentem maior risco de complicações cirúrgicas, a utilização da artéria torácica interna não traz aumento da morbidade e inclusive melhora a sobrevida precoce e tardia, devendo portanto ser considerada como enxerto de primeira escolha para esta população.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

TYSZKA,André Luiz FUCUDA,Leila Satomi

Fatores prognósticos e evolução da função ventricular em 5 anos de seguimento da ventriculectomia parcial esquerda no tratamento da cardiomiopatia dilatada

OBJETIVO: Nesta investigação, os resultados tardios da ventriculectomia parcial esquerda, associada à correção da insuficiência das valvas atrioventriculares, foram estudados em 43 pacientes portadores de cardiomiopatia dilatada. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Os pacientes estavam em classe funcional III (18) ou IV (25) no pré-operatório, sendo que 7 pacientes foram operados na vigência de choque cardiogênico. A redução cirúrgica do volume do ventrículo esquerdo (VE) foi associada à anuloplastia mitral em 32 pacientes e à substituição daquela valva em 3. Em 10 pacientes, também foi realizada plastia de valva tricúspide. Doze pacientes foram submetidos ao implante de desfibriladores automáticos. RESULTADOS: Ocorreram 9 (20,9%) óbitos hospitalares. O tempo de seguimento pós-operatório variou entre dois e 68 meses, com média de 34,2 meses. Aos seis meses de seguimento, 8 pacientes estavam em classe funcional I, 13 em classe II, 3 em classe III e 1 em classe IV (p<0,001). Por outro lado, outros 19 pacientes faleceram no seguimento tardio, sendo observados índices de sobrevida de 58 (?7% em um ano, de 48 (?7% aos dois anos e de 32?(?8% aos cinco anos. A regressão logística mostrou que a sobrevida nos primeiros seis meses foi influenciada pelo diâmetro das fibras miocárdicas. A análise da sobrevida tardia através do modelo proporcional de Cox mostrou que a classe funcional IV e o nível elevado de nor-adrenalina sérica no pré-operatório estavam relacionados a maior mortalidade. Quando a análise também incluiu variáveis anatomopatológicas, a existência de apoptose das células miocárdicas e o maior diâmetro das fibras miocárdicas no pré-operatório foram identificados como únicos fatores independentes de pior prognóstico tardio. Pacientes operados em classe funcional III ou IV apresentaram índices de sobrevida de 60,6?(?11,6% e de 14,4?(?8,2% em cinco anos, respectivamente. Na presença de apoptose das células miocárdicas, a sobrevida dos pacientes foi de 8,3?(?7,9% no mesmo período, contra 63,1?(?11% na ausência dessa alteração. Em relação à função ventricular, os benefícios observados após a ventriculectomia parcial não se mantiveram tardiamente. Houve redilatação progressiva do ventrículo esquerdo, associada à queda concomitante dos valores de sua fração de ejeção. CONCLUSÃO: A ventriculectomia parcial esquerda, associada, quando necessário, à correção da insuficiência das valvas atrioventriculares, melhora a condição clínica e a função ventricular de pacientes com cardiomiopatia dilatada idiopática. Por outro lado, os resultados tardios deste procedimento são limitados pelo grau de comprometimento das fibras miocárdicas e pela severidade do comprometimento funcional dos pacientes no pré-operatório. Além disso, os seus benefícios a função ventricular são comprometidos pela possibilidade de redilatação do ventrículo esquerdo.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

MOREIRA,Luiz Felipe P. BACAL,Fernando BENÍCIO,Anderson BOCCHI,Edimar A. HIGUCHI,Maria L. STOLF,Noedir A. G. OLIVEIRA,Sérgio Almeida de

Transplante cardíaco no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia: análise da sobrevida

CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram analisados, retrospectivamente, 80 transplantes cardíacos realizados no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC) no período de novembro de 1991 a agosto de 2000. Houve predomínio do sexo masculino em 70% dos casos e a idade variou de 7 a 69 anos, com média de 44,8 anos. Doze (15%) pacientes se encontravam em prioridade, em uso de drogas inotrópicas endovenosas no momento do transplante. As etiologias determinantes da insuficiência cardíaca congestiva grave foram: miocardiopatia dilatada idiopática em 37,5%, miocardiopatia isquêmica em 33,75%, miocardiopatia chagásica em 17,5% e outras causas em 11,25%. Foram realizados 78 transplantes ortotópicos e 2 heterotópicos. A técnica empregada foi bicaval/bipulmonar em 63,75%, atrial em 27,5%, bicaval/unipulmonar em 6,25% e heterotópico em 2,5%. A mortalidade hospitalar (30 dias) foi de 18,75%. RESULTADOS: A sobrevida para o transplante ortotópico em um ano foi de 72,7%, em cinco anos 61,5% e em sete anos 56,4%. A sobrevida após o transplante foi correlacionada com as variáveis idade, causa de óbito e sexo do doador, e pelo transplante ter sido ou não a primeira cirurgia cardíaca do paciente.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

ASSEF,Marco Aurélio Salles VALBUENA,Paulo Fernando MF NEVES Jr.,Marcondes Tavares CORREIA,Edileide Barros VASCONCELOS,Marcos MANRIQUE,Ricardo MAGALHÃES,Hélio M. de SOUZA,Luiz Carlos Bento de CHACCUR,Paulo DINKHUYSEN,Jarbas J.

Estudo angiográfico comparativo da artéria pulmonar no pré e pós-operatório de pacientes submetidos a operação de derivação cavopulmonar bidirecional

INTRODUÇÃO: Este trabalho analisou as alterações nos diâmetros da artéria pulmonar (AP) após a derivação cavopulmonar bilateral (DCPB). CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram incluídos 18 pacientes submetidos a DCPB, no período de março de 1990 a janeiro de 1997, que possuíam exames cineangiográficos disponíveis no período pré e pós-operatório. As medidas da AP direita e esquerda foram realizadas em três locais: na origem, imediatamente antes da bifurcação e no início da artéria do lobo inferior. Em seguida, os diâmetros de cada local foram indexados à superfície corpórea ou ao diâmetro da aorta, medido na altura do diafragma. Os dados angiográficos e oximétricos foram submetidos a análise estatística. RESULTADOS: Quando analisados os diâmetros absolutos observou-se que a maioria sofreu aumento não-significante, no período pós-operatório, ao passo que o diâmetro II da AP esquerda apresentou diminuição. Os índices totais I e III apresentaram diminuição significante, no período pós-operatório, e no índice total II a redução não foi significante. A análise da variável seguimento pós-operatório demonstrou redução significativa dos índices totais nos pacientes com seguimento pós-operatório inferior a 23,6 meses. A presença de fluxo sangüíneo adicional determinou o aumento dos índices AP direita II e III, e pequena redução nos outros índices. As medidas da AP indexadas pelo diâmetro da aorta revelaram comportamento semelhante à indexação pela superfície corpórea. Na ausência de circulação venosa colateral (CVC) observou-se aumento significante da saturação de O2, por outro lado, a sua presença determinou um aumento não-significante, durante o período de observação.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

WESTPHAL,Fernando Luiz MALUF,Miguel Angel SILVA,Célia Maria Camelo da CARVALHO,Antônio Carlos Camargo de BUFFOLO,Ênio

Classificação anatômica e correção cirúrgica da atresia pulmonar com comunicação interventricular

OBJETIVO: Analisar as características anatômicas, o resultado das técnicas empregadas na correção cirúrgica de acordo com o número de procedimentos, assim como a mortalidade em cada grupo da classificação de Barbero-Marcial para atresia pulmonar com comunicação interventricular. CASUÍSTICA E MÉTODOS: De janeiro de 1990 a novembro de 1999, 73 pacientes que foram submetidos a estudo cineangiocardiográfico previamente à primeira intervenção cirúrgica, foram analisados. As características anatômicas das artérias pulmonares e artérias colaterais sistêmico-pulmonares, assim como as técnicas cirúrgicas que propiciaram tratamento paliativo, "paliativo definitivo" e definitivo foram estudadas. As causas de mortalidade também foram descritas. RESULTADOS: Dezenove pacientes apresentavam os segmentos pulmonares supridos por artérias pulmonares (grupo A), 45 por artérias pulmonares e artérias colaterais sistêmico-pulmonares (grupo B) e 9 somente por artérias colaterais sistêmico-pulmonares (grupo C). O grupo A apresentou maior proporção de tratamentos definitivos, o grupo B maior proporção de paliativos e o grupo C, maior proporção de "paliativos definitivos" (p< 0,0001). Não houve diferença estatística significante de mortalidade entre os grupos (p=0,860), embora a proporção de óbitos nos grupos B e C foi mais que o dobro da proporção do grupo A. CONCLUSÕES: A classificação de Barbero-Marcial permite estimar a probabilidade de um paciente ser submetido a tratamento paliativo, "paliativo definitivo" ou definitivo, assim como o risco de mortalidade em pacientes portadores de atresia pulmonar com comunicação interventricular.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

CROTI,Ulisses Alexandre BARBERO-MARCIAL,Miguel JATENE,Marcelo B. RISO,Arlindo de Almeida TANAMATI,Carla AIELLO,Vera Demarchi DALLAN,Luís Alberto OLIVEIRA,Sergio Almeida de

Tratamento intra-operatório da fibrilação atrial crônica com ultra-som

INTRODUÇÃO: A compartimentação atrial intra-operatória foi realizada em 27 pacientes, utilizando ultra-som (US). Esta forma de energia parece ser mais efetiva na criação de linhas de lesão nos átrios, mais profundas e mais uniformes, sem causar carbonização. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram operados, de março de 1999 e junho de 2000, 27 pacientes, com média de idade de 36 anos. Destes, 19 eram mulheres, 23 eram portadores de doença reumática na valva mitral (5 eram casos de reoperação), 2 apresentavam insuficiência mitral por degeneração mixomatosa, 1 era portador de cardiopatia congênita e 1 apresentava fibrilação atrial isolada. RESULTADOS: Os tempos operatórios foram em média de 166,6 minutos para a operação, 69,2 minutos de circulação extracorpórea, 39,7 minutos de parada cardíaca pelo pinçamento da aorta, e 12,5 minutos e 14 minutos para efetuar as linhas de ablação nos átrios direito e esquerdo, respectivamente. Houve reversão ao ritmo sinusal em 24 pacientes, durante o ato operatório. Em 2 pacientes a reversão não foi obtida e 1 paciente apresentou bloqueio atrioventricular transitório, não havendo uma explicação plausível para os 2 casos de não reversão, pois os 2 pacientes foram submetidos a operação para correção da valvopatia pela primeira vez e o átrio não estava muito dilatado. Foram observadas duas recorrências e dois óbitos ocorreram por insuficiência respiratória e choque cardiogênico, no pós-operatório imediato, sem relação com a técnica. A porcentagem de sucesso foi de 81,4%, por ocasião da alta hospitalar. Todos os pacientes fizeram uso de verapamil ou amiodarona, para remodelação atrial. CONCLUSÃO: O uso do ultra-som, para criar linhas de ablação no átrio, durante a cirurgia cardíaca, é efetivo, modifica e torna mais fácil o procedimento do labirinto, causa menos dano aos tecidos, diminui o tempo de cirurgia e as possibilidades de complicações pós-operatórias.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

BRICK,Alexandre Visconti SEIXAS,Tamer PORTILHO,Carlos PERES,Ayrton Klier VIEIRA Jr.,José Joaquim MELO NETO,Romeu de ARAÚJO,Joaquim de Melo

Profilaxia da fibrilação atrial no pós-operatório imediato de cirurgia coronária: comparação entre propranolol e sotalol utilizados em baixas doses

OBJETIVO: Comparar a eficácia de dois protocolos terapêuticos usando baixas doses de betabloqueadores para prevenção de fibrilação atrial no pós-operatório imediato de cirurgia coronária. MÉTODOS: 154 pacientes, submetidos à cirurgia coronária, foram randomizados em dois grupos: no grupo I (n = 72), os doentes receberam Sotalol (80 mg/dia) e, no grupo II, (n = 82) usaram Propranolol (40 mg/dia), ambos iniciados no primeiro dia de pós-operatório. Na unidade de terapia intensiva, o eletrocardiograma foi continuamente observado por monitorização à beira do leito. Adicionalmente, eletrocardiograma nas 12 derivações foi realizado no pré-operatório, nos 1º, 3º e 6º dias de pós-operatório e sempre que os pacientes apresentaram queixas de palpitações ou surgiram sinais de arritmias (pulso irregular ou freqüência cardíaca acima de 100 bpm). RESULTADOS: Fibrilação atrial foi documentada em 3 (4,2%) pacientes do grupo I (Sotalol) e em 8 (9,8%) do grupo II (Propranolol). CONCLUSÃO: A incidência geral de fibrilação atrial em pacientes que receberam baixas doses de Sotalol e Propranolol após cirurgia coronária foi baixa (7,1%), tendo alcançado o menor valor (4,2%) no grupo de pacientes que receberam Sotalol, embora não tenha sido observada uma diferença estatisticamente significante entre os dois grupos (p= 0,221).

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

WANDERLEY,João Fernando LAMPREA,Diana MORAES,Carlos R. MORAES,Fernando TENÓRIO,Euclides GOMES,Cláudio Amaro CAVALCANTI,Ivan de Lima

Estudo comparativo do anel valvar mitral e do ventrículo esquerdo na cardiomiopatia dilatada

OBJETIVO: O objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento do anel valvar mitral e do ventrículo esquerdo na cardiomiopatia dilatada (CMD). MATERIAL E MÉTODOS: Analisaram-se 68 corações humanos adultos, fixados, sendo 48 portadores de CMD de etiologia isquêmica ou idiopática, e 20 corações sem cardiopatia. Obteve-se imagens digitalizadas do perímetro do anel mitral, inserção da cúspide anterior e posterior e da porção fibrosa e muscular. Obteve-se também o perímetro interno do VE, distância do septo ao músculo papilar anterior e posterior, distância entre os músculos papilares, e extensão do septo interventricular. RESULTADOS: A análise dos resultados demonstrou proporcionalidade, tanto da porção fibrosa (r²= 0.98), quanto da porção muscular (r²= 0.99) do anel em relação ao grau de dilatação da valva mitral. A regressão linear revelou que o perímetro de inserção das cúspides anterior (r²= 0.96) e posterior (r² =0.98) também guardam relação de proporcionalidade. Observou-se que a dilatação do VE ocorre de forma global e esférica em seus segmentos. Não se observou relação de proporcionalidade entre o grau de dilatação do anel mitral e do VE. CONCLUSÃO: Ao contrário do que se pensava, na CMD de etiologia isquêmica ou idiopática, a dilatação do anel mitral ocorre de forma proporcional e não apenas na sua porção posterior. Não é o grau de dilatação do VE que determina o grau de dilatação do anel mitral pois eles ocorrem de forma independente. Estas observações abrem novas perspectivas para as técnicas de correção da insuficiência valvar mitral na CMD.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

HUEB,Alexandre Ciappina JATENE,Fabio B. MOREIRA,Luiz Felipe P. POMERANTZEFF,Pablo M. A. MIOTO,Bruno Mahler CHABELMANN,Renato Coifman OLIVEIRA,Sérgio Almeida de

Análise da atividade da enzima conversora da angiotensina na hipertrofia aguda do ventrículo direito em modelo experimental de estenose endovascular ajustável do tronco pulmonar

INTRODUÇÃO: A bandagem do tronco pulmonar (TP) tem sido aplicada para treinamento do ventrículo esquerdo (VE) em pacientes portadores de transposição das grandes artérias (TGA) com septo íntegro. Este procedimento, além de apresentar alta morbi-mortalidade, pode ocasionar alterações da função ventricular a longo prazo. Com o objetivo de analisar a hipertrofia aguda do ventrículo direito (VD), foi implantado um cateter balão no TP de seis cabritos jovens. MATERIAL E MÉTODOS: A sobrecarga sistólica foi aplicada através de insuflações progressivas do balão, durante 96 horas. Esta hipertrofia foi acompanhada por medidas hemodinâmicas diárias, através de cateteres implantados na aorta, VD e TP, além de ecocardiogramas seriados a cada 24 horas, com medidas das espessuras do septo interventricular e dos ventrículos. Ao final das 96 horas, os animais foram mortos para remoção dos corações. Os ventrículos e o septo foram pesados separadamente. Foram colhidas biópsias musculares de cada câmara para análise da atividade da enzima conversora da angiotensina (ECA). Oito cabritos (idade e peso semelhantes) foram utilizados como controle para os pesos dos ventrículos e para a atividade da ECA. RESULTADOS: Observou-se um aumento do gradiente VD/TP (p=0,001), com conseqüente aumento da razão VD/VE (p=0,005) durante o tempo de sobrecarga sistólica. Ao fim do protocolo, a parede livre do VD apresentou aumento de espessura (p=0,002) e, conseqüentemente, um aumento do peso indexado (p=0,002). A análise da atividade da ECA revelou aumento somente no músculo do VD hipertrofiado (p=0,002). CONCLUSÃO: O cateter balão foi eficiente em induzir a hipertrofia aguda do VD através do protocolo utilizado. Conseqüentemente, um aumento expressivo da atividade da ECA está associado ao processo de hipertrofia miocárdica induzida por sobrecarga pressórica.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

RABELLO,Renato Rocha ASSAD,Renato Samy KRIEGER,José Eduardo CARMONA,Renata ABDUCH,Maria Cristina OLIVEIRA,Sérgio Almeida de

Síndrome da resposta inflamatória sistêmica na circulação extracorpórea: papel das interleucinas

A síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SIRS) na cirurgia cardíaca ocorre, com maior freqüência, com o uso da CEC. Isto se deve ao contato do sangue com superfícies não endoteliais e, mais tarde, à reperfusão. Esse contato leva à liberação de componentes moleculares, dos quais as anafilotoxinas ativadas pelo fator de complemento, que estimulam a liberação de citocinas pró-inflamatórias, tais como a IL-1, IL-6, FNT-a. Estas interleucinas são responsáveis por indução de febre, neutrofilia, com aumento da adesividade entre neutrófilos e miócitos e/ou endotélio, e agem de forma sinergética estimulando a produção de outras interleucinas pelos monócitos e leucócitos (IL-6, IL-8). Observa-se que a isquemia intestinal, decorrente do uso da CEC, ocasiona a produção de IL-6, FNT-a, IL-1 no epitélio intestinal, e a reperfusão pós-CEC provoca a expressão de IL-1 e FNT-a no endotélio microvascular e pode gerar uma disfunção que danifica os cardiomiócitos. Seguindo a cascata de reações pós- CEC, a síndrome do distress respiratório do adulto é mediada pela IL-8, encontrada a nível alveolar. Cérebro e fígado também podem ser afetados pelos fenômenos causados pela isquemia/reperfusão e se demonstra que as interlucinas, uma vez mais (IL-8 e IL-13, respectivamente), têm um papel importante na série de eventos que ocorre. As técnicas de CEC bem como a anestesia podem influenciar a atividade das interleucinas. Não há um consenso sobre terapias preventivas ou de tratamento das complicações advindas da SIRS. Intervenção a nível dos mediadores da inflamação, procedimento de descontaminação digestiva, uso de drogas como a indometacina ou esteróides são opções possíveis. A regulação do processo inflamatório, de um modo geral, depende do equilíbrio entre citocinas pró- e anti-inflamatórias. Estas últimas são detectáveis no indivíduo normal, enquanto que as pró-inflamatórias apenas se manifestam localmente ou são quase inexistentes. Conclui-se que, o aumento da concentração das interleucinas pró-inflamatórias no organismo é um fato esperado, em grandes cirurgias, e que trará complicações se este aumento for exacerbado e se o organismo estiver muito debilitado.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

MOURA,Helmiton Vieira de POMERANTZEFF,Pablo M. A. GOMES,Walter José

Uma proposta para nomenclatura dos defeitos congênitos do sistema cardiovascular

Os autores propõem um sistema de nomenclatura para cardiopatias congênitas baseado no princípio da análise segmentar seqüencial. Apresentam a lista curta de diagnósticos e discutem a importância da uniformização dos nomes para facilitar a troca de informações entre instituições.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

AIELLO,Vera D. CANÊO,Luiz Fernando JATENE,Marcelo B. RISO,Arlindo A. ATIK,Edmar AFIUNE,Jorge Y. LEAL,Samira M. B. LOPES,Antônio Augusto B. OLIVEIRA,Sérgio Almeida de RAMIRES,José A. F. BARBERO-MARCIAL,Miguel

Tratamento cirúrgico da rotura de parede livre do ventrículo esquerdo após infarto agudo do miocárdio

CASUÍSTICA E METODOS: Entre janeiro de 1983 e maio de 1999, 12.405 pacientes com diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM) foram atendidos no InCor. Destes, 127 (1,02%) apresentaram rotura de parede livre do ventrículo esquerdo como complicação do IAM. A rotura miocárdica aguda ocorreu em 98 (77,1%) pacientes e a subaguda em 29 (22,9%). RESULTADOS: Foram operados 5 pacientes na forma aguda, com 80% de mortalidade e 19 na forma subaguda, com 15,8% de mortalidade. A sobrevida pós-operatória abrangendo os dois grupos foi de 70,8%. CONCLUSÃO: Concluímos que a rotura de parede livre do ventrículo esquerdo é uma grave complicação do IAM, necessitando de atuação imediata. Nas formas agudas, observa-se rápida deterioração hemodinâmica do paciente, muitas vezes sem tempo hábil para tentativa de correção cirúrgica. As formas subagudas podem ser detectadas e monitorizadas através de exames ecocardiográficos seriados após o IAM. Nestes casos a intervenção cirúrgica precoce, muitas vezes sem a necessidade de instalação de circulação extracorpórea, tem contribuído para a sobrevida da maioria dos pacientes.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

ABREU FILHO,Carlos A. C. DALLAN,Luís Alberto O. LISBOA,Luiz Augusto F. PLATANIA,Fernando IGLÉZIAS,José Carlos. R. CABRAL,Richard H. BORDALLO,Rogério DALLAN,Luís Augusto P. OLIVEIRA,Sérgio Almeida de

Eficiência da correção endoventricular com patch em pacientes com grande área acinética pós-infarto do miocárdio e severa disfunção ventricular

OBJETIVO: Verificar a eficiência da técnica de plastia endoventricular com patch circular nos casos com grande área acinética causada por infarto agudo do miocárdio prévio no ventrículo esquerdo e com severa depressão da função ventricular. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Este estudo evoluiu resultados hemodinâmicos da plastia endoventricular com patch circular em pacientes com grande área acinética (9 casos) e grande área discinética (11 casos) e ambos apresentando severa depressão ventricular (fração de ejeção < 35%). A distinção destes dois grupos foi feita através de ventriculografia radioisotópica. Os grupos foram comparados por ecocardiografia e estudo hemodinâmico através de cateter de Swan-Ganz no pré e pós-operatório. RESULTADOS: Os resultados mostraram uma imediata melhora na classe funcional, melhora estatisticamente significativa (teste T de Student) na fração de ejeção (de 25 ± 0,8% para 39 ± 1,6% nos acinéticos e de 27 ± 0,7% para 41 ± 1,6% nos discinéticos), diminuição do capilar pulmonar (20 ± 1,2 mmHg para 12 ± 1,2 mmHg nos acinéticos e de 17 ± 0,5 mmHg para 11 ± 0,9 mmHg nos discinéticos), diminuição dos índices volumes sistólico (de 176 ± 9,2 ml para 77 ± 6,2 ml no acinéticos e de 160 ± 10 ml para 66 ± 2ml nos discinéticos) e diastólico (de 226 ± 11 ml para 115 ± 8 ml no acinéticos e de 209 ± 11 ml para 96 ± 5,0 ml nos discinéticos) final do ventrículo esquerdo. A pressão arterial pulmonar também diminuiu, embora não significativa. A mortalidade global foi de 10%, sendo 2 óbitos no grupo acinesia (22,2%) e nenhum no outro grupo. CONCLUSÃO: Os resultados imediatos obtidos são comparáveis aos descritos na literatura. Acreditamos que a técnica de reconstrução endoventricular com patch circular seja efetiva e possa ser usada como opção cirúrgica para casos de extensa disfunção cardíaca e grande área acinética.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

RIBEIRO,Gustavo Calado de Aguiar COSTA,Cledicyon Eloy LOPES,Maurício Marson ALBUQUERQUE,Ana Paula Nunes de SILVA,José Pedro da

Seleção da artéria radial para utilização como enxerto aortocoronário: correlação cirúrgica x avaliação pré-operatória com ecocolor Doppler e fotopletismografia digital

OBJETIVO: Com o crescente uso da artéria radial como enxerto aortocoronário, torna-se necessário reavaliar os critérios utilizados para a seleção desse vaso no pré-operatório da cirurgia de revascularização miocárdica. O objetivo deste estudo foi correlacionar a avaliação da viabilidade do vaso pelo cirurgião cardíaco no per-operatório com o estudo de seleção da artéria radial pelos métodos não invasivos, como o ecocolor Doppler e a fotopletismografia digital. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Foram estudadas, entre julho de 1998 e maio de 2000, 78 artérias radiais e 78 artérias ulnares de 39 pacientes selecionados para cirurgia de revascularização miocárdica. O estudo foi realizado bilateralmente, utilizando aparelhos de ultra-sonografia ATL-HDI 5000 e Acuson-Sequóia 512, e o aparelho de fotopletismografia Parks Vascular Mini-Lab Model 1052-C. A artéria radial foi considerada passível de ser utilizada como enxerto aortocoronário, quando preenchia os seguintes critérios: ausência de ateromatose ou oclusão da artéria radial e ulnar ipsilateral, diâmetro interno da artéria radial maior ou igual a 2,5mm, avaliados pelo ecocolor Doppler, e presença de onda de pulso em dois ou mais dígitos durante a compressão radial, avaliada pela fotopletismografia. RESULTADOS: Dentre as 78 artérias radiais estudadas, 64 (82%) foram consideradas apropriadas para utilização como enxerto aortocoronário e 12 (18,7%) não apropriadas. Dos 39 pacientes selecionados, 24 (61,5%) foram submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica com utilização da artéria radial e a correlação entre a viabilidade da artéria radial avaliada pelo cirurgião durante o per-operatório com a avaliação pré-operatória pelo ecocolor Doppler e pela fotopletismografia para seleção da artéria radial foi de 100%. A contra-indicação da retirada de 12 (18,7%) artérias radiais levou à alteração do planejamento cirúrgico de dois pacientes, devido ao comprometimento bilateral. Em 3 pacientes que, por diferentes motivos, não foram submetidos ao estudo pelo Ecocolor Doppler e pela fotopletismografia, a avaliação clínica da perviedade da artéria radial utilizando a manobra de Allen não foi suficiente para afastar a presença de calcificação da parede arterial encontrada no ato operatório, impossibilitando o uso dessa artéria como enxerto. CONCLUSÃO: Os autores concluem que a seleção da artéria radial para utilização como ponte aortocoronária, avaliada por testes não invasivos, como o ECD e a fotopletismografia, é eficaz, pois a associação desses métodos apresenta excelente correlação com os achados per-operatórios e permite a nós, cirurgiões cardiovasculares, além da segurança, um melhor planejamento cirúrgico para cada paciente.

Ano

2022-12-06T14:00:36Z

Creators

LIMA,Melchior Luis REIS,Fábio José dos TEIXEIRA,Francisco Otávio Gaburro BARROS,Fanilda Souto