RCAAP Repository

Prevalência de sintomas sugestivos de doenças respiratórias crônicas inespecíficas na população urbana de Botucatu, São Paulo

Em uma amostra de 12 por cento da população urbana de Botucatu, São Paulo, constituída de 7.075 pessoas, foram identificados 525 indivíduos com sintomas sugestivos de doença respiratória crônica inespecífica (DRCI). Utilizando o questionário de sintomas respiratórios \"ATS-DLD-78\", aplicado por entrevistadores leigos, a autora determinou a prevalência de alguns sintomas e de associações sugestivas de asma brônquica, bronquite crônica e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Os sintomas mais frequentes no sexo masculino, foram: tosse, expectoração e chiado, cuja prevalência foi de 6,2 por cento , 5,4 por cento e 5,3 por cento , respectivamente. No sexo feminino os sintomas mais frequentes foram: tosse, chiado, dispnéia e rinite alérgica cujas taxas de prevalência foram: 4,7 por cento , 4,7 por cento , 4,2 por cento e 4,0 por cento , respectivamente. Houve maior prevalência de sintomas respiratórios nos maiores de 50 anos de idade e nos menores de 15 anos. A prevalência média de sintomas sugestivos de asma brônquica foi de 5, 0 por cento , e de 1,9 por cento para bronquite crônica e de 0,1 por cento para DPOC. A influência do hábito de fumar, presente entre os sintomáticos respiratórios em 33,7 por cento dos homens e 23,4 por cento das mulheres, foi estudada em relação aos sintomas de tosse e expectoração pela manhã e aos sintomas sugestivos de bronquite crônica. Em vista dos resultados, a autora analisa e comenta a metodologia utilizada e a aplicabilidade do questionário \"ATS-DLD-78\" em nosso meio. Frente a escassez de dados relativos às DRCI, no Brasil, conclui sobre a necessidade de novos inquéritos epidemiológicos em regiões diferentes, realizados com metodologia adequada que possibilite a comparação dos resultados, complementados, quando possível, por estudos clínicos, tendo em vista o planejamento de medidas e programas de intervenção.

Year

1987

Creators

Luana Carandina

Variações da fauna de mosquitos (Díptera:Culicidae) em área de implantação de uma hidrelétrica no rio Paranapanema, SP/PR

Se por um lado as usinas hidrelétricas suprem as necessidades de energia do país, essas também são responsáveis pela proliferação de doenças cujos agentes são transmitidos, em sua grande maioria, por mosquitos que utilizam as áreas inundadas dessas usinas como criadouros. Pode-se observar tal cenário na UHE de Ourinhos, que está localizada no rio Paranapanema entre as cidades de Ourinhos, SP, e Jacarezinho, PR, onde foram definidas três estações de coleta usadas para a avaliação da dinâmica de população nos períodos pré e pós inundação do reservatório, a partir dos dados coletados descreveu-se as alterações ocorridas na população de culicídeos da UHE Ourinhos, diante dos impactos da inundação e calculou-se riqueza, dominância, diversidade e , IAEP e similaridade. Sendo que para captura de adultos utilizou-se armadilha de Shannon e aspirador à bateria, e para os imaturos conchas entomológicas em coleções de água estagnada. Entre as espécies de importância epidemiológica coletadas e identificadas temos: Aedes albopictus, Aedes scapularis, Anopheles albitarsis, Anopheles darlingi, Culex quinquefasciatus, Culex nigripalpus, Haemagogus leucocelaenus e Psorophora ferox. Destaca-se a redução do número de espécies no período pós enchimento, juntamente com a recolonização do nicho por novas espécies ou espécies antes raras, como exemplificado pelo surgimento do An. darlingi, e ascensão do An. albitarsis, espécies consideradas vetores primário e secundário da malária, no Brasil, respectivamente. Como conclusão, depreende-se que o lago formado pela represa de Ourinhos alterou a dinâmica de culicídeos do local, fato que pode representar menor contato desses hematófagos com a população no entorno do lago recém formado

Year

2009

Creators

Renato Sinnhofer Sugimoto

Fatores sociodemográficos e excesso de peso em crianças participantes de programa governamental de distribuição de leite fortificado

Introdução: Estudos anteriores mostraram a efetividade do Projeto VIVALEITE para o ganho de peso de crianças menores de dois anos. Como o programa é efetivo, é possível que crianças ingressantes com peso próximo ao limite considerado adequado para idade o ultrapassem no decorrer de sua participação. Verificar se há variáveis sociodemográficas associadas ao excesso de peso poderá permitir o estabelecimento de medidas preventivas por parte dos gestores do programa. Objetivo: Analisar a associação entre fatores sociodemográficos e excesso de peso em participantes do Projeto VIVALEITE. Métodos: Estudo de coorte com dados de 1.039 crianças de famílias de baixa renda do interior do Estado de São Paulo, ingressantes no projeto VIVALEITE com seis meses de idade e peso próximo ao limite superior de adequação, no período de janeiro de 2003 a setembro de 2008. Investigou-se a proporção de crianças que ficam com excesso de peso durante a participação no programa e as associações com as condições sociodemográficas de cada criança (amamentação aos seis meses, sexo e peso ao nascer) e dos respectivos responsáveis (condição conjugal, idade, situação de trabalho e escolaridade). A modelagem foi feita por meio de regressão logística, com as variáveis socioeconômicas em cada idade de pesagem (9 a 23 meses) e regressão logística multinível das variáveis socioeconômicas e o conjunto das idades de pesagem. O processamento foi feito com o pacote estatístico Stata 10.1. Resultados: Conforme análise multinível, a categoria sim da variável aleitamento materno aos seis meses (OR=0,29, p=0,000) e a categoria trabalha da variável situação de trabalho materno (OR=0,36, p=0,012) foram associadas significantemente ao excesso de peso das crianças. As variáveis peso ao nascer, sexo, condição conjugal, idade materna e escolaridade não foram associadas estatisticamente ao excesso de peso. Conclusões: A não amamentação aos seis meses e a condição de não trabalho materno são os fatores sociodemográficos positivamente

Year

2014

Creators

Fernanda Martins Dias Escaldelai

Homicídios no município de Säo Paulo: perfil e subsídios para um sistema de vigilância epidemiológica

Introdução: As violências constituem-se hoje num importante problema de Saúde Pública, no Brasil e em vários países do mundo. Para o setor saúde, em razão da sua inerente complexidade, é um tema desafiador. Pela sua magnitude, constitui-se num problema urgente. Por isso, pensar no estabelecimento de vigilância epidemiológica torna-se tarefa inadiável. Objetivos: Estudar o perfil de mortalidade por homicídios no Município de S. Paulo, com ênfase na integração de informações provindas de várias fontes e fornecer subsídios para uma proposta de vigilância epidemiológica. Material e método: Dividido em três etapas: 1. Estudo do universo dos óbitos por homicídios ocorridos no Município de S. Paulo, no ano de 2000, a partir das Declarações de Óbito (DO); 2. Integração das informações constantes nas DO, Boletins de Ocorrência Policial {80) e Laudos de Necrópsia, para os meses de abril a junho de 2000; 3. Análise das informações coletadas em inquéritos policiais encerrados, investigados na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Resultados: O coeficiente de mortalidade por homicídios, no ano de 2000, foi 57,31100.000. O sexo masculino contribuiu com 92,5% do total e o sexo feminino com 7,5%, com taxas de 111,1/100.000 para os homens e 8,2/100.000, para as mulheres. As idades de 15 a 29 anos concentraram 61,4% do total dessas mortes, exibindo também as maiores taxas. O coeficiente do sexo masculino na faixa de 20 a 24 anos chega a 286,4/100.000. As armas de fogo responderam por 90,1 % das mortes. O álcool foi a substância psicoativa mais utilizada entre as vítimas que tiveram o exame toxicológico realizado no IML (positivo em 38,3% dos exames solicitados). Foi na via pública que ocorreu a maioria dos eventos (68,8%), seguindo-se as residências (9,9%). Os domingos e sábados são os dias com maior freqüência de atos violentos, especialmente nos horários noturnos e madrugadas. A motivação dos crimes foi identificada em 24,9% dos casos. Entre eles, a maior proporção (29,6%) foi classificada como decorrente de conflitos interpessoais. Entre a motivação encontrada a partir do estudo dos inquéritos policiais encerrados os crimes relacionados ao uso e tráfico de drogas chegam a 41,0%. Os conflitos respondem por 12,0%. Os dados apontam desigualdade na distribuição espacial do risco para mortes por homicídios, com as maiores taxas sendo observadas nos distritos periféricos, com indicadores sócio-econômicos desfavoráveis. O Jardim Paulista obteve o menor coeficiente de mortalidade por homicídios (3,6/100.000). No extremo oposto encontra-se o distrito de Parelheiros, com coeficiente quase trinta vezes o do primeiro, atingindo 106,3/100.000. No estudo do perfil das vítimas, a partir dos inquéritos encerrados, investigados no DHPP, observa-se que a maioria das vítimas (51,7%) encontrava-se desempregada na ocasião do óbito. Não completaram o ensino fundamental 40,1 %. O álcool era utilizado por 42,5%, seguindo-se a maconha, com 22,1 %. No grupo dos agressores, comparativamente às vítimas, os percentuais são mais desfavoráveis quanto a escolaridade, situação de conflitos com a lei e uso de substâncias psicoativas. Conclusões: O modelo proposto para vigilância epidemiológica dos homicídios, um sistema ativo que integra informações das Declarações de Óbito, Boletins de Ocorrência Policial e Laudo de Necropsia, ampliou o número de variáveis estudadas agregando maior qualidade, permitindo, portanto, conhecer melhor, as características das vitimas e das circunstâncias que cercaram os eventos.

Year

2002

Creators

Vilma Pinheiro Gawryszewski

Epidemiologia das meningites bacterianas por Haemophilus influenzae, Streptococcus pneumoniae e enterobactérias no município de São Paulo, 1960-77

As meningites bacterianas constituem um sério problema de Saúde Pública em todo mundo, por sua incidência, sua letalidade e pela frequência das sequelas que os sobreviventes apresentam. Os agentes etiológicos Haemophilus influenzae, Neisseria meningitidis e Streptococcus pneumoniae são responsáveis por cerca de 60 a 80 por cento dos casos. O presente estudo tem como objetivo conhecer o comportamento epidemiológico das meningites por H.influenzae, S. pneumoniae e por bacilos Gram-negativo, especialmente as enterobactérias 1 no Município de São Paulo no pertodo 1960- 77. O levantamento foi realizado por uma equipe formada por professores do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, por médicos sanitaristas e por acadêmicos de medicina. Os dados, colhidos diretamente do prontuário dos pacientes, foram anotados em uma ficha pré-codificada. A meningite por H.influenzae somente foi confirmada quando se identificava o agente na cultura. A confirmação da meningite por S.pneumoniae se dava pela bacterioscopia e/ou pela cultura do líquor. As meningites por bacilo Gram-negativo foram subdivididas em 3 grupos. No primeiro, incluíram-se os casos em que a bacterioscopia e/ou cultura revelaram a presença de um bacilo Gram-negativo sem, contudo, haver a especificação do agente. No segundo, classificaram-se os casos em que, na cultura, foi isolada uma bactéria do gênero Salmonella. O último grupo correspondeu áquele em que se identificou a presença de uma outra enterobactéria. Os subdistritos ou distritos do Municipio de São Paulo foram agrupados de 3 maneiras. As duas primeiras corresponderam às 3 ou 6 áreas homogêneas especificadas pela Fundação SEADE. A última se baseou na distibuição da população economicamente ativa segundo sua participação nos diferentes setores da economia. A população dos subdistritos e distritos do Município de São Paulo segundo faixa etária para os anos compreendidos no estudo foi estimada pelo método geométrico modificado. No período estudado foram confirmados 900 casos de meningite por H.influenzae com um coeficiente médio de 0,89 por 100000 habitantes. Os menores de 5 anos contribuíram com 91,2 por cento dos casos, dos quais 63 por cento eram em menores de um ano. O coeficiente médio para menores de um ano foi de 23,3 por 100000 habitantes. As zonas central, intermediária e periférica não apresentaram incidências significantemente diferentes. Os coeficientes de morbidade padronizados segundo idade foram 0,8, 0,8 e 0,9 para as zonas central, intermediária e periférica, respectivamente. A letalidade média no período de 1960-77 foi de 31 por cento . As crianças menores de um ano apresentaram a maior taxa de letalidade, 40 por cento . No período 1960-77 foram confirmados 1951 casos de meningite por S.pneumoniae com um coeficiente médio de 1,9 por 100000 habitantes. As crianças menores de 5 anos contribuíram com 52 por cento dos casos dos quais 38.5 por cento eram menores de um ano. Os coeficientes médio por 100000 habitantes, para os menores de um ano, foram 37,1 e 29,7 para 1960-69 e 1970-77, respectivamente. A incidência por 100000 habitantes na zona periférica (2,2) na primeira década foi, praticamente, o dobro da zona central, (1,2). Os coeficientes padronizados segundo idade foram 1,6, 1,5 e 2,0 para as zonas central, intermediária e periférica, respectivamente. No período seguinte estes valores foram 1,4, 1,5 e 2,0. A letalidade média no período foi de 44 por cento . Ela foi inversamente proporcional ao número de leucócitos no llquor de entrada. A letalidade na faixa etária menores de um ano foi de 60 por cento no período estudado. No período estudado foram identificados 290 casos de meningite por Salmonella dos quais 10 por cento o foram na primeira década. O coeficiente médio por 100000 habitantes foi de 0,3. A S.typhimurium foi a espécie mais frequente com 112 casos. Os menores de um ano contribuíram com 91 por cento dos casos, dos quais 52 por cento ocorreram no primeiro trimestre de vida. A incidência média por zona não mostrou diferencas estatisticamente significantes. A letalidade média foi de 87 por cento . Os menores de um ano apresentaram um valor ainda maior, 89 por cento . No período estudado foram identificados 211 casos de meningite por outras enterobactérias com um coeficiente médio de 0,2. A primeira década contribuiu com 32 por cento dos casos. Os gêneros Escherichia e Enterobacter foram os mais frequentes sendo responsáveis por 71 por cento dos casos. Os menores de um ano contribuiram com 57 por cento dos casos, com coeficiente de 4.0 e 4.5 para os períodos 1960-69 e 1970-77 respectivamente. A letalidade média foi de 65 por cento sendo o grupo etário maior de 60 anos o de maior letalidade. A incidência por zona não diferiu significantemente. A meningite por bacilo Gram-negativo apresentou um comportamento epidemiológico distinto da meningite por H.influenzae e das enterobactérias, revelando ser composto por uma miscelânea de agentes. No período de estudo foram identificados 25455 casos de meningite bacteriana, com coeficiente médio de 25 por 100000 habitantes. O coeficiente passaria a ser de 36 por 100000 habitantes se acrecentássemos as meningites bacterianas de etiologia indeterminada. Este índice representou 1 caso para 2782 habitantes. A meningite por N.meningitidis ocupou o primeiro lugar, com 84 por cento dos casos e um coeficiente médio de 21 por 100000. Na primeira década ocorreram 2657 casos, com um coeficiente médio de 5,4 por 100000 habitantes. As três principais etiologias foram responsáveis por 89 por cento dos casos. No octênio seguinte a meningite por meningococo foi responsável por 90 por cento dos casos. No ano de 1974, acme da epidemia de meningite meningocócica, foram identificados 18069 casos de meningite representando um coeficiente de 264 por 100000. Este valor representaria que 1 em cada 379 habitantes foi acometido pela doença naquele ano.

Year

1988

Creators

José Cassio de Moraes

Desigualdades em saúde do adulto: análise do estilo de vida no Estado de São Paulo

INTRODUÇÃO. Reduzir a morbidade que acompanha o envelhecimento das populações tem sido prioridade em diversos países, incluindo o Brasil. Neste contexto, o incentivo a um estilo de vida saudável é de fundamental importância para promoção da saúde, prevenção e controle das doenças crônicas e das incapacidades a elas relacionadas. OBJETIVO. Analisar as desigualdades no estilo de vida da população adulta, de 20 a 59 anos de idade, segundo características demográficas e sócio-econômicas, em quatro áreas do Estado de São Paulo. METODOLOGIA. Inquérito domiciliar do tipo transversal (ISA-SP), em quatro áreas: Região Sudoeste da Grande São Paulo, constituída pelos Municípios de Taboão da Serra, ltapecerica da Serra e Embu; Distrito do Butantã, no Município de São Paulo; Município de Campinas; e Município de Botucatu. Para avaliação do nível de atividade física foi utilizado o Questionário Internacional de Atividade Física (QIAF), versão 8, forma curta, com aplicação da entrevista referente a uma semana usual. A prática regular de esporte ou exercício físico, tabagismo e etilismo também foram interrogados a partir de questionários aplicados por entrevistador. Para investigação da dieta, foi utilizado inquérito recordatório de 24 horas. Análises bivariadas e multivariadas dos dados foram realizadas a partir de Modelos de Regressão de Poisson. Realizou-se análise de agrupamentos (cluster) para identificação de subgrupos de maior vulnerabilidade. Todas as análises foram estratificadas por sexo. RESULTADOS. Em 826 homens entrevistados, observa-se a formação de quatro agrupamentos. O cluster 1 agrupou homens de baixa renda e escolaridade, de 40-59 anos, tabagistas, etilistas e sedentários, com baixa ingestão de frutas e baixo Índice de Qualidade da Dieta. O cluster 2 propôs um grupo de homens de baixa renda, 4-7 anos de escolaridade, porém que nunca fumaram e têm alta ingestão de gorduras na dieta. O cluster 3 agrupou indivíduos de alta renda e escolaridade, e elevada ingestão de frutas e verduras. E o cluster 4 agrupou os indivíduos mais jovens, praticantes de exercício físico e com 8-11 anos de escolaridade. Em 820 mulheres, houve a formação de dois agrupamentos. No cluster 1 se concentraram as mulheres de mais alta renda, elevada ingestão de frutas, praticantes de exercício físico, que nunca fumaram e que ingerem bebida alcoólica em freqüência de até uma vez/semana. O cluster 2 agrupou mulheres de baixa renda, baixa ingestão de frutas, sedentárias e tabagistas. CONCLUSÕES. Observa-se o agrupamento desigual das variáveis do estilo de vida segundo nível sócio-econômico em ambos os sexos. Para reduzir as desigualdades em saúde é essencial conhecer os segmentos de maior vulnerabilidade e a análise de cluster, neste estudo, mostrou-se um instrumento útil para identificação dos grupos de maior risco.

Year

2006

Creators

Vanessa Martins Valente Guimarães

Riscos ocupacionais para câncer de cabeça e pescoço: estudo caso-controle em sete cidades latino-americanas

Objetivos. Conhecer a associação entre fatores de risco ocupacionais e câncer da cabeça e pescoço (CC&P) em contexto latino-americano. Material e Métodos. Estudo caso-controle multicêntrico de base hospitalar conduzido em sete cidades latino-americanas: Buenos Aires, Havana, Goiânia, Pelotas, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. A amostra compreende 2051 casos de carcinoma espinocelular de boca, faringe e laringe, confirmados por histologia, e 1813 controles, pareados por idade em intervalos qüinqüenais e por sexo em relação aos casos. Aplicaram-se questionários ocupacionais aos participantes mediante entrevista pessoal. Higienistas ocupacionais codificaram ramos de atividade econômica e ocupações dos participantes usando classificações padronizadas. Tabagismo, consumo de álcool, escolaridade e centro de pesquisa foram tratadas como variáveis de confusão. Por meio da análise de regressão logística não-condicional examinou-se a condição de ter sido \"alguma vez empregado\" versus \"nunca empregado\" e tempo de exercício na atividade (em classes de 10 anos). Estimou-se as odds ratio (OR) e respectivos intervalos com 95% de confiança (IC95%) de títulos de atividade econômica e ocupação, ajustadas para idade, centro de pesquisa, consumo cumulativo de tabaco e álcool e escolaridade. Resultados. No sexo masculino, na análise global de CC&P, observou-se risco na ocupação de viajantes de comércio e representantes comerciais (OR 1,99; IC 95% 1,03-3,84), com efeito dose-resposta para tempo de exercício (p-trend=0,037) e proteção nas ocupações de zeladores/faxineiros (OR 0,70; IC 95% 0,50-0,98), de trabalhadores agropecuários (OR 0,82; IC 95% 0,68-0,99); e nas atividades de fabricação de veículos (OR 0,42; IC 95% 0,21-0,43; p-trend=0,025) e comércio a varejo em estabelecimentos (OR 0,73; IC 95% 0,54-0,98). Para localizações orais, observou-se risco na fabricação de produtos cerâmicos (OR 5,07; IC 95% 1 ,02-25,32), na ocupação de trabalhadores de serventia (OR 2,90; IC 95% 1,14-7,40) e na ocupação de gráficos (OR 2,52; IC 95% 1,13-5,62). A fabricação de veículos/acessórios mostrou proteção (OR 0,34; IC 95% 0,13-0,91). Para laringe, observou-se risco na atividade de ferrovias (OR 2,47; IC 95% 1,10-5,58) e, na Argentina, na ocupação de trabalhadores de manipulação de mercadorias e materiais (OR 4,53; IC 95% 1,48-13,81). No sexo feminino, na análise global de CC&P, observou-se risco na ocupação de fiandeiros & assemelhados (OR 4,71; IC 95% 1,67-13,26). Para localizações orais, observou-se risco na fabricação de produtos alimentares (OR 4,94; IC 95% 1,39-17,56). Para laringe, observou-se risco entre cozinheiros na classe de 10 a 20 anos de exercício (OR 6,97; IC 95% 1,20-40,43) e entre fiandeiros & assemelhados, na classe <10 anos de exercício (OR 10,79; IC 95% 1,63-71,21). Conclusões. Diversos ramos de atividade e ocupação mostraram associação com CC&P, sugerindo possível efeito decorrente de exposição a cancerígenos presentes em ambiente de trabalho. Todavia, análises suplementares são requeridas para inferências mais precisas com relação a processos produtivos particulares.

Year

2009

Creators

Ricardo Luiz Lorenzi

Conhecimentos e práticas da equipe de enfermagem que trabalha em unidades de diálise, sobre tuberculose, na Grande São Paulo

Introdução: Uma das principais intercorrências que ocorrem com os pacientes renais crônicos é a queda da imunidade celular, o que torna esse paciente suscetível a desenvolver a tuberculose. Comparando o coeficiente de incidência de tuberculose entre pacientes renais crônicos e da população geral do estado de São Paulo, 40,69/100.000 pacientes (2005) e 43,9/100.000 hab (2004), respectivamente, pode sugerir que há um erro de notificação. Vários estudos sugerem a importância da tuberculose para o paciente renal crônico e a potencialidade de exposição de risco para os profissionais da área da saúde, especialmente os da enfermagem. Objetivo: Descrever o conhecimento e práticas de enfermagem, sobre a tuberculose, realizadas pelos profissionais da enfermagem, que trabalham em unidades de diálise da Grande São Paulo, considerando os aspectos epidemiológicos e clínicos.Método: Estudo descritivo que usou um questionário como instrumento de coleta de dados. A amostra utilizada foi de conveniência após uma seleção das unidades que possuíam mais do que 15 máquinas de diálise e concordaram participar da pesquisa. Os sujeitos foram todos os componentes das equipes de enfermagem dessas unidades (auxiliares, técnicos de enfermagem e enfermeiros).Resultados: Das 22 questões sugeridas por este estudo, 15 foram selecionadas para avaliar de forma direta o grau de conhecimento dos profissionais da equipe de enfermagem. Assim, o maior destaque de acertos foi obtido pelos enfermeiros (73,3%), que apresentaram 11 acertos nas 15 questões sugeridas; seguidos pelos técnicos de enfermagem que acertaram com maior freqüência quatro das 15 questões, ou seja, 26,6%. Os auxiliares de enfermagem obtiveram destaque de acertos em duas das 15 questões, com 13,3%. Ao analisar o número de acertos das 15 questões, sem diferenciar por categoria de profissional da equipe de enfermagem, não foram percebidas grandes diferenças nas porcentagens de acertos. Os resultados apontam que as equipes de enfermagem apresentam um bom domínio do conhecimento relacionado à tuberculose. Mas, isso não os isentou de expressar, em alguns momentos, conhecimentos limitados quanto as condutas de biossegurança diante da tuberculose. Conclusão: A sugestão desse estudo é que sejam intensificadas as atividades educacionais, voltadas para a tuberculose, incluindo esclarecimentos sobre as medidas de prevenção e controle específicas, para que sejam diminuídos os casos de tuberculose entre os pacientes renais crônicos e as situações de exposição de risco para a equipe de enfermagem.

Year

2007

Creators

Flavia Aparecida de Moraes

Análise espacial da distribuição dos casos de dengue e a relação com fatores entomológicos, ambientais e sócio-econômicos no município de São José do Rio Preto, SP , Brasil

Foram georreferenciados 14.554 casos de dengue. As maiores incidências observadas para o período, foram nas áreas 7 e 8 (regiões leste e centro respectivamente). Nessas áreas, a incidência variou de 381 a 432 casos por 100.000 habitantes. O índice de Moran estimado foi 0,2517 com a maioria dos aglomerados espaciais na região leste, seguido das regiões centro e norte. Observou-se que a região que apresentou o maior número de casos de dengue foi aquela com padrão de densidade demográfica, renda e grau de escolaridade médios. A incidência de dengue foi maior em indivíduos na faixa etária dos 15 aos 49 anos e 50 anos e mais, e menor na faixa etária de zero a 14 anos. Com relação à incidência por sexo, observa-se que houve variações pequenas, sendo ligeiramente maior no sexo feminino. Os resultados da análise de Correlação de Pearson para a incidência de dengue sugerem que a influência da precipitação pluviométrica e da temperatura não foram estatisticamente significativas, mas o foram com relação ao índice predial. Analisando-se a distribuição das formas imaturas do mosquito Aedes aegypti em diferentes recipientes, observa-se que o vaso mereceu maior destaque, seguido de lata, pote e frasco. A distribuição espacial da dengue não apresentou padrão uniforme, pois a taxa de incidência variou nas diversas áreas. Altas incidências de dengue foram observadas tanto em áreas com elevado padrão socioeconômico como naquelas com padrão mais baixo. O nível de infestação larvário, estimado pelo Índice Predial foi maior no período chuvoso. Os resultados deste estudo, em relação ao vetor confirmam a característica de espécie oportunista que já foi registrada para o Aedes aegypti em outras regiões. As formas imaturas do inseto, apesar de serem mais freqüentes em alguns tipos de recipientes, por exemplo, os vasos, podem ocupar outros, dependendo da disponibilidade dos mesmos.

Year

2007

Creators

Sirle Abdo Salloum Scandar

O uso da média de estimadores CuSum por categoria de exposição como medida de incidência de aids em um estudo espaço-temporal: Brasil, 1990 a 1998

Objetivo. Estudar a epidemia de aids, incluindo dimensões socioeconômicas ao modelo da doença. Usar a média de estimadores CuSum por categorias de exposição, como um índice proposto, para quantificar a epidemia, para estudar a correlação com o Índice de Desenvolvimento Humano - IDH e para produzir conhecimento espacial. Métodos. Consideraram-se o número de casos de aids notificados entre 1990 e 1998, por município de residência, por ano e por categoria de exposição, além do IDH, constituindo um modelo espaço-temporal baseado na teoria de localidade centrais. A média dos estimadores CuSum por categoria de exposição, em cada município, foi usada para quantificar a epidemia e para realizar um estudo de correlação com o IDH, pelo método de Pearson. Mapas temáticos foram empregados para produzir conhecimento espacial. Resultados. Todos os municípios com mais de 50 mil habitantes apresentaram ao menos um caso até 1998. Houve diferenças entre os perfis epidemiológicos das regiões do País. As regiões Sul e Sudeste, além da quantidade de casos por transmissão sexual, destacaram-se pelas proporções de casos de UDI. O índice proposto identificou 152 municípios de alta incidência. Houve correlação significativa entre o índice proposto e o IDH, principalmente com os componentes \"renda\" e \"educação\". Os Estados de São Paulo, Pernambuco e Santa Catarina apresentaram padrões distintos da epidemia. Conclusões. Há diferenças entre o perfil epidemiológico das regiões do País, que são, provavelmente, resultantes das desigualdades sociais. O índice proposto apresentou distribuição espacial distinta do risco relativo.

Year

2002

Creators

Antonio Luiz Rodrigues Júnior

Aspectos da transmissão de leishmanioses no Assentamento Guaicurus, Planalto da Bodoquena, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, 2002-2003: infecção natural em animais domésticos e vetores

Objetivo. No Estado de Mato Grosso do Sul (MS), como em outros estados brasileiros, a leishmaniose tegumentar americana (LTA) e a leishmaniose visceral americana (LVA) apresentam ampla distribuição geográfica. Estudos entomológicos e epidemiológicos realizados no Assentamento Guaicurus, município de Bonito, MS identificaram a presença de vetores de leishmanioses e a ocorrência de casos humanos de LTA e casos de LVA em cães. O presente trabalho, inserido em um projeto mais amplo que dá continuidade a esses estudos, teve por objetivo identificar a infecção natural por Leishmania em animais domésticos e vetores e ampliar o conhecimento sobre o comportamento da fauna flebotomínea, em ecossistemas do Assentamento Guaicurus e analisar esses encontros à luz dos fatores ambientais. Métodos. Foram examinados 53 eqüinos e 129 cães, dos quais se obtiveram amostras de sangue para a realização da reação de imunofluorescência indireta. As amostras de cães também foram submetidas ao ensaio imunoenzimático. Dos animais reagentes, foram colhidas amostras de aspirado medular para confecção de lâminas, tentativa de isolamento em meio de cultura, inoculação em hamster e realização da reação em cadeia da polimerase (PCR). Nesta última, também foram utilizadas amostras de creme leucocitário destes animais. A fauna flebotomínea foi pesquisada no período de outubro de 2002 a outubro de 2003, realizando-se capturas quinzenais com armadilhas automáticas luminosas dotadas de inseticidas, instaladas em 25 pontos, distribuídos em áreas de mata, de cultivo, peridomiciliares e intradomiciliares e em uma gruta. Para a obtenção de fêmeas a serem dissecadas para a investigação da infecção natural por flagelados, mensalmente, eram feitas capturas com armadilhas de Shannon por dois ou três dias consecutivos, das 18h:00 às 22h:00 em alguns dos peridomicílios e foram instaladas armadilhas automáticas luminosas, sem inseticida, em vários ambientes do Assentamento Guaicurus. As fêmeas dissecadas, após identificação do flebotomíneo e investigação de flagelados sob microscopia, foram mantidas em álcool 70%. Posteriormente, essas fêmeas foram submetidas à PCR para detecção de DNA do parasita e sua identificação por seqüenciamento. Resultados. Todos os eqüinos pesquisados apresentaram-se não reagentes. Entre os cães foi observado pela reação de imunofluorescência indireta, uma soro-prevalência de 15,5% (20/129) e 31,0% (40/129) pelo ensaio imunoenzimático. Dentre os cães reagentes, foi possível colher nova amostra de sangue de 28 animais e aspirado de medula óssea de 24, sendo encontrados cães infectados por Leishmania (Leishmania) chagasi, Leishmania (Viannia) sp e Leishmania (L.) amazonensis. Em relação à fauna de flebotomíneos, foram capturados 19538 espécimes pertencentes a 15 espécies. Nas capturas quinzenais com armadilhas automáticas luminosas, com exceção da gruta, único ambiente onde Lutzomyia longipalpis não foi capturada e Lutzomyia almerioi predominou absolutamente, a primeira teve as suas freqüências mais elevadas em todos os ambientes, em ordem decrescente, mata, ambiente de cultivo, peridomicílio e intradomicílio, sempre seguida de Lu. almerioi e Nyssomyia whitmani. Lu. longipalpis e Ny. whitmani apresentaram densidades mais elevadas no verão e em julho e Lu. almerioi somente no verão. Entre as 1395 fêmeas dissecadas, foram observadas ao microscópio, três de Lu. almerioi infectadas por flagelados. Pools de fêmeas dissecadas de Lu. almerioi, Lu. longipalpis e Ny. whitmani foram pesquisados por PCR, com 15 amostras positivas. Detectou-se a presença de DNA das três Leishmania, acima descritas em Lu. longipalpis e de Leishmania (L.) chagasi e de Leishmania (Viannia) sp em fêmeas de Lu. almerioi. Conclusões. A presença de cães e de fêmeas de flebotomíneos infectadas por L. (L.) chagasi, L. (L.) amazonensis e L. (Viannia) sp, são indicativos da transmissão de ambas as formas de leishmaniose, LTA e LVA na população canina, no Assentamento Guaicurus. Possivelmente, Lu. longipalpis e Lu. almerioi atuem como vetoras, sendo o verão o período de maior risco para a transmissão, em virtude das densidades mais elevadas observadas nesta estação.

Year

2004

Creators

Elisa San Martin Mouriz Savani

Um passo em direção a um sistema de informação de nascidos vivos de múltipla interface

Objetivo. Como os nascidos vivos em domicílio que não são registrados em cartório não são captáveis pelo SINASC (Sistema de Informação de Nascidos Vivos), propõe-se o desenvolvimento e teste de um programa de computador chamado \"SINASC - Interface Simplificada\" para servir de interface complementar ao SINASC, bem como a criação do formulário DN (Declaração de Nascido Vivo) simplificada a ser aplicado e coletado pelos agentes do P ACS (Programa de Agentes Comunitários de Saúde). Métodos. O programa foi criado na linguagem \"C++\" através do programa \"BORLAND C++ BUILDER 5\" com capacidade de exportar seus dados para o SINASC Padrão. Foram obtidos dados sobre os nascidos vivos hospitalares e domiciliares referentes ao período de 01/05/2002 a 31/0712002 (três meses) coletados por agentes do PACS do município de Ilhéus-BA Para a realização de uma análise comparativa, foram obtidos na SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de Ilhéus os dados do SINASC referentes ao mesmo período. Resultados. Foram coletados 170 formulários simplificados válidos e o banco de dados do SINASC Padrão, fornecido pela SMS, com 445 DNs não duplicadas. Das 170 DNs simplificadas, 96 foram identificadas como contribuição não redundante ao banco de dados padrão, representando 17,7% do total reunido. Conclusões. Foi demonstrada a viabilidade de se utilizar os agentes do PACS para melhorar a cobertura do SINASC, obtendo-se boa qualidade de preenchimento dos formulários. Também foram testadas e aprovadas variáveis alteradas no intuito de melhorar a sua sensibilidade.

Year

2003

Creators

Fernando Flores Santos Ribeiro

Filogeografia da febre amarela na América do Sul

Os Flavivírus são vírus de 40 50 nm de diâmetro, com formas esféricas e RNA de fita simples, com sentido positivo e aproximadamente 11 kb de comprimento. O Vírus da Febre Amarela, protótipo do grupo, é o agente causador da Febre Amarela, uma antiga doença que causou epidemias generalizadas na África, Américas do Norte e do Sul e Europa do século XVII ao início do século XX, e depois ressurgiu nas últimas décadas na África sub- saariana e América do Sul tropical. O presente trabalho busca a reconstrução da transmissão da Febre Amarela na América do Sul, no tempo e espaço, em especial, considerando a provável influência das populações humanas, primatas não humanos e mosquitos, na evolução e distribuição das linhagens genéticas de Febre Amarela, aplicando modelos de inferência Bayesiana para análises filogenéticas e filogeográficas e testando hipóteses de distribuição geográfica com modelagem de nicho ecológico. Os dados dão poucas evidências de que as estratégias de vacinação vigentes tenham efetivamente colaborado para a diminuição da ocorrência de Febre Amarela, indicando possíveis erros na estratégia de vacinação. A partir da análise Coalescente da população viral de Febre Amarela, a população viral apresentou um decréscimo importante iniciado em meados dos anos 90. A análise filogeográfica sugere um padrão geral de transmissibilidade Source-Sink destacando a região amazônica como fonte de diversidade para as outras áreas estudadas, com uma estrutura filogeográfica secundária em ondas. Assim, as introduções do vírus em áreas fora da amazônia tem ocorrência aleatória e podem ser ligadas temporalmente e geograficamente ao norte da America do Sul. Os modelos de distribuição geográfica corroboram esse padrão e indicam uma área possível para circulação da Febre Amarela ampla, englobando diversos ecótonos. Os resultados indicam um possível efeito em longo prazo da vacinação atuando diretamente sobre a evolução e dinâmica filogenética da Febre Amarela e sugere que monitorar a evolução do vírus da Febre Amarela é uma estratégia válida para compreender sua distribuição geográfica e evidenciar mecanismos complexos de transmissão e introdução. Por sua vez, os modelos de Nicho Ecológico mostraram ser ferramentas adequadas para calcular o risco da doença em determinadas áreas, sem sua ocorrência prévia, contribuindo como um modelo preditivos para orgãos de Vigilância prepararem suas estratégias de prevenção e controle no caso de possível introdução de patógenos

Year

2013

Creators

Renato Pereira de Souza

Utilização de serviços da Estratégia Saúde da Família no município de São Paulo

Introdução - A Atenção Primária à Saúde (APS) é considerada o alicerce de sistemas de saúde mais efetivos. No Brasil, a Estratégia Saúde da Família, com a tarefa de reorganizar o modelo de atenção à saúde, destaca-se nos processos de expansão e consolidação da APS. Entretanto, apenas a existência desses serviços de saúde não garante sua utilização, pois o uso de qualquer serviço de saúde é considerado um fenômeno complexo. Neste contexto, os inquéritos de saúde, principalmente os de base populacional, são bastante úteis, pois nos ajudam a revelar informações importantes sobre a utilização de serviços de saúde. Objetivos - Descrever o perfil dos moradores que relataram ter utilizado os serviços prestados pela Estratégia Saúde da Família, bem como sua opinião sobre os serviços prestados e descrever as características dos moradores e do domicílio em que houve relato de visita do agente comunitário de saúde. Metodologia - Este estudo foi realizado com dados do Inquérito de Saúde do Município de São Paulo 2015 (ISA-CAPITAL/2015), realizado por meio de entrevistas domiciliares com moradores de 12 anos ou mais, residentes em domicílios particulares permanentes da zona urbana do município de São Paulo, no período de agosto de 2014 a dezembro de 2015. O ISA-CAPITAL/2015 é um estudo transversal, de base populacional com uma amostra obtida de forma probabilística complexa, estratificada por conglomerados. A análise dos dados foi realizada utilizando um software com comandos específicos para esse tipo de amostra. No total foram entrevistados 4043 moradores. Resultados - Houve relato de visita do agente comunitário de saúde em 46,4% dos moradores e foi observada associação desse relato com moradores de menor renda familiar e cujo chefe de família apresentava menores níveis de instrução. Desses moradores, 59,2% relataram ter utilizado algum serviço prestado pela Estratégia Saúde da Família, sendo que ser aposentado/dona de casa/pensionista, não ter plano de saúde e ter autoavaliação de saúde Muito Ruim/Ruim esteve associado a esta utilização. Quanto à opinião sobre os serviços prestados, 80,1% dos usuários os consideraram Muito Bom/Bom. Conclusões: A Estratégia de Saúde da Família no município de São Paulo se mantem focalizada na população de menor nível socioeconômico, porém essa focalização pode estar contribuindo para a promoção da equidade vertical. Entretanto, recomenda-se constante monitoramento nas práticas de saúde realizadas na Estratégia Saúde da Família, com o intuito de verificar se a mesma está garantindo a integralidade em suas ações

Year

2017

Creators

Gustavo Gessolo de Oliveira

Análise longitudinal multinível da morbidade por doenças cardiovasculares em idosos do município de São Paulo

A morbidade por doenças cardiovasculares (DCV) é uma preocupação crescente em Saúde Pública. Um aumento na carga das DCV tem sido recentemente observado, principalmente em países de baixa e média renda, reflexo do aumento da expectativa de vida e do maior tempo de exposição aos fatores risco para as doenças crônicas. O aumento no número de anos vividos com alguma doença crônica tem se tornado uma das principais preocupações em saúde pública, destacando-se, nesse contexto, as doenças cardiovasculares, principal responsável por anos de vida perdidos ajustados por incapacidade em idosos. Dessa forma, a avaliação da carga das doenças crônicas na população, bem como o conhecimento de seus determinantes, representa um importante campo de estudo em Saúde Pública e no planejamento da atenção em saúde. Entretanto, estudos que analisaram tanto a mudança na prevalência de DCV na última década, como os determinantes individuais e contextuais das doenças cardiovasculares em idosos ainda são escassos no Brasil. Esta tese será apresentada sob a forma de três artigos científicos. O primeiro analisou o efeito dos determinantes individuais e contextuais na morbidade por DCV em idosos residentes do município de São Paulo em 2010. Foi observada uma maior presença de DCV entre os idosos que residiam em áreas com desigualdade de renda média-baixa (OR=1,35 IC95 por cento=1,15-1,59), média-alta (OR=2,71 IC95 por cento=2,18-3,36) e alta (OR=1,43 IC95 por cento=1,14-1,79), comparada ao nível mais baixo de desigualdade. Em relação às áreas com menor área verde por habitante, viver em áreas com maior cobertura vegetal esteve significantemente associado a uma menor chance de presença de DCV, mesmo após o ajuste estatístico para os fatores individuais e contextuais. O segundo artigo analisou a mudança na prevalência de DCV entre 2000 e 2010 e sua associação com os fatores socioeconômicos e fatores de risco em idosos. A prevalência de DCV em idosos foi igual a 17,9 por cento em 2000, 22,2 por cento em 2006 e 22,9 por cento em 2010. Em relação ao ano 2000, foi observado um aumento significativo da presença de DCV em 2006 (OR=3,20 IC95 por cento=1,93-5,31) e 2010 (OR=2,98 IC95 por cento=1,51-5,89). A presença de DCV também apresentou associação com maior faixa etária, histórico de tabagismo e presença de diabetes e hipertensão arterial, sendo observada uma associação inversa entre a presença de DCV e a ingestão de álcool. O terceiro artigo analisou a associação entre a força de preensão manual e a morbidade por doença cardiovascular em idosos. Foi observado que uma maior força de preensão manual esteve significativamente associada a uma menor presença de DCV em idosos (OR=0,47 IC95 por cento = 0,24 0,91), mesmo após o controle para as características individuais.

Year

2018

Creators

Kaio Henrique Correa Massa

Investigação de fontes alimentares de culicídeos coletados em parques municipais de São Paulo pela técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)

O estudo das fontes alimentares em culicídeos possui evidentes significados ecológicos e epidemiológicos, pois auxilia na identificação de animais possivelmente envolvidos na manutenção de surtos epidêmicos das doenças transmitidas por vetores, oferecendo informações para a indicação de potenciais reservatórios de patógenos. Entre os métodos utilizados para avaliar o possível grau de atração exercido por certas fontes de alimentação em relação às fêmeas de culicídeos, a técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) se destaca como sendo uma das técnicas mais eficientes na detecção de repastos sanguíneos devido à alta sensibilidade e especifidade. O objetivo desse estudo foi descrever o perfil alimentar das fêmeas de culicídeos capturadas nos parques Alfredo Volpi, Anhanguera, Carmo, Chico Mendes, Ibirapuera, Santo Dias e Shangrilá, situados na cidade de São Paulo, investigando possíveis associações entre as espécies de mosquitos e suas respectivas fontes alimentares, analisando assim o comportamento no âmbito alimentar dessas espécies em diferentes localidades da cidade, durante os meses de Fevereiro de 2011 à Fevereiro de 2012. A identificação do repasto sanguíneo foi realizada por meio da técnica de PCR para os seguintes hospedeiros: aves, cães, gatos, humanos, primatas ( não humanos) e roedores em 510 fêmeas ingurgitadas distribuídas em 14 espécies capturadas pleas técnicas de aspiração, CDC copa, CDC solo e armadilha de Shannon. Dos vertebrados, apenas o hospedeiro gato não foi encontrado como sendo fonte de repasto, as demais têm sido utilizadas como fontes de alimentação para os culicídeos nos parques estudados. Baseando-se em testes estatísticos não se encontrou nenhuma tendência de associação entre as espécies de culicídeos capturadas ingurgitadas e as fontes utilizadas para repasto, evidenciando assim, padrões aleatórios por parte dos mosquitos em se alimentarem de fontes sanguíneas mais abundantes ou mais fáceis de serem abordadas, reforçando a característica oportunista das fêmeas de culicídeos em busca das suas fontes de alimentação sanguíneas. Sendo de fundamental importância tais informações em contexto epidemiológico, afim de, identificar novos possíveis hospedeiros e reservatórios de patógenos em cadeias de transmissão de doenças transmitidas por culicídeos

Year

2013

Creators

Gabriela Cristina de Carvalho

Riscos ocupacionais e câncer de pulmão

Os estudos epidemiológicos relativos ao denominado câncer ocupacional têm como objetivo o estudo do câncer em populações trabalhadoras e a identificação de fatores causais. O número de agentes que comprovadamente causam câncer em seres humanos é ainda pequeno, cerca de trinta. A estes fatores podem ser agregados algumas atividades ocupacionais e processos industriais onde agentes potencialmente cancerígenos existem mas não foram ainda identificados. A quase totalidade dos estudos epidemiológicos buscando relacionar ocupação e câncer foram realizados nos países desenvolvidos, com processos de industrialização mais antigos e consolidados. Nesta investigação o objetivo é estudar a relação trabalho e câncer no contexto de um país subdesenvolvido e recentemente industrializado. O estudo explora os riscos ocupacionais determinantes da neoplasia pulmonar na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). O trabalho está dividido em duas partes. Na primeira são discutidos aspectos relativos ao câncer com particular destaque ao carcinoma broncogênico e à aplicação da metodologia epidemiológica na área da saúde do trabalhador, em especial para o estudo do câncer relacionado à ocupação. A segunda parte contempla a descrição do estudo de caso-controle construído para atingir os objetivos definidos. Os dados do estudo foram levantados no período de 1º de julho de 1990 a 31 de janeiro de 1991 em quatorze hospitais que concentram o atendimento a pacientes com câncer de pulmão na RMSP. Um total de 316 casos e 536 controles, emparelhados com os casos por sexo e idade, foram selecionados para análise. Tabagismo, tabagismo passivo, história migratória, outros cânceres na família e estrato sócio-econômico, além de sexo e idade, foram as outras variáveis estudadas. A análise univariada permitiu identificar as variáveis que estavam interferindo na relação principal estudada. Posteriormente, utilizou-se as técnicas de análise estratificada e de regressão logística para controlar as variáveis tabagismo, referência à carcinoma de pulmão na família, sexo e idade. Os resultados revelam que os trabalhadores que estiveram ligados por tempo prolongado aos setores de produção, de ramos de atividades industriais nos quais há maior probabilidade de exposição à substâncias cancerígenas, têm cerca de duas vezes o risco de desenvolverem carcinoma broncogênico em relação aos trabalhadores com menor probabilidade de exposição a substâncias cancerígenas como os que referiram nunca terem trabalhado fora de casa.

Year

1992

Creators

Victor Wunsch Filho

Avaliação da eficácia do software Iris para uso no Brasil

Introdução: As estatísticas de mortalidade são usadas pelo mundo inteiro e por isso precisa ter dados confiáveis e comparáveis. Uma das estratégias para melhorar sua qualidade é a automação de etapas do fluxo dos dados. O Iris é um sistema que codifica as causas de morte da declaração de óbito (DO) e seleciona a causa básica de morte. Objetivos: adaptar o software para uso no Brasil, testá-lo e comparar seu uso com a codificação manual e com a seleção do sistema usado na rotina brasileira, o Sistema de Seleção da Causa Básica de Morte (SCB). Métodos: foram utilizadas uma amostra de declarações de óbito de óbitos ocorridos no período de janeiro a junho de 2014 em nove cidades representando as cinco regiões do Brasil. Foram selecionados óbitos pelas causas mais comuns, com menção de doença transmissível, assim como óbitos infantis, maternos e óbitos com menção de causa externa ou cirurgia. A fase 1 visou a conclusão do dicionário e a fase 2 testar e comparar o uso do Iris. Resultados: 1848 DO, com uma média de 3,1 linhas preenchidas por DO. Foram realizadas 618 ajustes ou adições nas tabelas do dicionário ou nas tabelas de padronização. Em 45,9 por cento das DO o Iris codificou todas as causas de morte presente na DO assim como selecionou a causa básica de morte. Das DO que o Iris não conseguiu concluir o processo, a maioria (97,8 por cento) dessas rejeições foi por dificuldade em encontrar ou processar um código da CID. A concordância do Iris com a codificação manual nos níveis de 4 caracteres, 3 caracteres e 1 caractere dos códigos da CID-10 foi de 73,3 por cento, 78,2 por cento e 83,9 por cento respectivamente. Isso representou uma discordância em 49,1 por cento das DO. A concordância da causa básica de morte com o SCB foi de 74,2por cento, 84,3 por cento e 91,8 por cento nos níveis de 4 caracteres, 3 caracteres e 1 caractere dos códigos da CID-10 respectivamente. A principal causa de discordância (71 por cento) foi por codificações diferentes. Após as pequenas correções, o Iris finaliza 66,6 por cento das DO. Conclusão: As discordâncias tiveram como causa os hábitos e rotinas dos codificadores que variam entre eles, enquanto no Iris a codificação de uma causa é sempre a mesma. As tabelas de decisão do SCB precisam ser revistas. Os dados mostram que é possível usar esta ferramenta e que ela vai diminuir o trabalho dos codificadores. O Iris teve uma boa taxa de finalização, semelhante a países que o utilizam na sua rotina.

Year

2017

Creators

Renata Cristófani Martins

Qualidade da dieta de escolares do município de São Paulo

INTRODUÇÃO: O hábito alimentar dos escolares pode ser influenciado por características sociodemográficas e do ambiente, seja escolar, doméstico oufora do lar e a valiar o consumo de alimentos do escolar em diferentes locais,pode fornecer informações sobre a qualidade dos alimentos ofertados em cada local. O Índice de Qualidade da Dieta Revisado (IQD -R) é um instrumento apropriado, pois, analisa a qualidade dos alimentos consumidos, comparando - os com as recomendações brasileiras. OBJETIVO: descrever a qualidade da dieta de escolares utilizando o IQD - R. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal realizado com escolares de 7 a 10 anos de duas escolas municipais de São Paulo. Foram coletadas informações socioeconômicas, de estado nutricional e de consumo alimentar, por meio da aplicação de três recordatórios de 24h. A qualidade da dieta foi avaliada pelo método IQD-R. RESULTADOS:A média do IQD-R foi de 64,6 pontos e a maioria dos escolares apresentou dieta que necessita de modificação. Os componentes que apresentaram menores escores foram cereais integrais e sódio, e os maiores escores foram observados nos óleos, carnes, ovos e leguminosas, e cereais totais. As meninas apresentaram maior consumo de frutas e menor consumo de carnes, ovos e leguminosas, e sódio. O menor consumo de sódio esteve associado ao maior nível de escolaridade da pessoa de referência da família e maior número de refeições diárias. Escolares que consomem café da manhã possuem maior consumo de vegetais e de leite e derivados. O maior consumo de refeições em casa esteve associado com o menor consumo de gordura saturada e calorias provenientes de gordura sólida e açúcares de adição (Gord_AA), além de ser fator de proteção para uma melhor qualidade da dieta. Escolares que consumiram refeições fora do lar, apresentaram maior consumo de cereais integrais e Gord_AA. CONCLUSÃO: A análise da qualidade da dieta dos escolares mostrou que estes não consomem os alimentos e nutrientes conforme a recomendação brasileira. O maior número de refeições em casa é considerado como fator de proteção para uma melhor dieta quando comparado ao maior número de refeições fora do lar, por isto, ações de educação alimentar e nutricional devem ser direcionadas aos escolares, com intuito de reduzir o consumo de alimentos industrializados e fora do lar. Além disto, a presença do nutricionista nas unidades produtoras de alimentos e na regulamentação da produção dos alimentos industrializados, pode auxiliar na elaboração de cardápios saudáveis, em que se incluem os cereais integrais, frutas e hortaliças, utilizando-se o aproveitamento integral dos alimentos, modos de preparo com menos gordura, como as preparações cozidas, assadas e grelhadas, redução na quantidade de sal de adição e da utilização de alimentos industrializados.

Year

2014

Creators

Barbara Grassi Prado

Epidemiologia da dengue nas regiões de São José do Rio Preto e Araçatuba, São Paulo, 1990 a 1996

O objetivo do trabalho foi caracterizar a transmissão de dengue nas regiões de São José do Rio Preto e Araçatuba, entre 1990 e 1996. Analisaram-se os Coeficientes de Incidência (CI) de casos confirmados laboratorialmente e autóctones de dengue segundo áreas, sexo e idade. Analisaram-se as curvas de CI mensais para as regiões, sub-regiões e municípios. Realizou-se análise espacial, relacionando-se os CI com variáveis sócio-econômicas e demográficas. Construíram-se curvas de CI semanais de casos suspeitos e confirmados laboratorialmente de dengue para investigar a relação entre elas. Os CI obtidos apontam para o risco de ocorrência de dengue hemorrágica. Verificaram-se maiores CI para as mulheres e para pessoas entre 30 e 59 anos. Nos dois últimos períodos estudados, notaram-se, para as várias sub-regiões, maiores níveis de incidência e aumento do número de meses com transmissão, indicando uma possível tendência de endemização da doença. Verificou-se que foi pelos municípios maiores que a transmissão, em geral, se iniciou e se encerrou, e que neles a freqüência de períodos com transmissão foi maior. Verificou-se também, que, nos municípios com melhores situações de instrução, renda e maiores populações, ocorreu, em maior proporção, CI de valores mais altos, podendo, este fato, estar relacionado com a atração exercida por eles. Estas evidências mostram que um possível fator de risco a ser utilizado, em uma estratificação de medidas de controle, seria o tamanho do município. Foram obtidas relações entre as séries de CI de casos suspeitos e confirmados laboratorialmente de dengue, possibilitando-se estimar as últimas a partir das primeiras.

Year

1999

Creators

Francisco Chiaravalloti Neto