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Guerra, violência e pulsão de morte: uma articulação não evidente
O objetivo deste artigo é, por meio uma articulação psicanalítica entre as noções de guerra, violência e pulsão de morte, tecer uma reflexão sobre a guerra e a violência psíquica implicadas nas vivências de guerra. Parte-se do pressuposto de que esta articulação não é tão evidente quanto parece, ideia que se justifica a partir de uma análise de textos freudianos sobre os três temas. Esta trilha conduz à abordagem de temáticas correlatas, tais como o trauma, a compulsão à repetição e as neuroses de guerra, permitindo uma discussão sobre as implicações violentas da guerra para os indivíduos e para a humanidade. Como modalidades radicais de defesa diante de tais implicações violentas são considerados processos psíquicos como a negação e a clivagem, porém existem também soluções defensivas não patológicas, como a possibilidade de perlaboração do trauma ou de sublimação da pulsão de morte em suas expressões sádicas.
2022-12-06T15:50:15Z
Oliveira,Fernanda Hamann de Herzog,Regina
Psicologia discursiva e o sujeito do conhecimento: a singularidade como questão
Este artigo discute as possibilidades de aplicação da noção de singularidade no contexto da psicologia cognitiva. Investe-se nesta questão porque, dada a diversidade dos fenômenos humanos implicados na construção do conhecimento, é importante sabermos a partir de que condições os sujeitos se diferenciam enquanto intérpretes únicos e quanto a psicologia tem tradicionalmente enfatizado a importância dos fenômenos universais na cognição humana. Para tanto, recorremos ao campo de discussões sobre processos de produção de sentidos como via de acesso à construção da noção de singularidade. O artigo referenciou-se nas proposições do chamado "segundo Wittgenstein", a fim de subsidiar o diálogo entre a episteme da psicologia discursiva e a abordagem sócio-histórica de Vygotsky. Nosso objetivo foi destacar a importância que o singular pode produzir numa psicologia implicada com a subjetividade discursivamente construída e, ao mesmo tempo, única em sua potência de significação e redescrição de si mesma.
2022-12-06T15:50:15Z
Pinheiro,Marina Assis Meira,Luciano R. de Lemos
Teoria da mente, empatia e motivação pró-social em crianças pré-escolares
Há divergências entre os pesquisadores da área de desenvolvimento sociocognitivo sobre os fatores relacionados ao desenvolvimento da empatia e da motivação para agir pró-socialmente. O objetivo do presente estudo foi investigar se a aquisição de uma teoria da mente está associada à habilidade de compartilhar emoções e à motivação pró-social nos anos pré-escolares. Trinta e sete crianças com idade entre 4 e 6 anos participaram de tarefas de teoria da mente e de uma tarefa de empatia e motivação pró-social criada para este estudo. Os resultados não indicaram uma correlação significativa entre o desempenho nas tarefas de teoria da mente e o grau de empatia das crianças. A motivação pró-social, por outro lado, foi significativamente associada à teoria da mente. Os resultados sugerem que uma compreensão mais sofisticada dos estados mentais subjacentes às ações humanas não seja pré-requisito para uma resposta emocional empática, mas possa influenciar positivamente o comportamento pró-social.
2022-12-06T15:50:15Z
Pavarini,Gabriela Souza,Débora de Hollanda
Todos passam pela via crucis: a corporeidade em Clarice Lispector
O objetivo deste estudo é investigar de que modo a corporeidade é evocada na obra A via crucis do corpo, de Clarice Lispector, discutindo como tal conceito se relaciona às noções de corpo veiculadas pelo discurso científico e filosófico na pós-modernidade. Partindo-se da concepção merleau-pontyana de corpo vivente, pode-se compreender o corpo como uma entidade intencional que sempre se dirige rumo ao mundo, o que deflagra a necessidade de reinvenção dos mitos da beleza, do amor, da felicidade, do corpo e da própria existência propagados em nossa cultura e veiculados nos meios de comunicação de massa. Essas noções foram problematizadas na obra clariceana, que, de certo modo, antecipou as transformações vigentes na contemporaneidade, redimensionadas na era do hiperconsumo e da hipercorporeidade, apontando para a centralidade que o corpo ocupa nos modos de subjetivação contemporâneos.
2022-12-06T15:50:15Z
Scorsolini-Comin,Fabio Santos,Manoel Antônio dos
Fadiga no trabalho: como o psicólogo pode atuar?
As más condições laborais e a forma de organização do trabalho dentro do sistema capitalista frequentemente têm se mostrado nocivas para o trabalhador. Além disso, a chamada síndrome da fadiga crônica é um dos males que acomete a classe trabalhadora. Por meio de revisão teórica buscou-se caracterizar a síndrome, suas possíveis causas e consequências e o papel do psicólogo nas organizações. A fadiga pode ser compreendida como um esgotamento físico e mental, culminando em consequências para a saúde do trabalhador. Excesso de trabalho, pressão por produção, turnos alternados, riscos físicos e falta de autonomia são alguns fatores apontados como prováveis desencadeadores da síndrome, e as consequências encontradas vão desde baixo rendimento e maior risco de acidentes de trabalho até dificuldade para relaxar em momentos de lazer. É papel do psicólogo do trabalho e organizacional realizar ações remediadoras e preventivas que impeçam ou dificultem o aparecimento da fadiga no trabalho.
2022-12-06T15:50:15Z
Oliveira,Juliana Roman dos Santos Viganó,Magna Gabriella Lunardelli,Maria Cristina Frollini Canêo,Luiz Carlos Goulart Júnior,Edward
Avaliação da sobrecarga em familiares cuidadores de pacientes esquizofrênicos adultos
O estudo avaliou o sentimento de sobrecarga objetiva e subjetiva deflagrado em cuidadores de adultos portadores de esquizofrenia. A coleta de dados foi realizada em um hospital-dia da rede pública da cidade de Teresina-PI - Brasil, e a amostra foi constituída por 14 familiares que cuidavam direta ou indiretamente de portador de esquizofrenia. Verificaram-se sobrecargas objetiva e subjetiva semelhantes nas dimensões relacionadas à assistência na vida cotidiana, à supervisão dos comportamentos problemáticos, ao impacto nas rotinas diárias e a preocupações com o paciente. Observou-se que os cuidadores quase sempre necessitam cobrir despesas desencadeadas pelo doente. Desse modo, destaca-se a necessidade, por parte dos dispositivos em saúde mental, de estratégias que viabilizem o apoio, a orientação e a preparação das famílias no tocante ao gerenciamento do cuidado ao portador de esquizofrenia.
2022-12-06T15:50:15Z
Souza Filho,Manoel Dias de Sousa,Andréia de Oliveira Parente,Alexandre Castelo Branco Vaz Carvalho e Martins,Maria do Carmo de
Hiperatividade, higiene mental e psicotrópicos: enigmas da caixa de Pandora
No summary/description provided
2022-12-06T15:50:15Z
Eidt,Nádia Mara
Is back to Vygotsky enough? the legacy of socio-historicocultural psychology
Is back to Vygotsky enough? Vygotskys psychology has its roots in Marxs writings. Thus, Marxism is indispensable to the study of Vygotskys theory. That is why, we assert in this paper that, back to Vygotsky is back to Marx and Marxism. Furthermore any attempt to modify Vygotskys uses of Marxism with some extraneous element is not only objectively anti-Vygotsky but also distortion of his theory. Vygotsky brought into prominence the dialectic movement of social totalities, within which a complex interaction takes place between forces of production, social relations of production, means of production, mode production, consciousness, alienation, and activity. In these complex interactions that human mental life is formed and shaped. Aware of these pitfalls, Vygotsky did not try to build a Marxist psychology that lies on the side of the economic determinism theory. Vygotskys efforts were directed, instead, to locating psychological aspects in Marxs writings and making one of these aspects a new point of departure for examining the same totality with which Marx was concerned.
2022-12-06T15:50:15Z
Elhammoumi,Mohamed
Trabalho e atividade: categorias de análise na psicologia histórico-cultural do desenvolvimento
Este artigo é resultado de estudos teóricos e pretende apresentar algumas contribuições ao estudo da psicologia histórico-cultural do desenvolvimento, mais especificamente no que se refere à relação existente entre as categorias de trabalho e atividade. Estudos desta natureza são importantes para psicólogos, pedagogos e demais profissionais envolvidos direta ou indiretamente com a prática educativa, na busca por compreender o problema da periodização do desenvolvimento em uma perspectiva não naturalizante. Nesta direção, a categoria de atividade principal mostra-se central como força motriz do processo de desenvolvimento humano, portanto encontra-se estreitamente ligada ao lugar que cada indivíduo ocupa na sociedade de classes bem como às condições objetivas de sua existência material. O estudo do desenvolvimento coincide com o estudo da pessoa concreta, imersa numa trama de relações sociais e num sistema político e econômico; enfim, outra coisa não é senão o estudo da história objetivada em cada indivíduo particular.
2022-12-06T15:50:15Z
Martins,Lígia Márcia Eidt,Nádia Mara
Considerações sobre a psicologia da arte e a perspectiva narrativista
O estudo das produções artísticas há muito tem interessado à psicologia, e as reflexões desenvolvidas por Vigotski são importante referência para o entendimento de comportamentos estéticos a partir de uma psicologia objetiva e social. Considerando a relevância de suas contribuições, o presente artigo tem como objetivos: (1) apresentar os principais embates da psicologia e da estética no início do século XX à luz do pensamento de Lev Vigotski apresentado na obra Psicologia da Arte, destacando-se a proposição teórico-metodológica feita pelo autor para entendimento das produções artísticas à época; e (2) discutir as contribuições desta proposição para a perspectiva narrativista, destacando as ideias do autor para o fortalecimento desta área que se dedica à abordagem do humano para além do raciocínio lógico-abstrato.
2022-12-06T15:50:15Z
Moutinho,Karina Conti,Luciane De
Linguagem e desenho no desenvolvimento da criança surda: implicações histórico-culturais
Este artigo discute o desenho infantil como esfera sígnica visual promotora e facilitadora do processo de significação para a criança surda, principalmente com aquisição tardia de linguagem. Propõe-se destacar conceitos da Teoria Histórico-Cultural que abordam o funcionamento psíquico humano e sua constituição social, bem como o papel central da história e da cultura no desenvolvimento das funções psicológicas superiores, a partir da linguagem e da inserção da criança no circuito do simbólico. A análise de aspectos teóricos e conceituais pode fundamentar uma prática clínica e educacional comprometida com o desenvolvimento social, linguístico, cognoscitivo, interativo e simbólico necessário à constituição da criança surda, usuária da língua de sinais, como ser cujo meio de se comunicar se circunscreve a essa linguagem.
2022-12-06T15:50:15Z
Araújo,Claudia Campos Machado Lacerda,Cristina Broglia Feitosa de
O corpo que brinca: recursos simbólicos na brincadeira de crianças surdas
Com base nos pressupostos da perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano, em especial nas contribuições de Lev Seminovich Vigotski, o presente estudo coloca em discussão os modos pelos quais crianças surdas em idade pré-escolar utilizam recursos linguísticos na configuração de papéis simbólicos negociados no faz-de-conta. O trabalho tem como material empírico dois episódios investigativos coletados em videogravações realizadas em uma brinquedoteca com crianças na idade pré-escolar. Na transcrição, a análise dos dados destaca a apropriação de papéis simbólicos, em que palavras (LIBRAS) e corpo (gestos) se articulam para atribuir sentido à atividade lúdica. Na coreografia da brincadeira, as crianças surdas explicitam quem são e qual é o tema encenado, pela determinação e nomeação de papéis e das regras sociais representadas. Conclui-se, conceitualmente, que o corpo é um componente linguístico fundamental na constituição dos sentidos e dos significados produzidos na atividade lúdica, promovendo possibilidades de expressão subjetiva da criança que brinca.
2022-12-06T15:50:15Z
Souza,Flavia Faissal de Silva,Daniele Nunes Henrique
A escola de São Paulo de psicologia social: apontamentos históricos
Tendo surgido como resposta à chamada crise da psicologia social, a Escola de São Paulo de psicologia social colocou como leitmotiv de suas práticas a transformação social. Tal posição, hoje comum na psicologia social, nem sempre foi tão explícita e é produto e síntese de uma série de rupturas e superações. Esta revisão de literatura tem por objetivo reunir um conjunto de produções teórico-bibliográficas a respeito do surgimento e desenvolvimento da Escola de São Paulo de psicologia social. Para tanto, foram analisados três momentos de seu desenvolvimento: inicialmente, são caracterizadas as perspectivas norte-americana e europeia de psicologia social, que marcaram a produção da área no Brasil até o fim dos anos 70; em seguida, é apresentado o que se convencionou chamar crise da psicologia social; e, por fim, expõe-se a proposta de superação da crise que emergiu na América Latina e tem como seu representante no Brasil a chamada Escola de São Paulo.
2022-12-06T15:50:15Z
Carvalho,Bruno Peixoto Souza,Terezinha Martins dos Santos
Possíveis contribuições de Husserl e Heidegger para a clínica fenomenológica
Este artigo tem como objetivo descrever as possíveis contribuições das filosofias de Edmund Husserl e Martin Heidegger para o desenvolvimento de uma clínica fenomenológica. Reconhece-se que Husserl, com sua Psicologia Fenomenológica, inaugura uma psicologia da subjetividade que pode servir de base para a clínica fenomenológica. O artigo também discute as contribuições e possíveis limitações das propostas clínicas de Ludwig Binswanger e Medard Boss, que procuram fundamentar-se na Analítica do Dasein de Heidegger, e propõe a fenomenologia existencial de Merleau-Ponty, que retoma o último pensamento de Husserl tendo como fio condutor o conceito de Lebenswelt, como um caminho fecundo para a clínica fenomenológica.
2022-12-06T15:50:15Z
Moreira,Virginia
Idade subjetiva e suas relações com o envelhecimento bem-sucedido
O artigo traz uma revisão teórica a respeito do conceito idade subjetiva a partir de evidências da literatura internacional sobre suas relações com indicadores de envelhecimento bem-sucedido. A partir de estudos derivados da perspectiva life span e life course em Psicologia e Sociologia, os estudos sobre idade subjetiva revelam associações significativas desta com medidas de bem-estar físico e subjetivo, o que pode ser considerado uma variável importante na pesquisa e um potencial indicador clínico.
2022-12-06T15:50:15Z
Batistoni,Samila Sathler Tavares Namba,Carina Sayuri
Amizade, idoso e qualidade de vida: revisão bibliográfica
O objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento bibliográfico da produção científica sobre a amizade de idosos no período de 2005 a 2009. O estudo categorizou os documentos em nacionais e internacionais, quanto ao tipo de pesquisa, à formação acadêmica dos autores, ao gênero e ao local de publicação. No material encontrado, a amizade dos idosos foi analisada a partir de contextos institucionais e residenciais. O estudo revelou que os recursos para a teorização da temática da amizade em idosos ainda são escassos, por isso a maior parte deles resultou de trabalhos empíricos. Esse fato indica um conceito de amizade que está em desenvolvimento e relaciona-se a fatores de risco como solidão, depressão, imobilidade e suicídio. Essa observação torna a temática relevante para refletir sobre a importância do trabalho de uma equipe multidisciplinar no processo da construção de novas amizades na vida dos idosos em diferentes contextos.
2022-12-06T15:50:15Z
Almeida,Ana Kelly Maia,Eulalia Maria Chaves
Cuidar e ser cuidado pelo grupo de apoio protege
Sabendo-se da importância do cuidador e dos cuidados que este necessita, foi criado, na Unidade de Cuidados Paliativos Oncológicos de Barretos, o Grupo de Apoio aos Cuidadores PROTEGE. Essa pesquisa tem por fim descrever a experiência e importância desse grupo a partir dos relatos dos cuidadores. Utilizou-se o método descritivo-qualitativo na coleta e análise dos dados. Os sujeitos foram 18 cuidadores de pacientes internados na Unidade de Cuidados Paliativos/Dor do Hospital de Câncer de Barretos que compareceram no grupo durante o período de internação do paciente. Os dados foram coletados em abril e junho de 2008, utilizando-se uma pergunta aberta. O grupo foi importante para os cuidadores, os quais se sentiram acolhidos e puderam adotar estratégias para prevenir estresses e desgastes. Visualizamos as dificuldades, rupturas e transformações pelas quais passam os cuidadores e que poderiam ser amenizadas quando acolhidas, compreendidas e ajustadas.
2022-12-06T15:50:15Z
Sorato,Daniela Batista Peres,Stela Verzinhasse Mitsuyuki,Milene Corso Drude,Fernanda Souza
Os sentidos da corporeidade em ostomizados por câncer
A partir da perspectiva fenomenológica, procurou-se compreender como os pacientes ostomizados vivenciam a corporeidade. Foram entrevistados dez pacientes que realizavam tratamento em um hospital oncológico pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Belo Horizonte, MG. As narrativas dos sujeitos falaram do significado do câncer para eles, do sentido que atribuíam à bolsa de colostomia, das limitações advindas do processo de adoecer e do papel da religiosidade neste percurso. A vivência do cuidado foi discutida a partir da perspectiva heideggeriana, considerando-se os conceitos de corporeidade, indigência e potência. As indigências, representadas pelas limitações, e as potências, representadas pelos cuidados de si, com o outro e pelo outro apontam para a necessidade da promoção da autonomia e da qualidade de vida, através da ressignificação do processo saúde-doença.
2022-12-06T15:50:15Z
Almeida,Suellen Santos Lima de Rezende,Adryene Milanez Schall,Virgínia Torres Modena,Celina Maria
Procedimentos de fertilização in vitro: experiência de mulheres e homens
Homens e mulheres com diagnóstico de infertilidade, ante a impossibilidade de conceber um filho, veem a fertilização in vitro (FIV) como a última alternativa. Para o presente estudo foi realizada uma análise qualitativa de entrevistas previamente realizadas com mulheres e homens que estavam iniciando procedimentos de FIV e se haviam submetido ao procedimento sem obter sucesso 4 a 6 anos antes de serem entrevistados. Os principais achados mostraram que a decisão de participar dos procedimentos foi baseada mais no anseio das mulheres que no dos homens, e que os questionamentos e dificuldades das diferentes etapas do procedimento foram minimizados durante sua realização e começaram a se manifestar após o fracasso. Todos os entrevistados consideraram uma experiência válida ter participado dos procedimentos da FIV. O conhecimento das vivências de mulheres e homens nos distintos momentos pode ser útil para a elaboração de estratégias de apoio.
2022-12-06T15:50:15Z
Makuch,María Yolanda Filetto,Juliana Nicolau
Adesão em HIV/AIDS: estudo com adolescentes e seus cuidadores primários
Contrariamente ao que pode ser observado em relação a adultos, o comportamento de adesão à terapia antirretroviral (TARV) de adolescentes soropositivos para o vírus da imunodeficiência humana (HIV) tem sido pouco estudado. Esta pesquisa objetivou identificar características do comportamento de adesão à TARV de adolescentes vivendo com HIV/AIDS segundo relatos de jovens e seus cuidadores primários. Participaram nove díades compostas por adolescentes soropositivos, com idades entre 12 e 17 anos (seis do sexo masculino), infectados por transmissão vertical e seus cuidadores. Foram realizadas entrevistas individuais, com roteiro semiestruturado, para todos os participantes. Os resultados indicaram a ocorrência de dificuldades de adesão, especialmente em situações nas quais os medicamentos eram ingeridos fora do ambiente doméstico (n=6). Foram comuns relatos de perda de doses (n=4) e de atrasos na ingestão dos medicamentos (n=7). Sugere-se que as dificuldades de adesão sejam trabalhadas levando em conta a melhoria da comunicação com a família e com a equipe de saúde.
2022-12-06T15:50:15Z
Guerra,Camila Peixoto Pessôa Seidl,Eliane Maria Fleury