Repositório RCAAP
Dos sinais às imagens poéticas: leitura de poesia e crítica do imaginário
Este trabalho privilegia uma concepção de arte poética que capta os elementos naturais como sinais de extratos mais profundos. Ao revestir as imagens de uma carga simbólica, o poeta promove, segundo G. Bachelard, uma experiência nova com a linguagem e faz renascer um novo psiquismo, além de sobrepor mundos diversos e cruzar experiências passadas e futuras. A provocação ao desenvolvimento desse tema vem dos poemas “Poetas e insetos”, “Falcões” e “As formas prisioneiras”, de Dora Ferreira da Silva (1918-2006). Nessa poeta, a conversão de sinais em símbolos operada pelo texto poético encontra ressonância nas teorias de Jung e Durand, que compreendem o símbolo – resultado da cultura e das pressões subjetivas – como responsável pelo dinamismo do objeto artístico, cujo sentido é incessante. O encaminhamento desse estudo se faz por meio de análises dos poemas, conceitos sobre imagem e símbolo e de um percurso sobre a história do imaginário no ocidente.********************************************************************From the signals to the poetic images: poetry reading and criticism of the imaginaryAbstract: This work focuses on a conception of poetic art which captures the natural elements as deeper signals of extract. By covering the images with a symbolic load, the poet promotes, according to Bachelard, a new experience with language and revives a new psychism, besides overlapping diverse worlds and crossing past and future experiences. The provocation to the development of this theme comes from the poems “Poetas e insetos”, “Falcões” and “As formas prisioneiras”, by Dora Ferreira da Silva (1918-2006). In this poet, the conversion from signals into symbols operated by the poetic text finds resonance in the theories of Jung and Durand, who comprehend the symbol – the result from culture and subjective pressures – as responsible for the dynamism of the artistic object, whose meaning is incessant. The development of this study is made through the analyses of the poems, concepts of images and symbol and an overview of the history of the imaginary in the West. Keywords: Image; symbol; Dora Ferreira da Silva; Bachelard; Jung
2022-12-06T14:20:45Z
Freitas e Souza, Enivalda Nunes de Campos, Fernanda Cristina
PPGL em Diálogo – 45 anos: tradição e renovação
PPGL in Dialogue – 45 years: tradition and renovation.
2022-12-06T14:20:45Z
di Fanti, Maria da Glória Corrêa Lisboa de Mello, Ana Maria Hübner, Lilian Cristine
PPG em Letras: uma trajetória inovadora na PUCRS
O artigo trata da trajetória histórica do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensuem Letras, da Faculdade de Letras da PUCRS, desde a sua criação em 1969 até os dias atuais, contemplando alguns aspectos acadêmico-administrativos e ações, realizados em prol da sua consolidação e da excelência no ensino, na pesquisa e na extensão, que o tornaram referência nacional e internacional na área. *******************************************************************************************************************PPG in Letters: an innovative trajectory in PUCRSAbstract: The article deals with the historical trajectory of the Post-Graduate Programme in Letters, within the Letters Faculty of PUCRS, since its opening in 1969 to current days. The article contemplates some academic-administrative aspects and actions, carried out for the sake of the consolidation and excellence in teaching research, and extension that has become a national and international reference in its area.Keywords: Trajectory; Post-graduation; Letters; Consolidation and excellence
2022-12-06T14:20:45Z
Audy, Jorge Luis Nicolas Bellarmino, Clarissa Lopes
Il dialogo con l’altro, “il mio eroe”, in Michail Bachtin
La comprensione e descrizione di ciascuno nella propria unicità, singolarità, nonsarebbe possibile se effettuata dal medesimo soggetto intorno a cui essa si organizza, come tale incapace di averne una visione complessiva. Né può avvenire da un punto di vista conoscitivo, non emotivamente e valutativamente partecipativo, da un punto di vista oggettivo, indifferente. Ma neppure può basarsi sulla immedesimazione, che ridurrebbe a una sola visione il rapportodi due posizioni reciprocamente esterne e non intercambiabili. Per Bachtin l’interpertazionecomprensione dell’architettonica presuppone che essa si realizzi a partire da una posizione esterna, extralocalizzata, exotopica, altra, differente e al tempo stesso non indifferente, ma a sua volta partecipativa. Si danno così due centri di valore quello dell’io e quello dell’altro, che sono “i due centri di valore della vita stessa”, Ebbene, Bachtin, in “Per una filosofia dell’atto responsabile”, individua una visione del genere specificamente nell’arte verbale, nella letteratura, che è anch’essa una visione architettonica organizzata intorno a quel centro di valore – l’eroe – che è il singolo essere umano nella sua unicità, insostituibilità, precarietà, mortalità. Il rapporto dell’autore col suo eroe è un interesse disinteressato. Allora in che cosa consiste il rapporto tra arte e vita? Che cosa di ciò che è vissuto dell’arte, dell’arte verbale, non deveessere dimenticato, non deve restare inattivo nella vita? La risposta è evidente, anche se non è facile accettarla: l’assunzione dell’altro come eroe, la necessità anche nella vita di un rapporto con l’altro, come quello tra autore ed eroe e quindi tra lettore ed eroe: l’altro come “mio eroe”, come lo può essere, grazie a Dostoevskij, anche il Raskol’nikov di “Delitto e Castigo” o lo Stavrogin dei “Demoni”.*******************************************************************************************************************O diálogo com o outro, “o meu herói”, em Mikhail BakhtinResumo: A compreensão e descrição de cada um, na própria unicidade, singularidade, não seria possível se efetuada pelo mesmo sujeito em torno do qual ela se organiza, como tal incapaz de ter uma visão do todo. Nem pode advir de um ponto de vista cognoscitivo, não emotivo e valorativamente participativo, sob uma ótica objetiva, indiferente. Nem mesmo pode basear-sena empatia, que reduziria a uma única visão a relação de duas posições reciprocamente externas e não intercambiantes. Para Bakhtin, a interpretação-compreensão da arquitetônica pressupõe que ela se realize a partir de uma posição externa, extralocalizada, exotópica, outra, diferente e, ao mesmo tempo, não indiferente, mas, por sua vez, participativa. Acontecem, assim, doiscentros de valor – aquele do eu e aquele do outro – que são “os dois centros de valor da própria vida”. Pois bem, Bakhtin, em “Para uma filosofia do ato responsável”, identifica uma visão do gênero especificamente na arte verbal, na literatura, que é também uma visão arquitetônica, organizada em torno daquele centro de valor – o herói – que é o ser humano singular na sua unicidade, insubstituibilidade, precariedade, mortalidade. A relação do autor com o seu herói é de um interesse desinteressado. Desse modo, em que consiste a relação entre a arte e a vida? O que daquilo que é visto da arte, da arte verbal, não deve ser esquecido, não deve ficar inativo na vida? A resposta é evidente, mesmo não sendo fácil de ser aceita: a assunção do outro como herói, e também a necessidade na vida de uma relação com o outro, como aquela entre o autor e herói e, consequentemente, entre leitor e herói: o outro como “meu herói”, como o pode ser, graças a Dostoiévski, também o Raskólnikov de “Crime e Castigo” ou o Stavrogin de “Os demônios”.Palavras-chave: Singularidade; Unicidade; Herói; Compreensão participativa; Arte verbal; Amor
2022-12-06T14:20:45Z
Ponzio, Augusto
Réflexions sur les dialogues culturels en fonction de perspectives culturelles et a-culturelles de la modernité
Toute société comme tout individu est la résultante de rencontres et d’inter-influences. Pas de pureté originelle. L’universalisme rationaliste lié à la colonisation est donc critiqué. On analyse à sa place des dialogues culturels fondés sur une conception culturelle de la modernité. Elle se pense comme capacité de toute société à inventer des dynamiques de changement à partir de dissidences internes liées au fait que toute société est clivée entre des discours en compétition. Ces changements sont souvent précipités par la rencontre d’autres discours venus de l’extérieur. Ils métissent les discours en place sans pour autant les éliminer. Tout dialogue culturel est donc fondé sur le fait que la vie est un jeu à somme non-nulle dans lequel tous pourraient gagner, notamment dans la multiplicité des enjeux proposés par la société des savoirs puisque le savoir est une somme non-finie de richesses.*******************************************************************************************************************Reflexões sobre os diálogos culturais em função de perspectivas culturais e aculturais da modernidade Resumo: Toda sociedade, bem com todo indivíduo, é o resultado de encontros de influências mútuas. Não há pureza original. O universalismo racionalista ligado à colonização é, portanto, criticado. Analisam-se, em seu lugar, diálogos culturais fundamentados numa concepção cultural da modernidade. Ela é pensada como capacidade de toda sociedade de inventar dinâmicas demudança a partir de dissidências internas ligadas ao fato de que toda sociedade é dividida em discursos que competem entre si. Essas mudanças são frequentemente aceleradas pelo encontro de outros discursos vindos do exterior. Elas mesclam os discursos do momento sem, com isso, eliminá-los. Todo diálogo cultural é, portanto, fundamentado no fato de que a vida é um jogode soma não anulada no qual todos poderiam ganhar, principalmente na multiplicidade do que está em jogo proposto pela sociedade dos saberes, já que o saber é uma soma não acabada de riquezas.Palavras-chave: Diálogos culturais; Jogo de soma não anulada; Sociedade dos saberes; Modernidade
2022-12-06T14:20:45Z
Imbert, Patrick
Compartilhar as Américas: ressignificando a americanidade numa perspectiva relacional
O artigo apresenta uma reflexão que tem origem na representação das Américas através de suas primeiras iconografias (Marten de Vos, Jan van der Straet, Philippe Galle) a partir das quais se instaurou o princípio da hierarquização das culturas em detrimento da cultura americana. Durante os quinhentos anos desde os “descobrimentos”, as Américas iniciam o processo dedesconstrução do sentimento de suposta dependência cultural europeia o qual constitui o dilema identitário das Américas. A estratégia mais bem sucedida revela-se pela busca de uma memória longa não mais na Europa, mas nas culturas autóctones. A tomada de consciência desse re-centramento aponta para práticas transculturais iniciadas ainda nos primeiros séculos depois da conquista quando os Guarani reproduzem os modelos do barroco europeu, introduzindoalterações relativas a sua identidade étnica. Com o modernismo brasileiro, ao lançar o Manifesto Antropófago, Oswald de Andrade está apontando para a necessidade de buscar nossa ancestralidade cultural entre os Tupinambá. Édouard Glissant, ao assinalar a supremacia do pensamento “de arquipélago” (autóctone) sobre o pensamento de sistema (racionalidade europeia)e ao preconizar a creoulização das culturas, está caminhando no mesmo sentido da busca de nossa memória de longa duração no coração da própria América. A noção de Americanidade, longe de propor a existência de uma grande narrativa homogênea, busca analisar os deslocamentos e a ressemantização de mitos através das três Américas e o trabalho de reapropriação que caracteriza as culturas americanas para além das estreitas noções de nacionalidade. Pensarhoje a Americanidade como construto heterogêneo implica deixar de lado o binarismo do tipo civilização/barbárie; centro/periferia, em favor da inclusão do Diverso e do terceiro excluído. Na esteira de trabalhos recentes de Patrick Imbert, aposta-se na implosão do pensamento polarizado, nas trocas transnacionais e na disposição para o relacional e para os encontrostransculturais que favorecerão a constituição de redes de compartilhamento entre as Américas.*******************************************************************************************************************Sharing the Americas: giving new meaning to Americanism in a relational perspectiveAbstract: This presentation is a reflexion originating in the representation of the Americas in its first iconographies (Marten de Vos, Jan van der Straet, Philippe Galle) from which a cultural hierarchical principle installed itself in detriment of the American culture. For the last five hundred years the Americas start the process of deconstructing this feeling of supposed cultural dependence. The most successful strategy has been revealing itself in the search for a long memory, not in Europe any longer, but in the native cultures. This conscious awakening to recenter points to transcultural practices initiated in the first centuries after the conquest when the Guarani deconstruct the models from the European baroque, proposed by the Jesuits. Brazilian modernism, as launched in Oswald de Andrade's Anthropophagic Manifest (1929), is pointing at the necessity of finding our cultural ancestrality among the Tupinambá's anthropophagic practices. Édouard Glissant, as he acknowledged the “archipelago” supremacy of thinking (pensée archipélique or native) over the system thinking (pensée de système or European rationality) and proposed the creolization of cultures, is walking in the same direction of the search for our long duration memory in the heart of America itself. The notion of Americaness, far from proposing the existence of a large homogenous narrative in the Americas, tries to analyze cultural mobilities, resemantization of myths throughout the three Americas and the process of reappropriation characteristic of American cultures beyond narrow notions of nationality. Today,to think Americaness as a heterogeneous construct, implies leaving aside binaries as civilization/ barbarism; center/periphery, in favor of including transversal relations. In the path of recent works, as Patrick Imbert's, we bet on the implosion of polarized thinking, on the transnational exchanges and in the natural disposition to the relational that will lead toward the formation of networks to share experiences in the Americas.Keywords: Share; Americaness; Reapropriation; Transversal relations; Relational perspectives
L’activité peut-elle être objet d’ “analyse”?
Dans le cadre d’une confrontation entre divers chercheurs de sciences humainessur le concept d’activité, ce texte trace d’abord une brève histoire de ce concept tel que la démarche ergologique l’a progressivement construit, à partir de son histoire philosophique et des rencontres que ses protagonistes ont pu faire depuis plus de trente ans. Avec le concept d’activité comme dramatique d’usage d’un corps-soi, une vision anthropologique s’est peu à peu imposée: l’activité comme renégociation permanente des normes générées et/ou instituéesdans l’histoire apparaît comme la forme spécifiquement humaine du vivre, le travail étant en son sein un lieu particulièrement dense de débats avec ces normes dont le corps-soi est le creuset. Le texte propose alors d’approfondir les implications de ce concept de débat de normes, comme fabricateur d’histoire, comme reproblématisant le champ de l’épistémologie, comme convoquant un univers axiologique au creux de tout agir individuel et collectif. A l’approcher ainsi, ce concept déplace le problème des rapports micro/macro, déterminationssociales/ créativités singulières, des divers empans temporels où nous avons à traiter ces débats, des niveaux innombrables où ils se jouent au sein de notre corps-soi. Ce texte en conclut que si le concept d’activité est ainsi approché, l’idée qu’on puisse en avoir des “méthodes d’analyse” paraît peu acceptable. Par contre, avec l’aide de toute méthode désimplifiant le travail, l’effort d’analyse du travail comme activité nous paraît à développer, pour donner visibilité et avenir aux réserves d’alternative que tout agir humain produit sans relâche. *******************************************************************************************************************A atividade pode ser objeto de “análise”? Resumo: Dentro do quadro de uma confrontação entre diversos pesquisadores de ciências humanas sobre o conceito de atividade, este texto traça, primeiramente, uma breve história desse conceito tal qual a abordagem ergológica tem progressivamente construído, a partir da história filosófica desse conceito e dos encontros que os protagonistas dessa abordagem puderam fazerhá mais de trinta anos. Com o conceito de atividade como dramática de uso de um corpo-si, uma visão antropológica é gradualmente imposta: a atividade como renegociação permanente das normas geradas e/ou instituídas na história aparece como a forma especificamente humana do viver, o trabalho sendo dentro dessa forma um lugar particularmente denso de debates comessas normas em que o corpo-si é a base. O texto propõe então aprofundar as implicações do conceito de debate de normas, como fabricador de história, como reproblematizando o campo da epistemologia, como convocando um universo axiológico no coração de todo agir individual e coletivo. Sendo abordado assim, esse conceito desloca o problema das relações micro/macro,determinações sociais / criatividades singulares, diversos limites temporais em que temos de tratar esses debates, níveis inumeráveis onde eles se representam no seio do nosso corpo-si. Este texto conclui disso que, se o conceito de atividade é assim abordado, a ideia que se pode ter dos “métodos de análise” parecem pouco aceitáveis. Por outro lado, com a ajuda de todométodo que revela a complexidade do trabalho, o esforço de análise do trabalho como atividade nos parece a ser desenvolvido, para dar visibilidade e futuro às reservas de alternativa que todo agir humano produz sem pausa.Palavras-chave: Abordagem ergológica; Corpo-si; Antropologia; Debate de norma; Análise do trabalho como atividade
2022-12-06T14:20:45Z
Schwartz, Yves
Ideologia
A maioria dos estudos clássicos sobre ideologia ocorre no contexto da filosofiaou das ciências sociais, tratando a ideologia como algo negativo – como “falsa consciência”. Neste trabalho, a ideologia é definida em termos mais gerais, como uma forma básica de cognição social compartilhada pelos membros de um grupo, representando identidade de grupo, ações grupais e seus objetivos, normas e valores grupais, relações com outros grupos, e a presença ou ausência de recursos grupais. Tais ideologias representam interesses do grupo e sãodesenvolvidas por grupos a fim de organizar e controlar seu discurso e outras práticas sociais, que podem consistir em dominar ou resistir a outros grupos. Ideologias gerais como as do (anti)racismo, sexismo, feminismo, socialismo, neoliberalismo, pacifismo etc. podem controlar atitudes socialmente compartilhadas mais específicas em relação a temas sociais importantescomo imigração, aborto, a pena de morte, casamento entre gays, ou a crise econômica. Tais atitudes baseadas em ideologias podem, por seu turno, controlar os modelos mentais subjetivos dos indivíduos pertencentes ao grupo, isto é, as representações de experiências pessoais. Esses modelos mentais, por fim, controlam o discurso e outras práticas sociais dos membros do grupo.Tal como acontece com as ideologias subjacentes, as ideologias e os modelos mentais, esse discurso ideológico é tipicamente polarizado entre Nós, o endogrupo, e Eles, o exogrupo. Dessa forma, ele tende a enfatizar as boas coisas do Nosso próprio grupo e as más dos Outros, e a negar ou mitigar os Nossos maus aspectos e os bons aspectos Deles. Isso acontece em todos os níveis multimodais do discurso, tais como tópicos gerais, o léxico, sintaxe, atos de fala, estratégias de boa educação, bem como várias estratégias de semântica, descrições tipicamente negativas e positivas de ações e atores do endogrupo e do exogrupo.*******************************************************************************************************************IdeologyAbstract: Most classical studies of ideology take place in philosophy and the social sciences, and treat ideology as negative – as ‘false consciousness’. In this paper ideology is defined in more general terms, as a basic form of social cognition shared by the members of a group, representing group identity, group actions and their goals, group norms and values, relations to other groups, and presence or absence of group resources. Such ideologies represent groupinterests and are developed by groups to organize and control their discourse and other social practices, which may be to dominate or to resist other groups. General ideologies such as those of (anti)racism, sexism, feminism, socialism, neoliberalism, pacifism, etc. may control more specific socially shared attitudes about important social issues such as immigration, abortion, the death penalty, gay marriage or the economic crisis. Such ideologically based attitudes in turnmay control the subjective mental models of individual group members, that is, representations of personal experiences. These mental models finally control the discourse and other social practices of group members. As is the case for underlying ideologies, ideologies and mental models, such ideological discourse is typically polarized between Us, the ingroup, and Them, the outgrpoup. It thus tends to emphasize the good things of Our own group and the bad thingsof the Others, and to deny or mitigate Our bad things and Their good things. This happens at all multimodal discourse levels, such as overall topics, the lexicon, syntax, speech acts, politeness strategies as well as many semantic strategies, typically negative and positive descriptions of ingroup and outgroup actions and actors.Keywords: Ideology; Social cognition; Attitudes; Mental models; Discourse
2022-12-06T14:20:45Z
van Dijk, Teun A.
O buraco negro da consciência ocidental
Desde o alvorecer do Haiti em 1804, o Ocidente nunca foi capaz de aceitar,compreender e conviver com os princípios que regem a independência traumática do berco dos Direitos Humanos fundamentais. Razões de natureza política, estratégica, econômica, religiosa e sobretudo cultural – em seu sentido antropológico – encontram-se no cerne dos desencontros do mundo com a única República que conseguiu libertar-se dos grilhões da escravidão e criar uma nação independente.*******************************************************************************************************************The black hole of Western consciousnessAbstract: From the dawn of Haiti in 1804, the West has never been able to accept, understand and get along with the principles that govern the traumatic independence of the cradle of the fundamental Human Rights. Reasons of political, strategic, economic, religious and especially cultural – in its anthropological sense – reasons are at the core of the conflicts between theworld and the only Republic that managed to get rid of the chains of slavery and create an independent nation.Keywords: Haiti; International community; Intervention; the United Nations; Failure; Incomprehension
2022-12-06T14:20:45Z
Seitenfus, Ricardo
Baudelaire e sua resistência irônica ao capitalismo
O texto faz uma leitura do poema em prosa de Baudelaire “La fausse monnaie”mostrando que se pode deduzir do poema as figuras paradigmáticas do homo aestheticus e do homo sacer. O primeiro incorpora muitos aspectos daquilo que foi sonhado para o novo homem desde o final do século XVIII por pensadores, como os membros do romantismo alemão Friedrich Schlegel e Novalis. Para eles, o artista estaria no topo da humanidade. A arte curaria as feridas abertas pelo progresso e pela alienação que caracteriza o indivíduo moderno. Por outro lado, o homo sacer é pensado, segundo Agamben, como um resto, uma descarga em forma de carne humana que é rejeitada pela sociedade como meio de se manter a estrutura de poder do soberano. Essa paisagem biopolítica não é estática e tem a sua própria dinâmica. Podemos dizer que um lado da moeda depende da existência do outro lado. O espetáculo da violência, pobreza e miséria é parte de nosso mundo estetizado e não o seu oposto. Nesse sentido, o poema é uma espécie de microcosmo de nosso mundo e de sua nova moneyscape.*******************************************************************************************************************Baudelaire and his ironic restriction towards capitalismAbstract: This text takes a reading of a prose-poem by Baudelaire “La fausse monnaie”, and shows that the paradigmatic figures of homo aestheticus and homo sacer can be deduced from the poem. The first figure incorporates multiple aspects of what was dreamt by thinkers -such as the members of the German Romanticism Friedrich Schlegel and Novalis – for the new mansince the end of the 18th century. For them, the artist would be at the top of humanity. The art would cure the open wounds by the progress and the alienation that characterise the modern individual. On the other hand, according to Agamben, homo sacer is seen like a leftover, a discharge in form of human flesh that is rejected by society as a means of maintaining the structure of the ruler's power. This bio-political landscape is not static and has its own dynamic.It can be said that one side of the coin depends on the existence of the other. The spectacle of violence, poverty and misery is part of our aestheticised world and not its opposite. This being said, the poem is a kind of microcosm of our world and its new moneyscape.Keywords: Homo aestheticus; Homo sacer; Political aesthetics; Art and money
2022-12-06T14:20:45Z
Seligmann-Silva, Márcio
Quem é o empreendedor brasileiro? Discursos em concorrência
O tema do empreendedorismo tem norteado políticas e ações nas esferasgovernamentais, entidades de classe e na academia, constituindo e consolidando discursos sobre, com e para os empreendedores, que reverberam na mídia segmentada certo “tom” característico da imagem discursiva de tais enunciadores. Colocando em diálogo duas perspectivas, a discursiva e a ergológica, pergunta-se: qual é o ethos do jovem empreendedor construído pelarevista PME Exame? O que dizem seus enunciadores? O que silenciam? E, por outro lado, o que diz um jovem empreendedor, quando levado a falar sobre sua atividade de trabalho? Os enunciados constituídos pela PME estão pautados pela didaticidade e prescrição, enquanto os do empreendedor trazem reflexões que deixam entrever o “debate de normas” e “debate de valores” que perpassam seu cotidiano. Ambos constroem identidades enunciativas que estão em relação de concorrência em sentido amplo, isto é, sua delimitação recíproca não passa por um confronto aberto. *******************************************************************************************************************Who is the Brazilian entrepreneur? Competing discoursesAbstract: The theme of entrepreneurship has guided policies and actions in governmental spheres, professional associations and in Academia, constituting and consolidating discourses about, with and to entrepreneurs, which everberate, in the segmented media, a certain “tone” that is characteristic of the discursive image of such enunciators. Contrasting two perspectives, the discursive and the ergological, we ask: what is the ethos of the young entrepreneur constructed by the Brazilian magazine PME Exame? What do its enunciators say? What don’t they say? And, on the other hand, what does a young entrepreneur say when he is asked about his work activity? The enunciations constituted by PME are marked by didacticism and prescription, while those of the entrepreneur bring reflections that hint at the “debate of norms” and “debate of values” that pervade his daily routine. Both construct enunciative identities that are in acompetition relation in the broad sense, that is, their reciprocal delimitation does not undergo an open confrontation.Keywords: Discursive perspective; Ergological approach; Entrepreneurship; Enunciative identities;Debate of norms/debate of values
2022-12-06T14:20:45Z
Souza-e-Silva, Maria Cecília de Stella, Vivian Cristina Rio
O falante como etnógrafo da própria língua: uma antropologia da enunciação
Este texto, de uma perspectiva enunciativa que visa abordar a propriedademetalinguística da língua, apresenta e desenvolve a ideia segundo a qual o falante, ao falar da materialidade significante da língua, produz um comentário que atribui, no discurso, sentido a essa materialidade. O texto formula, também, uma reflexão acerca da voz, o que a promove à condição de materialidade significante por excelência. Finalmente, é apresentada, em seus aspectos gerais, a ideia de uma antropologia da enunciação, centrada na figura do falante.*******************************************************************************************************************The speaker as ethnographer of their own language: an anthropology of enunciation Abstract: Based on an enunciative perspective that aims at addressing the metalinguistic property of language [langue], this text presents and develops the notion that the speaker, when speaking of the signifier materiality of language, makes a comment that assigns sense to this materiality within the discourse. The text also reflects on the voice, promoting it to the conditionof signifier materiality par excellence. Finally, the idea of an anthropology of enunciation, centered on the figure of the speaker, is presented in its general aspects.Keywords: Signifier materiality; Anthropology of enunciation; Speaker; Voice; Outline of sense
2022-12-06T14:20:45Z
Flores, Valdir do Nascimento
Como as restrições sociais e estruturais compõem a identidade do falante
A sociolinguística variacionista tem contribuído, desde os primeiros estudosrealizados no Brasil, para que, a partir de estudos descritivos, possamos delinear os perfis dos falantes em suas diferentes comunidades. Os avanços nesse ramo da Linguística, com foco que correlaciona aspectos sociais, estruturais e estilísticos, dizem muito a respeito da persona individual e de como a comunidade se define em termos do seu falar. Nosso objetivo neste texto é apresentar, em linhas gerais, como as restrições sociais e estruturais, correlacionadas ao uso de algumas variáveis, podem contribuir para a construção da identidade do falante, observando o encaixamento dessas variantes na comunidade, assim como refletir a respeito de questões comopercepção, estilo, atitude e sua relação e com essa identidade. Os estudos utilizados resultam de pesquisas realizadas com o corpus do Projeto Variação Linguística no Estado da Paraíba – VALPB (HORA, 1993), todos eles voltados para aspectos fonético-fonológicos. *******************************************************************************************************************How social and structural constraints compose the speaker’s identityAbstract: The variationist sociolinguistics has contributed, since the first studies in Brazil, to delineate, from descriptive studies, the speakers’ profiles in their different speech communities. Advances in this branch of linguistics, focusing in the correlation of social, structural and stylistic aspects show very much about the individual persona and about how the community defines itself in terms of the way it speaks. The goal of this text is to present, as an outline, how the social and structural constraints, correlated to the use of some variables, can contribute to the construction of the speaker identity, taking into consideration the embedding of these variants in the community, as well as reflect about perception, style, attitude and their relationship with this identity. These studies result of research developed with the corpus of Projeto de Variação Linguística da Paraíba – VALPB (HORA, 1993), all of them directed to phonetic-phonological aspects.Keywords: Language variation; Attitude; Style; Perception
2022-12-06T14:20:45Z
Hora, Dermeval da Henrique, Pedro Felipe Lima
A escrita criativa e a universidade
Este artigo discute a possibilidade de ensino e aprendizagem das técnicas literárias.Apresenta também uma breve exposição diacrônica das diferentes experiências em escrita criativa, desde os primórdios lendários até nossos dias. É mostrado como, na atualidade, a escrita criativa é um fenômeno acadêmico amplamente difundido, chegando recentemente na universidade brasileira.*******************************************************************************************************************Creative writing and the UniversityAbstract: This paper discusses the possibility of teaching and learning literary techniques. It also presents a brief diachronic exhibition of different experiences in creative writing from the legendary beginnings to the present day. It is shown how, at present, creative writing is a widespread academic phenomenon, recently arriving in the Brazilian university.Keywords: Creative writing; Teaching of literature; Literary techniques
2022-12-06T14:20:45Z
Brasil, Luiz Antonio de Assis
Imagens da crise: tendências ficcionais de Rui Zink
O escritor Rui Zink, em uma “Nota do autor” inserida ao final do romance O Destino Turístico, explica que pretende criar uma “tetralogia sobre a crise”, composta por três romances e um livro de contos – O Destino Turístico (2008), A Instalação do Medo (2012), A Metamorfose e Outras Formosas Morfoses (2014) e Osso (2015). Efetivamente, a crise é o cerne dessas narrativas e une-se à temática da violência, do terrorismo e do medo, dando eco a problemas da Europa contemporânea. A ficção, portanto, mimetiza facetas do mundo empírico, e Rui Zink, por meio de enredos alegóricos e irônicos, desenha a condição humana contemporânea – desesperada, assustada e cruel. Aceitando a proposta do autor como chave de leitura (e não como aspecto limitador da análise), este artigo dedica-se ao estudo de tais obras (especificamente os romances) para mapear o signo da crise, utilizando algumas proposições de Zygmunt Bauman (2008, 2014).********************************************************************Images of the crisis: Rui Zink’s fictional patternsAbstract: The writer Rui Zink, in an inserted “Author’s Note” at the end of the novel O Destino Turístico (The Tourist Destination), explains that he aims to create a “tetralogy about the crisis”, composed of three novels and a book of short stories – O Destino Turístico (2008), A Instalação do Medo (2012, The Installation of Fear), A Metamorfose e Outras Formosas Morfoses (2014, The Metamorphosis and Other Beautiful Morphosis), and Osso (2015, Bone). In fact, the crisis is at the core of theses narratives and joins the violence, the terrorism, and the fear, reflecting contemporary European problems. The fiction, thus, mimics facets of the empirical world; and Rui Zink, by means of allegoric and ironic plots, draws the contemporary human condition – desperate, frightened, and cruel. This article accepts the author’s proposal as a reading key (and not as an aspect limiting the analysis) and is dedicated to the study of such literary works (specifically the novels) in order to map the sign of the crisis, taking into consideration some propositions of Zygmunt Bauman (2008, 2014).Keywords: Portuguese novel; Crisis; Contemporaneity.
2022-12-06T14:20:45Z
Becker, Caroline Valada
Performances da escrita na narrativa contemporânea: a voz do outro em “Totonha”, de Marcelino Freire
O artigo propõe a reflexão sobre o papel da escrita na representação do outro excluído do universo letrado, tomando por base o conto “Totonha”, de Marcelino Freire, integrante da coletânea Contos negreiros (2005). O tema é abordado à luz de problematizações acerca da escrita do outro evidenciadas pela etnografia (GEERTZ, 1989; Clifford, 1998), e na perspectiva política das divisões sociais geradas pelo exercício da escrita (RANCIÈRE, 2004, 2005). Ao final, pretende-se elucidar a hipótese de que a escrita de Marcelino Freire encena o paradoxo de dizer o outro no seio de uma escrita performática (RAVETTI, 2003), que se apresenta como resistência ao sistema dominante de significação do outro.********************************************************************Performances of writing in contemporary narrative:The other´s voice in "Totonha", by Marcelino de FreireAbstract: The article proposes a reflection on the role of writing in the representation of the other excluded from the literary universe, based on the short story “Totonha”, by Marcelino Freire, which integrates the collection Contos negreiros (2005). The question is analyzed in the light of problematizations about writing of the other evidenced by ethnography (Geertz, 1989; Clifford, 1998), and from the perspective of a political criticism of social divisions generatedby exercise of writing (Rancière, 2004, 2005). At the end, we intend to elucidate the hypothesis that writing Marcelino Freire enacts the paradox to say the other within a performative writing (Ravetti, 2003), which presents itself as resistance to the dominant system of signification of the other.Keywords: Reading; writing; Domination; Otherness; Marcelino Freire
2022-12-06T14:20:45Z
Oliveira, Rejane Pivetta de
Polifonía, evidencialidad y descalificación del discurso ajeno. Acerca del significado evidencial de la negación metadiscursiva y de los marcadores de descalificación
A la luz del enfoque no referencialista de la significación y no unicista del sujeto propuesto por la teoría polifónica de la enunciación, en este trabajo, argumento acerca del carácter evidencial citativo tanto de la negación metadiscursiva como de ciertos marcadores de discurso que pueden aparecer en su remplazo. Se sostiene que las instrucciones de significación asociadas a ambas formas de descalificación exigen interpretar la enunciación que las contiene como desencadenada por un discurso al que se evoca con el fin de descalificarlo, cuestionarlo o rechazarlo y cuyo origen, siempre mostrado y no dicho ni explícitamente atribuido, debe hallarse en una enunciación ajena anterior. ************************************************************************************************************************************************************************************************************ Polyphony, evidentiality and rejection in discourse. On the evidential meaning of metadiscursive negation and rejection discourse markers À luz dos princípios não referencialistas da significação e não unicistas do sujeito proposto pela teoria polifônica da enunciação, neste trabalho, eu argumento sobre o caráter evidencial de cita da negação metadiscursiva e de alguns marcadores de discurso que podem aparecer em seu lugar. Eu afirmo aqui que as instruções semânticas relacionadas com as duas formas de refutação forçam uma interpretação da enunciação como surgida de um discurso evocado para seu questionamento o rechaço e cuja origem, sempre mostrada e não dita nem atribuída, trovasse em uma enunciação previa de outros. Palavras-chave: negação metadiscursiva; marcadores de refutação; polifonia; evidencialidade; refutação. ************************************************************************************************************************************************************************************************************ Polifonia, evidencialidade e refutação. Significado evidencial da negação metadiscursiva e dos marcadores de refutação In light of non-referentialist semantic principles of enunciative polyphony, in this paper I will argue about the evidential quotative meaning contained both in metadiscursive negation as in the rejection discourse markers. It is shown that the semantic instructions associated to the meaning of these forms force to interpret the global enunciation as originated in a prior discourse which is evoked with the purpose to be disqualified o rejected. Keywords: metadiscursive negation; rejection discourse markers; polyphony; evidentiality; rejection.
2022-12-06T14:20:45Z
Negroni, María Marta García